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Figura 2.1. Exemplo de um item do TDF (aqui, o nome pronunciado pelo aplicador é
‘pato’).
2. EVIDÊNCIAS DE VALIDADE DO
TESTE DE DISCRIMINAÇÃO FONOLÓGICA:
SÚMULA DE ESTUDOS
2.1 Evidências de validade por relação
com outras variáveis
2.1.1 Dados do desenvolvimento
Ferracini (2005) encontrou evidências de validade do Teste de Discriminação
Fonológica para crianças pré-escolares. Em sua pesquisa, Ferracini avaliou 122
crianças de 3 a 5 anos de idade. Não foram encontradas diferenças significativas entre
o desempenho de meninos e meninas, porém houve aumento progressivo da média de
acertos no teste conforme aumento da faixa etária. Análise de Variância do efeito da
idade sobre o desempenho no Teste de Discriminação Fonológica revelou efeito
significativo, com F(2,121) = 18,74, p < 0,001. Análises de comparação de pares de
Bonferroni e de Fisher LSD revelaram diferenças significativas entre todas as faixas
etárias. Dessa forma, foram fornecidas evidências de validade ao Teste de
Discriminação Fonológica por relação com idade para a faixa etária entre 3 e 5 anos.
Observa-se, a propósito, que a média de acertos já foi bastante alta aos 3 anos, com
20,62 pontos. É possível, portanto, que o teste também seja aplicável a crianças ainda
menores, o que deve ser investigado em pesquisas futuras (Ferracini, 2005).
De forma a verificar o efeito da idade sobre o desempenho no Teste de
Discriminação Fonológica controlando o efeito da inteligência não verbal, foi
conduzida uma Análise de Covariância (ANCOVA) tendo a idade em anos como fator e
o estanino na Escala de Maturidade Mental Colúmbia (EMMC) como covariante. A
ANCOVA revelou efeito significativo de idade, com F(2, 118) = 7,12, p < 0,001, e do
estanino na EMMC, com F(1, 118) = 11,65, p < 0,001. Análises de Bonferroni e de
Fisher LSD revelaram diferenças significativas entre todas as faixas etárias. Ou seja,
verificou-se que o escore no Teste de Discriminação Fonológica, mesmo após a
correção por meio da Ancova, tendeu a aumentar sistematicamente com a progressão da
faixa etária. Tais resultados corroboram as evidências de validade do teste por relação
com idade. Houve, também, efeito significativo de inteligência não verbal, sugerindo
que discriminação fonológica e inteligência não verbal estão relacionadas (Ferracini,
2005). Desse modo, a busca por evidências de validade por mudanças do
desenvolvimento evidenciou que o desempenho no TDF aumentou com a progressão da
idade, sendo tal instrumento adequado para avaliar crianças na faixa etária de 3 a 5
anos de idade.
Outro estudo conduzido com crianças da Educação Infantil corroborou os resultados
de Ferracini (2005) e as boas qualidades psicométrica do TDF. Trevisan (2008a)
avaliou 271 crianças pré-escolares (infantil 1, infantil 2, pré), com idades entre 3 e 6
anos, de uma escola municipal de uma cidade do interior do Estado de São Paulo. A
autora encontrou aumento sistemático da média de acertos com a progressão da idade,
com F(3,261) = 14,27, p < 0,001, e do nível escolar, com F(2,265) = 15,67, p < 0,001.
Evidências de validade do Teste de Discriminação Fonológica também foram
investigadas em crianças do Ensino Fundamental. Trevisan (2007) avaliou 366
estudantes de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental, com idades entre 6 a 11 anos. De
forma a verificar o efeito da idade e da série escolar sobre o desempenho no teste,
controlando o efeito da inteligência não verbal, Trevisan (2007) conduziu uma Análise
de Covariância tendo a idade em anos e a série como fatores e o percentil no Raven
como covariante.
Raven, com F(1, 304) = 18,66, p < 0,001 sobre o desempenho no teste. Também foi
encontrado efeito significativo da série, com F(3, 306) = 6,74, p < 0,001, e do percentil
no Raven, com F(1, 306) = 17,74, p < 0,001. Desse modo, Trevisan (2007) verificou
que o escore no Teste de Discriminação Fonológica aumentou com a progressão das
séries e com o aumento da idade, na faixa entre 7 e 10 anos. Porém, é interessante
observar que os desempenhos foram, de modo geral, bastante elevados e bem próximos
à pontuação máxima possível no instrumento. Isso corrobora a hipótese de que o teste
pode ser mais adequado para crianças de faixa etária inferior, como avaliado por
Ferracini (2005) e Trevisan (2008a).
A Figura 2.2, a seguir, apresenta o desempenho médio no TDF de crianças da
Educação Infantil em função da idade. O gráfico foi elaborado com base nos dados de
Trevisan (2008a) e ilustra o aumento no desempenho dos 3 até os 6 anos, idade na qual
o desempenho médio no teste já é bastante próximo de 23 pontos, o escore máximo
possível no TDF.
- Capítulo 4 -
Teste de Discriminação Fonológica
Alessandra Gotuzo Seabra * Fernando César Capovilla
Contém:
- Caderno de Aplicação
Aplicação: individual.
As respostas devem ser anotadas na Folha para Registro de Respostas para posterior
Alternativas corretas:
- Em cada item, a figura-alvo que deve ser nomeada pelo aplicador e apontada pelo
examinando encontra-se sublinhada e em negrito.
Neste caderno você verá 23 pares de figuras. Em cada par, eu direi o nome de uma
das figuras.