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1º SEMINÁRIO
Realização
Fundação Getulio Vargas
FGV Management
1
Todos os direitos quanto ao conteúdo deste material didático são reservados ao(s)
autor (es).
Bibliografia
1. Pesquisa científica 2. Produção de
Conhecimento Cientifico 3. Normas da ABNT
I. Título.
3
(perfil da disciplina)
1.1 Ementa
Construção progressiva de competências metodológicas visando a preparação
para a produção de Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCC), em MBA modular,
por meio da realização de três seminários de aquisição e aplicação de conteúdos e
de três apresentações escritas de relato de experiência, também apresentadas
oralmente em fóruns de produção científica, agendados para este fim.
1.3 Objetivos
- identificar problemas de pesquisa com a utilização de matriz de avaliação
construída por meio de portfólios de desempenho intelectual.
- estruturar planejamento de pesquisa para utilização como plano de estudo de
experiências empresariais.
- elaborar o estudo de experiências empresariais em função de referenciais
teóricos próprios.
- redigir textos com relatos das experiências.
- apresentar textos formatados conforme normas vigentes da ABNT.
- apresentar síntese oral nos fóruns de produção científica específicos de cada
etapa.
1.5 Metodologia
A disciplina se desenvolverá por meio de três Seminários de Aquisição e
Aplicação de Conteúdos e três (ou quatro) Fóruns de Produção Científica. Entre
os seminários e os fóruns, as equipes terão oportunidade de até duas orientações
metodológicas, como suporte para elaboração e apresentação gráfica e oral dos
conteúdos produzidos.
Os seminários se desenvolverão por meio de:
- exposição dialogada com auxílio de PowerPoint, flip chart e quadro;
- exercícios práticos de produção de portfólios e planejamento de pesquisa,
realizados em equipes;
- leitura complementar do material de apoio indicado em cada cada
seminário;
- redação de portfólios que destaquem a problemática fundamental do
módulo;
- redação de textos no formato de relato de experiência; e
- apresentação oral dos conteúdos desenvolvidos nos fóruns de produção
científica.
MATERIAL DE APOIO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ......
1º. SEMINÁRIO DE AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO DE CONTEÚDOS (SAAC) E 1º.
FÓRUM DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA: A CONSTRUÇÃO PROGRESSIVA DE
COMPETÊNCIAS METODOLÓGICAS E O PLANEJAMENTO DE PESQUISAS
CIENTÍFICAS
1 Educação e pesquisa: uma triste história e um susto recente ......
2 Efeitos nocivos da história: o hábito de “não ser capaz de” ......
3 Para “virar a mesa” da educação e da produção ......
4 Na prática, um hábito é uma criação progressiva ......
5 A construção da matriz de avaliação profissional por meio da utilização do
portfólio de desempenho ......
6 A apresentação escrita dos estudos de caso por meio do relato de experiência....
PLANEJAMENTO DE PESQUISAS CIENTÍFICAS
1 Problematização ......
2 Seleção/delimitação do problema de pesquisa ......
3 Geração de hipóteses ......
4 Objetivo geral ......
5 Objetivos específicos ......
6 Procedimentos de coleta de dados ......
2º. SEMINÁRIO DE AQUISIÇÃO E APLICAÇÃO DE CONTEÚDOS (SAAC) e 2º.
FÓRUM DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA: A EXECUÇÃO E A APRESENTAÇÃO
GRÁFICA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA ......
1 A coleta de dados ......
1.1 Coleta de dados por meio de pesquisas de campo e laboratório .....
1.2 Coleta de dados por meio de pesquisas bibliográficas ......
1.2.1 Textos técnicos/científicos ......
1.2.2 Leitura dos textos técnicos;científicos ......
10
INTRODUÇÃO
1
MANO, Cristiane. A quarta onda: entrevista com Alvin Toffler. In: Exame. S. P.: Abril, 15 de maio de
2002. p. 89. (Edição especial de 35º aniversário).
13
(profissional de nível superior tem de sentir que faz jus a esse nível). Não basta
mais o conhecimento instrumental. É urgente a geração da sabedoria científica,
ou seja, não basta ter dados, é necessário saber o que fazer com eles, gerar e gerir
o próprio capital intelectual.
* * *
1 problematização;
2 seleção/delimitação do problema;
3 formulação da hipótese;
1 Problematização
24
3 Geração da hipótese
25
4 Objetivo geral
26
5 Objetivos específicos
O objetivo geral, por escolha do pesquisador, torna-se então o seu
problema intelectual a ser resolvido. Como se sabe, os problemas intelectuais
podem (e devem) ser divididos em tantas partes quantas possíveis ou necessárias
para bem resolvê-los. Por esta razão, o problema expresso como objetivo geral
será subdividido em tantos objetivos específicos quantos necessários para o
3 Cf. no APÊNDICE D – Taxionomia dos objetivos, os principais verbos em língua portuguesa que
indicam ação intelectual.
28
* * *
31
1 A coleta de dados
Coletar dados é juntar as informações necessárias ao desenvolvimento dos
raciocínios previstos nos objetivos. É realizar o estudo do problema científico
levantado. No caso de uma monografia, a referência para a coleta são os objetivos
específicos. No caso de um relatório, as referências de coleta são o objetivo geral,
e as variáveis que se desejem testar para a(s) hipótese(s) nele contida. De resto,
como se fará a coleta de dados, que recursos serão utilizados, já foi planejado no
item de planejamento “procedimentos de coleta”. Na prática, a coleta de dados
consistirá em pôr em andamento os procedimentos planejados para os objetivos
específicos, obedecendo ao cronograma estabelecido pelo pesquisador, lembrando
sempre que o principal resultado esperado de uma coleta de dados é a produção
de conhecimentos para o pesquisador.
32
o mesmo “bicho que muge, pasta e dá leite” será chamado de “vaca” ou “cow”, de
maneira puramente convencional, em língua portuguesa ou em língua inglesa.
Estabelecido, pois, o que é um fato, um dado e um signo, entende-se o
que é e como interagem a realidade, o conhecimento e a linguagem.
Na realidade existem fatos que são comuns. Isto é, objetos e fenômenos
que se apresentam com grande freqüência ao cotidiano das pessoas. Cabelo,
chuva, árvore, homem, mulher, são fatos corriqueiros, estão presentes quase todo
o tempo para quase todas as pessoas. O contato racional com esses fatos comuns
gerará dados que são também comuns. Ou seja, fatos corriqueiros, cotidianos,
serão apreendidos como dados corriqueiros. Não é por acaso que os fatos
comuns se tornaram familiares. De fato, convivem externa e internamente
conosco quase o tempo todo...
Quando representados por signos, fatos e dados comuns se mostrarão por
signos comuns. E, se tal representação se fizer através de uma língua, seja oral,
seja escrita, os sons ou sinais gráficos serão comuns, corriqueiros. A
decodificação destes signos, isto é, a transformação dos sinais novamente em
dados/fatos, o entendimento da língua, será quase automático. Afinal, o
ouvinte/leitor está familiarizado com o conjunto fatos/dados/signos ali utilizado.
Por outro lado, existem fatos que são incomuns. Existem coisas e
fenômenos que não se apresentam corriqueiramente ao cotidiano da maioria das
pessoas. Sinapses neuronais, movimentos diastólicos, fissão atômica,
fenômenos/noúmenos, não são fatos corriqueiros, não estão quase todo o tempo
presentes para quase todas as pessoas. O contato racional com estes fatos
incomuns, gerarão dados também incomuns, dados que não são corriqueiros,
por isso mesmo, pouco familiares, pois pouco se convive com eles. Também os
signos que eventualmente representem tais dados, serão incomuns. No caso de
utilização de uma língua, oral ou escrita, as palavras representantes de tais
fatos/dados serão incomuns. É claro que a decodificação desta linguagem torna-
se mais difícil, uma vez que o conjunto fatos/dados/signos é pouco familiar.
O conjunto dos dados comuns formam o conhecimento em nível vulgar, o
chamado senso comum. O senso comum é formado pelo conjunto familiar dos
dados, por aquilo que todo mundo conhece. Na verdade, é o conjunto maior dos
dados individuais. Esses dados são adquiridos nos contatos informais, empíricos,
36
5Embora o conhecimento técnico/científico tenha vocação inata para tornar-se senso comum, uma
vez que a ciência desenvolve-se como auxiliar da vida e a teoria como tentativa de melhorar a
prática.
37
Veja agora este exemplo, sem a identificação numérica, mas com tipos
gráficos idênticos indicando seqüência/pertença:
Capítulo 4
39
ainda. Sugere-se a anotação no próprio texto (se tal for permitido, é claro), no
início ou no final da linha onde se encontre o elemento desconhecido. Ao final
desta coleta, é fundamental esclarecer todos os elementos desconhecidos,
utilizando-se de dicionários, enciclopédias, professores, colegas ou qualquer
outro meio disponível.
A análise textual pretende ser uma etapa provisória da leitura. Considere-
se que os termos que designam os fatos particulares contemplados por certa
ciência é de número bastante limitado. Isto é, constituem um percentual bastante
reduzido do conjunto das palavras de uso corrente em uma língua. Se
gradualmente resolvidos, a leitura de textos relativos a certa ciência apresentará
um volume cada vez menor de barreiras lingüístico-culturais. Além disso,
aumenta consideravelmente o domínio do leitor em relação a esta ciência, já que
notoriamente a primeira dificuldade de conhecimento de uma ciência é o domínio
de sua terminologia específica ...
Quando não houver barreiras lingüístico-culturais no texto, faz-se a
análise temática. Agora o objetivo é entender as idéias apresentadas pelo
autor, expressas nas frases que compõem o texto. Pode-se dizer que cada frase9
encerra uma idéia completa.
As idéias que compõem um texto agrupam-se em parágrafos. 10 O
parágrafo é a menor porção autônoma de um texto e, portanto, a menor unidade
de leitura. Nos parágrafos de um texto encontram-se dois tipos de idéias: idéia
principal e idéia(s) secundária(s). Ler e entender um texto consiste, a princípio,
em entender o conjunto de suas idéias principais.
Idéias principais são encontradas uma em cada parágrafo. São as “idéias
importantes” que o autor resolveu transmitir 11. As idéias principais compõem o
conteúdo importante do assunto anunciado pelo título, segundo a visão daquele
autor. Foram previamente escolhidas e seqüenciadas por ele, em função de um
objetivo (expresso pelos títulos/subtítulos), de modo que o conjunto de
11 Observe-se que não há uma idéia que seja principal ou secundária por si mesma. É escolha de
quem escreve.
41
parágrafos, derivados destas idéias, formem uma seqüência lógica, uma unidade.
O entendimento de um texto resolve-se, portanto, no estudo de cada um de
seus parágrafos.
Reconhecer a idéia principal de um parágrafo é tarefa relativamente fácil.
No parágrafo, a idéia principal é expressa pela frase em função da qual
estão escritas as outras frases que o compõem. Ou seja, as idéias secundárias
são escritas “ao redor” de uma idéia principal. A função das idéias secundárias é
melhorar/facilitar o entendimento da idéia principal. Elas explicam,
exemplificam, esclarecem, detalham etc. a idéia principal. Pense-se num sistema
planetário, com um sol no centro e planetas “em função” do sol ... Sugere-se,
além disso, na procura pela idéia principal, especial atenção à primeira frase dos
parágrafos: quase sempre já expressa a idéia principal. Se não estiver ali,
observe-se a última frase do parágrafo. Em outros termos, preste-se especial
atenção às extremidades dos parágrafos.
De início, é a idéia principal de cada parágrafo, a frase inteira, que se deve
destacar, grifar. Com certa prática, é possível destacar também informações-
chave de idéias secundárias. A informação-chave é o conjunto sintático de maior
peso em uma frase, isto é, a informação mais importante de certa frase. Por
exemplo, ao dizer “Pedro foi a Curitiba de carro ontem”, nota-se que o conjunto de
sete palavras (morfologia) transmitem cinco informações (sintaxe): Pedro/ foi/ a
Curitiba/ de carro/ ontem. O mesmo conjunto de palavras pode ter como
informação-chave qualquer dos cinco conjuntos sintáticos. No texto falado,
alterações na velocidade e/ou intensidade da voz indicarão para o ouvinte a
informação chave. No texto escrito, depende-se do contexto. Ou seja, idéias
secundárias recebem contexto da idéia principal. Idéias principais, por seu
turno, recebem contexto dos títulos identificadores do conteúdo dos parágrafos.
Em resumo, a leitura do texto técnico se faz considerando a seqüência
lógica do texto (divisão); resolvendo os elementos desconhecidos, as barreiras
lingüístico-culturais (análise textual); entendendo as idéias principais do autor
(análise temática).
12 Aos interessados em aprender mais a respeito de como fazer anotações, sugere-se o estudo
apresentado por Gérard HOFFBECK e Jacques WALTER, Como tomar notas rapidamente e bem,
com tradução de Oswaldo Louzada Filho, publicado pela Editora Nobel, S. Paulo.
44
resulta, como já dito, em uma “massa” de dados composta por dois elementos: o
“texto pensado” e um conjunto de “detalhes significativos anotados”. O que se
tem ao final da coleta é um conjunto de informações/idéias anotadas/pensadas,
que apresentam/descrevem informações/idéias, julgadas pertinentes ao
desenvolvimento do raciocínio previsto no objetivo.
A primeira providência é realizar uma seleção das idéias significativas e
seus detalhes pertinentes. São idéias importantes, candidatas naturais a idéia
principal. Com efeito, no decorrer dos procedimentos de coleta, muitos elementos
são anotados. Deve-se agora estudar estas informações, considerando sempre o
objetivo para o qual foram coletadas. Este estudo visa separar as
idéias/informações julgadas realmente necessárias para a composição do texto
previsto pelo objetivo, separando aquelas idéias/informações semelhantes,
repetidas ou, numa segunda olhada, irrelevantes.
Com o conjunto texto pensado/dados anotados efetivamente “limpo”, deve-
se agora organizar seu aproveitamento. Primeiramente verifica-se se o texto
pensado contém “blocos de assunto”, isto é, se há possibilidade de agrupamentos
maiores de idéias, que possam caber abaixo de um subtítulo comum (lembre-se:
títulos/ subtítulos sempre devem indicar o conteúdo abaixo deles).
O próximo passo é a hierarquização de idéias. Se o texto pensado permite
o estabelecimento de blocos, a hierarquização das idéias é feita em cada um
dos blocos, utilizando-se do título do bloco para nortear a melhor seqüência. Seja
para blocos, seja para o objetivo principal, as idéias a serem escolhidas serão
aquelas que o pesquisador classifique como as mais importantes, entre todas
as que tem pensadas/anotadas. Sugere-se que tenham a seqüência em que
devem aparecer identificada por números ou letras, no todo ou nos blocos
menores.
Resumindo, a redação inicia-se pela seleção das idéias/ informações;
segue-se a organização de blocos de idéias; faz-se a hierarquização das idéias.
Agora as informações, escolhidas e seqüenciadas, estão prontas para serem
redigidas.
13 Cf. mais detalhes sobre formatos de citações e como referenciá-las em Apresentação gráfica de
é preciso usá-las com bom senso. Também se deve misturá-las com argumentos
próprios. Não é de boa técnica fazer várias citações seguidas sem uma amarração
pessoal intermediária. Nem é adequado apresentar um trabalho com uma
quantidade muito grande de citações e uma pequena contribuição pessoal. A
exceção fica (...) para os textos analíticos/críticos de obras específicas ou de
produção científica de determinado autor. Neste caso são admitidas em maior
número. As poucas citações ou a ausência delas não é característica dos trabalhos
científicos. Nestes, espera-se que a pesquisa bibliográfica feita apareça no trabalho.
Admite-se [entretanto], texto com poucas ou nenhuma citação em trabalhos
técnicos, cuja função é orientar a ação do leitor ou textos didáticos que buscam
transmitir conhecimentos diretos com simplicidade, e que demonstrem a
experiência e/ou conhecimento pessoal do autor.15
14 NUNES, L. A. R. Manual da monografia jurídica: como se faz uma monografia, uma dissertação,
- Margem superior: 3cm; margem esquerda: 3cm; margem inferior: 2,0 cm;
margem direita: 2cm. (a partir das bordas da folha).
- Paginação: em algarismos arábicos, no canto superior direito da página.( as
páginas são contadas a partir da folha de rosto (inclusive), mas só começam a ser
numeradas a partir da primeira página da Introdução).
- Encadernação: basta um grampo em diagonal, no canto superior esquerdo,
para manter as folhas juntas e em seqüência. Ou a encadernação com espiral e
capa transparente (elementos de capa devem estar aparentes).
3.3.2 Citações
Citação é a inclusão no texto de informações extraídas de outras fontes.
Podem ser citações curtas (até 3 linhas) ou longas (acima de 3 linhas), diretas
ou indiretas.
Citações curtas entram no alinhamento normal do texto, como parte de
um parágrafo, entre aspas.
Exemplo de citação curta:
... a Filosofia, compõe-se do conjunto organizado de sugestões a
respeito de como “ enxergar uma palmo diante do próprio nariz, o que não é tão
fácil nem tão inútil como muitos pensam”.
Citações longas devem ser destacadas do parágrafo (3 espaços simples
dos parágrafos anterior e posterior), adentradas (mais ou menos 2,5cm da
margem esquerda), sem recuo de parágrafo (mesmo que no original o seja),
digitada em espaço simples e, se possível, com tipo menor. Se o texto já
apresentar aspas, ao ser citado, elas transformam-se em aspas simples.
Exemplo de citação longa:
... Pesquisar é o exercício intencional da pura atividade intelectual, visando
melhorar as condições práticas de existência. PINTO explica que
16 Caso se tenha dois ou três autores com o mesmo sobrenome, deve-se acrescentar as iniciais dos
18 PINTO, Álvaro Vieira. Ciência e existência: problemas filosóficos da pesquisa científica. São Paulo:
19 p. 426-427.
59
20 Não se deve confundir introdução (ou prólogo) com prefácio ou apresentação, geralmente
encontrados em livros. Introduções e prólogos são, normalmente, escritos pelo mesmo autor do
texto que se lerá, e tem finalidade intelectual. Prefácios e apresentações são, normalmente, escritos
por um terceiro, quase sempre mais conhecido/respeitado na comunidade a que se destina a obra,
e cumpre função basicamente “comercial”.
60
falta ele faria, ou, em que ele ajuda a “segurar” uma ciência; também para que
ou quem ele serve no meio social, que falta ele faria às pessoas caso não existisse.
Na seqüência, deve-se mencionar eventos (sociais, científicos, acadêmicos)
desenvolvidos, em desenvolvimento ou, mesmo, a serem desenvolvidos,
que guardem qualquer relação com o tema investigado, e que, afinal, demonstrem
a importância que se disse ter o assunto. Comumente, a menção de publicações
(livros, periódicos, etc.) que, de alguma forma, demonstraram interesse pela
mesma temática, e que tipo de interesse foi demonstrado, já é o bastante. Isto
situa o leitor quanto ao “status” científico do tema, o estado da arte.
3.6 Referências 21
21
Cf. APÊNDICE F - Normas para a referência de documentos. Ali se encontram MODELOS
para a referência de todos os documentos utilizáveis.
61
Por exemplo:
3.7 Capa
A capa é responsável pelo impacto visual inicial dos trabalhos. É também
um elemento informativo importante. Pode conter (é um elemento opcional) a
instituição tuteladora (do órgão superior para o inferior) e o curso onde se
inscreve o trabalho apresentado, com primeira linha iniciando a partir da
62
3.9 Sumário
Sumário é a apresentação das principais divisões do trabalho, com a
indicação das respectivas páginas. É importante lembrar que a função primária
desta parte é indicar para o leitor e esquema lógico do texto, e, secundariamente,
indicar páginas.
Com exceção do título (SUMÁRIO), que vai em maiúsculas, negrito e
centralizado, todos os elementos são alinhados à esquerda, inclusive introdução e
conclusão, iniciando-se os elementos textuais pelo indicativo numérico de
seqüência e pertença. Entram então os elementos pós-textuais que constarem no
texto.
As margens e as entrelinhas devem ser os mesmos do texto. Pode-se,
porém, para efeito sinóptico ou prático, diminuir espaços e tamanho das letras.
63
Capa
Lombada
Folha de rosto
Errata
Folha de aprovação
Dedicatória
Agradecimentos
Epígrafe
Resumo na língua vernácula
Resumo em língua estrangeira
Lista de ilustrações
Lista de tabelas
Lista de abreviaturas e siglas
Lista de símbolos
Sumário
Introdução
(desenvolvimento)
Conclusão
Referências
Glossário
Apêndice(s)
Anexo(s)
Índice(s)
CONCLUSÃO
* * *
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3.ed. São Paulo:
Atlas, 1993.159 p.
APÊNDICES
2 Resenhas
De modo geral, resenhar consiste em examinar e apresentar o conteúdo de
obras já prontas e publicadas, acompanhado ou não de avaliação crítica. É talvez
o nível mais elementar de texto científico, e caracteriza-se apenas como trabalho
exploratório, pois embora possa conter uma crítica, o texto base já está pronto.
Resenhas podem ser feitas com objetivos diferentes. Pode-se chamar resenha
73
3 Relatórios científicos
Relatar é basicamente “contar o que se observou”. É tipicamente o primeiro
texto produzido após uma pesquisa de campo ou de laboratório, onde o
74
pela conclusão. Apresenta, enfim, aspectos relevantes que possam inclusive vir a
suscitar continuidade para a pesquisa por ele realizada.
- referências: (o elenco dos materiais escritos utilizados como fontes de
informação na confecção do texto, apresentados conforme normas.)
4 Monografias
Monografia é um texto de primeira mão resultante de pesquisa científica e
que contém a identificação, o posicionamento, o tratamento e o fechamento
competentes de um tema/problema. A monografia é um texto essencialmente
analítico, em que o objeto ( o tema, o problema) é geralmente bem delimitado em
extensão (um objetivo geral, “aberto” em objetivos específicos logicamente
interligados e seqüenciados) , de forma a permitir o aprofundamento do estudo.
Fundamenta-se na organização e na interpretação analítica e avaliativa de
dados, conforme objetivos (propostas de raciocínio) preestabelecidos. A matéria
prima dos raciocínios são os dados, que basicamente se constituem de axiomas
científicos (verdades aceitas por diversas ciências), da autoridade de autores
consagrados, ilustrações, testemunhos e, até mesmo, da experiência pessoal
coerente do pesquisador. Os raciocínios são desenvolvidos de forma indutiva
(parte-se de experiências e observações particulares para se chegar a um
princípio geral), ou de forma dedutiva (parte-se de um princípio geral para
verificá-lo em casos particulares), ou, ainda, de forma dialética (a comparação e
crítica de idéias divergentes) 23.
23 Deve-se ter especial cuidado para não incorrer em falácias ou sofismas, que são “raciocínios
falsos”. A inexatidão pode ser causada pelo erro de raciocínio, por observações enganosas,
ignorância de causas, falsas comparações, etc. Cf. a propósito SANTOS, A. R. “Conhecer ou não
conhecer: eis a diferença”. In: CORDI, C. e. o.. Para Filosofar. S. Paulo: Ed. Scipione, 1994;
BASTOS, C.L., KELLER, V.. Aprendendo Lógica. Petrópolis: Ed. Vozes, 1991.
76
5 Sinopses e resumos
São textos reduzidos. A sinopse é um pequeno texto (25 a 50 linhas),
geralmente redigido pelo autor ou o editor de uma obra. A característica essencial
da sinopse é a apresentação concisa dos traços gerais, das idéias maiores, das
grandes linhas da obra. É um texto normalmente inserido no início dos textos
publicados e é muito útil para a realização de levantamentos bibliográficos.
O resumo, normalmente um texto mais longo ( 10% a 25% do texto
original), levanta as idéias essenciais do texto-base e deve manter o espírito do
autor. Procuram-se preservar suas intenções e ênfases, tratando com mais
detalhe aquilo que o autor trata mais longamente.
Enquanto na sinopse se permite alguma interpretação e apreciação, no
resumo procura-se guardar absoluta fidelidade ao texto original.
24
O APÊNDICE B , infra, detalha este formato de texto. O APÊNDICE C oferece um modelo.
77
- sinopse ou resumo.
- introdução.
- corpo do relatório (referencial teórico, metodologia e materiais, apresentação
dos resultados, análise e interpretação dos resultados, recomendações e
sugestões, se for o caso).
- conclusão.
- referências. (o elenco dos materiais escritos utilizados como fontes de
informação na confecção do texto, apresentados conforme normas.)
7 Artigos científicos
Visa publicar resultados de um estudo. Embora tenha formato reduzido
(entre 5 e 10 páginas), é sempre um trabalho completo, um texto integral.
São geralmente utilizados como publicações em revistas especializadas,
seja para divulgar conhecimentos, seja para comunicar resultados ou novidades
a respeito de um assunto, como ainda, para contestar, refutar ou apresentar
outras soluções de uma situação controvertida. À semelhança das monografias,
deve conter uma introdução, um corpo (com subtítulos, porém não com capítulos)
e uma conclusão.
O formato comum de apresentação é:
- título (subtítulo) do trabalho.
- autor(es).
- credenciais do(s) autor(es). (formação, outras publicações, atividades
importantes desenvolvidas ou em desenvolvimento relativas ao assunto
apresentado).
- resumo.
- palavras-chave.
- sinopse ou resumo do texto.
- introdução.
- desenvolvimento ( subtítulos, não capítulos ).
- conclusão.
- referências. (o elenco dos materiais escritos utilizados como fontes de
informação na confecção do texto, apresentados conforme normas.)
78
* * *
Também Bruyne, Hernan & Schoutheete afirmam que “os estudos de casos
rigorosos não devem limitar-se a uma descrição, por mais documentada que seja,
mas apoiar-se em conceitos e hipóteses; devem ser guiados por um esquema
teórico, que serve de princípio norteador para a coleta de dados.” 29
1977. p. 65.
80
corpo)do texto escrito que relata experiências contém os mesmos elementos que
qualquer relatório científico, ou seja: introdução, referencial teórico,
metodologia, apresentação de resultados, análise dos resultados,
recomendações/sugestões, conclusão e referências
A introdução de um texto deve oferecer ao leitor um panorama geral a
respeito daquilo que encontrará durante a leitura 30. Uma boa introdução deve
conter alguns elementos básicos, que porém, não se constituirão em subtítulos.
Inicia-se com um relato a respeito da importância e abrangência do tema.
Ressalte-se primeiro para o leitor a área de interesse humano para a qual o
trabalho contribui. Um texto final de pesquisa deve ter relevância científica ou
social. Ou seja, o autor deve deixar claro qual é o “status” de seu assunto, que
falta ele faria, ou, em que ele ajuda a “segurar” uma ciência; também para que
ou quem ele serve no meio social, que falta ele faria às pessoas caso não existisse.
Na seqüência, deve-se mencionar eventos (sociais, científicos, acadêmicos)
desenvolvidos, em desenvolvimento ou, mesmo, a serem desenvolvidos,
que guardem qualquer relação com o tema investigado, e que, afinal, demonstrem
a importância que se disse ter o assunto. Comumente, a menção de publicações
(livros, periódicos, etc.) que, de alguma forma, demonstraram interesse pela
mesma temática, e que tipo de interesse foi demonstrado, já é o bastante. Isto
situa o leitor quanto ao “status” científico do tema, o estado da arte.
Apresentam-se, agora, ao leitor, os objetivos iniciais da pesquisa.
Primeiro, o objetivo geral, que quase sempre é apresentado abrindo um
parágrafo, assim: “O presente trabalho pretende ...” + objetivo geral. Por exemplo:
“ O presente trabalho pretende provar que limão é eficaz no combate a
resfriados.” Apresentam-se em seguida os objetivos específicos, porém, já com
o nome de capítulos (ou partes), que é no que foram transformados. Por exemplo:
“No primeiro capítulo se identificará a composição química do limão. O segundo
capítulo irá analisar o vírus do resfriado. O terceiro capítulo tratará de analisar
as reações do vírus do resfriado em presença do limão.”
30 Não se deve confundir introdução (ou prólogo) com prefácio ou apresentação, geralmente
encontrados em livros. Introduções e prólogos são, normalmente, escritos pelo mesmo autor do
texto que se lerá, e tem finalidade intelectual. Prefácios e apresentações são, normalmente, escritos
por um terceiro, quase sempre mais conhecido/respeitado na comunidade a que se destina a obra,
e cumpre função basicamente “comercial”.
81
“Diante disto, conclui-se que ...” ou “Tendo em vista o acima exposto, conclui-se
que ...” ou “Considerando as idéias acima, conclui-se que ...”. Faz-se então o
fechamento, a conclusão, em função do objetivo geral da investigação que se
desenvolveu e que foi proposto lá atrás, no planejamento.
Referências é a relação das fontes efetivamente consultadas no decorrer
da investigação científica. Consta da apresentação identificada de documentos
impressos e registrados (livros, periódicos, materiais cartográficos, gravações
sonoras, gravações de vídeo, etc.), bem como de documentos eletrônicos
(disquetes, CD-ROM, discos rígidos, e-mail etc.), acessados por protocolos como
http (hypertext transfer protocol) www (world wide web) ftp (file transfer protocol) e
outros. É um dos elementos que devem obrigatoriamente constar ao final dos
textos acadêmicos/científicos.
Devem-se utilizar os mesmos tipos e corpos utilizados no restante do texto.
É importante que se mantenha a uniformidade, de modo que o leitor entenda o
padrão utilizado. Duas situações especiais: deve-se utilizar caixa-alta
(MAIÚSCULAS) na palavra de entrada da obra (nome do(s) autor(es), ou outro
termo que irá iniciar a identificação da obra. Grifo (destaque em negrito, itálico,
sublinha) deve ser utilizado no título da obra. Se for parte de uma obra, reserva-
se o grifo para o título da obra maior, cuja parte se está referenciando. Por
exemplo, vai grifado o título do livro, e não o do capítulo utilizado ( que irá entre
aspas); ou o nome do jornal, da revista, e não o título do artigo (que irá entre
aspas).
Por exemplo:
SANTOS, A. R. dos. “Conhecer ou não conhecer: eis a diferença.” In: CORDI, C. et
alii. Para Filosofar. 6. ed. São Paulo: Scipione, 1994.
Por exemplo:
84
3 Esclarecimentos e adequações
Não é supérfluo relembrar que a produção de conteúdos científicos deve ter
originalidade (não necessariamente ineditismo). Um estudo de caso, como
qualquer outra atividade de pesquisa científica, envolve duas competências
distintas: a produção de conhecimentos e a apresentação escrita destes
conhecimentos. O planejamento (e o projeto de pesquisa científica resultante), e a
execução da coleta de dados (em função do que se planejou) são atividades que
produzem as “idéias” do pesquisador (o “texto pensado”). A execução da redação
do texto e sua formatação conforme normas da ABNT (que transforma o “texto
pensado” em texto escrito e que torna o texto escrito “pessoal” um texto “público”)
são atividades ligadas à necessidade de apresentação gráfica do texto. Também o
estudo de casos envolve, portanto, duas competências (produção e apresentação
escrita), três processos (planejamento, execução, apresentação gráfica) e quatro
produtos (projeto, “texto pensado”, texto escrito “pessoal”, texto escrito “público”).
O texto assim apresentado contém todos os elementos que permitem o
cumprimento da principal finalidade do texto científico: ensinar, sistemática e
metodicamente, conteúdos de uma ciência.
Com freqüência surge a pergunta: o que se deve apresentar de um “case”,
em uma situação de discussão científica/acadêmica?
A resposta a esta pergunta remete para a questão didática. Ou seja, deve-
se fazer diferentes planos de apresentação (oral ou mesmo escrita), para
diferentes situações de ensino e aprendizagem. Para isso, como em qualquer
plano de exposição, consideram-se primeiro os objetivos pretendidos para aquela
situação. Em função deles, escolhem-se (dentro do conteúdo pronto do relatório),
os conteúdos/informações a serem destacados para aquela situação. E em
* * *
32
Este texto foi produzido para o 1º. Fórum de Produção Científica, do MBA Executivo em
Gerencia por Projetos, turma ISAE-FGV 2005, de Londrina. Foi revisado conforme os objetivos
metodológicos do 1º. Fórum pelos professores Dr. Antonio Raimundo dos Santos e Ms. Luciano
Salamacha. Os autores, alunos participantes do PERSPECTIVAÇÃO e deste projeto, gentilmente o
cederam para que aqui constasse como modelo.
86
RESUMO
PALAVRAS-CHAVE
INTRODUÇÃO
que o líder da mudança tem que estar comprometido com a política de mudança e estar
disposto a “abandonar o ontem”.
Este texto tem por finalidade demonstrar como a oscilação do comportamento do
gestor pode interferir positiva ou negativamente no processo de mudança.
Como esclarecimento do problema e sustentação teórica, apresenta-se o seguinte
referencial: Conceitos de mudança, Passos para a implementação da mudança,
Stakeholders e seus papéis na mudança, O patrocinador e sua interferência como líder no
processo de mudança e Coaching. Na seqüência, apresenta-se estudo de caso de um
grupo que atua no setor de agronegócios e que percebeu a necessidade de iniciar um
processo de reorganização. Durante este processo notou-se que o patrocinador, que se
posicionava como o grande incentivador da mudança, paradoxalmente em alguns
momentos atuava como bloqueador do processo.
REFERENCIAL TEÓRICO
1 Conceitos de mudança organizacional
O conceito de mudança organizacional (ou desenvolvimento organizacional) pode
ser definido de várias maneiras. A Tabela 1 cita algumas delas, a partir de seus autores
(Jacobsohn, 2003).
a situação presente é maior que o custo desta mudança, tornando-a inevitável (Conner,
1992).
Membros da rede são favoráveis à mudança, mas seu grau de influência é baixo,
porém podem ser uma arma para ajudar a convencer os desaceleradores. Em geral, estão
na classe produtiva ou administrativa da organização.
Os desaceleradores também têm baixo grau de influência, mas podem atrapalhar o
processo. É importante usar a comunicação para tentar convencê-los da necessidade da
mudança. O fundamental é que o Patrocinador esteja sempre envolvido e dando apoio às
decisões e estratégias que os Agentes propõem na organização.
b) liderança orientada para pessoas: o líder acredita que deve ser criado um clima
na organização em que as pessoas da equipe sintam-se confortáveis. Nesse caso, o líder é
classificado como democrático, preocupado com seus funcionários.
c) liderança situacional: a essência deste estilo de liderança diz que para ser eficaz,
o tipo de liderança (autocrático ou democrático) deve ajustar-se à situação que a
organização está enfrentando; e
d) liderança carismática: neste estilo, os seguidores são profundamente afetados
pelo líder, deixando seus próprios interesses e passando a trabalhar exclusivamente para
a concretização dos objetivos da organização.
5 Coaching
Segundo Araújo (1999), coach é o papel assumido por um indivíduo quando ele se
compromete a apoiar outro a atingir determinado resultado. Portanto, o processo de
coaching inicia-se quando uma pessoa procura apoio de outra para resolver um problema
ou realizar um projeto seu.
A função do coach é dar poder à outra pessoa para que esta produza e suas
intenções se transformem em ações que, por sua vez, geram resultados. Nesse contexto,
coaching é essencialmente empowerment, ou seja, dar poder para que o outro adquira
competências, produza mudanças específicas à sua vida e, principalmente, transforme a
si mesmo.
Araújo divide o processo de coaching em 4 etapas:
1) Construção de uma parceria sólida, consciente, baseada em confiança mútua e
maturidade para assumir e cumprir todas as responsabilidades acordadas.
2) Definição do desejo que o cliente quer realizar, sua visão de futuro. A visão da
empresa é estratificada na visão da equipe e, finalmente, na visão do cliente.
3) Análise da trajetória de realizações do coach e do cliente, necessária para que
ambos se conheçam bem, visando explorar com competência os talentos um do
outro.
4) Plano de ação. Após conhecer melhor o cliente, o coach identifica o gap entre
sua situação / competências atuais e sua visão. A partir daí define-se a
seqüência de ações necessárias para a transformação da situação atual nos
objetivos do cliente.
METODOLOGIA
Um exemplo da influência do gestor da empresa no processo de mudança pode ser
encontrado no estudo de caso de uma empresa que atua com agronegócios no interior do
Paraná. De origem familiar, iniciou suas atividades com o comércio de grãos e foi
expandindo seus negócios para as áreas de comercialização de insumos agrícolas,
industrialização de produtos de milho, transporte e varejo de cereais.
Com a expansão rápida e desestruturada, o gestor principal percebeu que não
conseguia mais controlar os negócios, tornando-se difícil avaliar com segurança qual
empresa do grupo apresentava prejuízo, qual gerava lucro e qual a veracidade dos
números produzidos por funcionários diretamente ligados a ele. Esta situação chegou a
criar uma vulnerabilidade nos controles e funcionamento, o que inviabilizava um
planejamento a médio e longo prazo, crucial para a manutenção da competitividade.
Em geral os colaboradores se reportavam diretamente ao gestor principal,
possivelmente por perceberem maior facilidade de obter o que desejavam. Predominava o
interesse individual, o desacato aos procedimentos e às instruções resultantes de
reuniões, que tinham certa freqüência, mas cujas decisões não eram colocadas em
prática.
Percebendo que esta postura era comum aos colaboradores, independente do nível
hierárquico e que isto possivelmente impedia a continuidade da expansão e que a
empresa corria riscos de prejuízos materiais e de posicionamento no mercado local e
91
RECOMENDAÇÕES E CONCLUSÃO
As ciências do comportamento podem ser utilizadas com eficácia para obter uma
mudança planejada, quando são tomados os cuidados necessários, contemplando a
organização como um todo.
Podem ser citados como cuidados necessários:
⇒ O coaching (atuação no âmbito do indivíduo e no Nível Estratégico – o
gestor, no caso);
⇒ O desenvolvimento de competências para liderança (atuação no grupo da
gerência, contemplando o Nível Tático);
⇒ A disseminação de uma nova cultura, comunicando e orientando (através
do Grupo Multiplicador).
REFERÊNCIAS
CONNER, D. R. Managing at the Speed of Change: How Resilient Managers Succeed and
Prosper Where Others Fail. Nova York: Villard Books, 1992.
KOTTER, J.P. Leading Change . Boston: Harvard Business School Press, 1996.
* * *
Adaptado de:
BLOOM, Benjamin, et al.. Taxionomia dos objetivos
educacionais: domínio afetivo. Porto Alegre: Globo,
1972.
* * *
I LEVANTAMENTOS
33 Texto adaptado de: GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo:
Atlas, 1993. (cap. IV).
96
II PESQUISA EXPERIMENTAL
1 Conceituação
De modo geral, o experimento representa o melhor exemplo de pesquisa científica.
Essencialmente a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo,
97
Dos resultados dessas provas pode-se inferir que C é condição para a produção de Z.
Se for comprovado ainda que unicamente com o fator C, excluindo-se os demais, Z
também ocorre, pode-se também afirmar que C é condição necessária e suficiente para a
ocorrência de Z, ou, em outras palavras, que é sua causa. Claro que o exemplo aqui
citado é extremamente simples, pois na prática verificam-se condicionamentos dos mais
diferentes tipos, o que exige um trabalho bastante intenso, tanto para controlar a
quantidade de variáveis envolvidas quanto para mensurá-las.
Quando os objetos em estudo são entidades físicas, tais corno porções de líquidos,
bactérias ou ratos, não se identificam grandes limitações quanto à possibilidade de
experimentação. Quando, porém, se trata de experimentar com objetos sociais, ou seja,
com pessoas, grupos ou instituicoes, as limitações tornam-se bastante evidentes.
Considerações éticas e humanas impedem que a experimentação se faça eficientemente
nas ciências humanas, razão pela qual os procedimentos experimentais se mostram
adequados apenas a um reduzido número de situações. Todavia, são cada vez mais
freqüentes experimentos nas ciências humanas, sobretudo na Psicologia (por exemplo:
aprendizagem), na Psicologia Social (por exemplo: medição de atitudes, estudo do
comportamento de pequenos grupos, análise dos efeitos da propaganda etc.) e na
Sociologia do trabalho (por exemplo: influência de fatores sociais na produtividade).
1 Conceituação
A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
oonstituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os
estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas desenvolvidas
exc!usivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos estudos exploratórios pode
ser definida como pesquisas bibliográficas. As pesquisas sobre ideologias, bem como
aquelas que se propõem à analise das diversas posições acerca de um problema, também
costumam ser desenvolvidas quase exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.
impressos diversos
alfabético por autores, alfabético por assunto e sistemático. Neste último, as obras sâo
ordenadas segundo as referências lógicas de seu conteúdo.
IV PESQUISA DOCUMENTAL
1 Conceituação
A pesquisa documental assemelha-se muito á pesquisa bibliográfica. A diferença
essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica se
utiliza fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre determinado
assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um
tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da
pesquisa.
2 Fontes documentais
O desenvolvimento da pesquisa documental segue os mesmos passos da pesquisa
bibliográfica. Apenas cabe considerar que, enquanto na pesquisa bibliográfica as fontes
são constituídas sobretudo por material impresso localizado nas bibliotecas, na pesquisa
documental, as fontes são muito mais diversificadas e dispersas. Há, de outro lado, os
documentos de primeira mão, que não receberam nenhum tratamento analítico. Nesta
categoria estão os documentos conservados em arquivos de órgãos públicos e instituições
privadas, tais como associações científicas, igrejas, sindicatos, partidos políticos etc.
Incluem-se aqui inúmeros outros documentos como cartas pessoais, diários, fotografias,
gravações, memorandos, regulamentos, ofícios, boletins etc.
100
V ESTUDO DE CASO
* * *
102
GUIA SÃO PAULO. Ruas, plantas, ônibus. São Paulo: Abril, [199_].
* Observe no exemplo para CATÁLOGOS, que a imprenta tem “editora” e local mostrados em posição
DEUS. In: ABBAGNANO, Niccola. Dicionário de Filosofia. 2. ed. São Paulo: Mestre
Jou, 1970. p. 231-248.
GAZETA DO POVO. Viver bem. Curitiba: RPC, ano 18, n. 928. 31 p. Suplemento.
CAMPOS, Roberto. Em defesa dos bodes. Veja, São Paulo, edição 1.731, n. 2, p.
20, 12 jan. 2000.
BIBLIOTECA climatiza seu acervo. O Globo, Rio de Janeiro, 4 mar. 1985. p.11.
Exemplos:
INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON KNOWLWDGE MANAGEMENT AND
DOCUMENT MANAGEMENT (ISKM/DM), 3., Curitiba. Anais. Curitiba:
Champagnat, 2000.
4 DOCUMENTOS JURÍDICOS
a) legislação (inclui constituições, emendas constitucionais, lei complementar e
ordinária, medida provisória, decretos, resoluções, demais normas emanadas das
entidades públicas e privadas.)
Chave:
JURISDIÇÃO (ou CABEÇALHO DA ENTIDADE, em caso de normas). Título.
numeração, dia/mês/ano. (Ementa). Dados de publicação.
Exemplos:
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Enunciado no. 36. Custas. Nas ações
plúrimas as custas incidem sobre o valor global. In: OLIVEIRA, Aristeu de.
Consolidação das leis do trabalho anotada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. p. 871.
GOOD CAMARGO. Duas figuras. 1977. 1 original de arte, óleo sobre tela, 55 cm x
60 cm. Coleção particular.
ORIENTAÇÃO aos usuários das bibliotecas da UFF: ciclo básico. Niterói: UFF,
1981. 15 transparências, p&b, 35 cm x 22 cm.
MEIRELLES, Helena. Flor da guavira. São Paulo: Eldorado, 1996. 1 CD (58 min).
LEE, Rita; CARVALHO, Roberto de. Bombom. Rio de Janeiro: Som Livre, 1983. 1
fita cassete (37 min), 3 ¾ pps, estéreo.
c) partituras.
Chave:
AUTOR(ES). Título. Local: Editora, data. Característica do documento.
Exemplos:
VILLA-LOBOS, Heitor. Coleções de quartetos modernos: cordas. Rio de Janeiro:
[s.n.], 1916. 1 partitura (23 p.). Violoncelo.
HOLANDA, Chico Buarque de. Álbum para violão no. 1. Transcrições de Aroldo
Volpi. São Paulo: Cara Nova, [19 _ _]. 10 partituras com letra (32 p.). Violão.
SILVA, I. G. Pena de morte para o nascituro. O Estado de São Paulo, São Paulo,
19 set. 1998. Disponível em
<http://www.providafamília.org/pena_morte_nascituro.htm>. Acesso em: 25 nov.
1998.
Exemplos:
GOMES, L. Xerox’s on-line neighborhood: a great place to visit. Mercury News site
(may 1992). Disponível em <telnet.lambda.par.xerox.com.8888,@co#50827, press
13> Acesso em: 10 mai. 1992.
* * *