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EXERCÍCIO 02 | ARQUITECTURA III | 2º ano | 1º semestre | 2022 | 2023

Docentes: Teresa Madeira da Silva (coord.); Mónica Pacheco; Patrícia Barbas.

Densificar a cidade – habitação de pequena escala

1. OBJECTIVOS
Pretende-se a realização de um projeto de arquitetura associado ao espaço urbano envolvente e da sua
consolidação, através da densificação urbana nos interstícios vagos, na zona dos Prazeres em Lisboa. As
intervenções, de pequena escala, deverão completar o tecido urbanos já existente seja pela ocupação de lotes
existentes vazios ou muito degradados, pela adição de pisos ou ampliação de edifícios existentes ou pelo
preenchimento de lacunas, dos interstícios existentes na malha urbana. Os trabalhos dos alunos serão também
uma reflexão sobre o que poderá ser uma densificação sustentável dos espaços urbanos sabendo que, segundo
as estimativas da ONU, em 2050 pouco mais de 2/3 da população mundial (68%) viverão em centros urbanos.

Zona de intervenção – Prazeres /Alcântara, Lisboa

São pedidas habitações vocacionada para alojar famílias de dimensão média e onde se pretende valorizar,
simultaneamente, a privacidade de cada uma das habitações e a qualidade da sua inserção no desenho do espaço
público.
Uma vez que o resultado final deverá confirmar a adoção de uma metodologia projetual suportada por uma teoria
que integre as diversas valências e condicionantes do projeto pretende-se com este exercício exercitar a
capacidade de reinterpretação de modelos habitacionais unifamiliares (estudados num exercício paralelo de
investigação de casos de estudo).
Pretende-se que as intervenções tenham a escala adequada a uma vivência urbana qualificada, de proximidade,
humanizada e uma diversidade tipológica, associando na mesma intervenção, a casa e um espaço de trabalho. O
projeto desenvolve-se em três fases subsequentes e implica a reflexão em grupo sobre a requalificação dos
espaços públicos e a identificação dos lotes a intervir. À variedade tipológica proposta, pretende-se clareza

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espacial e a possibilidade de operar transformações na compartimentação das habitações, mediante utilização de
estruturas reversíveis, que viabilizem sem custos significativos a adaptação do espaço a diferentes necessidades.

2. LOCALIZAÇÃO
A área de intervenção integra-se numa encosta do bairro dos Prazeres, com exposição dominante a Sul. Procurou-
se deliberadamente a cidade consolidada enquanto suporte testado das múltiplas relações entre a arquitetura e a
cidade, o espaço privado e o espaço público. A área de intervenção é delimitada a sul pela Rua Prior do Crato, a
nascente pelo beco e rua dos Contrabandistas, a poente pela calçada do Livramento e a norte pelo Largo das
Necessidades. Admite-se a substituição ou adição nas construções existentes no lote, por novos volumes
devidamente articulados com a especificidade topográfica e urbana existente e com as várias possibilidades de
acesso ao lote e às habitações.

3. PROGRAMA
O programa pretende a articulação entre os espaços a projetar e a especificidade do lugar atendendo à escala e
às características morfológicas e topográficas da área de intervenção.
O projeto inclui habitações unifamiliares de pequena escala e o arranjo dos espaços de utilização pública.
Cada habitação deverá inclui:
- Espaço de estar e de refeições (autónomos ou integrados);
- Espaço para confeção de alimentos (integrada ou separada nos demais espaços da casa);
- Espaço para dormir (com áreas mínimas de 12 m2 e com espaços para arrumação);
- Espaço de higiene;
- Espaço de trabalho integrado nos espaços comuns da habitação.

Deverá ser dada especial atenção à implantação das construções atendendo, simultaneamente, à organização
funcional dos seus espaços, à articulação com acessos e estrutura urbana e à exposição solar de cada uma das
frentes do lote. Na proposta deverá ser também considerada a relação com a unidade da rua e seus edifícios, não
apenas devido a condicionamentos regulamentares, mas para proporcionarem uma adequação funcional e
volumétrica favorável, em termos urbanos e de relação entre espaços edificados e livres. O número de pisos e as
cérceas dos novos volumes deverão ser equilibrados com os condicionamentos do terreno (incluindo as diferenças
de cotas a partir dos arruamentos próximos) e envolvente.

4. METODOLOGIA
O trabalho proposto será desenvolvido, a par de algumas reflexões de enquadramento temático e incidirá na visita
ao local, na produção de desenhos de levantamento e análise do sítio, na produção de diagramas conceptuais de
aproximação ao programa proposto, desenhos, maquetas e esquemas que suportem o processo do projeto.

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A construção de uma ideia de habitar é essencial e pretende-se que seja estabelecida no encontro das
especificidades do programa com as características do lugar. Pretende-se que os alunos definam a generalidade
dos volumes, espaços e materialidade propostos a uma escala apropriada. Numa fase de desenvolvimento mais
avançada pretende-se o desenvolvimento e aprofundamento do projeto, quer em termos de escala, quer em
termos da caracterização dos ambientes e do controlo dos aspetos técnicos e construtivos subjacentes à proposta
adotada.

5. PRAZOS
Fase 1. TRABALHO DE GRUPO (4 alunos por grupo) – 11 de novembro
Formato: A1 (ao alto) (nº de painéis a definir).
Construção de um documento comum, onde se condense a informação recolhida e tratada. O documento
organizar-se-á em torno das peças desenhadas e escritas de levantamento e análise da área de intervenção,
atendendo às seguintes linhas de orientação:
(i) Bases para o desenvolvimento do projeto (plantas, secções de conjunto, etc. do existente);
(ii) Desenhos de enquadramento de cada um dos lotes identificados (escala 1/500);
(iii) Breve investigação sobre a história do lugar (fontes documentais: textos, plantas e fotografias) e
cartografia (incluindo a topografia e a toponímia);
(iv) Maqueta geral da área de intervenção (escala 1/200). A maqueta deverá acompanhar o processo de
projeto nas suas várias fases de desenvolvimento;
(v) Diagramas conceptuais com a indicação dos lotes a intervir incluindo o programa para cada um dos
lotes e a distribuição dos mesmos pelos alunos;
(vi) Planta de implantação da proposta com a indicação dos lotes a intervir (escala 1/200).

Fase 02. TRABALHO INDIVIDUAL – 25 novembro


Formato: A1 (ao alto) (nº de painéis a definir).
Desenvolvimento do projeto da habitação enquadrado na envolvente próxima:
Peças a apresentar:
(i) Planta de localização (escala 1/500);
(ii) Planta de implantação da proposta (escala 1/200 ou 1/100);
(iii) Plantas da proposta (escala 1/100);
(iv) Alçados de conjunto da proposta (escala 1/100);
(v) Corte transversal da proposta (escala 1/100);
(vi) Corte longitudinal da proposta (escala 1/100);
(vii) Texto justificativo da proposta - máximo 1 folha A4 (enquadramento do projeto de acordo com as referências
estudadas e com os princípios e os fundamentos da proposta e do programa);

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(viii) Digramas conceptuais, sintetizadores da ideia/conceito em construção enquadradas no conjunto;
(ix) Maqueta(s) de estudo e suporte ao desenvolvimento e consolidação do conceito | ideia (escalas 1/200).

Fase 03. TRABALHO INDIVIDUAL – 9 dezembro


Formato: A1 (ao alto) (nº de painéis a definir).
Desenvolvimento do projeto da habitação enquadrado na envolvente próxima:
Peças a apresentar:
(i) Planta de localização (1/500);
(ii) Planta de implantação da proposta com representação da envolvente próxima (escala 1/200);
(iii) Plantas da proposta (1/50);
(iv) Alçados de conjunto da proposta (1/50);
(v) Corte transversal da proposta (escala 1/50);
(vi) Corte longitudinal da proposta (escala 1/50).
(vii) Maqueta(s) de estudo e suporte ao desenvolvimento e consolidação do conceito | ideia (escalas 1/100
ou 1/50).
(viii) Fotografia de maquete de um interior da habitação (escala 1/20).
Nota: os desenhos deverão ser devidamente referenciados, cotados e legendados (espaços, áreas, materiais,
etc.). Devem ser apresentados incluindo a envolvente próxima e a ligação ao espaço exterior e ao terreno.

Entrega Final – 16 de janeiro


Apresentação final – 17, 18 e 19 de janeiro – a confirmar
A apresentação final inclui o conjunto dos trabalhos realizados ao longo do semestre. Os desenhos finais deverão
ser apresentados em formato A1 incluindo a síntese explicativa dos conceitos fundamentais das propostas a
apresentar. Serão entregues igualmente as maquetas e todos os elementos considerados necessários para a
explicitação do trabalho realizado organizados num portfolio individual. A apresentação oral deve ser cuidada e
sintética, enfatizando os principais aspetos dos trabalhos realizados ao longo do semestre.

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