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O atendimento da mulher em situação de risco ou vítima de violência deverá ocorrer em local seguro e
reservado, longe do agressor por ela apontado e de terceiros. Devem ser observados os seguintes pontos:
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Atenção!
Nas ocorrências que envolvam estupro, estupro de vulnerável químico ou violação
sexual mediante fraude, é imprescindível que a vítima seja imediatamente encami-
nhada ao serviço médico, cabendo ao estabelecimento comunicar o fato ao órgão
de segurança pública.
O estado de vulnerabilidade refere-se à incapacidade da vítima de consentir, inde-
pendentemente de sua expressão de vontade.
Na hipótese de a vítima ser adolescente, deverá ser acionado o Conselho Tutelar,
nos termos da Lei federal n.º 8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto da Criança e do
Adolescente.
ACOLHIMENTO DA VÍTIMA E
ENCAMINHAMENTO PARA REDE PROTETIVA
O acolhimento da vítima deve ser feito por um funcionário capacitado, de forma responsável e organizada
em lugar seguro e reservado (longe do agressor), respeitando alguns aspectos.
Atenção! Garanta que os encaminhamentos sejam realizados e que a confidencialidade seja respeitada.
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Em resumo, o acolhimento da vítima consiste em receber e escutar atentamente a pessoa que sofreu algum
tipo de violência ou abuso. É essencial que a vítima se sinta acolhida, segura e respeitada durante esse mo-
mento. O profissional responsável pelo acolhimento deve demonstrar empatia, sensibilidade e sigilo, criando
um ambiente propício para que a vítima possa compartilhar sua história, emoções e necessidades.
Para pensar!
Acolhimento não é aconselhamento!
REDE PROTETIVA
Sabia que existem mecanismos de proteção para a mulher vítima de violência? No próximo módulo, iremos
detalhar a rede protetiva. Você vai entender, com mais profundidade, como essas entidades atuam. Neste
momento, é importante que você conheça o fluxo de atendimento da rede protetiva. Veja, no link do fluxo a
seguir, os mecanismos de proteção em assistência social e saúde.
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No link abaixo, você encontra a versão completa dos materiais apresentados anteriormente, com o fluxo de
atendimento e os mecanismos de proteção em assistência social e saúde.
MANTENHA A CALMA
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INFORME-SE SOBRE
RECURSOS LOCAIS
DOCUMENTE A SITUAÇÃO
REVITIMIZAÇÃO
A revitimização ocorre quando uma vítima é obrigada a reviver o trauma de atos de violência sofridos. Isso
pode acontecer quando ela é submetida repetidamente (de forma desnecessária) a questionamentos deta-
lhados ou quando precisa relatar o trauma várias vezes para diferentes profissionais. Essa experiência pode
levar a vítima a omitir fatos ou sentir-se constrangida diante das repetições.
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Para evitar a revitimização, é essencial adotar as seguintes medidas:
➜ Seja discreto. Leve a vítima até um local reservado e seguro, preferencialmente acompanhada de outra
mulher;
➜ Demonstrar consideração e respeito pelos sentimentos da vítima;
➜ Permitir que a vítima se expresse sem minimizar a gravidade do ocorrido, evitando frases como: “isso não
foi nada”, “vai passar”, “não precisa chorar”;
➜ Evitar tratamento excessivamente zeloso ou superprotetor;
➜ Manter uma postura empática e não hostil;
➜ Não culpar a vítima pelo que aconteceu;
➜ Abster-se de demonstrar surpresa, choro ou horror, pois tais reações podem transmitir censura ou desa-
provação;
➜ Evitar fazer comentários preconceituosos ou julgamentos.
Atenção! Revitimização: ato, questionamento ou discurso que gere constrangimento indevido ou estigma-
tização na mulher.
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Infelizmente, na sociedade atual, ainda existe a ideia de que a mulher ‘provoca’ situações de violência por
causa da roupa ou em razão de alguns comportamentos. Nesses casos, cria-se a ideia de que essa mulher
não é violentada e, portanto, não pode ser considerada vítima.
Existe, também, a ideia de que a mulher precisa resistir fisicamente ao ato violento, ou apresentar escoria-
ções e hematomas para que o ato seja considerado criminoso. Caso contrário, o relato da vítima não é consi-
derado tão importante quanto deveria.
Além disso, locais em que a vítima de violência sexual se encontra, como festas, bares e casas noturnas,
também são mencionadas para descreditar seu relato. Essa tentativa de desqualificar a vítima e sua versão
dos fatos é extremamente prejudicial e desencoraja muitas vítimas de denunciar os abusos que sofreram.
É imprescindível que o depoimento da vítima seja levado a sério e tratado com respeito, independentemen-
te do contexto em que o evento ocorreu. O impacto emocional do trauma, o medo, a vergonha, a confusão
e as ameaças recebidas podem afetar profundamente a forma como a vítima relata o incidente. Devemos
lembrar que atribuir culpa à vítima é uma prática injusta e inadequada, e a sociedade deve se esforçar para
criar um ambiente seguro e acolhedor, onde todas as vítimas de violência possam ser ouvidas e apoiadas.
Atenção!
O livro de registro de ocorrências não é obrigatório. Mas é recomendável que todos
estabelecimento tenha um livro destinado a esse fim, que servirá para comprovar o
atendimento realizado e a forma de auxílio prestado à mulher vítima de violência ou
em situação de risco.
Destaca-se a importância dos registros do estabelecimento de documentos e de
imagens gravadas para disponibilização aos órgãos de segurança.
Para pensar!
O art. 2º, caput, da Lei 8078/90 define que consumidor é toda pessoa que adquire
um produto como destinatário final, mas também todo aquele que utiliza um serviço.
Esse é o caso dos bares e das casas de eventos.
Os estabelecimentos, de acordo com o artigo 14 do Código do Consumidor, parágrafo 1º, têm a responsabi-
lidade de garantir a segurança de seus clientes enquanto estiverem em suas dependências, considerando
um serviço defeituoso quando não oferece a segurança que o consumidor pode esperar. Portanto, é impres-
cindível que todos os estabelecimentos estejam preparados para informar, prevenir e socorrer possíveis
vítimas.
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Atenção!
Vítima funcionária do estabelecimento: no caso de a vítima ser funcionária do
estabelecimento, mesmo que o autor seja colega de trabalho, chefe ou cliente, é
importante seguir as orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e
do Ministério Público do Trabalho em relação às providências que merecem atenção
em casos de assédio sexual, moral e discriminação.
O descumprimento da Lei n.º 17.621, de 3 de fevereiro de 2023, da Lei n.º 17.635, de 17 de fevereiro de 2023,
ou das disposições do decreto sujeita os infratores a sanções administrativas, nos termos da Lei federal n.º
8.078, de 11 de setembro de 1990, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas espe-
cíficas. As sanções incluem:
I – multa;
II – suspensão do fornecimento do serviço;
III – suspensão temporária da atividade;
IV – revogação de concessão ou permissão de uso;
V – cassação de licença do estabelecimento ou de atividade;
VI – interdição, total ou parcial, do estabelecimento, obra ou atividade;
VII – interdição administrativa.
O cartaz deverá ser colocado em local de fácil visualização e no interior de todos os banheiros destinados
ou disponíveis às mulheres.
“Não se cale!”
“Em situação de risco, peça ajuda.”
“O lugar pode ser público. Seu corpo, não.”
“Importunação sexual é crime.”