Você está na página 1de 115

Introdução ao Antropoceno

José Fernandes Bezerra Neto


joseneto@icb.ufmg.br
Perspectiva Histórica
O Tempo Geológico
O Tempo Geológico

Várias linhas indiretas de evidência sugerem que a fotossíntese ocorreu nos oceanos a 3,8 bilhões de anos1
O Tempo Geológico

Primeira evidência de O2 na atmosfera - 2,45 bilhões de anos1


O Tempo Geológico
O Tempo Geológico

Primeira evidência de organismos eucariotos - 2 bilhões de anos1


O Tempo Geológico

Organismos multicelulares são encontrados em sedimentos oceânicos a cerca de 680 milhões de anos1
O Tempo Geológico

Éon Fanerozóico
O Tempo Geológico

Éon

Períodos

Eras
Paleozóico Mesozóico Cenozóico
O Tempo Geológico
O Tempo Geológico
O Tempo Geológico

Épocas
Pleistoceno (2,6 ma a 11.800 aa)

Períodos Glaciais e Interglaciais


https://www.youtube.com/watch?v=CJdT6QcSbQ0
Documentário - Secrets beneath the ice (2010)
Abruptas mudanças climáticas nos últimos
100.000 anos gravadas no gelo da Groenlândia

Holoceno
Pleistoceno

Fonte: GRIP ice core data (Greenland)


e S. Oppenheimer, ”Out of Eden”, 2004
Abruptas mudanças climáticas nos últimos
100.000 anos gravadas no gelo da Groenlândia

Holoceno

Pleistoceno

Grandes civilizações
Primeiras migrações dos Migrações dos Início da européias:
Homens modernos para fora humanos modernos para agricultura Gregos, Romanos
Da África a Ásia e Europa

Fonte: GRIP ice core data (Greenland)


e S. Oppenheimer, ”Out of Eden”, 2004
Downloaded from http://jgs.lyellcollection.org/ by guest on October 20, 2014

Temperatura média doHolocene


Holoceno
Review

Temp Max Holoceno

Fig. 5. Representa
temperature recon
Holocene tempera
Pequena Idade do Gelo Emissão GEE the world, referenc
mean (Northern H
tropics between 30
Hemisphere >30°S
2013). (b) Global
Período Quente medieval
last 2000 years, re
averages and refer
1200–1964 mean (
2013).

Wanner et al. 2014


Only future studies generating highly resolved datasets might be Atlantic Debret et al. (2007) stated that the
Fonte: museum.agropolis.fr/english/pages/expos/fresque/carte_agriculture.htm
Transformações da civilização

Caçadores - coletores

Sociedade Agrária
Holoceno - 10.000 anos de paraíso para a humanidade

Documentário Home - 2006

Documentário Home - 2006


De um pequeno mundo sobre um grande planeta…..
A partir do final do século 18: desenvolvimento
tecnológico acelerado, crescimento rápido da população
humana e aumento do consumo de recursos.
How are we impacting our planet - Adapting to climate change - DW Documentary - 2018
14000000

10500000

9 bilhões em
2050
7 bilhões em 2011
Milhões

7000000

4 bilhões em 1975

3500000
2 bilhões em 1920

1 bilhão em 1800

0
500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 1400 1500 1600 1700 1800 1900 2000 2100
Fonte: UN Population Division 2018 Ano
Para um grande mundo sobre um pequeno planeta….
Paul J. Crutzen Prêmio Nobel em Química em1995
Antropoceno

https://www.youtube.com/watch?v=fvgG-pxlobk
As origens do Antropoceno I:
A Era Industrial (1800-1950)

1. Revolução Industrial.
2. O uso generalizado de carvão (combustíveis
fósseis).
3. A expansão da sociedade econômica.
4. A população humana se expande a partir de
cerca de 1 bilhão para cerca de 2,5 bilhões.
O Antropoceno II:
A Grande Aceleração
(1950 - em diante)

”A primeira etapa do Antropoceno terminou


abruptamente em torno de 1950, quando uma
mudança mais rápida e difundida na relação
homem-meio ambiente se iniciou.”
Tendências sócio-econômicas (1750-2010)

Figure 1. Trends from 1750 to 2010 in globally aggregated indicators for socio-economic development.
Steffen, Will, et al. "The trajectory of the Anthropocene: the great
(1) Global population data according to the HYDE (History Database of the Global Environment, 2013)
acceleration."
database. Data The Anthropocene
before 1950 are modelled. Data are plotted as Review 2.1(2)(2015):
decadal points. Global real81-98.
GDP (Gross
Domestic Product) in year 2010 US dollars. Data are a combination of Maddison for the years 1750 to
Tendências do sistema Terra (1750-2010)

Steffen, Will, et al. "The trajectory of the Anthropocene: the great


Figure 3. Trends from 1750 to 2010 in indicators for the structure and functioning of the Earth System.
acceleration."
(1) Carbon dioxide The
from firn and ice coreAnthropocene
records (Law Dome,ReviewAntarctica)2.1
and (2015):
Cape Grim,81-98.
Australia
(deseasonalised flask and instrumental records); spline fit. (2) Nitrous oxide from firn and ice core records
Malhi, 2017
O Grupo de Trabalho do Antropoceno
iniciou suas atividades em 2009

https://www.fni.no/news/experts-respond-to-anthropocene-critics-article1345-330.html

REVIEW

EARTH HISTORY

The Anthropocene is functionally


and stratigraphically distinct from
the Holocene
Colin N. Waters,1* Jan Zalasiewicz,2 Colin Summerhayes,3 Anthony D. Barnosky,4
Clément Poirier,5 Agnieszka Gałuszka,6 Alejandro Cearreta,7 Matt Edgeworth,8
Erle C. Ellis,9 Michael Ellis,1 Catherine Jeandel,10 Reinhold Leinfelder,11
J. R. McNeill,12 Daniel deB. Richter,13 Will Steffen,14 James Syvitski,15 Davor Vidas,16
Michael Wagreich,17 Mark Williams,2 An Zhisheng,18 Jacques Grinevald,19
Eric Odada,20 Naomi Oreskes,21 Alexander P. Wolfe22

Human activity is leaving a pervasive and persistent signature on Earth. Vigorous debate
continues about whether this warrants recognition as a new geologic time unit known as
the Anthropocene. We review anthropogenic markers of functional changes in the Earth
Waters,
system through theColin N., et al. "Therecord.
stratigraphic Anthropocene is functionally and
The appearance of stratigraphically
manufactured materials in
distinct from the Holocene." Science 351.6269 (2016): aad2622.
sediments, including aluminum, plastics, and concrete, coincides with global spikes in
Uma Biosfera moldada pela humanidade
Earth From Space
Documentário Home- -2019
2006

Em
Atualmente,
2050, espera-se
cerca deque54%
cerca
da de
população
6,7 bilhões
mundial
de pessoas
vive em- cerca
áreasdeurbanas
66% da
população
que coletivamente
mundial geram
total estimada
mais de 80%
de 9,7do bilhões,
produto interno
estejambruto
morando
(PIB) nas
do
cidades
planeta (Nações
(ONU-Habitat
Unidas2016a).
2018).
Documentário Home - 2006

A agricultura é a atividade humana que mais se expande no mundo,


respondendo por utilizar 38% da área terrestre global (FAO 2017).
Documentário Home - 2006

A agricultura é a atividade humana que mais se expande no mundo,


respondendo por utilizar 38% da área terrestre global (FAO 2017).
16 milhões Km2 de culturas (América do Sul)

http://www.news.wisc.edu/11907
34 milhões Km2 de pastos (África)

http://www.news.wisc.edu/11907
Documentário Home - 2006

o sector pecuário é responsável por cerca de metade das emissões de gases


A 100 anos o rebanho de gado era de 400 milhões de cabeças!
com efeito de estufa da agricultura (FAO 2017) e quase 80% do uso das terras
Atualmente
agrícolas é dede
- um terço 1,5 bilhão!
todas as terras agrícolas é utilizado para produzir
alimento para os criatórios de animais (FAO 2019).
Consumimos mais 70
bilhões de animais por ano!
Bois – 300 milhões
Porcos – 1,5 bilhão
Ovelhas – 590 milhões
Cavalos – 5 milhões
Camelos – 2 milhões
Patos e perus – 3,5 bilhões
Frangos – 70 bilhões

https://www.fao.org/faostat/en/#data/QCL
67%
30%

3%

BAR-ON, Yinon M.; PHILLIPS, Rob; MILO, Ron. The biomass distribution on Earth.
Proceedings of the National Academy of Sciences, v. 115, n. 25, p. 6506-6511, 2018.
Earth From Space - 2019

Devido ao setor pecuário, a produção de alimentos é a principal causa da


destruição do habitat (Machovina et al., 2015). Assim, a produção de alimentos
é o principal impulsionador da perda de biodiversidade (Kok et al. 2014).
Alma – The Film (http://www.almathefilm.com/)

Devido ao setor pecuário, a produção de alimentos é a principal causa da


destruição do habitat (Machovina et al., 2015). Assim, a produção de alimentos
é o principal impulsionador da perda de biodiversidade (Kok et al. 2014).
l ...
ív e
o n
i s p
d r a
o ce ult
u
a d ri c
g u a g
á la
da a p e
% u
50 á g
mos l d e
m i b a
su g lo
o n o
C u s
d o
0 %
-9
70
Watermark (2013)
Mar de Aral - Ásia

1973 68 000 km²


Mar de Aral - Ásia

2010
https://www.youtube.com/watch?v=2nFZaSbkf0U

80% de todo esgoto produzido globalmente é lançado no meio ambiente


sem qualquer tratamento - contaminados com matéria fecal humana,
bem como todos os fármacos e químicos que ameaçam a saúde humana
e os ecossistemas (WWAP 2017).
Eutrofização

Rompendo Barreiras: Nosso Planeta, 2021 - Netflix


Documentário Home - 2006

Nosso modelo de processo atual é "extrair-usar-descartar" através de uma


Para atender às demandas globais, a indústria de mineração produziu cerca
economia linear ao invés de focarmos na economia circular com a sociedade
de 90 bilhões de toneladas de resíduos em 2014 (Mudd e Jowitt 2016).
focada em todo o ciclo de vida do uso e gestão de recursos.
How are we impacting our planet - Adapting to climate change - DW - 2018

A Comissão Lancet sobre poluição e saúde (Landrigan et al. 2017) estimou


que as doenças causadas pela poluição ambiental resultaram em 9 milhões
de mortes prematuras em 2015.
https://www.youtube.com/watch?v=2nFZaSbkf0U

Estima-se que a poluição do ar em ambientes externos e internos, juntos


causaram de 6 a 7 milhões de mortes em 2015 (Cohen et al. 2017).
https://www.youtube.com/watch?v=2nFZaSbkf0U

Pessoas idosas, crianças e doentes são mais suscetíveis à poluição do


ar. Há estimativas que mostram uma redução na expectativa de vida de
até 2,5 anos para crianças expostas a altos níveis de poluição do ar.
ESTAMOS PRESENCIANDO:
(i) O desaparecimento das populações, que essencialmente sempre
precede a extinção das espécies;
(ii) A rápida diminuição do número de indivíduos em algumas das
populações restantes.

Ceballos, Gerardo, Paul R. Ehrlich, and Rodolfo Dirzo. "Biological annihilation via the
ongoing sixth mass extinction signaled by vertebrate population losses and declines."
Proceedings of the National Academy of Sciences 114.30 (2017): E6089-E6096.
http://www.hhmi.org/biointeractive/dodging-extinction
Climate changes

Extinction Vortex
bitats have revealed a serial at least with respect to species composition, than pare only contemporary rates of extinction on land
s, birds, reptiles, and inver- terrestrial fauna. The delayed
◥ onset of intensive and in the sea, a cautionary lesson emerges. Ma- global extinctions of marine animal speci
eviously played important global marine R Edefaunation
V I E W is most visible in a rine extinction rates today look similar to the the past 514 years (i.e., limit of IUCN tem
(1). Here, we review the comparative chronology of faunal extinctions in moderate levels of terrestrial extinction observed coverage) and none in the past five decades
that have been made in which humans are likely to have directly or in- before the industrial revolution (fig. S1). Rates of By contrast, the IUCN recognizes 514 extinc
MARINE CONSERVATION of terrestrial animals during the same p
storical and contemporary directly played a role (8) (Fig. 1). extinction on land increased dramatically after this
(Fig. 1). While approximately six times mor
efaunation in marine envi- period, and we may now be sitting at the precipice
ght patterns of similarity
en marine and terrestrial
Marine defaunation: Animal loss in
Comparing rates of animal extinction
Despite the recent acceleration of marine defau-
of a similar extinction transition in the oceans.
imal species have been cataloged on land th
the oceans (10), this imbalance does not ex
the 36-fold difference between terrestria
to identify better ways to
and anticipate the effects of
the global ocean
nation, rates of outright marine extinction have
been relatively low. The International Union for
Three other kinds of extinction
The small number of species known to be perma-
marine animal extinctions.
It is important to note that the status of o
our Anthropocene oceans. Conservation of Nature (IUCN) records only 15 small fraction of described marine anima
Douglas J. McCauley,1* Malin L. Pinsky,2 nently
Stephenlost
R.from the world’s
Palumbi,3
Jamesoceans inadequately
A. Estes,4
cies have been evaluated by the IUCN, and m
defaunation Francis H. Joyce,1 Robert R. Warner1 assessed species were determined to be data
n in the oceans cient (11) (Fig. 2). This lack of information n
Marine defaunation, or human-caused animal loss in the oceans, emerged forcefully only sitates that officially reported numbers of ex
egan 10,000 to 100,000 years hundreds of years ago, whereas terrestrial defaunation has been occurring far longer. and endangered marine fauna be consider
expanding their range and Though humans have caused few global marine extinctions, we have profoundly affected minimum estimates (11). There remain, how
ontact with novel faunal marine wildlife, altering the functioning and provisioning of services in every ocean. a number of data-independent explanation
Current ocean trends, coupled with terrestrial defaunation lessons, suggest that marine the lower extinction rates of marine fauna
contrast, the physical prop-
defaunation rates will rapidly intensify as human use of the oceans industrializes. Though rine species, for instance, tend to be more
environment limited our protected areas are a powerful tool to harness ocean productivity, especially when designed spread, exhibit less endemism, and have h
ccess and eliminate marine with future climate in mind, additional management strategies will be required. Overall, dispersal (12, 13).
difficulty notwithstanding, habitat degradation is likely to intensify as a major driver of marine wildlife loss. Proactive Complacency about the magnitude of con
ting marine animals at least intervention can avert a marine defaunation disaster of the magnitude observed on land. porary marine extinctions is, however, ill-ad
evelopment that some have If we disregard the >50,000-year head sta

S
ning feature in becoming everal decades of research on defaunation assemblages remain today more Pleistocene-like, intense terrestrial defaunation (Fig. 1) and
” (5). Even this early harvest in terrestrial habitats have revealed a serial at least with respect to species composition, than pare only contemporary rates of extinction on
fauna (6). However, global loss of mammals, birds, reptiles, and inver- terrestrial fauna. The delayed onset of intensive and in the sea, a cautionary lesson emerges
tebrates that previously played important global marine defaunation is most visible in a rine extinction rates today look similar t
unation only intensified in
ecological roles (1). Here, we review the comparative chronology of faunal extinctions in moderate levels of terrestrial extinction obs
h the advent of industrial major advancements that have been made in which humans are likely to have directly or in- before the industrial revolution (fig. S1). Ra
expansion of coastal popu- understanding the historical and contemporary directly played a role (8) (Fig. 1). extinction on land increased dramatically afte
extant global marine faunal processes of similar defaunation in marine envi- period, and we may now be sitting at the pre
ronments. We highlight patterns of similarity Comparing rates of animal extinction of a similar extinction transition in the oce
and difference between marine and terrestrial Despite the recent acceleration of marine defau-
olution, and Marine Biology, defaunation profiles to identify betterFig. ways Three other kinds of extinction
1. to nation, rates
Comparative of outright of
chronology marine extinction have
human-associated
ta Barbara, CA 93106, USA. understand, manage, and anticipate the effects of been relatively low. The International Union for
olution, and Natural Resources, terrestrial and marine animal extinctions. Green bars The small number of species known to be pe
future defaunation in our Anthropocene oceans. Conservation of Nature (IUCN) records only 15 nently lost from the world’s oceans inadequ
stal Sciences, Rutgers University, indicate animal extinctions that occurred on land, and blue
USA. 3Department of Biology, Patterns of marine defaunation bars indicate marine animal extinctions. Timeline mea-
s Marine Station, Pacific Grove,
sures McCauley,
before Douglas
yearsDelayed 2014 CE. J.,
defaunation inetthe
Only al.oceans
"Marineoccurring
extinctions defaunation: Animal
less than lossyears
55,000 in theagoglobal ocean."
are depicted.
nt of Ecology and Evolutionary
rnia, Santa Cruz, CA 95060, USA. DefaunationDefaunation
has ancient onorigins on Science
land began land but
10,000 347.6219
tohas years (2015):
intensified
100,000 1255641.
only within the last several hundred years in the
: douglas.mccauley@lifesci.ucsb.edu oceans. Seeago as humans
details in (8).were expanding their range and
coming into first contact with novel faunal
assemblages (2–4). By contrast, the physical prop-
.org erties of the marine environment limited 16 ourJANUARY 2015 • VOL 347 ISSUE 6219 1255641-1
capacity early on to access and eliminate marine
Mudanças na biodiversidade variam em diferentes partes do mundo As tendências do IPV aqui apresentadas seguem
as classificações regionais do IPBES, com todas
grupo de espécies são ponderadas de acordo com
quantas espécies são encontradas em cada região
as populações terrestres e de água doce dentro do IPBES. Mais detalhes sobre essas tendências

Índice Planeta Vivo: um indicador de alerta precoce Por que as tendências


O RPV global não nos dá o quadro completo – há diferenças nas tendências de de um país atribuído a uma região do IPBES. As regionais e os outros recortes do Índice Planeta
abundância entre as regiões, com os maiores declínios nas áreas tropicais. Américas são subdivididas em América do Norte, Vivo podem ser encontrados no Relatório Planeta
América Latina e Caribe (Mesoamérica, Caribe Vivo 2022: Mergulho profundo no Índice
A Plataforma Intergovernamental de Política destina-se a apoiar o acompanhamento dos e América do Sul). As tendências para cada Planeta Vivo. O Índice Planeta Vivo rast
Científica sobre Biodiversidade e Serviços Agora temos uma imagem, melhor do que nunca, de como as
progressos realizados na consecução dos objetivos mamíferos, pássaros, peix
Ecossistêmicos (IPBES) divide o mundo em populações de espécies estão se saindo em todo o mundo. O Índice
estabelecidos no âmbito da Convenção sobre
Em 2022, o Índice incluiu
diferentes regiões geográficas39,45. Essa divisão a Diversidade Biológica.
Europa e Ásia11.000
Central a mais que em 202
2

Planeta Vivo global de 2022 mostra uma redução média de 69% nas

Valores do índice (1970 = 1)


populações de vida selvagem monitoradas entre 1970 e 2018. populações entre duas edi
Valentina Marconi, Louise McRae 1

e Robin Freeman (Sociedade Essas -populações,


18% ou tend
Zoológica de Londres) importantes porque forne
Valentina Marconi, O Índice Planeta Vivo rastreia mudanças na abundância relativa de
0 mudanças em um ecossist
Louise McRae, Sophie Ledger, populações de espécies selvagens ao longo do tempo 42-44. O Índice 1970 1980 1990 2000 2010 2018
abundância são indicador
2
Kate Scott-Gatty,
América doHannah
Norte Puleston, global é construído calculando uma tendência média para dezenas de
ecossistema. Ao mesmo te
Charlotte Benham e Robin Freeman milhares de populações de vertebrados terrestres, marinhos e de água
Valores do índice (1970 = 1)

sensíveis – portanto, se as
(Sociedade Zoológica de Londres) doce de todo o mundo. Apesar de 30 anos de intervenções políticas
1 forem bem-sucedidas, as t
- 20% para impedir a perda de biodiversidade, continuamos a observar
mostrarão rapidamente.
declínios semelhantes aos mostrados em relatórios anteriores.
0
O IPV global de 2022 mostra um declínio médio de 69% nas
Fontes de dados em i
1970 1980 1990 2000 2010 2018

populações monitoradas entre 1970 e 2018 (intervalo: -63% a


-75%). O Índice contém tendências crescentes e decrescentes. 2
Ásia e Pacífico
Em todo o mundo, muitas

Valores do índice (1970 = 1)


Para garantir a exatidão das estatísticas, o Índice foi amplamente científica46. No entanto, ba
testado pelo seu recálculo, excluindo certas espécies ou populações. 1
como o IPV, armazenam m
Isso confirma que o Índice não é guiado por declínios ou aumentos não é amplamente - 55%
falado4
América Latina e Caribe em espécies ou populações. O IPV está mudando
extremos
2
mais biodiversas. Isso é em
0
continuamente: 838 novas espécies e 11.011 novas populações foram
Valores do índice (1970 = 1)

1970 1980 1990 das2000fontes2010 de2018


dados da lín
adicionadas ao conjunto de dados desde o Relatório Planeta Vivo trabalho da equipe da IPV
Áfricanúmero
1 2
2020. Os novos dados levaram a um aumento substancial no

Valores do índice (1970 = 1)


de espécies de peixes incluídas (29%, +481 espécies) e melhoraram a Para o Relatório Planeta V
Figura 4: Índice Planeta Vivo
para cada região do IPBES 0 cobertura - 94% de áreas anteriormente
1 sub-representadas, como o Brasil
Brasil e da Universidade de
(1970 a 2018)
A linha branca mostra os valores
1970 1980 1990 2000 2010 2018
(mais detalhes podem ser encontrados em uma seção posterior que e relatórios de impacto am
do índice, e as áreas sombreadas Figura 3: Índice Planeta Vivo
explora fontes de dados em idiomas diferentes do inglês). - 66% seus esforços, agora temos
representam a certeza estatística global (1970 a 2018)
em torno da tendência (95%). 0 brasileiras (575 das quais s
Fonte: WWF/ZSL (2022) 184.
A alteração média na abundância 1970 1980 1990 2000 2010 2018

relativa de 31.821 populações, para o IPV. O número de a


2
representando 5.230 espécies outras línguas vem aumen
monitoradas em todo o mundo, foi
RELATÓRIO PLANETA VIVO 2022 34
semelhante ao dos artigos
35
um declínio de 69%. A linha branca
expandir nossa rede de col
res do Índice (1970 = 1)

mostra os valores do índice, e as


áreas sombreadasWWF. (2022). Relatório Planeta Vivo 2022 – Construindo uma
representam outros idiomas no Banco d
a certeza estatística em torno
sociedade positiva para a natureza. Almond, R.E.A., Grooten, M., só cria um conjunto de dad
da tendência (95% de certeza
Juffe
estatística, intervalo de -63% Bignoli,
a D.1 & Petersen, T. (Eds). WWF, Gland, Suíça. mas também garante que i
-75%). Fonte: WWF/ZSL (2022) 184. monitoramento de todo o m

Legendas
IPBES 2021

Declínio
perigoso
"sem
precedentes"
Taxas de
Extinção de
Espécies
“Acelerando"

PHOTOGRAPH BY JOEL SARTORE, NATIONAL GEOGRAPHIC PHOTO ARK


IPBES 2021
Um milhão de espécies em risco de extinção

PHOTOGRAPH BY JOEL SARTORE, NATIONAL GEOGRAPHIC PHOTO ARK


Os Tubarões são vulneráveis...
Pesca para remoção das barbatanas (finning)

Imagens de: Andrew P. Nosal, PhD – Scripps Institution of Oceanography, USA


Nossa visão sobre os Tubarões
Os Tubarões são vulneráveis...
Pesca para remoção das barbatanas (finning)

Imagens de: Andrew P. Nosal, PhD – Scripps Institution of Oceanography, USA


Os Tubarões são vulneráveis...
Pesca para remoção das barbatanas (finning)

Imagens de: Andrew P. Nosal, PhD – Scripps Institution of Oceanography, USA


Os Tubarões são vulneráveis...
Pesca para remoção das barbatanas (finning)
Os Tubarões são vulneráveis...
Pesca para remoção das barbatanas (finning)

Imagens de: Andrew P. Nosal, PhD – Scripps Institution of Oceanography, USA


Os Tubarões são vulneráveis...
Pesca para remoção das barbatanas (finning)

Imagens de: Andrew P. Nosal, PhD – Scripps Institution of Oceanography, USA


Os Tubarões são vulneráveis...
Pesca para remoção das barbatanas (finning)

Imagens de: Andrew P. Nosal, PhD – Scripps Institution of Oceanography, USA


100 MILHÕES
DE TUBARÕES SÃO MORTOS A CADA ANO
A abundância global de 18 de 31 raias e tubarões oceânicos diminuiu
71% nos últimos 50 anos65. Esse colapso na abundância reflete um
O Desaparecimento de Raias e Tubarões
O desaparecimento de raias e tubarões oceânicos
aumento no risco de extinção para a maioria das espécies. Em 1980,
nove dos 31 tubarões e raias oceânicos foram ameaçados. Em 2020,
três quartos (77%, equivalente a 24 espécies) presentavam risco
A abundância global de raias
elevado e tubarões
de extinção oceânicos
com risco elevadodiminuiu
de extinção.71%
Por nos
exemplo, o
últimos 50 anos, devido principalmente
tubarão-galha-branca a um 95%
diminuiu aumento de 18 em
globalmente vezes
três gerações
na pressão de pescae, desde 1970.
consequentemente, passou de “Vulnerável” para “Criticamente
Ameaçado” na Lista Vermelha da UICN66.

Nathan Pacoureau Tubarões2 e raias são importantes para a saúde de nossos oceanos,
Legenda e Nicholas K Dulvy mas tornaram-se cada vez mais valorizados por sua carne, pelas
(Universidade de Simon Fraser) partes usadas devido a suas supostas propriedades medicinais (por
Valores do índice (1970 = 1)
LPI de tubarões oceânicos
Pequeno < 250 cm
exemplo, as brânquias da raia-manta e da raia-diabo) ou para uso
em pratos como sopa de barbatana de tubarão 63,64.
Intervalo de credibilidade

A abundância
1 global de 18 de 31 raias e tubarões oceânicos diminuiu
LPI de tubarões oceânicos
Médio 250 - 500 cm 71% nos últimos 50 anos65. Esse colapso na abundância reflete um
Intervalo de credibilidade aumento no risco de extinção para a maioria das espécies. Em 1980, - 31%
nove dos 31 tubarões e raias oceânicos foram ameaçados. Em 2020,
LPI de tubarões oceânicos três quartos (77%, equivalente a 24 espécies) presentavam risco
Grande > 500 cm elevado de extinção com risco elevado de extinção. Por exemplo, o - 75%
Intervalo aceitável tubarão-galha-branca diminuiu 95% globalmente em três gerações
- 81%
0
e, consequentemente, passou de “Vulnerável” para “Criticamente
1970 1980 1990 2000 2010 2018
Ameaçado” na Lista Vermelha da UICN66.
Figura 9a: Índice Planeta Vivo de 1970 a 2018 separado por tamanho
Pacoureau, N., Rigby, C.L., Kyne, P.M. et al. Half a century of global
2 corporal (comprimento total máximo dividido em três categorias: pequeno, ≤250
decline in oceanic
cm; médio, and
sharks Nature
rays. cm;
250–500 589,>500
grande, 567–571
cm). (2021).
A sobrepesca de tubarões e raias seguiu
Legenda
um padrão clássico de esgotamento em série. As espécies maiores foram capturadas
ecimento de raias e tubarões oceânicos
global de raias e tubarões oceânicos diminuiu 71% nos
os, devido principalmente a um aumento de 18 vezes
pesca desde 1970.
Oceans Traits g Dusky shark 1
a 1.5 d 1.5
Atlantic Ocean Habitat Oceanic whitetip shark
Living Planet Index

Living Planet Index


Tubarões e raias são importantes para a saúde de nossos oceanos,
mas tornaram-se cada vez mais valorizados por sua carne, pelas
Silky shark
partes usadas devido a1.0
suas supostas propriedades medicinais (por 46% 1.0
exemplo, as brânquias da raia-manta e da raia-diabo) ou para uso Blue shark 1
em pratos como sopa de barbatana de tubarão 63,64.
0.5 0.5 Great hammerhead 1
A abundância global de 18 de 31 raias e tubarões oceânicos diminuiu
71% nos últimos 50 anos65. Esse colapso na abundância reflete um Temperate
ate Scalloped hammerhead 1
aumento no risco de extinção para a maioria das espécies. Em 1980, Tropical
0 b
nove dos 31 tubarões e raias oceânicos foram ameaçados. Em 2020,
e 0 Smooth hammerhead
1
Indianrisco
Ocean Small Maximum
três quartos (77%, equivalente a 24 espécies) presentavam Medium Bigeye thresher 1
Living Planet Index

Living Planet Index


elevado de extinção com risco elevado de extinção. Por exemplo, o Large body size
1
tubarão-galha-branca 1.0
diminuiu 95% globalmente em três gerações 1.0 Common thresher
C
e, consequentemente, passou de “Vulnerável” para “Criticamente
Pelag
Pelagic thresher 1
Ameaçado” na Lista Vermelha da UICN66.

2
0.5 85% 0.5 White shark 1
Longfin mako

c 0 f 0 Shortfin
S ho mako 1
Valores do índice (1970 = 1)

Pacific Ocean Generation time


Porbeagle 1
Living Planet Index

Living Planet Index

1 1.0 1.0 Pelagic


P l stingray
- 31% Giant manta ray
0.5
67% 0.5 Reef manta ray
- 75% <15 years
- 81% 15–30 years Shortfin devilray
0 >30 years
1970 1980 0 1990 2000 2010 2018 0
1970
Figura 9a: Índice Planeta Vivo 1980
de 1970 a 20181990 2000
separado 2010 2020
por tamanho 1970 1980 1990 2000 2010 2020 1970
Year pequeno, ≤250
corporal (comprimento total máximo dividido em três categorias: Year
cm; médio, 250–500 cm; grande, >500 cm). A sobrepesca de tubarões e raias seguiu
um padrão clássico de esgotamento em série. As espécies maiores foram capturadas
Fig. 2 | LPIN.,
forRigby,
18 oceanic sharks
primeiro. Por isso, a princípio diminuíram mais rapidamente do que as espécies
Pacoureau, C.L., Kyne,
menores, pois geralmente são mais valiosas por terem um maior volume de carne e
from
P.M. 1970 to 2018 disaggregated for each of
et al. generation time; g, species (the time-se
theaoceans
Half centuryand traits.decline
of global a, Atlantic
barbatanas. Mas, criticamente, essas espécies maiores vivem mais e amadurecem Ocean; b, Indian Ocean; c, Pacific Ocean; d,
in oceanic
tardiamente, logo têm menos capacidade de substituir as perdas devido à desenfreada
Extended Data Figs. 4–8). Lines denote
sharks
geographical zone; e,589,
and rays. Nature body 567–571 (2021). total length divided into three
size (maximum
pressão de pesca. Tubarões e raias menores têm histórias de vida mais curtas e podem
suportar maior mortalidade por pesca do que tubarões maiores. Fonte: Pacoureau et
credible intervals.
al. (2021) 65.
categories: small, ≤250 cm; medium, 250–500 cm; large, >500 cm); f, © naturepl.com / Jeff Rotman / WWF
Tubarões-martelo-recortado (Sphyrna lewini),
37 bilhões de toneladas de CO2 despejados
em nossa atmosfera por ano

Source: Friedlingstein et al 2022; Global Carbon Project 2022


Os oito anos mais quentes registrados até hoje são
exatamente os últimos oito anos a partir de 2015 (WMO,
2021)

2015 2016 2017 2018

2019 2020 2021 2022


Em 50 anos, nós derrubamos 10.000 anos do
Holoceno e fomos ao Antropoceno
Entrar no Antropoceno

Significa deixar o Holoceno


Nosso Jardim do Eden

naturepl.com/Doug Wechseler/WWF
"A única época que sabemos que pode
suportar a humanidade como nós a conhecemos"
Prof. Johan Rockström
Stockholm Resilience Centre
Stockholm Environment Institute
naturepl.com/Doug Allan/ WWF
O que faremos nos próximos 50 anos
determinará o nosso futuro nos próximos 10.000 anos

Você também pode gostar