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Este trabalho teve como objetivo propor um protocolo de avaliação das habilidades
base nos resultados, foram elencadas as tarefas passíveis de serem realizadas com
fonoaudiológica.
AVALIAÇÃO DE HABILIDADES EM CONSCIÊNCIA FONOLOGICA/ ASSESSMENT OF 2
PHONOLOGICAL AWARENESS’ ABILITIES
INTRODUÇÃO
imensamente importante para compreender a mensagem escrita, uma vez que, para ler e
desde um grau nulo de consciência, passando pela sensibilidade, pelo “dar-se conta”, até
autores, como CIELO (1996) e SALLES (1999), se utilizaram de testagens elaboradas por
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autores como CARDOSO-MARTINS (1991) e SANTOS & PEREIRA (1997) para verificar
brasileiras.
indicado para a clínica fonoaudiológica e para a triagem escolar dos cinco aos dez anos
recepção de rimas, rima seqüencial, reversão silábica e imagem articulatória. Para todas
muito adequada, a tarefa de análise refere-se à detecção de sílabas nas posições inicial,
final e medial, com quatro itens a serem testados em cada posição, sendo que a tarefa
com a posição medial foi indicada no próprio protocolo de avaliação, apenas para
fonêmicas. Este teste, conforme os autores, foi baseado no trabalho de SANTOS &
PEREIRA (1997), sendo que cada tarefa é precedida por dois exemplos-treino iniciais.
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tarefas utilizadas em sua pesquisa para avaliar noventa crianças de quatro a onze anos
identificar palavras que iniciam ou terminam com a mesma sílaba ou que apresentam a
mesma sílaba medial; identificar palavras que iniciam ou terminam com o mesmo fonema;
contar as palavras de um conjunto sem sentido (por exemplo: chave nunca mesa faz);
(1982) faz entender que as tarefas são compostas de quatro a cinco itens cada, o que
parece ser um número viável para evitar acasos e, consequentemente, uma avaliação
estatística entre o grau de complexidade das tarefas e a idade cronológica dos sujeitos.
MATERIAIS E PROCEDIMENTOS
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instituição de origem, sob o protocolo de número 0125, sendo que todos os responsáveis
pelos sujeitos da pesquisa concordaram com sua realização e com a divulgação dos
anos, de ambos os sexos, freqüentadoras das três escolas que concordaram com a
(PTCF).
escolas envolvidas. Por meio do Teste de Matrizes Progressivas de Raven infantil, sob a
(ANASTASI, 1977).
permitindo a triagem audiológica por via aérea realizada com o aparelho Screening
sala silenciosa, explicava-se à criança que, através do fone de ouvido, ela ouviria “alguns
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apitinhos” ou “barulhinhos” em uma orelha de cada vez e que deveria levantar a mão do
para resposta consideradas para a triagem foram: 1000 (20 dBNA), 2000 (20 dBNA) e
4000 Hz (25 dBNA). As crianças que falharam foram retestadas durante a mesma sessão
A voz foi avaliada de forma perceptivo-auditiva: o tipo vocal foi classificado como
rouco, soproso, áspero, comprimido, normal ou outro; o pitch foi caracterizado como
por meio do SOE de cada instituição e não fizeram parte da amostra da pesquisa.
considerado como variável neste estudo (WALLACH et al., 1977, SALLES, 1999). Quanto
ao grau de escolaridade, todas as crianças até seis anos de idade foram consideradas
não alfabetizadas, uma vez que as primeiras séries eram compostas pela faixa de seis
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anos e essas crianças foram testadas no primeiro bimestre do ano letivo, estando,
et al.,1973, GOLDSTEIN, 1976, WALLACH et al., 1977, WILLIAMS, 1980, ZIFCAK, 1981,
BEZERRA, 1982, ALEGRIA et al., 1982 e 1999, EHRI & WILCE, 1985 e 1987, BRYANT &
BRADLEY, 1987, YAVAS & HAASE, 1988, LUNDBERG et al., 1988, TUNMER et al.,
1988, GÖNCZ, 1990, BALL & BLACHMAN, 1991, BYRNE & FIELDING-BARNSLEY,
NUNES et al., 1992, WATSON & MILLER, 1993, UHRY & SHEPHERD, 1993,
1995, CIELO, 1996, LANDERL et al., 1996, SANTOS & PEREIRA, 1997, SANTOS et
em consciência fonológica dos sujeitos testados. Por isso, foram propostos doze tipos de
consciência lingüística devem ser o mais simples possível, para evitar dificuldades em sua
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TUNMER et al. (1983), os termos utilizados precisam ser claros para a criança, senão ela
Outro fator relevante, segundo CORRÊA (1996), seria a influência das expectativas
da criança sobre o seu desempenho frente à tarefa. Em função disso, para não gerar
seriam realizadas algumas atividades para ver até onde as crianças conseguiriam ir,
sendo que algumas eram feitas para adultos, portanto muito difíceis, não sendo
de sentenças com palavras de conteúdo do que de função. Por esse motivo, observa-se
informação por parte da criança se ela tivesse de fazer uma análise semântica demorada
crianças, enfatizando a compreensão das ordens, mais do que sua repetição mecânica,
(CORRÊA, 1996, p. 47), deixando o sujeito à vontade para favorecer sua espontaneidade.
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cada tarefa, com o objetivo de deixar claro o que era proposto para que a criança
prejudicado por questões de semântica (as palavras das ordens eram esclarecidas
estímulos eram oferecidos duas vezes e a articulação silenciosa foi permitida). As tarefas
tamanhos diferentes. Apresentou-se à criança frases de duas, três, quatro, cinco, seis e
sete palavras. Havia, no total, trinta frases elaboradas com vocabulário do cotidiano
dificuldade/complexidade nesta tarefa. A ordem dada foi “Eu vou dizer uma frase. Preste
atenção! FRASE (1ª VEZ). PEQUENA PAUSA. NOVAMENTE A FRASE (2ª vez). Agora,
diga quantas palavrinhas (ou quantas coisas) eu disse.” Permitiu-se que a criança
contasse nos dedinhos e incentivou-se aquelas que não sabiam contar a realizar o
tapping. O treino foi realizado com duas frases, uma de duas e uma de três palavras.
apresentar uma “relação de tamanho” com o seu referente. A ordem dada foi “Eu vou
dizer duas palavras. ESTÍMULO (1ª vez). PEQUENA PAUSA. ESTÍMULO (2ª vez). Qual é
a maior? Pense no tamanho da palavra e não no tamanho da coisa.” O treino foi realizado
com dois pares, um sem “relação de tamanho” entre o signo semiológico e o referente e
enunciado: “Eu vou dizer três palavras, duas rimam (ou combinam) e uma não. Qual
palavra não rima (ou não combina)?”. Primeiro, foram apresentados cinco itens de três
palavras dissílabas cada e depois cinco itens de três palavras trissílabas cada,
como corretas as respostas dadas com as duas palavras que rimavam, em vez de, como
realizar a junção de sílabas isoladas para formar palavras. Essa habilidade foi avaliada
para sua realização foi: “Vou falar como um robô. Adivinhe a palavra que o robô diz.” O
segmentação. Nesta atividade, a ordem foi: “Agora você vai falar como um robô.” O
oralmente. O treino foi realizado com uma palavra dissílaba e outra trissílaba.
perceber e localizar sílabas dentro de palavras orais. Utilizou-se quinze itens de três
palavras cada: cinco itens para detectar a sílaba inicial, cinco para a sílaba final e cinco
finais e, por último, mediais (VANDERVELDEN & SIEGEL, 1995). As ordens para a
execução da tarefa foram específicas para cada posição da sílaba a ser detectada. Para a
posição inicial: “Vou dizer três palavras. Duas começam com o mesmo pedacinho. Quais
são elas?” Para a posição final: “Vou dizer três palavras. Duas terminam com o mesmo
pedacinho. Quais são elas?” Para a posição medial: “Vou dizer três palavras. Duas têm o
mesmo pedacinho do meio. Quais são elas?” O treino foi realizado com palavras
sílabas de trás para frente: cinco dissílabas, cinco trissílabas e cinco quadrissílabas (três
“Vou dizer os pedacinhos das palavras de trás para frente. Tente colocar na ordem para
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adivinhar a palavra.” O treino foi realizado com uma palavra segmentada de trás para
quinze palavras: cinco para realizar a exclusão do fonema em posição inicial, cinco para o
final e cinco para o medial (VANDERVELDEN & SIEGEL, 1995), configurando três níveis
(PALAVRA Y), sobra o quê?”. O treino foi realizado com duas palavras para a exclusão do
fonema em posição inicial. Salienta-se que o treino foi realizado com exclusão de fonema
apenas em posição inicial em função de, nessa posição, existir maior número de palavras
que formam nova palavra do conhecimento da criança após a exclusão. Nas outras
palavras LATA, para exclusão do fonema inicial, e CORTA, para exclusão do fonema
medial, que resultavam nas palavras ATA e COTA, cujo significado foi explicado à criança
cada: cinco itens para o fonema inicial, cinco para o fonema final e cinco para o fonema
tarefa foram específicas para cada posição do fonema a ser detectado. Para a posição
inicial: “Vou dizer três palavras. Duas começam com o mesmo sonzinho e uma não. Quais
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começam com o mesmo sonzinho?” Para a posição final: “Vou dizer três palavras. Duas
terminam com o mesmo sonzinho e uma não. Quais terminam com o mesmo sonzinho?”
Para a posição medial: “Vou dizer três palavras. Duas têm o mesmo sonzinho do meio e
uma não. Quais têm o mesmo sonzinho do meio?” O treino foi realizado com palavras
juntar fonemas isolados para formar palavras. Essa habilidade foi avaliada através de
cinco palavras de três fonemas, cinco de quatro fonemas, cinco de cinco fonemas, cinco
ordem dada para sua realização foi: “Vou falar como um robô. Tente adivinhar a
palavrinha que o robô diz.” O treino foi realizado com uma palavra segmentada de três
sem segmentação. Nessa atividade, a ordem foi: “Agora eu vou falar a palavrinha e você
vai dizê-la como um robô.” Pretendeu-se verificar a habilidade das crianças em separar as
unidades fonêmicas de palavras. O treino foi realizado com uma palavra de três fonemas
e outra de quatro.
ordem dada para sua realização foi: “Vamos dizer as palavras de trás para frente para ver
no que dá?” As palavras- estímulo apresentadas como RÊS, RIAS e ROTA tiveram seu
significado explicado aos sujeitos antes dos mesmos realizarem a reversão. O treino foi
Todo o protocolo foi aplicado oralmente e, para os itens de cada subtarefa, havia
ambas as tentativas. Cada subtarefa foi suspensa após três erros consecutivos em ambas
cada uma, com um máximo de 10 pontos para cada subtipo de tarefa, sem haver um
somatório dos escores dos subtipos de cada tarefa, em função de cada um deles
através do teste TUKEY HSD, que permitiu múltiplas comparações entre a variável
3 RESULTADOS
(.029), mostrando que, a partir dos 7 anos (média: 8,22), ocorreu um aumento
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houve significância apenas entre os 6 e os 8 anos (.015), mostrando que, nesse intervalo,
principalmente em relação às de 8 anos e que, a partir dos 6 anos (média: 4,26), ocorreu
pal.), obteve-se diferença significativa entre as idades de 4 (.028 e .001) e 6 anos (.045 e
.000) em relação aos 7 e 8 anos e entre a idade de 5 anos (.025) em relação à idade de 8
anos, mostrando um aumento abrupto do desempenho a partir dos 7 anos (média: 6,48).
entre as idades de 4 (.000 e .000), 5 (.027 e .005) e 6 anos (.000 e .000) em relação às
anos (média: 6,15). Na segmentação de frases de sete palavras (T1Sete pal.), observou-
entre os grupos de 4 (.004 e .003), 5 (.038 e .028) e 6 anos (.039 e .036) em relação aos
idade, aos 4 anos ele é bastante inferior (média: 3,83), principalmente se comparado ao
das crianças de 7 (média: 8,67) e 8 anos de idade (média: 8,75). Na detecção de rimas
e idades pesquisadas. Na tarefa de síntese silábica, a menor média de acertos foi de 9,33
todas as outras faixas etárias, com exceção da faixa de 5 anos, sugerindo que, aos 4
anos, o desempenho é muito baixo (média: 3,33). Aos 5 anos, a diferença foi
anos e as demais faixas etárias (6 anos com .003, 7 e 8 anos com .000), com exceção
anos e a idade de 8 anos (.018). Esse resultado sugere que o desempenho aos 4 anos é
substancialmente baixo (média: 2,67), ocorrendo uma grande melhora a partir dos 5 anos
(média: 5,67).
indicando que, aos quatro anos, o desempenho nessa tarefa é baixo (média: 3.33),
e .020, 7 anos com .001 e .000 e 8 anos com .000 e .000), mostrando um aumento
abrupto do desempenho a partir dos 6 anos (média de 5,48 contra 0,33 aos 4 anos e 1,00
aos 5 anos). Na reversão silábica com palavras trissílabas (T7Triss.), observou-se uma
mostrando que nas idades de 4 e 5 anos o desempenho foi nulo (média em zero para
ambas as faixas etárias). Aos 8 anos (média: 7,06), o desempenho praticamente duplicou
em relação aos 6 anos (média: 3,44), mostrando que essa habilidade parece surgir em
média de acertos de 4,74 contra 2,41 aos 6 anos. No entanto, aos 4 anos, a média de
acertos foi de zero e, aos 5 anos, de 0,22. Nos três subtipos de tarefas de reversão
idades entre 4 e 5 anos apresentaram um rendimento muito baixo ou nulo nesse tipo de
tarefa.
mostrando que aos 4 e 5 anos o desempenho nessa tarefa foi nulo (média em zero para
(.000 e .000 em posição final e medial), 5 (.000 e .000 em posição final e medial) e 6 anos
do desempenho a partir dos 7 anos de idade (média de 7,37 para T8Final e de 7,41 para
T8Medial), sendo que aos 4 e 5 anos o desempenho nessas tarefas foi nulo (média em
zero para ambas as faixas etárias), aparecendo aos 6 anos (média de 3,67 para T8Final e
todas as tarefas de exclusão fonêmica, mostrando falta de habilidade para esse tipo de
tarefa.
8 anos (média: 9,00) em relação aos 4 (média: 2,50) e 5 anos (média: 4,89). Nas tarefas
das crianças das faixas de 4 (.025 e .004 em posição final e .005 e .001 em posição
medial), 5 (.047 e .006 em posição final e .028 e .003 em posição medial) e 6 anos (.033 e
que ocorreu a partir dos 7 anos (média de 6,96 para T9Final e de 6,59 para T9Medial).
Nas tarefas de síntese fonêmica com palavras de três (T10Três fon.), quatro
(T10Quatro fon.), cinco (T10Cinco fon.) e seis fonemas (T10Seis fon.), houve uma
marcante do desempenho a partir dos 7 anos (média de 7,07 para T10Três fon.; de 6,19
para T10Quatro fon.; de 4,48 para T10Cinco fon. e de 4,11 para T10Seis fon.). Na síntese
fonêmica com sete fonemas (T10Sete fon.), ocorreu diferença significativa entre o
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desempenho dos sujeitos com idades de 4 (.014), 5 (.003) e 6 anos (.001) em relação ao
desempenho daqueles na faixa dos 8 anos (média: 4,06). Porém, mesmo aos 7 e 8 anos,
a média de acertos ainda foi baixa nesse subtipo da tarefa. Nos cinco subtipos da tarefa
aumento da idade. Dessas cinco tarefas, apenas a síntese fonêmica com palavras de três
fonemas (T10Três fon.) apresentou resultado na faixa de 5 anos com uma média de 0,22,
zerando na faixa dos 4 anos. Nos outros quatro subtipos da tarefa, as crianças de 4 e 5
desempenho entre as crianças de 4 (.022 e .001 com três fonemas e .049 e .002 com
quatro fonemas) e 5 anos (.004 e .000 com três fonemas e .013 e .000 com quatro
.005 com quatro fonemas) em relação às de 8 anos. Nas faixas etárias de 4 e 5 anos, as
crianças não obtiveram qualquer pontuação nessas tarefas, sendo que, aos 6 anos, a
(média de 5,44 com palavras de três fonemas e 5,22 com palavras de quatro fonemas)
4 (.006), 5 (.001) e 6 anos (.024) em relação às de 8 anos, além disso a diferença também
positivo apenas aos 6 anos (média: 2,93), sugerindo-se que essa habilidade emerja aos 6
Nas tarefas de segmentação fonêmica com palavras de seis (T11Seis fon.) e sete
desempenho nas faixas etárias de 4 (.005 com seis fonemas e .006 com sete fonemas), 5
(.001 com seis fonemas e .001 com sete fonemas) e 6 anos (.008 com seis fonemas e
.007 com sete fonemas) em relação à faixa de 8 anos. Como as crianças de 4 e 5 anos
fonêmica com emergência aos 6 anos (média de 2,52 com palavras de seis fonemas e
2,37 com palavras de sete fonemas) e marcado desenvolvimento aos 7 (média de 4,07
com palavras de seis fonemas e 4,11 com palavras de sete fonemas) e 8 anos (média de
terefa, sugerindo que essa habilidade emerja aos 6 anos (média: 1,56), apresentando um
aumento progressivo que é significativo aos 7 (média: 4,74) e 8 anos (média: 5,75). Na
reversão fonêmica com palavras de quatro e cinco fonemas (T12Quatro e cinco fon.),
tarefa, sugere-se a emergência, ainda incipiente, dessa habilidade aos 6 anos (média:
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0,37) com aumento progresivo e significativo aos 8 anos (média: 2,69), mas ainda muito
abaixo de 5,00, evidenciando dificuldade nesse subtipo da tarefa para todas as faixas
etárias.
Dos dados descritos até este ponto, depreendeu-se que os sujeitos apresentaram
resultados de desempenho, na maior parte das tarefas, com diferença significativa entre
4 DISCUSSÃO
aos 7 e/ou 8 anos. Esses resultados são comparáveis aos de BEZERRA (1982) ao
observar que, dos 4 aos 6 anos de idade, a maioria das crianças não conseguiu
segmentar frases em palavras, sendo a tarefa totalmente realizável a partir dos 7 anos de
idade.
influenciada por bases físicas, uma vez que a avaliação espectrográfica revela que as
palavras não são separadas por pausas ou outros limites óbvios. Geralmente não existem
“espaços” entre sucessivas palavras faladas como ocorre num texto impresso e, por isso,
autores, na medida em que o desempenho nessa tarefa foi considerado adequado com
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partir dos 7 anos. É possível que as crianças mais novas tenham se apoiado nas palavras
avaliação foi composto por sentenças gramaticais simples (sem orações encaixadas, por
A tarefa de realismo nominal (T2) foi realizada com êxito pelas crianças de todas as
aos 7 e 8 anos. Esse resultado diverge dos encontrados por BEZERRA (1982), quando o
pesquisadas obtiveram êxito na tarefa, o que pode estar relacionado à diferença sócio-
econômica das amostras e temporal das pesquisas, além da presença de treino prévio
para a tarefa. MORAIS et al. (1998) afirmam que a noção de tamanho do signo
da primeira infância, o que corrobora os resultados positivos obtidos para todas as faixas
A tarefa de detecção de rimas (T3) foi realizada com êxito em todas as faixas
Esse resultado está de acordo com TREIMAN & ZUKOWSKI (1991) ao afirmarem que
algumas crianças de 3 e 4 anos de idade apresentam sensibilidade para rimas, mas que
que envolvem detecção e produção de rimas, por meio da utilização de estratégias não-
Porém, seu desempenho foi muito baixo, provavelmente devido ao fato de possuírem
segmentais, resolver a tarefa. Por outro ângulo, sua pontuação, ainda que mínima, pode
faixas etárias pesquisadas obtiveram êxito com predomínio de médias de acertos muito
que, aos 4 anos de idade, o desempenho foi melhor com a segmentação e síntese
silábicas do que com segmentação e síntese fonêmicas e, de modo geral, com a síntese
sua amostra (31 crianças de ambos os sexos) realizou com sucesso as tarefas de síntese
síntese silábica apresentou o maior escore médio, seguida pela tarefa de segmentação
silábica com crianças de pré-escola até segunda série do ensino fundamental. Todas as
crianças nas tarefas de síntese melhora com a escolaridade e, em seu estudo, para todas
(1990), TREIMAN & ZUKOWSKI (1991), KLEIN et al. (1991), NUNES et al. (1992) e
ALEGRIA et al. (1999) de que a habilidade em análise silábica já existe aos quatro anos
fonêmica, aumentando com a idade. ZIFCAK (1981), VAN KLEECK (1982) e DUNCAN et
al. (1997) sugerem como possível explicação para a consciência silábica se desenvolver
caracterizado por um pico de energia acústica que atua como pista auditiva (maior
saliência perceptual) para facilitar a localização dos segmentos silábicos pela criança ou
idade.
Quanto à tarefa de detecção de sílabas (T6), as crianças da faixa dos 4 anos não
anos realizaram a tarefa com êxito em todas as posições, evidenciando maior facilidade
com a posição inicial, seguida da posição final e, por último da posição medial. Apenas a
faixa dos 5 anos evidenciou maior facilidade com a posição final, seguida pela inicial e,
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por último, pela medial. Os resultados de BEZERRA (1982) mostraram que, até os 5
anos, as respostas foram nulas para todas as posições; aos 6 anos houve maior
facilidade na posição medial, depois na final e, por último, na inicial; a partir dos 7 anos,
dá num continuum primeiro para a posição inicial da palavra, depois para a final e, por
último, para a medial. Os resultados deste trabalho mostraram essa seqüência para a
habilidade em detecção silábica a partir dos 6 anos de idade. Aos 5 anos, o fato de a
sílaba em posição final ser mais fácil poderia ser relacionado à utilização de pistas
fonéticas, como duração e intensidade dos fonemas componentes da sílaba, para auxiliar
MARTINS, 1995).
melhorou significativamente, mas ainda abaixo da média com palavras trissílabas, sendo
entanto, nas faixas de 7 e 8 anos de idade, houve êxito na tarefa de reversão silábica com
a tarefa mais fácil. A aquisição do código alfabético é outro fator relevante para a melhora
McLURE et al. (1996), à medida que as crianças avançam em idade e escolaridade, sua
memória, sendo possível que uma tarefa se torne mais dependente da memória quando
existem muitas unidades a serem manipuladas. Esses resultados estão de acordo com os
do estudo de ALEGRIA et al. (1982), no qual a maioria das crianças de 6 anos testadas
final (T8Final) e medial (T8Medial), o desempenho das crianças das faixas de 4 e 5 anos
foi nulo e o daquelas da faixa de 6 anos ficou abaixo da média, sendo significativo e
considerado com êxito apenas nas faixas de 7 e 8 anos de idade. Segundo MORAIS
(1991), embora o apagamento de fonemas seja muito difícil para pré-escolares, é possível
que eles façam uso de uma estratégia não-segmental que consiste na identificação do
primeiro núcleo vocálico da palavra como base para organizar a resposta. Essa estratégia
requer isolamento da rime, mas não necessita representação da consoante inicial (forma
de seis anos deste trabalho. Conforme LANDERL et al. (1996), na idade de cinco anos,
obtiveram êxito apenas com a detecção de fonema em posição inicial; aos 6 anos,
obtiveram êxito com a detecção em posição inicial e final e, aos 7 e 8 anos, em todas as
que crianças pré-escolares e de primeira e segunda séries realizam com maior sucesso a
detecção do fonema inicial do que o fonema final de uma palavra. TREIMAN (1992) apud
McLURE et al. (1996) reforça esses achados afirmando que as crianças pequenas
possuem maior facilidade para detectar o fonema inicial do que o fonema final de um
final e observou que, até os 5 anos de idade, o desempenho foi nulo, atingindo quase
50% de sucesso aos 6 anos e chegando a 100% de sucesso aos 8 anos, para ambas as
posições.
dá num continuum primeiro para a posição inicial da palavra, depois para a final e, por
último, para a medial. Os resultados deste trabalho mostraram essa seqüência para a
habilidade em detecção silábica (T6) a partir dos 6 anos de idade e também para a
desempenho aos 4 anos muito abaixo da média nesta tarefa. DUNCAN et al. (1997)
afirmam que essa habilidade pode ser vista como uma tarefa de consciência fonêmica
explícita, uma vez que requer o isolamento do segmento compartilhado por duas palavras
holística de consciência fonológica, como pode ocorrer com a detecção silábica. Assim, o
fonêmica. Neste trabalho, as crianças de 5 anos obtiveram êxito apenas com a detecção
de fonema em posição inicial e, apesar das crianças da faixa dos 4 anos não terem obtido
êxito nessa tarefa, seu desempenho não foi nulo, sugerindo que a realização dessa tarefa
Na tarefa de síntese fonêmica (T10) com três, quatro, cinco, seis e sete fonemas, o
desempenho das crianças da faixa de 4 anos de idade foi considerado nulo, evidenciando
inabilidade nessa tarefa e a possibilidade remota de sua emergência iniciar aos 5 anos
com palavras mais simples de poucos fonemas (média de acertos de 0,22 ). Aos 6 anos,
Apenas aos 7 e 8 anos de idade as crianças obtiveram êxito na tarefa, com exceção da
síntese fonêmica com sete fonemas (T10Sete fon.), provavelmente em função da maior
demanda atencional e de memória que esse subtipo exigiu. A significância estatística foi
predominante aos 7 e/ou 8 anos, sugerindo que, quanto mais velha é a criança e maior
1
Compare os resultados dessa tarefa (T9) com aqueles de T8, T10, T11 e T12, que necessitam de habilidade em consciência fonêmica , nas idades de
4 e 5 anos.
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anos não obtiveram qualquer pontuação. Aos 6 anos, as médias de acertos foram muito
desempenho foi considerado como exitoso e significativo apenas aos 7 anos, com
memória, e aos 8 anos em todos os subtipos da tarefa. Salienta-se que, de modo geral, a
significância estatística foi evidente aos 7 e 8 anos, sugerindo que, quanto mais velha é a
segmentação fonêmica.
que crianças pré-alfabetizadas e adultos analfabetos têm uma consciência limitada da fala
realizar essa tarefa com sucesso. SALLES (1999), ao avaliar o desempenho de crianças
consciência fonológica, concluiu que, para todas as crianças testadas, houve dificuldade
observou que 35,5% das crianças conseguiu realizar tarefas de síntese fonêmica e
dos 5 anos de idade e mostraram que 42,5% delas obteve sucesso na tarefa. BALL &
BLACHMAN (1991) pesquisaram 89 crianças, também na faixa etária dos 5 anos, quanto
Ocorreu uma discrepância dos resultados deste estudo e dos estudos de ZIFCAK
(1981), GOMES & CASTRO (1997) e SALLES (1999) em relação aos trabalhos de
GOLDSTEIN (1976), TUNMER et al. (1988) e BALL & BLACHMAN (1991) a respeito dos
resultados obtidos para as faixas pré-escolares de 4 e 5 anos. Essa diferença pode ser
devida ao desenho das testagens de cada estudo. No entanto, observou-se que, apesar
podendo sugerir que, aos 4 e 5 anos, o desempenho é incipiente em crianças que foram
instrução formal nessas habilidades, o que parece não ter ocorrido no presente trabalho.
Consoante GÖNCZ (1990), TREIMAN & ZUKOWSKI (1991), KLEIN et al. (1991),
NUNES et al. (1992), MORAIS (1991), VANDERVELDEN & SIEGEL (1995), GREANEY &
TUNMER (1996), McLURE et al. (1996), DUNCAN et al. (1997), STACKHOUSE (1997),
2
Faixas nas quais ocorreu significância estatística e êxito nas tarefas de síntese e segmentação fonêmica.
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PHONOLOGICAL AWARENESS’ ABILITIES
crianças a manipular fonemas. Provavelmente essa afirmação seja válida também para a
de palavras em fonemas é uma tarefa difícil para crianças jovens, não alfabetizadas, uma
vez que elas ouvem as palavras como uma unidade acústica inteira. BRADLEY &
habilidades. SALLES (1999) concorda com essa visão, sugerindo que esse tipo de tarefa
processadas.
são mais fáceis do que aquelas que envolvem segmentação fonêmica. No presente
estudo, as crianças da faixa de 7 anos de idade lograram êxito com quatro dos cinco
subtipos da tarefa de síntese fonêmica e com três dos cinco subtipos da tarefa de
fonêmica. Aos 8 anos, todos os subtipos das tarefas de síntese (com exceção de subtipo
com sete fonemas) e de segmentação fonêmica foram realizados com êxito, isto é, com
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PHONOLOGICAL AWARENESS’ ABILITIES
predomínio de sujeitos com escores acima de 5,003, sem diferenças entre as habilidades
nessas faixas de idade. No subtipo de reversão fonêmica com palavras de quatro e cinco
fonemas (T12Quatro e cinco fon.), ocorreu o mesmo padrão do subtipo anterior, mas não
subtipo da tarefa. Esses resultados divergem dos de ALEGRIA et al. (1982) que
ainda não serem alfabetizadas e, uma vez que a tarefa de reversão fonêmica deste
fonológicos das unidades, foi evidente o baixo nível de desempenho obtido pelas crianças
que não dominavam o código alfabético. Segundo MORAIS (1991), talvez a reversão
fonêmica seja uma das tarefas mais dependentes da consciência fonêmica, uma vez que
exige o isolamento e a manipulação de cada fonema da palavra para que sua ordem
3
Metade da pontuação máxima em cada subtipo de cada tarefa de consciência fonológica aplicada à amostra deste trabalho.
AVALIAÇÃO DE HABILIDADES EM CONSCIÊNCIA FONOLOGICA/ ASSESSMENT OF 34
PHONOLOGICAL AWARENESS’ ABILITIES
significativa entre os 4, 5 e/ou 6 e os 7 e/ou 8 anos de idade, formando dois grupos com
diferença marcada de desempenho entre si. Esse fato pode ser relacionado ao
amadurecimento cerebral das áreas de associação, cujos picos ocorrem em torno dos 6
Para STHAL & MURRAY (1994), certos níveis de consciência fonológica precedem
et al. (1996) afirmam que, à medida que as crianças ficam mais velhas e mais instruídas,
mais complexas, como o que ocorreu neste trabalho com o número de tarefas realizadas
por faixa etária e com o aumento do número de unidades a serem manipuladas pelos
sujeitos.
5 CONCLUSÕES
síntese e segmentação silábica com palavras dissílabas (T4 e T5Diss.), trissílabas (T4
duas (T1Duas pal.), três (T1Três pal.) e quatro palavras (T1Quatro pal.); realismo
frases de duas (T1Duas pal.); realismo nominal (T2); detecção de rimas em palavras
frases de duas (T1Duas pal.), três (T1Três pal.), quatro (T1Quatro pal.), cinco
(T1Cinco pal.), seis (T1Seis pal.) e sete palavras (T1Sete pal.); realismo nominal (T2);
fonêmica com palavras de três (T10Três fon.), quatro (T10Quatro fon.), cinco
(T10Cinco fon.) e seis fonemas (T10Seis fon.); segmentação fonêmica com palavras
de três (T11Três fon.), quatro (T11Quatro fon.) e cinco fonemas (T11Cinco fon.) e
duas (T1Duas pal.), três (T1Três pal.), quatro (T1Quatro pal.), cinco (T1Cinco pal.),
seis (T1Seis pal.) e sete palavras (T1Sete pal.); realismo nominal (T2); detecção de
posição inicial (T9Inicial), final (T9Final) e medial (T9Medial); síntese fonêmica com
três (T10Três fon.), quatro (T10Quatro fon.), cinco (T10Cinco fon.) e seis fonemas
(T10Seis fon.); segmentação fonêmica com palavras de três (T11Três fon.), quatro
(T11Quatro fon.), cinco (T11Cinco fon.), seis (T11Seis fon.) e sete fonemas (T11Sete
fon.) e reversão fonêmica com palavras de dois e três fonemas (T12Dois e três fon.).
AVALIAÇÃO DE HABILIDADES EM CONSCIÊNCIA FONOLOGICA/ ASSESSMENT OF 37
PHONOLOGICAL AWARENESS’ ABILITIES
quanto de escrita, conforme a faixa etária da(s) criança(s) e/ou adulto(s) sob a
MORAIS (1991); as tarefas com subtipos que envolveram maior número de elementos a
aplicada, sendo que esses desempenhos melhoraram com a idade; o desempenho das
crianças testadas foi, de forma geral, melhor nas tarefas de realismo nominal (T2) e de
síntese (T4) e segmentação silábica (T5) e foi pior na tarefa de reversão fonêmica (T12).
habilidades que refletem consciência fonológica podem ser avaliadas por vários tipos de
um número de itens de avaliação que evite acasos nas respostas dos sujeitos.
ABSTRACT
The goal of this study was to propose a test of skills assessment in phonological
awareness, to verify the statistics correlation between the degree of tasks complexity and
the chronological age of the people. The skills of children between 4 and 8 years old of
both sex, were researched in sentences and words segmentation; nominal realism; rhyne
segmentation. There was a meaningful statistic difference in most of the tasks between the
ages of 4, 5 and 6 and of 7 and 8 years old. On the sthength of results, we chose passive
tasks which were done successfully by each age level and helped the hope development
determination for future assessment, according to the age of of the child. We clinch that
the age increase and alphabetization seem to sway the phonological awareness skills and
that the Test of Phonological Awareness seems to be a workable instrument for the
assessment of all kinds of skills in phonological awareness, which has different degrees of
assessment.
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