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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO – UNIRP

TRABALHO DE DIREITO CONSTITUCIONAL II


Simulação “Parecer Jurídico” sobre o projeto de lei n 4299/2020 – Lei que
tipifica o crime de Pedofilia no Código Penal.
Professora: Ana Paula Polacchini de Oliveira

Laissa Ramos C. da Silva, 20205590


Lorena Fabiana Golghetto, 20200056
Steffani Fernanda Curiel Vieira, 20210448

Turma: 12131

São José do Rio Preto, 23 de junho de 2022.


PARECER JURÍDICO

Interessada: Ana Paula Polacchini de Oliveira


Referente ao: Projeto de Lei 4299/2020 – Lei da Pedofilia.
N° do Parecer: 123456

EMENTA: Direito Constitucional, Lei Da Pedofilia, Projeto De Lei 4299/2020,


Que Tipifica Como Crime De Pedofilia No Código Penal O Emprego De Crianças
E Adolescentes Para Realização Dos Delitos.

DO RELATÓRIO

Trata-se de consulta feita por Ana Paula Polacchini de Oliveira acerca do


Projeto de Lei 4299/2020 – Lei da Pedofilia, que busca alterar o Decreto-Lei
nº2.848, de 7 de dezembro de 1940, tipificando o crime de pedofilia no Código
Penal.

DA FUNDAMENTAÇÃO

A interessada é pessoa física, atua como professora universitária, tendo


como atividade precípua o ensino de Direito no Centro Universitário de Rio Preto
– UNIRP.
O Projeto de Lei em questão foi elaborado pela Deputada Rejane Dias
(PT-PI) com a principal finalidade de “tipificar o crime de pedofilia no Código
Penal”. “Infelizmente a prática sexual contra crianças e adolescentes acontece
em todo o Brasil”, lamenta a parlamentar, ressaltando que a Constituição já
preconiza que é dever da família, da sociedade e do Estado proteger crianças e
adolescentes de toda forma de negligência, exploração, violência, crueldade e
opressão.
Atualmente, o capítulo do Código Penal sobre crimes sexuais contra
vulneráveis pune o estupro de vulnerável; a indução de menor de 14 anos a
satisfazer a lascívia de outrem; a satisfação da lascívia mediante presença de
criança ou adolescente; o favorecimento da prostituição e a divulgação de cenas
de estupro de vulneráveis. No art. 218 do CP (Caput) diz se a praticar, na
presença de vítima, menor de 14 (quatorze) anos, ou induzida a satisfazer a
lascívia de outrem ou mediante ato libidinoso terá pena de 2 (dois) a 4 (quatro)
anos e multa. O projeto visa acrescentar o art.218-D, ao Código Penal
classificando como pedofilia o ato de constranger criança ou adolescente,
corromper, exibir o corpo apenas com roupas íntimas, ou tocar partes do corpo
para satisfazer a lascívia, com ou sem conjunção carnal utilizando criança ou
adolescente.

A pena nesses casos será de quatro a dez anos de reclusão. Tempo que
será aumentado em até 1/3 se o agressor se prevalecer de relações domésticas,
de coabitação, de dependência econômica ou de superioridade hierárquica
inerente ao emprego. Se o agressor for parente da vítima ou tiver mantido
relação de afeto com ela a fim de se vingar de qualquer membro da família, a
pena poderá ser acrescida de até 2/3.

A deputada ressalta ainda que as crianças e adolescentes vítimas de


violência sexual sofrem com distúrbios de sono, depressão como ideia de
suicídio, ansiedade, baixa autoestima, condutas antissociais, dificuldades
escolares, entre outros problemas. “Precisamos defender as crianças e
adolescentes de qualquer tipo de abuso, por isso há necessidade de se ter uma
legislação mais punitiva visando coibir práticas libidinosas principalmente
daqueles que se aproveitam de crianças e adolescentes”, afirma a parlamentar.

O Projeto de Lei 4299/20 está em tramitação e será analisado pela Comissão


de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de seguir para o Plenário Da
Câmara dos Deputados.

DA ANÁLISE

O projeto de Lei 4299/20, apresentado pela Deputada Rejane Dias do PT/PI


em 20/08/2020, trata-se de uma iniciativa popular de lei que foi inicialmente
exibido a Mesa Diretora na data de 17/12/2020, tendo como despacho “À
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (Mérito e Art. 54, RICD)
Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário. Regime de Tramitação: Ordinária
(Art. 151, III, RICD)”

Sobre a iniciativa popular temos na Doutrina de Direito constitucional do autor


Alexandre de Moraes que, “A Constituição Federal consagra como instrumento
de exercício da soberania popular (CF. Art. 14, III) a iniciativa popular de lei, que
poderá ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estado, com não menos de três décimos por cento dos eleitores
de cada um deles, conforme preceitua o § 2°, do art. 61, da Constituição
Federal.”

O PL 4299/20, segue em tramitação Ordinária, com Proposição sujeita à


apreciação do Plenário.

Sobre a deliberação parlamentear, segundo o doutrinador Alexandre de


Moraes, temos que “o projeto de lei seguirá, na respectiva Casa Legislativa, para
a fase da instrução, nas comissões (CF, art. 58, §2°, I), onde será analisada
inicialmente sua constitucionalidade e posteriormente seu mérito, nas chamaras,
respectivas, Comissão de Constituição e Justiça e Comissões Temáticas.”
O PL 4299/20, em sua tramitação, primeiramente foi apresentado à Mesa e
posteriormente designado à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania
que é responsável pelo debate e votação dos seguintes temas:
“a) aspectos constitucional, legal, jurídico, regimental e de técnica legislativa de
projetos, emendas ou substitutivos sujeitos à apreciação da Câmara ou de suas
Comissões;
b) admissibilidade de proposta de emenda à Constituição;
c) assunto de natureza jurídica ou constitucional que lhe seja submetido, em
consulta, pelo Presidente da Câmara, pelo Plenário ou por outra Comissão, ou
em razão de recurso previsto neste Regimento;
d) assuntos atinentes aos direitos e garantias fundamentais, à organização do
Estado, à organização dos Poderes e às funções essenciais da Justiça;
e) matérias relativas a direito constitucional, eleitoral, civil, penal, penitenciário,
processual, notarial;
f) Partidos Políticos, mandato e representação política, sistemas eleitorais e
eleições;
g) registros públicos;
h) desapropriações;
i) nacionalidade, cidadania, naturalização, regime jurídico dos estrangeiros;
emigração e imigração;
j) intervenção federal;
l) uso dos símbolos nacionais;
m) criação de novos Estados e Territórios; incorporação, subdivisão ou
desmembramento de áreas de Estados ou de Territórios;
n) transferência temporária da sede do Governo;
o) anistia;
p) direitos e deveres do mandato; perda de mandato de Deputado, nas hipóteses
dos incisos I, II e VI do art. 55 da Constituição Federal; pedidos de licença para
incorporação de Deputados às Forças Armadas;
q) redação do vencido em Plenário e redação final das proposições em geral”
Após estabelecida a comissão, deve-se ser designado um relator
responsável por analisar detalhadamente o processo e a partir deste preparar
um relatório, e assim apresentar aos demais parlamentares. Tal designação foi
executada na data de 04/11/2021 ao Deputado Coronel Tadeu (PSL-SP).
Atualmente, segundo última ação Legislativa divulgada, em 27/04/2022
“(Instalação da Comissão) O Relator, Dep. Coronel Tadeu, não integrava a
Comissão na data da instalação (deixou de ser membro em 02/02/2022)”, sendo
assim, a situação do andamento do Projeto de lei se encontra em “aguardo da
designação – Aguardando Devolução de Relator que deixou de ser Membro”
O projeto de Lei 4299/20 se encontra ainda na casa iniciadora (Câmara
dos deputados – pois ainda não virou lei) e está em andamento, logo em seguida
deverá passar pela casa divisora (Senado) para então ser aprovada pelo quórum
de aprovação.
DA CONCLUSÃO

Ante o exposto, conclui-se que o projeto de lei tem como finalidade a


tipificação do crime de pedofilia no Código Penal, e tem como objetivo
acrescentar o artigo 218- D ao Código Penal que classifica como crime de
pedofilia o ato de constranger a criança ou o adolescente, corromper, exibir o
corpo apenas com roupas íntimas, ou tocar partes do corpo para satisfazer a
lascívia, com ou sem conjunção carnal utilizando a criança ou adolescente
colocando uma pena de 4 a 10 anos. Além disso, o art. 218-D possui duas
causas de aumento da pena, a primeira de 1/3 que acontecerá em casos em que
o agressor se prevalecer de relações domésticas, de coabitação, de
dependência econômica, ou de superioridade hierárquica inerente ao emprego,
e a segunda de 2/3 em casos de que o agressor for parente da vítima ou tiver
mantido relação de afeto com ela a fim de se vingar de qualquer membro da
família. Ademais, o projeto, além de criminalizar uma situação que infelizmente
é muito comum em nosso país, tem como objetivo combater psicopatologias nas
vítimas que sofrem ou sofreram quaisquer tipos de abusos sexuais. Atualmente
o Projeto se encontra na casa iniciadora por motivos de que um dos relatores
deixou de ser membro fazendo-se necessário sua devolução.

BIBLIOGRAFIA

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 36ª Edição. São Paulo: Editora Atlas,
2020.

https://www.camara.leg.br/noticias/721950-projeto-define-crime-de-pedofilia-no-
codigo-penal/

https://www.camara.leg.br/propostas-legislativas/2260771

http://repositorio.unifesspa.edu.br/bitstream/123456789/1128/1/TCC_Crime%20
de%20pedofilia....pdf

É o Parecer.

São José do Rio Preto, 02 de junho de 2022

LORENA FABIANA GOLGHETTO


Advogada do município de São José do Rio Preto
OAB/SP 123.456

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