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Mudqnçqs

climóticqs
e the Alm

col studies

'rduol urb
29,1-22. OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
D. i197
,.
Poper N Depois de ler este copítulo, você:
'onmefliÍ
r entenderó o diÍerenço entre voriobilidode climóiico e mudonço climótico e conheceró os ospectos
corocterísticos que podem constiiuir umo mudonço no climo;
r conheceró os diferentes escolos temporois pelos quois se esÍudom os condiçóes climóticos possodos
e os fonies de evidênciqs que podem ser usodos;
r reconheceró os principois Íolores forçontes do climo e os meconismos de reÍroqlimenioçõo (feed_
bock) e os escolos iemporois em que oluon;
r entenderó os coniribuiçóes ontropogênicos poro os mudonços climóiicos; e
r compreenderó os possíveis impoctos dos mudonços climóticos sobre os sistemqs ombientois.

À coNstDERnçórs GERAIs 150 anos e, ern geral, são formatados co1lt Lit11

Neste capítulo final, analisaremos a variabilida-


tempo de resolução mensal, sazonal ou anual.
'Iodavia, indicadores indiretos (proxy) de anéis
de e as mudanças climáticas, os fatores forçantes
do clima, feedbacks e estados projetados para o de crescimento de árvores, polen em sedimen-
futuro do sistema climático. Em muitas partes tos de pântanos e lagos, registros de parâmetros
do mundo, o clima variou suficientemente nos físicos e quÍmicos em testemlrnhos de gelo, e
últimos milhares de anos para afetar os padrões foraminíferos oceânicos em sedimentos pro-
de agricultura e assentamentos humanos. Como porcionam uma rica fonte de dados paleocli
ficarâ claro, existem evidências inequívocas de máticos. Os anéis de crescimento das árvores e
que as atividades humanas já começaram a in- os testemunhos de gelo podem conter registrL,:
fluenciar o clima. sazonais ou anuais. Os sedimentos oceânic.,. .
A compreensão de que o clima está longe a turfa de pântanos podem fornecer reqt:::
de ser constante somente ocorreu durante a com resoluçâo temporal de 100 a 1000 .rl, .
decada de 1840, quando foram obtidas evidên- Em um estudo sobre a r.ariabilic:,-.
cias indisputáveis de Ciclos Glaciais passados. mudanças climáticas, devemos :r:(-: -

Os estudos sobre o clima do passado começa- ção nos possíveis artetàtos clo: :-....'-
ram com alguns indivíduos na década de 1920 registros instrurnerrtirir. c.rc r
e ganharam/orçaníá." 1950 (ver Quadro 13.1).
ças na instrurrentaaar(t i,: r-'
Os registros instrumentais para a maior par- metro\). pritii.r' ,'h..' . .

te do mundo cobrem apenas os últimos I00 a daq erl.icocr. (r1 ,. (' ''
!

:-: - :-. : --^:::C -o

§rxç06
ML
'13.1 PioneÊx'CIs dm pesqusism s*hre n'eud*mçcs al§mrát§ses in1

No Íinol do século XlX, oceilovo-se que os condiçóes climóiicos fossem descritos por médios de longo
prozo (às vezes chomodos normois). Quonio mois longo o registro, melhor seriq o oproximoçôo do
medio de longo prozo. O intervolo podrõo poro colculor médios climóticos o poriir de registros instru-
,l971-2000,
meniois odotodo pelo Orgonizoçõo Meteorológico Mundiol e de 30 onos: por exemplo.
Os geólogos e olguns meleorologisios sobiqm que os climos do possodo hoviom sido muito diferentes
do presenÍe e procurovom explicoçóes poro os períodos Glociois em vorioçóes osironômicos e solores.
Duos obros clóssicos de C. E. P. Brooks - The Evolulion of Climote {1922) e ClimoÍes of the Post (1926) lnteraÇ
gelo-atmc
- troziom um quodro notovelmenle obrongente dos vorioçóes oo longo do tempo geológico e estobe-
lecerom os folores Íorçontes possíveis, inlernos e externos oo sislemo climático do Terro. Todovio, foi
somente nos décodos de 1950 e 19ó0 que oumentou q consciêncio dos substonciois íluluoçôes climó-
d
ticos em escolos decenois e seculores. Os registros climóÍicos históricos e dodos climóiicos obiidos com
fonies indiretos (proxy) começorom o ser reunidos. Entre os pioneiros do climoiologio histórico eslóo
Gordon Monley e Hubert Lomb no lngloterro, Hermon Flohn no Alemonho, Emmonuel LeRoy Lodurie
no Fronço e J. Murroy Miichell e Reid Bryson nos Esiodos Unidos.
No décodo de 1970, o olençóo voliou-se iniciolmenle poro o possibilidode de um novo período
Glociol e poro preocupoçóes com o efeiio dos concentroçóes crescentes de dióxido de corbono nq Acopla
otmosÍero. A possibilidode do resfriomenlo globol odvém de duos fontes principois; o primeiro estó ocêanr
nos evidêncios poleoclimotológicos de que os condições interglociois onleriores durorom openos pôi
-l0.000 Uc
voho de onos e de que o período holocênico pós-glociol ió tinho esso duroçõo. Umo conÍerên- I\,4

n
cio intitulodo "The Preseni lnterglociol - how ond when itwill end?" Íoi reolizodo no Brown Universily,
em Providence, Rhode lslond, em 1972 (G. Kuklo, R. Moithews e J. M. Mitchell). A segundo fonle foi o
preocupoçôo com o popel dos oerossóis no reduçôo do rodioçóo solor incidente. Além do preocupo-
çóo com o resfriomento poienciol, no começo do décodo de 1970 houve um oumenlo no extensoo do
Figuro
'1974).
coberturo de neve no Hemisfério Norte (Kuklo e Kuklo, Quose insionloneomenie,,[orérrr, co- Fonie: lP(
meçovom os primeiros conferêncios sobre o dióxido de corbono e o oquecimento coJsodofpelo eÍeito
estufol A ocorrêncio de mudonços climóticos obruptos duronte o Íinol do Pleisioceno e o Holoceno co-
-l980. de, qut
meçou o ser ideniificodo nos décodos de 1970 e Mois notóvel é o severo resfriomento de 1.000
-l2.000 geralm
onos, conhecido como younger dryos, que ocorreu porvolto de onos otrós.
O inieresse em climos possodos foi motivodo pelo conceito de que "o possodo é o chove do Íutu- climáti
ro". A portir doí, houve es{orços poro documenior e entender os condições ocorridos duronte períodos internt
hislóricos e o possodo geológico remoio, quondo o climo globol voriou em umo Íoixo de extremos ou mu
muito mois omplos. Como observoçóo finol, cólculos recenles de forçontes orbità-is indicom que o
compo
otuol inlerglociol duroró por outros 30.000 onos.
o
ção pa
L3.2. L
ou mesmo erros em dados transcritos. Formas (IPCC), refere-se a flutuações no estado médio de fonl
indiretas de registro podem ter erros nas datas e outras estâtísticas (como o desvio-padrão, pode a
ou na interpretação. Mesmo quando os sinais os extremos ou a forma da distribuição de mento
do clirna são reais, pode ser difícil atribuí-los a frequência, ver Nota l) de elementos climáti- rápida
càLrsas únicas, devido à complexidade do siste- cos em todas as escalas espaciais e temporais, tendên
nra climático, que justamente se caracteriza por além das de eventos climáticos individuais.,{ do mé
lnr.r r-niríade de interações entre seus diversos variabilidade pode ser associada a processos sem al
- ,::|.(rnL'ntes, em uma variedade de escalas es- internos naturais do sistema climático, ou a do regi
--,::.;-. e tenporais (Figura 13.1). variações nas forçantes climáticas naturais ou tazoa\
,.1 ,-,,. c a clistinção entre variabilidade e antropogênicas. As mudanças climáticas, por semip(
,.:.,,. : .nrrticas? A r.ariabilidade climá- outro lado, sáo consideradas pelo IPCC como outra l
- '. rrr'.: -:.leiinicào do Painel Inter- uma variaçáo estatisticamente significativa no apenaÍ
. r-:: :. - ,b:'e \ludirncas Clirnáticas estado médio do clima ou em sua variabilida- Uma v
CAPÍTULO l3 Mudonços climóticos 429

Mudanças na almosÍera: Mudanças no


composição, circulaçáo ciclo hidrológico

Mudanças no
inÍluxo solar

Nuvens
AtmosÍera

Alividadê vulcânica
Aerossóis N,,O,,
Ar, HrO, CO,,
I

cH3' N'Or, etc.


d§" lntêraçáo
biosÍera-atmosfera
lntêração Precipitaçáo
gelo-atmosfera Evaporação
Cisalha- Hadiaçáo
Troca mento terrestre lnÍluênciashumanas de
de calor eólico Geleira

JT CStr
Biosfêra

de terÍa

Acoplamento HidrosÍera:
mantos de
oceanô-gelo rios e lagos
"
Mudanças no oceano: circulação, MudanÇas na superfície de terra:
nível do mar, biogeoquímica uso da terra, vegêtação, ecossistemas

Figuro 13.1 Esquemo de processos que cousom voriobilidode e mudonços no sislemo climótlco'
Eonie:IPCC{2OOl),Copíluol,Historlco overviewo{climotechongescience'ReportoÍWG1 l' PCC'P'l0'1'FAQI'2'{ig'i

de, que persiste por um período prolongado, neira prevista pelo IPCC, compreende flutua-
e temPorais
geralmente de décadas ou mais. As mudanças ções em todas as escalas espaciais
climáticas podem ser decorrentes de processos além de eventos meteorológicos sinóticos, é

internos naturais, forçantes externas naturais, possível considerar, de rnaneira legítima, todos
ou mudanças antropogênicas persistentes na os comportamentos na figura como expres-
composição atmosférica e no uso da terra. sões de variabilidade. Por outro lado, embora
O estudante está desculpado, se a distin- se possa dizer corretamente (por exemplo)
que os principais ciclos glaciais e interglaciais
ção parecer-lhe nebulosa. Considere a Figura
L3,2. lJm determinado registro climático, seja áo Pleistoceno sáo expressôes de variabilidade
de fontes instrumentais ou fontes alternativas, climática nos ultimos 2 milhões de anos, tam-
pode apresentar uma variedade de comporta- bém é correto considerar a evoluçáo de condi-
interglaciais
mentos. Ele talvez documente uma mudança ções glaciais plenas para condiçôes
como uma expressáo de mudanças climáticas'
rápida de um estado médio para outro (B), uma
De maneira semelhante, embora consideremos
tendência gradllal, seguida por um novo esta-
do médio (C) ou uma mudança na variância, o aumento na temperatura global nÓs ullimos
sem alterações na média ao longo do período 100 anos como uma mudança climática, reser-
do registro (D), Mesmo com um estado médio vando o termo variabilidade para aspectos ob-
razoavelmente estável pode haver flutuações servados em uma escala temporal mais curta,
semiperiódicas (B) ou não periódicas (C). De o aquecimento de um século também pode ser
outra forma, um registro pode se caractetizar visto como um aspecto da variabilidade climá-
apenas por longas oscilações periódicas (A). tica ao longo dos últimos 1000 anos. A distin-
portanto,
Uma vez que a variabilidade climática, da ma- ção entre variabilidade e mudança,
-J- - :.'a I :^-a:=C mO

(A)
Varação per ódica
Forr

Diferente
(B) ser identi
sociadas
[,4udanÇa impulsiva
da tendência cêntra - .. - se-ipe.iooica
VariaÇão . Tectr
@
o
geoli
o $rânt
E
(6 nho
6
o-
(c)
o bacia
! Tendência dê queda
da média feríct
E
o vidac
õ Tendências centrais estáveis
(estac onárias) dúvi<
I o a1b
traçõ
globe
Variabilidade crescente
(D) rnodi
cadei
- -
tado,
padrr
Ern 1
Figuro 13.2 DiÍerentes tipos de vorioçõo climóticcr. As escolos sôo orbitrórios. conti
ForÍe: Hore (19l9). Cortesio do Wor d f,4eteoro ogicol Orgonizotion. mina
-Teffipô- ideia
movi.
depende da estrutura temporal em que se con- tura do ar junto à superfície. Variações anuais
fosse
sideram âs estatísticas climáticas. e mesmo decenais nesse valor podem ocorrer
altera
A
United Nations Framework Conven- devido a processos puramente internos ao sis-
contr
tion on Climate Change (UNFCCC) oferece tema climático. A fase quente do ENSO, por
princ
uma definiçáo diferente que pode ajudar a re- exemplo, pode ser vista como um prõcesso in-
distar
solver alguns desses problemas. Eles definem terno, no qual o calor no reservatório oceânico
fera d
mudança como "uma alteraçáo no clima que é (i.e., calor qrue jâÍazparte do sistema climático)
com
atribuída direta ou indiretamente à atividade é transferido para a atmosfera, expresso como
- Iriás
humana, que modifica a composição da atmos- um aumento na temperatura média global da vão) <
fera e que se soma à variabilidade climática na- superfície. Ao considerar escalas temporais de
No de
tural observada ao longo de escalas temporais décadas ou mais, deve-se pensar rtas
forçantes a elev
comparáveis'i Essa definição é útil porque delra climáticas e nos feedbacks correspondentes. Os
do Hi
clara uma distinção entre processos naturais e fatores forçantes representam perturbações im-
cação,
influências antropogênicas. O restante deste postas sobre o sistema global, e sáo definidos
China
capítulo analisará as mudanças climáticas nes- como positivos quando induzem um aumento
Perioa
se contexto. A variabilidade, por sua vez, será na temperatura média global na superfície, e
servac
avaliada em associaçáo com processos naturais. negativos quando induzem uma reduçáo. Os ra ao
fatores forçantes podem, por sua vez, ser de ori-
de lon
gem natural ou antropogênica. A magnitude da
FORçANTES, FEEDBACKS E distrit
reposta da temperatura global à forçante depen-
RESPOSTAS CtIMÁTICAS solar i
de dos feedbacks. Os feedbacks positivos ampli-
ças fic
: - -: .t-..:.i: i.:ndamental do estado climáti- ficam a mudança de temperatura, enquanto os Milan
.:.rr- :: :::;..: global anual da tempera- feedbacks negativos reduzem a mudança. moM
CAPíTULO l3 Mudonços ciimóriccs 43'l

I Forçonle climóticq cuidadosos de seus efeitos basearam-\e :-

trabalho de astrônomos e geólogos do s;


Diferentes tipos de forçantes climáticas podem
culo XIX. Existem três efeitos principais: a
ser identificados. As principais forçantes sáo as-
excentricidade (ou alongamento) da órbita.
sociadas aos seguintes processos:
que influencia a intensidade do contraste
. Tectônica de placas. Na escala do tempo na radiação solar recebida no periélio (mais
geológico, a tectônica de placas resultou em perto do So1) e no afélio (mais distante do
grandes mudanças na posição e no tama- Sol), com períodos de aproximadaülente
nho dos continentes, na configuração das 95.000 anos e 410.000 anos; a inclinaçâo
bacias oceânicas e na composiçâo atmos- do eixo da Terra (aproximadamente 41.000
férica (por meio de fases associadas na ati- anos) que influencia a intensidade das es-
vidade lrrlcânica). Embora existam poucas taçoes; e uma oscilação na rotaçâo do eixo
dúvidas de que essas mudanças alteraram da Terra. que causa alteraçôes sazonais no
o albedo superficial médio e as concen- momento do periélio e do afélio (l]irtrra
trações de gases de efeito estufa em escala I.l..r). Esse eleito de precessào. com um
global, os moümentos das placas também período de aproximadamente 21.000 anos,
modificaram o tamanho e a localização de é ilustrado na l-isttra .1.3. A faixa de varia-
cadeias montanhosas e platôs. Como resul- ção desses três componentes e suas conse-
tado, a circulação global da atmosfera e o quências são sintetizadas na 'lirbcla 13.l. As
padráo de circulação oceânica mudaram. periodicidades astronômicas são associa-
Em 1912, Alfred Wegener propôs a deriva das a flutuaçoes de +2-5'C na temperatu-
continental como um importante deter- ra global a cada 10.000 anos. O tempo da
minante dos climas e da biota, mas essa forçante orbital é representado de forma
ideia permaneceu controversa até que o clara nas flutuações glaciais-interglaciais,
movimento das placas da crosta terrestre com os últimos quatro grandes ciclos gla-
fosse identificado na década de 1960. As ciais durando aproximadamente 100.000
alterações na localização dos continentes anos (ou i00ka). A teoria astronômica dos
contribuíram substancialmente para os ciclos glaciais começou a ser ampiamente
principais períodos Glaciais do passado aceita na década de 1970, depois que Hays,
distante (como a glaciação permocarboní- Imbrie e Shackleton divulgaram evidências
fera do Gondwana), bem como intervalos convincentes de registros obtidos em teste-
com amplos ambientes áridos (Permo- munhos oceânicos.
-Triássico) ou úmidos (depósitos de car- Variabilidade solar. O Sol e uma estrela va-
vão) durante outros períodos geológicos. riável. O ciclo solar de aproximadamente 1l
No decorrer dos últimos milhões de anos, anos (manchas soiares), e de 22 anos para
a elevaçáo do Platô Tibetano e das cadeias o campo magnético, é bastante conhecido,
do Himalaia causou o início, ou a intensifi- Conforme discutido no Capítulo 2, o cicl,,
caçáo, de condições desérticas no oeste da de 11 anos das manchas solares está as., -
China e na Ásia Central. ciado a flutuações de +1 W n-i-r na irr.r-i .

. Periodicidades astronômicas. Conforme ob- çáo solar (i.e., um afastamento da .rr:1i.. :


servado no Capítulo 3A.2, a órbita da Ter- solar: ertt termos da recep.-i,, ntt .t .. -
ra ao redor do Sol está sujeita a variações de radiaçào no tofo dl .rr'rr.,':,
de longa duração, levando a mudanças na elelivo e apenas 0.1.i \\ rr:
distribuição sazonal e espacial da radiação e Capitulo 3A.1 ). ( ). r rr r .
solar incidente na superfície. Essas mudan- tra\ ioleta siil 1.r, 'r'. , -. .

ças ficaram conhecidas como forçantes de ern ten)ro. dç nt.:.i., . .

Milankovich, em homenagem ao astrôno- h(rll (\i)Tcll: . ..:- -


mo Milutan Milankovich, cujos cálculos I'r'r ' l, ',, '.,., .
4:til ,{irrosfuro, Tempo e Climo

Excentricidade
(A) (B) Pêriodicidadê

c. 100.000 ênos

----+-- !
§
[4iáxima p
'E 0,ô3
c
Têrra o o,o2
.t@
a
6 U 0,01
0,017

0,00
500 400 Presente
Anos A.P. (milhares)

Obliquidade
(c) (D)
Min.
24,4'Max. Periodicidadê
25"
p @
24'
c. 41-43.000 anos

p "".
Sol Terra u
o zt'
300 20a 1 00 Presente
Anos A.P. (m lhares)

Precessão
(Ê) o (F)
@
Pêriodicidadês
E c. 23.000 anos
e 10
'õ c. 18.000 anos

üq 0
Sol
9*
Àã
't
E 300 200 100 Presente
-q Anos A.P. (milhares)

a
Figuro 13.3 Síntese dos efeitos ostronômicos (orbitois) sobre o irrodioçõo solor e suos escolos temporois re-
levontes nos últimos 500.000 onos. (A) e (B): excentricidode ou olongomento orbitol; (C) e (D): obliquidode or
inclinoçoo oxiol; {E) e (F): precessÕo.
Fonle:BroeckereVonDonkl9T0;eHenderson-SellerseMcGuffielgB4.B,DeF:ReviewoíGeophysicsondSpocephysicsE
(1970). Com permissóo do Americon Geophysicol Union.

dade das manchas e chamas solares estava 100 vezes acima da atual, e talvez também
muito reduzida (especialmente no Mínimo pelos efeitos de uma Terra que era coberta
de Maunder de 1645-1715) talvez estejam principalmente por água (ou seja, muito
associados a reduções de aproximadamente vapor de água na atmosfera).
0,5"C na temperatura global. A variabilida- Erupções yulcânicas. Grandes erupções
de solar também parece ter desempenhado explosivas individuais injetam poeira e
um papel nas variações da temperatura glo- gases sulfurosos (especialmente dióxido
bal em escala decenal, até o final do século de enxofre) na estrâtosfera, formando go-
XX, quando os efeitos antropogênicos se tículas de ácido sulfúrico. As plumas de
tornaram dorninantes. Com relação ao pas- erupção equatoriais se espalham para os
sado distante, sabe-se que a irradiação solar dois hemisférios, ao passo que as plumas
há 3 bilhoes de anos (durante o Arqueano) de erupções em latitudes médias a altas fi-
era de 807o do valor atual. De maneira in- cam confinadas ao hemisferio em questão.
teressante, o efeito desse débil Sol precoce Eüdências observacionais dos últimos 100
Provavelmente era compensado por uma anos demonstram que grandes erupções
coacentração de dióxido de carbono talvez podem estar associadas ao resfriamento
CAPíTULO 13 Mudonços climóricos 433

Tobelo l3.l Forçontes orbitois e suos cqroclerísticos

Elemenlo Vorioçóo normol Volor otuol periodicidode médio


t Obliquidode do eclíptico (') (tncJinoçoo )),a E"
4l ko
do eixo de rotoçõo)
E{eiios iguois em ombos os hemisférios,
efeito se intensifico em direçôo oos polos

Bo ixo ' Alto '


Sozonoiidode Sozonolidode forie,
froco, grodienÍe mois rodiocóo nos
de rodioçoo polos no veroo,
obrupto em grodiente de
direçõo oo polo rodioçõo mois froco

PrecessÕo do equinócio (v) (osciloçôo do 0,05 o -0,05


^l- 0,0r ó4 19,23 ka
eixo de rotoçõo)
I À,4udonço no distôncio Terro-Sol oltero
o estruÍuro dos ciclos sozonois; efeilo
complexo, modulodo pelo excenlricidode
do órbito

Excentricidode do órbilo (ej 0,005 o 0,0ó07 0,0167 410,95 ko


ConÍere 0,02% de vorioçoo no rodroçóo
incidenÍe onuol; modifico o omplltude do
ciclo de precessoo, mudondo o duro_coo
e iniensidode sozonol; efeilos opostos
em ccrdo hemisfério; moior em iotitudes
bo ixos

global médio de vários décimos de grau C atiüdades humanas também levaram a um


no ano após o evento e alteraçôes muito acúmulo de aerossóis troposféricos, que
maiores em âmbito regional e até hemisfé- induzem um resfriamento parcialmente
rico. O resfriamento advém principalmente compensatório. Mudanças no uso da terra
de gotículas de ácido sulÍiirico que refletem e na cobertura do solo também levaram a
a radiação solar. A poeira também causa um pequeno aumento no albedo superfi-
resfriamento superÍicial, absorvendo radia- cial, que promove o resfriamento.
ção solar na estratosfera, mas, em compara-
Embora a característicâ comum de todas
ção com o ácido sulfúrico, esses efeitos sáo essasforçantes seja o fato de elas influenciarem
efêmeros (semanas a meses). Os aerossóis
aspectos do balanço de radiação da Terra, elas
estratosfericos também podem causar po-
obviamente se diferenciam, em grande par-
entes esplêndidos (ver Figura 2.12). A mais
te, pelas escalas temporais em que atuam. Em
recente erupção vulcânica de vulto, com
termos de induzir mudanças na temperaturâ
impactos climáticos significativos, foi a do
global nos ultimos 100 anos, assim como mu-
monte Pinatubo, em 1991. danças projetadas ao longo do século XXI, os
Mudanças induzidas pelo ser humano na efeitos da tectônica de placas (que atua em es-
conq)osição atmosferica e na c7bertu.ra do calas temporais de milhões de anos) e das for-
solo. Jit apresentamos o impacto de gases de
çantes de Milankovich (que atuam em escalas
efeito estufa, como.o dióxido de carbono e temporais de dezenas de mi.lhares deanos) são
o metano, sobre o balanço de radiação (ver irrelevantes. Observe também que, enquanto as
também Capítulo 2). O acúrnulo observado forçantes de Milankovich são associadas a im-
nesses-gases desde a aurora da era indus- pactos bastante significativos na distribuição
trial representa urna forçante positiva. As sazonal e espacial da radiação solar incidente
:3: - -::'i: :^-33eClnro

.. --.i-. ',s illlPtlctos sobre a radiação in-


,:: * Feedbocks climáticos relevan

- :.'.r: .-i-LIlJu \-istos em sua média giobal ao ças no r


Com base no modelo da forçante radiativa, con-
: j.r ;i;1o anual, são bastante pequenos. anterio
sidere a mudança na temperatura global média tempol
. : .ti.'r'ttl.lo, embora uma redução na obliqui- da superfície que resulta do aumento na con-
: ,.re .iqnitiqlte menos radiaçáo no verão do nuvens
centração atmosférica de dióxido de carbono' ras). Er
l-ienri,rtério Norte, tambem significa mais no
Conforme já discutido, por causa da perturba- danças
r11\erno do Hemisfério Sul, e esses eleitos sazo- da radiaçáo
çáo imposta, uma quantidade maior nentais
niris prraticamente se anulam.
de ondas longas emitida da superfície para cima
Desse modo, as forçantes de Milankovich os gase
é absorvida pela atmosfera, sendo direcionada
opõem-se fundamentalmente aos efeitos das em resl
de volta para a superfície. O resultado é um de-
alterações na radiação solar, das erupções vul- Os regi
sequilíbrio radiativo no topo da atmosfera - a que
cànicas ou das mudanças antropogênicas nas es
radiação solar líquida que penetra no topo da
concentrações atmosféricas de gases de efeito quase (

atmosfera excede a perda de radiação de on-


estufa e no albedo na superfície, as quais, con- de dió:
das longas para o espaço. A forçante climática (t150
sideradas em termos de seu efeito imediato,
da adiçáo de dióxido de carbono, portanto, é
têm um impacto em nível global e anual sobre gases-t
positiva. Considere agora os feedbacks. O mais
o balanço de radiação no topo da atmosfera' mecan
importante deles é o feedback do vapot de água.
Em decorrência dessa propriedade, elas são mica d
O aquecimento resulta em mais evaporaçáo, e
chamadas de forçantes radiativas. Por exemplo, nico ag
uma atmosfera mais quente pode conter mais
um aumento na produção solar levará a mais carbon
vapor de água. Todavia, o vapor de água tam-
radiação incidente no toPo da atmosfera ter- marinl
bém é um gás de efeito estufa, logo, causa mais
restre, independenternente da latitude ou da que afr
aquecimento. Uma parte da cobertura de neve
estação. O efeito imecliato será um desequilí- bono e
da Terra e do gelo marinho derreterá, reduzin-
brio global na radiação no topo da atmosfera mais pr
(mais energia incidente do que emanante), do o albedo superficial planetário, além de cau-
atue er
sar mais aquecimento' Esses são exemplos de
aumentando a temperatura, o que finalmente sitivas)
a mudança
levaria o sistema Terra-atmosfera a um novo feedbacks positivos, pois amplificam tufa esl
na temperatura superficial global induzida pela
equilíbrio radiativo. De rnaneira semelhante, a confor:
forçante climática. Se a concentraçáo de dió-
resposta imediata ao aumento na concentração
de gases de efeito estufa será uma redução glo-
xido de carbono na atmosfera fosse reduzida, Rr
bal na ernissão de ondas longas para o espaço,
impondo assim uma forçante climática nega-
twa, os feedbacks positivos promoveriam mais Quantr
um desequilíbrio na radiaçáo que promove-
resfriamento. bal mu
rá aquecimento, levando também a um novo
equilíbrio radiativo (desde que a forçante per- Um aspecto fascinante do sistema climático de umi

maneÇa constante). global é que osfeedbacks positivos predominam. po leva

As mudanças climáticas globais (mudan- Por exemplo, uma das respostas à elevação nos tre as I

cas decorrentes das influências humanas, con- gases de efeito estufa seria um aumento na co- na ciêr
bertura de nuvens, que, pelo aumento no albedo A
tblme as convenções que adotamos) devem ser
listas no contexto da forçante radiativa global' planetário, representaria tm feedback negativo- da sen

\o r.nodelo do IPCC adotado aqui, a forçante Todavia, esse e outrosf edbacks negativos po- model,
li.tliatir-a se refere especificamente à quantida- tenciais somente pareceriam capazes de reduzir climáti
taxa de aquecimento, e não de revertê-la. global
.r.' Felir qual utn fator altera o equilíbrio radia- a

..'.,' slobrl e truual no topo da atmosfera, ex- Embora os feedbacks climáticos sejam po- após u
2,
- , =..,, s,,, unidacles de W m avaliada como sitivos ou negativos, eles também podem ser xido d
r'--..:r:. tclatir-ir ao ano 1750, o começo da diferenciados com base ta rapidez com que conceÍ
, ----.-,., I:t.iu:trial. Eln 2005, a forçante ra- atuam. No modelo da forçante radiativa global a uma
' , r: i-..irr.,'. Ll.lra as atividades humanas apropriado para entender as mudanças climáti- vonol
cas antropogênicas, osfeedbacks rápidos sáo os 4Wr
a-
CAPÍTULO l3 r,1uc:-::i - --: =

ótic os relevantes. Os mais importantes são as mudan- perfície e a atmostêra se aquecer.:::-. : :'
ças no vapor de água e no albedo (mencionadas determinado ponto, o equilíbrio radt::..
anteriormente), que podem operar em escalas restaurado, colr uma nova e rnais alta::::.:.-
temporais de dias e até menos. A cobertura de ratura superficial. Estimativas da ser.rsibiiii.:.
nuvens também pode variar rapidamente (ho- do equilíbrio climático obtidas com a atllal s.-
ras). Exemplos de feedbacks lentos são as mu- ração de modelos climáticos globais valiam de
danças na extensáo dos mantos de gelo conti- 2-4,5"C, com a melhor estimativa em 3,0'C. -{
nentais (que influenciam o albedo planetário) e incerteza está principalmente na ampliação das
os gases de efeito estufa durante o Pleistoceno, estimativas dos modelos dos feedbacks climáti-
a:i
em resposta a periodicidades de Milankovich. cos, particularmente p ar a fe e db acks de nuvens.
,-':a.,-..-,:
=
Os registros em testemunhos de gelo mostram Osfeedbacks de nuvens são complexos e difíceis
:,,1 --.: .,--.1
de rnodelar. Talvez os Jbedáacks negativos atuem
que esses ciclos glaciais-interglaciais eram
quase coincidentes com flutuações nos níveis quando o maior aquecimento global gera rnais
de dióxido de carbono (t50 ppm) e metano evaporação e quantidades maiores de cobertura
(ttsO ppb). A natureza desses feedbacks de de nuvens em grandes altitudes, refletindo mais
gases-traço ainda precisa ser determinada. Os radiaçâo solar incidente. Todavia, outros tipos
mecanismos potenciais são mudanças na quí- de nuvens, e nuvens nas regiões polares, podem
mica dos oceanos, maior crescimento planctô- induzir aquecimento superficial.
nico agindo de maneira a sequestrar dióxido de Expressa de forma mais conveniente, a me-
carbono, a supressão de trocas ar-rrrar pelo gelo thor estimativa, de 3"C, para a duplicação do
marinho, mudanças na temperatura oceânica teor de dióxido de carbono equivale a um au-
que afetam a solubilidade do dióxido de car- nrento de 0,75"C na ternperatura média global
t
bono e alterações na circulação dos oceanos. O por W m para a forçante. Enfatiza-se que as si-
mais provável é que uma variedade de processos mulações climáticas usadas a fim de obter esses
atue em conjunto. As alterações negativas (po- números para a ser.rsibilidade lidam apenas com
os feedb acks rápidos. Se nào houve sse fee db acks
sitivas) nas concentrações de gases de efeito es-
tufa estáo associadas a períodos frios (quentes), presentes no sistema climático, a sensibilida-
t.
conforme ilustra a Figrxa2.6. de climática seria de apenas 0,3'C por W m
Embora a sensibilidade climática no modelo do
3 ResposÍo climóticq IPCC baseie-se em L1ü14 duplicação do equiva-
lente atmosférico em dióxido de carbono, pa-
Quanto a temperatura média da superfície g1o- rece que a resposta a qualquer forçante radia-
bal muda em resposta a uma forçante radiativa tiva, no sentido de buscar uma temperatura de
de uma determinada magnitude? Quanto tem- equilíbrio, é aproxirnadamente a mesma. Esse é
po leva para a mudança ocorrer? Essas estâo en- um conceito importante, pois significa que, em
tre as perguntas mais importantes e prementes r.rrna primeira aproximação, é possíve1 adicionar
na ciência das mudanças climáticas. dit-erentes forçantes linearmente para obter um
A primeira pergunta lida com a questão valor líquido, a partir do qual seja viáve1 estimar
da sensibilidade do equilíbrio climático. No uma mudança na temperatura de equilíbrio.
modelo do IPCC, a sensibilidade do equilÍbrio Também parece que a maior parte da res-
climático é a alteraçáo do equilíbrio na média posta da temperatura de equilíbrio a uma for-
global anual da temperatura do ar superficial çante radiativa com os feedáaclcs rápidos atuan-
após uma duplicação no equivalente do dió- tes ocorre ao longo de um período de 30 a -50
xido de carbono atmosférico. A duplicaçáo na anos. A maior parte dessa defasagem se ciele ir
concentraçáo de dióxido de carbono equivale grande inercia térmica dos oceanos. A qr.rest1,
a uma forçante radiativa (desequilíbrio radiati- é que os oceanos podem absorver e an.lraz..'.i:
vo no topo da atmosfera) de aproximadamente uma grande quantidade de calor sertt ilrti :..-
4 W m-2. Em resposta a essa duplicação, a su- mento exPressivo na telnPet'iltr.ll.l -...':. l.-.-.
{irr:ediante). Considere o que está acontecendo vidades humanas cresceu no século passado e Outra
€m resposta à atual forçante radiativa das ativi- continuará a crescer no futuro, indicando que diz respeil
dades humanas de 1,6 W m-'. O uso da sensi- o valor da temperatura de equilíbrio mudou entre as c(
bilidade do equilíbrio climático de 0,75 implica e continuará a mudar. Dito de outra forma, o quanto as
que essa forçante radiativa, se mantida, acaba- quadro ao longo dos últimos 100 anos e para as concenl
ú gerando cerca de 1,2"C de aquecimento. Ao o futuro é de um sistema climático que tenta rante essas
longo do registro instrumental, a temperatura constantemente alcançar uma forçante radiati- te comof
global média subiu 0,7'C, sugerindo que resta va crescente, mas que está sempre defasado em condições
0,5'C depois que o oceano aqueceu suficien- relaçáo a ela. dois estadr
temente. Em quanto já aumentou o conteúdo tos podem
do calor do oceano? Com base em dados hi- § A importôncio do modelo Com estin
drográficos existentes de 1955-1998, o oceano Enquanto a distinção entre forçante climática e global entr
mundial, entre a superfície e a profundidade de tes, tem-se
feedback é razoavelmente clara quando se consi-
3000 m, ganhou -1,6 X 1022f. Comparado com lidade do r
deram mudanças na temperatura média global,
a energia cinética atmosferica (p. Z0), esse é um tidos par
devemos enfatízar que essa distinçáo pode ser a
número muito grande. alterada com a adoção de um modelo diferente, com os adl
Uma limitaçâo óbvia do conceito de sensi- como a avaliação da variabilidade e mudanças Assim, em
bilidade do equilíbrio climático é que a forçante climáticas em âmbito regional. Por exemplo, colhido, o
radiativa está sempre mudando. Considere as devido à perda da cobertura de gelo marinho, forçante de
explosivas erupções l"ulcânicas. Embora a for- espera-se que os aumentos na temperatura da
çante radiativa global de uma única erupção
possa ser bastante significativa (2-3 W m-'no
superfície do ar sejam especialmente acentua- ] ORE
dos sobre o Oceano Ártico. Segundo o modelo
pico), ela é efêmera (alguns anos), de modo que das mudanças globais antropogênicas (ver Ta- tr Orel
o sistema jamais entra em equilíbrio com ela bela 13.2), isso pode ser considerado parte do
(enquanto a temperatura da superfície global Entender o
processo de feedback que amplifica a resposta
pode ser temporariamente reduzida em vários ao longo dr
da temperatura global média às concentrações
jam vistas r
décimos de grau, isso é muito menor do que a crescentes de gases de efeito estufa. Todavia,
mudança calculada na temperatura em equilí- anteriores.
se fôssemos conduzir um estudo regional do
brio com a forçante máxima). De maneira se- clima globr
Ártico, deveríamos considerar a perda de gelo
melhante, o sistema jamais estaria em equilíbrio tre estados
marinho legitimamente como uma forçante
com a variabilidade solar associada ao ciclo de e períodos
sobre a mudança de temperatura no Ártico. De
ll anos das manchas solares. Se íôssemos con- nentais. A,
maneira semelhante, as mudanças climáticas
gelar a atual forçante radiativa das atividades ve pelo mr
globais podem ser auxiliadas por alteraçÕes nos
humanas em seu valor atual, o sistema climático padrões de circulação troposférica, precipita-
primeiro o
acabaria se aproximando de uma nova tempe- no períodc
ção e cobertura de nuvens. Enquanto na escala
ratura de equilíbrio (pressupondo que não hou- global esses fatores seriam considerados como entre 900 ,

vesse complicações, como erupções I'ulcânicas dois perío<i


feedbacks, investigações de impactos regionais
múltiplas). Todaüa, a forçante radiativa das ati- poderiam considerá-los como forçantes. doviciano,.
345-225 M
Tobels 13.2 As quotr.o cotegorios de vorióveis climóticos suieitos o mudonços induzidos de origem ontrópico começou p
no limite e
Voriável modiÍicodq Escolq do eÍeilo Fontes de mudonço
volta de 3 n
: r:':r'-.o otmosÍérico Locol-globo Liberoqõo de oerossóis e goses-iroço tentrionais
: ::: ir::':: superf ciois; bolonços de Regionol Desmotomenio; deseriificoçôo; urbonizoçôo que ainda,
recente, air
Locol-regionol Desmotomento; urbonizoçoo
cida como
.. occoe LocoJ-regionol Desmotomento; desertificoçÕo; irrigoçÕo
::: de 1l,5ka a
sob're a ten
CAPíTULo l3 Mudonços climó.rccs 437

Outra questão relacionada com o modelo os mantos de gelo da Antártica e Groenlàndr.r


diz respeito a como enxergamos as transiçôes certamente seja hoje muito menor do que era
entre as condições glaciais e interglaciais. En- há 20ka, ainda é substancial, se comparado com
quanto as alterações na área de gelo marinho e outras épocas no passado do planeta.
as concentrações de gases de efeito estufa du- Os principais períodos Glaciais e períodos
rante essas transições são vistas adequadamen- livres de geio podem estar ligados a uma com-
te como feedbacks lentos, se considerarmos as binaçáo de forçantes climáticas externas e inter-
condições glaciais e interglaciais plenas como nas (tectônica de placas, concentrações de gases
dois estados de equilíbrio, esses feedbacks len- de efeito estufa, irradiação solar). Os mantos de
tos podem ser vistos como forçantes climáticas. gelo dos períodos Ordoviciano e Permo-Car-
nodelo Com estimativas de mudança na temperatura bonífero formaram-se em latitudes meridio-
global entre os estados de equilíbrio e as forçan- nais elevadas no megacontinente primitivo de
tes, tem-se outra maneira de estimar a sensibi- Gondwana. A elevação das cordilheiras a oeste
lidade do equilíbrio climático. Os números ob- da América do Norte e do Platô Tibetano pelos
tidos a partir dessa abordagem estão de acordo movimentos de placas durante o período terciá-
com os advindos de modelos climáticos globais. rio (50-2 Ma) desenvolveu a aridez regional nos
Assim, em suma, dependendo do modelo es- respectivos interiores continentais. Todavia, os
colhido, o feedback de uma pessoa pode ser a fatores geográficos são apenas uma parte da ex-
forçante de outra. plicação para as variações climáticas. Por exem-
plo, as condições quentes nas latitudes elevadas
durante o período Cretáceo medio, por volta de
O REGISTRO CLIMÁTICO 100 Ma, podem ser atribuídas a concentrações
O registro geológico atmosféricas de dióxido de carbono de três a
sete vezes maiores do que as atuais, potenciali-
Entender o significado de tendências climáticas zadas pelos efeitos de alterações na distribuição
ao longo dos últimos 100 anos exige que elas se- terra-mar e do transporte de calor oceânico.
jam vistas contra o pano de fundo de condições Sabemos muito mais sobre as conrlicôes dcr
anteriores. Em escalas temporais geológicas, o gelo e as forçantes climáticas durallte (r Quatcr-
clima global passou por grandes mudanças, en- nário, que comer-ou 1-rai aproxint.rdarlente 1.6
tre estados livres de gelo e geralmente quentes rttrlhi,r- t'ic JIt, -. ., ,r1-.t'tcr'tl.;.i 1.1 -. Lp,,c.t:
e períodos glaciais com mantos de gelo conti- do Pleistoce:to l.o \1.- 1 i.: k: .' clc, Holocetto
nentais. Ao longo do tempo geológico, hou- rl I.-i k.r-l'r.-L::l( : -.. .l'....: -..rr,'qtie o pe-
ve pelo menos sete grandes ciclos Glaciais. O riocio Glacial mlls riae-r:c .:r qrle lir-emos está
primeiro ocorreu há 2,5 milhôes de anos (Ma) longe de ser unilorr.:re:::e:--te iiio. Ao contrário,
no período Arqueano, seguido por três outros, essa Época tem-se ;ir:clerlzado por oscilações
entre 900 e 600 Ma, no Proterozoico. Houve entre condições g1a;i.'.:s e interglaciais (ver Qr-ra-
dois períodos Glaciais na Era Paleozoica (o Or- clro 13.2). Oito .icirrs .le volume de gelo global
doviciano, 500-430 Ma; e o Permo-Carbonífero, estão registrados n.i ierra e em sedimentos oce-
345-225 Ma). O período Glacial mais recente ânicos para c'r ultinro 0,8-0,9 Ma, cada ur1 com
começou por volta de 34 Ma atrás, na Antártica, uma rnédia de 100 ka, com apenas 10% de cada
no limite entre o Eoceno e o Oligoceno, e por ciclo tendo sido tào qr.rente quanto o século XX
o volta de 3 milhões de anos atrás em latitudes se- (Figr.rra 13.-11) e F- ). Cada período glacial se ca-
tentrionais elevadas. Atualmente, considera-se racterizou por terminações abruptas. Por causa
que ainda estamos nesse período Glacial mais do retrabalhar.nento de sedimentos, apenas qua-
recente, ainda que em sua parte quente, conhe- tro ou cinco dessas glaciações são identificadas
cida como Holoceno, que começou por volta a partir de registros terrestres. Apesar disso, é
de 11,5ka atrás. Embora o volume total de gelo provável que todas tenham se caracterizado por
sobre a terra (cornpreendendo principalsrente grandes mantos de gelo cerbrindo a região norte
-
- -. : l{ -,::e e Europa. Os níveis do
di-r mais resfriam ento por feedbacks lentos no ciclo
- - ..t-. :-t juziranl em aproximadamente de carbono discutido anteriormente. O início
. -: volume de água apri- de um período interglacial funciona do modo
. rrirr
'r. grande
oposto, com as forçantes de Milankovich pro-
t
.,: -'..'. iornra de gelo. Os registros de bacias
movendo aquecimento inicial sobre as massas Os ge
.: - ll(,1\l\ltis tttostram que essas regiÕes leoclir
, ::,.:il;I\'i1l]l ser áridas nesses períodos. Antes de terra setentrionais, colocando os feedbacks
Terrq
.:; ,r.9 )lir, o rnomento em que as glaciações em movimento para gerar mais aquecimento e quotr(
,. .r)rrer.ur é mais complexo' Os registros dos derretimento de gelo. Foro n
\ lrlLlmes de gelo mostram uma periodicidade TO, nc
p1'cdominante de 41 ka, enquanto os registros 2 O úlrimo ciclo glociol e ((J.L
oceânicos de carbonato de cálcio indicam flutu- condiçóes Pós- glociois "mo T<

plonc
arçôes de 400 ka.
O último período interglacial, conhecido como no dé
periodicidades estão ligadas às for-
Essas (
Eemiano, atingiu seu pico por volta de 125 ka
çantes de Milankovich discutidas anteriormen- Eml
atrás. O último ciclo glacial após o Eemiano
te (ver também Capítuio 3A). A assinatura da logos
precessão (19 e23 ka) é mais aparente em regis-
foi caracÍerizado por períodos de gelo amplo nhos
(conhecido como glacial) e menos amplo (co- com€
tros de latitudes baixas, ao passo que a obliqui-
nhecido como interglacial). O volume máximo senv(
daite (41 ka) é representada em latitucles eleva- temp
de gelo global (o Último Miáximo Glacial, ou
das. Todavia, o sinal da excentricidade orbital supe
de 100 ka é predominante de modo geral. A UMG) ocorreu há cerca de 25-18 ka. O UMG foun,
ideia básica é que o começo das condições gla- terminou com um aquecimento abrupto entre troço
ciais e iniciado por forçantes de Milankovich, 15 e 13 ka, dependendo da latitude e área, in- Ous
que produzem resfriamento no verão sobre as terrompido por uma regressáo fria chamada tivos
glob
massas de terra setentrionais. Isso favorece a so- Dryas Recente (Younger Dryas), 13-11,7 ka,
800.
brevivência da cobertura de neve durante o ve- sendo seguido por uma nova tendência súbi-
r âo, rm fe e db ack que pron-rove mais re sfriarnen - ta de aquecimento (Figura 13.4). Considera- os ol
to e crescimento do manto de gelo, levando a -se que o Holoceno (nosso interglacial atual) del
mor!
gio,
HemisÍério NoÊê Global
Hemisfério Nortê Europa Oriental Hemisfério Norte Schv
cw CW C
X, c<
G>+ biolr
200. + roio
1
a

7
i
1 0.000
500 400.000 t foro
o- mor
T
@ 600.000
del
o 20.000 onu
E 100.000
1 000 1 0"c no(
800.000
' 1.5'C
(E) oc(
900.000
l4 pro
1 . Ni1áximo térrnico da década dê 1 940 '10"c'
2. Ant
3. F-- 1trc---*{ liso
4.
0,5'c 5. cob
6.
7. cer(

Figuro l3'4 Principois tendêncios no climo globol duronte o Último milhóo de onos (A): Hemisfério Norte'
': - --:'r ,':': ,rédios lerro-or; (B): Europo Orieniol, temperoturos de inverno; (C): HemisÍério Norte' temperotu-
:: :r r! ':''::-.r; lD): HemisÍério Norte, temperoturcrs médios do or porciolmente boseodos nos temperoturos
'..- t'. r- - r'r '! :ternperoturcrs médios globois derivodos de testemunhos morinhos proÍundos'
: :r : r- -r---';rqe:AProgrorrÍorAclion(1975)'CompermissõodoNotionolAcodemyPress'Woshington'DC
CAPÍTULO l3 Mudonços climólicos 439

E
I3.2 Documenlsndo Poleo(
Os geólogos que documentorom o último pe- c:: 3 :: : 'r: :-- :: c melros estudos sobre os po-
l"o.'íi-or'nofinol doséculoXlX.Oprogressc -'::: lt:--l::': r'e'iezossobreoidodedo
Terroeoduroçóodoregisirogeologico io"o'' " :^--:-- 1r!:r- :r l:::-J
quehouvepelomenos
quotrooucináepisodúsglo.ioi,Ào,Ap"'' -: :^-- -r :: - ; :- r-'- : l::c: doPleistoceno'
Foromprocurodosexplicoçóesen"voroc:t''l: :i lll:ll l I ::l'-l- :r"l:'o-odoTer-
3-'': :- '::- '::: ::-- : ::::: --:::--'-:-'tesolor
ro,notovelmenieporJ.Croll (1875) el'/'' "'
'-: r:' :--- ::r r'-:-^ ::^-3 --'
rl e (G. C. Simpson,1934,1957)' Aconflr-::Ó: :: r-: r' :: '::r:: --13^::! -:' ;:':^- -
r:--
ois 'morcoposso" dos períodos Glocio;s -Óc :::-:::- :-' :-: :s :'3-':: '
plonciônicos nos registros de sedlmentcs l:aô^ cc: '-cesser '3' 633:16ocs 3 JC'c::' ::^- :':' :::
-l970
no décodq de (1. Hqys, J lmbr e e N' Snoc< Etor, l?/ó '
c cl':s'
O uso de evidêncios indirelos poro nvestigor o climo possodo começou quose um se(!
-l9,10, (vorviios) em
Em o cientisto sueco Borôo G. de Geer usou os depósitos onuois de sedimentos
de pólen' Os tesiemu-
logos glociois poro dotor mudonços no vegeioçóo, inferidos o poriir do registro
logos'
nhos de pólen que otrovessovom o períodã pós-glociol, extroídos de pônlonos,l950 " l"diT::]:'de
e o ae;
começorom o ser estudodos no Europo e Américo do Norie nos décodos de ]l!! inOsmesmo
senvoivimento do dotoçôo de moteriois orgônicos com rodiocorbono porW' Libby em l95l Ao
de torominíteros
tempo, o registro sediÃentor oceônico de mudonços no microfouno morinho - ionlo
1

,uperficioislplonciônicos) como de fundo (bentônicos) - começou o ser investigoa.o d! I

1tt"-.flfitt
possibilttorom I

founo ossociàdos o di{erentes mossos de óguo (polor, subpolor, loÍitude médio' tropicol) I

troçor os omplos mudonços loliiudinois ocorridos nos lemperoturos oceônicos duronte QuoternÓrro'
o.
esirmo-
O ,so de rozóes de isótopos de oxigênio (O"/Otu) por C' Emilioni e S Epstein proporcionou I

oceônico e, poriiculormenle, dos mudonços no volume de gelo


livos independentes do lemperoluro
os Últimos
globol. Esses regisiros -ostroro. que tinho hovido oito ciclos glociois/interglociois duronte
800.000 onos.
costumovom contor
No sudoesle dos Estodos Unidos, no começo do século XX, os orqueólogos
o modeiro usodo nos esiruiuros poleoindígenos' Nos décodos
os onéis onuois nos órvores poro dotor
,l950-ó0, verôo nos
de o lorguro dos onéis começou o ser investigodo como um sinol de secos de
morgens de deserios e lemperoturos dá veróo em locois elevodos O compo
do dendroclrmoiolo-
gio,""-pr"gondo métodos eslotísiicos, desenvolveu-se sob o lideronço de H C Friiis' Em segu:c'
F'

onolisodo pc" tec^ ccs :: -cio


õ.h*"ingrÃ", introduziu o uso de vorioçóes no densidode dos onéis'
,l970-80
teve início o uso de nL-;-':': -:
X,.o-o-rrn indicodor sozonol. Nos déc;dos de "co'es
inselos (poriiculqrmenle besouros) dlotorrócec: 3s-'c'ccc iezes de
biológicos sofisticodos, inclusive
rotos conlendo mocrofósseis de plonÍos e corois'
As in{ormoçóes mois obrongentes sobre o poleootmosÍero nos u i.-3s '''lCC
c 100 000 onos
:':-á" cc e em geleiros de
forom recuperodos de lestemunÃos de gelo p'oi'ndo' no Groer á-: : -erceroiuros
montonho em loiitudes boixos. Os princi-pois iipot d" dodos rc r-'-:s sác:
otmosféricos
;;;õi'l.atodo desenvolvido poro o gelo de geleiros por ""' -:rsg:c-3 o espessuro dos comodos
onuois ocumulodos, os concenlroçóes ãe dlóxiJo de cc-cc-c : -''"'
ncs bo hos de or oprisionodos
no gelo, o otividode vulcônico o portir de,o';oçÕes -c ':-tr-- cf,ce e
étrico cousodo pelos sul{otos'
o .ãrgo.de oerossol e outros fonies (contrnenio s --:' --c- : - cónicos) Os primeiros testemunhos
Ceniury nc 'c'c::-e cc Groenlôndio' e no esioçõo Byrd' no
.- froÍr"ndo. forom coletqdos em Comp
Antórtico Ocidentol, no décodo de l9ó0 Posterio'-:^ra -r'tos iesiemunhos forom
coleiodos e ono-
lisodos. Os de pcrriiculor inÍeresse sÕo os testemurncs GISP l1 e GRIP de Summit'
Groenlôndio' que
Antórtico' que cobrem
cobrem oproximodomente 140.000 onos, e os iesiemunhos Vostok e EPICA do
cerco de 450.000 e 720.000 onos, respeciivomente'
:.1 3 - ::':: i^-:ciC no

om+ há 11,5kâ, depois do encerramento do O aquecimento observado no começo do


eyiento Dryas Recente. Com base em avaliações Holoceno, por volta de 10ka, pode ser atri- aol
de forçantes de Milankovich, o atual período buído ao fato de que a radiaçâo solar em ju- mai
interglacial deveria durar pelo menos outros lho era 30-40 W m-'maior do que atualmente dol
30.000 anos. Um aspecto particularmente mar- nas latitudes médias setentrionais, novamente jam
cante do último ciclo glacial está nas mudanças devido a efeitos de Milankovich. Após o recuo mo
rápidas, em escala de milênios, entre condi- final dos mantos de gelo continentais da Eu- per
ções quentes e frias, conhecidas como ciclos de ropa eAmérica do Norte entre 10.000 e 7.000 séc,
Dansgaard-Oeschger (D-O).O Dryas Recente é anos atrás, o clima amenizou rapidamente nas Esc
considerado o último desses ciclos D-O. Como latitudes médias e altas. Nos subtrópicos, esse lifó
fica evidente em vários registros indiretos (ver período também foi mais úmido, com níveis enl
Figura 13.5), o começo e o término do even- elevados nos lagos da África e do Oriente Mé- ran
to frio Dryas Recente, com uma mudança de dio. O Mríximo Térmico do Holoceno (MTH)
condições climáticas glaciais para interglaciais foi alcançado nas latitudes médias há aproxi-
e o inverso novamente, ocorreu dentro de um madamente 5.000 anos, quando as tempera-
As
período de cinco anos para as duas transições! turas de verão eram 1-2"C mais altas do que
mir
Os processos que movem eventos D-O como o atualmente (ver Figura 13.58) e a linha de ár-
bas
Dryas Recente ainda não foram entendidos em vores do Ártico ficava várias centenas de quilô-
ma
sua totalidade, mas provavelmente, de algum metros mais ao norte na Eurásia e na América
tes
modo, envolvem grandes descargas de água do Norte. Nessa época, as regiões desérticas
A
doce do derretimento de mantos de gelo para o subtropicais estavam novamente muito secas e
sea
Atlântico Norte, que perturbaram a circulação foram praticamente abandonadas pelos povos
apr
termohalina do Atlântico (ver Figlora7 .32). primitivos.

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Têmpo (1000 anos A.P.) crr
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Figuro 13.5 T.onsiçÕo do último período glociol poro interglociol 114,7 a 11,ó ko), indicodo por d'8O (ppm), +(

I : t :: -:: :: ::rtrol do Groenlôndio.


CC

Fo
:: :: ::: l::.'!- ! \oioro AcodemyoÍSciences. CorlesiodeNotionolAcodemyoiSciences,Woshington, DC
CAPíTULO l3 Mudonços climóiicos 4al

Um declínio na temperatura instalou-se dade consiclerável nas estimatir.as dos -, ., :..


ao redor de 2.000 anos atrás, com condições médios decenais e suas amplitudes de rari;;"
mais frias e mais úmidas na Europa e América As condições parecem ter sido ürr1 poucr] r11i-:
do Norte. Embora as temperaturas desde entáo quentes entre 1050 e 1330 do que entre 1'10[r .
jamais tenham se igualado às do MTH (esta- 1900. Existem evidências na Europa Ocidental e
mos chegando perto), houve um período (ou Central parâ uma fase quente ao redor de 1300.
períodos) relativamente mais quente(s) entre os Registros islandeses indicam condições mode-
séculos IX e XV. As temperaturas de veráo na radas até o final do século XII, e essa fase foi
Escandinávia, na China, na Sierra Nevada (Ca- marcada pela colonizaçào da Groenlândia pelos
Iifornia), nas Montanhas Rochosas no Canadá vikings e pela ocupação da Ilha de Ellesmere no
e na Tasmânia ultrapassaram as que prevalece- Ártico canadense pelos Inuit.
râm até o final do século XX. Depois disso, as condições deterioraram.
Esse período frio, conhecido como Pequena
.:,"à Os úlÍimos 1000 qnos Idade do Gelo (little Ice Age), foi associado a
As reconstruções da temperatura para o he- um extensivo avânço do gelo ártico e das ge-
misfério norte ao longo do último milênio leiras em certas áreas, chegando às posições
baseiam-se em vários tipos de dados indiretos, máximas desde o final do último ciclo glacial.
mas especialmente na dendrocronologia, nos Esses avanços ocorreram em datas que variam
testemunhos de gelo e em registros históricos. da metade do século XVII ao final do século
A Figura 13.6 mostra uma reconstrução ba- XX na Europa, como resultaclo da defasagem na
último milênio. Até
seada nesses dados para o resposta das geleiras e da variabilidade regional.
aproximadamente 1600, existe uma dispari- O período mais frio da Pequena Idade do Gelo
no Hemisfério Norte foi 1570-1730. Não está
0,8 totalmente claro o que causou a Pequena Idade
--t O
(s
do Gelo. A menor atividade solar associada no
+.J f, Mínimo de Maunder, menos nirmeros de rnan-
6
o
o- 4,2
chas solares, (16,15-171 5), provirvelmente tertha
E
o desemper-rhado url pilpgl lres!c r'\-ento. it-§si1lr
o como o ar1ntL'r1t0 n.1 .itiYrrli11e l'ulciinica.
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6 LrrngL)! :c'gi:tr-f s i::strr.tnrentais parâ esta-
E o,2
o ;tres na :--r-,-,il c ltLr lr'ste dos Estados Unidos
ç
in.L:;.rr:r q.-e .r :elLdência cle aquecimento que
e1r;.1-r, L- i Pr'qlrena Idade do Gelo começou
0,8 pelo nrln',. nir metade do sécuio XIX. A série
I
1 000 1200 1 400 '1600 1 800 2000
Ano tenrplr.rl da niedia anuai da temperatura do ar
sr,rpr'riicial ir partir de registros instrumentais
Figuro 13.ó Vorioçõo no temperoturo do or super- lILrstrcl Llln aumento significativo na temperatu-
íiciol poro o Hemis{ério Norte oo ongo do úliimc
ra, tle aproximadamente 0,7'C, de 1880 a 2007.
milênio. Volores suovizodos e reconstruídos poro ,10
onos sóo plotodos pcrro 1000-1880, com o tendônc c
Os dois hemisférios participam desse aqueci-
,1000-l850, mento, mas ele e mais acentuado no Hemisfério
lineor poro e temperoluros observodos
I
paro )902-1998, A reconstruçóo boseio-se em estl- Norte (Figura 13.7). O aquecimento abrange
molivos oblidos com iestemunhos de gelo, onéis de regiões oceânicas e continentais, sendo mais
crescimento em órvores e regisiros históricos, e tenr forte sobre a terra (Figura 13.8). EIe foi menor
dois limiles de erro-podrõro de oproximodomenie
+0,5'C duronte
,l000 nos trópicos e maior nas latitudes altas seten-
I ó00. Os volores sôo plotodos
como onomcrlios relotivos cro período de l9ól-1990. trionais, e é mais forte no inverno. Todavia, o
Fonte: À,4odiÍicodo de A.4onn et o . (J999). Cortesio de 1,.4. E.
aumento na temperatura geral não é contínuo, e
Monn, Pennsylvonio Stote University. quatro fases são identificadas no registro global:
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CAPíTULO 13 Mudonços climóiicqs 443

lvludanÇas nas temperaturas nos continentes ê nos oceanos

1,0
-'rtr'- Continente

Nilédia de 5 anos
, ! ;'t{
0,8
---É--- Oceano

Média de 5 anos
0,6

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o
oo 0,0

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o
c -0

-0,4

-0,6

960 980 2000


1 880 1 900 1920 1 940 1 1

temperoturo médio onuol do crr superÍiciol' expres-


Figuro 13.8 Regislros insirumentois de longo prcrzo poro o e conlinenlois globois'
sos corno onomolios.o, r."loção oo períodá-bose
l95l-1980 poro os óreos oceônicos
com médios de cinco onos'
As linhos contínuos representom o série temporol suovizodo
(http://doto glss noso'gov/gistemp/)'
Fonte: NASA, Goddord lnsiitute ior Spoce Sciences

parte por um leve aquecimento no oeste


I 1880-1920, durante a qual houve uma osci-
àos Estados Unidos, na Europa Oriental e
laçâo dentro de limites extremos de aproxi-
madamente 0,3oC, mas sem tendências' no Japáo.
4 Metade da década de 1970-2008, durante
2 L92}-metade da década de 1940, durante a
qual houYe um aquecimento considerável' a qual houve um acentuado aquecimento
de aproximadamente 0,4'C; esse aqueci- geral, de aproximadamente 0,5'C, mas com
menio foi mais visível nas latitudes altas iorte variabilidade regional (ver Prancha
setentrionais. 13.i).
3 Metade da década de 1940-começo da Com base em sondagens feitas com balões
d'et970, durante a qual houve oscilações
e avaliações com satélites, as temperaturas na
dentro de limites extremos de aproxima-
troposfera inferior ao longo do período de 1958
damente 0'4oC, com o Hemisfério Norte
ao presente aumentaram em valores levemente
resfriando um Pouco em média, e o He-
maiores do que na superfície. Todavia, essa in-
misfério Sul permanecendo razoavelmente
terpretação deve reconhecer descontinuidades
e
constante em temperatura. Em âmbito re- por mudan-
vieses na série temporal, causadas
gional, o norte da Sibéria e o leste do Ártico
da órbita, deriva
canadense e o Alasca experimentaram uma ças nos satélites, decaimento
e outros fatores. Existem evidências de que as
reduçáo média das temperaturas de inver-
sondagens com balões podem ter um viés de
no de 2-3'C entre 1940 e1949 e entre 1950
e 1959; essa redução foi compensada em resfriamento.
Âs m&ias globais das temperaturas su- também o forte aquecimento sobre a Península 2
perficiais alcançaram seus níveis mais altos já Antártica. E
20'N E
registrados durante a última década e, prova- Uma das manifestações do aquecimen- o
rd
velmeate, para o último milênio. Na análise do to recente é uma estação de crescimento mais ü-2
E
GISS da NASA, usada para compilar a Figura prolongada. Por exemplo, na regiâo central da o+

13.7, o ano mais quente já registrado foi 2005, Inglaterra, a estaçáo de crescimento (defini- 0' I
com2007 e 1998 empatados em segundo lugar. o
da como temperatura média diária >5oC para É-4
As classiÍicaçÕes baseadas em outras análises da
(ú-
cinco dias sucessivos) aumentou em 28 dias no (ú

temperatura global (p. ex., da Unidade de pes- decorrer do século XX e tinha aproximadamen- E
o
20"s c
quisa Climática do Reino Unido) diferem um te 270 dias na década de 1990, em comparação
pouco, mas contam a mesma história de con- com cerca de 230-250 dias nos séculos XVIII
dições muito quentes para a última década. A a XIX. No Ártico, existem fortes evidências de
característica espacial fu ndamental da mudança relações entre o aquecimento e as transições
ao longo da última década (Figura 13.9) é um regionais de tundra para vegetação arbustiva. Figuro ll
aquecimento muito forte sobre as latitudes al- Outra tendência dos últimos 50 anos é uma re- voso l9ól
tas setentrionais. Isso é especialmente visível no dução na faixa diurna da temperatura; as tem- FonÍe: Houç
outono e no inverno e sobre o Oceano Ártico, e peraturas mínimas noturnas aumentaram em
está relacionado com as mudanças na circula- rossóis tr
0,8'C durante 1951-1990 em pelo menos meta-
não forar
ção atmosferica e o declínio na extensáo do gelo de das áreas do norte, em comparação com ape-
marinho. Com relação a este último fator, áreas Asa
nas 0,3'C para as temperaturas máximas do dia.
anômalas de água aberta no outono e inverno mais difí
Isso parece resultar principalmente do aumento
permitem grandes fluxos de calor da superfí- ve um au
na nebulosidade, que, por srtavez, pode ser uma
cie oceânica para a atmosfera inferior. Observe aproximt
resposta à elevação os gases de efeito estufa e ae-
a década
parte dor
aspectos
zonais, rr
plo dessz
variaçõer
sobre áre
de 1990.
duções n
s" parte da

úr te Asiátir
episódio
Nino. As
ü e da Aur
cias do
tem perí
ríodos n
século X
Con
de, os rel
,4_2_1 0,5_0,20,20,5 1o XX (l
1248
de anos
FlEuro 13.9 -:^loeroturos médios onuois do or superficiol poro o décodo lggB-2OOl, expresso até 10 a
como ono_
: r: r:- '::::: cc período-bose l95l-l9BO. Áreo, e* cinzo possuem dodos insuÍ;cientes poro coiculor precipitt
1968, co
- l: :::-: -:' -- -:,:c:e Scences (http.//doto.giss.noso.gov/gistemp/). a África
CAPÍTULO 13 Mudonçosclimóticos 445

índia Sudêstê Asiático


África Saariana
---1.: . . ---..:: - América Cêntral 200
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tr
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! América do Sul ,100 África Central 500 Índiâs Orientais

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ÁÍricâ Mer d ona 250 Austrália
América do Sul Cêntral 204
i--l:-.':ltrru ent lS i.,-. (5
E 0 20"s
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\rf r\r\rlllJu; : 2O'S P
.ir lqÇLl ' êrr.-Lrrrrn:- :
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--r " :. :tr. qi;rirf--::. -.
1 900
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1920 196U
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1 9201
940
1 9601
980

í-:"'r'll,) ( .1. lf::.:-- : continentois tropicois e subtropicois reloti-


ll:: c'getà!-ào àrhLt::.. -
Figuro 13.10 Vorioçóes de onomolios de precipitoçoo sobre óreos onuois'
" o l9ól-,1990. Curvos suovizodos binomiois cle nove pontos sobrepostos às onomolios
vos
---:. - - -i| ull,,. ( Ull-: -r Universiiy Press'
Fonte: Houghion ei o . (199ó). Com permissôo do Combridge
: J-: .: ltfcr.ltLlrJ: l-:J-
:_:r .1. .lUntcnIJr]:. : -
rossóis troposféricos. Todavia, as relações ainda
setentrionais apresentadas na Figura 13'11' as
-- .ll: f cl', tllcn,,. - .--
náo foram determinadas adequadamente'
médias para L970-1984 foram geralmente-me-
í::. - llll'.11'.1!-irr çoll. ;- - As alteraçoes na precipitação são muito .ro.., qr.507o das de 1950-1959, com déficits
tirit,.1t.1s lltri\it11as d,-r : _
mais difíceis de caracÍet\zar. Desde 1900 hou-
durante 1981-1984 iguais ou maiores do que
de
iL.,llntetlte do aunt. os da desastrosa seca do começo da década
:
ve um aumento geral na precipitaçáo a norte de
: a- a :.

1970. Os déficits continuaram na década de


I : ...1ic/.lir,lt \ÇI -: - aproximadamente 30'N. Em comparação, desde
r.-. - -]c (tcito e\tulJ r - - 1990, e sugere-se que a seca severa esteja rela-
i der^du de 197 O,houve reduções sobre grande
parte dos trópicos e subtrópicos' Todavia, esses cionada co=m o enfraquecimento da corrente de
aspectos gerais mascaram as fortes variações sa-
zoÍtais, regionais e temporais. Como um exem- 20'N
plo dessa complexidade, a Figura 13'10 mostra o
! 15'N
variações na p;ecipitação tropical e subtropical - Sudão

6 1 0'N
sobre áreas cóntinentais até a metade da década J

de 1990. Desde a metade do século XX' as re-


5'N
i
duções na precipitação predominam em grande
. .,4 paite da regiao da África Setentrional ao Sudes- 0

ie Asiático e Indonésia mais a leste' Muitos dos 2

episódios secos sáo associados a eventos de El


úiRo. A. regiões equatoriais da América do Sul
e da Austrtlásia também apresentam influên-
-2
cias do ENSO. A lrea das monções indianas
L U
tem períodos mais úmidos e mais secos; os pe-
ríodÀs mais secos são evidentes no começo do
século XX e durante o período 196l-1990' I-;grr rssr 1961 1971 1981 1 991

Como mais um exemplo dessa complexida-


Figuro 13.11':rioqÔes no pluviosidcde]porcenio-
de, os registros da África Ocidental para o sécu-
gà o. ..,.. or-oodrÕo) duronte l90l l99B poro os
lo XX (Éigura 13.11) mostraÍn uma tendência ,'ono, a""" o-Sooro, Sohel e Sudóo no ÁÍrico oci
4
de anos úmidos e secos ocorrerem em séries de ""
dentol. Sôo rrostrodos os posiçóes médios do
Covodo
até 10 a 18 anos. Foram observadas mínimas de
1952-
N.4onsônlco (CirÁ) no norte do Nigério duronte
.-- - :rpresso con-o l-:
: -:,t: entes poro cc :- l precipitaçáo nas décadas de 1910, 1940 e após I 958 e em 1972 (ono de El Niõo)'
3) Coriesio de Ameri
iSOg,.o- anos úmidos intervenientes, em toda Fonie: Nlcholson (2000, p 2630,Íig
zonas con Meteorologicol SocietY'
a África Ocidental subsaariana' Nas duas
i.15 r----:i: : 1-:ceCiinro

iafo üopical de leste e a limitada penetraçâo ao danças em períodos maiores. por exemplo,
norte do escoamento monsônico oeste_africano os anteriores); r
invernos têm sido mais úmidos desde 1gã0,
de sudoeste. Todavia, Sharon Nicholson atri_ em 1989 e 1990
comparaçáo com a parte anterior do registro.
bui as oscilações da precipitação à contração
As mudanças também dependem da eíaçâo
seco de 28 r
e expansão do núcleo árido do Saara, Grã-Bretant
e não às - enquanto a pluviosidade de inverno aumen_
mudanças norte-sul na margem do deserto. ríodo mais r
Na tou de 1960 ao final do registro, a precipitação
Austrália, as alterações na pluviosidade A Europa te'
estavam de verão diminuiu de modo geral ào longo'do
relacionadas a mudanças nalocalizaçâoe em2003 e2C
inten_
sidade de anticiclones subtropicais á
a modifi_
T.:To período. Os registros para estaçoãs in_
dividuais mostram que mesmo em distâncias Unidos, nas r
cações associadas na circulaçâo atmosférica. to notável ni
A relativamente pequenas pode haver diferencas
pluüosidade no inverno diminuiu no sudoeste peraturas m(
consideráveis na magnitude das anomalias,
da Austrália, enquanto a de verão total. Em
armertou ro e.m especial na direçâo leste_oeste
191
sudeste, particularmente depois de 1950. ao longo das
A re_ Ilhas Britânicas. intenso em r
giâo nordeste da AusLrá[ia apresenta oscilações comparável r
No final do século XX e começo do XXi,
decenais e grande variabilidade interanual. cias de um a
houve a extremos climáticos mais ireqrentes.
A Figura 13.12 ilustra as flutuações de in_ intensos (Cat
Por exemplo, a Grã-Bretanha passou poi
verno e verão na precipitação para a Inglater- várias
secas importantes durante esse períoào (1976,
ra e o País de Gales. Eíste ampla variabiiidade
1984, 1989-Í992 e 1995); sete períodos
interanual, e algumas mudançàs decenais frios
con_ severos ocorreram nos invernos entre
l97g e
CtIMÁ
sideráveis sâo evidentes. Também existem
mu_ 7987 (comparados com apenas três nos
40 anos Embora as er
de parte do
lnverno 100 anos e u
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E 300 global se car,
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-al 1 800 1 850 1 900 1 950 2000


Ano

tguro 13.12 Serietemoorol do precipitoçõo de inverno e verõo_(mm) poro


'-:---iÇ5. A o lngÍoterro e o poís de Goles,
hnho contínuo é um Íiltro qu" .rp.ir" uoioções
de
=rr:-3,-s.D.ConrcyondK.Briíio(1997,p.2004,Íig. =,l0 onos de duroçõo. Proncho 13.'l
lO.5).CompermissõodeRoulíedge,London.
Fonie: NASA irr::
CAPíTULO 13 Mudonços climóticos 447

anteriores); e várias tempestades intensas 1 987'


( longos (Figura 13.7)' Conforme já discutido, a
1989 e 1990) foram registradas O ciclo mais
variabilidade é bastante acentuada em escalas
seco de 28 meses (198S-1992) já registrado na regionais. As flutuações regionais e as {luttla-
Grà-Bretanha desde 1850 foi seguidtr |relo Pe- çõ-esglobais de curto prazo sáo consideradas
ríodo mais úmido de 32 meses do seculo XX' expreisões da variabilidade climática natural -
A Europa teve ondas de calor sem Precedentes um termo que permite a influência de forçantes
em 200ã e 2008 (ver Prancha 1 3 1 ) \os Estados radiativas que não sejam antropogênicas' E im-
Unidos, nas décadas recentes houve utt.t alllrlen- portante reúsar algumas das causas das flutua-
embutidas na tendência
to notável na variabilidade interatrual das tem- ções climáticas recentes
peraturas medias de inverno e clil ltrecipitaçáo geral de aquecimento global, antecipando uma
iotal. Em 1983, o fenÔmeno E1 \irio tbi o mais áiscussão mais concentrada sobre as mudanças
intenso em um século, seguido prrr Llm evento antropogênicas.
comparável em 1998; tat-ubenl e:'istetn evidên-
cias de um aumento na tr-equér'rci'l de turacões tr Mudqnços no circuloçáo
intensos(Categoria I e i Uma das causas imediatas das flutuações climá-
ticas é a variabilidade da circulação atmosferica
ENTENDENDO AS MUDANçAS global e regional, bem como os transportes de
CTIMATICAS RECENTES calor associados a ela. Nos primeiros 30 anos
do século XX, ocorreu um aumento acentuado
Embora as evidências sejan.r tbrte' '1e
qr-re gran-
últimos no vigor dos ventos de oeste sobre o Atlântico
de parte do aquecimento global 'it's
Norte, dos alísios de nordeste, das monções de
100 anos é uma resposta ao aulllellto llâs con-
veráo na Ásia Meridional e dos ventos de oeste
centraçÕes de gases cle efeito estuirt rla iltmosfe-
ra, vimos que a série temporal d'r tenlpet'atura no Hemisfério Sul (no veráo). Sobre o Atlânti-
global se caracteriza por flutuaÇocs etll escalas co Norte, essas mudanças consistiram de um
iemporais de interanual a decer.L'rl c' até mais aumento no gradiente de pressão entre a alta

/st, ,
)
.,1

t'1,
t_)tr

Anomalia dê temperatura supêdicial ('C)


2OOB
ffiil:r.:', ;.=il
.g,5 2,5 1,5 1 0,6 -0,2 0,2 0 6 1 1,5 2,5 3.5

Proncho 13.1 Temperoturos do or globol poro 2008'


gov/IODT/vlew php?1d=0óó99
Fonte: NASA lmogem de by Robert Slmmon hlip://eorthobservotory'noso

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