Você está na página 1de 4

Projeto Arquitetônico IV

EDIFÍCIO COMERCIAL
Roteiro de entrega

O protagonismo do aluno na educação contemporânea tem se tornado um conceito


fundamental para o desenvolvimento de um ensino mais efetivo, inclusivo e significativo.
Esse paradigma coloca o estudante no centro do processo educacional, reconhecendo -o como
um agente ativo em sua própria aprendizagem e responsável pela construção de
conhecimento. Nesse contexto, o papel do professor se transforma em um facilitador do
aprendizado, um guia que auxilia os alunos a explorarem seus interesses, desenvolverem sua
autonomia e buscarem soluções para problemas. Autonomia e a responsabilidade adquiridas
pelo estudante ao assumir o protagonismo educacional são essenciais para a construção de
um pensamento crítico e reflexivo, permitindo que eles tomem decisões info rmadas e
participem ativamente na sociedade.
Além disso, o protagonismo do aluno está intimamente ligado ao desenvolvimento de
habilidades socioemocionais. A capacidade de se comunicar, trabalhar em equipe, resolver
conflitos e gerenciar emoções são competências cruciais para o sucesso na vid a pessoal e
profissional. Ao permitir que os alunos sejam protagonistas em suas experiências
educacionais, estamos preparando-os para enfrentar desafios futuros de maneira mais
resiliente e empática.
Diante do exposto, o presente roteiro tem como foco potencializar o protagonismo do
aluno, baseado em metodologias ativas de aprendizagem e fomentar a troca entre o coletivo
para enfim desenvolver um anteprojeto de arquitetura comercial. Ele está dividido em duas
fases: primeira fase com aporte normat ivo e levantamento da área e a segunda com a
confecção do anteprojeto.

1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E NORMATIVA

I) Deve conter as informações aprofundadas que justifiquem a escolha dos temas escolhidos
pelo grupo e que demonstrem o conhecimento do aluno sobre o anteprojeto arquitetônico
voltado para edifícios comerciais e de serviços . Terá a organização e estrutura similar à de
um artigo científico (consultar o Manual de Normas Acadêmicas da Unoeste). Para tanto, a
equipe fará uma revisão bibliográfica e documental, lançando mão de fontes fidedignas,
como livros, artigos, teses, dissertações, revistas , sites oficiais etc. Exemplos de temáticas
que acolhem o universo comercial : evolução urbana e a relação com a arquitetu ra
comercial; definição do setor comercial e os perfis de usuários; neuroarquitetura e
aplicação nos espaços comerciais; a importância da dimensão urbana da arquitetura
comercial; os princípios da arquitetura bioclimática aplicada aos espaços comerciais; e tc.
O aporte teórico deve conter no mínimo um capítulo e pode ser dividido em subcapítulos.

II) Aqui entrará uma descrição das normas e legislações federais e estaduais vigentes
acerca de comércio e serviços. Exemplos: NBR 9050; NBR 15575; Legislação Sanitária do
Estado de São Paulo; Corpo de Bombeiros Estado de São Paulo etc.

III) Neste tópico deve ter a explicação dos índices urbanísticos gerais para edifícios
comerciais e prestadores de serviços ( Zoneamento I Código de Obras). Trata-se da
descrição do zoneamento do uso e ocupação do solo da área urbana.
2. ANTECEDENTES PROJETUAIS
As escolhas dos referenciais para análise já preludiam aspectos do anteprojeto, por isso, a
seleção dos mesmos deve ser condizente com o que, e em um quadro geral, já se espera,
deseja e intenciona na proposta a ser elaborada . Assim, a ideia é que a análise detida de
alguns referenciais oriente e auxilie na tarefa projetual a seguir. Ao término de cada análise
deixar essas intenções explicitadas. Portanto, deve-se analisar no mínimo três projetos
arquitetônicos que direcionarão o fazer arquitetônico da equipe. Duas referências serão
edifícios e a outra é livre, a escolha depende do olhar da equipe frente ao seu
direcionamento projetual. Tópicos mínimos a serem analis ados: dados técnicos [descritivo:
escritório de arquitetura, cidade, estado, país, contratante, área construída, terreno etc.] ;
localização [macro-micro]; tipo de uso; função; histórico; fotos; conceito/partido; tipologia
[pátio, malha etc.]; entorno imediato [equipamento urbanos, vias, vegetação, espaços
verdes etc.]; implantação; topografia e cortes topográficos ; planta baixa, fachadas e cortes;
planta de layout – detalhes interiores [mobiliário-iluminação-expositores]; relação figura
x fundo, gabarito de altura, áreas permeáveis; acessos; programa de necessidade;
diagramas [organograma, fluxograma]; setorização; perfil usuário, quantidade de usuário;
insolação-ventilação; análise formal [Francis Ching]; aberturas; áreas coletivas; cobertura;
detalhes construtivos [pilares, brises, cobogós, marquises, passarelas etc.]; análise da
tecnologia construtiva [concreto, madeira, mista, metálica; tipo de laje; etc.]; materiais,
cores e texturas; paisagismo; acessibilidade e estacionamento. Não se esqueça de inserir o
norte e também a escala. Manipule as imagens e confeccione os croquis!

3. CIDADE DE PRESIDENTE PRUDENTE E A ESCOLHA DO TERRENO


Justificar a escolha e caracterização da área de inserção projetual e de seu entorno.
I) Traçar um histórico da cidade e sua relação com o bairro selecionado. At ravés de fontes
textuais (jornais, revistas, relatos etc.), entrevistas, iconográficas, cartográficas etc.,
promover o levantamento histórico do bairro, de forma a subsidiar a leitura do espaço
urbano (processo de produção, uso e transformação). Elaboração de plantas cronológicas
de diferentes épocas de ocupação do local (bairro/ entorno imediato) a partir do material
levantado na pesquisa. Fazer uma descrição do histórico do bairro selecionado.

II) Neste tópico pode mapear os edifícios comerciais da cidade (com mais de 8 pavimentos)
bem como analisar um edifício como obra correlata. Para isso, o grupo deve fazer uma visita
e análise de um edifício comercial. Fazer um levantamento fotográfico e registrar as
fragilidades e potencialidades da obra escolhida. Por meio de visita ao local deve-se
caracterizar o tipo de comércio, quais são as áreas técnicas do imóvel; identificar o perfil
do público e a demanda; avaliar o estado de conservação do imóvel; averiguar a organização
e limpeza, as atividades diferentes que ocorrem, como é o fluxo e a setorização? Etc.

III) Deve ser considerado as características do relevo, forma, solo e vegetação existente na
área de abrangência demarcada e estabelecer em que medida eles participam da
configuração do lugar assim como os levantamentos do entorno e do terreno: levantamento
físico; levantamento fotográfico; análise de insolação , ventilação, topográfica; análise de
mobiliários urbanos, vegetação, iluminação; evolução urbana da área (ex. ocu pação
anterior; ou demonstrar tendência de crescimento da cidade para aquele lado; edificações
vizinhas, equipamentos urbanos próximos; acessos , fluxos, barreiras físicas (trilho do
trem; topografia; córrego etc.).

VI) Neste tópico deve ter a descrição d os índices urbanísticos específicos do local
(Zoneamento I Código de Obras) e suas respectivas caracterizações. Trata-se da
compreensão do zoneamento do uso e ocupação do solo da área urbana.

VII) Entrega da maquete física do terreno. Cuidado com a escala. Considerar as curvas a
cada 1metro.

2
4. DIRETRIZES PROJETUAIS
I) Confeccionar as diretrizes projetuais, tecendo um Memorial Justificativo, no qual compreende as
explicações de todas as decisões projetuais, expressas através de textos, diagramas e croquis. São a
somatória das decisões de projeto, lembrando que este deve ser o eixo norteador de todas as atitudes
projetuais, visando sua completude, a coerência, a unidade e evitando as contradições; O que é, de onde
ele vem e para que serve (influências ao projeto)?; Listar as atitudes de projeto, o que pode ajudar a
compreender o caminho a ser seguido, ou seja o ponto de partida para o desenvolvimento do projeto;
decorre de uma boa leitura de todas as condicionantes projetuais, percebendo as suas potencialidades e
deficiências, pode vir do terreno, da história, das condicionantes visuais, das particularidades do cliente,
das possibilidades e características do material, da composição espacial, funcionalidade, dentre outros.
Identificar plano de massas, setorização, fluxograma, acessos dos usuários e funcionários, programa de
necessidade etc. Aqui deve-se destacar o Conceito, que simplificadamente, é a ideia central norteadora
do projeto, a ser auxiliadora nas escolhas projetuais, dá o direcionamento e é a ideia mais importante a
ser mantida até o final bem como do Partido Arquitetônico. O partido corresponde as atitudes de projeto
oriundas do conceito, que são as bases do exercício projetual.

II) Desenvolver o Memorial Técnico, que diz sobre os elementos técnicos e construtivos, materiais e
revestimentos necessários para a completude do projeto, estes precisam estar em conformidade com o
conceito e com o partido.

5. PEÇAS GRÁFICAS DO ANTEPROJETO


As pranchas do projeto (apresentadas em A3) precisam estar devidamente cotadas e
respeitando proporções e escalas de demonstração d as seguintes peças gráficas:
a) Situação e paisagismo: a relação da edificação com os espaços públicos e edificações
do entorno, demarcar passeios, acessos, espaços edificados e não edificados, assim como
áreas permeáveis e impermeáveis . Seguir recomendações do item 5.3.2.1 da norma
NBR6492/2004;
b) Implantação e cobertura: apresentar a edificação dentro do terreno, áreas de sombra,
projeções dos beirais, assim como os níveis, indicar inclinação da cobertura, tipo de
material, espaços livres, elementos arquitetônicos paisagísticos (p ercursos, composições
vegetais, taludes, escadas e rampas, espelho d’água etc.) ;
c) Planta baixa: fechamentos, aberturas, devidas projeções, denominações e níveis ,
representar estrutura e usar hachura ou cor para diferenciá -la da alvenaria; representar
vegetação; hachura de grama, água e piso; indicação de cotas parciais gerais e cotas
internas nos cômodos; denominação dos ambientes e respectivas áreas úteis; indicação de
escadas e elevadores de acordo com as representações apresentadas na norma; indicação
de elementos em projeção (coberturas, mezaninos, etc.); marcação dos cortes e fachadas
de acordo com a simbologia da norma. Usar legenda ou puxar linhas de chamada caso sejam
utilizados símbolos para a representação, cores ou hachuras; indicação de cotas dos níveis;
colocar título da peça gráfica e escala de acordo com o indicado na norma. Podem ser
adicionadas imagens de referenciais ou de perspectivas virtuais para ilustrar aspectos do
projeto;
d) Planta de Layout: retratar a ocupação interna dos ambien tes, assim como das áreas
descobertas, contendo mobiliários e as especificações que se fizerem necessárias . Os
ambientes, sem cotas, com o mobiliário e hachuras ;
e) Detalhamentos: quando for necessário apresentar elementos que demonstrem partes
relevantes das soluções e tecnologias adotadas como solução projetual;
f) Cortes: quantos forem necessários para apresentar elementos verticais e suas relações
com a planta (mínimo 3). Diferenciar estruturas e alvenarias (seguir recomendação da
norma); indicação de cotas verticais (medida de peitoris e esquadrias -portas e janelas
quando estas forem cortadas); representar a cobertura em corte, laje e forro; denominar
os compartimentos seccionados; indicação de cotas dos níveis; apresentar representação

3
de escala humana; representar linha de terra (P.N.T.); colocar título da peça gráfica e escala
de acordo com o indicado na norma;
g) Elevações: apresentar a visualização vertical das fachadas; diferenciar espessuras,
representar sombreamento nos volumes, us ar cores e/ou texturas para a representação;
representar vegetação, usar simbologias prescritas na norma; representar escala gráfica;
h) Maquetes: imagens e ângulos necessários para a apresentação tridimensional do
projeto, deve transmitir visualmente o resultado do projeto, porém deve fazer parte de
todo o processo projetual, servindo para estreitar a compreensão da relação entre as
diversas dimensões do projeto.

IMPORTANTE

Entrega das peças gráficas: pranchas A3. Deverá ser entregue os estudos (vistados ao longo
dos atendimentos). Escala e número de pranchas a definir (usar bom senso). Cuidado com
a apresentação das pranchas: legenda, título, escala, configuração de linhas e tc. Não
esqueça o Norte! Nunca mude a posição do desenho (orientação) de um esquema para outro
(justificável em casos extremos). Uma boa prancha tem as peças gráficas bem distribuídas
(poucos vazios e bastante informação). Indique a escala adotada e níveis ! Coloque título
das peças gráficas (ver norma)! Marcar linhas de corte e indicação de elevação nas plantas!
Nomes das ruas! A norma NBR 6492/1994 será a referência da entrega em qualquer caso
de dúvida!

PORTFÓLIO PESSOAL E CRIATIVO

A diagramação e organização, a dimensão e a escolha de materiais são livres.


Necessariamente deve conter todo processo trabalhado nos atendimentos, assim como da
proposta finalizada. Portanto, serão entregues os estudos, memoriais e as pranchas com as
peças gráficas completo na última entrega

OBSERVAÇÕES

É necessário 75% de participação em atendimentos e desenvolvimento em sala para o


projeto ser considerado na entrega final, pois se dará ênfase ao processo e não apenas ao
resultado! Será avaliado: Comprometimento do aluno ( completar todos os itens
solicitados); Desenvolvimento do anteprojeto ao longo das semanas (atendimentos e
participação em sala); Proposta arquitetônica: discussões e as soluções adotadas, relações
com a história e teoria, definições do conceito/partido, b em como suas respectivas
viabilizações no anteprojeto; Requisitos como: relação com entorno e a cidade,
características materiais, estruturais, composição e documentais do edifício, criatividade,
solução estética, inovação do projeto, racionalidade, funcio nalidade, exequibilidade técnica
atendimento às especificidades do uso e das soluções de circulação e acessibilidade; adoção
de critérios e soluções de projeto para a sustentabilidade ambiental; Qualidade gráfica de
representação; Organização e qualidade da confecção do portfólio; Elaboração e qualidade
da maquete e da apresentação oral final.

Você também pode gostar