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TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Organizador:
Prof. Lucio Flávio Ferreira Costa – Unimontes
Montes Claros – 2022

EMENTA
Conceito e concepção de ciência. Processo de produção de conhecimento científico. Conceituação de
“Metodologia Científica”. Discussão das principais linhas de reflexão epistemológica nas Ciências
Sociais. A problematização teórica e empírica de um objeto de estudos. Procedimentos para a
produção de textos científicos. A pesquisa bibliográfica: procedimentos de leitura e análise crítica do
material coletado. Estrutura do trabalho científico: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Normalização e modelos para: referências bibliográficas, citações, notas de rodapé, abreviaturas,
anexos, índices, listas, sumário, capa, folha de rosto, tabelas, etc. Tipos de comunicação científica:
seminário, workshop, resenha, resumo, artigo, monografia, dissertação, relatório. Uso da tecnologia
informacional na comunicação científica.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. UNIDADE – O Conceito e concepção de ciência. Processo de produção de conhecimento
científico.
1.1. Conhecimento: senso comum, Artísitico, filosófico, teológico ou científico.
1.2. Conceitos de método e metodologia
1.3. Epistemologia - Filosofia da Ciência
1.4. A natureza do conhecimento científico: modernidade e contemporaneidade
1.5. Racionalismo, empirismo e Interacionismo: relação sujeito e objeto
2. UNIDADE – O Discussão das principais linhas de reflexão epistemológica nas Ciências Sociais. A
problematização teórica e empírica de um objeto de estudos.
2.1. Para além do racionalismo e empirismo
2.2. A emergência das ciências humanas: tendências metodológicas no século XIX
2.3. Positivismo, materialismo histórico-dialético
2.4. Tendências metodológicas no século XX
2.5. A especificidade dos “objetos” das ciências sociais
2.6. O caráter “pluriparadigmático” das ciências sociais
2.7. Formação histórica das noções de “indivíduo” e de “sociedade”
2.8. A metodologia na contextualização sócio-histórica do surgimento das Ciências Sociais
3. UNIDADE – O Procedimentos para a produção de textos científicos.
3.1. A pesquisa bibliográfica
3.2. Procedimentos de leitura e análise crítica do material coletado
3.3. Fichamentos e resumos – documentação.
4. UNIDADE – Estrutura do trabalho científico: introdução, desenvolvimento e conclusão.
4.1. Uso da tecnologia informacional na comunicação científica.
4.2. Normalização e modelos aplicáveis aos diversos tipos de trabalhos científicos
4.3. Estrutura do trabalho científico.
4.4. O texto, itens preliminares, itens complementares.
4.5. Sumário;

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4.6. Numeração progressiva nas seções de um documento;
4.7. Índices e listas
4.8. Ilustrações, tabelas, quadros, mapas, gráficos.
4.9. Numerais, abreviaturas e siglas;
4.10. Notas de rodapé;
4.11. Citações;
4.12. Referências bibliográficas.
4.13. Anexos
5. UNIDADE – Os tipos de comunicação científica / modalidades de trabalho científico
5.1. Seminários, simpósios, congressos, workshops e similares.
5.2. Comunicação, ensaio, resumo e resenha.
5.3. Artigo, monografia, dissertação, tese, relatório de pesquisa e/ou técnico-científico
5.4. Memorial e relato de experiência,
5.5. Projeto de pesquisa, projeto de intervenção
5.6. Relatório de estágio Supervisionado

APRESENTAÇÃO
Esta disciplina é muito importante para a formação do acadêmico. Observando os
detalhes do conteúdo programático percebemos que o mesmo está organizado em dois grandes
eixos. O primeiro trata da contextualização do surgimento e consolidação da ciência, além do
conhecimento e da pesquisa em Ciências Sociais. O segundo trata das técnicas e
procedimentos, das orientações e das normas da metodologia científica.
Esta apostila, da forma como está organizada, busca problematizar as questões do
conhecimento e da ciência ao mesmo tempo em que propõe a prática científica. Serve como
instrumento de problematização teórico-conceitual e de manual de elaboração de trabalhos
científicos.
Aos alunos recomendamos que esta apostila cumpre o objetivo de orientá-los
quanto às exigências específicas aos seus estudos acadêmicos, e desta forma encontrarão aqui
uma razoável fonte de consulta.
Cumpre-nos registrar que os textos referentes a vários tópicos do conteúdo
programático assim como exemplos de textos científicos encontram-se organizados em seção
especial da apostila. Isto se deve à opção de manter a parte técnica concentrada, de forma a
facilitar a consulta pelo aluno no estilo manual para normalização da produção técnico-
científica.

UNIDADE I – O CONCEITO E CONCEPÇÃO DE CIÊNCIA, O PROCESSO DE


PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO.
UNIDADE II – DISCUSSÃO DAS PRINCIPAIS LINHAS DE REFLEXÃO
EPISTEMOLÓGICA NAS CIÊNCIAS SOCIAIS.

Nesta primeira e segunda unidades serão trabalhados textos que contextualizam


toda a discussão constante da ementa e do conteúdo programático. Os textos serão selecionados
de forma a orientar para as primeiras leituras sobre Ciências e as especificidades das Ciências
Sociais, sendo importante referências para o debate que propõe o PPC do curso. Além das
leituras orientadas e obrigatórias também serão propostas atividades de avaliação da

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aprendizagem de forma a complementar o processo.

UNIDADE III – PROCEDIMENTOS PARA A PRODUÇÃO DE TEXTOS


CIENTÍFICOS.
3.1 - As modalidades de trabalho científico
Serão apresentados os principais tipos de textos científicos, com informações
básicas e elementares sobre cada um deles:
a) Projetos de pesquisa; e) Relato de experiência;
b) Projetos de serviço ou de f) Paper ou comunicação científica.
intervenção; g) Informe científico;
c) Monografias, dissertações e teses; h) Ensaio científico;
d) Artigos – de comunicação de i) Memorial;
dados de uma pesquisa ou de j) Relatório técnico-científico;
revisões bibliográficas (um tema k) Relatório de Estágio
ou de autor/autores); Resenha; Supervisionado
l) Pôster;
a) Projetos de pesquisa
É impossível executar-se uma pesquisa sem que se faça antes o seu projeto, que
consiste no planejamento das diversas etapas a serem seguidas e na definição da metodologia a
ser empregada ao longo da pesquisa.
Os modelos de projetos variam, mas essencialmente eles devem conter os seguintes
elementos, entre outros: delimitação do tema; justificativa do tema; fontes para a pesquisa;
problemas da pesquisa; procedimentos na coleta e análise dos dados - plano preliminar;
aspectos operacionais. Quanto à sua forma, um projeto de pesquisa deve ser redigido com o
verbo no futuro.
A escolha do assunto - O resultado de uma pesquisa depende da adequada escolha
do assunto (tema, objeto, problema) a ser investigado. Por isto, no processo de seleção do
objeto, o pesquisador deve considerar os seguintes aspectos:
Quanto ao pesquisador – Um bom tema é aquele que responde aos interesses
teóricos do pesquisador. Além disso, e em relação a ele o pesquisador:
o demonstra um razoável grau de curiosidade tanto quanto aos seus aspectos gerais
quanto particulares;
o tem alguma experiência, tendo desenvolvido alguma pesquisa na área imediata ou
correlata;
o detém um razoável conjunto de conhecimentos acumulados;
o mantém uma postura crítica, decorrente de suas leituras na área;
o dispõe de condições para alcançar amplitude e profundidade do problema, considerados
os seus limites pessoais;
Quanto ao tema - Um bom tema é aquele sobre o qual há fontes acessíveis e
alcançáveis de consulta. Na escolha, a decisão deve ser precedida de uma verificação do que já
existe sobre o assunto e aspectos correlatos. Além disso, o tema:
o deve ser relevante científica e socialmente;
o pode ser desenvolvido num quadro metodológico ao alcance do pesquisador;
o mesmo que já estudado, tem áreas que ainda podem ser exploradas;
o pode ser pesquisado no limite de tempo disponível para a realização da pesquisa;

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Os itens essenciais - Vários elementos constituem um projeto de pesquisa, a
depender da orientação seguida pela instituição que o recebe. Por exemplo: Capes, CNPq,
Fapemig, Fapesp, Unimontes, etc. Os aqui apresentados são os mais comuns, conquanto possa
haver discrepância na terminologia dos modelos conforme o aluno poderá verificar em diversos
livros que orientam a elaboração de projetos.
Os projetos de pesquisa, pela sua natureza científica, diferem dos demais projetos;
por esta razão pretende-se enfocar de forma simples e sucinta orientações para elaboração
desses projetos, para auxiliar àqueles que se iniciam na pesquisa científica.
Projeto de Pesquisa* Projeto de pesquisa**
- [Capa] - [Capa]
- Folha de rosto - [Folha de rosto]
- Sumário - [Sumário]
- Listas [figuras, tabelas, siglas, - [Listas - figuras, tabelas, siglas,símbolos,
símbolos, anexos, abreviaturas] anexos, abreviaturas]
- Introdução - ASSUNTO OU PROBLEMA: Delimitação,
- Objetivos Justificativa, Relevância Científica,
- Justificativa Relevância Social, Interesse, Viabilidade.
- Formulação do problema - QUADRO TEÓRICO-METODOLÓGICO
- Hipóteses - AS FONTES: Natureza (geral), Classificação,
- Definições conceituais Fontes Primárias, Fontes Secundárias,
- Definição das variáveis Localização (e modos de acesso).
- Definição da área física - PROCEDIMENTOS: Etapas gerais,
- Definição do campo teórico Problemas, Problema Central, Problemas
- Metodologia (caracterização do Corolários, Hipóteses, Hipótese Central,
universo, plano de amostragem, Hipóteses Corolárias, Coleta de Dados,
coleta de dados, apuração e Abordagem, Natureza (geral), Especificação
análise e dos dados, apuração (particular), Organização do Material.
dos resultados) - LIMITAÇÕES
- Cronograma de atividades - PLANEJAMENTO OPERACIONAL:
- Recursos necessários (humanos, Recursos Técnicos (necessários), Previsão de
materiais e financeiros) custos, Cronograma.
- Anexos - PLANO PRELIMINAR
- [Referências Bibliográficas] - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Obs.: Os itens em itálico entre [ ] são acréscimos nossos.
Fonte: (*) França, 1999:42; (**) Azevedo, 1995: 41

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O projeto e o trabalho científico - monografia
TRABALHO CIENTÍFICO -
PROJETO
MONOGRAFIA
Capa Capa
Folha de rosto Folhas: de rosto, aprovação, epígrafe,
dedicatória, agradecimentos,
Sumário Sumário
Listas – Figuras, tabelas, quadros, etc. Listas – Figuras, tabelas, quadros, etc.
Resumo Resumo
I – Introdução – Breve apresentação de todo I – Introdução – Breve apresentação de toda a
o projeto (contendo assunto ou tema, área do monografia (contendo assunto ou tema, área
conhecimento, o interesse e a viabilidade, do conhecimento, o interesse e a viabilidade,
objetivos, etc.) procedimentos adotados no desenvolvimento
da pesquisa, etc.)
II – Revisão da produção bibliográfica já II – Revisão da produção bibliográfica já
acumulada sobre o tema – Estudo acumulada sobre o tema – idem
bibliográfico sobre o tema, as contribuições
científicas específicas do tema selecionado.
III – Definição do problema – Prende-se ao III – Definição do problema – Recuperando o
tema proposto, define a pergunta / questão de tema que foi proposto esclarece de que forma
pesquisa. Discute a relevância e/ou a questão norteou o processo de pesquisa
justificativa da pesquisa. científica. Segue-se
IV - Objetivos da pesquisa • Objetivos da pesquisa
V - Hipóteses • As Hipóteses
VI – Metodologia – Procedimentos da IV – Metodologia – Descrição dos
pesquisa, descrição da metodologia e procedimentos utilizados na pesquisa,
procedimentos de análise. descrição da metodologia.
VII – Cronograma de atividades V – Análise dos dados ou Resultados da
pesquisa
VIII – Recursos necessários VI- Conclusão
IX – Anexos VII – Referências bibliográficas
X – Referências bibliográficas VIII – Anexos

Exemplo de Cronograma
Novembro

Dezembro
Setembro
Fevereiro

Cronograma
Outubro
Agosto
Março

Junho

Julho
Maio
Abril

Levantamento bibliográfico X X X X X X X
Pressupostos teóricos X X X X X X
Procedimentos da pesquisa X X X X
Procedimentos da Análise X X X X X
Conclusão X X X

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Digitação e revisão X X
Apresentação – Defesa X
Entrega Final X

b) Projetos de serviço ou de intervenção

Em geral, existem ainda os projetos que reúnem um conjunto de elementos para


estruturar um plano de execução de um serviço, ou ainda a operacionalização e aplicação de
recursos de qualquer natureza para produção de bens e serviços. Alguns tipos de projetos
especiais dependem de instituições e/ou agências oficiais para financiamento e execução e são
elaborados em modelos padronizados. Estes são conhecidos também como formulários para
encaminhamento aos respectivos órgãos para avaliação. Assim como os projetos de pesquisa,
estes deverão obedecer a uma estrutura preestabelecida pelas agências de fomento responsáveis
por seu financiamento. Em geral um projeto de serviço apresenta a seguinte estrutura:

Projeto de serviço ou intervenção


1. [Capa] 7. Metas
2. Folha de rosto 8. Plano de trabalho
3. Sumário 9. Recursos necessários (humanos,
4. Introdução materiais e financeiros)
5. Objetivos 10. Acompanhamento, avaliação e
6. Justificativa controle
11. Cronograma de atividades
12. [Referências Bibliográficas]
Obs.: Os itens em itálico entre [ ] são acréscimos nossos.
Fonte: França, 1999:42.

c) Monografias, Dissertações e Teses

Os trabalhos monográficos ou monografias constituem o produto de leituras,


observações, investigações, reflexões e críticas desenvolvidas nos cursos de graduação e pós--
graduação. Sua principal característica é a abordagem de um tema único (mónos = um só e
graphein = escrever). Para MARCONI & LAKATOS (1990), monografia é
um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor
representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado
assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos...
Contribuição importante, original e pessoal para a ciência.1
Para se chegar à elaboração da monografia, pressupõe-se que já se tenha definido
uma idéia, um problema, uma questão, um tema ou assunto, sobre o qual será centrada a
investigação. O projeto de pesquisa é fundamental para o sucesso de todo o trabalho de
pesquisa, além da definição do orientador. Há que considerar ainda o interesse, preferências
pessoais, formação acadêmica e conhecimentos prévios do pesquisador, bem como
originalidade e utilidade do tema.
Durante a elaboração do projeto e após definir o problema a ser investigado, a

1
MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de Pesquisa. 2.ª ed. São Paulo: Atlas, 1990. P. 205.

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etapa seguinte é o levantamento bibliográfico, que tem por objetivo situar o pesquisador quanto
ao assunto escolhido, através da revisão de literatura, onde ele passa a ter conhecimento de
outros trabalhos já publicados na área. Para tanto, são utilizadas obras de referência, catálogos
de bibliotecas, índices de periódicos, bases de dados nacionais e internacionais, redes
eletrônicas de comunicação, enfim, todas as fontes disponíveis para se ter acesso à informação
desejada. Feito o levantamento, será necessário obter o material para leitura.
Obtido o material, deve-se efetuar uma leitura cuidadosa anotando-se tudo que se
considerar relevante para o trabalho, e sobretudo a referência bibliográfica (autor, título, local
de publicação, editora e data); no caso de fazer citações de trechos dos trabalhos consultados,
lembrar-se de anotar a paginação correspondente. Caso o levantamento tenha sido muito
exaustivo e resultado em um número excessivo de textos, deve-se dar prioridade aos que
abordam o tema escolhido de forma mais direta. Esses cuidados com a leitura organizada do
material irão economizar tempo futuro e dará mais segurança no momento de se redigir o
trabalho.
O pesquisador deve saber que alguns capítulos desenvolvidos durante a fase do
projeto de pesquisa serão úteis ou até mesmo poderão ser reproduzidos integralmente no
trabalho científico quer seja este monografia, dissertação ou tese. Estes trabalhos são também
relatórios de pesquisa de graduação, especialização, mestrado e doutorado. Sendo portanto
exigidos para obtenção de graus, como a dissertação de mestrado e a tese de doutorado. Para a
conclusão de cursos de especialização, ou mesmo de graduação, é comum a apresentação de
trabalhos acadêmicos muitas vezes chamados simplesmente de monografias. Considera-se
também como monografia a redação de memorial, exigido para a progressão na carreira
docente universitária.
É preciso deixar claro que tanto a dissertação quanto a tese são modalidades de
monografias científicas que obedecem às mesmas regras formais, mas se diferenciam quanto à
finalidade. Assim, ambas, enquanto monografias, são estudos de um tema específico e bem
delimitado a fim de que este possa ser tratado sistematicamente em profundidade, por escrito.
A diferença é que a dissertação é um estudo científico recapitulativo com a finalidade de
reunir, analisar e interpretar as informações coletadas a respeito do tema escolhido. Tem por
finalidade sistematizar os argumentos, as razões, os fatos, as idéias e as opiniões para que
sejam conhecidos todos os aspectos coincidentes e divergentes de assuntos pouco explorados
ou discutíveis e que podem até consubstanciar um conceito ou uma teoria. A tese é um estudo
científico original com a finalidade de pesquisar histórica, filosófica e/ou experimentalmente
um tema para convencer, que se trata de uma contribuição inédita ou de uma nova
consideração a respeito de um assunto já conhecido.

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Itens Argumentação Itens
Preliminares complementares
- capa MODELO IDC - referências
- folha de rosto - Introdução (primeiro capítulo) bibliográficas
- folha de aprovação - Desenvolvimento (diversos capítulos) - anexos ou
- epígrafe - Conclusão (último capítulo) apêndices
- dedicatória - índice
- agradecimentos MODELO IRMRDC - glossário
- sumário - Introdução
- lista de figuras - Revisão de literatura
- lista de tabelas - Materiais e métodos
- lista de siglas - Resultados
- lista de anexos - Discussão
- lista de abreviaturas - Conclusão
- resumo
Obs.: Os itens sublinhados são utilizáveis se for o caso.
Fonte: Azevedo, 1995: 51.

ESTRUTURA DA REDAÇÃO DAS MONOGRAFIAS, DISSERTAÇÕES E


TESES

O texto da monografia, como inúmeros outros trabalhos científicos, divide-se


basicamente em três partes: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.
- INTRODUÇÃO
Exposição breve do tema tratado, apresentando-o de maneira geral e relacionando a
literatura consultada com o assunto da monografia. A introdução deve expor preliminarmente o
tema; apresentar definições, conceituações, pontos de vista e abordagens; a justificativa da
escolha do tema; os objetivos e plano adotado para desenvolvimento da pesquisa ou estudo;
deve situar o problema a pesquisa no contexto geral da área e indicar os pressupostos
necessários à sua compreensão. Não se aconselha a inclusão de ilustrações, tabelas e gráficos,
na introdução;
- Revisão de literatura (discussão teórica sobre o tema estudado)
Pode ser incluída na introdução ou apresentada separadamente. Deve citar textos
que tenham embasado o desenvolvimento do trabalho. A revisão da literatura citada deve ser
apresentada preferencialmente em ordem cronológica, conforme evolução do assunto,
observando-se as normas para citação no texto, segundo orientação normativa própria;
- DESENVOLVIMENTO
Núcleo do trabalho onde o autor expõe, explica e demonstra o assunto em todos os
seus aspectos. Deve-se adotar o sistema de numeração progressiva para a divisão do tema. Para
relatos de pesquisa, a monografia pode apresentar a seguinte subdivisão:
- Material e métodos (Metodologia)
Descrição do material e dos métodos para o desenvolvimento da pesquisa e
indicação breve das técnicas e processos utilizados na investigação. Modelos de questionários,
entrevistas ou qualquer outro material complementar usado na pesquisa devem ser
apresentados em anexo;

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- Resultados e discussão
Este item visa discutir, confirmar ou negar hipóteses e/ou confirmar resultados da
pesquisa indicados anteriormente na introdução. Expõe de forma detalhada, racional, objetiva e
clara o resultado da pesquisa, permitindo ao leitor completa assimilação da investigação
realizada. Dependendo do estilo do autor ou da necessidade, o item "discussão" pode ser
apresentado separadamente dos resultados;
- CONCLUSÃO
É a parte fina do trabalho e deve incluir, antes de tudo, uma resposta para a
problemática do tema proposto na introdução. É uma decorrência lógica e natural de tudo que a
precede. Deve ser breve, conciso e referir-se às hipóteses levantadas e discutidas
anteriormente. O autor pode expor seu ponto de vista pessoal com base nos resultados que
avaliou e interpretou. Esse item pode incluir também recomendações e/ou sugestões de outras
pesquisas na área;
- Referências bibliográficas
Relação das fontes utilizadas pelo autor. Ver instruções sobre a normalização e
apresentação das referências.
- Anexos e/ou apêndices
Constituindo-se de material complementar ao texto, devem ser incluídos somente
quando imprescindíveis à sua compreensão;

RECOMENDAÇÕES:
- ilustrações (gráficos, mapas, gravuras, fotografias, tabelas e outras) objetivam
complementar o texto, explicando e simplificando seu entendimento. Devem
localizar-se tão perto quanto possível do lugar onde são mencionadas no texto;

d) Artigos – de comunicação de dados de uma pesquisa ou de Revisões Bibliográficas (um


tema ou de autor/autores)
As orientações que se seguem destinam-se à normalização de artigos a serem
publicados em revistas técnicas e científicas. Normas gerais:
- para submeter um artigo à aprovação do Conselho Editorial de uma revista, o
autor deve tomar conhecimento das normas editoriais da revista e adotá-las;
- não se deve enviar, para publicação, artigo que já tenha sido editado ou aceito
para publicação em outras revistas.
O artigo de publicação periódica obedece a uma estrutura básica própria assim
descrita (flexível de acordo comissão editorial da revista):
- Cabeçalho
- Resumo (na língua do texto)
- Texto
- Introdução
- Revisão de literatura
- Desenvolvimento - Material e Métodos; Resultados e Discussão;
- Conclusão
- Resumos em outros idiomas
- Agradecimentos
- Anexos e/ou Apêndices
- Referências Bibliográficas

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a) cabeçalho – Inclui os seguintes elementos:
- classificação: os artigos devem ser classificados por assunto, recomendando-se a
CDU (Classificação Decimal Universal) com o objetivo de facilitar sua difusão
em nível internacional. Localiza-se na margem superior direita da página;
- título do artigo: deve ser claro e objetivo, podendo ser completado por um
subtítulo. Deve ser escrito na mesma língua do texto, seguido de versões para
outros idiomas, quando for de interesse da revista. Evitar abreviaturas,
parênteses e fórmulas que dificultem a compreensão do conteúdo do artigo.
Quando se tratar de uma tradução, o(s) nome(s) do(s) tradutor (es) e o título
original do trabalho devem constar em nota de rodapé;
- nome do autor e colaborador (es): deve-se indicar o nome por extenso, depois do
título; suas credenciais (referentes ao assunto do artigo) serão indicadas em nota
de rodapé;
b) resumo – Um resumo de conteúdo, deve-se localizar antes do texto, se escrito
na língua deste; e após o texto, se redigido em outros idiomas, de acordo com as normas da
revista;
c) palavras-chave – Algumas publicações solicitam dos autores a indicação de
palavras significativas do conteúdo do artigo, para facilitar a elaboração posterior de um índice
de assunto;
d) notas – Devem ser reduzidas ao mínimo e colocadas em rodapé. A primeira
página do artigo poderá conter as seguintes notas: data em que o artigo foi recebido para
publicação (importante quando se tem necessidade de provar a originalidade de uma idéia ou
descoberta), qualificações, títulos ou credenciais do(s) autor(es), e vínculo institucional;
e) texto – o texto de artigo de publicação periódica, como qualquer outro trabalho
científico, divide-se basicamente em três partes: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão
(a estrutura intelectual e gráfica do artigo assemelha-se àquela apresentada no item
monografia, dissertação e tese)
- Introdução - Exposição breve do tema tratado, apresentando-o de maneira geral
e relacionando a literatura consultada com o assunto do artigo.
- Revisão de literatura - Pode ser incluída na introdução ou apresentada se-
paradamente. Deve citar textos que tenham embasado o desenvolvimento do
trabalho.
- Desenvolvimento - Núcleo do trabalho onde o autor expõe, explica e demonstra
o assunto em todos os seus aspectos. Para relatos de pesquisa, o artigo pode
apresentar a seguinte subdivisão:
- Material e métodos (Metodologia) - Descrição do material e dos métodos para
o desenvolvimento da pesquisa e indicação breve das técnicas e processos
utilizados na investigação.
- Resultados e discussão - Este item visa discutir, confirmar ou negar hipóteses
e/ou confirmar resultados da pesquisa indicados anteriormente na introdução.
Expõe de forma detalhada, racional, objetiva e clara o resultado da pesquisa,
permitindo ao leitor completa assimilação da investigação realizada.
Dependendo do estilo do autor ou da necessidade, o item "discussão" pode ser
apresentado separadamente dos resultados;
- Conclusão - É a parte fina do trabalho e deve incluir, antes de tudo, uma
resposta para a problemática do tema proposto na introdução.

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f) agradecimentos - Localiza-se logo em seguida ao texto, precedendo as
referências bibliográficas;
g) anexos e/ou apêndices - Constituindo-se de material complementar ao texto,
devem ser incluídos somente quando imprescindíveis à sua compreensão;
h) referências bibliográficas – Relação das fontes utilizadas pelo autor. Ver
instruções sobre a normalização e apresentação das referências.
RECOMENDAÇÕES:
- ilustrações (gráficos, mapas, gravuras, fotografias, tabelas e outras) objetivam
complementar o texto, explicando e simplificando seu entendimento. Devem
localizar-se tão perto quanto possível do lugar onde são mencionadas no texto
e/ou em anexos quando se tratar de bases de dados complementares ou muito
extensos;
- artigos publicados em partes, em dois ou mais fascículos, devem conter as
palavras "continua", no fim do texto publicado, "continuação", depois do título
do texto subseqüente, e “fim", depois do título da última parte. Pode-se também
optar pelo acréscimo ao título do número de cada parte, devendo a última ser
indicada. Os artigos devem começar no alto da página, preferencialmente ímpar;
- deve-se evitar a fragmentação de um artigo longo em diversas partes no mesmo
fascículo.

Diretrizes gerais – Resenha e Revisão Bibliográfica


Esta seção apresenta alguns subsídios para a preparação de resenhas (também chamadas
de resumos críticos) e revisões bibliográficas (também chamadas de revisões de literatura).
Estes subsídios devem ser tomados como uma ferramenta para o iniciante e sintetizam a
prática mais comum utilizadas nos jornais e mesmo em revistas especializadas. No interior de
um curso universitário, eles podem tomar outros contornos.
Neste caso a resenha é uma apreciação sobre determinada obra. Seu objetivo principal é
incentivar a leitura do livro e dialogar com o seu autor.
Já a revisão bibliográfica é uma compilação crítica e retrospectiva em torno de
determinado assunto em várias obras. Seu objetivo é sintetizar o estatuto da discussão de
determinado tema, como aparecem nestes livros, e também dialogar com os seus autores.
Ambas exigem leitura e análise crítica do material coletado.

A Resenha
Ao escrever seu texto, seja uma resenha ou uma revisão bibliográfica, tenha em mente o
espaço delimitado, os objetivos propostos e o público-alvo. Com isto claro, faça um esboço ou
roteiro do que vai escrever.
Em linhas gerais, a análise pode ser feita em três momentos. Neles, você apontará os
problemas, falará da relação proposta/ realização, revelará aspectos relevantes e crítica do
texto.
- Estabeleça a suspeita. Duvide da validade daquilo que o autor diz. Verifique se
os fatos que ele conta são verdadeiros; pergunte se as conceituações feitas
correspondem ao objeto investigado; indague se são válidas as respostas dadas

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pelo autor aos problemas levantados.
- Compare as argumentações do autor com outros autores. Isto é imprescindível,
para que sua crítica tenha fundamento e não seja um mero eu-achismo. A sua
opinião é importante, mas você não deve refutar um equívoco com outro
equívoco.
- Critique o tratamento dado: há documentação? Há objetividade? Há clareza?
- Critique a organização do material. Às vezes, o material é bom, mas de tal
forma disposto que põe a perder boa parte do trabalho.
- Veja se os objetivos propostos pelo autor foram alcançados no livro.
- Todos nós temos nossas concepções. Há uma estrutura ideológica em tudo que
afirmamos; neutralidade não existe. Então, cabe perguntar se os pressupostos do
autor estão claros ou se ele as esconde, mascarando-as. O que está por trás do
texto? Que interesses o autor defende? Quem ganha com o triunfo de suas
idéias? O que quer ele, enfim, ao dizer isto? Estas são as perguntas necessárias.
- Mostre a validade ou não das propostas do autor. É preciso ter opinião sobre o
livro e comunicá-la ao leitor da resenha.
Apreciação crítica sobre determinada obra, a resenha visa incentivar a leitura do livro
comentado. Trata-se, geralmente, de um texto curto para publicação em periódicos
especializados. Seu tamanho pode variar entre duas (para jornais não especializados) e dez
laudas (publicações científicas).
As três seções principais da resenha são: introdução, resumo e opinião.
INTRODUÇÃO – Na introdução, que deve ser breve, procure contextualizar o assunto
de que trata o livro. Discuta a relevância do assunto. Assim, o leitor fica localizado no tempo e
no espaço. O objetivo da introdução é levar o leitor a ler a resenha.
RESUMO – Ocupe-se, então, em resumir o livro. Você terá aqui duas opções: um
resumo sem crítica aberta ou um resumo com crítica. No resumo sem crítica aberta, você
simplesmente apresenta as idéias principais do autor (já marcadas), concatenando-as e
ordenando-as. Elas não devem ser jogadas uma atrás da outra: sempre um parágrafo ou uma
frase deve ser relacionado com o que vem antes e depois.
No resumo com crítica, você já vai exercendo a sua opinião, mostrando os pontos falhos
e destacando os pontos válidos, etc.
Surge aqui o problema da citação formal: elas devem aparecer, mas não em muita
abundância. No caso do resumo com crítica, as citações formais (com aspas) ocorrerão mais.
Sempre que elas ocorrerem, devem ser seguidas de indicação das páginas de onde foram
extraídas. Quando há reelaboração do texto, ou citação indireta, esta indicação também é
necessária, .
OPINIÃO – Ao analisar o livro, você recolheu um vasto material. Agora, selecione este
material, ordene-o e o apresente em sua conclusão. Enfim, o livro tem alguma validade? Que
tipo de validade? O que falta ao livro? Há alguma originalidade? A leitura é agradável? Há um
sem-número de aspectos que você pode considerar. E esses aspectos também devem estar bem
inter-relacionadas. Quando for apontado algum senão, será útil indicar a página onde o leitor

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pode ir para conferir.
REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO – A resenha deve ter um título, preferencialmente
diferente do título do livro comentado. A redação deve ser direta sem entretítulos; a passagem
de uma parte para outra deve ficar evidente pela organização interna da resenha.
- A primeira página do texto deve começar com uma referenciação completa da
obra.
- Título (criativo, diferente do título da obra, breve e substantivo) no centro da
página.
- referenciação da obra conforme às normas da ABNT, abaixo do título.
- Nome do autor da resenha abaixo da referenciação da obra.
- A redação deve ser direta, sem entretítulos, com a divisão se evidenciando pela
organização do texto.
- Citações formais indispensáveis (in loco: páginas indicadas entre parênteses).

A Revisão Bibliográfica
Se a resenha é uma apreciação sobre determinada obra, a revisão bibliográfica (ou
revisão de literatura) visa, por meio de uma compilação crítica e retrospectiva de várias obras,
demonstrar o estágio atual da pesquisa em torno de determinado objeto (também chamada de
estado da arte).
Não se trata de um texto original. Antes, é um trabalho comparativo que permite ao autor
avançar em relação ao seu tema e criticar o tratamento dados pelos autores ao assunto
pesquisado. A revisão pode ser preparada como artigo para uma revista especializada ou
elaborada para integrar um capítulo de um trabalho maior.
INTRODUÇÃO – Na introdução, delimite o assunto que lhe interessa analisar nos livros
revistos. Indique os contextos históricos dos livros e o que significaram na época em que
surgiram. Procure interessar o leitor a ler sua revisão. O objetivo da introdução é levar o leitor
a ler a revisão.
DESENVOLVIMENTO – Reescreva, resumindo, as principais contribuições deixadas
pelos autores. Para tanto, organize o material temática e cronologicamente. Só considere
aqueles aspectos que façam parte do escopo da revisão. Não resuma, portanto, tudo o que autor
disse, mas apenas o que disse sobre o assunto. Suponhamos que seu assunto seja a discussão
sobre a controvérsia ensino público x ensino privado. Possivelmente, os livros dos autores
tratem de outros temas correlatos. No entanto, você comunicará apenas aquilo que ele
desenvolveu sobre o seu tema. Não se perca em detalhes. Procure pôr em destaque as linhas
centrais do pensamento dos autores, um a um. A documentação deve seguir os mesmos
procedimentos para uma monografia.
CRÍTICA – Você pode apresentar sua crítica de duas formas: numa, você dialoga com
autor, ao mesmo tempo em que apresenta suas contribuições; noutra, você deixa o comentário
para o a seção da crítica propriamente. O resultado deve ser um diálogo com os autores, no
qual se evidenciem os eventuais avanços e equívocos de cada um.

13
REDAÇÃO E APRESENTAÇÃO - Os procedimentos a serem seguidos na redação,
documentação, apresentação e editoração são os mesmos indicados para os trabalhos
científicos em geral.

e) Relato de Experiência

O Relato de Experiência é um texto que se assemelha ao artigo, bem como


permite considerações e impressões do autor ou dos autores sobre as suas experiências
vivenciadas profissionalmente e/ou como alunos nos mais diversos cursos. Neste sentido a
orientação para a elaboração do Relato de Experiência aproxima-se também do memorial,
ressalvando que a sua autoria pode ser coletiva, enquanto o memorial é individual.
Indicamos para sua estrutura a divisão, como qualquer outro trabalho científico, em
três partes: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão (ver discussão no item monografia,
dissertação e tese)
- Introdução
Exposição breve do tema tratado, apresentando-o de maneira geral e relacionando a
literatura consultada com o assunto do artigo. A introdução deve expor preliminarmente o
tema; apresentar definições, conceituações, pontos de vista e abordagens; a justificativa da
escolha do tema; os objetivos e plano adotado para desenvolvimento do relato de experiência
ou estudo; deve situar o problema no contexto geral da área e indicar os pressupostos
necessários à sua compreensão. Não se aconselha a inclusão de ilustrações, tabelas e gráficos,
na introdução. A revisão de literatura pode ser incluída na introdução ou apresentada
separadamente. Deve citar textos que tenham embasado o desenvolvimento do trabalho.
- Desenvolvimento
Núcleo do trabalho onde o autor expõe, explica e demonstra o assunto em todos os
seus aspectos. Este item visa discutir, confirmar ou negar hipóteses e/ou confirmar resultados
da pesquisa ou das atividades desenvolvidas, conforme indicados anteriormente na introdução.
Expõe de forma detalhada, racional, objetiva e clara o resultado da experiência, permitindo ao
leitor completa assimilação da investigação realizada.
- Conclusão ou considerações finais
É a parte fina o trabalho e deve incluir, antes de tudo, uma resposta para a
problemática do tema proposto na introdução. É uma decorrência lógica e natural de tudo que a
precede. Deve ser breve, conciso e referir-se às hipóteses levantadas e discutidas
anteriormente. O autor expõe seu ponto de vista pessoal com base nos resultados que avaliou e
interpretou. Esse item pode incluir também recomendações e/ou sugestões de outras pesquisas
na área.
f) Paper ou comunicação científica
Destina-se a uma comunicação oral em cursos, congressos, simpósios, reuniões
científicas etc. Contém em média entre duas e dez páginas, estruturadas no modelo de artigo
científico ou artigo-relatório, para posterior publicação em atas e anais dos eventos científicos
em que foram apresentados. Podem aparecer publicados na íntegra ou na forma de resumos e
sinopses. Embora contenha a mesma estrutura intelectual dos artigos (introdução,
desenvolvimento e conclusão) não apresenta subdivisões. (Santos, 1999: p.43)
g) Informe científico
Utilizado para comunicar resultados parciais de pesquisas em andamento, ou os
resultados finais de um estágio de investigação científica. Divulga as primeiras descobertas

14
realizadas, as dificuldades encontradas ou previstas, descreve procedimentos utilizados, seja de
campo, de laboratório ou bibliográficos. O informe científico é sintético e ao mesmo tempo
mantém a estrutura intelectual e gráfica dos artigos científicos. (Santos, 1999: p.44)
h) Ensaio científico

Ensaio é o texto científico que desenvolve uma proposta pessoal do autor a respeito
de um determinado assunto. Embora encerre o pressuposto de conhecimentos adquiridos no
meio científico comum, o ensaio pretende expressar a visão do autor, até mesmo de forma
independente com relação ao pensamento científico e comum a respeito do assunto. Pode-se
pensar o ensaio científico como “um conjunto de impressões do especialista”, é claro que o
valor científico do ensaio depende do respeito da comunidade científica pela autoridade e pelo
notório saber do ensaísta. (A estrutura intelectual e gráfica é idêntica à monografia e ao artigo)
(Santos, 1999: p.45)
i) Memorial

O MEMORIAL
O Memorial tem importante utilidade na vida acadêmica, tanto em termos de uso
institucional – para fins de concursos de ingresso e promoção na carreira universitária, de
exames de seleção ou de qualificação em cursos de pós-graduação, de concursos de livre-
docência – como em .termos de retomada e avaliação da trajetória pessoal no âmbito
acadêmico-profissional.
O Memorial é uma retomada articulada e intencionalizada dos dados do
Curriculum Vitae do estudioso, no qual sua trajetória acadêmico-profissional fora montada e
documentada, com base em informações objetiva e laconicamente elencadas. É claro que tal
registro é também muito importante e suficiente para muitas finalidades de sua vida
profissional. Mas o Memorial é muito mais relevante quando se trata de se ter uma percepção
mais qualitativa do significado dessa vida, não só por terceiros, responsáveis por alguma
avaliação e escolha, mas sobretudo pelo próprio autor. Com efeito, o Memorial tem uma
finalidade intrínseca que é a de inserir o projeto de trabalho que o motivou no projeto pessoal
mais amplo do estudioso. Objetiva assim explicitar a intencionalidade que perpassa e norteia
esses projetos. Por exemplo, quando é o caso de se preparar um Memorial para um exame de
qualificação, é o momento apropriado para se explicitar e se justificar o significado da
pesquisa que está culminando na dissertação ou tese, e que tem a ver com um determinado
resultado que está sendo construído em função de uma proposta mais ampla que envolve todo
o investimento que o estudioso vem fazendo, no contexto de seu projeto existencial de vida e
de trabalho científico e educacional.
O Memorial deve cobrir a fase de formação do autor, sintetizando aqueles
momentos menos marcantes e desenvolvendo aqueles mais significativos; depois deve
destacar os investimentos e experiências no âmbito da atividade profissional, avaliando sua
repercussão no direcionamento da própria vida; o amadurecimento intelectual pode ser
acompanhado relacionando-o com a produção científica, o que pode ser feito mediante a
situação de cada trabalho produzido numa determinada etapa desse esforço de apreensão ou
de construção do conhecimento e mediante sua avaliação enquanto tentativa de compreensão
e de explicação de uma determinada temática.
O Memorial se encerra, então, indicando os rumos que se pretende assumir ou que

15
se está assumindo no momento atual, tendo como fundo a história pré-relatada. Quando
elaborado para um exame de qualificação, trata-se de situar o projeto de dissertação ou tese
enquanto meta atual e a curto prazo, articulando-o com os investimentos até então feitos e
com aqueles que ele oportunizará para o futuro imediato.

A ESTRUTURA DO MEMORIAL
Itens Argumentação Itens
Preliminares complementares
- capa - Primeiro capítulo – introdução - referências
- folha de rosto - Diversos capítulos – bibliográfic
- epígrafe desenvolvimento as
- dedicatória - Considerações finais – último - anexos ou
- agradecimentos capítulo apêndices
- sumário
- listas (recomenda-se que o
memorial seja elaborado na primeira
pessoa do singular, o que permite ao autor
enfatizar o mérito de suas realizações)
Obs.: Os itens sublinhados são utilizáveis se for o caso.

j) Relatório Técnico-Científico

Segundo a ABNT, relatório técnico-científico é um


documento que relata formalmente os resultados ou progressos obtidos em
investigação de pesquisa e desenvolvimento ou que descreve a situação de uma questão técnica
ou científica. O relatório técnico-científico apresenta, sistematicamente, informação suficiente
para um leitor qualificado, traça conclusões e faz recomendações. É estabelecido em função e
sob a responsabilidade de um organismo ou de uma pessoa a quem será submetido.2
Geralmente a elaboração do relatório passa pelas seguintes fases:
PLANO INICIAL - Determinação da natureza, preparação do relatório e do
programa de seu desenvolvimento. De acordo com a natureza de seu conteúdo, o relatório
técnico-científico pode ser classificado como: sigiloso, reservado, secreto, confidencial, entre
outros. Como trabalho acadêmico normalmente é definida a sua natureza previamente.
COLETA E ORGANIZAÇÃO DO MATERIAL – Durante a execução do trabalho,
é feita a coleta, a ordenação e o armazenamento do material necessário ao desenvolvimento do
relatório;
REDAÇÃO – Relata o desenvolvimento das etapas do trabalho. Deve-se observar
as características da redação técnica;
REVISÃO – Recomenda-se uma revisão crítica do relatório, considerando-se os
seguintes aspectos: redação (conteúdo e estilo), seqüência das informações, apresentação
gráfica e física.

ESTRUTURA - Os relatórios técnico-científicos constituem-se dos seguintes


elementos: capa; folha de rosto; resumo; listas (ilustrações, símbolos, abreviaturas ou

2
NBR-10719, p.1.

16
convenções, tabelas); sumário; texto; anexos ou apêndices; agradecimentos; referências
bibliográficas; Glossário; Índice(s); Ficha de identificação.
o CAPA - Contém dados que identificam a publicação e deve ser
padronizada para todos os números de relatórios em série;
o FOLHA DE ROSTO - Inclui os elementos identificadores do relatório;
o NÚMERO DO RELATÓRIO – o relatório técnico-científico deve ser
numerado em ordem seqüencial indicando-se a posição do trabalho
relatado em relação aos outros da mesma série. Freqüentemente, porém,
encontram-se relatórios não numerados;
o TÍTULO E SUBTÍTULO – podem ser expressos através de uma palavra
ou frase que determine o assunto do relatório. Às vezes, torna-se
necessário usar um subtítulo para identificar melhor o assunto tratado;
o NOME DO AUTOR – deve ser localizado abaixo do título, indicando-se
sempre sua qualificação e função na instituição. Entretanto, é comum o
órgão ou entidade responsabilizar-se pela autoria do relatório; (para
trabalhos de autoria e responsabilidade individual o autor aparece na parte
superior da capa e folha de rosto).
o LOCAL (cidade), o MÊS e ANO de publicação – parte inferior da folha.
o TEXTO - O texto constitui a parte principal do relatório, devendo
apresentar: introdução, metodologia e discussão, procedimentos
experimentais e resultados, conclusões e recomendações. A linguagem
deve ser clara, concisa e formal, usando frases simples e curtas,
terminologia própria do assunto e relatando o desenvolvimento da
pesquisa ou trabalho com indicação cronológica de cada etapa. As
ilustrações constituem parte integrante do texto, desempenhando papel
importante para sua compreensão. Quando se tratar de material
complementar, devem ser incluídas em anexo. Como em qualquer
trabalho científico, o texto do relatório compreende:
- introdução: descreve claramente os objetivos e finalidades do trabalho relatado,
bem como os objetivos do relatório;
- discussão: é a parte do relatório que descreve a natureza e resultados do
trabalho. Em se tratando de um relatório de pesquisa, a discussão descreve a
conduta e processos da investigação. Descrevem-se testes, experiências,
observações, vantagens e desvantagens, métodos usados para coleta dos dados,
resultados e análises. A discussão deve ser redigida de maneira completa, com a
devida atenção para os detalhes técnicos, a fim de facilitar a compreensão e
possibilitar que as técnicas utilizadas possam ser repetidas; deve-se mencionar e
listar todos os equipamentos usados, indicando-se o nome, modelo e série de
cada um (em caso de experiências em laboratório). Essas informações são
necessárias, tendo em vista possibilitar a verificação dos resultados
apresentados, bem como a realização de outros trabalhos com utilização de
equipamentos e processos idênticos;
- conclusões e recomendações: constituem a finalização do relatório e devem ser
baseadas na evidência clara dos fatos observados, apresentando as
comprovações mais importantes para um exame crítico dos dados. Não devem
constar da conclusão os dados quantitativos e resultados passíveis de discussão;

17
o ANEXOS OU APÊNDICES - Outras informações complementares
podem constar de alguns relatórios, tais como análises, cálculos e dados
que, por sua natureza, devam ser incluídos em apêndices ou anexos;
o REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS – Para a elaboração de "Referências
bibliográficas", consultar manual próprio.
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO – A ficha de identificação é um item essencial,
específico do relatório técnico-científico. Localiza-se após o índice, podendo também substituir
a folha de rosto. Deve conter todas as informações bibliográficas do documento, além de outros
dados necessários à sua perfeita identificação e ser apresentada de forma normalizada.

18
SUGERIMOS AS SEGUINTES ORIENTAÇÕES QUANTO A SUA
ESTRUTURA:
Itens Preliminares
- Capa - contém os dados básicos que identificam o projeto.
- Folha de rosto - é a fonte principal de identificação do relatório.
- Epígrafe
- Dedicatória
- Agradecimentos
- Sumário - relação das partes principais do projeto, objetivando facilitar a localização e
o acesso às partes em que o assunto/conteúdo foi dividido.
- Lista de figuras
- Lista de tabelas
- Lista de siglas
- Lista de anexos
- Lista de abreviaturas
- Resumo
Argumentação
1 – Introdução - contém a exposição sucinta dos objetivos, justificativa e finalidades do
relatório.
2 – Desenvolvimento
a – Teorias e conceitos em educação – Deve incluir a problematização teórico-conceitual
b – Materiais e métodos didáticos utilizados na(s) atividade(s): uma síntese. Um cronograma
de atividades desenvolvidas pode cumprir o papel de sintetizar informações, mas substitui a
discussão e a argumentação.
c – Resultados alcançados: descrição (utilizando gráficos, tabelas, quadros, figuras, fotos – mas
somente o essencial)
d – Análise dos dados – discussão sobre: a + b + c. Inserir as manifestações dos agentes do
processo educativo – professores, alunos e outros.
3 – Conclusão ou Considerações finais – é a síntese final do trabalho, enfatizando os resultados
alcançados.
Itens complementares
4 – Anexos - material complementar que serve para fundamentar, comprovar e ilustrar o
trabalho como questionários, fichas, textos etc.
5 – Referências bibliográficas – É a relação em ordem alfabética das fontes bibliográficas
utilizadas.
Obs.: A) Os itens sublinhados são utilizáveis se for o caso. B) Conforme França (1999:41),
no Relatório Técnico os anexos aparecem antes das Referências Bibliográficas.
Fonte: Azevedo, 1995: 51; França, 1999:41.

k) Relatório de Estágio Supervisionado

O relatório de estágio supervisionado é um documento com os registros das


atividades exercidas pelo estagiário e o seu aprendizado no exercício da profissão. Por sua vez,
o relatório de estágio é o registro das atividades realizadas e do aprendizado do aluno durante

19
esse processo. O relatório é exigido pela instituição e serve para a avaliação do aluno, sendo
necessário para a conclusão do curso de graduação, frequentemente a licenciatura exige este
trabalho. Por isso, o relatório de estágio é importante e deve ser bem-estruturado. Afinal, não é
apenas um documento, mas uma forma de avaliação do estudante. Frequentemente as
instituições fornecem orientações quanto a sua estrutura e apresentação.

l) Pôster

A comunicação em pôster significa a exposição sintética de um trabalho acadêmico


impresso em cartaz, acompanhada de uma apresentação feita pelos autores ao público que dele
se aproxima. O público circula entre os pôsteres exibidos durante uma determinada sessão do
evento científico e escolhe o(s) pôster(es) que deseja se aproximar. O pôster funciona na
medida em que consegue atrair a atenção do público e estimular a aproximação de possíveis
interessados nos temas expostos para o contato com os autores. Normalmente, o pôster é
impresso e pendurado ou colado em um local pré-determinado pelos organizadores do evento
científico . Mais recentemente, é possível utilizar o pôster em mídia, exposto por projetores ou
TV com tela grande.
Esta forma de apresentação é um recurso cada vez mais empregado nos eventos,
por permitir o intercâmbio de várias experiências ao mesmo tempo e em um mesmo espaço,
dando oportunidade para um grande número de pesquisadores informar sobre o andamento ou
os resultados de seus trabalhos. Pôsteres não são autônomos como artigos científicos. Eles
pressupõem ao seu lado a presença dos autores ou de seus representantes para
complementarem suas informações, que, em geral, são bastante sumárias. Como o pôster
utiliza textos, imagens e outras expressões visuais e também é apresentado oralmente, ele é
considerado um evento comunicativo multimodal.

Referências bibliográficas
AZEVEDO, Israel B. O prazer da produção científica. São Paulo: Editora
UNIMEP, 1995.
FRANÇA, Júnia L. et al. Manual para Normalização de publicações técnico-
científicas. 4.ª ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.
SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia Científica – a construção do
conhecimento. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.
SEVERINO, Joaquim Antônio. Metodologia do Trabalho Científico. São Paulo:
Cortez, 2013.

20
LEITURAS REFERENTES AOS PRÓXIMOS ITENS:
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do
trabalho científico [livro eletrônico]. São Paulo :
Cortez, 2014.

CAPÍTULO II - O TRABALHO ACADÊMICO: ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O ESTUDO NA UNIVERSIDADE


Páginas: 34 a 84. Todo o capítulo II. Para os nossos itens do programa:
3.2 – A Pesquisa bibliográfica;
3.3 - Procedimentos de leitura e análise crítica do material coletado
3.4 - Fichamentos e resumos – documentação.

3.2 - A pesquisa bibliográfica

A pesquisa bibliográfica precede a todo estudo mais aprofundado de uma questão


científica. O seu principal objetivo é identificar e sistematizar o que já foi publicado sobre o
tema estudado. Geralmente é indispensável a qualquer tipo de estudo científico, seja ele
empírico ou teórico. Consiste na seleção, leitura e sistematização de todo o material da
pesquisa em pauta. Para um bom desempenho da pesquisa bibliográfica, deve-se observar as
seguintes fases.

a) A ESCOLHA DO TEMA E SUA DELIMITAÇÃO

O tema deve ser um assunto que merece ser investigado cientificamente. É


importante que o acadêmico escolha um tema dentro de sua área de estudo, qualificação
pessoal, de sua aptidão e interesse.
São várias as fontes que sugerem temas para pesquisas. O tema pode se originar da
experiência pessoal, leituras, observação dos fatos ou de questões levantadas durante o estudo
de uma teoria ou da obra de um autor.
Para evitar a falta de objetividade e profundidade no tratamento do assunto, é
fundamental que o tema seja delimitado. A delimitação do tema consiste em levantar uma
questão significativa e relevante dentro do assunto escolhido, especificando os limites de sua
extensão e abrangência no tempo e espaço.
Exemplo:
Tema: Desemprego
Problema: Quais são as causas sociais e econômicas para o desemprego no
Brasil na década de 90?

b) IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR DA BIBLIOGRAFIA

Definido com clareza o tema e o problema, a fase seguinte é proceder ao


levantamento bibliográfico preliminar. Esta etapa consiste em buscar fontes bibliográficas que
tratam do assunto. O levantamento pode ser realizada através de catálogos de editores,

21
referências bibliográficas de obras que tratam do assunto, contato com especialistas no tema,
etc.
Um dos procedimentos mais recomendados para esse fim é a procura de catálogos
de livros e outras publicações, que podem ser publicados pelas editoras ou por bibliotecas.
Algumas instituições elaboram sistematicamente catálogos sobre assuntos específicos: livros,
artigos de revista, relatórios de pesquisa e outras publicações a partir do nome do autor, do
assunto, do país e da época em que foram publicados. Também é interessante consultar
especialistas ou pessoas que realizaram pesquisas na área. Estes podem fornecer não apenas
informações sobre o que já foi publicado, mas também uma apreciação crítica do material a ser
consultado. Outra maneira de identificar fontes significativas consiste em consultar a
bibliografia citada nos livros e revistas.

c) ELABORAÇÃO DO PLANO DE TRABALHO PROVISÓRIO

Tendo em mãos as primeiras bibliografias, é hora de fazer uma leitura preliminar


objetivando elaborar um plano de trabalho provisório. Esse plano tem a finalidade de
direcionar a leitura e, posteriormente o levantamento bibliográfico definitivo, evitando perda
de tempo. Após uma leitura mais específica e o fichamento das obras mais significativas, o
estudante, certamente, fará algumas mudanças nesse plano de trabalho.

Tema e Plano Provisório: Ensino de Psicologia no Brasil


1 Introdução
2 O ensino da Psicologia nas Escolas Normais
3 O ensino de Psicologia nos cursos de formação universitária
3.1 Cursos de Pedagogia
3.2 Cursos de Filosofia
3.3 Outros cursos
4 O ensino de Psicologia em cursos específicos
4.1 A regulamentação dos cursos de Psicologia
4.2 O desenvolvimento dos cursos de Psicologia
4.3 Situação atual do ensino de Psicologia
4.3.1 Cursos de graduação
4.3.2 Cursos de pós-graduação
5 Conclusões.

d) LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO

É a fase de busca da bibliografia mais específica e qualificada do assunto


pesquisado. Esta busca pode ser feita nas bibliotecas particulares ou públicas, através de
catálogos de editoras, onde se encontram as relações das obras.
Os índices, sumários e notas das bibliografias encontradas são fontes de referências
importantes para prosseguir na busca de novas bibliografias. A Internet é uma fonte
excepcional para levantamento bibliográfico. Através do site (endereço eletrônico) pode-se
percorrer várias bibliotecas e entrar em contato com pesquisadores que desenvolvem estudos
sobre o tema em questão.
De posse das obras ou textos, a verificação de sua propriedade para com o tema

22
estudado pode ser feita através das informações contidas nos resumos de algumas obras ou
através dos índices. Mantenha registros dos documentos consultados, fazendo fichamentos
daqueles fundamentais para o seu trabalho.

e) LEITURA
Localizada a bibliografia pertinente ao tema, é hora de iniciar a leitura e o
ordenamento das informações. Todo material deve ser lido, obedecendo os critérios da leitura
científica. Após a leitura, deve-se proceder ao Fichamento (a ser tratado a seguir). Fichar todo
material lido é urna prática eficiente que auxilia muito a fase da redação do texto. A ficha é um
instrumento fácil de manipular e permite o registro das principais idéias, teorias e dados. As
fichas de resumo e de citação são as mais indicadas para sistematização do material.
Como os objetivos das diversas leituras variam, naturalmente também variam os
procedimentos e as atitudes requeridas. A leitura que se faz na pesquisa bibliográfica deve
servir aos seguintes objetivos:
a) identificar as informações e os dados constantes do material impresso;
b) estabelecer relações entre as informações e os dados obtidos com o problema
proposto;
c) analisar a consistência das informações e dados apresentados pelos autores

f) ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
Os dados e as informações coletadas através das leituras por si só não responderão
à questão central da pesquisa. É necessário que o estudioso faça urna análise e interpretação
apresentando seu significado e demonstrando suas relações e correlações, dando assim um
sentido a estes dados e informações, construindo urna resposta precisa e adequada à questão
central da pesquisa.

g) PLANO DEFINITIVO
Já tendo realizado a leitura, fichamento, análise e interpretação das informações, é
hora de fazer o plano definitivo do texto. Os elementos essenciais de um plano de trabalho da
pesquisa bibliográfica, corno todo o trabalho científico deve apresentar introdução,
desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas. Quando o trabalho é mais extenso, o
desenvolvimento deve ser dividido em itens e/ou sub-itens para facilitar sua organização e
compreensão.

h) REDAÇÃO
A redação da pesquisa bibliográfica segue as normas estabelecidas para produção
de trabalhos científicos.

3.3 - Procedimentos de leitura e análise crítica do material coletado

a) CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DO TRABALHO CIENTÍFICO


Seja qual for a natureza de um trabalho científico, ele precisa preencher algumas
características para ser considerado como tal. Assim, um estudo é realmente científico quando:
1. discute idéias e fatos relevantes relacionados a um determinado assunto, a partir de um
marco teórico bem fundamentado;
2. o assunto tratado é reconhecível e claro, tanto para o autor quanto para os leitores;

23
3. tem alguma utilidade, seja para a ciência, seja para a comunidade;
4. demonstra, por parte do autor, o domínio do assunto escolhido e capacidade de
sistematização, recriação e crítica do material coletado;
5. diz algo que ainda não foi dito;
6. indica com clareza os procedimentos utilizados, especialmente as hipóteses (que devem
ser específicas, plausíveis, relacionadas com uma teoria e conter referências empíricas)
com que se trabalhou na pesquisa;
7. fornece elementos que permitam verificar, para aceitar ou contestar, as conclusões a
que chegou;
8. documenta com rigor os dados fornecidos, de modo a permitir a clara identificação das
fontes utilizadas;
9. a comunicação dos dados é organizada de modo lógico, seja dedutiva, seja
indutivamente;
10. é redigido de modo gramaticalmente correto, estilisticamente agradável,
fraseologicamente claro e terminologicamente preciso.

b) PRINCÍPIOS DE COMUNICAÇÃO

Na produção de um texto científico, devem ser seguidos aqueles princípios que lhe
confiram clareza, concisão, coerência, correção e precisão.
COMPROMISSOS BÁSICOS – Entre os princípios de boa comunicação devem
ser buscados alguns abaixo indicados (sem qualquer hierarquia):
1. Clareza - O texto deve ser escrito para ser entendido; a dificuldade do leitor pode
estar na compreensão do assunto, nunca na obscuridade do raciocínio do autor. Um
pensamento claro gera um texto claro, escrito segundo a ordem natural do pensamento e das
regras gramaticais.
2. Concisão - O texto deve dizer o máximo no menor número possível de palavras.
Um autor seguro do que quer dizer não se perde em meio às suas palavras, que são um meio de
dizer e não um fim. Para isto, o autor deve usar frases curtas e parágrafos breves.
3. Correção - O texto deve estar grafado corretamente, pontuado adequadamente e
ter as suas concordâncias regidas conforme as regras.
4. Encadeamento - Tanto as frases como os parágrafos e os capítulos (ou partes)
devem estar encadeados de modo lógico e harmônico. É recomendável também que os
capítulos (ou partes) guardem alguma simetria na sua dimensão.
5. Consistência - O texto deve usar os verbos nos mesmos tempos,
preferencialmente na voz ativa, e os pronomes nas mesmas pessoas. Para se referir a si
enquanto pesquisador, o autor deve escolher um tratamento (eu, nós, o pesquisador, -se) e ficar
nele ao longo do trabalho.
6. Contundência - O texto deve ir direto ao assunto, sem circunlóquios, e fazer as
afirmações de forma forte, não só para criar impacto, mas para marcar bem as suas posições.
7. Precisão - O texto deve buscar usar as palavras e conceitos nos seus sentidos
universalmente aceitos ou definidos a priori. A ambiguidade não concorre para a compreensão;
a exatidão dos termos é indispensável na comunicação científica.
8. Originalidade - Original não é o texto que dá cambalhotas (na cabeça do leitor),
mas tão somente aquele redigido de modo autônomo, agradável e criativo; autônomo é o texto
que não depende em demasia das fontes utilizadas mas procura reescrever de modo

24
independente as idéias tomadas por empréstimo; agradável é o texto escrito de modo a
despertar o interesse do leitor, e criativo é o texto capaz de dizer as coisas, até as já sabidas,
numa perspectiva nova. Ser original é evitar o recurso fácil das frases feitas, dos lugares
comuns e dos jargões profissionais.
9. Correção política - O texto deve dar atenção à noção do "politicamente correto",
no uso de conceitos e palavras, para evitar o emprego de expressões de conotação etnocentrista,
especialmente as de cunho sexista e racista.
10. Fidelidade - O texto deve ser escrito segundo parâmetros éticos, com absoluto
respeito ao objeto de estudo, às fontes empregadas e aos leitores. Evidentemente ainda, os
textos citados não podem ser usados para dizer aquilo que seus autores não quiseram. O texto
usado pode e deve ser interpretado, mas não distorcido. Por isto, toda elipse e toda interpolação
devem ser indicadas.

c) DEZ CONSELHOS PRÁTICOS

1. Escreva frases breves e parágrafos curtos. Diga o que quiser no menor espaço
que conseguir. Não alongue as frases com o uso abusivo de "o qual", "cujo" e gerúndios. Você
terá menos chances de parecer complicado.
2. Encadeie as frases e os parágrafos logicamente, com cada frase ou parágrafo
desembocando naturalmente no que vem a seguir. Você terá menos chance de parecer ter
composto uma colcha de retalhos.
3. Evite apelar para generalizações (como "a maioria acha", "todos sabem"). Você
terá menos chance de parecer superficial.
4. Evite repetir palavras, especialmente verbos e substantivos. Use sinônimos.
Você terá menos chance de parecer possuir um vocabulário pobre.
5. Evite modismos linguísticos (como "em nível de", "colocação", "Gadotti vai
dizer que", etc.). Você terá menos chance de parecer um deslumbrado com o jargão
universitário.
6. Evite as redundâncias (como "os alunos são a razão de ser da Escola Prof.
Pegado"). Cada frase deve ser produto de uma reflexão. Você terá menos chance de parecer
apressado.
7. Abstenha-se de superlativos, aumentativos, diminutivos e adjetivos em demasia.
Você terá menos chance de parecer pernóstico.
8. Faça citações diretas o suficiente para favorecer sua argumentação; opte por
reescrevê-las, creditando-as aos seus autores. Você terá menos chance de ser tido como um
mero compilador.
9. Use as notas de rodapé para definições e informações que, embora sucessivas, se
usadas em excesso acabam truncando por demais o texto.
10. Lembre-se que você está escrevendo para um leitor real. Não vale a pena
escrever para não ser lido.

3.4 - Fichamentos e resumos – documentação.

a) A FICHA E SUA FINALIDADE


O sistema de ficha é um recurso muito útil para o estudioso que pretende

25
aprofundar-se na pesquisa de um tema específico. Para tanto, deve empreender uma pesquisa
bibliográfica extensa. A sistematização, organização e registro do material estudado é
facilitado quando se usa o fichamento como instrumento de registro das informações mais
importantes das leituras realizadas. Objetiva:
a) identificar as obras;
b) conhecer seu conteúdo;
c) fazer citações;
d) analisar o material;
e) elaborar críticas.
O fichamento como técnica de sistematização das bibliografias estudadas foi criado
no século XVII pelo Abade Rozier, da Academia Francesa de Ciência. São vários tipos de
fichas. A escolha de um determinado tipo varia de acordo com a sua finalidade.

b) ASPECTOS FÍSICOS
Existem fichas de vários tamanhos. É conveniente utilizar sempre o mesmo
tamanho, pois facilitará o seu manuseio e arquivamento.
As fichas devem ser arquivadas em fichários por ordem de assunto ou autor. Hoje,
com o computador, estão à disposição alguns programas que permitem elaborar o fichamento
usando esse recurso, o que toma mais prático o armazenamento através dos disquetes ou CDs.
Na utilização tradicional da ficha, pode-se escrever na frente e no verso, porém
ressalta-se que a utilização de apenas um lado facilita o seu manuseio, arquivamento e a
localização no fichário.
Toda ficha deve conter: um cabeçalho que indica o tema geral do trabalho ou
assunto tratado e o tema específico que indica um sub-item do tema geral; a citação
bibliográfica seguindo as normas da ABNT; devem ser numeradas conforme a necessidade (a
seqüência é usada em caso de se utilizar frente e verso – ex: n.° 1, seq. A; n.° 1, seq. B; n.° 2,
seq. A; n.° 2, seq. B). Além de numerar as fichas, repete-se o cabeçalho em todas elas.

Observe o exemplo a seguir:

26
1 Tema Central

2 Tema específico 3 N.º da 4


ficha Sequência

5 Referência bibliográfica.
SOBRENOME, Nome do autor. Título da obra. Cidade: Editora, data.

Localização da obra:

c) TIPOS DE FICHAS
São vários tipos de fichas que podem ser usadas como instrumentos de
sistematização da leitura. A seguir serão apresentados os tipos considerados mais propícios
para o acadêmico: bibliográfica, citações, resumo ou de conteúdo, comentário ou analítica.

FICHA BIBLIOGRÁFICA – A ficha bibliográfica é de grande utilidade quando se


está procedendo ao levantamento bibliográfico de um assunto específico, pois permite ao
estudioso identificar posteriormente as obras que contêm o assunto em estudo. Esse tipo de
ficha tanto pode referir-se à obra inteira ou a uma parte dela.
FICHA DE CITAÇÕES - Consiste na reprodução fiel de frases ou sentenças
consideradas relevantes ao estudo em pauta. Deve-se observar os seguintes cuidados:
- toda citação tem de vir entre aspas. É através desse sinal que se distingue uma ficha de
citações das de outro tipo.
- após a citação, deve constar o número da página de onde foi extraída. Isso permitirá a
posterior utilização no trabalho, com a correta indicação bibliográfica;
- a transcrição tem de ser textual. Isso inclui os erros de grafia, se houver . Após eles,
coloca-se o termo sic, em minúsculas e entre parênteses ou colchetes. (sic) →
Exemplo:
Chegou-se à conclusão de que o garimpeiro é, antes de tudo, um homem do campo
desocado (sic) para a cidade, mas conservador da cultura rural, embora venha assimilando,
gradativamente, aspectos da cultura citadina (p. 127);
- a supressão de uma ou mais palavras deve ser indicada, utilizando-se, no local da
omissão, três pontos, precedidos e seguidos por espaços, no início ou final do texto e
entre parênteses, no meio. → Exemplo:
Essa liberdade é a marca predominante no comportamento do garimpeiro: (. ..) esse
desejo de liberdade leva-o a optar, sempre que possível, pela garimpagem, ao invés do trabalho
nas lavouras; só em última instância o garimpeiro aceita a opção de serviço na roça,(...) (p.
130); .
- a frase deve ser complementada, se necessário: quando se extrai uma parte ou
parágrafo de um texto, este pode perder seu significado, necessitando de um

27
esclarecimento, o qual deve ser intercalado, entre colchetes. → Exemplo:
Esse rio [Sapucaí], que limita Patrocínio Paulista com Batatais e Altinópolis, é
afluente do Rio Grande. (p.l6-17);
- quando o pensamento transcrito é de outro autor, tal fato tem de ser assinalado (citação
de citação). Muitas vezes o autor fichado cita frases ou parágrafos escritos por outra
pessoa. Nesse caso, é imprescindível indicar, entre parênteses, a referência
bibliográfica da obra da qual foi extraída a citação. → Exemplo:
(...) as gupiaras se encontram ora numa, ora noutra margem do rio" (p. 36)
(MACHADO FILHO, Aires da Mata. O negro e o garimpo em Minas Gerais. 2. ed. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 1964., p. 17).
Obs.: A citação de citação no trabalho final deve ser referenciada em Nota de
Rodapé. Este acima é exemplo no fichamento.

FICHA DE RESUMO OU DE CONTEÚDO – Apresenta uma síntese bem clara e


concisa das idéias principais do autor ou um resumo dos aspectos essenciais da obra.
Características:
- trata-se de exposição abreviada das idéias do autor;
- não é de citações. É elaborada pelo autor com suas próprias palavras;
- não é longa: apresentam-se mais informações do que a ficha bibliográfica;
- não precisa obedecer estritamente à estrutura da obra: lendo a obra, o estudioso vai
fazendo anotações dos pontos principais. Ao final, redige um resumo, contendo a
essência do texto.

FICHA DE COMENTÁRIO OU ANALÍTICA – Consiste na explicitação ou


interpretação crítica pessoal das idéias expressas pelo autor, ao longo de seu trabalho ou parte
dele. Pode apresentar:
- comentário sobre a forma pela qual o autor desenvolve seu trabalho, no que se refere
aos aspectos metodológicos;
- análise crítica do conteúdo, tomando como referencial a própria obra;
- interpretação de um texto para torná-la mais claro;
- comparação da obra com outros trabalhos sobre o mesmo tema;
- explicitação da importância da obra para o estudo em pauta.

d) MODELO DE FICHA

As fichas podem ser estruturadas conforme o interesse do estudante, associando as


modalidades. Como as informações registradas poderão ser variadas (as mais comuns são de
leituras de livros, mas podem ser de entrevistas, dados de observação direta ou indireta, filmes
assistidos, palestras, etc.) as fichas podem apresentar as mais diversas estruturas possíveis,
desde que a estrutura principal seja mantida: tema, numeração, referência da obra consultada.
Segue alguns modelos de fichas:

28
Modelo de fichamento – Analítica com citações
1
Sociologia Clássica – Karl Marx
2 3 4
O materialismo histórico 1
5
MARX, Karl. “Prefácio à contribuição à crítica da economia política”. In: MARX, K. e
ENGELS, F. Obras escolhidas. São Paulo: Alfa-Omega, s/d. Pág. 300 a 303

Diversos autores marxistas citam o materialismo histórico como central para o


entendimento do objeto de estudo da sociologia: as relações sociais de produção. A partir da
crítica às teorias correntes à época (socialismo francês, economia política inglesa, filosofia
alemã), Marx e Engels alcançaram o que denominavam “fio condutor” dos seus estudos
sobre a sociedade. O materialismo histórico deve ser entendido como recurso metodológico
para a compreensão da história da humanidade, do seu desenvolvimento, de determinadas
sociedades (formações sociais) em determinadas épocas históricas. O texto “Prefácio...” é
bastante citado por inúmeros cientistas sociais por apresentarem as idéias centrais do que
Marx denominou o “fio condutor” da análise do desenvolvimento histórico.
Aqui vamos destacar as categorias principais do materialismo histórico apontadas
por ele neste texto:
A minha investigação desembocava no resultado de que tanto as relações jurídicas
como as formas de Estado não podem ser compreendidas por si mesmas nem pela
chamada evolução geral do espírito humano, mas se baseiam, pelo contrário, nas
condições materiais de vida (...). (p. 301) (grifos nossos)
O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu de fio condutor aos
meus estudos pode resumir-se assim: na produção social da sua vida, os homens
contraem determinadas relações necessárias e independentes da sua vontade,
relações de produção que correspondem a uma determinada fase de
desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações
de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se
levanta a superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas
formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o
processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do
homem que determina o seu ser, mas, pelo contrário, o seu ser social é que
determina a sua consciência. (idem) (grifos nossos)
As forças produtivas materiais da sociedade e as relações de produção formam
unidade. Esta unidade romperá quando as forças produtivas se desenvolverem e exigirem
novas relações sociais de produção, e uma época de revolução social surgirá. Revoluciona-se
toda a superestrutura existente e uma nova surgirá.
É preciso distinguir sempre entre as mudanças materiais ocorridas nas condições
econômicas de produção (...) e as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou
filosóficas, numa palavra, as formas ideológicas em que os homens adquirem
consciência desse conflito e lutam para resolvê-lo. (p.302);
Não pode-se julgar um indivíduo pelo que ele pensa de si mesmo. Não pode-se
julgar épocas históricas pela sua consciência. Deve-se explicar esta consciência
pelas contradições da vida material, pelo conflito existente entre as “forças
produtivas sociais e as relações de produção”. (idem)
As relações de produção burguesas são a última forma contraditória do processo

29
de produção social – contradição não individual – que nasce das condições de existência
social dos indivíduos. No seio da sociedade burguesa as forças produtivas (antagônicas) se
desenvolvem e criam ao mesmo tempo as condições materiais para solução deste
antagonismo (idem). Marx conclui apontando a direção dos seus estudos em contraposição
aos existentes: “trabalhar em conjunto (com Engels) para opor o nosso ponto de vista ao
ponto de vista ideológico da filosofia alemã”; (...) “liquidar com a nossa consciência
filosófica anterior” - diz isto em relação às teorias da época. (p.303)
Finalmente: a) apresenta os escritos anteriores a este “Prefácio à contribuição à
crítica da economia política” (publicado em 1859) em que expôs os temas relacionados à sua
teoria e à sua concepção metodológica da história da humanidade. b) Justifica que este
‘Prefácio...’ contém um esboço da sua trajetória de estudos, e da sua vida profissional (idem).
Nome:____________________________________________________ N.º ________.
Curso: _________________________ Disciplina: _____________________________
1 Tema Central. 2 Tema específico. 3 N.º da ficha. 4 Sequência. 5 Referência bibliográfica.

Modelo de ficha de citações


1
Sociologia Clássica – Karl Marx
2 3 4
O materialismo histórico 1
5
MARX, Karl. “Prefácio à contribuição à crítica da economia política”. In: MARX, K. e
ENGELS, F. Obras escolhidas. São Paulo: Alfa-Omega, s/d. Pág. 300 a 303

“A minha investigação desembocava no resultado de que tanto as relações jurídicas como as


formas de Estado não podem ser compreendidas por si mesmas nem pela chamada evolução geral do espírito
humano, mas se baseiam, pelo contrário, nas condições materiais de vida (...)”. (p. 301) (grifos nossos)
“O resultado geral a que cheguei e que, uma vez obtido, serviu de fio condutor aos meus estudos
pode resumir-se assim: na produção social da sua vida, os homens contraem determinadas relações necessárias
e independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de
desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a
estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta a superestrutura jurídica e política e à qual
correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o
processo da vida social, política e espiritual em geral. Não é a consciência do homem que determina o seu ser,
mas, pelo contrário, o seu ser social é que determina a sua consciência.” (idem) (grifos nossos)
“É preciso distinguir sempre entre as mudanças materiais ocorridas nas condições econômicas de
produção (...) e as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas, numa palavra, as formas
ideológicas em que os homens adquirem consciência desse conflito e lutam para resolvê-lo”. (p.302);
“Não pode-se julgar um indivíduo pelo que ele pensa de si mesmo. Não pode-se julgar épocas
históricas pela sua consciência. Deve-se explicar esta consciência pelas contradições da vida material, pelo
conflito existente entre as forças produtivas sociais e as relações de produção”. (idem)
“Trabalhar em conjunto (com Engels) para opor o nosso ponto de vista ao ponto de vista
ideológico da filosofia alemã”; (...) “liquidar com a nossa consciência filosófica anterior” - diz isto em relação
às teorias da época. (p.303)
Ver outros textos relacionados e que especificam os conceitos: Harnecker, M. Os conceitos
elementares do materialismo histórico; Dicionário do pensamento marxista, editado por Tom Bottomore, entre
outros.
Nome:____________________________________________________ N.º ________.
Curso: _________________________ Disciplina: _____________________________
1 Tema Central. 2 Tema específico. 3 N.º da ficha. 4 Sequência. 5 Referência bibliográfica.

30
e) RESUMOS
Da mesma forma que as fichas, para os pesquisadores os resumos são instrumentos
obrigatórios de trabalho através dos quais se podem selecionar obras que merecem a leitura do
texto completo. Entretanto, os resumos só são válidos quando contiverem, de forma sintética e
clara, tanto a natureza da pesquisa realizada quanto os resultados e as conclusões mais
importantes, em ambos os casos destacando-se o valor dos achados ou de sua originalidade.
CONCEITO, FINALIDADE E CARÁTER – O resumo é a apresentação concisa e
frequentemente seletiva do texto, destacando-se os elementos de maior interesse e importância,
isto é, as principais idéias do autor da obra.
A finalidade do resumo consiste na difusão das informações contidas em livros, ar-
tigos, teses, etc., permitindo a quem o ler resolver sobre a conveniência ou não de consultar o
texto completo. O caráter de um resumo depende de seus objetivos: apresentar um sumário
narrativo das partes mais significativas, não dispensando a leitura do texto; condensação do
conteúdo, expondo ao mesmo tempo tanto as finalidades e metodologia quanto os resultados
obtidos e as conclusões da autoria, permitindo a utilização em trabalhos científicos e
dispensando, portanto, a leitura posterior do texto original; análise interpretativa de um
documento, criticando os diferentes aspectos inerentes ao texto.
COMO RESUMIR – Levando-se em consideração que quem escreve obedece a um
plano lógico através do qual desenvolve as idéias em uma ordem hierárquica, ou seja,
proposição, explicação, discussão e demonstração, é aconselhável, em uma primeira leitura,
fazer um esboço do texto, tentando captar o plano geral da obra e seu desenvolvimento.
A seguir, volta-se a ler o trabalho para responder a duas questões principais: de que
trata este texto? O que pretende demonstrar? Com isso, identifica-se a idéia central e o
propósito que nortearam o autor.
Em uma terceira leitura, a preocupação é com a questão: como o disse? Em outras
palavras, trata-se de descobrir as partes principais em que se estrutura o texto. Esse passo
significa a compreensão das idéias, provas, exemplos etc. que servem como explicação,
discussão e demonstração da proposição original (idéia principal). É importante distinguir a
ordem em que aparecem as diferentes partes do texto. Geralmente quando o autor passa de uma
idéia para outra, inicia novo parágrafo; entretanto, a ligação entre os parágrafos permite
identificar:
- consequências (quando se empregam palavras tais como: em consequência, por
conseguinte, portanto, por isso, em decorrência disso etc.);
- justaposição ou adição (identificada com expressões de tipo: e, da mesma forma, da
mesma maneira, etc.);
- oposição (com a utilização das palavras: porém, entretanto, por outra parte,sem
embargo, etc.);
- incorporação de novas idéias;
- complementação do raciocínio;
- repetição ou reforço de idéias ou argumentos;
- justificação de proposições (por intermédio de um exemplo, comprovação, etc.);
- digressão (desenvolvimento de idéias até certo ponto alheias ao tema central do
trabalho).
Os três últimos casos devem ser totalmente excluídos do resumo. A última leitura
deve ser feita com a finalidade de:

31
- compreensão do sentido de cada parte importante;
- anotação das palavras-chave;
- verificação do tipo de relação entre as partes (consequência, oposição,
complementação etc.).
Uma vez compreendido o texto, selecionadas as palavras-chave e entendida a
relação entre as partes essenciais, pode-se passar à elaboração do resumo.

Referências bibliográficas

AZEVEDO, Israel Belo de. O prazer da produção científica - diretrizes para a elaboração de
trabalhos acadêmicos. 3. ed. ampl. Piracicaba-SP: Editora Unimep, 1995. p 22-26

FRANÇA, Júnia L. et al. Manual para Normalização de publicações técnico-científicas. 4.


ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 1999.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2001.

SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia Científica – a construção do conhecimento.


Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

SIQUEIRA, Sueli. O trabalho e a pesquisa científica na construção do conhecimento.


Governador Valadares-MG: Universidade Vale do Rio Doce, 1999.

32
IV UNIDADE - Estrutura dos trabalhos científicos

Esta unidade tem como título a Estrutura do trabalho científico, com destaque para
o uso da tecnologia informacional na comunicação científica, bem como a normalização e
modelos aplicáveis aos diversos tipos de trabalhos científicos. Como já vimos as principais
modalidades do trabalho científico, vamos nos prender as orientações básicas de como se
estrutura cada um destes trabalhos, além dos princípios gerais aplicados à produção científica,
da organização dos estudos, da leitura e da escrita, da pesquisa bibliográfica, dos fichamentos e
resumos, passaremos a discutir a estrutura numa perspectiva prática, com orientações, normas e
modelos aplicáveis na escrita do texto.
Várias modalidades de trabalhos científicos foram discutidos e apontadas as
principais observações necessárias em relação a ESTRUTURA DA ARGUMENTAÇÃO
(introdução, desenvolvimento e conclusão) e da APRESENTAÇÃO. Seguiremos com a
discussão das orientações, das normas e modelos a partir da seguinte sequência:
4.1 O texto escrito (Introdução, desenvolvimento e conclusão), margens, citações,
etc.
4.2 Os itens preliminares (Capa, folha de rosto, sumário, etc.)
4.3 Os itens complementares (Referências bibliográficas, anexos, etc.).
4.4 Outros aspectos gráficos e editoração em geral

4.1 Estrutura do trabalho científico: o texto escrito.


Apresentamos alguns elementos no item 3.3 - Procedimentos de leitura e análise
crítica do material coletado. Sobre o texto escrito, com especial destaque para a estruturação da
introdução, desenvolvimento e conclusão recomendamos a leitura do texto de SEVERINO
(2013), Metodologia do Trabalho Científico, Capítulo IV – A pesquisa na dinâmica da vida
universitária. Neste capítulo a seção Análise dos dados e a construção do raciocínio
demonstrativo o autor apresenta o seguinte argumento:
Todo trabalho científico, seja ele uma tese, um texto didático, um artigo ou uma
simples resenha, deve constituir uma totalidade de inteligibilidade, estruturalmente orgânica,
deve formar uma unidade com sentido intrínseco e autônomo para o leitor que não participou
de sua elaboração, que internamente as partes se concatenem logicamente. (SEVERINO, 2013,
p. 128).
Continuando a exposição o autor vai discorrer sobre a construção do texto:
introdução, desenvolvimento e conclusão, a redação do parágrafo, a construção do parágrafo e
a conclusão do trabalho. Neste capítulo apresenta ainda várias outras informações importantes
sobre a estrutura do trabalho científico. Volte ao texto de Severino sempre que necessário para
esclarecer questões. Aqui vamos apresentar de maneira mais resumida os seguintes itens:
• Margens
• Citações
• Notas de rodapé
• Parágrafo – formatando e usando a FERRAMENTA PINCEL.
• Numeração de páginas
• Numeração progressiva nas seções de um documento;

33
a) O TEXTO: AS MARGENS DO PAPEL E APRESENTAÇÃO

Papel A4 – Margens 3x2x3x2 é o mais comum. No WORD vá em Layout de


página, margens, margens personalizadas, marque a que você deseja e OK.

Margem superior 3,0 cm


Margem de parágrafo de citação textual longa 4,0 cm
2,0 cm
Margem de parágrafo tradicional
Margem esquerda 3,0 cm

Margem direita 2,0 cm

Margem inferior
2,0 cm
b) CITAÇÕES – EXEMPLOS

34
Aplicação: Use Fonte 12, espaçamento 1,5 no texto normal, espaçamento simples
nas citações textuais longas. Modelo:

Livre:
Para Laranjeira (1997), o Brasil possui o maior e mais complexo sistema financeiro
da América Latina, e a alta lucratividade tem caracterizado esse setor que até pouco tempo era
favorecido por altos índices de inflação. Essa elevada rentabilidade estimulou o setor a investir
em inovações tecnológicas, o que colocou os bancos brasileiros próximos à situação dos
bancos de países altamente desenvolvidos.
Textual curta
Ainda segundo Laranjeira, as inovações tecnológicas no Brasil têm se dado de
forma lenta e indefinida. Em muitos setores não se introduziram completamente as mudanças,
e também é possível encontrar diferentes estratégicas tecnológicas dentro de um mesmo setor.
O mesmo é constatado por Tumolo (2001, p. 2): “Tendo como base as pesquisas realizadas, é
possível afirmar que a marca distintiva do chamado processo de reestruturação produtiva no
Brasil é a ´heterogeneidade generalizada´, que ocorre não só entre as empresas, mas também no
interior delas.” (citação até 3 linhas)
Citação de citação:
Embora haja abundante literatura a respeito, deve-se reconhecer que o processo de
reestruturação produtiva no Brasil é um fenômeno relativamente novo. Gihahy (citado por
TUMOLO, 2001, p.11) afirma que “a difusão de inovações tecnológicas e organizacionais na
indústria brasileira começa em meados dos anos 70”.
Textual longa:
Segundo Segnini (1999), o processo de reestruturação no setor bancário se constitui
no processo de reestruturação do próprio capitalismo. Vai além dos espaços produtivos, porém,
mais amplo e complexo, por se tratar de um processo intensificador da internacionalização do
capital e da expansão do ideário neoliberal.
Essa dinâmica insere-se num contexto de intensificação da mundialização dos
mercados e dos fluxos financeiros, cuja velocidade possibilita a caracterização
da internacionalização dos bancos, ampliando a interpenetração dos diversos
mercados nacionais. Nesse sentido, o sistema financeiro assume um duplo
papel: ao mesmo tempo em que atua como agente no processo de
reestruturação mais amplo, também vivencia reestruturações nos processos
produtivos no sentido de se adequar à lógica de ‘livre mercado’ que norteia a
intensa competição já outrora existente, porém intensificada nesse setor.
(SEGNINI, 1999, p. 2)
Aqui** Use fonte 11, espaçamento simples, recuo 4 cm.

C) NOTAS DE RODAPÉ

As notas de rodapé podem ser bibliográficas, utilizadas para indicar a fonte de onde

35
foi tirada uma citação, ou explicativas, utilizadas para apresentar comentários ou observações
pessoais do autor, informações obtidas por meio de canais informais, e informações adicionais
sobre o tema em discussão no texto. As notas de rodapé devem ser reduzidas ao mínimo e
colocadas de forma padronizada. Uma vez que a sequencia deve ser igual. A primeira página
do artigo poderá conter as seguintes notas: data em que o artigo foi recebido para publicação
(importante quando se tem necessidade de provar a originalidade de uma idéia ou descoberta),
qualificações, títulos ou credenciais do(s) autor(es), e vínculo institucional. Usamos as notas de
rodapé para definições e informações que, embora sucessivas, se usadas em excesso acabam
truncando por demais o texto.
Como configurar notas de rodapé no Word?
Os editores de texto, normalmente, tem a função de inserir notas de rodapé
automaticamente. Esse é o caso do Word da Microsoft.
• Primeiro escreva o texto da nota em algum lugar. Copie ou recorte o texto a ser colado na NR.
• Depois pressione o atalho [Ctrl + Alt + F]
• Outra opção: ir ao MENU, Referências, clicar no ícone “Inserir nota de rodapé”.
• Aparece a NR no lugar com o número subscrito colocado na ordem automaticamente. O cursor já
vai aparecer no espaço no rodapé. Cole o texto que você digitou previamente ou basta você
preencher as informações do rodapé.
• Clique de volta em algum lugar fora do rodapé e continue seu texto normalmente.

D) PARÁGRAFO – FORMATANDO E USANDO A FERRAMENTA


PINCEL.

Selecione todo o primeiro parágrafo que você escreveu. Com o texto selecionado
clique com o botão direito em PARÁGRAFO. Abre uma janela que você delimita as opções de
parágrafo: Em Geral, escolha ALINHAMENTO, JUSTIFICADO. Abaixo tem RECUO,
ESPECIAL, escolha Primeira Linha, 2 cm. Em Espaçamento escolha 1,5.
A ferramenta PINCEL: depois de formatado um parágrafo, selecione e clique com
o botão direito do mouse e escolha a opção do PINCEL. O cursor se transforma num pincel. E
Aí é só clicar no parágrafo que você quer colar o formato, como um pincel mesmo. O PINCEL
copia e cola o formato onde você quiser. O Pincel vale para Títulos, Cores, Fontes, etc.

E) NUMERAÇÃO DE PÁGINAS

No Word vá no menu INSERIR e NÚMERO DE PÁGINA. Vai aparecer opções,


escolha fim de página centralizado ou esquerda. Note que em textos como monografias por
exemplo, vai ser preciso dividir o trabalho em duas seções. Na primeira seção não tem
numeração de páginas, onde estão capa, olha de rosto, sumário, etc. A segunda seção se inicia
na introdução e a numeração deverá aparecer somente nesta seção. Para tanto faça: Coloque o
cursor no início da introdução, a esquerda do título. Vá em LAYOUT DE PÁGINA, na opção
Quebras, clique em Quebras de seção, Próxima página. OK. O texto vai numerar todas as
páginas. Vai ser preciso retirar os números da PRIMEIRA SEÇÃO. Faça: Clique no número de
página da introdução, vai aparecer a opção Ferramentas de Cabeçalho e Rodapé. No MENU a
opção DESIGNER, clique em VINCULAR COM O ANTERIOR, na verdade você deve
desmarcar a opção. Para desvincular mesmo. Então o números de páginas estarão quebrados
pelas duas seções. Aí tem mais uma etapa: vá para um número de página qualquer antes da

36
introdução, selecione e dele o número de página. Você vai verificar que na primeira seção não
terá mais número de página. Enquanto da introdução do seu texto em diante vai ocorrer a
numeração automática.

F) NUMERAÇÃO PROGRESSIVA NAS SEÇÕES DE UM DOCUMENTO;

O WORD apresenta a opção Numeração das seções de um documento (isto pode


ajudar a fazer SUMÁRIO AUTOMÁTICO) . Para entender é preciso saber que o WORD tem
ESTILOS AUTOMÁTICOS. Se você estiver no menu PÁGINA INICIAL, vai notar as opções
Legenda, Nornmal, Título 1, Título 2, etc. Escolha um parágrafo NORMAL e formate como
deseja, e salve na memória modelo do Word. Clique com o botão direito do mouse no ÍCONE
NORMAL do menu, e marque a primeira opção: Atualizar Normal para corresponder a
seleção. Aí você pode selecionar vários parágrafos do seu texto e usar o PINCEL ou o ícone
NORMAL para padronizar.
Depois faça o mesmo procedimento em TÌTULO 1, por exemplo. Faça: clique num
título, faça a formatação como você quiser. Ex: fonte 12, NEGRITO, ALINHADO A
ESQUERDA. Selecionado o título que você formatou, clique com o botão direito do mouse no
ÍCONE NORMAL do menu, e marque a primeira opção: Atualizar Normal para corresponder a
seleção. Aí você pode selecionar vários TÍTULOS do seu texto e usar o PINCEL ou o ícone
NORMAL para padronizar.

G) RESUMO

O resumo técnico-científico, segundo Severino (2013), consiste na apresentação


concisa do conteúdo de um trabalho de cunho científico (livro, artigo, monografia, dissertação,
tese etc.) e tem a finalidade específica de passar ao leitor uma ideia completa do teor do
documento analisado. Esse tipo de resumo, geralmente, é solicitado para publicação ou
apresentação em eventos culturais etc. nesse sentido, o resumo deve ser redigido em um só
parágrafo, com o máximo de 200 a 250 palavras e deverá conter introdução, desenvolvimento e
conclusão. Este tipo de trabalho se centra na extração das ideias básicas do(s) autor (es)
informando qual a natureza do trabalho, indicando o objeto tratado, os objetivos visados, as
referências teóricas de apoio, os procedimentos metodológicos adotados e as conclusões/os
resultados a que se chegaram.
Ou ainda, o resumo pode conter: frase inicial introdutória ao tema e à pesquisa, os
objetivos, a metodologia, os resultados, e a conclusão.
Formatação: 200 a 250 palavras, espaçamento simples, fonte 12, sem entrada de
parágrafo. Exemplo:

37
REBELDIA, PROTESTO OU DEPREDAÇÃO DO PATRIMONIO PÚBLICO –
UM ESTUDO DO COMPORTAMENTO DOS JOVENS DA ESCOLA ESTADUAL
PROFESSORA MARIA EDUARDA VERSIANE MAIA NO
MUNICÍPIO DE SÃO JOÃO DA PONTE

Janice Oliveira Correia3

RESUMO

O texto apresenta um perfil dos jovens da Escola Estadual Professora Maria Eduarda Versiane
Maia no município de São João da Ponte realizado a partir de uma pesquisa com os alunos
matriculados em três séries do Ensino Médio. Ao rever teorias e pesquisas sobre o assunto, são
indicados os principais trabalhos relativos a uma sociologia da juventude, onde as principais
questões que nortearam esta investigação são alguns pontos comparativos relativos à rebeldia e
os protestos, cujo foco centra-se naquelas atitudes que resultam da depredação do patrimônio
público. O foco do artigo reside análise das informações levantadas através da pesquisa, de
entrevistas dirigidas e de observações ao longo de dezoito meses. O plano de investigação traz
os dados de uma pesquisa de amostragem realizada com 69 estudantes do primeiro , segundo e
terceiro ano do Ensino Médio da referida escola. A pesquisa, ao buscar a percepção dos
sujeitos, adota uma abordagem qualitativa do problema, mas faz uso, também, de
procedimentos quantitativos para alcançar seus objetivos. Os dados mostram que muitas coisas
contribuem para que seja facilitado o ato de vandalismo. A falta de fiscalização constante
durante o intervalo das aulas, falhas por parte da instituição escolar, ausência de projetos
sociais e do Estado que mantenham os alunos jovens ocupados são alguns citados. Finalmente
conclui e reforça a tese de que a depredação é um ato de rebeldia e “vadiagem”, pois não
ocorrem mensagens de protesto, reivindicação ou coisa similar, tanto de solicitação de
qualquer melhoria da escola ou na comunidade.

Palavras-chave: Sociologia da Juventude; Sociologia da Violência; Violência na Escola;


Vandalismo; Juventude; Violência; Protesto Juvenil.

3
Artigo apresentado à Coordenação do Curso de Ciências Sociais – Licenciatura, da Universidade Estadual de Montes Claros
– UNIMONTES e Universidade Aberta do Brasil – UAB, como requisito de avaliação da disciplina TCC – Trabalho de
Conclusão de Curso, orientado pelo prof. Lucio Flavio F. Costa.

38
4.2 Os itens preliminares
• Capa
• Folha de rosto
• Epígrafe e dedicatória
• Resumo
• Listas de tabelas, figuras e ilustrações.

39
JOSÉ GONÇALVES FERREIRA
MARIA IRLANDA FREITAS
MARIA FRANÇA RIAL CASTRO

METODOLOGIA DE
ELABORAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS


JANEIRO – 1999

40
(NOME DO ALUNO)

ADESIVO número 1
Obs.: Capa de trabalho acadêmico, tipo
MEMORIAL. Fonte única (12) e cor única (preto), sem
nenhum destaque ou desenho. Os dados adicionais
constarão da folha de rosto.

(TÍTULO e subtítulo do memorial)

Universidade Estadual de Montes Claros


Montes Claros – Julho 2022

41
(NOME DO ALUNO)

ADESIVO número 2
Obs.: Folha de rosto - tipo MEMORIAL. Fonte única
(12) e cor única (preto), sem nenhum destaque ou
desenho.
Não cole isto no seu trabalho.

(TÍTULO e subtítulo do memorial)

Memorial apresentado como requisito de avaliação da


disciplina de TCC – Técnicas de Comunicação
Cientifica do Curso de Ciências Sociais, ministrada
pelo professor Lucio Flavio Ferreira Costa, 1.º período
Matutino.

Orientador: Prof. ____________

Universidade Estadual de Montes Claros


Montes Claros – Julho 2022

42
“Não é a conscientização que pode levar o povo a
‘fanatismos destrutivos’. Pelo contrário, a conscientização
que lhe possibilita inserir-se no processo histórico, como
sujeito, evita os fanatismos e o inscreve na busca de sua
afirmação.”
Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido.

Modelo de Epígrafe

43
Dedico este trabalho aos meus filhos ... que ficaram
privados de minha atenção quando...

Modelo de Dedicatória

44
AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. ..., pela orientação na elaboração deste trabalho


Ao Prof. Dr. ..., pelo auxílio na aplicação dos dados.
As Sras. ... e ..., pela revisão bibliográfica e digitação do trabalho.
E a todos que contribuíram na elaboração deste trabalho

Modelo de agradecimento

45
SUMÁRIOS

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
A CONTINGÊNCIA DO MEMORIAL ............................................................................ 7
DISCENTE E DOCENTE ................................................................................................. 8
COMEÇANDO PELO MAGISTÉRIO SUPERIOR ........................................................ 11
A OPÇÃO PELA EDUCAÇÃO ...................................................................................... 16
A FUNDIÇÃO DE EXPERIÊNCIAS ............................................................................... 22
CONSTRUINDO O FUTURO ......................................................................................... 27
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 29
ANEXOS: Relação de livros e teses ................................................................................. 30

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7
A SALA DE AULA: ESPAÇO DE SABER E CONFLITO ............................................ 8
SEGUNDO ANO: PRINCÍPIO DO ENTROSAMENTO ................................................ 11
MINHA FORMAÇÃO POLÍTICA E RELIGIOSA ......................................................... 16
EDUCAÇÃO, TRABALHO, LABOR E AÇÃO .............................................................. 22
O RETORNO À ESCOLA ................................................................................................ 27
CONCLUSÃO................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 30

SUMÁRIO (projeto de pesquisa)

INTRODUÇÃO.................................................................................................................. 5
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 6
PROBLEMATIZAÇÃO .................................................................................................... 11
OBJETIVOS ...................................................................................................................... 12
METODOLOGIA ............................................................................................................. 13
CRONOGRAMA .............................................................................................................. 15
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 16

46
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
LISTA DAS ILUSTRAÇÕES
1 ELABORAÇÃO DO TRABALHO, TÉCNICO, CIENTÍFICO E CULTURAL 1
1.1 O PLANEJAMENTO 2
1.1.1 A Escolha do Assunto 3
1.1.2 A Busca do Documento 3
1.1.2.1 Uso da Biblioteca 3
1.1.2.2 Seleção das Fontes 4
1.1.2.3 Levantamento Bibliográfico 4
1.1.2.4 Compilação dos Dados 6
1.1.3 Anotações Pessoais 6
1.2 REDAÇÃO 7
2 TIPOS DE TRABALHOS 8
2.1 MONOGRAFIAS 9
2.1.1 Definição 9
2.1.1.1 Livros, Folhetos, Separadas, etc. 9
2.1.1.2 Teses e Dissertações 9
2.1.1.3 Trabalhos de conclusão de curso (TCCs) 9
2.1.1.4 Relatórios 10
2.1.1.4.1 Relatórios Técnico-Científicos 10
2.1.1.4.2 Relatórios de Viagem 10
2.1.1.4.3 Relatórios de Estágios e Visitas 10
(...)
Exemplo de sumário de trabalho com numeração progressiva.

47
SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... iv


LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ v
LISTA DE QUADROS ....................................................................................................... v
RESUMO ........................................................................................................................... vi
ABSTRACT ........................................................................................................................ vii
APRESENTAÇÃO ............................................................................................................ viii
INTRODUÇÃO................................................................................................................... 1
DISCURSO CIENTÍFICO .................................................................................................. 3
RESUMO ....... .................................................................................................................... 6
Perspectiva Histórica ........................................................................................................... 7
Conceito de Resumo ............................................................................................................ 9
OBJETIVOS ........................................................................................................................ 11
Objetivo Geral ..................................................................................................................... 11
Objetivos Específicos .......................................................................................................... 12
MÉTODO ........................................................................................................................... 15
INSTITUIÇÃO E PROGRAMA......................................................................................... 17
MATERIAL ........................................................................................................................ 19
RESULTADOS ................................................................................................................... 25
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES ........................................................................................ 29
ANEXOS ............................................................................................................................ 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 44
ÍNDICE .............................................................................................................................. 46

Exemplo de sumário de trabalho sem numeração progressiva.

LISTA DE FIGURAS

I. A Pirâmide ............................................................................................................. 08
II. Criança brincando ................................................................................................. 15
III. O Beijo ................................................................................................................. 22
IV. O Pôr-do-sol ......................................................................................................... 32
V. A Rosa .................................................................................................................. 43
VI. O Príncipe ............................................................................................................. 44
VII. A Princesa ............................................................................................................. 45

48
LISTA DE ANEXOS

A. Lista de livros publicados ...................................................................................... 18


B. Lista de artigos publicados ................................................................................... 19
C. Lista de orientações de alunos ............................................................................... 23
D. Projeto ................................................................................................................... 25

LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – Planos de aula ................................................................................................. 17


Anexo 2 – Fichas ............................................................................................................... 20
Anexo 3 – Fotos dos produtos das atividades dos alunos ................................................ 23
Anexo 4 – Folder e Cartaz ................................................................................................ 24
Anexo 5 – Mapa ................................................................................................................ 28

LISTA DE ANEXOS
ANEXO A – Formulário para Elaboração da Ficha Catalográfica ................................... 17
ANEXO B – Ficha Catalográfica ...................................................................................... 20
ANEXO C – Abreviaturas dos Meses ............................................................................... 23

LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Dimensões dos SBDH ...................................................................................... 17
Figura 2 - Esquema de BDH de acoplamento fraco ......................................................... 20
Figura 3 - Esquema de BDH de acoplamento forte .......................................................... 23
Figura 4 - Três camadas da arquitetura de mediadores .................................................... 26
Figura 5 - Arquitetura do Sistema HERMES ................................................................... 28

LISTA DE QUADROS*

Quadro 1 - Etapas da Pesquisa ......................................................................................... 17


Quadro 2 - Principais Fontes de Informação utilizadas pelas Empresas ........................... 20
Quadro 3 - Metodologia de Comparação entre os grupos Externos .................................. 23
*O mesmo esquema se usar TABELAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.


MEC – Ministério da Educação
PNE – Plano Nacional da Educação
SEF/MEC – Secretaria de Ensino Fundamental do Ministério da Educação
UNESCO – United Nations, Scientific and Cultural Organization
R$ – Real (moeda)

49
Memorial sem itens preliminares ou iniciais:

TRAJETÓRIA E RECONSTRUÇÃO:
MEMÓRIAS DO PERCURSO DE UM EDUCADOR

Milton Friburgo4

A CONTINGÊNCIA DO MEMORIAL

Desde 1959, quando me inscrevi para o concurso de juiz do trabalho, que escrevo e
reescrevo curricula vitae. Todavia, memorial este é o primeiro que elaboro, especialmente para
me candidatar ao prêmio da área.
Além dessa exigência das faculdades mais antigas, a exemplo da Medicina, o
memorial sempre constou de determinados concursos no magistério superior, consistindo em
"um relato circunstanciado, minucioso e analítico dos trabalhos de pesquisa, ensino e extensão
realizados pelo candidato, bem como de sua vida profissional e perspectiva de seu trabalho
futuro". Assim o definiu a Universidade Federal Fluminense, em edital para concurso ao qual
se submeteu Osmar Fávero (1993). Um memorial bem sucedido literariamente foi redigido por
Magda Soares (1991) para o seu concurso de professor titular da Faculdade de Educação da
Universidade Federal de Minas Gerais, publicado com o sugestivo título de Metamemória-
memórias: travessia de uma educadora.
Afora o uso do memorial para concurso universitário, percebe-se uma outra
utilização como trabalho conclusivo de cursos, pelo seu caráter reflexivo e autocrítico. Assim,
nessa modalidade, foi elaborado por Júlio Leite Filho (1990) para curso de Formação de
Instrutores da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará. Do mesmo modo, o nosso Programa
de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação da Universidade Federal da Bahia (UFBA) passou
a requerê-lo juntamente com o projeto de tese de doutorado para os exames de qualificação.
Entretanto, apesar da sua utilização crescente, nota-se ainda uma certa confusão
entre memorial e curriculum vitae. Para dirimí-la, Moraes (1992, p. 36) conceituou este como
o conjunto de informações sobre as habilitações do indivíduo, apresentado de maneira
seqüencial e sem comentários, [enquanto o memorial] é o relatório de informações do

4
Professor da Universidade XXXXX, Departamento de XXXXXXX. Ou Aluno do Curso
XXXX, Unimontes, 2003. Núcleo X, Módulo I, Turma A.

50
indivíduo apresentado de maneira crítica.
Afirmou ainda, com propriedade, Moraes que a elaboração do memorial é uma
contingência de todo aquele que queira prosseguir na carreira acadêmica. No meu caso, a
pretensão ao Prêmio exigiu a indicação das habilitações e das evidências do desempenho e
preparo acadêmico.
Pelo exposto, é relevante para a elaboração do memorial saber-se das condições em
que foram obtidos os títulos da formação acadêmica, bem assim as circunstâncias teóricas e
sociais que predominaram no momento da execução do projeto de tese. O memorial é não
somente crítico, como autocrítico do desempenho acadêmico do candidato. Crítica que conduz
forçosamente à avaliação dos resultados obtidos na trajetória da carreira científica. Portanto, o
memorial tem muito a ver com condições, situações e contingências que envolveram a feitura
dos trabalhos. Além de ser auto-avaliativo é um pouco confessional. E mais, o memorial deve
ensejar a projeção dos planos que o candidato porta para desenvolver na universidade. Osmar
Fávero, no seu memorial já citado, depois que auto-avaliou os seus títulos acadêmicos,
atividades de magistério, profissionais e científicas, traçou o plano de trabalho a ser executado
para a universidade para a qual foi classificado.
O presente memorial foi organizado seguindo essas diretrizes. As atividades em
grupos conectaram-se com outros conjuntos; por exemplo, nos títulos acadêmicos, há
referência às teses, que foram analisadas mais detidamente na parte reservada à produção
intelectual. (...)

REFERÊNCIAS

FÁVERO, Osmar. Memorial. Rio de Janeiro, 1993. (Apresentado à Universidade Federal


Fluminense, Faculdade de Educação, para concurso de professor titular)

LEITE FILHO, Júlio. Formação e prática do magistério: memorial descritivo. Fortaleza:


Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, 1990. (Trabalho reflexivo do I Curso de Formação
de Instrutores).

MORAES, Irany Novah. Elaboração da pesquisa científica. 2. ed. amp. São Paulo: Álamo,
Faculdade Ibero-Americana,1985.

SOARES, Magda. Metamemória-memórias: Travessia de uma educadora. São Paulo: Cortez,


1991.

51
4.3 Os Itens complementares.
• Apêndices e Anexos
• Referências bibliográficas

4.4 Outros aspectos gráficos e de editoração em geral

• Ilustrações, tabelas, quadros, mapas, gráficos.


• Numerais, abreviaturas e siglas;

52

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