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PROJETO DE EDIFICAÇÔES 1 2023.

1 – BIBLIOTECA INFANTO-JUVENIL EEBAS-UFPB

ROTEIRO DE ANÁLISE DO PROJETO CORRELATO

Razões para a escolha de um projeto

Antes da análise do correlato, é necessário ter clareza sobre as justificativas de escolha de um projeto levando em consideração os
objetivos da disciplina de Projeto de Edificações I. Deve-se ponderar:
• Se é possível prosseguir com o material disponível (há desenhos e informações suficientes para a realização da
análise? Se não há, ou deve-se realizar uma visita para obtê-las e produzi-las ou escolher um outro objeto de análise –
mais prudente neste momento da disciplina).
• Quais aspectos de interesse no projeto em relação à elaboração da atividade do semestre – no caso, uma biblioteca
infanto-juvenil, e sua necessidade de formulação programática. Assim, projetos que tratem da mesma temática e/ou
soluções arquitetônicas próximas aos conceitos, área de terreno e diretrizes elencados a partir dos princípios
discriminados abaixo são justificativas naturais de sua escolha. É importante explicitar os pontos da justificativa antes
da realização da análise.

A análise arquitetônica começa com uma síntese técnica do projeto ou obra contendo título, autor, local, data do projeto e da
obra construída, finalizando com um pequeno texto para contextualizar o objeto de estudo no cenário da produção da arquitetura.
Esse tipo de informação reúne cerca de 1/10 do relatório da análise

O foco da pesquisa em arquitetura (o restante do texto de análise) está nos princípios arquitetônicos. Consideraremos como
núcleos de análise o Lugar(1), Edifício(2) e Usuário-Sujeito(3), organizado sinteticamente em princípios básicos interrelacionados de:

(1) implantação; aberturas;


(2) forma e estrutura, sistema de coberturas;
(3) programa de necessidades, circulação vertical e horizontal.

É desejável que você, ao longo do tempo, complemente essa lista, uma vez que cada projeto apresenta a sua especificidade.

• Implantação – Relação do edifício com o lugar. Lote urbano? Rural? Como é a topografia? Como é o percurso desde a rua ao
edifício? Qual a relação de cheios e vazios? Há recuos (distâncias / áreas descobertas) entre o edifício e os limites do terreno?
Como o edifício se relaciona com o percurso do sol ao longo do dia e das estações do ano? Como é a relação com as condições
climáticas (chuva, vento, umidade etc.)? Como é a vizinhança / entorno do edifício? Qual a paisagem? Quais os pontos de vista
interessantes? Quais os sons? Quais os cheiros?
• Aberturas – As aberturas determinam muito da relação “dentro e fora” do edifício. Que paisagens ela propicia ao sujeito localizado
no interior da edificação? O quanto ela revela do interior ao observador externo (o transeunte, que passa na rua)? Quais os sistemas
de esquadrias utilizados? Como as aberturas se relacionam com a insolação? Como é a ventilação natural? Como as aberturas se
relacionam com a estrutura e com os elementos de vedação? Que materiais e ferragens são utilizados?
• Forma e estrutura –Em termos compositivos da forma, a edificação compõe-se de um ou mais volumes? Que geometrias são
identificadas? Há variação de alturas? Há deslocamentos? Quais as proporções implicadas na volumetria? Quais os critérios para
alinhamento das partes ou elementos da edificação? Novamente, qual a relação de cheios e vazios observadas na volumetria da
edificação? O edifício possui elementos indispensáveis para que permaneça “de pé”. Esses elementos são os que chamamos de
estrutura. Identifique os elementos estruturais, que compõem o “esqueleto” da edificação. Esses elementos são visíveis ou estão
ocultos? Que materiais de construção constituem o sistema estrutural? Como os elementos estruturais são trabalhados
plasticamente no edifício? Qual a proporção da estrutura em relação aos demais elementos construtivos? Construir a maquete irá
ajudá-lo a perceber esses elementos. Como as lajes, as escadas e a cobertura são estruturadas? Qual o caminho que leva as forças
para o solo?
• Sistemas de cobertura – Como o sistema de cobertura influi na volumetria do edifício? Como é o caminho das águas (contenção e
escoamento)? Que materiais e técnicas são utilizados?
• Programa de necessidades – o programa de necessidades está diretamente relacionado à noção de hábitos e modos de relação
interpessoais no espaço proposto, que evidenciam a visão de mundo (política) de seu autor, seja no sentido de reafirmá-la ou
contestá-la. Como a arquitetura poderá influir nas relações espaciais? (No caso do projeto de uma biblioteca infanto-juvenil, como a
arquitetura incide sobre as práticas escolares a serem realizadas na Escola Básica EEBAS da UFPB? E sua possível relação a
comunidade que reside no Castelo Branco?). As seguintes perguntas podem ajudar a percepção dessa relação: Que necessidades
são comportadas pelo edifício? O que você percebe a respeito de como essas necessidades derivam da cultura do lugar e que
indícios podem embasar a sua percepção? Como as necessidades se relacionam e se agrupam entre si? Que qualidades espaciais
o edifício proporciona para abrigar essas necessidades, e como essa relação foi definida nos ambientes? Como são atendidas as
necessidades dos sujeitos para a manutenção da privacidade e estímulo ao convívio?

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• Circulação horizontal e vertical – Que formas os elementos de circulação vertical apresentam? (Caso haja mais de um pavimento)
Em que medida esses elementos de circulação vertical fazem parte da estrutura do edifício? Existem corredores na edificação, como
estes estão configurados – é corredor central, com pouca iluminação/ventilação? Como essa circulação se estrutura? De que
materiais é feita? Quantos pavimentos compõem a edificação? Como é o percurso da escada e/ou rampa? Há patamares? Que
espaços são configurados pelos elementos de circulação vertical? Como as aberturas foram trabalhadas nesse espaço? A circulação
vertical ocupa ou não um vazio (pé-direito duplo)? Existe algum elemento sob a circulação vertical nos trechos em que ela já
possibilita pé-direito no pavimento inferior do edifício?

Por mais que sejam muitas as perguntas, cada item merece uma síntese inicial de seus principais aspectos para serem
contados aos demais colegas; para cada item, será recomendado a produção de um parágrafo inicial de síntese, para
buscar a compreensão inicial da concepção do projeto.

Instruções para análise, a partir dos princípios descritos acima: Utilizar papel manteiga sobre as plantas e cortes impressos
para redesenhá-los, produzindo anotações a respeito de cada item listado, ou retrabalhar os desenhos com programas gráficos
digitais, como as plataformas do miro ou jamboard. Se fizer isso o pesquisador poderá percorrer virtualmente a obra e identificar
quais desses critérios se sobressaem no projeto. Quem olha com critérios para uma obra realiza descobertas(projeta novamente o
edifício)! É algo familiar ao que acontece quando se projeta: conforme se aprofunda o desenvolvimento de um projeto, utilizando
instrumentos (croquis e modelos) que ajudam a pensar e enxergar algo que ainda não existe, também se descobre muita coisa a
respeito desse novo edifício. Ao se analisar a obra, de certa forma se vivencia uma parte das descobertas que o arquiteto fez ao
projetar. Por isso é importante que o arquiteto, em especial o discente de arquitetura, aprenda a pesquisar.
Ao final do processo, o(a) pesquisador(a) redigirá uma síntese de análise do projeto orientado por esses temas guias. Cada
projeto vai ter um núcleo de análise diferente, de acordo com as características que ele apresenta. O texto de análise de arquitetura
é, necessariamente, um texto ilustrado, de tal modo que as imagens ajudem o leitor a desvendar as descobertas feitas pelo analista.
As técnicas de diagramação ajudam a contar essa história, que no caso serão slides a serem apresentados no power point (formato
ppt) ou em no acrobat reader (pdf)

• Comparação com a proposta de projeto – O modo visualmente direto de comparação entre o projeto correlato e o problema atual
de projeto (no caso, a biblioteca infanto-juvenil) é a colagem em mesma escala da planta da edificação realizada no terreno
disponível para projeto, em preferência na planta de implantação. Deste modo, já se opera um ajuste de escala do correlato à escala
do projeto, fazendo uma aproximação desejável para a proposição do programa e as possibilidades que o atual terreno poderá
oferecer- percepções importantes de grandeza e dimensão que todo arquiteto(a) deve buscar em cada projeto. Este exercício já nos
reposiciona de volta ao projeto com mais consciência de escala, e pode ser realizado em softwares como revit, photoshop, sketchup,
Illustrator, canva ou paint (qualquer software vetorial, desde que os desenhos de referência tenham escala gráfica).

PROJETO DE DIAGRAMAÇÃO(revisão de Plástica II)

O projeto de diagramação consiste numa composição bidimensional, elaborada a partir de itens do conteúdo de uma
apresentação sobre um suporte (slide, prancha, página, banner, outdoor…). Existem diversos programas gráficos voltados à
diagramação, que você pode pesquisar caso se interesse pelo assunto. O objetivo será sempre o mesmo: comunicar algo da
maneira mais eficiente (legível) e esteticamente bem resolvida.
No caso do estudo de correlatos, o suporte de trabalho será o slide do programa selecionado (power point, prezi, canva, etc...)
e o conteúdo será o registro do projeto correlato de uma biblioteca infanto-juvenil. Neste exercício, os conteúdos da análise deverão
ser sintetizados em 4 pranchas A3 (equivalente a uma prancha A1) em formato digital (pdf ou PPT).

Condições e passo a passo da diagramação

O ponto de partida de um projeto de diagramação é ter o que dizer. Todo o esforço será feito para comunicar o que se tem a
dizer. A partir da intenção de dizer algo, deve-se produzir material (imagens e texto) que expressem esse conteúdo.
O passo 1 do projeto de diagramação consistirá em listar itens que compõem o conteúdo da apresentação. Que imagens
foram escolhidas para ilustrar a “história” que se pretende contar? Que textos irão narrar essa “história”?
O passo 2 será verificar dimensão de cada item (inclusive a dimensão do suporte bidimensional, que no neste caso será o
plano do ppt da tela de computador (Tamanho físico de referência – 800x600 pixels ou outro formato de tela, compondo no máximo 7
slides). Cada imagem ou texto ocupa uma área do suporte da apresentação. Esta área deve ser compatível, logo no início, com o
tamanho do suporte
O passo 3 irá tratar de distribuir/posicionar os itens do conteúdo sobre o suporte bidimensional, de acordo com regras de
legibilidade e hierarquia.

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Algumas considerações quanto à legibilidade

A qualidade das imagens deve ser compatível com a dimensão que ela assume na apresentação. Imagens diagramadas para
impressão devem ter resolução mínima de 150 dpi(impressora jato de tinta). Na tela, 72 dpi são suficientes(resolução das imagens
podem ser aferidas no programa photoshop).
Os textos devem ser organizados em colunas. Linhas “infinitas”, que simplesmente vão de uma margem à outra, tornam-se
extensas a ponto de dificultarem a leitura, tanto mais quanto maior for o número de linhas.
Colunas bem dimensionadas facilitam ao olho recuperar a linha seguinte quando a linha anterior termina.
Ao posicionar textos e imagens no campo visual que constitui o suporte (no caso da apresentação do correlato nesta disciplina,
o slide do powerpoint; no caso de uma apresentação de projeto, a Prancha de formato determinado); procure observar o surgimento
de cheios e vazios para não sobrecarregar as informações e adotar uma estratégia que permita uma continuidade na estrutura entre
os slides.
A formatação das fontes (tais como itálicos, negritos, sublinhados, cores ou CAIXA ALTA), é utilizada para ressaltar
significados. Procure adotar um padrão e segui-lo ao longo de uma mesma apresentação.
Busque alinhamentos. Pense que há uma grelha invisível no slide que está diagramando. Experimente alinhamentos nos
eixos horizontal e vertical. Ao inserir cada elemento novo na composição que se forma, pergunte-se que alinhamento esse elemento
está seguindo. A quebra desses alinhamentos, se intencional, pode ser usada para destacar algum conteúdo, de acordo com os
princípios de hierarquia expostos a seguir. Qualquer ação não intencional que não possa ser explicada, em diagramação constituirá
um “erro”.

Algumas considerações quanto à hierarquia

Ao determinar os itens do conteúdo de uma apresentação, é preciso identificar uma ordem de importância entre eles. Isso será
determinante para a criação de uma sequência de leitura, decorrente da posição de cada item do conteúdo no suporte.
Quando o suporte da apresentação é limitado (se, por exemplo, há um número de slides definido), pode ser necessário suprimir
partes de um conteúdo pré-selecionado, seguindo critérios de hierarquia. Os itens mais importantes permanecem e os secundários
são removidos.
O tamanho de cada imagem e sua posição no campo de apresentação serão determinados pelo grau de importância de cada
elemento em relação ao conteúdo como um todo. Uma vez determinada a hierarquia, o olho deve estar sempre atento para que ela
funcione, evitando que elementos secundários “roubem a cena” de elementos principais. Por esta razão, recomenda-se evitar
“adornos” na diagramação, como por exemplo, o uso exagerado de cores, principalmente nesta etapa inicial de aprendizado. Pense
que cada informação visual carrega um significado.
Outro elemento a ser evitado seriam os templates de qualquer programa. Embora possa parecer mais fácil começar a
diagramar a partir de um slide “já iniciado”, o template acaba constituindo uma condicionante à parte. Ele pré-determina cores,
formas e alinhamentos que podem ser incompatíveis com o conteúdo apresentado. Um resultado muito provável é o de que o
template se sobreponha às informações que você quer passar.

Considerações finais

Principalmente nos primeiros exercícios de diagramação, priorize a simplicidade e foque na legibilidade e na hierarquia.
Mantenha sua atenção às linhas imaginárias das grelhas que ajudam a estruturar a composição do slide (ou da prancha).
Respeite, sobretudo, o conteúdo da apresentação. Quanto melhor você “escutar” o que o conteúdo tem a dizer, mais acertadas
serão suas escolhas ao diagramá-lo.
Para obter mais referências de diagramação, procure observar como ela é resolvida nos livros e revistas de arquitetura. Você
também pode pesquisar sites e pranchas de projetos participantes de concursos de projeto.
De maneira geral, o esforço exigido num processo de diagramação é bastante semelhante ao praticado nos exercícios de
projeto, quando lidamos com composições volumétricas e espaciais. Quanto mais você observar composições bidimensionais com
atenção, procurando encontrar seus princípios, mais seu olho irá se costumar a perseguir alinhamentos e relações de proporção
entre cheios e vazios. Tudo isso, sem que você necessariamente perceba, passa a fazer parte do seu trabalho em arquitetura.

3/3

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