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Memória, aprendizagem, emoções e inteligência

Aline Batista de Sousa1


Tania Denise Miskinis Salgado2
Resumo
Este artigo apresenta uma revisão sobre memória com conceitos para os seus dife-
rentes tipos e relaciona memória e cognição, mostrando a sua importância no de-
senvolvimento da aprendizagem e da inteligência. Ao apresentar os diversos tipos de
memória, é mostrado como elas estão relacionadas entre si, tanto no processamento
do que deve ser armazenado, como no que deve ser descartado, e quais fatores que
influenciam esse processamento. Um paralelo é feito entre as influências das emo-
ções na forma como as memórias são adquiridas, armazenadas e resgatadas. É tam-
bém mostrado como a teoria Cattel-Horn-Carrol das capacidades cognitivas pode
ser utilizada para promover o aprimoramento da memória e, consequentemente, a
inteligência e os processos de aprendizagem. Discute-se, ainda, a importância de se
estimular precocemente habilidades cognitivas da pessoa, começando no nascimento
e continuando ao longo de sua vida.
Palavras-chave: Aprendizagem. Emoções. Memória.

Abstract
This article presents a review about memory with concepts for its different types and
links memory and cognition, showing its importance in the development of both learn-
ing and intelligence. Presenting the different types of memory, it is shown how they are
related to each other in the processing of what must both be stored and discarded, as
well as which factors influence them. A parallel is made among the influences of emo-
tions in the way memories are acquired, stored and retrieved. It is also shown how the
Cattel-Horn-Carroll theory of cognitive skills can help improving memory and, con-
sequently, the intelligence and the processes of learning. Furthermore, it discusses the
importance of early stimulus to someone´s cognitive abilities, starting from his/her birth
and continuing throughout his/her life.
Keywords: Learning. Emotions. Memory.

1 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS, Brasil. Docente do Curso Técnico de Química da Fundação Escola Técnica Liberato Vieira da Cunha
(FETLSVC), Novo Hamburgo, RS. E-mail: aline.sousa@liberato.com.br
2 Doutora em Ciências e mestre em Engenharia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre. Professora
do Departamento de Físico-Química, Instituto de Química, UFRGS, Porto Alegre. E-mail: tania.salgado@ufrgs.br

Artigo recebido em 05.11.2014 e aceito em 21.05.2015.

Hillary Barbosa Alves - hillary_barbosalima@hotmail.com - CPF: 395.158.178-62


SOUSA, A. B.; SALGADO, T. D. M.

1 Introdução (IZQUIERDO, 2011). As zonas de convergên-


cia constituem os registros categorizados de
Este artigo apresenta uma revisão sobre os
nossas experiências, dentre essas zonas, pode-
conceitos para os diferentes tipos de memória e
se citar as seguintes áreas de convergência no
faz uma relação entre memória e cognição, mos-
cérebro: amígdala, córtex órbito-frontal, hipo-
trando a sua importância no desenvolvimento
campo, hipotálamo, dentre outras (DAMÁSIO,
da aprendizagem e da inteligência. Ao abordar
2011). Ao serem resgatadas, podem ocorrer
esse tema, traz ainda alguns aspectos cognitivos
perdas ou mudanças das memórias armazena-
que podem ser trabalhados precocemente, des-
das. Contudo, a imensa maioria de tudo aquilo
de a mais tenra infância, na busca do aprimora-
que aprendemos e de tudo aquilo que armaze-
mento de habilidades cognitivas.
namos se extingue ou se perde com o passar do
A memória faz de nós aquilo que somos
tempo. A memória pessoal e coletiva elimina
e podemos vir a ser, pois cada lembrança re-
aquilo que é trivial e, muitas vezes, armazena
cordada ou esquecida faz com que sejamos su-
fatos que nunca sequer vivenciamos. O descarte
jeitos únicos, uma vez que, para duas pessoas,
ou a inativação de algumas memórias tem fun-
vivenciando a mesma situação, a forma como
damental importância para a manutenção da
esse momento será armazenado será distinta,
própria memória e do próprio indivíduo, uma
levando a pontos de vista diferentes que, por
sua vez, trarão recordações diferentes. O con- vez que armazenar todos os fatos e lembranças
junto de memórias de cada pessoa influencia a vividas acarretaria em sobrecarga de memória,
sua personalidade. Devido a essa característica, o que impediria o seu adequado gerenciamen-
nenhuma pessoa é capaz de ser igual a outra, to, além de que, algumas lembranças que nos
mesmo gêmeos monozigóticos originarão se- causam medo, situações humilhantes, dentre
res humanos totalmente diferentes, de acordo outras, podem ser prejudiciais e, por isso, são
com as experiências de memória que tiverem providencialmente desativadas de forma in-
(IZQUIERDO, 2011). consciente (IZQUIERDO, 2011).
De acordo com Baddeley, Anderson e 2 Tipos de memória
Eysenck (2011), a memória é considerada um
sistema complexo e múltiplo combinado por Existem vários tipos diferentes de memó-
arranjos de codificações ou subsistemas que ria, que podem ser classificadas pela forma
permitem a armazenagem e a recuperação de como são adquiridas: memória explícita e im-
informações no cérebro. Várias informações plícita ou, pelo tempo que são armazenadas,
presentes no cérebro são utilizadas no resgate memória de trabalho, memória de curta e de
da memória, podendo ser classificadas quan- longa duração.
to ao tipo de estímulo. Nesse âmbito, elas po- As memórias explícitas ou declarativas são
dem ser visuais, táteis, auditivas, gustativas ou aquelas que armazenam fatos e sua aquisição
olfativas; quanto ao tempo de armazenamento está associada à plena intervenção da consci-
da informação, pode ser memória de trabalho, ência. A partir delas, podemos relatar situa-
memória de curto prazo e memória de longo ções cotidianas, como as conversas do dia an-
prazo; e quanto ao tipo de aprendizagem, im- terior, ou precisar acontecimentos históricos
plícita ou explícita (TULVING, 1972). Embora (LOMBROSO, 2004). Para as memórias histó-
as informações sejam armazenadas em lugares ricas, há ainda uma subdivisão: para fatos dos
diferentes, existem regiões do cérebro, para quais participamos, as memórias são chamadas
onde todas elas convergem. Essas regiões são de autobiográficas ou episódicas; para as memó-
usadas na formação e na evocação da memória rias de acontecimentos gerais, dá-se o nome de

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Memória, aprendizagem, emoções e inteligência

memórias semânticas. Ainda, para as memórias não, ou se é relevante para ser guardada ou mes-
semânticas, como a aquisição da língua mater- mo para modificar uma informação pré-exis-
na, há o uso da forma implícita. tente. A capacidade de gerar aprendizado ou
As memórias implícitas ou não declarativas não da informação dependerá das conexões da
são as que adquirimos de forma inconsciente, memória de trabalho com os demais sistemas
como tarefas ou habilidades. Dirigir, andar de mnemônicos. Esses sistemas são técnicas utili-
bicicleta e ler são exemplos desse tipo de me- zadas no processo de memorização e podem ser
mória. As memórias de procedimentos são as mecanismos criados pelo próprio cérebro, que
que armazenam capacidades ou habilidades auxiliarão no armazenamento e posteriormen-
motoras e sensoriais, que chamamos de hábi- te no resgate da informação. Podem ser criadas
tos. Elas são, por exemplo, andar de bicicleta, pelo indivíduo, para facilitar o seu processo de
dirigir um carro, nadar, pois é difícil declarar memorização como, por exemplo, em química,
que as temos. Para demonstrar que as temos, a técnica utilizada para lembrar a ordem decres-
precisamos executá-las. Elas são adquiridas de cente dos elementos mais eletronegativos “Fui
forma implícita, sendo difícil descrever com Ontem No Clube, Briguei I Sai Correndo Para
exatidão o passo a passo para adquirir a habili- (o) Hospital” - flúor, oxigênio, nitrogênio, clo-
dade (IZQUIERDO, 2011). ro, bromo, iodo, enxofre, carbono, fósforo, hi-
As memórias de curta duração são aquelas drogênio. O ato de memorizar um número de
que permanecem em nosso cérebro por curto telefone, até que esse seja discado ou anotado, é
espaço de tempo, cerca de um minuto, e podem um exemplo de memória de trabalho. Podemos
dar lugar a memórias de média duração ou se- guardá-lo por alguns segundos e depois des-
rem esquecidas. Segundo Atkinson e Shiffrin cartar a informação. Ao longo desse processo,
(1968), a informação deve acontecer primeira- podem-se lembrar fatos relativos ao dono do
mente na memória de trabalho e posteriormen- número de telefone e, também, lembranças,
te ser passada para a memória de curta dura- imagens, cheiros e sensações podem ser recor-
ção, sendo então, esquecida ou passada para o dados. A memória de trabalho é de fundamental
armazenamento na memória de longa duração. importância no processo de tomada de decisão,
Contudo, para passar a informação da memória uma vez que usa de informações pré-existentes
de curto prazo para a memória de longo prazo, e faz a sua interlocução com o presente. Estados
depende de alguns fatores, como a importân- de ânimo negativo, privação de sono, depressão
cia dessa informação para a pessoa, a repetição ou tristeza afetarão a memória de trabalho e,
da informação e a sua codificação adequada na por consequência, os outros tipos de memória
memória de longo prazo. Estratégias de recupe- (de curto e de longo prazo), interferindo desde
ração ou pistas auxiliariam no processo de recu- a aquisição de um fato, até o resgate do que foi
peração dessa memória (IZQUIERDO, 2011). memorizado (IZQUIERDO, 2011).
A memória de trabalho é aquela responsá- A memória de trabalho não deixa de ser
vel por dar continuidade aos nossos atos coti- uma memória de curta duração. O que diferen-
dianos, armazena por poucos segundos a infor- cia uma da outra é o fato de a memória de cur-
mação, permitindo que saibamos onde estamos ta duração apenas armazenar a informação de
e o que estamos fazendo a cada instante e nos forma passiva por um curto espaço de tempo,
momentos anteriores. Essa memória não deixa enquanto que a memória de trabalho faz todo
rastro, não produzindo armazenamento. Esse o gerenciamento da informação de forma mais
tipo de memória, além de fazer o processamen- ativa, durante o seu processamento, armaze-
to temporário, gerencia o que será guardado ou nando-a, transformando-a ou a descartando,
não, determinando se a informação é nova, ou conforme o que for necessário. A memória de

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trabalho é um sistema multicomponente, que um tipo específico, levaram a respostas sobre


utiliza o armazenamento como uma forma de em quais regiões do cérebro determinados ti-
facilitar atividades cognitivas complexas, tais pos de memória são formados. Lesões no hipo-
como aprendizagem, compreensão e raciocí- campo, por exemplo, mostraram causar danos
nio (BADDELEY; HITCH, 1974). Por exem- à memória explícita, já os gânglios da base e os
plo, pacientes com esquizofrenia apresentam circuitos associados, quando lesionados, geram
falhas na memória de trabalho, o que os torna déficits na memória implícita. Por outro lado,
incapazes de compreender o mundo que os ro- alterações na amígdala, ocasionam deficiências
deia (IZQUIERDO, 2011). Uma vez que é essa na memória implícita, especialmente aquela que
memória que faz o elo entre aquilo que perce- está relacionada aos medos, ao sistema de defesa
bemos (vemos, ouvimos e sentimos), com as e à sobrevivência (LOMBROSO, 2004).
memórias pré-existentes, esses pacientes têm
dificuldades em, por exemplo, diferenciar um 3 Aprendizado, emoções e memória
quadro com pessoas pintadas nele, de pessoas O aprendizado ou a aquisição de memória
reais. Assim, podemos perceber a importância
podem ser vistos como sinônimos, pois só se
desse tipo de memória.
pode gravar aquilo que foi aprendido. Da mes-
As memórias de longo prazo são aquelas
ma forma, só podemos gravar e posteriormente
armazenadas por horas, anos ou mesmo, por
lembrar aquilo que aprendemos. Assim como já
toda a vida. A sua formação necessita de modi-
dizia Bartlett (1995), nada pode ser reconhecido
ficações funcionais e estruturais dos neurônios.
ou recordado, sem antes ser percebido.
O desuso ou a aquisição de novas habilidades
Experiências demonstram que a forma
pode levar ao esquecimento das memórias
como se aprende está ligada ao estado de hu-
de longo prazo (BADDELEY; ANDERSON;
EYSENCK, 2011). mor. As emoções, o contexto e a junção de am-
Se por um lado a memória de curto prazo é bos influenciam a aquisição ou evocação da
extremamente limitada, a de longo prazo, embo- memória. Pessoas que estão em um estado de
ra também limitada, tem maior capacidade de humor positivo tendem a aprender palavras ou
armazenamento. O aprendizado leva à formação situações de cunho positivo. Em contrapartida,
de novas sinapses (forma como os neurônios se pessoas com humor negativo tendem a assi-
conectam, enviando e recebendo informações milar melhor palavras ou situações negativas
por meio de sinais elétricos em sua rede neural) nesses momentos (PERGHER et al., 2006). De
e ao fortalecimento das antigas (LOMBROSO, forma semelhante, a recuperação desta memó-
2004). A repetição permite que algumas experi- ria também estará mais bem associada ao esta-
ências fiquem enraizadas nas conexões neurais, do de humor atual do indivíduo. Contudo, essa
fazendo com que as memórias de longo prazo associação entre humor e recordação é menor,
possam ser acessadas de forma não conscien- quando comparada à associação entre o humor
te. A esse processo de aprendizagem implícita e a aquisição de memória (ELLIS; MOORE,
dá-se o nome de primming (MACQUET, 2009). 1999). Em um estudo realizado com participan-
Esse processo ativa uma informação já arma- tes deprimidos e não deprimidos, por Johnson
zenada, para que seja resgatada de forma mais et al. (1983), foram apresentadas tarefas aos in-
rápida, quando ela é antecedida por informação tegrantes dos dois grupos. Quando requisitados
semelhante (GAZZANIGA; IVRY; MANGUN, a lembrar do conteúdo das tarefas, as situações
2006), ou seja, ela é ativada por meio de dicas. de fracasso foram mais bem recordadas pelos
Estudos de sujeitos com lesões cerebrais muito participantes deprimidos, enquanto que os não
delimitadas, seguidas de déficits de memória de deprimidos, lembraram, com maior eficiência

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Memória, aprendizagem, emoções e inteligência

das tarefas, nas quais tiveram mais êxito. Isso estímulo, seja consciente ou inconscientemente,
demonstra que a recuperação da memória pode o mesmo não é recebido, impedindo, portanto,
estar diretamente ligada ao estado de humor que seja recordado. Por consequência, é gera-
atual do indivíduo. da uma falha no sistema atencional. A falta de
Quanto à emoção, ela pode afetar a re- atenção pode acontecer por uma simples ques-
cordação e o reconhecimento de diferentes tão motivacional ou por transtorno perceptivo.
formas, mas citaremos apenas duas delas. Na Como sintoma, há prejuízo do processo de me-
primeira forma, a emoção estreitaria o foco da morização ou mesmo de evocação.
memória, tornando-a mais permeável a conte- Em se tratando de memorização, o uso de
údos emocionais e deixando de lado detalhes imagens, como estratégia de aprendizagem,
mais periféricos (ELLIS; MOORE, 1999). Na demonstrou melhora no desempenho a lon-
segunda forma, níveis moderados de emoção go prazo (de um até sete dias) dos indivíduos
potencializariam o processo de codificação, avaliados em testes de lembrança livre e re-
melhorando assim a sua performance, em con- conhecimento, quando comparado apenas
trapartida, níveis extremos de emoção preju- com palavras (CAMPOS; GÓMEZ-JUNCAL;
dicariam o processo de codificação (YERKES; PÉREZ-FABELLO, 2008). Isso se dá porque os
DODSON, 1988). traços visuais altamente característicos e únicos
Possivelmente, eventos emocionais são das figuras, que não são compartilhados por
mais lembrados, porque a emoção acompa- outros estímulos, são codificados de forma di-
nha eventos novos e julgados importantes ferente, permitindo um reconhecimento futuro
para o indivíduo, direcionando a atenção para mais eficaz (HUNT; McDANIEL, 1993).
eles, de forma que melhora a consolidação do O aprendizado é um processo que conduz
evento na memória. Isso é claramente adap- ao armazenamento de informação como conse-
tativo, porque estímulos emocionais, sejam quência da prática, da experiência e ou da in-
prazerosos ou aversivos (medo, raiva, tristeza, trospecção, produzindo uma alteração relativa-
alegria, nojo e surpresa), são geralmente mais mente permanente no comportamento real ou
importantes para a sobrevivência (BRADLEY; potencial. A informação gerada pelo aprendi-
LANG, 2000). Dessa forma, histórias com zado torna-se memória. O estabelecimento du-
passagens emocionantes são mais facilmente radouro de um traço mnemônico é produto de
recordáveis, do que histórias uniformemente uma longa fase de consolidação, durante a qual
desinteressantes (CAHIL; McGAUGH, 1998). as informações recentemente adquiridas são
Nesse sentido, o prazer é considerado um fa- progressivamente estabilizadas, tornando-se
tor importante para a memória emocional resistentes a eventos nocivos ou agentes amné-
(KENSINGER; CORKINS, 2004). sicos. Grande parte do aprendizado decorre de
Na etapa de codificação da memória, ob- processos associativos: um ou vários estímulos
serva-se que o nível de alerta provoca um es- associam-se com outros estímulos ou respostas.
treitamento atencional, direcionando a atenção Por exemplo, uma dica ou uma incitação sen-
para um foco específico – a informação central sorial, proveniente do meio externo, associa-
da experiência emocional (CHRISTIANSON, se com outro de índole interna (um mal estar
1992). O alerta emocional beneficia a memó- abdominal) ou externa (um choque elétrico),
ria, em parte, pela facilitação dos processos de estabelecendo um elo entre ambos, de tal ma-
consolidação, os quais necessitam de tempo neira que uma nova apresentação do primeiro
para ocorrer. Para se armazenar uma informa- estímulo gera uma resposta característica do se-
ção é necessário receber o estímulo e arquivá-lo. gundo. A importância adaptativa desse tipo de
Quando não se emprega a devida atenção ao aprendizado, com forte conteúdo emocional, é

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extremamente clara: permite-nos guardar infor- generalizar regras, formas, conceitos e ob-
mação, tanto acerca do estímulo que nos produ- servar implicações estão entre as deficiên-
ziu medo, prazer, saciedade ou desprazer como cias neste fator.
de sua relação com outros estímulos presentes • O conhecimento quantitativo está rela-
no momento de viver a experiência, de forma cionado à habilidade de compreender
que, esses últimos, possam vir a ser utilizados conceitos e relações quantitativas e ma-
como sinais de advertência. O modelo de apren- nipular símbolos numéricos. Falhas nesse
dizado que melhor exemplifica essa situação é fator são percebidas como dificuldades
o condicionamento ao medo, que é um tipo de em tarefas numéricas.
condicionamento clássico, que permite exami- • A inteligência cristalizada é definida
nar experimentalmente os mecanismos envolvi- como a profundidade e a quantidade de
dos na aquisição, armazenamento e expressão de experiências e conhecimentos aprendi-
memórias emocionais associadas com eventos dos, seja pela experiência educacional ou
estressantes, intimidadores ou atemorizantes. pelo contato com a cultura. Deficiências
Em situações ou eventos que podem produzir de informações e inabilidade linguística
estresse pós-traumático, os melhores sobrevi- estão entre suas carências.
ventes (aqueles que conseguem levar adiante • A leitura e a escrita envolvem as habilida-
uma vida mais saudável e adaptativa) são justa- des utilizadas na compreensão da lingua-
mente aqueles que conseguem extinguir melhor gem escrita e na expressão de pensamen-
a experiência traumática. Não necessariamente tos pela escrita.
esquecê-la, mas sim extingui-la (PÔRTO, 2006). • A memória de curto prazo compreende a
retenção e o uso da informação em um
4 Inteligência
curto espaço de tempo. A sua deficiência
A inteligência parece estar diretamente as- caracteriza-se pela dificuldade em recor-
sociada a diversos fenômenos sociais como o dar informações recém recebidas.
rendimento acadêmico, o rendimento no tra- • O armazenamento e a recuperação a longo
balho, a vulnerabilidade a acidentes e, até mes- prazo associam-se à fluência e facilidade
mo, à longevidade (COLOM, 2006). Existem com que as ideias e conceitos são recupe-
diversas teorias e estudos que tentam dar conta rados. Sua escassez relaciona-se com a di-
de elucidar o que é inteligência e como ela se ficuldade em recordar dados importantes
caracteriza em seres humanos. Aqui, iremos e aprender novas informações.
tratar rapidamente dos dez aspectos apresenta- • A velocidade de processamento envolve a
dos na teoria Cattell-Horn-Carroll das capaci- habilidade de realizar rapidamente tare-
dades cognitivas, que é considerado o modelo fas comuns. Sua deficiência reflete-se na
mais avançado das teorias psicométricas da in- lentidão para desenvolver trabalhos de
teligência (SANTOS; PRIMI, 2005; SCHELINI; baixa complexidade.
WECHSLER, 2005). • A velocidade de decisão/reação está relacio-
• A inteligência fluida é a capacidade para nada à rapidez em responder corretamente
raciocinar em situações inesperadas, re- a questões de compreensão e raciocínio.
organizando, transformando e generali- • O processamento visual relaciona-se à ca-
zando informações. Envolve a formação pacidade de processar estímulos visuais,
de conceitos, compreensão de implica- além de geração, percepção, armazena-
ções, resolução de problemas e transfor- mento, análise, manipulação e transforma-
mação de informações. Dificuldades para ção de imagens visuais.

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• O processamento auditivo envolve a per- (URBINA, 2007), o ganho de 3 pontos no esco-


cepção, análise e síntese de padrões sono- re de Q.I., a cada década, parece ser um acrés-
ros. Estende-se desde a discriminação de cimo significativo das capacidades cognitivas.
padrões sonoros, que inclui a linguagem Projetos voltados ao estímulo das capacidades
oral, até a percepção de nuances em es- intelectuais têm sido realizados em várias partes
truturas musicais complexas. Deficiências do mundo, com estimulação de bebês, desde o
nessa habilidade estão ligadas à dificul- nascimento, acompanhamento médico e nutri-
dade em discriminar sons, problemas no cional e promoção de suporte a famílias de bai-
desenvolvimento da linguagem e déficit na xa renda (ZAMPIERI; SCHELINI; CRESPO,
capacidade de desenvolver atividades en- 2012). Os participantes desses programas al-
volvendo música. cançaram maiores escores nos testes de quo-
No modelo de Cattel-Horn-Carroll, a inteli- ciente de inteligência e maior tendência a in-
gência seria composta por 10 fatores, relaciona- gresso em cursos superiores (COLOM, 2006).
dos a áreas amplas do funcionamento cognitivo, Além disso, observou-se que baixa escolarida-
apresentadas acima. Logo, para cada uma destas de das mães e baixa estimulação de capacida-
des em populações vulneráveis demonstraram
capacidades cognitivas expostas, a presença ou
ser fatores de risco para índices mais baixos
falta de estímulo pode determinar o aprimo-
de desenvolvimento cognitivo (AYOUB et al.,
ramento ou a supressão das mesmas. Os estu-
2009). O Programa de Promoção Cognitiva,
dos de Detterman e Sternberg (1982), Grotzer
empregado por Almeida, Morais e Ramalho
e Perkins (2000) e Mayer (2000), apontam que
(2009) em Portugal, defende a ideia de que o
essas capacidades podem ser modificadas e
treino cognitivo propiciaria os atos de “apren-
melhoradas. Uma modalidade de acompanha-
der a pensar” e de “aprender a aprender”, mos-
mento pode ser realizada por meio do teste de
trando-se efetivo no desempenho das ativida-
Quociente de Inteligência (Q.I.), desenvolvido des de resolução de problemas.
por Lewis Terman, na universidade de Stanford, A estimulação cognitiva pode ser feita atra-
Califórnia, no ano de 1916, após aprimorar a vés de atividades lúdicas, cotidianas e simples,
versão inicial da escala Benet-Simon. Essa me- envolvendo jogos que exercitem a atenção, a me-
dida se propõe a mensurar, através de testes, as mória e a relação causa-efeito. Atividades assim
capacidades cognitivas de um indivíduo, com- são estimulantes para as crianças, pois as mes-
paradas a seu grupo etário. Atualmente, existem mas aprendem brincando e promovem a discus-
diversos tipos de teste de Q.I., sendo o escore são sobre as diferentes possibilidades na resolu-
de Q.I. Total de Wechsler um dos mais utiliza- ção da tarefa, dentro do grupo (GOMES, 2002).
dos. Os estudos citados têm acompanhado um Esse tipo de medida vai além de ganhos de de-
ganho natural no escore de Q.I. de 3 pontos a sempenho escolar, pois aumenta a autoestima, a
cada década, entre crianças, no período esco- satisfação profissional e o êxito na resolução de
lar e 5 pontos entre adultos. Esse fenômeno é problemas cotidianos, permitindo uma maior
conhecido como Efeito Flynn, que pode ser autonomia do sujeito, entre ele e o meio em que
atribuído, dentre outras coisas, a melhorias nos vive (ALMEIDA; MORAIS; RAMALHO, 2009).
atendimentos de saúde, de nutrição e de educa- Ainda sobre inteligência, Goleman (2012)
ção; mudanças nos ambientes sociais e nos pa- defende a ideia de que as pessoas possuem a
drões de fertilidade (FLYNN, 2006). Levando mente racional e a mente emocional. Para ele,
em consideração que a classificação do teste são existe uma ligação entre a emoção e a cognição,
escores padronizados com média 100, com um definindo emoção como o conjunto de transa-
desvio-padrão, normalmente valendo 15 ou 16 ções e acontecimentos do meio ambiente que são

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significativos para o bem-estar do indivíduo. As memória são extremamente complexos e sua


emoções são fundamentais no processo de to- eficiência depende do contexto em que aconte-
mada de decisão, uma vez que não existem deci- cem. O estado de humor, a atenção e as emoções,
sões puramente lógicas ou puramente emocio- presentes com o indivíduo, irão influenciar, tan-
nais, necessitando-se das duas para deliberações to a sua obtenção, como a sua recordação. Isso
assertivas (DAMÁSIO, 2011). Para Goleman, porque essas situações (estados de desânimo,
além das aptidões mentais, qualidades pessoais, privação de sono, depressão ou tristeza) podem
como autoestima, felicidade e empatia, atuam afetar a memória de trabalho. Uma vez que essa
como uma entidade única na inteligência emo- memória facilita a assimilação de atividades
cional. Ele define inteligência emocional como complexas como a aprendizagem, a compreen-
sendo a capacidade de reconhecimento dos sen- são e o raciocínio, ela tem papel fundamental no
timentos do outro e de si próprio, de se motivar gerenciamento e na tomada de decisões, situa-
e gerenciar de forma adequada as emoções em si ções que a afetam devem ser evitadas, a fim de
e nas relações (GOLEMAN, 2012). impedir problemas na aquisição e ou no resgate
Uma outra perspectiva sobre a inteligência da informação.
foi desenvolvida por Howard Gardner, com a O humor tem forte influência na forma como
teoria das inteligências múltiplas. Segundo ele, a as pessoas aprendem em situações de estado de
inteligência deve incluir um conjunto mais am- humor positivo a memorização de situações de
plo e universal de competências. cunho positivo são facilitadas, por outro lado, o
Passei a considerar a inteligência um potencial mau humor propicia o registro de memórias e
biopsicológico de processar informações de palavras de cunho negativo. Esse fato também
determinadas maneiras para resolver proble- ocorre na recuperação da memória, mas, em
mas ou criar produtos que sejam valorizados menor escala. Ao se aplicar tarefas em pessoas
por, pelo menos, uma cultura ou comunidade.
deprimidas, elas se recordaram com mais faci-
(GARDNER; CHEN; MORAN, 2010).
lidade das situações relacionadas ao fracasso,
Para ele, existem oito tipos de competências enquanto que as não deprimidas se lembraram
intelectuais: a inteligência linguística, a inteli- mais das situações de êxito (ELLIS; MOORE,
gência lógico-matemática, a inteligência mu- 1999; PERGHER et al., 2006).
sical, a inteligência espacial, a inteligência cor- A emoção estreita o foco da memória, tor-
poral-cinestésica, a inteligência interpessoal, a nando-a mais permeável a conteúdos emocio-
inteligência intrapessoal e a inteligência natura- nais e deixando de lado detalhes periféricos.
lista. Na sua teoria, essas competências intelec- Os níveis moderados de emoção potenciali-
tuais trabalham harmoniosamente, tornando-se zam o processo de codificação, já os níveis ex-
um desafio para a humanidade a descoberta de tremos o prejudicam. Eventos emocionantes
formas de aproveitar a singularidade de cada são mais recordáveis do que histórias unifor-
um. Em decorrência disso, a possibilidade de memente desinteressantes, eles direcionam o
identificar potencialidades e canalizá-las para o foco da atenção, provocando a consolidação
seu aperfeiçoamento permite que os indivídu- desse fato na memória.
os estejam motivados pata desenvolver ativida- O estabelecimento de uma memória dura-
des para as quais possuem talento (GARDNER; doura depende da importância do fato, da re-
CHEN; MORAN, 2010). petição e da forma como foi codificada. Após
5 Memória, emoções, aprendizagem, e inteligência uma longa fase de consolidação da informação,
recentemente adquirida, ela pode ser progres-
Os artifícios que delineiam o processo sivamente estabilizada, tornando-se resistente
de aquisição, armazenamento e evocação da a eventos nocivos ou agentes amnésicos. Essas

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Memória, aprendizagem, emoções e inteligência

memórias podem ainda ser extintas por desuso A estimulação precoce das habilidades cog-
ou substituídas por novas habilidades. nitivas parece ter papel positivo na melhora das
Muito se tem estudado a respeito da inteli- capacidades intelectuais. O aprender brincando,
gência, no entanto, não há consenso sobre o seu com atividades e jogos lúdicos, com foco dire-
conceito exato. Teorias têm sido elaboradas com cionado em desenvolver habilidades cognitivas,
o intuito de esclarecer sobre o assunto. Três im- resolução de problemas, tomada de decisões, a
portantes explanações sobre o tema são encon- atenção, a memória e a relação causa-efeito, pre-
tradas na teoria Cattell-Horn-Carroll das capa- cisam estar frequentemente presentes nas roti-
cidades cognitivas, na teoria das Inteligências nas da criança. Programas como o de Promoção
Emocionais de Goleman e na teoria das Cognitiva de Almeida, Morais e Ramalho (2009),
Inteligências Múltiplas de Gardner. Em todas que trabalham a ideia do “aprender a pensar” e
elas, os autores buscam, através da associação de o “aprender a aprender” têm se mostrado efe-
capacidades, explicar o que é inteligência. tivos nas atividades de resolução de problemas.
Para Cattell-Horn-Carroll, os processos As atividades que propiciam ao grupo a discus-
que delineiam a inteligência estão associados são sobre diferentes possibilidades na resolução
às capacidades cognitivas que permeiam a in- das tarefas se mostram positivas no aumento da
teligência fluida, o conhecimento quantitativo, autoestima, na satisfação pessoal e profissional,
a inteligência cristalizada, a leitura e a escrita, no êxito na resolução de situações cotidianas,
a memória de curto prazo, o armazenamento permitindo a autonomia do indivíduo no meio
e a recuperação a longo prazo, a velocidade de em que vive.
processamento, a velocidade de decisão/rea- Além disso, melhoras nas condições de nu-
ção, o processamento visual e o processamento trição, saúde, educação, ambiente social e pa-
auditivo. Considera-se o modelo mais avan-
drão de fertilidade, nos últimos anos, parecem
çado das teorias psicométricas da inteligência
ser alguns dos fatores responsáveis pelo aumen-
(SANTOS; PRIMI, 2005).
to do quociente de inteligência (Efeito Flynn),
Na teoria das Inteligências Emocionais de
observado nas últimas gerações (FLYNN, 2006).
Goleman (2012), além das aptidões mentais,
O incentivo das capacidades intelectuais em
qualidades pessoais, como autoestima, felicida-
bebês, com estimulação desde o nascimento, a
de e empatia atuam como uma entidade única.
promoção da saúde, como o acompanhamento
Para ele, a Inteligência Emocional é a capacida-
médico adequado e melhora nos padrões nutri-
de de reconhecer os sentimentos do outro e de
si próprio, de se motivar e gerenciar de forma cionais, assim como o suporte para famílias de
adequada as emoções em si e nas relações. baixa renda são ações essenciais, no que diz res-
Já Gardner apresenta em, sua teoria das in- peito ao aprimoramento cognitivo.
teligências múltiplas, a ideia de oito habilidades, 6 Considerações finais
trabalhando em conjunto: a inteligência lin-
guística, lógico-matemática, musical, espacial, Ao se levar em consideração os aspectos
corporal-cinestésica, interpessoal, intrapesso- apresentados, conclui-se que a aprendizagem
al e naturalista. Ele fala também do papel da para os alunos deve ocorrer de forma prazero-
identificação de potencialidades de cada pessoa sa. Por se mostrarem positivas para uma me-
com o objetivo de canalizá-las e aperfeiçoá-las, lhor aquisição e evocação da memória, ativida-
proporcionando, dessa forma, que os indivídu- des que promovam estados de emoção positiva
os estejam mais motivados para desenvolver e aulas que se utilizam de imagens podem ser
as atividades, para as quais possuem talento usadas como ferramentas que podem aprimorar
(GARDNER; CHEN; MORAN, 2010). o aprendizado. Nessa ótica, o estado de emoção

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SOUSA, A. B.; SALGADO, T. D. M.

positiva e o entusiasmo de um professor, ao CAMPOS, A.; GÓMEZ-JUNCAL, R.; PÉREZ-


apresentar sua aula, podem contagiar favora- FABELLO, M. J. Experiencia en la mnemotecnia
velmente os seus alunos, facilitando o processo y aprendizaje incidental con imágenes
de aprendizagem, através da melhora na capa- normales y raras. Estudos de Psicologia, v. 25,
cidade de memorização daquilo que está sendo n. 3, p. 321-331, jul./set. 2008.
abordado. Nem todas as pessoas estão prepara-
das para desenvolver todas as habilidades cog- CAHIL, L.; McGAUGH, J. L. Mechanisms
nitivas em alto padrão, por isso, reconhecer o of emotional arousal and lasting declarative
potencial de cada um e aperfeiçoar as habilida- memory. Trends in Neurosciences, v. 21, n. 7,
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