Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Competências e Estrutura
Argumento Concreto: esse tipo de argumento é uma prova cabal do que está sendo dito
pelo autor e trata-se de dados estatísticos oriundos de pesquisas confiáveis, fatos reais que
comprovam a tese do autor, textos legislativos (leis de todas as instâncias).
DESENVOLVIMENTO
INTRODUÇÃO (6 a 8 linhas cada parágrafo) CONCLUSÃO
(6 a 8 linhas)
(5 a 7 linhas)
• Argumento 1: afirmação
• Retomada da tese
• Apresentar o tema →explicação →
(opcional);
com contextualização; fundamentação →
consequência na • Soluções para o tema;
• Apresentar sua tese
sociedade. • Fechamento (pode
com base no tema; retomar a
• Apresentar o • Argumento 2: afirmação
contextualização da
argumento 1 e o →explicação → introdução. Nunca citar
argumento 2. fundamentação → informação nova).
consequência na
sociedade.
INTRODUÇÃO
Embora a Constituição Federal de 1988
assegure o acesso à cultura como direito
de todos os cidadãos, percebe-se que, na
atual realidade brasileira, não há o
cumprimento dessa garantia, 2019
principalmente no que diz respeito ao
cinema. Isso acontece devido à
concentração de salas de cinema nos
grandes centros urbanos e à concepção
cultural de que a arte direcionada aos
mais favorecidos economicamente.
Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de que a arte não abrange a
população de baixa renda é um fato limitante para que haja a democratização plena da cultura e,
portanto, do cinema. Isso é retratado no livro "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, o qual
ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de miserabilidade vive, e, assim, mostra como o
acesso a centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não necessariamente pela
distância física, mas pela ideia de pertencimento a esses espaços.
Além disso, a ignorância social frente à conjuntura bilíngue do país é uma barreira para capacitação
pedagógica do surdo. Helen Keller – primeira mulher surdo-cega a se formar e tornar-se escritora – definia a
tolerância como maior presente de uma boa educação. O pensamento de Helen não tem se aplicado à sociedade
brasileira, haja vista que não se tem utilizado a educação para que se torne comum aos cidadãos a proximidade
com portadores de deficiência auditiva, como aulas de Libras, segunda língua oficial do Brasil. Dessa forma,
torna-se evidente o distanciamento causado pela inexperiência dos indivíduos em lidar com a mescla que forma
o corpo social a que possuem.
AGENTE (quem vai fazer?) – Estado, Poder Legislativo/Judiciário, Mídia (Alguém, ninguém, alguns,
uns, uns e outros, você; Nós, nós (oculto), alguns de nós, todos nós, a gente – desde que não
especificados; Verbo no modo imperativo – desde que não haja vocativo.)
AÇÃO (o que vai ser feito?) – Promover a inserção/ o investimento; fiscalizar a aplicação; criar leis;
divulgar campanhas
MODO (como vai ser feito?) – Através de...., por meio de..., verbos no gerúndio (desenvolvendo
palestras nas escolas; inserindo a discussão como tema transdisciplinar)
EFEITO (com que finalidade? Quais os objetivos que serão alcançados? A fim de que...Com o
objetivo/com o escopo de...para que...)
DETALHAMENTO é o elemento que acrescenta informações à ação interventiva,
ao agente, ao modo/meio ou ao efeito. Ele tem papel fundamental para uma
formulação mais concreta e mais elaborada da proposta de intervenção. NOVIDADE: LOCAL
✓Quem executa? (agente)
✓O que deve ser feito? (ação)
✓Como se executa?/Por meio do quê?
Exemplo 1 (modo)
✓Para quê? (efeito)
✓Que outra informação sobre esses
elementos foi acrescentada pelo
participante? (detalhamento)
Diante disso, faz-se mister que instituições formadoras de opinião - como escolas,
universidades e famílias socialmente engajadas - promovam debates amplos e
constantes acerca da importância de garantir o respeito e a igualdade de
oportunidades a essa parcela social, a partir de diálogos nos lares, de seminários e de
feiras culturais em ambientes educacionais. Assim, reduzir-se-ão os
empecilhos existentes hoje em relação à educação de surdos na Nação.
✓Quem executa? (agente)
✓O que deve ser feito? (ação)
✓Como se executa?/Por meio do quê?
Exemplo 3 (modo)
✓Para quê? (efeito)
✓Que outra informação sobre esses
elementos foi acrescentada pelo
participante? (detalhamento)
Dessa forma, pode-se perceber que o debate acerca da democratização do cinema é imprescindível
para a construção de uma sociedade mais igualitária. Nessa lógica, é imperativo que o Ministério da
Economia destine verbas para a construção de salas de cinema, de baixo custo ou gratuitas, nas
periferias brasileiras por meio da inclusão desse objetivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o
intuito de descentralizar o acesso à arte. Além disso, cabe às instituições de ensino promover passeios
aos cinemas locais, desde o início da vida escolar das crianças, mediante autorização e contribuição
dos responsáveis, a fim de desconstruir a ideia de elitização da cultura, sobretudo em regiões
carentes. Feito isso, a sociedade brasileira poderá caminhar
para a completude da democracia no âmbito cultural."
Ação como elemento nulo
Como consequência dessa elitização dos espaços públicos, que promove a exclusão das camadas mais periféricas, é
observado um bloqueio intelectual imposto a essa parte da população. Nesse sentido, assuntos pertinentes ao saber
coletivo, que, por vezes, não são ensinados nas instituições formais de ensino, mas são destacados pelos filmes
exibidos nos cinemas, não alcançam as mentes das minorias sociais, fato que impede a obtenção do conhecimento e,
por conseguinte, a plenitude da essência aristotélica. Essa situação relaciona-se com o conceito de "alienação",
descrito pelo alemão Karl Marx, que caracteriza o estado de insuficiência intelectual vivido pelos trabalhadores da
classe operária no contexto da Revolução Industrial, refletido na camada pobre brasileira atual.
Portanto, fica evidente a importância do cinema para a construção de uma sociedade mais culta e a
necessidade de democratização desse recurso. Nesse âmbito, cabe ao Ministério da Educação e da Cultura
promover um maior acesso ao conhecimento e ao lazer, por meio da instalação de cinemas públicos nas
áreas urbanas mais periféricas - que deverão possuir preços acessíveis à população local -, a fim de evitar
a situação de alienação e insuficiência intelectual presente nos membros das classes mais baixas. Desse
modo, o cidadão brasileiro poderá atingir a condição de plenitude da essência, prevista por Aristóteles,
destacando-se, logo, das outras espécies animais, através do conhecimento e da cultura”.
Augusto Scapini
REDAÇÃO NOTA 1000 ENEM 2018
Em 2018, o tema foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”
"Após o fim da Guerra Fria, em 1990, e o estabelecimento do capitalismo em praticamente todo o mundo, as
empresas utilizam-se cada vez mais dos meios midiáticos e da tecnologia para promoverem seus produtos de 16
maneira direcionada e flexibilizada aos consumidores. Com efeito, nota-se crescente número de pessoas
consumistas e endividadas, problema agravado na contemporaneidade. Assim, cabe a análise acerca de causas,
consequências e possível solução da problemática.
Mormente, é importante ressaltar os fatores que possibilitaram o aumento da influência midiática. Adorno
e Horkheimer, dois importantes filósofos da escola de Frankfurt, definiram como indústria cultural a padronização e
massificação dos produtos como forma de lucratividade. Tais métodos, aliados às facilidades que a tecnologia traz
em rastrear os sites de compras visitados pelo consumidor, permitem a manipulação das pessoas por meio de
propagandas direcionadas. Desse modo, como dito por Theodor Adorno, os cidadãos têm a liberdade de escolher
sempre a mesma coisa; algo grave, tendo em vista o ferimento do direito de escolha do indivíduo.
Vale também ressaltar os efeitos desse fenômeno. De acordo com uma pesquisa publicada no portal G1, os
brasileiros passam cerca de 4 horas diárias conectados à rede. Como grande parte do conteúdo na internet é
moldada ao usuário, é cada vez mais comum encontrar pessoas que passam horas assistindo, ouvindo ou lendo
coisas de interesse próprio, pois essas pessoas são bombardeadas diariamente com sugestões que atendem ao seu
perfil. Dessa maneira, os indivíduos têm sua opinião e comportamento moldados inconscientemente, podendo criar
padrões consumistas, algo que gera endividamento e desperdício e precisa mudar urgentemente.
Depreende-se, portanto, que o controle dos dados na internet pode ser muito prejudicial ao
cidadão e necessita de mais atenção. O governo federal, como instituição regulamentadora da internet e
propaganda, deve criar medidas que controlem e reduzam a publicidade direcionada, por meio da
fiscalização e criação de leis que exijam a transparência das empresas. Espera-se, com isso, que os
brasileiros possam ter a liberdade de escolha garantida e, assim, sejam menos manipulados pela mídia,
como Adorno e Horkheimer defendiam”.
Fabrício da Silva