Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nota explicativa: O Plano Local de Ação Climática de Belo Horizonte foi financiado através de recursos de compensação ambiental
e desenvolvido pelo ICLEI - Governos Locais pela Sustentabilidade em parceria com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte.
Prefeitura de Belo Horizonte
A emergência climática tem sido um desafio para nossa sociedade, sobretudo pela necessidade
de construir ações urgentes para reduzir o avanço do aquecimento global e os impactos
econômicos e sociais dele derivados. Os governos locais são fundamentais para implementar
políticas públicas que enfrentem de forma colaborativa todos os riscos da crise do clima,
sendo que, para a construção de marcos institucionais e estruturas de governança no âmbito
dos municípios, uma das principais ferramentas preconizadas por diversos órgãos de fomento
é a implementação de Planos de Ação Climática (PLACs) que visem a mitigação das fontes de
emissão de GEE e adaptação às vulnerabilidades urbanas e sociais. Este é o trabalho que Belo
Horizonte apresenta agora, elevando o padrão de gestão climática da cidade e ajudando a
proteger o planeta, construído em conjunto pelo poder público, sociedade civil e academia,
a partir da articulação e coordenação do Comitê Municipal sobre Mudanças Climáticas e
Ecoeficiência (CMMCE).
Este PLAC apresenta a estrutura estratégica para tornar as ações e serviços da Prefeitura de Belo
Horizonte mais sustentáveis, reforçando os principais compromissos definidos anteriormente
pelo PREGEE – Plano de Redução das Emissões de GEE, com metas alinhadas ao objetivo do
Acordo de Paris de 2015, de limitar o aquecimento global a 1,5°C em comparação com os
níveis pré-industriais. O objetivo do PLAC-BH é reduzir as emissões de Belo Horizonte em 40%
até 2040 e alcançar emissões líquidas Zero até 2050 e, além disso, implementar ações para a
adaptação da cidade às consequências inevitáveis das emissões não mitigadas.
Mário Werneck
Secretário Municipal de Meio Ambiente
5
ICLEI - América do Sul
Belo Horizonte é um dos membros mais antigos do ICLEI, sendo associado desde 1993. Desde
então, busca participar ativamente da agenda climática, aderindo aos principais acordos
climáticos globais e se propondo a ser referência em sustentabilidade na região.
Belo Horizonte é nacionalmente reconhecida por sua ambição climática: conta com Inventário
de Emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) atualizado, Análise de Riscos e Vulnerabilidades
Climáticas, diagnósticos do consumo de energia e recursos hídricos e Plano de Redução das
Emissões de GEE (PREGEE). Agora, com o Plano de Ação Climática, dá mais um passo importante
rumo à neutralização de carbono.
A formulação do Plano Local de Ação Climática de Belo Horizonte foi um processo conjunto, de
construção coletiva, que aponta ações estratégicas para que a cidade enfrente a crise climática
e seus impactos adversos, minimizando as possíveis perdas materiais e imateriais causadas
por eventos climáticos extremos e fomentando o desenvolvimento sustentável. Além disso,
reforça e complementa as ações presentes no Plano de Redução de Emissões de Gases de
Efeito Estufa (PREGEE), reafirmando os esforços do município junto à Campanha Race to Zero.
O Plano Local de Ação Climática aqui apresentado está integrado com os demais instrumentos
de planejamento urbano e com outros importantes caminhos que fazem com que a cidade
trilhe rumo ao desenvolvimento sustentável e estabeleça Belo Horizonte num hall de poucas
cidades em conformidade climática no país.
Boa leitura!
Rodrigo Perpétuo
Secretário Executivo do ICLEI América do Sul
6
Lista de Abreviaturas e Acrônimos
ETEs - Estações de Tratamento de Esgotos PDCE - Projeto Defesa Civil nas Escolas
7
Lista de Abreviaturas e Acrônimos
8
Sumário
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 10
3. METODOLOGIA ........................................................................................................................ 14
4. PARTICIPAÇÃO ......................................................................................................................... 15
9. REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 65
9
Introdução
Neste contexto, a elaboração do Plano Local bens materiais e imateriais, causadas por
de Ação Climática de Belo Horizonte (PLAC- eventos climáticos extremos. O lançamento
BH) busca apontar os caminhos para a cidade do PLAC-BH mantém a cidade em posição
se adaptar aos efeitos da mudança do clima de destaque no enfrentamento da crise
para minimizar as possíveis perdas de vidas, climática, haja vista ser um instrumento
10
fundamental para que medidas de mitigação O PLAC-BH alinha-se ao Acordo de Paris,
e adaptação sejam implementadas e o objetivando a neutralização das emissões de
desenvolvimento urbano sustentável da GEE até o ano de 2050, realiza uma análise
cidade seja fortalecido. territorial inter e multissetorial e define metas
ambiciosas, planejando ações e indicadores
É imperioso destacar o compromisso de para o seu cumprimento e monitoramento. O
Belo Horizonte com o desenvolvimento PLAC-BH também aborda a justiça climática,
sustentável ao longo das últimas décadas e buscando distribuir de maneira mais
que o PLAC-BH se apresenta como mais um equitativa os ônus da emergência climática,
instrumento dentro da rede de políticas e resguardando parcelas da população em
programas já desenvolvidos no município. maior situação de vulnerabilidade.
11
2. Contexto Local
12
da cidade e nem ações específicas climática, e a criação de Centro
para a redução de vulnerabilidades Educativo em Sustentabilidade no
climáticas e promoção de adaptação Centro de Línguas, Linguagens,
e resiliência para enfrentar eventos Inovação e Criatividade (CLIC).
extremos.
• Política de Mudança Climática e
• Análise de Vulnerabilidade às Mu- Qualidade do Ar (em tramitação):
danças Climáticas (2016): a análise atualiza a Política Municipal de
considerou dois cenários: um para Mitigação dos Efeitos da Mudança
o ano de 2016 e outro de projeções Climática, incluindo diretrizes como:
para o ano de 2030, sendo avaliados redução da emissão GEE, promoção
os potenciais riscos climáticos de inun- de soluções baseadas na natureza
dações, deslizamentos, doenças trans- (SbN), integração do desenvolvimento
missíveis (dengue) e ondas de calor, urbano, social e ambiental e adoção
definidos em conjunto entre as Secre- de critérios de sustentabilidade na
tarias Municipais, a partir do nível de aquisição de bens e contratação de
ocorrências históricas observadas. serviços.
13
• Plano Municipal de Gestão Integrada 3. Metodologia
de Resíduos Sólidos (2017)
• Procedimento de Manifestação de
Interesse - PMI Energias Renováveis
(2021)
14
De forma
Figura 4: Metodologia Green Climate Cities (GCC).
complementar à
metodologia, o PLAC-
BH utiliza como
base as premissas
orientadoras do ONU-
Habitat para os Planos
de Ação Climática,
que devem ser
ambiciosos, inclusivos,
justos, abrangentes,
integrados, relevantes,
viáveis, baseados
em evidências,
transparentes e
verificáveis (ONU-
HABITAT, 2015).
O desenvolvimento do
PLAC-BH estruturou-
se conforme mostra
a Figura 5. Para mais
detalhes metodológicos
de cada uma destas
etapas, consultar o
relatório completo do
Fonte: ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, 2022. PLAC-BH.
MAPEAMENTO DE ATORES
INTERESSADOS E ESTRATÉGIA VALIDAÇÃO DAS AÇÕES
2 6
DE MOBILIZAÇÃO E COMUNICAÇÃO
LEVANTAMENTO DE CONSOLIDAÇÃO
4 AÇÕES CLIMÁTICAS 8 DO PLAC
15
4. Participação
Oportunidades
Houve cerca de 30 oportunidades de participação, entre reuniões, oficinas e formulários.
Nelas, estão incluídas as 6 oficinas e reuniões participativas para levantamento, priorização,
discussão e validação das ações.
Participação
O desenvolvimento do PLAC-BH contou com 481 participações no total.
Mulheres
57.4% Homens
42.6%
Ações
A partir das contribuições, foram priorizadas 16 ações, separadas nos eixos do PLAC.
Um dos resultados principais do processo de priorização das ações com base nos cinco
participativo foi a definição de 3 eixos caminhos do ICLEI: desenvolvimento de
estratégicos para o PLAC-BH: Mais Vozes, baixo carbono; desenvolvimento baseado
Menos Desigualdades; Mais Vida, Menos na natureza; desenvolvimento equitativo
Vulnerabilidade; e Mais Verde, Menos e centrado nas pessoas; desenvolvimento
Emissões. Também foi pelo processo resiliente; e desenvolvimento circular.
participativo que foram escolhidos os critérios
16
5. Plano Local de Ação Climática de Belo
Horizonte (PLAC-BH)
Este eixo busca inserir o conceito de justiça servidores públicos também são importantes
climática nas discussões municipais, para que, dessa forma, eles possam atuar
vinculando os direitos humanos e o como multiplicadores de conhecimento
desenvolvimento para alcançar os direitos dentro de órgãos e secretarias da cidade,
da população mais vulnerável aos efeitos e, assim, fomentar a formação do olhar
adversos da mudança do clima (MRF, 2022). climático no processo de formulação de
novos planos, programas e projetos.
A fim de garantir uma menor exposição
ao risco climático em populações mais As ações propostas visam a integração das
vulneráveis, é essencial que haja uma populações mais vulneráveis à mudança
ampla participação e escuta de atores locais do clima nas discussões, objetivando
diversos, uma vez que a própria população um desenvolvimento equitativo que leva
é quem mais compreende as problemáticas em consideração as necessidades das
locais, podendo apontar quais são os riscos populações mais expostas a riscos climáticos,
já existentes, e quais possuem uma maior que, normalmente, apresentam maiores
probabilidade de se materializar. índices de vulnerabilidade social, trazendo
uma abordagem mais justa para se tratar da
Cabe destacar que atividades destinadas aos mudança do clima.
17
Ação 1:
Elaborar e implementar um Plano Contínuo de Comunicação Social e Educação Ambiental sobre
Mudança Climática, reforçando os espaços de comunicação já existentes.
Contextualização
Descrição
Órgãos de apoio
SMAICS, SMDE, SMED, SLU, FPMZB, SMFA e URBEL.
Cobenefícios
Educação ambiental, Governança Climática.
18
Subações
Metas
Prazo
Curto prazo - 2025.
Indicadores
ODS
Relacionados
19
Ação 2:
Estruturar um Plano de Governança Climática.
Contextualização
Descrição
Órgãos de apoio
SUDECAP, URBEL, SLU, SMOBI, SMPU, SMGO, SMPOG e BHTrans.
Cobenefícios
Fortalecimento da governança climática.
20
Subações
1. Com apoio da Secretaria de Meio Ambiente, tanto em escala municipal, quanto na Região
capacitar técnicos de todas as secretarias Metropolitana;
municipais e autarquias para identificação da
interseção da pauta climática com a agenda 3. Realizar, bienalmente, a Conferência
específica de suas secretarias, propondo Municipal do Clima, em diferentes
caminhos para que a pauta climática seja localidades do município, para promover o
considerada em maior profundidade em amplo debate sobre a emergência climática
planos e programas, aumentando a sinergia e suas conexões com as desigualdades de
entre os setores e multiplicando benefícios gênero, raça e classe, dando atenção às
da ação climática; necessidades especiais de pessoas com
deficiência, idosos e crianças, e fomentando
2. Realizar oficinas e workshops voltados a participação de comunidades indígenas e
para a integração das secretarias, troca de quilombolas, bem como alunos e professores
experiências e alinhamento de projetos, da rede municipal de ensino.
Metas
Prazo
A partir de 2024.
Indicadores
ODS
Relacionados
21
Ação 3:
Instituir um Painel de Monitoramento de Indicadores Climáticos.
Contextualização
O município de Belo Horizonte conta com obtidos pela Prefeitura em seus programas.
um conjunto diverso de indicadores para Destaca-se que a parceria entre o poder público
monitoramento da qualidade de vida, como o e as principais universidades e centros de
Índice de Vulnerabilidade da Saúde de 2012, os pesquisa do município, através do Observatório
indicadores da Política Municipal Intersetorial do Milênio, poderá fomentar a elaboração
para Atendimento à População em Situação de metodologias para monitoramento dos
de Rua de 2017, o Índice de Qualidade de Vida indicadores climáticos.
Urbana (IQVU), atualizado em 2016, o Sistema
Local de Monitoramento de Indicadores dos Além desses indicadores, também é
Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e interessante considerar o Índice Mundial da
os resultados do monitoramento da qualidade Felicidade, publicado pela Rede de Soluções
de nascentes e áreas do programa “Adoro BH”. de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que
possui como variáveis a expectativa de vida, a
Nesse contexto, um Painel de Monitoramento confiança no governo, a renda média, o apoio
de Indicadores Climáticos se apresenta social, a generosidade e a liberdade. Com isso,
como uma forma de garantir a integração, é medida a satisfação das pessoas com a vida e
a organização e a transparência dos dados o ambiente em que vivem.
Descrição
22
Órgãos de apoio
SMPOG, BELOTUR, SMC, SMPU e FPMZB.
Cobenefícios
Satisfação cidadã na vivência urbana, melhoria da qualidade de vida e bem-estar.
Subações
Metas
Prazo
Médio prazo - 2030.
Indicadores
ODS
Relacionados
23
Ação 4:
Fortalecer a utilização do critério de justiça climática na concepção de novos projetos de
infraestrutura.
Contextualização
Descrição
Por meio dessa ação, busca-se fortalecer de novos projetos de infraestrutura que tem
a utilização do critério de justiça climática, como objetivo garantir a redução da injustiça
associado aos resultados obtidos pela Análise de climática.
Vulnerabilidade do município, na implantação
Eixos relacionados
Mais Vida, Menos Vulnerabilidade.
Órgão líder
SMOBI
Órgãos de apoio
SUDECAP, SMMA, SMFA, URBEL, SMPU e SMPOG.
Cobenefícios
Melhoria da qualidade de vida e bem-estar de populações mais vulneráveis.
24
Subações
Metas
Formar o Grupo de Estudos até 2024; Desenvolver e disponibilizar a metodologia
para o acompanhamento da adaptação e
Formar o comitê técnico-popular até 2024; mitigação dos projetos até 2025;
Prazo
Médio prazo - 2030.
Indicadores
ODS
Relacionados
25
Ação 5:
Promover o Turismo Sustentável e Comunitário.
Contextualização
Descrição
Esta ação tem como objetivo apontar caminhos só para atrair turistas e movimentar a economia
para a promoção do turismo sustentável e da capital, mas também como ferramenta de
comunitário, e contribuir para o Plano de educação ambiental, capacitação e redução de
Destino Turístico Inteligente a ser finalizado desigualdades históricas.
pela PBH de maneira que este seja utilizado não
Eixos relacionados
Mais Vozes, Menos Desigualdade
Órgão líder
BELOTUR
Órgãos de apoio
SMDE, SMC, SLU, SUDECAP, FPMZB, SMEL e SMASA
Cobenefícios
Geração de emprego e renda e Educação ambiental.
26
Subações
Metas
Implementar 4 projetos de preservação Realizar, no mínimo, 4 novos eventos
cultural, histórica e ambiental até 2030; gastronômicos, de forma sazonal, e culturais,
de forma anual, em diferentes regionais a
Capacitar no mínimo 10 trabalhadores do partir de 2024.
turismo em sustentabilidade e mudança
climática ao ano até 2024;
Prazo
Médio prazo - 2030.
Indicadores
ODS
Relacionados
27
5.2. EIXO MAIS VIDA, MENOS VULNERABILIDADE
28
Ação 1:
Estruturar e Promover Ações Territoriais.
Contextualização
Descrição
29
Eixos relacionados Órgão líder
Todos SMMA
Órgãos de apoio
SMPU, SMDE, BELOTUR, BHTrans, SUMOB e SMOB.
Cobenefícios
Capilarização da ação climática no município e promoção da justiça climática.
Subações
Metas
Assegurar recursos financeiros para Lançar, no mínimo, dois relatórios: um em
realização da primeira seleção de Projetos 2030 (consolidando resultados de curto
Climáticos de Pequena Escala até 2025; e médio prazo) e outro em 2050 (para
resultados de longo prazo).
Realizar, no mínimo, 18 Projetos Climáticos
de Pequena Escala até 2030 e 60 projetos até
2050, envolvendo sociedade civil, terceiro
setor e iniciativa privada; Prazo
Longo prazo - 2050.
Indicadores
ODS
Relacionados
30
Ação 2:
Fortalecer o sistema de prevenção de risco e desastre considerando o enfoque nos eventos
climáticos extremos.
Contextualização
Os eventos com maiores impactos, geralmente, três principais eixos: assistência e assessoria
estão nas áreas de maior vulnerabilidade social técnica, Intervenção em Assentamentos de
da cidade, com menor acesso à infraestrutura Interesse Social e Provisão Habitacional.
adaptada aos eventos extremos, vivenciando, Nestes eixos, a Prefeitura realiza programas
assim grandes perdas, tanto materiais, específicos como os de Produção Habitacional,
quanto de vidas. Essa distribuição desigual Remoção e Reassentamento e o Programa de
da vulnerabilidade climática é observada Financiamento de Material e Mão de Obra.
na Análise de Vulnerabilidade às Mudanças De forma a subsidiar a atuação da Política, o
Climáticas, de 2016, com projeção para 2030. município de Belo Horizonte desenvolveu seu
Plano Local de Habitação de Interesse Social,
O Plano preventivo de Defesa Civil e ou Plano revisado no ano de 2015, no qual apresenta
de Contingência para Enfrentamento de diagnósticos e estratégias de ação.
Desastres no município de Belo Horizonte
(2021-2022) define ações de prevenção, O Plano Diretor de Belo Horizonte, Lei
mitigação, preparação, resposta e recuperação 11.181/2019, aponta diretrizes para erradicar
utilizados pelo município quando há ocorrência a ocupação irregular de áreas com fragilidade
de eventos extremos. Porém, ele não prevê a ambiental por meio da definição de
necessidade de resposta específica em cenário zoneamentos específicos, identificação áreas
crise do clima e o consequente aumento da sujeitas a inundação e demais risco, além de
frequência de eventos climáticos extremos. benefícios, por instrumentos urbanísticos
A Política Municipal de Habitação atua em voltados à Produção Habitacional.
Descrição
Esta ação tem como objetivo principal o pela Prefeitura e necessidade de destinação
fortalecimento do sistema de prevenção de de maiores recursos orçamentários para
risco e desastre com vistas a salvar vidas a implantação de infraestruturas urbanas,
humanas e de animais ameaçados pela em especial aquelas voltadas à habitação
potencial ocorrência de eventos extremos. e saneamento básico em áreas de grande
ocupação humana e significativo risco
Nesses eventos, destacam-se aqueles geológico.
de precipitação intensa, que acarretam
inundações e deslizamentos, mas também Neste sentido, é relevante priorizar os bairros
aqueles referentes a ondas de calor e períodos de risco climático crítico (conforme Análise
de seca. de Riscos e Vulnerabilidades Climáticas
desenvolvida em 2016), como, por exemplo,
Para este fortalecimento, ressalta-se os mas não restrito a: Nossa Senhora da
programas de reassentamento imediato de Conceição, Marçola, São Bernardo, Granja de
famílias em maior situação de risco realizados Freitas e Confisco.
31
Órgãos de apoio Cobenefícios
URBEL, SMPU, SMPOG e SMSP. Promoção de saúde e bem-estar.
Subações
Metas
Implementar a governança de redução de Manter ações contínuas de remoção e
risco, com a criação do comitê e grupo de reassentamento com todas as famílias
trabalho até 2023; assistidas pela Política Municipal de
Habitação que moram em áreas de alto risco
Reforçar o plano preventivo de defesa de deslizamento e inundação;
civil para Enfrentamento de Desastres no
município de Belo Horizonte até 2023; Reduzir o déficit habitacional de famílias
assistidas pela Política Municipal de
Atualizar a Análise de Riscos e Vulnerabilidade Habitação, controlando a ocupação de áreas
Climática e o Plano Local de Habitação de de risco de deslizamento e inundação;
Interesse Social até 2024;
Realizar campanhas de sensibilização
Priorizar obras de infraestrutura para em todos os processos de remoção e
redução de riscos em áreas de alta reassentamento realizados.
vulnerabilidade até 2030;
Prazo
Longo prazo - 2050.
32
Indicadores
ODS
Relacionados
Ação 3:
Elaborar e implementar uma Política Municipal de Segurança Hídrica.
Contextualização
A segurança hídrica está relacionada à Belo Horizonte é avaliada nesse Índice com
disponibilidade de água doce em qualidade níveis médio e baixo, apresentando risco
e quantidade suficiente para que sejam de desabastecimento tanto para consumo
atendidos os usos múltiplos da água, sendo humano quanto para atividades produtivas.
um fator fundamental para a resiliência
climática do território, dado que se relaciona O Plano de Segurança Hídrica da Região
à adaptação a eventos extremos, como secas Metropolitana de Belo Horizonte está em
prolongadas e desastres, e às condições de elaboração pelo Governo do Estado de Minas
manutenção da higiene da população. Gerais, por meio da Agência RMBH, e tem
como objetivos subsidiar a gestão de recursos
O Plano Nacional de Segurança Hídrica, lançado hídricos na região, definir áreas prioritárias
em 2019, estabelece o Programa Nacional de com vistas à segurança hídrica, propor banco
Segurança Hídrica, que reúne investimentos de projetos e propor um plano de comunicação,
estratégicos, e o Índice de Segurança Hídrica, mobilização e educação ambiental. O Plano
que agrega quatro dimensões (humana, engloba também as bacias dos rios das Velhas,
econômica, ecossistêmica e de resiliência) para Paraopeba e Pará, dada sua influência no
caracterizar os níveis de segurança hídrica abastecimento do município.
em todo o Brasil. A Região Metropolitana de
33
Descrição
Órgãos de apoio
SMOBI, SMPU, SMSA, FPMZB e SLU.
Cobenefícios
Fortalecimento da segurança alimentar e da biodiversidade, promoção da saúde e o bem-
estar.
Subações
34
Metas
Desenvolver o estudo de pegada hídrica Assegurar que as propostas de intervenção
municipal até 2024; em fundo de vale sejam baseadas em
premissas ambientais e climáticas,
Recuperar e proteger, no mínimo, 18 estabelecendo a desejável trama azul e verde
nascentes até 2025 e 36 nascentes até 2030; no território e a manutenção dos córregos
em leito natural;
Implementar 5 novos bebedouros públicos
ao ano até que todos os bairros estejam Emitir diretrizes para recuperação ambiental
atendidos; para todas as conexões ambientais no
município, até 2030;
Atender a todas as demandas para a
manutenção do título de Patrimônio Cultural Realizar a recuperação ambiental dos rios da
da Humanidade da Lagoa da Pampulha até cidade até 2050.
2030;
Prazo
Longo prazo - 2050.
Indicadores
ODS
Relacionados
35
Ação 4:
Fortalecer a Política Municipal de Apoio à Agricultura Urbana.
Contextualização
Descrição
Esta ação visa fortalecer a atuação da Política renda e promoção da segurança alimentar e
Municipal de Apoio à Agricultura Urbana, com nutricional das famílias. Ademais, a produção
enfoque em famílias em situação de maior de alimentos na área urbana diminui a
vulnerabilidade socioeconômica, a partir da necessidade de grandes deslocamentos na
ampla divulgação do programa, capacitação cadeia de suprimentos, diminuindo a emissão
técnica promoção da participação de pequenos de gases de efeito estufa do sistema alimentar
produtores em feiras agroecológicas já municipal. Além disso, as hortas urbanas
realizadas pela Prefeitura, entre outros. colaboram na captura de CO2eq e na redução
de ilhas de calor da cidade, em especial
Dessa forma, busca-se contribuir com a naquelas unidades produtivas que possuem
preservação e restauração da biodiversidade Sistema Agroflorestal.
e dos ecossistemas locais, com a geração de
36
Eixos relacionados Órgão líder
Todos SMASAC e SUSAN.
Órgãos de apoio
SMMA, SLU, SMPU, SMED, SMPOG, FPMZB e SMFA.
Cobenefícios
Geração de renda, promoção da saúde e revitalização de vazios urbanos e utilização
bem-estar, proteção da biodiversidade, de resíduos orgânicos na produção de
conservação e recuperação de nascentes, compostos e fertilizantes naturais.
permeabilização e enriquecimento do solo,
Subações
Metas
Desenvolver um Programa de Apoio ao Implementar 8 novas Unidades Produtivas
Jovem Produtor até 2024; Coletivas Comunitárias, por ano;
37
Prazo
Médio prazo - 2030.
Indicadores
ODS
Relacionados
Ação 5:
Adotar Soluções baseadas na Natureza e priorizar os espaços de passagem da Trama Verde-Azul.
Contextualização
O termo Soluções baseadas na Natureza (SbN) consumo de água, de energia, das emissões
foi cunhado pela União Internacional para a atmosféricas e da geração de resíduos
Conservação da Natureza para definir um sólidos, além de alternativas de reciclagem e
conceito guarda-chuva que inclui abordagens de reaproveitamento dos resíduos gerados.
para a restauração e conservação de Essa certificação, portanto, possui uma
ecossistemas, serviços de adaptação climática, possibilidade de complementação, no
infraestrutura natural, gerenciamento de contexto da implantação de SbN.
recursos naturais, entre outras (IUCN, [s.d]).
Nesse contexto, Belo Horizonte vem se Todos os projetos de infraestrutura,
consolidando como referência para o Estado parcelamento do solo, requalificação de
de Minas Gerais e para o país, ao traçar fundos de vale e de áreas degradadas, além
iretrizes de SbN como política através do da urbanização integrada de áreas de especial
Plano Diretor aprovado em 2019. interesse social, desenvolvidos tanto pelo
poder público como pela iniciativa privada,
O município de Belo Horizonte também sejam orientadas pelas diretrizes da trama
possui um Programa de Certificação em verde azul, com parâmetros fundamentados
Sustentabilidade Ambiental, o Selo BH no estabelecimento de vegetação e na
Sustentável, destinado aos empreendimentos preservação dos recursos hídricos no aspecto
que adotarem medidas como redução do quantitativo quanto qualitativo.
38
Descrição
Órgãos de apoio
SMOBI, SMPU, FPMZB e SUDECAP.
Cobenefícios
Promoção do bem-estar, fortalecimento minimização dos impactos negativos das
da biodiversidade, valorização do inundações e riscos de desastres.
conhecimento dos povos originários e
Subações
39
Metas
Instalar, até 2030, 60 novos sistemas Implementar 4 projetos de requalificação
de microdrenagem sustentáveis para Ambiental até 2030;
controle na fonte, complementarmente
à implantação de jardins de chuva, em Realizar 2 projetos de macrodrenagem até
bacias com situação crítica de ocorrência de 2050.
desastres hidrológicos;
Prazo
Longo prazo - 2050.
Indicadores
ODS
Relacionados
40
5.3. EIXO MAIS VERDE, MENOS EMISSÕES
Este eixo, em consonância com o Plano A árvore, além de oferecer a melhoria das
de Redução de Emissões de Gases de condições do microclima, possui uma dupla
Efeito Estufa (PREGEE), se refere a ações atuação para a redução do impacto das chuvas
direcionadas na redução de emissões, extremas. Seu tronco e sua copa atuam como
porém, também voltadas para a adaptação barreiras físicas para inundações, reduzindo
climática e melhoria da qualidade de vida da a velocidade da água, enquanto suas raízes
população do município. são capazes de aumentar e melhorar a
capacidade e qualidade de drenagem da
As áreas de interesse e proteção ambiental, água (MASCARELLO et al, 2017). Por isso, a
como as áreas verdes são importantes arborização urbana contribui diretamente
para a captura de gases de efeito estufa para reduzir o desafio imposto ao sistema
na atmosfera, redução de gases poluentes de drenagem durante as chuvas extremas
e para a adaptação aos efeitos adversos e é um importante elemento na redução de
da mudança do clima, estando ligadas inundações.
diretamente a estratégias de redesenho
urbano a fim de aumentar a capacidade Desse modo, a vegetação é um ponto
de resiliência frente a ocorrência de chave para a ação climática e a melhoria da
eventos extremos. A presença de árvores qualidade de vida da população. Além disso,
e de vegetação expressiva nas cidades, de as áreas de interesse e proteção ambiental
forma adequada, auxilia na amenização também são importantes para manter o
da temperatura, do clima local, possibilita equilíbrio da biodiversidade e o bem-estar de
o aumento da umidade do ar, além de animais silvestres que habitam nas cidades,
propiciar maior permeabilidade do solo. como corujas, papagaios, macacos e insetos.
Tais animais se abrigam em áreas verdes
por encontrarem um ambiente mais fresco e
seguro para sua permanência.
41
Ação 1:
Reduzir o passivo ambiental do município.
Contextualização
O município de Belo Horizonte convive com Em relação aos passivos gerados pelo Aterro
diversos desafios relacionados a passivos Sanitário Municipal, foi elaborado o Plano de
ambientais. Por exemplo, segundo o Manejo da CTRS BR 040, apresentando um
Inventário de Áreas Contaminadas de Minas diagnóstico das áreas do aterro e propondo
Gerais de 2021, realizado pela FEAM, cerca de intervenções para sua requalificação. Além
40% das áreas contaminadas e reabilitadas do disso, o Projeto Montes Verdes, iniciado em
Estado estão localizadas nas Regiões Central e 2016, apresenta ações de recuperação de áreas
Metropolitana de Belo Horizonte. degradadas, com um trabalho piloto na região
da Serra do Engenho Nogueira. Nele, foram
Em 2016, foi iniciado um trabalho de identificadas metodologias de fácil replicação
recuperação da qualidade da água da Lagoa e expansão para demais áreas do município.
da Pampulha, que atingiu os parâmetros para
enquadramento na Classe 3 no fim do ano. Porém, mesmo possuindo um ferramental
Porém, a lagoa necessita de manutenção e diverso para atuação na redução do seu
controle constantes, devido à poluição difusa e passivo ambiental, o município não possui
ao lançamento de resíduos. uma normativa específica para ela na cidade.
Descrição
Eixos relacionados
Mais Vida, Menos Vulnerabilidade
Órgão líder
SMMA
Órgãos de apoio
SMPU, SMOBI, SMDE, SLU, SUDECAP, URBEL, Prodabel e FPMZB
42
Cobenefícios
Qualificação de espaços de interesse ambiental, de lazer e bem-estar à população.
Subações
Metas
Realizar o levantamento e mapeamento dos Reduzir em 20% os passivos ambientais até
passivos existentes no município até 2025; 2030 e em 75% até 2050.
Prazo
Longo prazo - 2050.
Indicadores
ODS
Relacionados
43
Ação 2:
Universalizar a Arborização Urbana através da ampliação da arborização das vias e dos espaços
públicos de Belo Horizonte.
Contextualização
A arborização urbana traz diversos benefícios, tratamos de mobilidade ativa, para a qual a
como o fortalecimento da biodiversidade local, vegetação cumpre um importante papel na
melhoria dos índices de umidade, melhoria criação de ambientes amenos para trajetos
da qualidade do ar, redução das ilhas de calor, a pé e de bicicleta. O Plano de Mobilidade de
entre outros. A Prefeitura de Belo Horizonte Belo Horizonte (PlanMob) traz medidas de
dispõe de um sistema de cadastramento de curto, médio e longo prazo, até 2030, além de
indivíduos arbóreos presentes na capital, ações permanentes. Dentre as ações presentes
sendo um processo que se iniciou em 2011, no Plano, apenas uma trata do tema específico
que, no entanto, precisa ser rediscutido, de arborização, sendo um ação para gestão da
evolutivamente, tanto quanto à necessidade vegetação em canteiros centrais para evitar
de adaptação à plataforma em uso atual, possíveis acidentes de trânsito.
quanto no âmbito de seu gerenciamento
para a criação de procedimentos de revisão Belo Horizonte ainda mantém o título de
e complementação de informações. Sendo “Cidade Jardim”, recebido nas primeiras
um processo extensivo, o inventário traz o décadas de existência dada a expressividade
levantamento dos indivíduos arbóreos no de suas áreas verdes e vasta arborização
que diz respeito a espécies, localização, viária, o que constitui identidade da cidade
características locacionais, físicas, estruturais, e patrimônio da população denotando a
interferências e anormalidades verificadas. necessidade de que a arborização existente
seja considerada como parâmetro de projetos
Bastante atrelada à arborização está a com vistas à minimização de supressões.
mobilidade urbana, principalmente quando
Descrição
Esta ação tem como objetivo promover o possível, em áreas apropriadas, optar pela
planejamento estratégico para o aumento da utilização de espécies frutíferas, contribuindo
cobertura vegetal no município. Nesta ação assim com a segurança alimentar do município.
deve-se privilegiar a utilização de espécies As atividades de arborização podem ser
nativas e selecionar aquelas de crescimento realizadas em parceria com o setor privado,
mais adequado para cada local de intervenção, como ação de compensação ambiental, e
de maneira a evitar danos à infraestrutura em parceria com escolas da rede municipal,
urbana já instalada, como calçadas, redes promovendo a educação ambiental infantil.
elétricas, entre outros. Além disso, quando
44
Cobenefícios
Melhoria da qualidade do ar e da poluição de inundação e melhoria da umidade do ar,
sonora, aumento do bem-estar, redução do amenização de ilhas de calor e aumento da
escoamento superficial das águas pluviais biodiversidade.
colaborando com mitigação dos fenômenos
Subações
Metas
Ampliar o quantitativo de árvores a serem Zerar a supressão ilegal de árvores no
plantadas anualmente para, no mínimo, 30 município até 2028;
mil a partir de 2023;
Desenvolver o Plano de Arborização Urbana
Inaugurar 8 mini-florestas até 2025, e 25 até até 2025;
2030;
Considerar vegetação no inventário de gases
Atingir 100% de arborização nas vias de efeito estufa a partir de 2024.
passíveis de recebê-la, até 2030;
Indicadores
ODS
Relacionados
45
Ação 3:
Proteger e fortalecer a biodiversidade local.
Contextualização
A perda de biodiversidade é uma das grandes uma maior sobrevivência de espécies animais
consequências da mudança climática, e vegetais.
com espécies vegetais e animais sendo
considerados em vias de extinção em ritmo Belo Horizonte possui um grande atuação
cada vez mais rápido, levando à disrupção dos dentro dos Planos de Ação Nacional para
ecossistemas em âmbito global. Para além da Conservação de Espécies Ameaçadas de
própria perda de biodiversidade, isto acarreta Extinção, com a conservação de espécies,
diversos outros problemas como, por exemplo, principalmente com a atuação do Zoológico
a produção de alimentos. Municipal. Os Planos de Ação Nacional são
instrumentos de gestão, que objetivam a
Por meio do Decreto Nº 17.986/2022, o priorização de ações voltadas à conservação e
município de Belo Horizonte instituiu o preservação da biodiversidade, estabelecendo
Corredor Ecológico Espinhaço-Serra do prazos para a realização de tais ações. Os PANs
Curral, sendo definidas zonas de proteção, são desenvolvidos de forma participativa pelo
manejo e de recuperação de forma a reduzir ICMBio.
a fragmentação dos ecossistemas e permitir
Descrição
Esta ação busca estruturar bases para identificação de medidas mais efetivas para
redução de danos a partir de parcerias entre sua proteção, de maneira atrelada a iniciativas
o poder público e universidade locais para o de educação ambiental, seguindo o princípio
levantamento e monitoramento de espécies de “conhecer para preservar”.
de fauna e flora presentes no município e
Subações
46
(ICMBIO 2017a, 2017b, 2018a, 2018b, 2018c, 5. Elaborar e implementar o Plano de Proteção
2018d, 2018e, 2019a, 2019b, 2022a, 2022b, da Serra do Curral;
2022c, 2022d) em parceria com o Jardim
Botânico e Zoológico Municipal; 6. Elaborar estudos técnicos para a
implementação de passagens de fauna e
3. Proteger e monitorar espécies de fauna e flora em áreas de conservação, parques
flora (terrestre e aquática), qualidade hídrica e demais áreas verdes cortadas por
do Corredor Ecológico Espinhaço-Serra do grandes vias, como os Parques Belvedere e
Curral e demais regiões, em parceria com Cercadinho;
demais municípios da RMBH e da qualidade
do ar, incluindo, mas não restrito a, material 7. Instalar meliponários (abelhas sem ferrão)
particulado e ozônio; e abrigos de insetos nos parques e praças
municipais, assim como priorizar o plantio
4. Trazer e adaptar os objetivos do Marco Pós- de vegetação atratora de polinizadores.
2020 de biodiversidade para o planejamento
e políticas do município, em especial ao
Plano Diretor;
Metas
Criar 5 novos pontos de monitoramento de Realizar estudos de passagens de fauna até
qualidade do ar, 5 de qualidade hídrica e 5 2030;
de poluição sonora, até 2030, ampliando
para 20 de cada até 2050; Iniciar o mapeamento de fauna e flora,
inventariar as espécies exóticas e invasoras e
Zerar a contaminação e poluição de corpos o monitoramento da qualidade das árvores
hídricos com influência do município até no município até 2030;
2050;
Instalar 3 meliponários e 5 abrigos de insetos
Implementar a gestão sustentável de todos até 2030, triplicando este valor até 2050.
os parques e remanescentes florestais do
município até 2050;
Prazo
Longo prazos - 2050.
Indicadores
ODS
Relacionados
47
Ação 4:
Priorizar e acompanhar ações de mobilidade com maior potencial de efetiva redução de emissões
de GEE.
Contextualização
O Plano de Redução das Emissões de Gases Usual (BAU), que considera a manutenção das
de Efeito Estufa de Belo Horizonte (PREGEE) atividades emissoras sem realizar as ações
apresenta um conjunto de ações e metas a levantadas pelo Plano; e o cenário de redução
serem atingidas pelo município promovendo a de emissões, considerando a realização das
redução de suas emissões até 2050. ações propostas e cumprimento das metas.
O eixo de mobilidade se destaca, sendo o
No Plano são apresentadas análises para três eixo com a maior potencialidade de redução
eixos: mobilidade, saneamento e resíduos e das emissões quando comparado às demais
energia, por meio da apresentação de análise emissões do município. Este eixo apresentou
de projeções de emissões de gases de efeito maior foco em propostas para o setor do
estufa (GEE) a partir do cenário Business as transporte terrestre.
Descrição
Esta ação tem como objetivo o fortalecimento (PREGEE), em especial as ações do seu eixo de
da atuação do Plano de Redução das Emissões mobilidade, que possuem os maiores potenciais
de Gases de Efeito Estufa de Belo Horizonte de redução de emissões no município.
Eixos relacionados
Todos
Órgão líder
SMMA.
Órgão de apoio
BHTrans, SMOBI, SMPU e SUDECAP.
Cobenefícios
Melhoria da qualidade do ar, promoção da saúde pública e desenvolvimento tecnológico.
48
Subações
Metas
Implementar as ações com maior potencial Reiteram-se válidas as metas do PREGEE.
de mitigação até 2050;
Prazo
Longo prazos - 2050.
Indicadores
ODS
Relacionados
49
Ação 5:
Priorizar e acompanhar ações de saneamento/resíduos com maior potencial de efetiva redução de
emissões de GEE.
Contextualização
O Plano de Redução das Emissões de Gases Usual (BAU), que considera a manutenção das
de Efeito Estufa de Belo Horizonte (PREGEE) atividades emissoras sem realizar as ações
apresenta um conjunto de ações e metas a levantadas pelo Plano; e o cenário de redução
serem atingidas pelo município promovendo a de emissões, considerando a realização das
redução de suas emissões até 2050. ações propostas e cumprimento das metas. As
ações propostas para o eixo de saneamento/
No Plano são apresentadas análises para três resíduos apresentam maior potencial de
eixos: mobilidade, saneamento e resíduos e redução de emissões, quando comparado com
energia, por meio da apresentação de análise o seu cenário BAU. As ações propostas estão
de projeções de emissões de gases de efeito bastante atreladas à educação e sensibilização
estufa (GEE) a partir do cenário Business as ambiental e mudança de hábitos.
Descrição
Esta ação tem como objetivo o fortalecimento (PREGEE), em especial as ações do eixo de
da atuação do Plano de Redução das Emissões saneamento e resíduos do plano.
de Gases de Efeito Estufa de Belo Horizonte
Eixos relacionados
Todos
Órgão líder
SMMA.
Órgão de apoio
SLU, SMASAC, SMSA, SMPU, COPASA, SUDECAP.
Cobenefícios
Melhoria da qualidade do ar, promoção da saúde pública e desenvolvimento tecnológico.
50
Subações
Metas
Implementar as ações com maior potencial Reiteram-se as metas do PREGEE.
de mitigação até 2050;
Prazo
Longo prazos - 2050.
Indicadores
ODS
Relacionados
51
Ação 6:
Priorizar e acompanhar ações de energia com maior potencial de efetiva redução de emissões de
GEE.
Contextualização
O Plano de Redução das Emissões de Gases Usual (BAU), que considera a manutenção das
de Efeito Estufa de Belo Horizonte (PREGEE) atividades emissoras sem realizar as ações
apresenta um conjunto de ações e metas a levantadas pelo Plano; e o cenário de redução
serem atingidas pelo município promovendo a de emissões, considerando a realização das
redução de suas emissões até 2050. ações propostas e cumprimento das metas.
O eixo de energia possui a menor parcela de
No Plano são apresentadas análises para três contribuição de redução de emissões, porém,
eixos: mobilidade, saneamento e resíduos e apresenta importantes ações e potenciais de
energia, por meio da apresentação de análise longo prazo para a cidade com o incentivo
de projeções de emissões de gases de efeito da geração e utilização de energias limpas e
estufa (GEE) a partir do cenário Business as renováveis.
Descrição
Esta ação tem como objetivo o fortalecimento (PREGEE), em especial as ações do eixo de
da atuação do Plano de Redução das Emissões energia do plano.
de Gases de Efeito Estufa de Belo Horizonte
Eixos relacionados
Todos
Órgão líder
SMMA.
Órgão de apoio
SMDE, CEMIG, SUDECAP, SMED, SMOBI e SUPLAN.
Cobenefícios
Melhoria da qualidade do ar, promoção da saúde pública e desenvolvimento tecnológico.
52
Subações
Metas
Implementar as ações com maior potencial Reiteram-se as metas do PREGEE.
de mitigação até 2050;
Prazo
Longo prazos - 2050.
Indicadores
ODS
Relacionados
53
6. Cenários de emissões
Gráfico 2: Estimativa de redução das emissões das ações propostas em relação às emissões totais
da cidade.
54
6.1. EIXO DE ENERGIA
Tabela 1: Resumo do potencial de abatimento das ações propostas para o Eixo de Energia.
55
Gráfico 3: Estimativa de emissões do setor de energia estacionária e potencial de abatimento das
ações propostas no PREGEE e PLAC-BH.
No eixo de saneamento foram elencadas nove ações prioritárias com o maior potencial
de abatimento de emissões relacionadas com o subsetor de resíduos sólidos, descritas e
sintetizadas na Tabela 6.
Tabela 2: Resumo do potencial de abatimento das ações propostas para o setor de resíduos.
56
Ampliar a coleta seletiva nos estabelecimentos do
521 758 906 906
ensino público municipal
No eixo de mobilidade foram elencadas onze ações prioritárias com foco em promover a
redução do consumo final de combustíveis fósseis e aumentar a mobilidade ativa local,
descritas e sintetizadas na Tabela 7.
57
Tabela 3: Resumo do potencial de abatimento das ações propostas para o setor de transportes.
58
As ações de maior impacto estão relacionadas de redução em relação às emissões oriundas
com a linha de centralidades, adensamento e do transporte terrestre no cenário BAU de
operações urbanas, diminuindo o número de 54% em 2030, 77% em 2040 e 95% em 2050.
viagens necessárias e, consequentemente, O Gráfico 5 apresenta as curvas obtidas no
reduzindo o consumo de combustíveis. cenário BAU, no cenário desenvolvido pelo
Considerando a implementação das ações PREGEE e no cenário desenvolvido pelo
em sua totalidade, é previsto um potencial PLAC-BH.
No eixo Mais Verde, Menos Emissões foram elencadas seis ações prioritárias com maior
potencial de abatimento de emissões. As ações estão direcionadas para a adaptação climática
e melhoria da qualidade de vida da população local, descritas e sintetizadas na Tabela 8.
59
Tabela 4: Resumo do potencial de remoção das ações do Eixo Mais Verde, Menos Emissão.
Ampliar o
quantitativo
Executar plantio de árvores em
de árvores
vazios urbanos e em todas as
a serem
vias com viabilidade de receber 44 44 44 44
plantadas
arborização, a partir da realização
anualmente
de levantamentos e estudos para
para, no
verificação dos trechos cujas
mínimo, 30 mil.
características de dimensionamento,
condição de acessibilidade, existência
Atingir 100%
de estruturas subterrâneas, aéreas e
de arborização
dentre outros, que permitam o plantio
nas vias
e o desenvolvimento dos indivíduos 7.990 15.980 15.980 15.980
passíveis de
arbóreos.
recebê-la, até
2030.
Inaugurar 8
mini-florestas 3 - - -
até 2025
Realizar programa de educação
Inaugurar 25
ambiental com atividades de plantio e
mini-florestas - 11 - -
preservação de árvores como alunos
até 2030
da rede municipal.
Inaugurar 8
mini-florestas - - 32 39
até 2025
60
Gráfico 6: Linha de tendência das estimativas do potencial de remoções de CO2e.
Tabela 5: Resumo do potencial de remoção das ações propostas para os três eixos de atuação e
emissões residuais.
Resultados
61
A partir da implementação das ações identificadas, até 2030, a cidade apresenta o potencial
de reduzir 46% das emissões em relação ao cenário BAU, 74% até 2040 e 89% até 2050. A
trajetória de mitigação consolidada pelo PLAC-BH e comparada com a trajetória do cenário
BAU e do PREGEE são apresentadas no Gráfico 7.
Mesmo com o aumento das ambições para alcançar a neutralidade nas emissões
nas ações e a inclusão de ações adicionais de Belo Horizonte, novas tecnologias e
para remoção de emissões de GEE, Belo soluções precisam ser incorporadas no
Horizonte ainda precisará endereçar 12% planejamento local, a partir de revisões
das emissões remanescentes em relação temporais e monitoramento do PLAC-BH,
ao cenário BAU (cerca de 795 mil tCO2e). será possível atualizar as projeções e atingir
Cerca de 338 mil tCO2e residuais no setor de a neutralização de emissões até 2050.
Energia Estacionária, onde a neutralização
só será possível com mobilizações junto ao
governo estadual e federal, em especial em
relação a mudança da matriz energética,
que fica sob principal competência da União.
Para o setor de resíduos foi observado o
residual de 243 mil tCO2e, associados a
barreiras no que se refere à recuperação de
resíduos em sua totalidade e na dificuldade
em abater emissões oriundas do tratamento
de efluentes líquidos. Cerca de 214 mil
tCO2e de emissões residuais para o setor
de transportes, que é o setor com maior
potencial de redução de emissões, precisando
de um esforço no tocante a investimentos
para ampliação de tecnologias mais limpas
de mobilidade urbana. Entende-se que
62
7. Governança para implementação
Para a Organização das Nações Unidas tratativas sobre a Governança Climática não
(ONU), a governança climática consiste na se encontram em estágios iniciais.
formação de uma estrutura de discussões
e negociações contínuas por um grupo A presente seção de Governança Climática
diverso de atores, com o objetivo de propõe a criação de um Grupo de Trabalho,
“promover oportunidades e ações imediatas considerando a estrutura do Comitê
para enfrentar a mudança climática. Esses Municipal de Mudanças Climáticas e
processos de tomada de decisão e discussão Ecoeficiência, voltado para o monitoramento
podem ser formais ou informais, flexíveis de indicadores do PLAC-BH, cujo objetivo
e adaptáveis e ocorrem em vários níveis” será acompanhar se o Plano está se
(UNICEF, 2020). materializando no território, sendo os
membros deste Grupo de Trabalho também
O tema da Governança Climática vem sendo responsáveis pela reorientação das ações
implementado pela cidade de Belo Horizonte previstas no PLAC-BH para atingir as metas
desde 2006, quando o município foi um dos estabelecidas, quando este movimento se
pioneiros no Brasil a propor um arranjo fizer necessário. No que se refere a escolha
como o Comitê Municipal de Mudanças do ator que representará as organizações
Climáticas e Ecoeficiência - CMMCE, arranjo não-governamentais, sugere-se a publicação
este nacionalmente reconhecido como uma de um edital para seleção.
experiência bem sucedida. Portanto, as
63
8. Reflexões finais
As ações propostas pelo PLAC-BH visam impulsionar a agenda climática local, para que Belo
Horizonte se torne uma cidade neutra em emissões, e também resiliente à mudança do clima.
Trazendo ações inovadoras, voltadas para o fortalecimento de sua governança climática, com
planos e ações focados na Justiça Climática, na participação e controle social e na melhoria da
qualidade ambiental para a população local.
Além disso, esse Plano aumenta a ambição de ações já desenvolvidas pelo município, como
aquelas do PREGEE, e a busca pela conformidade climática através da adesão à Campanha
Race to Zero, que estabelece emissões líquidas de carbono até 2050.
Para isso, este Plano Local de Ação Climática de Belo Horizonte (PLAC-BH), realiza uma
projeção de emissões e do seu potencial de redução de emissões de gases de efeito estufa do
município. Para isso, parte das projeções feitas no âmbito do PREGEE, englobando o cenário
de Business As Usual (BAU) e projeções de emissões para os setores de energia, saneamento
e mobilidade. Porém, para a garantia do cenário ambicioso da neutralidade de carbono, este
Plano adicionou novos panoramas de mitigação e remoção de emissões de GEE a partir das
ações do PLAC-BH. Como resultado, temos que, até 2030, a cidade apresenta o potencial de
reduzir 46% das emissões em relação ao cenário BAU, 74% até 2040 e 88% até 2050.
É importante considerar que possam surgir barreiras técnicas, políticas e financeiras a serem
superadas para garantir a total implementação, continuidade e apropriação do Plano pelo
município. Sendo necessário, por meio da Governança, o contínuo engajamento dos atores
relevantes na realização e implementação das ações do PLAC-BH. Evidencia-se, em sua
totalidade, a importância de sua integração com os demais municípios da Região Metropolitana
de Belo Horizonte, se tornando liderança no enfrentamento à crise climática, e inspiração
para que outras cidades sigam o mesmo caminho, consolidando com sucesso uma agenda
climática na cidade de Belo Horizonte.
64
9. Referências
Aqui as referências são apresentadas de maneira reduzida. No relatório completo é possível ver todas as referências utilizadas,
inclusive com links de acesso aos documentos.
65
IUCN, [s.d]. About Nature-based Solutions. Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Lei nº
10.175, de 6 de maio de 2011. 2011c.
MASCARELLO, Alba Valéria S.; BARBOSA,
Luiza; ASSIS, Eleonora Sad. Efeitos da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Lei nº
vegetação viária no conforto térmico 11.284, de 22 de janeiro de 2021d.
urbano. ENCONTRO NACIONAL DE
CONFORTO NO AMBIENTE CONSTRUÍDO, v. Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Lei nº
14, 2017. 10.879, de 27 de novembro de 2015. 2015.
MRF - Mary Robinson Foundation. Climate Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Núcleos
Justice. Principles of Climate Justice. 2022. de Alerta de Chuvas – NAC. 2022c.
Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Plano
Panamá, 2020, p. 10. de Contingência para Enfrentamento de
Desastres no município de Belo Horizonte
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Lei nº (2021-2022). 2021e.
11.181, de 8 de agosto de 2019. 2019a.
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Plano de
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). BHTrans. Manejo dos Parques Mangabeiras, Serra
PlanMob-BH. 2021b. do Curral e Fort Lauderdale. 2020c.
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Câmara Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Plano de
Municipal. Notícias. Comissão de Drenagem Metas. 2021-2024. 2021f.
vai vistoriar obras de contenção de chuvas
no Barreiro. 2022a. Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Plano
Municipal de Gestão Integrada de
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Carta de Resíduos Sólidos. 2017.
Inundações. 2020a.
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Plano
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Decreto Municipal de Saneamento. 2020-2023.
Nº 12.362, de 3 de Maio de 2006. 2006. 2020d.
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Portaria Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Política
SMMA nº 06 de 02 de maio de 2012. 2012. Municipal de Habitação. 2016a.
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Decreto Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Programa
nº 17.135, de 11 de julho de 2019. 2019d. de Mobilidade e Inclusão Urbana em Belo
Horizonte. 2021i.
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Projeto
de Lei nº 270, de 23 de fevereiro de 2022.
2022b.
66
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). United Nations Framework Convention
Programa de Recuperação Ambiental de on Climate Change (UNFCCC). Resource
Belo Horizonte (DRENURBS). 2001-atual). Guide for preparing the National
2013. Communications of non-Annex I Parties.
Module 3: National Greenhouse Gas
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Inventories. Bonn: UNFCCC, 2009.
Programa de Redução de Riscos de
Inundação e Melhorias Urbanas na Bacia SANTOS, M. R. S. el al. Vulnerabilidade e
do Ribeirão Isidoro. 2021j. mudanças climáticas: análise socioambiental
em uma mesorregião da Amazônia. Revista
Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Ambiente e Água, v. 12, n. 5, 2017.
Programa Estrutural em Área de Risco -
PEAR. 2022d.
67