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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN

MESTRADO PROFISSIONAL EM ARQUITETURA, PROJETO E MEIO AMBIENTE


DISCIPLINA: Atelier I
PROFESSORA: Luciana de Medeiros
ALUNA: Jéssica Medeiros Araújo dos Santos
PERÍODO: 2023.2

Com base nos métodos de Baker (1984) e Clark e Pause (1983)

Natal/RN

Dezembro de 2023.
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente relatório corresponde ao produto final da análise de projetos


correlatos ao tema pretendido no Mestrado Profissional (Arquitetura
Educacional). Os objetivos da análise giram em torno da obtenção de
repertório arquitetônico, possibilitando a compreensão de ideias norteadores
para concepção projetual e permitindo o conhecimento de vários dos
elementos do projeto.
Sendo assim, as análises serão baseadas nos métodos apresentados em
sala de aula, na disciplina de Atelier I, enfocando nos aspectos direcionados
por Baker (1984) e Clark e Pause (1983). A saber, na metodologia de Clark e
Pause, o lugar não assume papel central na análise do edifício, e, em
contrapartida, para Baker, o lugar tem fundamental importância.
Diante das razões mencionadas, foram escolhidos dois projetos, ambos
nacionais, localizados em São Paulo/SP. O primeiro é o Instituto Senai de
Inovação em Biotecnologia e será analisado com base no método de Baker, e
foi escolhido em virtude não apenas da temática, mas também pelas soluções
funcionais e plásticas. O segundo projeto é o Complexo Educacional Inteli, com
vistas a ser avaliado através da metodologia de Clark e Pause, e foi selecionado
pelo fato de ter configurações internas dinâmicas, flexíveis e que fogem dos
padrões tradicionais.

2. PROJETO 01:
INSTITUTO SENAI DE INOVAÇÃO EM BIOTECNOLOGIA

A primeira análise de Projeto foi desenvolvida sob a ótica do método


de Baker. Tal método foi inspirado nas bases da tríade vitruviana (forma, função
e estrutura), e diante disto, Baker elenca sete parâmetros de avaliação para
possibilitar a abordagem dos aspectos mais relevantes do processo projetual.
Desta forma, o objeto de análise em questão é o Instituto Senai de
Inovação em Biotecnologia, de autoria do escritório Oliveira Cotta Arquitetura,
com projeto desenvolvido em 2018 e execução concluída em 2021. Trata-se de
um edifício educacional que se destaca pela adequação ao lugar,
considerando as potencialidades e fragilidades locais como condicionantes e
diretrizes, desde os aspectos de conforto ambiental até as escolhas dos
materiais construtivos.
Com área Construída de 7.500 m², o Instituto está localizado na capital
de São Paulo, às margens do Rio Tietê, implantado em um terreno com uma
área significativa de APP. Ademais, de acordo com a descrição dos projetistas,
desde o conceito inicial do projeto, os aspectos urbanos e climáticos nortearam
o desenho e a implantação do edifício, que abriga, em seu programa de
necessidades, salas de aula, laboratórios, refeitório, uma incubadora de
empresas, biblioteca e espaços de convívio.

2.1 Genius Loci e Identidade

O primeiro parâmetro de análise sugerido no método de Baker é o


Genius Loci, diretamente relacionado ao lugar e diz respeito às peculiaridades
físicas do local que o tornam único. O Instituto Senai está localizado em um lote
de esquina entre a Av. Presidente Castelo Branco e a Rua Anhaia (Figura 01), no
bairro Bom Retiro, nas proximidades da Marginal Tietê, em um trecho
predominantemente residencial. Destaca-se que o acesso ao Instituto se dá
pela Rua Anhaia, por ser uma via de menor tráfego (Figura 02).

Figuras 01 e 02: Relação do Instituto Senai com o entorno.

Fontes: www.google.com.br/maps.com.br e www.archdaily.com.br


(com edições da autora, 2023).

Quanto ao parâmetro da Identidade, este relaciona a edificação com


os acontecimentos históricos e culturais da época e busca uma
identificação/integração com o contexto onde está inserido. Deste modo, com
execução concluída em 2021, diante de um cenário de constante fomento à
inovação e tecnologia, o Instituto possui caráter social, sendo um centro de
formação profissional, com foco em Biotecnologia, oferecendo cursos que
atendem anualmente a 1.120 alunos. Implantado em um terreno com uma área
significativa de APP (área de proteção permanente) que traz um aspecto de
oásis para o entorno (Figura 03). Além disso, cores e texturas dialogam não
apenas com o entorno (predomínio do cinza e do verde), mas também com a
proposta de ensino da instituição (foco em inovação), através do uso de
materiais e sistemas com apelo inovador.

Figura 03: Relação do Instituto Senai com o entorno.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

2.2 Significado do Uso

Este parâmetro diz respeito a aspectos gerais do espaço arquitetônico,


como o programa de necessidades, acessos, área construída e a maneira que
os ambientes se relacionam entre si (através do zoneamento). Assim sendo,
pode-se afirmar que o Instituto Senai corresponde a um complexo de
edificações conectadas entre si. Ao todo são cinco blocos, com uma área
construída de 7500 m², divididos entre laboratórios, salas de aula, biblioteca,
auditório, e portaria, além de um estacionamento com vagas localizadas perto
da entrada e espaços de convívio (Figura 04).
Figura 04: Zoneamento dos Blocos.

Fonte: Elaborado pela autora, 2023.

Do ponto de vista de conforto ambiental, o cliente solicitou atenção


especial ao alto ruído gerado pelos veículos na Marginal do Tietê e aos odores
provenientes do rio que está localizado em frente do terreno do projeto. A
solução apresentada pela arquitetura foi a divisão do edifício em 3 (três) blocos
principais, separados por pátios internos. Deste modo, essa organização
programática (em blocos), além de possibilitar iluminação natural abundante
às áreas de estudo, também proporcionou a criação de espaços externos
protegidos do vento nordeste, que quando sopra traz consigo o odor
proeminente do rio (Figura 05).

Figura 05: Relação do Instituto Senai com o entorno.

Fonte: Elaborado pela autora, 2023.


2.3 Plástica e Geometria

O parâmetro da Plástica diz respeito aos elementos formais que se


destacam na obra, bem como a relação entre os cheios e vazios. Já o
parâmetro da Geometria associa-se as questões geométricas do produto
arquitetônico, como a simetria e a repetição de elementos. Portanto, tendo em
vista que ambos os parâmetros estão associados à composição formal do
projeto e se complementam entre si, serão analisados dentro de um mesmo
tópico.
Por meio da análise do projeto em questão, observou-se que a
composição formal partiu de um bloco retangular no qual foram feitas
subtrações, para permitir a entrada de iluminação e ventilação naturais. O
resultado foi um conjunto formado por 3 blocos retangulares, dispostos de modo
paralelo entre si, sendo um deles interseccionado por um quarto bloco, menor
e não paralelo aos demais (Figura 06).

Figura 06: Composição formal dos blocos.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

Observa-se então, que em termos de implantação, apesar de haver um


paralelismo significativo entre os blocos, não há simetria entre o conjunto (Figura
07). Por outro lado, em se tratando das fachadas observa-se certa simetria,
especialmente no que tange às composições entre janelas, brises, cobogós e
elementos de pintura (Figura 08).
Figura 07: Implantação.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

Figura 08: Exemplo de simetria em uma das Fachadas.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

Outro ponto importante na análise da composição formal está


relacionado ao quesito “repetição”, isto é, quais elementos se repetem.
Notadamente, as esquadrias de um modo geral (vidraças de vidro, janelas
verticais, janelas inclinadas, cobogós, etc), se repetem nas fachadas, seja pelo
tipo ou formato (Figura 09), conferindo ritmo à composição final.

Figura 09: Elementos em repetição nas Fachadas.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).


Além disso, o projeto analisado versa sobre uma plástica que explora o
uso de linhas retas/ortogonais e de elementos paralelos. Cabe ressaltar aqui,
que há uma quebra neste padrão, ao passo que o bloco do auditório foi
implantado com certa angulação em relação aos demais blocos, ou seja, além
de não estar paralelo ao conjunto edificado, também possui certa inclinação
(não é ortogonal). Infere-se, então que, possivelmente existiram duas intenções
nesta decisão: a primeira é marcar a entrada do Instituto, a partir da interseção
dos blocos, e a segunda é gerar certa hierarquia em relação aos blocos,
diferenciando o formato conforme os usos (Figura 10).

Figura 10: Plástica dos Blocos.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

Quanto à relação entre “cheios e vazios”, esta pode ser observada por
meio das fachadas, a partir da existência de diferentes tipos e formatos de
aberturas (especialmente janelas), contrapostas com o uso de “fachadas
cegas” (sem esquadrias).

Figura 11: Relação de Cheios e Vazios nas Fachadas.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).


2.4 Estrutura

O último parâmetro de análise proposto por Baker é a estrutura, no


intuito de analisar o sistema estrutural empregado, as técnicas e materiais
utilizados para que o projeto se concretize. Assim sendo, o projeto analisado foi
construído com estrutura pré-fabricada de concreto, com o objetivo de reduzir
significativamente a quantidade de resíduos na obra. Nas marquises e em
sistemas de controle solar, foi utilizada a estrutura metálica, conferindo um
aspecto de leveza à arquitetura. Nas fachadas, foram utilizados painéis
arquitetônicos de concreto, que atendem uma premissa de baixa
manutenção, considerando que o edifício se encontra em área de significativa
poluição do ar decorrente do elevado tráfego de veículos no entorno.

Figura 12: Estrutura utilizada.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3. PROJETO 02:
COMPLEXO EDUCACIONAL INTELI (INSTITUTO DE TECNOLOGIA E LIDERANÇA)

O segundo projeto correlato analisado foi o Complexo Educacional


Inteli, do grupo Inteli Edu, assinado pela equipe do Pitá Arquitetura. Trata-se de
uma instituição de ensino superior, localizada em São Paulo e executada no ano
de 2022. O projeto consiste em um complexo de 9.000 m², composto por três
edificações circundadas por uma vasta área externa, que conecta tudo.
Destaca-se que, à título de análise, serão considerados apenas dois dos três
blocos, isto é, o educacional e o refeitório (Figura 13), sendo que o educacional
foi implantado em uma edificação existente, com estrutura de galpão industrial.
Figura 13: Implantação – Blocos analisados.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

A análise do Complexo Inteli baseia-se no método de Clark e Pause


(1983), com foco nos doze aspectos elencados pelos autores, a saber: estrutura,
luz natural, concentração, da planta ao corte, da circulação a área útil, da
unidade ao todo, do repetitivo ao único, simetria e equilíbrio, geometria, aditivo
e subtrativo, hierarquia e partido arquitetônico.

Vale mencionar que, conforme descrevem os arquitetos, a essência do


projeto surge do objetivo de refletir toda a pedagogia e metodologia de ensino
da universidade no espaço construído. Isto porque a proposta de ensino da
Inteli é usar a “metodologia ágil”, comum no ambiente corporativo,
principalmente entre empresas de tecnologia, como uma das bases da
metodologia de aprendizagem. Destaca-se que este método de trabalho surgiu
no fim da década de 90, em que, frustrados com o estado dos métodos de
trabalho da época, os trabalhadores buscaram reformular os modelos vigentes,
transformando-os em processos mais flexíveis e simples.

Diante deste cenário, então, as soluções projetuais se apropriaram dos


conceitos abordados acima para fazer das “Salas de aula” – e demais
ambientes - um manifesto educacional, descontruindo o que é uma sala de
aula tradicional para assim refletir a proposta de ensino ágil e inovador (Figuras
14 e 15).
Figuras 14 e 15: Complexo Inteli – Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br.

3.1 Estrutura

O primeiro parâmetro de análise diz respeito à estrutura, a fim de


investigar a estrutura enquanto definidora do espaço, observando se há o
emprego de alguma modulação estrutural e qual o sistema construtivo utilizado.

Quanto ao projeto em questão, os esquemas apresentados nas figuras


16 e 17 demonstram que tanto o bloco do refeitório quanto o educacional
seguem uma modulação específica, de modo que o primeiro tem pilares
espaçados a cada 4m e o segundo segue uma modulação de 7m.

No que tange ao tipo de sistema estrutural/construtivo, destaca-se que


o refeitório foi erguido em sistema híbrido com concreto pré-moldado (na parte
interna) e estrutura metálica (no trecho aberto). Já o bloco educacional foi
construído com concreto pré-moldado, e, além disso, ambos possuem
elementos estruturais aparentes (vigas e pilares), compondo tanto os ambientes
internos, quanto as fachadas.

Figura 16: Modulação estrutural - Bloco do Refeitório.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).


Figura 17: Modulação estrutural - Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3.2 Luz Natural

O terceiro aspecto de análise corresponde à questão da luz natural, em


busca de perceber como a luz natural influencia um edifício. Deste modo,
percebe-se que ambos os blocos analisados possuem grandes aberturas em
todo o invólucro das edificações, permitindo a entrada de iluminação natural
em abundância (Figuras 18 e 19).

Cabe ressaltar que o bloco educacional, implantado em uma


edificação existente, cuja estrutura deveria ser mantida, teve de considerar que
não havia iluminação no térreo, e, portanto, os arquitetos optaram por criar
vazios na periferia das lajes, a fim de que a iluminação natural entrasse em
abundância também no pavimento térreo.

Já o bloco do refeitório, além das grandes janelas de vidro também


possui iluminação zenital, a partir da criação de um detalhe específico na
cobertura, com uso de telhas translúcidas.

Figuras 18 e 19: Luz Natural - Bloco do Refeitório e Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).


3.3 Concentração

Através do parâmetro da Concentração pretende-se compreender


qual a percepção que se tem do edifício em sua totalidade. Para esta análise,
à nível de volumetria, foram considerados além do bloco do refeitório e do
educacional, a portaria. Sendo assim, observou-se que a configuração
tridimensional predominante é linear, com a dominância de uma percepção
ortogonal e horizontal dos blocos.

Figuras 20, 21 e 22: Concentração - Bloco do Refeitório, Educacional e Portaria.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

No que concerne à concentração em planta baixa, a análise foi feita


exclusivamente para o bloco educacional (Figura 23), por ter uma
configuração interna que se destaca em relação aos demais blocos. Tem-se
que a distribuição dos ambientes se deu de forma orgânica, ao ponto que
nenhum dos pavimentos coincide com o outro, assim como os próprios
ambientes tem tamanhos e formatos distintos uns dos outros.
Figura 23: Concentração - Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3.4 Da Planta ao Corte

Este item analisa quais aspectos são relevantes na relação entre a


configuração da planta baixa e a configuração dos elementos verticais em
corte ou fachada. Por uma questão de limitação no acesso aos desenhos
técnicos e imagens dos demais blocos, para este item apenas o bloco
educacional foi analisado. Tal análise possibilitou o levantamento de cinco
aspectos da relação planta-fachada: beiral, pilares aparentes, acessos,
escadaria e volumes, que sacam em relação ao volume principal (Figura 24).
Figura 24: Da Planta ao Corte - Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).


3.5 Da Circulação a Área Útil

A partir deste aspecto é possível analisar a relação entre área útil e


circulação enquanto definidor de espaços privativos e de conexão. O esquema
da Figura 25 exemplifica as possibilidades de circulação, partindo da entrada
principal e permeando por todos os blocos. O acesso principal se dá a partir de
uma marquise que marca a entrada do complexo. Todos os blocos e áreas
verdes são conectadas entre si por meio de passeios internos, e, portanto,
percebe-se que há fluidez e permeabilidade no Complexo Inteli.

Figura 25: Da Planta ao Corte - Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3.6 Da Unidade ao Todo

O sexto parâmetro examina a arquitetura enquanto composição de


unidades específicas que podem se relacionar para gerar edifícios, além dos
aspectos considerados na implantação. Através da análise do projeto em
questão observou-se que os blocos possuem formatos distintos e estão
implantados de maneiras diferentes, mas confluem para uma área central que
os conecta.
Figura 25: Da Planta ao Corte - Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3.7 Do repetitivo ao único

A análise deste parâmetro aponta quais elementos arquitetônicos


(incluindo os formais e cores) se repetem formalmente e quais se diferenciam.
Para o projeto em questão, dentre os elementos que se repetem destacam-se
as cores (seguindo o padrão da marca) e os materiais utilizados, aliando o
aspecto tecnológico com o estilo industrial pré-existente no bloco educacional
(Figura 25). Por outro lado, o formato dos blocos na implantação e o formato
dos ambientes (são completamente distintos uns dos outros) são exemplos do
que não se repete neste projeto (Figura 26).

Figura 25: Do Repetitivo ao Único – O que se repete.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).


Figura 26: Do Repetitivo ao Único – O que não se repete.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3.8 Simetria e Equilíbrio


Analisar Simetria e Equilíbrio diz respeito ao balanço de pesos e
equivalências dentro do edifício, a partir de linhas imaginárias. No projeto em
questão, em termos de implantação, não há simetria entre os blocos (Figura 27),
mas observa-se certa simetria na fachada do bloco educacional (Figura 28).

Figuras 27 e 28: Simetria – Implantação e Fachada Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3.9 Geometria

Neste tópico de análise será observada a geometria da implantação,


se é regular ou irregular. Sendo assim, o projeto da Inteli é marcado pelo uso de
formas orgânicas nas áreas externas (espelho d’água, jardins, passeios, etc) e
na distribuição os ambientes do bloco educacional. Observa-se também que
tanto o formato do lote quanto à implantação dos blocos é irregular.

Figura 29: Geometria – Implantação.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3.10 Aditivo e Subtrativo

O décimo parâmetro analisa a ação de adicionar, agregar ou subtrair


formas para criar edifícios. De modo geral, as fachadas do Inteli não possuem
muitos elementos com significantes adições e subtrações, pois são composições
com invólucros mais retilíneos, como “caixas”.
Novamente, o bloco Educacional se destaca por sua forma interna, e
aqui destacam-se os “rasgos” feitos nas lajes dos 1º e 2º pavimentos,
correspondendo à subtrações, como demonstrado na figura 30.

Figura 30: Aditivo e subtrativo - Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).


3.11 Hierarquia

Neste item a análise é feita a partir da determinação de importâncias e


dominâncias em padrões, escalas, configurações, geometrias e articulações no
projeto. Para o projeto em análise observa-se que os espaços como um todo
são públicos (exceto portaria e administração) e, em termos de hierarquia
formal, nota-se que o bloco educacional se destaca não apenas por ser o maior
bloco, mas também por possuir soluções internas com maior apelo visual (como
já mencionado em outros tópicos).

Figura 31: Aditivo e subtrativo - Bloco Educacional.

Fonte: www.archdaily.com.br (com edições da autora, 2023).

3.12 Partido Arquitetônico

A partir da série de análises realizada ao longo dos últimos onze tópicos,


o possível partido arquitetônico empregado foi: O projeto consiste em um
conjunto de blocos que se comunicam entre si por meio de uma área verde
central, estabelecendo uma relação de conectividade e fluidez entre todo o
Complexo.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

À guisa de conclusão, observou-se que, de modo geral, a análise de


ambos os projetos possibilitou o desenvolvimento de um olhar mais atento a
detalhes específicos acerca da temática estudada (uso educacional). Isto
significa que esta experiência foi capaz de aguçar as percepções acerca da
prática projetual, possibilitando a compreensão de ideias norteadores para
concepção projetual e permitindo o conhecimento de vários dos elementos do
projeto, sejam eles “desejáveis” ou “evitáveis”.

Por fim, quanto à metodologia das análises, todas as categorias


propostas pelos autores foram contempladas, exceto a da Iconologia,
parâmetro utilizado no método de Baker, que avalia se a aparência do objeto
arquitetônico lembra algum elemento específico.

5. REFERÊNCIAS

BAKER, Geoffrey H. Le Corbusier: uma análise da forma. São Paulo: Martins


Fontes, 1984.
CLARK, Roger H.; PAUSE, Michael. Arquitectura: temas de composición.
Barcelona: Gustavo Gili,1983.
Complexo Educacional Inteli / Pitá Arquitetura. Disponível em:
<https://www.archdaily.com.br/br/981115/complexo-educacional-inteli-pita-
arquitetura?ad_medium=gallery> Acesso em 23.11.2023
Instituto Senai de Inovação em Biotecnologia / Oliveira Cotta Arquitetura
Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/1007265/instituto-senai-de-
inovacao-em-biotecnologia-oliveira-cotta-arquitetura> Acesso em 23.11.2023

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