Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
113-28 - HP1821085502
• Não estamos vinculados às organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na
carreira pública,
• É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal.
Português
1. Ortografia oficial ................................................................................................................................................................................. 01
2. Acentuação gráfica ............................................................................................................................................................................. 01
3. Pontuação ........................................................................................................................................................................................... 02
4. Compreensão, interpretação e reescrita de textos e de fragmentos de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas,
discursivas e argumentativas .............................................................................................................................................................. 03
5. Tipologia Textual................................................................................................................................................................................. 05
6. Figuras de linguagem .......................................................................................................................................................................... 06
7. Coesão e coerência ............................................................................................................................................................................. 04
8. Formação, classe e emprego de palavras ........................................................................................................................................... 08
9. Significação de palavras ...................................................................................................................................................................... 03
10. Coordenação e Subordinação ............................................................................................................................................................. 08
11. Concordância nominal e verbal .......................................................................................................................................................... 16
12. Emprego do sinal indicativo de crase .................................................................................................................................................. 18
13. Regência Nominal e Verbal ................................................................................................................................................................. 18
14. Novo acordo ortográfico ..................................................................................................................................................................... 01
Conhecimentos Gerais
1. Aspectos geográficos, históricos, políticos e administrativos do Mundo, Brasil, Ceará e do Município de Catarina – CE;.................. 01
2. Atualidades históricas científicas, sociais, políticas, econômicas, culturais, ambientais e administrativas do Mundo, Brasil, Ceará e do
Município de Catarina – CE. .............................................................................................................................................................. 101
Conhecimentos Específicos
NÍVEL MÉDIO
1. Relações interpessoais ........................................................................................................................................................................ 01
2. Postura e atendimento ao público ...................................................................................................................................................... 09
3. Noções de Relações Humanas no Trabalho ........................................................................................................................................ 20
4. Código de Ética do Servidor Público (Decreto 1171/94) ..................................................................................................................... 25
5. Apresentação pessoal ......................................................................................................................................................................... 27
6. Serviços públicos: conceitos, elementos de definição, princípios, classificação ................................................................................. 27
7. Atos e contratos administrativos. Lei 8666/93 e suas alterações e complementações ...................................................................... 32
8. Lei Complementar nº 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal....................................................................................................... 44
Noções de Informática
1. Conceitos básicos de operação de microcomputadores ..................................................................................................................... 01
2. Conceitos básicos de operação com arquivos em ambientes Windows ............................................................................................. 02
3. Conceitos básicos para utilização do pacote Office ............................................................................................................................. 04
4. Conceitos de Internet: conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados a
internet; ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de busca e pesquisa ....................................... 09
A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!
Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.
Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)
Os diferentes porquês
POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)
Regras fundamentais
Regras especiais
REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de “S”,
saída, faísca, baú, país
desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção
PONTUAÇÃO
Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.
Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.
No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.
COMPREENSÃO, INTERPRETAÇÃO E REESCRITA DE TEXTOS E DE FRAGMENTOS DE TEXTOS, COM DOMÍNIO DAS RE-
LAÇÕES MORFOSSINTÁTICAS, SEMÂNTICAS, DISCURSIVAS E ARGUMENTATIVAS, SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS
Compreender e interpretar textos é essencial para que o objetivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é impor-
tante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explícita. Só
depois de compreender o texto que é possível fazer a sua interpretação.
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que está
escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpretação é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do repertório do leitor.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou visuais,
isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar expressões,
gestos e cores quando se trata de imagens.
Dicas práticas
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um conceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada parágrafo,
tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhecidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fonte de referências e datas.
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, questões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguintes
expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do texto
aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor quando afirma
que...
Significação de palavras
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:
Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo “rir”)
X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (numeral) X
sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).
Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a frase.
Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).
Denotação e conotação
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam um sentido objetivo e literal. Ex: Está fazendo frio. / Pé da mulher.
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé da
cadeira.
Hiperonímia e hiponímia
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de significado entre as palavras.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, portanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
Limão é hipônimo de fruta.
Formas variantes
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – infarto
/ gatinhar – engatinhar.
Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que ainda
podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> farmácia /
franquia <—> sinceridade.
COESÃO E COERÊNCIA
A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.
Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:
Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.
Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor; e
informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.
TIPOLOGIA TEXTUAL
Narra-se o que tem história, o que é factual, o que acontece no tempo; afinal, o narrador só conta o que viu acontecer, o que lhe
contaram como tendo acontecido ou aquilo que ele próprio criou para acontecer.
Descreve-se o que tem sensorialidade e, principalmente, perceptibilidade; afinal, o descrevedor é um discriminador de sensações.
Assim, descreve-se o que se vê ou imagina-se ver, o que se ouve ou imagina-se ouvir, o que se pega ou imagina-se pegar, o que se prova
gustativamente ou imagina-se provar, o que se cheira ou imagina-se cheirar. Em outras palavras, descreve-se o que tem linhas, forma, vo-
lume, cor, tamanho, espessura, consistência, cheiro, gosto etc. Sentimentos e sensações também podem ser caracterizados pela descrição
(exemplos: paixão abrasadora, raiva surda).
Disserta-se sobre o que pode ser discutido; o dissertador trabalha com ideias, para montar juízos e raciocínios.
Descrição
A descrição procura apresentar, com palavras, a imagem de seres animados ou inanimados — em seus traços mais peculiares e mar-
cantes —, captados através dos cinco sentidos. A caracterização desses entes obedece a uma delimitação espacial.
O quarto respirava todo um ar triste de desmazelo e boemia. Fazia má impressão estar ali: o vômito de Amâncio secava-se no chão,
azedando o ambiente; a louça, que servia ao último jantar, ainda coberta pela gordura coalhada, aparecia dentro de uma lata abominável,
cheia de contusões e roída de ferrugem. Uma banquinha, encostada à parede, dizia com seu frio aspecto desarranjado que alguém estivera
aí a trabalhar durante a noite, até que se extinguira a vela, cujas últimas gotas de estearina se derramavam melancolicamente pelas bor-
das de um frasco vazio de xarope Larose, que lhe fizera as vezes de castiçal.
(Aluísio Azevedo)
Narração
A narração constitui uma sequência temporal de ações desencadeadas por personagens envoltas numa trama que culmina num clí-
max e que, geralmente, esclarecesse no desfecho.
Ouvimos passos no corredor; era D. Fortunata. Capitu compôsse depressa, tão depressa que, quando a mãe apontou à porta, ela aba-
nava a cabeça e ria. Nenhum laivo amarelo, nenhuma contração de acanhamento, um riso espontâneo e claro, que ela explicou por estas
palavras alegres:
Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias, Entenda como ocorrem os principais processos de formação de
que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de palavras:
mãos dadas.
Derivação
Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma
alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
corresponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de to- • Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa-
das as mulheres. lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
• Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou
Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as ex- radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
pressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a ex- • Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro
pressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.) depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna-
do (des + governar + ado)
Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem • Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a pala-
crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa, vra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
sentaram, comeram e dançaram. • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe
gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo
Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto é, para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo
expressa uma ideia de forma exagerada. próprio – sobrenomes).
Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou
várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais). Composição
A formação por composição ocorre quando uma nova palavra
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sar- • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de
cástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen-
apagou o que estava gravado? tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex:
aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o pa- • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
radoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.) -flor / passatempo.
Hibridismo
Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binóculo
(bi – grego + oculus – latim).
Combinação
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (aborrecer
+ adolescente).
Intensificação
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alargamento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita adicionan-
do o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / protocolizar (em vez de protocolar).
Neologismo
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falante em contextos específicos, podendo ser temporárias ou permanentes.
Existem três tipos principais de neologismos:
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma palavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha)
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
compromisso) / dar a volta por cima (superar).
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar)
Onomatopeia
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproximada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque.
CLASSES DE PALAVRAS
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.
Substantivo
Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...
Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.
Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).
Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).
Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:
10
Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.
Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:
Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê
Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo
Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).
Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).
11
Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.
• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.
DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.
Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.
Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).
Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)
Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)
12
Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)
13
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar
14
Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor
Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.
Ao conectar os termos das orações, as preposições estabelecem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de:
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila.
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo.
• Meio: Viajou de trem.
Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras palavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e
havendo perda fonética (contração).
• Combinação: ao, aos, aonde
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso
Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabelecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de
conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e interpre-
tação de textos, além de ser um grande diferencial no momento de redigir um texto.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.
Conjunções coordenativas
As orações coordenadas não apresentam dependência sintática entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma função
gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em cinco grupos:
• Aditivas: e, nem, bem como.
• Adversativas: mas, porém, contudo.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer.
15
Conjunções subordinativas
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Desse
modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas substantivas, definidas pelas palavras que e se.
• Causais: porque, que, como.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que.
• Condicionais: e, caso, desde que.
• Conformativas: conforme, segundo, consoante.
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
• Finais: a fim de que, para que.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
• Temporais: quando, enquanto, agora.
Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa
Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.
Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.
Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.
Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.
Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.
16
Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.
Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.
Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.
Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.
Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um substan-
tivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.
Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.
Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.
Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.
Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje
Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.
17
3. (UNIFOR CE – 2006)
EXERCÍCIOS Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi-
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao
1. (FMPA – MG) resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um
Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen- rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário,
te aplicada: o silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. as suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar.
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. Perguntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra,
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de
(E) A cessão de terras compete ao Estado. ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralidade.
2. (UEPB – 2010) Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis
Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa
maiores nomes da educação mundial na atualidade. indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui-
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas-
Carlos Alberto Torres sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na
1O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos
no 3pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diver- estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
sidade não só em ideias contrapostas, mas também em 5identida- (Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001.
des que se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um p.68)
processo de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diver-
sidade está relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo-
a diversidade fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se
a realidade fosse uma boa articulação 10dessa descrição demográ-
o contexto, é
fica em termos de constante articulação 11democrática, você não
(A) ceticismo.
sentiria muito a presença do tema 12diversidade neste instante. Há
(B) desdém.
o termo diversidade porque há 13uma diversidade que implica o uso
(C) apatia.
e o abuso de poder, de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça,
(D) desinteresse.
de classe.
(E) negligência.
[…]
19
(A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora queria correr nas lajes do pátio (...)”
(B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito
(C) relativa, pronome reflexivo
(D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora
(E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito
15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos.
Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece
ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos
(trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du-
vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina
que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava
lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e
Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena
dos dois, a mãe ficava furiosa.)
A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora,
porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de
prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis
até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os
meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá-
pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se-
riam rompidas mais uma vez.
Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os pro-
fessores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente,
queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem que
ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas açuca-
radas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionante.
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.)
O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração,
eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos.
Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo
me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com
oitenta ainda está ativo e presente.
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí-
cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.”
LUFT, 2014, p.104-105
21
(A) em I e II
(B) apenas em IV
(C) apenas em III
(D) em II, III e IV
(E) apenas em II
22
22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamen- 28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
te as lacunas correspondentes. com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
A arma se feriu desapareceu. alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
Estas são as pessoas lhe falei.Aqui classificação.
está a foto me referi. “ o céu é azul?”
Encontrei um amigo de infância nome não me lembrava. “Meus pais chegaram atrasados, pegaram trân-
Passamos por uma fazenda se criam búfalos. sito pelo caminho.”
“Gostaria muito de saber o de você ter faltado
(A) que, de que, à que, cujo, que. ao nosso encontro.”
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde. diais. ?”
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde. (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. (B) Porque – porquê – por que – Por quê
(C) Por que – porque – porquê – Por quê
23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa: (D) Porquê – porque – por quê – Por que
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo. (E) Por que – porque – por quê – Porquê
(B) Informei-lhe a nota obtida.
(C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos 29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô-
sinais de trânsito. nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo. se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
(E) Muita gordura não implica saúde. frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio-
nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem Assinale-a.
ser seguidos pela mesma preposição: (A) A descoberta do plano de conquista era eminente.
(A) ávido / bom / inconsequente (B) O infrator foi preso em flagrante.
(B) indigno / odioso / perito (C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
(C) leal / limpo / oneroso (D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.
(D) orgulhoso / rico / sedento (E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
(E) oposto / pálido / sábio
30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri- grafadas corretamente.
tas nos itens a seguir: (A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar
(B) alteza, empreza, francesa, miudeza
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini-
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher
migos de hipócritas;
(D) incenso, abcesso, obsessão, luxação
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu
(E) chineza, marquês, garrucha, meretriz
desprezo por tudo;
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O
31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento.
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras
de acentuação da língua padrão.
A frase reescrita está com a regência correta em: (A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D.
(A) I apenas Firmina, que aceitou o matrimônio de sua filha.
(B) II apenas (B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la
(C) III apenas apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença.
(D) I e III apenas (C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con-
(E) I, II e III seguia se recompôr e viver tranquilo.
23
24
Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara:
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a natu-
reza física e fisiológica das distinções observadas.
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvido registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empregado
para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes da
língua portuguesa.
41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa:
(A) tatuar
(B) quando
(C) doutor
(D) ainda
(E) além
25
26
6 A ANOTAÇÕES
7 D
8 C
9 B
10 E
11 C
12 B
13 E
14 B
15 A
16 C
17 A
18 C
19 D
20 C
21 E
22 C
23 A
24 D
25 E
26 A
27 B
28 C
29 B
30 A
31 E
32 B
33 E
34 B
35 B
36 E
37 A _____________________________________________________
38 A
_____________________________________________________
39 B
40 A
41 D
42 D
43 B
44 D
45 E
46 D
47 B
48 B
49 B
50 E
27
ÍNDICE
Conteúdo Pág.
Daí resulta:
n(A U B ) = 11 número de elementos do conjunto reunião.
Vemos que : n(A) + n(B) = n (A U B ou 6 + 5 = 11
A operação que fizemos chama-se adição, 6 e 5 são as parcelas e o resultado da operação , 11 , é
a soma .
A adição faz corresponder a dois números dados em certa ordem ( par ordenado ) um único
número que é a soma do primeiro com o segundo.
Atividade de Classe
1. Responda:
a)Como se chamam os termos de uma adição?
b) Na igualdade 36 + 64 = 100 , como é chamado o número 100 ?
c) Na igualdade 21 + 69 = 90 , como se chamam os números 21 e 69 ?
2. Calcule:
a) 85 + 135
b) 3025 + 4975
c) 2001 + 299
d) 3025 + 4975
e) 10906 + 3286
f) 43205 + 16895
3. Resolva os problemas:
a) Helena tinha um saldo de Cr$ 172 906,00 na sua caderneta de poupança.. No último trimestre,
recebeu Cr$43 218,00 de juros e correção monetária. Com que saldo ficou?
Propriedade estruturais
a) Fechamento : A soma de dois números naturais é um número natural .
5∈N,6∈N⇒(5+6)∈N
b) Comutativa: A ordem das parcelas não altera a soma.
}
4 + 8 = 12 ⇒ 4 + 8 =8 + 4
8 + 4 = 12
c) Elemento neutro: No conjunto dos números naturais , zero é chamado elemento neutro da adição.
5 + 0 = 5; 0 + 7 = 7
d) Associativa: A adição de três parcelas pode ser feita associando –se as duas primeiras ou as duas
últimas parcelas indiferentemente.
( 5 + 13 ) + 4 = 5 + ( 13 + 4 )
Atividade de Classe
1. Nas relações abaixo, diga qual é a propriedade estrutural que está sendo empregada:
a) 9 ∈ N , 15 ∈ N ⇒ ( 9 + 15 ) ∈ N
b) 8+7=7+8
c) 18 + 0 = 18
d) (22 + 15) + 17 = 22 ( 15 + 17 )
e) 0+9=9
f) 32 + 18 = 18 + 32
Multiplicação
}
multiplicador
multiplicador
são também chamados fatores
3 x 1 = 3; 3 x 0 = 0
Pode-se dizer que a multiplicação faz corresponder a dois números dados em certa ordem ( par
ordenado ) um terceiro número que é o produto do primeiro pelo segundo.
Assim: ( 3 , 5 ) X 15
3. Calcule:
a) 83 x 35
b) 123 x 42
c) 75 x 39
d) 209 x 78
e) 47 x 26
f) 625 x 25
4. Resolva os problema:
a) Em junho de 1983, o litro de álcool hidratado custava Cr$ 178,00. O tanque de um Volkswagem
Voyage comporta 52 litros. Quanto se gastava para encher o tanque de um Voyage?
b) Sabemos que 1 minuto tem 60 segundos. Quantos segundos há em 15 minutos
c) O salário – família recebido por um trabalhador é de Cr$ 1 738,00 por filho menor de 14 anos .
Quanto receberá um operário que tem 56 filhos nessa condições?
Propriedade estruturais
c) Elemento neutro: O numero 1 multiplicado por qualquer número e em qualquer ordem, dá por
produto aquele mesmo número.
5x1= 1x5=5
d) Associativa: Numa multiplicação de três fatores , podem-se associar os dois primeiros ou os dois
últimos, indiferentemente .
4
3 x 3 x 5 = 0 ; 8 x 12 x 0 x 7 = 0
9 x ( 3 + 2 ) = 9 x 5 = 45
9 x 3 + 9 x 2 = 27 + 18 = 45 } 9x(3+2)=9x3+9x2
4 x (7 – 3 ) = 4 x 4 = 16
4 x 7 – 4 x 3 = 28 – 12 = 16 } 4x(7–3)=4x7 -4x3
Dados dois ou mais números , não simultaneamente nulos, chama-se máximo divisor comum desses
números o maior dos seus divisores comuns.
Atividade de classe
Determine:
a) D (15) b) D (32) c) D (54)
D (18) D (28) D (42)
D (15) ∩ D (18) D (32) ∩ D (28) D (24)
mdc (15,18) mdc ( 32 , 28 ) D (54) ∩ D (42) ∩ D (24)
mdc( 54, 42, 24 )
d) D ( 45 )
D ( 36 )
D ( 27 )
D ( 18 )
D(45)∩D(36)∩D(27)∩D(18)
mdc (45,36,27,18)
Dados dois ou mais números, diferentes de zero, chama-se mínimo múltiplo comum desse números o
menor de seus múltiplos comuns, diferente de zero.
Atividade de Classe.
d) d)
M (6 ) M(12)
M (15 ) M(18)
M (10 ) M(9 )
M (6) ∩ M(15) ∩ M(10) M(36)
mmc ( 6,15,10) M(12) ∩ M(18) ∩ M(9) ∩ M(36)
mmc ( 12,18,9,36)
MMC = 23 x 3 = 24
7
3
Para expressarmos, matematicamente , uma parte ou algumas parte iguais de um todo, vamos usar um
par ordenado de números naturais.
Chama-se fração todo par ordenado de números naturais com o segundo ≠ 0 onde:
a) b) c)
Operações
Adição 1 + 2 = 3 + 4 = 7 mmc = 6
2 3 6 6
Subtração 3 - 1 = 3 - 2 = 1 mmc = 4
4 2 4 4
Multiplicação 2 x 3 = 6 .
5 7 35
Divisão 3 : 4 = 15 .
7 5 28
Introdução
Sabemos que podemos usar letra (a, b, c, x, y . . .) para representar números e que são
denominados numerais literais.
5 cm
3º situação: A figura abaixo nos mostra um bloco retangular cujas dimensões são a, b, e c
Exemplos
5x – 1 , a2 + ab , x2 – 2x + 1 , a - b .
2a
a) 3x - 2y b) x + y c) x - y
2 x
d) 1 . e) √a + √b f) a + 1
a+b 2x
g) 3 + 1 . h) x + y i) x2 y
x x2 2 3 10
3x – 2y , x + y , √ a + √ b , x + y , x2 y
2 2 3 10
você assinalou algébricas que não contêm varáveis no denominador são denominadas expressões
algébrica inteiras.
x- y , 1 , a + 1 , 3 + 1 .
x a+b 2x x x2
Produtos Notáveis
Existem certas igualdades matemáticas, de uso freqüente no cálculo algébrico, que são
denominadas produtos notáveis.
De fato , pois:
(a + b )2 = ( a + b ) (a + b ) = a2 + 2ab + b2
quadrado do 2º termo
2º termo duas vezes o produto dos termos
1º termo quadrado do 1º termo
10
Regra
O quadrado da soma de sois termos é igual ao quadrado do primeiro termo, mais duas vezes o produto
do primeiro pelo segundo, mais o quadrado do segundo termos.
Exemplos
1) (2x + 5)2 = (2x)2 + 2 . (2x) . (5) + (5)2 = 4x2 + 20x + 25
De fato, pois:
(a – b )2 = ( a – b ) ( a - b) = a2 – 2ab + b2
Daí, a seguinte
Regra
O quadrado da diferença de dois termos é igual ao quadrado do primeiro termo, menos duas
vezes o produto do primeiro pelo segundo, mais o quadrado do segundo termo.
de fato, pois :
( a + b )3 = ( a + b )2 . (a + b ) = ( a2 + 2ab + b2 ) = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3
Exemplos
1) ( a + x )3 = (a)3 + 3(a)2(x) + 3(a)(x)2 + (x)3 = a3 + 3a2x + 3ax2 + x3
2) (y + 2)3 = (y)3 + 3(y)2(2) + 3 (y)(2)2 = y3 + 6y2 + 12y + 8
De fato . pois:
( a – b )3 = ( a – b )2 . (a – b ) = ( a2 – 2ab + b2) ( a – b ) = a3 – 3a2b + 3ab2 – b3
11
( a + b ) ( a - b ) = a (a – b ) + b (a – b ) = a2 – b2
quadrado do 2º termo
quadrado do 1º termo
Daí, a seguinte
Regra
O produto da soma de dois termos pela sua diferença é igual ao quadrado do primeiro termo menos o
quadrado do segundo termo.
Exemplos:
1) ( x + 3 ) ( x - 3 ) = (x)2 - (3)2 = x2 - 9
Exercício de fixação
a) ( x + 8)2 b) (2 – 3a )2 c) (3x + y2)2
d) ( 1 + 5m) – ( 1 – 5m) e) (ab – c )2 f) ( m – 1)3
Fatoração
Introdução
Consideremos os seguintes problemas:
1º) Escrever o número 90 na forma de um produto indicado.
Para isso, decompomos 90 em fatores primos:
90 2
45 3
15 3 90 = 2 . 32 . 5
5 5
1
3 + 12 = 3 . ( 1 + 4 ) 3 . ( 1 + 4 ) = 3 . 1 + 3 . 4 = 3 + 12
Fatorar um número u uma expressão significa decompor o número ou a expressão num produto
indicado.
12
As respostas serão dadas no estudo desta Unidade, importantíssima pela sua aplicação no cálculo
algébrico.
Fatoração de Polinômios
Fatorar um polinômio significa transformar esse polinômio num produto indicado de polinômios ou
de monômios e polinômios.
Estudaremos os caso simples de fatoração de polinômios
2x + 2y = 2 . ( x + y )
A figura seguinte nos mostra três retângulos: o retângulo ABCD, o retângulo AMND e o retângulo
MBCN.
D N C
A M
a B
b
13
ou seja:
ac + ac = ( a + b ) c
Passagens Preço a
Pagar
1 50,00
2 100,00
3 150,00
4 200,00
5 250,00
6 300,00
7 350,00
8 400,00
Observe que essa tabela fixa uma dependência entre o número de passagens e o preço a pagar.
Se chamarmos de x o número de passagens e de y o preço a pagar, esses duas grandezas
estarão relacionadas de tal forma que para cada valor de x existe, um correspondência , um único
calor de y, dado pela expressão y = 50x. Dizemos, então, que y é função de x.
Definição
Dados dois conjuntos A e B, chama-se função de A em B qualquer relação entre tais conjuntos
que faça corresponder , a cada elemento de A, um e um só elemento de B.
14
Im(f)
A
B
A é o domínio da função : D(f) = A
B é o contradomínio da função : CD(f) = B
Im(f) é o conjunto imagem da função.
Exemplo:
Seja A o conjunto dos naturais, B o conjunto dos naturais e f a lei que a cada natural de A faz
corresponder o seu dobro em B .
0 1 2 3 4...
A:
0 1 2 3 4 5 6 7 8...
B:
Logo :
D(f): = { 0,1,2,3,4 . . .} vê-se que:
CD(f) = { 0,1,2,3,4 . . .} f(0) = 0 f(3) = 6
Im(f) = { 0,2,4,6,8 . . .} f(1) = 2 f(4) = 8
F(2) = 4
15
Dada a função y = ax + b, dizemos que x é uma raiz ou zero de y = ax + b quando e somente quando o
valor corresponder de y é zero
Exemplo:
a) y = 3x – 6
para x = 2 ⇒ y = 0
x = 2 é raiz de y = 3x – 6
b) y = - x
para x = 5 é raiz de y = 5 – x
Y = 0 ⇔ ax + b = 0
⇔x -b .
a
x = - b é raiz de y = ax + b
a
a) y = 5x – 15
b) y = - 12 – 2x
c) y = 3x - 1
4
d) y= - 2x + 6
3
16
Sinais de y = ax + b
Seja, como exemplo, y = 3x – 6. Desejamos saber para quais valores de x teremos y maior que
zero, ou , ainda para que valores de x teremos y menor que zero.
Y = 3x – 6
Y > 0 ⇔ 3x > 6
⇔ 3x > 6
⇔x>2
x>2⇒y>0
graficamente
X0 = 2 é raiz de y = 3x - 6
Y = 3x – 6
Y < 0 ⇔ 3x – 6 < 0
⇔ 3x < 6
⇔x<2
x<2⇒y<0
X0 = 2 é raiz de y = 3x – 6
17
I. a sua raiz;
II. os valores de x que tornam y >0 ;
III. os valores de x que tornam y > 0;
IV. o gráfico da função.
a) y=x–3
b) y = -2x – 8
c) y = 2x
d) y=1– x .
4
Para resolver os sistemas de inequações com uma variável R, procedemos da seguinte maneira:
• Resolvermos cada uma das inequações;
• Determinamos a solução comum às inequações.
Exemplos:
Resolvamos , em R os seguintes sistemas:
1. x + 3 ≥ 0
x–5<0
x ≥ -3
portanto: V1 = { x ∈ R / x ≥ -3}
b) x – 5 < 0
x<5
O conjunto – verdade do sistema, V = V1 ∩ V2, pode ser determinado de maneira prática através
da representação gráfica de V1 e de V2, sendo verificada , a seguir , a sua intersecção .
18
-3 V1
5 V2
- 3≤x<5
ou V = { x ∈ R / - 3 ≤ x < 5 }
observação :
Como estamos trabalhando com uma única variável em R , a solução do sistema é um subconjunto da
reta.
2. 3x + 4 < 1
1 – 2x < 2
x < -1
V = { x ∈ R / x < -1 }
b) 1 – 2x < 2
- 2x < 2 - 1
-2x < 1
x>- 1 .
2
V2 = { x ∈ R / x > - 1 }
2
-1 -1/2 V1
V2
19
3. 3x – 4 > 8
2x – 1 > 3
x>4
V1 = { x ∈ R / x > 4 }
A razão de duas grandezas é o quociente dos números que medem essas grandezas numa mesma
unidade.
Os termos de uma razão são denominados antecedente e conseqüente. Assim, em 3:4 ou 3 temor :
2
antecedente : 3
conseqüente : 4
Razões equivalentes
Vimos que 1,35 e 15 são razões que valem 3 ou 0,75 . Dizemos que são razões equivalentes a 3 ou
20 4 4
“3 para 4”.
Podem-se sempre obter razões equivalente a uma razão dada, por exemplo. A 3 . Basta multiplicar o
antecedente e o conseqüente por um mesmo número não – nulo e indicar : 4
3 = 6 = 9 = 12 = 15 = 18 . . .
4 8 12 16 20 24
4. Proporções
A proporção 1 = 2 também é escrita sob a forma 1 : 2 : : 2 : 4 ou “ um está para dois, assim como
2 4
20
1 : 2 : : 2 : 4
meios
extremos
ou
1 = 2 meios
2 4 extremos
5 = 15 .
x 36
15 . x = 5 . 36
15x = 5 . 36
15 15
x = 12
3y + 2 = 5y - 22
30 12
30 . ( 5y – 22 ) = 12 . ( 3y + 2 )
150y – 660 = 36y + 24
150y – 36y = 660 + 24
114y = 684
y=6
verificação:
3y + 2 = 5y - 22
30 12
3.6 + 2 = 5 .6 – 22 ou 20 = 8 .
30 12 30 12
21
a) 3 = 2 . f) x + 7 = 5 .
x 4 2 1
b) x = 3 . g) x = 5 .
7 21 3–x 4
c) 3 = 12 . h) 8x = x + 1
x 8 5 2
d) 21 = 7 .
8 x
e) 8 = 24 .
x 36
Note que nessa tabela conhecemos três de seus elementos e procuramos o valor do quarto. Problemas
desse tipo são chamados de problemas de regra de três simples. Veja que as grandezas camisetas e
preço são diretamente proporcionais; assim, podemos escrever o proporção:
3 = 1 200
5 x
Aplicando a propriedade fundamental , temos:
3x = 1 200 . 5
x = 1 200 . 5
3
x = 2 000
logo, Binca pagaria $ 2 000,00 pela cinco camisetas. Podemos estabelecer um processo prático que
facilite a resolução de problemas desse tipo. Acompanhe essas etapas nos problemas resolvidos a
seguir.
Com velocidade média de 500 km por hora, uma avião percorre uma distância entre duas cidades em 3
horas. Que tempo levaria uma aeronave que desenvolve 800 Km por hora de velocidade média para
percorrer o mesmo espaço?
22
• As grandezas velocidade e tempo são inversamente proporcionais. Assim, as flechas terão sentidos
discordantes:
500 = x ⇒ x = 3 . 500
800 3 800
x = 15 ⇒ x = 1h 52 mim 30 Seg
logo, a aeronave levaria 1h52 mim 30 Seg para percorrer o mesmo espaço.
Exercício
1. Em cada problema seguinte , arme o esquema, a proporção resultante e calcule o valor desconhecido:
a) Se 15 operários levam 10 dias para completar um certo trabalho, quantos operários farão esse
mesmo trabalho em 6 dias?
b) Com 10 Kg de trigo podemos fabricar 65 Kg de farinha. Quantos quilogramas de trigo são
necessários para fabricar 162,5 Kg de farinha ?
c) Roseli comprou 2m de tecido para fazer um vestido. Quantos metros de tecido seriam necessários
para que Roseli pudesse fazer 7 vestidos iguais ?
d) Num acampamento, há 48 pessoas e alimento suficiente para um mês . Retirando –se 16 pessoas,
para quantos dias dará a quantidade de alimento ?
e) Cinco pedreiros constroem uma casa em 300 dias. Quantos dias serão necessários para que 10
pedreiros construam essa mesma casa?
f) Reinaldo trabalhou 30 dias e recebeu $ 15 000,00 . Quantos dias terá que trabalhar para receber $
20 000,00 ?
g) Um carro com velocidade constante de 100Km/h , vai da cidade A até a cidade B em 3 horas.
Quanto tempo levaria esse mesmo carro par ir de A até B, se sua velocidade constante fosse
160Km/h ?
h) Três torneiras enchem uma piscina em 10 horas. Quantas torneiras seriam necessárias para encher a
mesma piscina em 2 horas?
23
O cálculo da taxa de porcentagem pode ser realizado utilizando-se uma regra de três simples.
Vejamos algumas situações onde esse cálculo é utilizado.
24
$ 60,00 100
$ 15,00 x
60 = 100 ⇔ x = 100 . 15
15 x 60
x = 25
Exercícios
1. Calcule:
a) 20% de 1 000 pessoas,
b) 70% de 80 cavalos.
c) 9% de 10 000 doentes com dengue.
d) 40% de 90 pregos.
e) 7,5% de 200 ovos.
f) 0,45% de 2 000 laranjas.
25
Problemas desse tipo podem ser resolvidos utilizando-se uma regra de três. Vamos estabelecer um
problema genérico e obter uma formula que permite obter a solução de problemas semelhantes.
“Quem aplica $ 100,00 à taxa de 1% ao período ( ano, ou mês, ou dia etc.) recebe no fim do período $
1,00 de juros. Se aplicasse um capital C à taxa i ao período, então receberia o juros j”.
Como são grandezas diretamente proporcionais em relação à grandeza juro, podemos escrever:
100 . 1 . 1 = 1 .
C i t j
J=Cit
100
Vamos calcular o juros pago por uma pessoa que tomou emprestada quantia de $ 50 000,00,durante 8
meses, a uma taxa de 1,2% ao mês:
Dados
C = $ 50 000,00 j=Cit
I = 1,2% ao mês 100
t = 8 meses j = 50 000 . 1,2 . 8
j=? 100
j = 4 800
Vamos, agora , determinar a quantia que deve ser aplicada por uma pessoa a uma taxa de 6% ao ano,
para que após 2 anos receba $ 18 000,00 de juro.
26
C=? j=C i t
I = 6% ao ano 100
t = 2 anos 18 000 = C . 6 . 2
j = $ 18 000,00 100
12 . C = 1 800 000
C = 18 000 000
12
C = 150 000
A quantia que deve ser aplicada é de $ 150 000,00.
Exercício
Ângulos congruentes
A B C
Equações do 2º Grau
Equações do 2º Grau
Há cerca de 4000 anos os babilônios já resolviam problemas envolvendo cálculos que hoje
conhecemos como equação do 2º grau.
Estes problemas eram escritos em forma de textos e a sua resolução era através de tentativas.
Ao longo dos séculos foram aparecendo vários métodos para sua resolução.
Hoje, as contribuições deixadas pelos matemáticos nos facilitou tanto na escrita como nas
técnicas de resolução de problemas do 2º grau.
Situação - 1
A dimensões de um terreno estão representadas na figura abaixo. A área desse terrno é 30 m2 .
Quanto ele mede de comprimento e largura ?
x -2
x–3
Sendo o terreno de forma retangular , podemos expressar sua área como : o produto do comprimento
pela largura.
Assim A = ( x – 2 ) ( x – 3 )
Voltando à equação x2 – 5x – 24 = 0
O coeficiente a é representado por 1
O coeficiente b é representado por –5
O coeficiente c é representado por –24
28
Raiz de uma equação é o número real que ao substituir a variável de uma equação transforma-a,
numa sentença verdadeira.
Podemos resolver a equação do 2º grau através da fórmula de Báskara:
X = - b ± √ b2 – 4ac
2a
A expressão b2 – 4ac (nº real ) é comumente representada pela letra grega ∆ ( delta ) e
chamada de discriminante da equação.
∆ = b2 – 4ac x=-b±√∆
2a
x2 – 5x – 24 = 0 a=1
b=-5
c = - 24
∆ = b2 – 4ac
∆ = (5)2 – 4 . 1 .(-24)
∆ = 25 + 96
∆ = 121
X=-b±√∆
2a
x’ = - (-5) + √ 121 ⇒ x’ = 5 + 11 ⇒ x’ = 16 ⇒ x’ = 8
2.1 2 2
x” = - (- 5) - √121 ⇒ x” = 5 - 11 ⇒ x” = - 6 ⇒ x” = -3
2.1 2 2
29
Como não há comprimento e largura menores que zero, concluímos que as dimensões do terreno
são 5m por 6 m.
Situação – 2
10cm
x-6 cm
A 8cm C
Assim :
102 = 82 + ( x – 6 )2
100 = 64 + x2 - 12x + 36
x2 – 12x = 100 - 64 – 36
x2 – 12x = 0
30
2m
Suponha que o círculo abaixo tem um barbante ajustado em sua volta. Se cortarmos o barbante
no ponto marcado e esticá-lo, como mostra a figura, termos o comprimento do contorno do ao círculo
ou comprimento da circunferência.
raio raio
diâmetro
Após a realização de várias experiências, ficou provado que ,em qualquer circunferência, a
divisão do comprimento da circunferência pela mediada do diâmetro, sempre dá o mesmo resultado.
Esse quociente de representação decimal infinita e não periódica: 3,14159262... Chama-se pi,
cujo símbolo é π
Para achar o comprimento da circunferência, basta multiplicar o diâmetro pelo π ou seja,
C = d . π ( C = comprimento da circunferência, d = diâmetro ) .
Assim :
C = 2rπ ou C = 2πr
31
Assim:
C = 4 x 3,14
C = 12,56m
Portanto, gastaria 12,56m de renda nessa toalha.
Atividade
1º) Complete com a unidade de medida correta:
a) Quando vamos confeccionar uma roupa ( vestido , calça, blusa ) usamos o .........................................
b) A largura de um palmo é o .....................................................................................................................
c) A medida de seu palmo é o .....................................................................................................................
2º) Lembre-se que a unidade de medida de comprimento mais usada depois do metro é o centímetro
( cm) e responde:
a) Quantos centímetro ( cm ) tem aproximadamente seu palmo?
b) Quantos palmos tem sua carteira ?
c) Quantos centímetros tem sua carteira ?
d) Qual a largura e o comprimento de seu caderno ? Em palmos e em centímetros ( cm )?
e) Qual a largura da sala de sua casa ? Utilize seu pé, calçado.
f) Quantos centímetros tem o seu pé?
4º) Para medir o comprimento do corredor de sua escola, Robson anotou 16 passos, Se casa passo mede
65 cm, qual é o comprimento do corredor em metros?
5º) Numa bicicleta em que o raio da roda é de 26 cm, qual será . aproximadamente, o comprimento da
circunferência da roda?
6º) O contorno de uma pista de corrida de forma circular, mede 628 m , Qual a medida do diâmetro
dessa pista:
Observe a planta : 5m
3m
(Quarto 2 )
circulação
Área de 3m
serviço
bwc
3m
32
Situação 1
Vamos verificar quantas vezes esta unidade de área cabe no desenho do quarto 2, com 3m de
lado.
Para isto, vamos dividí - lo na horizontal e na vertical com linhas diferentes uma da outra 1 m (
metro )
Assim obtemos 9 quadradinhos indicadores : esse quarto possui 9 unidades de área, ou seja, 9
metros quadrados ( 9 m2 ).
Verifique:
1m
1m 3m
1m
1m 1m 1m
3m
Uma outra maneira de realizar esse cálculo, é simplesmente encontrar o produto dos lados.
A = 3m x 3m = 9 m2
3m
3m
Observe que a operação 3 x 3 é uma multiplicação de fatores iguais . Esse tipo de operação chamamos
de potenciação e pode ser representada por 32 ( lê-se três elevado ao quadrado )
Então :
32 = 3 x 3 = 9
Vimos que o quarto 2 possui forma quadrada e sua área é 9m2.
Vamos supor que não saibamos a medida dos lados desse quarto, como calcular essas medidas?
33
Assim :
Situação 2
Agora vamos calcular a área do piso da sala, que tem a forma de um retângulo, do mesmo modo
que calcularmos a área do quarto 2.
4m
1m 1m3
1m
5m
Veja que a área de um retângulo é a multiplicação do comprimento pela largura.
4m A = 5m x 4m
A = 20 m2
5m
Em Matemática, quando resolvemos um problema de cálculo de área onde a superfície pode ser
representada por um retângulo, dizemos que a área é igual ao produto da base pela altura.
Assim: A=bxh
Situação 3
34
5m
5m 3m
Como você já sabe que a área do retângulo é comprimento multiplicado pela largura , ficou
feliz!
Mas, aí o nosso proprietário compraria o dobro do piso necessário.
Então , concluímos que basta dividir essa metragem por dois.
A= (B +b)xh
2
A=(5+ 3) x 2
2
A= 8 x 2 A = 8 m2
2
35
No triângulo retângulo abaixo. São dadas as medidas dos catetos. Encontre a medida x que
corresponde a hipotenusa.
x
9 cm
12 cm
Fazer os cálculos, você deve ter chegado à relação x2 = 225 ( essa é uma equação do 2o grau ).
Como fazer para achar “ x”?
Lembre-se de que a operação inversa da potenciação é a radiciação. Se x2 = 225 ,
então :
x = √ 225 ⇒ x = 15.
Situação 2
Observe o triângulo retângulo abaixo:
5cm
3 cm
A x C
52 = 32 + x2
25 = 9 + x2 ( chegamos outra vez em uma equação do 2º grau )
x2 = 16
x = √16
x=4
Atividade 2
1º) os cateto de um triângulo retângulo medem 5 cm e 12 cm. Qual é a medida da hipotenusa?
2º) A figura abaixo mostra que a distância entre dois postes é 15m. As alturas deste postes são
respectivamente 6m e 12 m . Qual deverá ser o comprimento do cabo que une as extremidades
superiores destes postes ?
36
6m
15 m
3º) Uma escada está apoiada numa parede a 20m do chão , como mostra a figura. Sabendo que a
escada tem 25 m de comprimento, qual é a distância do início da escada até a parede ao nível do chão
(x)?
25 m
20 m
4º) Devido a um temporal, um pé de eucalipto é quebrado de modo tal que sua parte mais alta toca o
solo. Sabe-se que a distância entre o tronco do eucalipto e a parte que tocou o solo é de 6m e a parte
que ficou fixa no solo tem 4,5 m . Qual era a altura desse eucalipto antes de ter-se quebrado ?
4,5 m
6m
Esse conhecimento vem de muitos milênios atrás, quando no antigo Egito costumava-se medir
as Terras a beira do rio Nilo , onde havia as plantações e , a cada enchente , as mercas deixadas pelos
agrimensores eram carregadas pelas águas, necessitando, portanto, de novas remarcações.
Os Hindus, também na mesma época, construíam o ângulo reto de modo semelhantes, porém
utilizavam outras mediadas.
37
Considere o triângulo retângulo ABC acima. Os lados que formam o ângulo reto são
denominados catetos ( b e c ) e o lado oposto ao ângulo reto é denominado hipotenusa (a).
A medida da hipotenusa mantém uma relação com as medidas dos catetos. Essa relação mostra
uma das propriedades mais importantes da Matemática.
“A área de um quadrado traçado sobre a hipotenusa é igual a soma das áreas dos quadrados traçados a
partir dos catetos, ou seja. 25 ua = 9 ua . 16 ua (ua) ⇒ unidades de área”.
Essa propriedade é conhecida como Teorema de Pitágoras, e, para facilitar os cálculos pode
ser designada:
a2 = b2 + c2
O quadrado da medida do lado maior é igual à soma dos quadrados dos lados menores.
Por exemplo:
O triângulo utilizado pelos pedreiros de lados 3, 4 , 5 :
38
Se vocês fez:
102 = 62 82
100 = 36 + 64
100 = 100 ⇒ a igualdade foi comprovada . Então , os valores 6,8,10 realmente são
medidas de um triângulo retângulo.
Pegue agora outras medidas quaisquer e verifique se com elas é possível desenhar triângulos
retângulos.
Consulte seu professor quando houver dúvidas.
Banho
Quarto 1
Quarto 2
Hall
Cozinha Sala
39
Essa notação significa que a planta foi desenhada na escala 1 por 100, ou seja , para cada 1 cm
desenhado no papal, corresponde a 100 cm ou 1m, na realidade .
a 4m B
Usando sua experiência. O pedreiro deverá cravar a 3ª estaca num ponto “c’ de modo que “AC”
fique perpendicular a “AB”. No caso, a distância entre as estacas situadas nos pontos A e C deverão ter
uma distância equivalente a 3 m ( largura do quarto) . A estaca “C” é provisória.
c c
5m
a 4m B a 4m B
Se essa medida for equivalente a 5 m, ele garante que a parede está no esquadro, se não ,
movimentará a estaca “C” até dar 5m.
Você sabe porque o pedreiro forma, com as estacas , um triângulo retângulo de lados 3 m , 4 m ,
5 m para saber se as paredes estão ou não no esquadro?
40
A
A
B
O
O
A≡A’
B≡B’
O≡O’
Observe que o ponto O divide a reta r em duas semi-retas opostas: AO e OB . Essas duas semi-retas
opostas dividem o plano que as contém em duas regiões:
B O A
Convenciona-se que cada uma dessas regiões será denominada ângulo raso.
Assim, AÔB é um ângulo raso, onde:
• OA e OB são os lados;
• é o vértice
• AÔB mede 180º
41
C H
B G
O A E F
N M P
Observe que esses pares de ângulos têm entre si uma relação, pois em função da posição relativa que
ocupam possuem certos elementos comuns:
42
Ângulos consecutivos são aqueles que têm o mesmo vértice e um lado comum.
R
Q
Q
O
O P
R P
C
r
O B O
A
D s
Observe que, nos dois casos , as retas se encontram formando quatro ângulos adjacentes congruentes ,
ou de medidas iguais . Quando isto ocorre, chamamos as retas de perpendiculares, indica-se
AB ⊥ CD, r ⊥ s e representa-se :
C• r
• •
• • • •
A B
•
D
s
43
B’
•
B• •
A
B
• •
• •
O
•
A’
• • B•
A
A’ÔB lados : AO e OB
Vértice: O
Medida: med (A’ÔB’) 90º
C• B• s•
R•
• •
O A Q
P
44
Chama-se agudo ao ângulo que for menor que o ângulo reto e obtuso ao que for maior que o ângulos
reto.
Assim, podemos afirmar que a medida de um ângulo agudo está entre 0º e 90º e a medida de um
ângulo obtuso, entre 90º e 180º.
Exercícios
b)
F• M
Q N
•
E •
D P O
2) Sabendo –se que med (Â) = 30º, med (B) = 50º e med (C) = 60 º , verifique quais das afirmações
seguintes são verdadeiras:
a) A + B = é um ângulo agudo;
b) A + B + C é um ângulo obtuso;
c) med(A) + med(C) é igual à medida de um ângulo raso;
d) med (A) + med (C) é igual à medida de um ângulo reto;
e) A + B – C é um ângulo obtuso
Ângulos complementares
45
A
O
Note que AOB é um ângulo reto; logo a soma de AOC e COB é igual a 90º. Quando isto ocorre ,
dizemos que AOC e COB são ângulos complementares. Assim:
Dois ângulos são complementares quando a soma de suas medidas for igual a 90º
Dados dois ângulos cuja soma das medidas é 90º, chamamos cada um deles de complemento do outro .
Assim, se x é a medida em graus de um ângulo, então 90º -x é a medida em graus do complemento
desse ângulo.
Vamos calcular o complemento do ângulo que mede ∝ = 30º 20’15”.
Complemento do ângulo: x = 90º - ∝
89º59’60”
30º20’15” -
59º39’45”
logo , o complemento de ∝ mede 59º39’45”.
Exercícios
46
B O A
Note que AÔB é um ângulo raso; logo, a soma de AÔC e CÔB é igual a 180º . Quando isto ocorre ,
dizemos que AÔC e CÔB são ângulos suplementares.
Assim:
Dois ângulos são suplementares quando a soma de suas medidas é igual a 180º
Dados dois ângulos cuja soma das medidas é 180º, chamamos cada um deles de suplemento do outro.
Assim, se x e a medida em graus de um ângulo, então 180- x é a medida em graus do suplemento
desse ângulo, então Vamos calcular o suplemento do ângulo que mede ∝ = 30º20’15”.
179º59’60”
30º20’15”
149º39’45”
Exercícios
47
B
Vamos prolongar os seus lados da seguinte forma :
A B
O
A
B
Observe que agora formamos o ângulo A’ÔB’, cujos lados são semi-retas opostas ao lados do ângulo
AÔB. Ângulos assim construídos são chamados opostos pelo vértice.
Assim:
Dois ângulos são opostos pelo vértice ( o.p.v) quando os lados de um são semi-retas opostas aos lados
do outro.
c
I . a +c = 180º
( a e c são adjacentes e suplementares )
b II. b + c = 180º
e
( b + c ) são adjacentes e suplementares )
d
48
Exercícios
a) b) 2x + 20º
40º x
86º
c) d)
48º
3º Polígonos
D O
Q
C
E
P
R
B
A
N
M
Observe que estas figuras identificam uma linha poligonal fechada e o conjunto dos seus pontos
interiores . Cada uma delas é denominada polígono.
Assim:
49
Um polígono pode ser chamado de convexo ou convexo ou côncavo, de acordo com a região do plano
que estiver sendo determinada pelo polígono. Assim:
E
T R
D
A
S
B
P Q
E
D
F
C
A B
Note que, no polígono convexo ABCDEF, o número de vértices é igual ao número de lados , que é
igual ao número de ângulos internos.
50
3 Triângulo Trilátero
4 Quadrângulo Quadrilátero
5 Pentágono Pentalátero
6 Hexágono Hexalátero
7 Heptágono Heptalátero
8 Octógono Octolátero
9 Eneágono Enealátero
10 Decágono Decalátero
51
P
D C
Q O
E B
M N
A
med ( MN ) = med( NO ) = . . . = med ( QM ) med(EA) ≠ med(CD)
med (M) = med (N) = . . . = med(Q) ou
med(C) ≠ med (D)
Observe que o polígono MNOPQ tem os lados de medidas iguais e tem também os ângulos internos de
medidas iguais, MNOPQ é um polígono regular, enquanto que o ABCDE é um polígono irregular.
Assim:
Exercícios
A F
E G
L
B
D H
C J
I
M
c)
N
52
Todo polígono de três é denominado triângulo. Observe o triângulo ABC a seguir, que se indica
∆ABC, e vamos identificar seus principais elementos:
A
• Vértices: A, B , C
• Lados : AB, AC, BC
• Ângulos internos : A, B , C
B
C
Note que no triângulo não é possível traçar diagonais, pois não há vértices não consecutivos.
É possível classificar ou discriminar os triângulos pela comparação entre as medidas de seus lados
ou, também , quanto à medida de seus ângulos internos.
L R
A
B
C M P
N O
AB ≅ BC ≅ CA LM ≅ NL ≅ MN PQ ≅ QR ≅ RP
53
a) b)
4 cm
3 cm 3 cm
3 cm
5 cm
3 cm
c)
5 cm
3 cm
5 cm
120º
B C
E F
G
c)
50º
80º
50º
I H
54
c
b
B
C b c
B’ C’
Podemos calcular a soma dos ângulos internos em cada triângulo . Vamos transportar esses ângulos
para um vértice comum, interno ou externo aos triângulos.
A’
a
c b a
c b
B C
B’ C’
a'
a
b'
b c'
c
Chamando a à medida de A, b à medida de B, e assim por diante, temos para os dois triângulo:
a + b + c = 1 ângulo raso a’ + b’ + c’ = 1 ângulo raso
Assim, para os triângulos ABC e A’B’C’ a soma das medidas de seus ângulos internos é constante e
mede 180º.
O processo de determinação da soma dos ângulos internos pode ser aplicado a qualquer triângulo, e a
conclusão generalizada é :
55
56
1. Relações interpessoais........................................................................................................................................................................ 01
2. Postura e atendimento ao público ..................................................................................................................................................... 09
3. Noções de Relações Humanas no Trabalho ........................................................................................................................................ 20
4. Código de Ética do Servidor Público (Decreto 1171/94)..................................................................................................................... 25
5. Apresentação pessoal......................................................................................................................................................................... 27
6. Serviços públicos: conceitos, elementos de definição, princípios, classificação................................................................................. 27
7. Atos e contratos administrativos. Lei 8666/93 e suas alterações e complementações ..................................................................... 32
8. Lei Complementar nº 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal ...................................................................................................... 44
Eficácia no comportamento interpessoal. ✓ Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma ques-
A postura profissional é o comportamento adequado dentro tão de bom senso, mas também uma questão de comprometimen-
das organizações, na qual busca seguir os valores da empresa para to profissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atribuídas é um
um resultado positivo. ponto positivo que acaba também sendo avaliado por gestores do
colaborador.
A importância da qualidade ✓ Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e
As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contí- cumpra os horários planejados, mantendo sempre a pontualidade
nuas aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao para os compromissos marcados.
fenômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupa- ✓ Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é neces-
ção com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores. sário ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-lo
Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu é uma obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas em
perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajus- tando demais situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças e os
às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar osnovos limites no relacionamento com os outros é fundamental.
desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos ✓ Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e
clientes, as empresas precisam de profissionais competentes eque aceitar opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as pes-
realizem suas atividades com qualidade. soas a também entenderem o seu ponto de vista, sem que este seja
Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor- imposto ao demais.
porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia, ✓ Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação constan-
significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou te em melhorar, dificilmente se terá problemas com relação a pos-
seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma tura profissional, pois essa preocupação constante em melhorar é
positiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agre- um ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras profissionais.
gam valor ao seu trabalho. ✓ Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico,
Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o mas o novo profissional deve demonstrar também esforço e inte-
profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas resse incansáveis para aprender.
a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O ✓ É necessário ter um ânimo permanente, disposição para
grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber o trabalho e para correr atrás do que se quer.
se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se ✓ O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e
disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compa- boa administração do seu tempo e das suas tarefas.
tível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se ✓ Muitas organizações começam a mostrar interesse em in-
fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir). vestir na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é preciso
Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâ- uma sólida relação de confiança mútua.
mico, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que re- ✓ A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhu-
presenta qualidade para uma empresa não necessariamente o é ma relação profissional pode dar certo.
para outra. Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional,
procure entender quais são as competências valorizadas naquele Há, ainda, outras características que certamente podem contar
ambiente de trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para reali- pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na convivência
zar suas tarefas com qualidade. diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de contatos; per-
sistência (uma vez que a vontade, por si só, às vezes não basta);
As novas exigências cuidado com a aparência; assiduidade e pontualidade.
Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho já A Conexão Profissional, na terceira edição da série Desafios
devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais experien- para se tornar um bom profissional, trata de mais um dos desafios
tes que “a concorrência está cada vez mais acirrada” e que “é preci- dos recém-chegados ao mundo corporativo: a atenção aos proces-
so se preparar”, e os recém-chegados ao mundo corporativo já po- sos e às rotinas nas organizações.
dem ter constatado esse fato. Mas o que isso significa na prática? Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos
Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à es- a serem dados é procurar compreender a rotina da organização. Ter
colha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas não uma visão global das atividades que a organização desenvolve é
é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante uma indispensável para um bom desempenho e, principalmente, para a
vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias e formas conquista da autonomia. Para tanto, é fundamental atenção con-
de se executar melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho tínua aos processos. Com isso, você pode compreender o seu papel
que exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as na equipe e na organização, além de entender como os setores in-
“habilidades” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na teragem e qual a função e inter-relação de cada um, considerando
verdade, algumas dessas habilidades só ganharam destaque recen- o conjunto.
temente, enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizando- Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar
-se. Vejamos algumas delas: e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode administrar
melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais problemas
✓ Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissio- nal
com mais agilidade, bem como propor alternativas para aprimorar
exige uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saberse
a qualidade do trabalho, sempre com o foco nos resultados.
comportar em público, honrar os compromissos e prezar pela
Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber
organização no ambiente de trabalho.
o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício, menos
✓ Mantenha sempre uma boa aparência. Não é necessário
produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto automático”. Isso
estar sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber usar
pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de energia e recur-
a roupa certa no lugar certo. Devemos saber nos vestir de acordo
sos, não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa competiti-
com que o local de trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é vidade. Em síntese: prejuízo para você e para a empresa.
certo e o que é errado para cada ambiente.
Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada vez A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida emocio-
mais importante possuir uma visão global do ambiente de trabalho. nal. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se nos recifes das
Conhecer a rotina da organização e manter atenção aos processos paixões e dos impulsos desenfreados, pessoas com alto nível de QI
só trazem ganhos para ambas as partes: para o profissional, maior pode ser pilotos incompetentes de sua vida particular.
competitividade e possibilidade de agilizar soluções e, para a em- A aptidão emocional é uma capacidade que determina até
presa, equipes mais integradas e que falam a mesma língua. Para o onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenhamos,
conjunto, melhores resultados.3 incluindo o intelecto bruto.
Inteligência emocional: É a habilidade de lidar eficazmente
A competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada as necessidades de cada uma e as exigências da situação,
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da si- observando as emoções e reações evidenciadas no comportamen-
tuação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmen- to do outro e no seu próprio comportamento.
te com relações interpessoais de acordo com três critérios: Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com o seu
✓ Percepção acurada da situação interpessoal, de próprio comportamento. Exige autoconhecimento, controle emo-
suas variáveis relevantes e respectiva inter-relação. cional, automotivação e saber reconhecer os sentimentos quando
✓ Habilidade de resolver realmente os problemas eles ocorrem.
de tal modo que não haja regressões. Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar eficazmente
✓ Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas com outras pessoas de forma adequada.
envolvidas continuem trabalhando juntas tão eficiente-
mente, pelo menos, como quando começaram a resolver ELEMENTOS BÁSICOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
seus problemas. • Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar autocon-
fiança, conhecer pontos positivos e negativos.
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- • Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as próprias
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O emoções e impulsos.
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada • Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias emo-
da situação interpessoal. ções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir diante de fra-
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- cassos e dificuldades.
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em • Reconhecer emoções nos outros: Empatia.
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. • Habilidade em relacionamentos interpessoais: aptidão so-
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- cial
sões de uma outra na esperança de compreendê-la.
Fatores positivos do relacionamento
Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas organiza- Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num soma-
ções, que reinventam sua dinâmica produtiva, desenvolvendo no- tório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento
vas formas de trabalho e de resolução de conflitos. Surgem novos interno e externo. Assim, desde que cumpridos ou atendidos re-
paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clien- quisitos básicos de valorização do outro, estaremos falando de um
tes e colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no am- bom relacionamento. Os níveis de relacionamento aqui devem ser
biente de trabalho tem sido foco da atenção dos gestores, para que elevados, tendo em vista sempre o direito de cada indivíduo de re-
sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao manejo ceber com qualidade a supressão de suas necessidades.
inteligente das relações interpessoais. O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tra-
tam e se comunicam. Quando os indivíduos se comunicam bem, e
DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA o gostam de fazer, se diz que há um bom relacionamento entre as
Chamamos de competência a integração e a coordenação de partes. Quando se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta de
um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (C.H.A.) que entrar em contato com os outros, é um mau relacionamento.
na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada.
Fatores que interferem no trabalho em equipe
C – conhecimento - SABER - Estrelismo;
H – habilidade – SABER FAZER - Ausência de comunicação e de liderança;
A - atitude - QUERER FAZER - Posturas autoritárias;
- Incapacidade de ouvir;
A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas técnicas - Falta de treinamento e de objetivos;
específicas. - Não saber “quem é quem” na equipe.
A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas relações Fatores positivos do relacionamento
interpessoais.
Comunicabilidade
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
• habilidade de expor as ideias;
Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil.
• clareza na comunicação verbal;
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora
• é a qualidade do ato comunicativo otimizado, no qual a men-
certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil.
sagem é transferida integral, correta, rápida e economicamente e
Aristóteles
sem “ruídos”.
Como trabalhar bem com os outros?Como entender os outros
e fazer-se entender?
A Constituição de 1988 estabelece que a única maneira de pro- administrativos. Independentemente de seu perfil e função, ele é
vimento de cargos públicos efetivo é através de concurso. Atual- reiteradamente indagado pelo cidadão sobre os serviços oferecidos
mente, a maior parte do funcionalismo público de cargos efetivos é pela administração pública, bem como sobre as formas de acesso e
formada por servidores concursados, aprovados em certames que os prazos de execução.
exigem muito preparo. Atendentes, motoristas, recepcionistas, dirigentes, telefonis-
Mas,uma boa parte dos cargos comissionados, a maioria car- tas, técnicos, terceirizados, representam uma instituição aos olhos
gos de gestão, são ocupados por servidores nomeados segundo cri- do público externo.
térios de interresses políticos. Isso gera um quadro onde o servidor Tudo e todos comunicam. Cada integrante de uma organização
tem uma boa formação, mas os chefes são amadores. é um agente responsável por ajudar o cidadão a saber da existência
Além disso,há uma gama de outros funcionários selecionados de informações, ter acesso fácil e compreensão, delas se apropriar e
pelo critério “quemindica”, contratados temporariamente, ou ter- ter a possibilidade de dialogar e participar em busca da transforma-
ceirizados, ou para Consultoria e cujos contratos são renovados ção de sua própria realidade. (DUARTE, Jorge, 2007, p. 68).
inúmeras vezes equivalendo na prática a quase um cargo perma- O Estado, portanto, fala por meio de seus servidores. Ao aten-
nente. Infelizmente há ainda esses que caem de paraquedas no der o cidadão, ele é um braço do Estado em posição estratégica
serviço público. de porta-voz dos serviços disponíveis e “tradutor” de normas e
Entretanto, o que se percebe é que a cena da repartição cheia procedimentos, incumbido de adequar o conteúdo e a linguagem
de máquinas de datilografia e cadeiras com paletós sobre elas re- a cada demanda e a cada interlocutor. Além disso, também está em
pousando, hoje é tão pitoresca quanto rara. situação privilegiada para captar as impressões, críticas, dese- jos e
É claro que exames rigorosos para admissão de novos servido- necessidades do público, na medida em que o contato direto
res aumentam a qualidade do funcionalismo , mas não é só isso. É cotidiano com os cidadãos oferece subsídios para identificar fragi-
preciso estruturar carreiras no serviço público com cursos obrigató- lidades no atendimento, nos processos, na divulgação dos serviços
e na própria política.
rios e específicos para o setor público.
Lipsky (1980) destaca que esses atores têm informações que po-
Os cidadãos estão cada vez mais conscientes de que o serviço
dem indicar caminhos para aprimorar as políticas e promover a gestão
público que lhe é prestado não é gratuito: é muito caro. Pagam-
democrática dos programas. O valor estratégico da mediação que os
-se tributos de várias espécies, numa complexa configuração fiscal
servidores fazem entre o Estado e a sociedade, não só como executo-
(cumulatividade, bi-tributação, efeito cascata, guerra fiscal, etc...)
res, mas também definidores dessa relação, chama a atenção para a
que precisam arcar, inclusive, com os custos da burocracia excessi-
análise do seu papel na grande rede social interligada ao Estado.
va e da provisão para fraudes. O que alimenta o funcionamento de uma organização é o que o
A sociedade está ciente de que o serviço público deve ser efi- funcionário sabe. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Nessa perspectiva,
ciente e de que o servidor público está ali para servir a sociedade. ele é percebido não como cumpridor de planos, mas um negocia-
O emprego público deve explorar as habilidades que fizeram o dor, capaz de incentivar o diálogo, coletivizar ideias, formular alter-
candidato ser empossado. A remuneração, a depender da carreira, nativas e articular a ação conjunta.
deve ser mantida em níveis competitivos ao da esfera privada. Mas, A complexidade dos problemas sociais requer retroalimenta-
nada disso visa a efemeridade do “status” que alguns servidores ção e aprendizagem constantes, decodificação das informações re-
públicos apreciam. Tudo visa o fim público, objetiva a satisfação das cebidas, flexibilização de regras e disseminação de conhecimento.
necessidades coletivas. Sob essa perspectiva, os servidores se revelam duplamente agen-
Uma nova política de recursos humanos é necessária. Deverá tes de comunicação pública: como agentes melhor posicionados
ser permanente e estar em constante aperfeiçoamento, produzin- para contribuir com informações e conhecimento para aprimorar
do, na ponta, servidores mais críticos, competentes, inovadores e os serviços públicos (levando informação do cidadão para o Estado
cientes de sua missão pública. Essa é a única forma de se resgatar, e deste para o cidadão) e também como agentes encarregados de
perante a sociedade, a dignidade da função, e se ganhar do público, efetivar as políticas públicas.
o reconhecimento devido. A comunicação dirigida face a face pode viabilizar soluções
Perante a sociedade, maus servidores não têm direitos - nem cotidianas para os cidadãos que solicitam atenção e esperam por
de grevar, porque são dispensáveis. Bons servidores, ao contrário, informações corretas. Além disso, Argenti (2006) afirma que a
competentes e atenciosos, tornam-se mais fortes e reconhecidos, credibilidade adquirida por meio do relacionamento com grupos
porque imprescindíveis. Não adianta simplesmente lutar pelo salá- específicos tende a surtir mais efeito que campanhas e anúncios
rio sem ter postura e ética na hora de servir.4 corporativos massivos.
As organizações públicas, e especificamente as administra-ções
O servidor na interação entre o Estado e a sociedade municipais, que desejam atingir resultados na implantação das
Ao trazer para o debate a importância de priorizar os servido- práticas de comunicação com seus cidadãos precisam utilizar com
res públicos nos processos de comunicação e relacionamento, par- eficiência o contato direto com estes, gerando interatividade e
te-se do pressuposto de que é no dia a dia, no atendimento face a contribuindo para a constituição de imagem favorável. (GERZSON;
face que o Estado mais é chamado a se posicionar. MULLER, 2009, p. 65).
E é nessa circunstância de interação direta entre os represen- Woodrow Wilson, um dos inspiradores do paradigma clássico
tantes do governo e aqueles que compõem a sociedade, que a ima- da administração pública, já em 1887, demonstrava a importância
gem construída nos demais meios de comunicação se confirma ou de aproximá-la da sociedade. Ele defendia a eliminação do anoni-
é atirada por terra. mato burocrático e a discricionariedade como formas de aumentar
A maioria das críticas ao governo é recebida pela equipe de a responsabilidade e criticava a desconfiança ilimitada nos adminis-
trabalho antes de chegar às autoridades eleitas. E quem mais exer- tradores e nas instituições públicas.
ce esse papel de “para-raios” é o servidor que trabalha em contato Considerando tais questões, abordar a comunicação pública
direto com o cidadão. Seja nos setores destinados exclusivamente sob o prisma da relação individual entre servidor e cidadão é uma
ao atendimento de reclamações e solicitações, seja na portaria, na tentativa de compreender as estratégias e os mecanismos envolvi-
rua, na obra, nas escolas, nas unidades de saúde ou nos setores dos na comunicação formal e informal e o modo como os servido-
res lidam com os interesses e as demandas dos cidadãos.
3 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br
Chamar a atenção para o papel dos servidores na adequação quanto a comunicação pública direcionadas ao cidadão só se efeti-
das políticas governamentais é considerar que ações públicas não vam na ação, e o servidor que as implementa pode alterar o curso
são isentas. Elas trazem a marca dos interesses e das percepções de delas.
seus executores, o que pode causar distorções entre as necessida- Do ponto de vista comportamental, muito do que se sabe so-
des dos cidadãos e o que o Estado lhes oferece. (SKOCPOL, 1985). bre as estratégias de interação entre os servidores e os cidadãos
Busca-se, portanto, destacar a necessidade de considerar que o Es- deve-se às pesquisas empíricas desenvolvidas por Lipsky (1980). O
tado se submete não só a interesses localizados na sociedade, mas autor afirma que os servidores públicos desenvolvem um conjunto
também aos interesses de seus próprios membros. de estratégias que são postas em ação de acordo com o tipo de
Segundo Rhodes (1986), implícito à concepção de redes está o demanda existente.
argumento de que a implementação é um elemento-chave no pro- Chamado de “burocrata no nível da rua”, por Michael Lipsky
cesso político, pois os objetivos iniciais podem ser substancialmen- (1980), o servidor focado nesse estudo trata-se de um prestador
te transformados quando levados à prática. de serviços públicos, diretamente atuante na oferta desses servi-
Porém, a concepção tradicional da administração pública pres- ços e com contato pessoal com os usuários. A burocracia de nível
supõe que as políticas são implementadas tal como foram planeja- de rua (street level bureaucracy) considera que os escalões mais
das, desconsiderando o contexto e as especificidades de quem as baixos são essenciais para o funcionamento efetivo e prega que a
implementa e de quem as recebe. Focar as redes numa perspectiva aproximação ajuda a definir a relação entre Estado e sociedade.
micro possibilita perceber in loco como, de fato, a implementação (FERRAREZI, 2007).
das políticas é efetivada. Dasso Junior (2002) destaca que o papel a ser desempenhado
O distanciamento hierárquico e a falta de interação entre os pelos servidores diante da necessidade de flexibilizar procedimen-
formuladores (agentes políticos) e implementadores (agentes ad- tos burocráticos incongruentes com a realidade dos atendimentos
ministrativos) podem gerar distorções em ambos os processos, re- passa por reconstruir a capacidade analítica do Estado. É preciso
fletidas na distância entre a política planejada e a política que chega “dotar a administração pública de capacidade para dar respostas às
ao cidadão. A implementação dos programas criados nos níveis hie- demandas sociais, definidas através de processos participativos”.
rárquicos superiores pode diferir do que foi proposto, por diversos (DASSO JUNIOR, 2002, p. 13). Para isso, o autor defende a flexibili-
motivos: a falta de entendimento, a não explicitação dos objetivos, zação e redução da estrutura hierárquica, bem como a inclusão dos
os interesses políticos de quem implementa a ação, a (re)signifi- servidores na formulação e gestão das políticas.
cação em função da vivência e percepção do servidor, ou mesmo
a adaptação consciente às condições de trabalho ou às condições “O instrumento fundamental de ação do servidor é a informa-
específicas dos cidadãos atendidos. ção, o que requer capacidade de captar, transferir, disseminar e
Dentre os fatores que podem levar a essa desconexão está o utilizá-la de forma proativa e interativa.” (JUNQUEIRA; INOJOSA,
fato de que os trabalhadores que estão em suas atividades diárias 1992, p. 29). Mas, para alterar o formato instrumental de comuni-
em contato direto com os cidadãos possuem suas próprias referên- cação, é preciso vencer resistências e posições arraigadas. A cons-
cias; eles agem em respeito a elas (...). É relevante o fato de as po- trução de relacionamentos requer a superação de barreiras como
líticas públicas serem executadas no nível da rua, por funcionários a resistência de gestores e servidores historicamente acostumados
muitas vezes desconhecedores das políticas conforme o desenho com estruturas hierarquizadas e com um processo verticalizado e
original, desmotivados, sobrecarregados, trabalhando sob situação marcado pela apropriação e pelo controle da informação.
de estresse devido ao alto grau de incerteza inerente à diversida- Ao se analisar o Estado após o processo de redemocratização
de das necessidades dos clientes e aos parcos recursos disponíveis, do Brasil, é possível verificar que a incapacidade de os governos
quer para o pagamento dos salários, quer para a execução mesmo centrais darem respostas a demandas sociais cada vez mais com-
das políticas. (SCHMIDT, 2006, p. 17-18). plexas, diversas e conflitantes, cujos atores reivindicam atenção
Hogwood e Gunn (1993) listam diversas precondições para a diferenciada, resulta na descentralização administrativa.
adequada implementação das políticas públicas. Dentre outros fa- Embora tal medida, baseada no modelo da nova gestão pú-
tores, eles apontam o acordo sobre os objetivos, a perfeita comuni- blica, busque proporcionar mais flexibilidade e autonomia para
cação e coordenação e a obediência aos superiores. Considera-se, aproximar as estruturas de decisão dos cidadãos, a tendência dos
no entanto, que tais aspectos dificilmente serão totalmente atendi- governos em implementar políticas autorreferentes persiste. Veri-
dos porque os indivíduos tendem a resistir a serem tratados como fica-se uma proliferação de decisões “por um pequeno círculo que
meios. Eles interagem como seres integrais, trazendo suas próprias se localiza em instâncias enclausuradas na alta burocracia gover-
perspectivas. namental”.
(DINIZ, 1998, p. 34).
Mesmo que a formalidade burocrática vise a padronizar proce-
dimentos, os servidores têm uma certa liberdade de decisão. Sua
Assim, o desenho institucional trazido pela nova administração
adaptação às normas pode ser feita de modo a desvirtuar comple-
pública aumentou o isolamento dos decisores. (DINIZ, 2000). Via de
tamente os objetivos, ampliando ainda mais as cobranças relativas
regra, eles trabalham em gabinetes distantes dos pontos de atendi-
aos procedimentos burocráticos irrelevantes ou promovendo uma
mento e não mantêm contato frequente com os cidadãos atingidos
adaptação favorável ao cidadão, explicando os trâmites de forma
por suas decisões. Por outro lado, a maioria daqueles que mantêm
simplificada, apontando alternativas ou mesmo flexibilizando as contato cotidiano com os cidadãos no processo de implementação
normas para melhor atender cada cidadão. e disponibilização das políticas, nos balcões de atendimento, repre-
Assim, as prioridades outorgadas pelos planejadores também sentando o governo em reuniões com os diferentes grupos asso-
são influenciadas pelo poder político de instâncias do próprio po- ciativos da sociedade civil, ou executando políticas de educação,
der público. Destaca-se, então, a importância de focar a tríade go- saúde, habitação, infraestrutura e assistência social, exerce suas
verno-servidor-cidadão na comunicação pública. Entende-se, neste funções longe dos níveis hierárquicos estratégicos. Não raro, seu
caso, que o governo é o agente do primeiro escalão, responsável papel é considerado inexpressivo no modelo top-down de imple-
por grandes decisões e por formatar e planejar a implantação das mentação de políticas.
políticas públicas. Por outro lado, considera-se que tanto a política
A participação no gerenciamento pode criar motivação para o No enfoque da rede, ter prestígio significa ser um ator que re-
trabalho e mais independência além, é claro, de proporcionar mui- cebe mais informações do que envia. (WASSERMAN; FAUST, 1999,
tos benefícios para a instituição, que poderá entender melhor as p. 173). Sendo assim, a partir da análise das ligações é possível
demandas do cidadão, ao mesmo tempo em que o beneficia com identificar indivíduos mais bem posicionados em relação ao fluxo
um atendimento mais adequado. relacional e que, em razão desta posição, possuem maior poder de
Resolver problemas, seguidas vezes partindo do zero e utilizar influenciar a comunicação entre os indivíduos com os quais se re-
esforços em duplicata são, segundo Davenport e Prusak (1998), lacionam.
práticas comuns nas quais o conhecimento14 de soluções já criadas A análise de rede aponta o poder de influência dos atores com
não é compartilhado. Os autores destacam que há um saber oculto, base em diferentes aspectos posicionais. Ela identifica não só os
em estado latente no processo de trabalho e na mente dos tra- líderes de opinião, caracterizados como aqueles que mais influen-
balhadores, que pode ser conhecido e socializado. A transferência ciam as atividades, os relacionamentos e as informações na rede,
de conhecimento nas organizações também ocorre nas conversas mas também os membros pelos quais passam os fluxos mais in-
informais e contatos pessoais. O desafio é transformar o conheci- tensos, aqueles que mais intermedeiam contatos ou aqueles cujo
mento latente em linguagem comunicativa, de modo a incorporá-lo potencial pode ser melhor explorado; além das conexões diretas
ao processo de trabalho e ao patrimônio da instituição. e indiretas, o grau de reciprocidade; a interação dentro e entre os
Tal como destacam tais autores, se a realidade política de uma subgrupos e a coesão das relações. De forma análoga, também é
organização permite que se multipliquem enclausuradores do co- possível identificar aqueles que constituem barreiras, comprome-
nhecimento, o intercâmbio será mínimo. Eles defendem que, ao tendo o processo comunicacional.
invés de as informações serem represadas nos altos escalões ou Assim, a análise da comunicação organizacional, sob o prisma
mesmo em nível gerencial, elas tenham fluxo entre os níveis hie- das relações em rede, possibilita responder questões como: com
rárquicos e cheguem à ponta, aos funcionários que representam quem cada indivíduo busca informação sobre determinado assun-
diretamente a organização nos atendimentos cotidianos. Assim, a to; quais deles se conhecem ou quem tem acesso a quem; com que
informação constituiria não sórecurso estratégico para o planeja- frequência trocam informações; se os colegas sabem com quem bus-
mento, controle e tomada de decisão, mas também para embasar car cada tipo de informação; se utilizam tais fontes; que tipo de relação
as ações cotidianas. estabelecem. Mais que responder tais questões, a análise demonstra
como cada aspecto influencia a estrutura de relações do grupo.
Análise de redes sociais na comunicação organizacional A rede considera a dinâmica dos objetos empíricos das ciên-
A abundância de fluxos e demandas informacionais requer cias sociais e, portanto, é mutável. Ela possibilita indicar mudan- ças
reconhecer aorganização como ator social com influências mul- e permanências nos modos de comunicação e transferência de
tidirecionais. Nessa perspectiva, a rede não é apenas uma cadeia de informações, nas formas de sociabilidade, aprendizagem, autorias,
vínculos, mas também uma maneira de analisar e entender os escritas e acesso aos patrimônios culturais e de saberes das socie-
processos de comunicação no contexto das organizações de uma dades mundializadas. (MARTELETO, 2010, p. 28).
forma dinâmica e próxima da prática cotidiana, considerando-se as Com isso, as redes constituem um meio de aprimorar a comu-
relações que as constituem. nicação, respeitando a autonomia e as diferenças individuais, onde
Ao estabelecer vínculos internos e externos entre diferentes cada um constitui uma unidade em si, único em forma e posição.
conjuntos de ação, a análise das redes de comunicação possibilita Ao considerar a capacidade e os recursos informacionais de cada
estabelecer nexos explicativos entre as relações dinâmicas do sis- membro e sua competência em compartilhá-los, a rede possibilita
tema do “nós” da comunidade de comunicação com o ecossistema melhor promover articulações tanto na concepção quanto na exe-
externo do “eles” possibilitando, inclusive identificar suas dialéticas cução de suas funções.
na definição cognitiva de um campo de ação comum. (HANSEN, A comunicação no contexto das organizações como processo
2006, p. 2-3). relacional entre seus membros e destes com redes externas não é
Dentro das organizações, pode-se utilizar a metodologia de restrita às relações hierárquicas e aos meios formais. Mais que as
rede para identificar relações de cooperação e conflito, bem como
estratégias utilizadas pelos meios de comunicação institucional e
para avaliar a influência da hierarquia e de interesses individuais
mais ainda que os aspectos estritamente hierárquicos, analisar a
nas relações, as interações dentro dos setores e transetoriais, as
comunicação nesse contexto requer uma abordagem a partir dos
competências e as relações de poder. No aspecto das redes exter-
vínculos, construídos intencionalmente ou não e que estão em
nas, cabe considerar o atendimento, a captação de informações
que possibilitem adequar às demandas e as relações estabelecidas constante interação e transformação.
com outras organizações. A comunicação não é algo estanque. Ela existe a partir de uma
Se por um lado, a análise de redes sociais trabalha com os mes- rede de relações que produz múltiplos sentidos. Nessa concepção,
mos instrumentos de captação de dados utilizados pelas ciências a proposta é abordar acomunicação organizacional como um pro-
sociais: questionários, entrevista, análise documental; por outro, cesso social capaz de reconfigurar-se e reconfigurar continuamente
ela oferece novas possibilidades na análise de tais dados. a organização. Ao mesmo tempo em que ela constitui a realidade
A análise de redes sociais tem uma dimensão propriamente so- da organização, ela modifica estruturas e comportamentos.
cial e comunicacional, que permite traçar os elos, as interações e as Embora a análise de redes possibilite mapear o fluxo informal
motivações dos atores em função do convívio (concreto ou virtual) e de informações, percebe-se que os atores mais centrais são os líde-
dos interesses e dos objetivos compartilhados. (MARTELETO, 2010, res formais. Gerentes e coordenadores possuem grande influência
p.39) sobre o fluxo de informação. A unilateralidade das relações aponta
Nessa rede cujos nós são conectados pela relação que estabe- uma reduzida permeabilidade da rede ao cidadão. Os atendentes,
lecem,percebe-se que não só emissor e receptor se ajustam e se cuja função é manter contato direto com o cidadão, em geral, es-
influenciam na interação como também recebem outras influên- tão à margem. Atores periféricos, eles interagem com o ambiente
cias diretas e indiretas. A análise de redes sociais possibilita mapear externo e captam novos elementos que poderiam possibilitar a ino-
e analisar não apenas a mútua afetação, mas múltiplas afetações vação dentro da rede. No entanto, sua tímida participação no envio
decorrentes das interações intraorganizacionais e sociais mais am- de informações para os demais faz com que grande parte dessas
plas. informações se percam.
Considerando o servidor como ator com grande potencial não Por que é importante?
só para a definição e implementação de políticas públicas, como A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que prega-
também para a participação individual do cidadão, o mapeamento mos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da mensagem
da rede e a análise das relações indicam a necessidade de incentivar sem ser distraídos por erros de pronúncia.
o aumento da densidade das relações e a reciprocidade dos laços. Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras de pronún-
O histórico de reformas administrativas e a influência dos di- cia que se aplique a todos os idiomas. Muitos idiomas utilizam um
versos modelos de gestão pública emergem. A rede está inserida no alfabeto. Além do alfabeto latino, há também os alfabetos árabe,
centro da aposta de uma administração gerencialista focada em cirílico, grego e hebraico. No idioma chinês, a escrita não é feita por
metas e resultados. No entanto, a reprodução do organograma nas meio de um alfabeto, mas por meio de caracteres que podem ser
relações informais é um indicativo da influência do padrão burocrá- compostos de vários elementos.
tico de administrar. Esses caracteres geralmente representam uma palavra ou par-
Desconsiderar a ponte entre a rede intraorganizacional e a rede te de uma palavra. Embora os idiomas japonês e coreano usem ca-
extraorganizacional do órgão como elemento estratégico de acesso racteres chineses, estes podem ser pronunciados de maneiras bem
ao cidadão por meio da interação pessoal é criar uma barreira. É diferentes e nem sempre ter o mesmo significado.
por meio da interação entre as redes que elas se renovam. A troca Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que se
de informações é que as torna dinâmicas e possibilita inovações. use o som correto para cada letra ou combinação de letras. Quando
o idioma segue regras coerentes, como é o caso do espanhol, do
grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras es-
trangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma pronúncia
POSTURA E ATENDIMENTO AO PÚBLICO parecida à original. Assim, determinadas letras, ou combinações de
letras, podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
Quando se fala em comunicação interna organizacional, auto- simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise memo-
maticamente relaciona ao profissional de Relações Públicas, pois rizar as exceções e então usá-las regularmente ao conversar. Em
ele é o responsável pelo relacionamento da empresa com os seus chinês, a pronúncia correta exige a memorização de milhares de
diversos públicos (internos, externos e misto). caracteres. Em alguns idiomas, o significado de uma palavra muda
As organizações têm passado por diversas mudanças buscan- de acordo com a entonação. Se a pessoa não der a devida atenção
do a modernização e a sobrevivência no mundo dos negócios. Os a esse aspecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
maiores objetivos dessas transformações são: tornar a empresa Se as palavras de um idioma forem compostas de sílabas, é im-
competitiva, flexível, capaz de responder as exigências do mercado, portante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas que usam esse
reduzindo custos operacionais e apresentando produtos competi- tipo de estrutura têm regras bem definidas sobre a posição da sí-
tivos e de qualidade. laba tônica (aquela que soa mais forte). As palavras que fogem a
A reestruturação das organizações gerou um público interno de essas regras geralmente recebem um acento gráfico, o que torna
novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais conscientes, relativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se
responsáveis, inseridos e atentos às cobranças das empresas em houver muitas exceções às regras, o problema fica mais complica-
todos os setores. Diante desse novo modelo organizacional, é que do. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronunciar
se propõe como atribuição do profissional de Relações Públicas ser corretamente as palavras.
o intermediador, o administrador dos relacionamentos institucio- Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante atenção
nais e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo assim, aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de determina-
fica claro que esse profissional tem seu campo de ação na política das letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.
de relacionamento da organização. Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas armadilhas.
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida como um A precisão exagerada pode dar a impressão de afetação e até de
feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa sig- esnobismo. O mesmo acontece com as pronúncias em desuso. Tais
nificativamente maior que um simples programa de comunicação coisas apenas chamam atenção para o orador. Por outro lado, é
impressa. Para que se desenvolva em toda sua plenitude, as empre- bom evitar o outro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem
sas estão a exigir profissionais de comunicação sistêmicos, abertos, quanto na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo-
treinados, com visões integradas e em permanente estado de aler- ram discutidas no estudo “Articulação clara”.
ta para as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente. Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de um
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos Rela- país para outro — até mesmo de uma região para outra no mesmo
ções Públicas: estratégica, política, institucional, mercadológica, país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local com sotaque. Os di-
social, comunitária, cultural, etc.; atuando sempre para cumprir os cionários às vezes admitem mais de uma pronúncia para determi-
objetivos da organização e definir suas políticas gerais de relacio- nada palavra. Especialmente se a pessoa não teve muito acesso à
namento. instrução escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene-
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações Públi- ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o idioma lo-
cas, destaca-se como principal objetivo liderar o processo de comu- cal e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová queremos
nicação total da empresa, tanto no nível do entendimento, como falar de uma maneira que dignifique a mensagem que pregamos e
no nível de persuasão nos negócios. que seja prontamente entendida pelas pessoas da localidade.
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está bem
Pronúncia correta das palavras familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui problema
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve: numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá se deparar com
- Usar os sons corretos para vocalizar as palavras; palavras que não usa no cotidiano.
- Enfatizar a sílaba certa;
- Dar a devida atenção aos sinais diacríticos Maneiras de aprimorar
Muitas pessoas que têm problemas de pronúncia não se dão
conta disso.
Em primeiro lugar, quando for designado a ler em público, con- esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que
sulte num dicionário as palavras que não conhece. Se não tiver prá- ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
tica em usar o dicionário, procure em suas páginas iniciais, ou finais, mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.
a explicação sobre as abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos
usados ou, se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal para
Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, de- garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que o
pendendo do contexto. Alguns dicionários indicam a pronúncia de atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas deman- das
letras que têm sons variáveis bem como a sílaba tônica. Antes de de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua
fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes em voz alta. portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores im-
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para al- portantes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fun-
damental que o atendente transmita a seu interlocutor segurança,
guém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija seus
compromisso e credibilidade.
erros.
Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir,
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar atenção
procedimentos para a excelência no atendimento telefônico:
aos bons oradores. • Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gos-
ta de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atenden-
Pronúncia de números telefonicos te da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone.
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo por al- Por outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a
garismo. tratar o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo. interlocutor se sinta importante;
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres em tres • assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que
algarismos, com exceção de uma sequencia de quatro numeros jun- atende ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja,
tos, onde damos uma pausa a cada dois algarismos. comprometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o número rápida. Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediata-
“11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado como “onze”. mente saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”.
Se não for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o aten-
Veja abaixo os exemplos dente deverá apresentar formas alternativas para o fazer, como:
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero – fornecer o número do telefone direto de alguém capaz de resolver
zero, tres o problema rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, tres – responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de
quatro, tres que alguém confirmará a recepção do pedido ou chamada;
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze – nove, • Não negar informações: nenhuma informação deve ser
oito negada, mas há que se identificar o interlocutor antes de a for-
necer, para confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é
Exceções adequada a seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois en-
110 -cento e dez traremos em contato com o senhor
111 – cento e onze • Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tem-
211 – duzentos e onze po, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar
que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando fee-
118 – cento e dezoito
dback, mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
511 – quinhentos e onze
0001 – mil ao contrario
• Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra
que o atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;
Atendimento telefônico
• Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastró-
fica: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas;
Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor • Manter o cliente informado: como, nessa forma de comunica-
se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utili- ção, não se estabele o contato visual, é necessário que o atendente, se ti-
zação de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, ver mesmo que desviar a atenção do telefone durante alguns segundos,
que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível peça licença para interromper o diálogo e, depois, peça desculpa pela
para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se- demora. Essa atitude é importante porque poucos segundos podem pa-
jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos- recer uma eternidade para quem está do outro lado da linha;
sam receber bom atendimento ao telefone. • Ter as informações à mão: um atendente deve conservar
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para a informação importante perto de si e ter sempre à mão as infor-
o atendimento telefônico: mações mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. rapidez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a • Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga:
ligação em seguida; quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição
se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços; vai retornar a chamada.
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o • Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitu-
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas; des no atendimento telefônico:
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou • Receptividade - demonstrar paciência e disposição para
“boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos
atitudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome do usuários como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da
cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im- mesma forma é necessário evitar que interlocutor espere por res-
portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também postas;
10
• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, di- A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista,
zer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, ano- que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com-
tar a mensagem do interlocutor); preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras
• Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pro- variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio
nunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões constante para todos nós.
como “meu bem”, “meu querido, entre outras); E essa complexidade aumenta quando não há uma comunica-
• Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evi- ção visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único
tar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desvian- instrumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para
um receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros pri-
do-se do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber en-
mários no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil
quanto se fala);
consecução.
• Comportamento ético na conversação – o que envolve Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de
também evitar promessas que não poderão ser cumpridas.
modo a atingirmos a excelência, confira:
1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem for-
Atendimento e tratamento
mal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e se-
O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de
riedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim fa-
uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo
zendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo por
com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma,
conta do profissionalismo demonstrado.
uma relação entre o atendente, a organização e o cliente.
2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada
prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que
por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a:
atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos
• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec-
nológicos adequados; eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele- “limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios.
cidos previamente; 3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja
• credibilidade – honestidade no serviço proposto; minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente
• segurança – sigilo das informações pessoais; que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de fale mais alto.
contato; 4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não
• comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser- cometa o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encon-
viços. trar o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente
Fatores críticos de sucesso ao telefone: entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com
- A voz / respiração / ritmo do discurso clareza e objetividade.
- A escolha das palavras 5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão
- A educação para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros
de interpretação por parte do cliente.
Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro lado 6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente sem
da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas você educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o atentamen-
transmite através da voz o sentimento que está alimentando ao te, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, pois assim, você
conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem ser estará mantendo sua imagem intacta, haja vista, que esses “dinossau-
reveladas, tais como: ros” não precisam ser atacados, pois, eles se matam sozinhos.
• Interesse ou desinteresse, 7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para
• Confiança ou desconfiança, que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima
• Alerta ou cansaço, confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati-
• Calma ou agressividade, vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes.
• Alegria ou tristeza, 8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente
• Descontração ou embaraço, para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o
• Entusiasmo ou desânimo. cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone.
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é atender
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que de-
minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto monstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente
aproximadamente, tornando o discurso mais claro. a máxima eficiência.
10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o nome
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, das tra-
pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar dicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, quando
que não existe entusiasmo da sua parte. for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agradecendo e
reafirmando o que foi acordado.
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao 11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que não está
cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa- presente na sua empresa no momento da ligação, jamais peça a ele para
tia. Está relacionada a: ligar mais tarde, pois, essa é uma função do atendente, ou seja, a de
• Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando retornar a ligação quando essa pessoa estiver de volta à organização.
prontamente a solicitação do usuário;
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é
• Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cor- um dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista,
dialidade;
que é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais
• Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-pre- que foram abordados.
vistas.
11
13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem - Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da
responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite.
desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da - Essa chamada externa vai solicitar um ramalou pessoa. Você
empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten-
uma ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esque- deucorretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e
cimentos. transfira a ligação.
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender o te-
lefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de quem Ao transferir as ligações, forneça as informações que já possui;
realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os proble- faça uso do seu vocabulário profissional; fale somente o necessário
mas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz desinte- e evite assuntos pessoais.
ressado, melancólico e enfadado contribuem para a desmotivação Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao seu
do cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse e inicia- interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a ligação,
tiva para que a outra parte se sinta acolhida. mantenha-o ciente dos passos desse atendimento.
15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamente, Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar dela.
sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente para Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à disposição
a identificação dos problemas existentes e consequentemente para dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o para quem real-
mente possa atendê-lo e resolver sua solicitação. Transferir o cliente
as possíveis soluções que os mesmos exigem.
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar para de um setor para outro, quando essa ligação já tiver sido transferida
várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse caso, anote a
alguma empresa e teve que esperar um longo período de tempo
situação e diga que irá retornar com as informações solicitadas.
para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente in-
- Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferência,
conveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não delon-
diga à pessoaque chamou: “O ramal está ocupado. Posso anotar
gar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando manter, na
o recado e retornar a ligação.” É importante que você não deixe
medida do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente uma linha ocupadacom uma pessoa que estáapenas esperando a
não tenha que esperar muito tempo para ser atendido. liberação de um ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipa-
mento, gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em
Buscar a excelência constantemente na comunicação huma- na falar com o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligaçãoe
é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos nos dizer: “Desculpe-me interrompersua ligação, mas há uma chama-
comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infelizmente da urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal. O (a) senhor (a)
algumas pessoas não levam esse importante ato a sério, compro- pode atender?” Se a pessoa puder atender , complete a ligação, se
metendo assim, a capacidade humana de transmitir uma simples não, diga que a outra ligação ainda está em andamento e reafirme
mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos sua possibilidade em auxiliar.
para não repetirmos esses erros e consequentemente aumentar-
mos nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. Lembre-se:
Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas forma-
Resoluções de situações conflitantes ou problemas quanto ao lidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” , “Queira des-
atendimento de ligações ou transferências culpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comunicação e induz a
O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa.. Por outra pessoa a ter com você o mesmo tipo de tratamento.
isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes do seu A conversa: existemexpressões que nunca devem ser usadas,
trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter contato tais como girias, meias palavras, e palavras com conotação de inti-
com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir muito para midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional.
a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não esqueça: a pri-
meira impressão é a que fica. Equipamento básico
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar
seu trabalho: o bom andamento do seu trabalho:
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural pos- - Listas telefônicas atualizadas.
sível. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo. - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem
- Calma:Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante que alfabética).
você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que esta chamando - Relação dos númerosde telefones mais chamados.
merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deveser apressada - Tabela de tarifas telefônicas.
ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grosseira, você não - Lápis e caneta
deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, procure acalmá-la. - Bloco para anotações
- Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece aten- - Livro de registro de defeitos.
ção especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre
simpática e demonstrar interesse em ajudar. O que você precisa saber:
- Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhe- O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu ma-
simportantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são terial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você
confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você deve saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que
deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo nas você usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Te-
ligações telefônicas é consideradauma falta grave, sujeita às pena- lefônica, que permite você fazer ligações internas (de ramal para
lidades legais. ramal) e externas. Atualmente existem dois tipos: PABX e KS.
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema,
O que dizer e como dizer todas as ligaçõesinternas e a maioria das ligações para fora da em-
Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama- presa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que
das externas: entram, passam pela telefonista.
12
- KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, de - CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai corrigir.
saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista - Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
- EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
Informações básicas adicionais - Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, mas
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações com muita prudência. O Cliente não se interessa por “justificati-
telefônicas. Eles se dividem em: vas”. Este é um problema da empresa.
* Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fazer
ligações para fora sem passar pela telefonista 4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
* Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessário o auxi- - Concentre-se para entender o que realmente o Cliente quer
lio da telefonista para ligar para fora. ou, exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê.
* Ramais restritos: só fazem ligações internas. - Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até que
-Linha - Tronco: linha telefônica que ligaa CPCT à central Tele- o Cliente entenda.
fônica Pública. - Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente,
- Número-Chave ou Piloto: Número que acessa automatica- o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o
mente as linhas que estãoem busca automática, devendo ser o úni- Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.
co número divulgado ao público.
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligaçõesentre ramais e 5ª – Discussão com o Cliente
linhas-tronco. Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a realiza- sempre perde!
ção de ligações interurbanas. Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran- “discutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de
queado, cuja cobrança das ligaçõesé feita no telefone chamado. forma que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas externas vão Cliente, quando esta for negativa. Exemplos:
diretopara o ramal desejado, sem passar pela telefonista . Isto só é
possível em algumas CPCTs do tipo PABX. O Cliente está... Reaja de forma oposta
- Pulso : Critério de medição de uma chamada por tempo, dis-
tância e horário. Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
- Consultores: empregados da Telems que dãoorientaçãoàs Irritado Mantenha a calma.
empresas quanto ao melhor funcionamento dos sistemas de tele-
comunicações. Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar Diga-lhe que é possível resolver o
assistência às CPCTs. Ameaçando problema sem a necessidade de
- Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos horá- uma ação extrema.
rios fora do expediente para determinados ramais. Só é possível em
Diga-lhe que o compreende, que
CPCTs do tipo PBX e PABX.
Ofendendo gostaria que ele lhe desse uma
oportunidade para ajudá-lo.
Em casos onde você se depara com uma situação que repre-
sente conflito ou problema, é necessário adequar a sua reação à
6ª – Equilíbrio Emocional
cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
Em uma época em que manter um excelente relacionamento
com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien-
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os
- Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a raiva.
profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no
- Acima de tudo, mantenha-se calmo.
- Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em um esta- atendimento a Clientes.
do de nervosismo.
Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que:
- Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está muito
- For paciente e compreensivo com o Cliente.
nervoso (a), tente acalmar-se”.
- Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pes-
- Use frases adequadas ao momento. Frases que ajudam acal-
soais dos problemas da empresa.
mar o Cliente, deixando claro que você está ali para ajudá-lo
- Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas,
2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer? sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie de “para-
-raios”.
- O tratamento deverá ser sempre positivo, independentemen-
te das circunstâncias. - Não fizer pré julgamentos dos clientes.
- Entender que cada cliente é diferente do outro.
- Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a entender
- Entender que para você o problema apresentado pelo cliente
que você não é o alvo.
é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o problema é
- Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando para não
parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age positivamente, único, é o problema dele.
- Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível.
coloca uma pressão psicológica no Cliente, para que ele reaja de
modo positivo. - Entender que você e a empresa dependem do cliente, não ele
de vocês.
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa - Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o
- ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível. futuro da relação do cliente com a empresa.
- Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao seu
alcance para que o problema seja resolvido.
13
POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordia- como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes
lidade) dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de-
pendência recíproca para terem peso.
A FUGA DOS CLIENTES Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo- necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento.
gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos observar Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
os seguintes percentuais: 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compreen-
- 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de pos- der e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele seja
tura no atendimento; bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo um
ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente
- 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante-
- 9% fogem pelo preço;
nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessi-
- 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte. dades. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto
ou serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em rela-
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas
ção às necessidades dos clientes e atendê-las.
organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser-
dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em
entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha
satisfazer plenamente o cliente.
uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente.
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra-
Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
tam profissionais com características básicas para atender o públi- profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam
em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a
um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo
felicidade do outro.
com as características individuais e o bom senso de cada um.
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍ-
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes
RITO POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos,
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não
para ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe
sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a
que é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia
tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocu-
do trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chega-
pação. Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que
da do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com
perpassam pela condição individual e por condições sistêmicas.
a consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes
a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:
para o cliente.
1. Falta de uma política clara de serviços;
2. Indefinição do conceito de serviços;
Os requisitos para contratação deste profissional
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
mento;
são essenciais ao atendente. São eles:
4. Falta de um padrão de atendimento;
- Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
5. Inexistência do follow up;
- Gostar de lidar com gente.
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. - Ser extrovertido.
- Ter humildade.
Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
- Cultivar um estado de espírito positivo.
de pessoas com características opostas ao necessário para atender
- Satisfazer as necessidades do cliente.
ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
- Cuidar da aparência.
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
Observando estas duas condições principais que causam a vin-
culação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar
A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os as-
a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços
pectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua totali-
e a postura de atendimento.
dade e nossa condição emocional.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e,
como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio.
Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de serviços,
POSTURA. São eles:
a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados os
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por
aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: o
um posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponí-
ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan- to,
vel para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POS-
depende mais diretamente da empresa e está mais relacionadocom
TURA DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos posi-
as condições sistêmicas.
tivos nos clientes, como por exemplo:
a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispen-
peito aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e
sado às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si,
acolhimento;
com as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portan-
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado
to, está ligado às condições individuais.
transmite ao cliente a humildade do atendente;
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten-
e segurança;
dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento,
14
d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver-
e calorosidade. bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno
de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer
caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos e o os seus anseios.
que expressamos no nosso corpo.
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e con- Alguns exemplos são:
fortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos sen- 1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
timentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha
livres do stress, das doenças, dos medos. para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”.
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as- 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu- do pagamento;
zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função 3. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos carro entrando no posto e faz uma sudação...
sobre o observador e quem a expressa.
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento A INVASÃO
inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or- Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA-
ganismo e o seu meio ambiente. SÃO DE TERRITÓRIO.
Vamos entender melhor isso.
O olhar Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ-
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin-
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so- como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma
mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
real sentido dos olhos. Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de aco- privacidade, o que normalmente traz consequências negativas.
lhimento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri-
vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas
e desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissa- estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase
bor pelo atendimento. se encostando nele; dar um tapinha nas costas...
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva-
nos nossos olhos ? A resposta é simples: sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes
de ajudar o próximo. grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu-
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto, des e situações mais comuns:
pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para - Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem;
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender as - Seguir o cliente por toda a loja;
necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito. - O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente pas-
sageiro;
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir: - O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos
01. Interesse quando: sem ser solicitado;
- Brilha; - O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos
- Tem atenção; e tapinhas nas costas;
- Vem acompanhado de aceno de cabeça. - O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
sem avisar.
02. Desinteresse quando:
- É apático; Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio-
- É imóvel, rígido; nal do atendimento.
- Não tem expressão.
O sorriso
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni-
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar. versal.
Imagine que você tem um exame de saúde muito importante
A aproximação - raio de ação. para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso
RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante,
deste ser cliente ou não. diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in-
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros terpretado como um ato de apaziguamento.
de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta- O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das
mente. pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava-
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná- liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes.
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a
interação, a tornam mais eficaz.
15
O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu- Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência
informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma, pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “
podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
diversas emoções no outro. para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
e o atendente.
Ir ao encontro do cliente
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no Cumprimento caloroso
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân- O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o aten- meza ?
dente faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades, Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al-
pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao en- guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de
contro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com mão.
ele. O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa
energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
A primeira impressão o contato.
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI- Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca
RA IMPRESSÃO É A QUE FICA. a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal
Você concorda com ela? estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres-
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre- peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão,
sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial, mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons-
se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar. tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien- compromisso com o contato.
te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus É importante lembrar que o cumprimento deve estar associa-
desejos satisfeitos. do ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito aber-
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen- te tos, totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.
os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de cum-
empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta, primentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática.
visitas, mas nem sempre são eficazes.
A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien- Tom de voz
tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca- A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de
nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as
clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re- palavras, são mais importantes do que as próprias palavras.
forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho. Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do
Quando as organizações atentam para essa importância, elas conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi-
passam a aplicar instrumentos de medição. ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida- com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes
de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem do cliente.
a opinião aberta sobre o assunto. Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com
informações reais. calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da- do cliente será de compreensão.
dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
adquiridos da empresa. estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
Apresentação pessoal um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as rou- como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso,
pas mal cuidadas... ? cada palavra tem a sua vibração especial.
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta- Saber escutar
to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se
confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá- você respondeu que não, você errou.
rio, também, ter uma boa apresentação pessoal. Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com- comunicação.
pleto. São eles: O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o
higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça; cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar-
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação.
cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as- São elas:
seadas, barba feita; * os nossos PRECONCEITOS;
03. Roupas limpas e conservadas; * as DISTRAÇÕES;
04. Sapatos limpos; * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo * as ANTIPATIAS.
cliente.
16
17
18
Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne-
lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes
nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har- advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão:
monização com o outro e passam por cima de tudo. * Atitudes preconceituosas;
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM * Atitudes de exclusão e repulsa;
O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO * Atitudes de fechamento;
LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES- * Atitudes de rejeição.
SIDADES.
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade,
Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois as para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os
raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos clientes e as situações.
lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só
se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é O ENVOLVIMENTO
empatia. A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o
PERCEPÇÃO verdadeiro sentido de atender.
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender e cap- Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado,
tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser-
de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de
passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten-
próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com
mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas an- clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o
tipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta deliderança, o
as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera-
cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não per-
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos, mite captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em
usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada insatisfação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por
na cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que parte do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento
imediatamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era entre o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se
permitido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, desrespeitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a
retirou de um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e empresa é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
disse: “eu quero comprar aquele carro ali”. Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem-
que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações. po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento.
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade-
mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni- quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di-
co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações. vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quan-
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a do normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual caso, o ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando
vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta problemas desta espécie.
seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém. Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição * atender pessoalmente e interromper com o telefone
física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender: * atender o telefone e interromper com o contato direto
a) Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a * sair para tomar café ou lanchar
sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso * conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé-
percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar; rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente.
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro
agradável de comida; Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi-
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente
mais amena da repreensão e reprimir a mais severa. deve ser poupado dele.
Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo de Os desafios do profissional de atendimento
defesa. Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas si-
tuações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes-
O ESTADO INTERIOR tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi- mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações.
ção interna, o estado de espírito diante das situações.
A atitude de quem atende o público está diretamente rela- Encantando o cliente
cionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, assuas seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do
atitudes serão mais positivas frente ao cliente. cliente, mas talvez não ultrapasse o normal.
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a
sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati- grande diferença no atendimento.
tudes frente ao cliente.
19
20
21
Hoje, há diferenças individuais e também, há diversidade nas ser humano com capacidades que reunem à produção da empresa,
organizações. A razão é simples: quanto maior a diferença das pes- formarão uma equipe e harmoniosa em que o maior beneficiado
soas, tanto maior seu potencial de criatividade e inovação. será ele mesmo com melhoria em sua qualidade de vida, relacio-
A diversidade está em alta. As pessoas estão deixando de se- namentos com os outros e, principalmente, o cliente que sentirá
rem meros recursos produtivos para ser o capital humano da orga- isso quando adquirir o produto ou serviço da empresa gerando a
nização. O trabalho está deixando de ser individualizado, solitário fidelização que tanto se busca.
e isolado para se transformar em uma atividade grupal, solidária e O melhor negócio de uma organização ainda se chama gente,
conjunta. e ver gente integrada na organização como matéria-prima principal
Hoje, em vez de dividir, separar e isolar tornou-se importan- também é lucro, além de ser um fator primordial na geração de
te juntar e integrar para obter efeito de melhor e maior resultado resultados.
e multiplicador. As pessoas trabalham melhor e mais satisfeitas Percebe-se que a parte humana da empresa precisa estar sem-
quando o fazem juntas. Equipes, trabalho em conjunto, compar- pre em processo de educação, não a educação escolar, mas uma
tilhamento, participação, solidariedade, consenso, decisão em educação que tenha como objetivo melhorias no comportamento
equipes:essas estão sendo as palavras de ordem nas organizações ( das pessoas, nas relações do dia a dia, pois somos seres de ralações,
CHIAVENATO, 2002, p.71-72 ). não nos bastamos, precisamos sempre um do outro. Precisamos
nos relacionar e se comunicar, somos seres inacabados em proces-
Como se viu até então, as pessoas são produtos do meio em
so de educação constante, estamos em busca contínua de mudar
que vivem, têm emoções, sentimentos e agem de acordo com o
nossa realidade.
conjunto que as cercam seja no espaço físico ou social.
Algumas dicas que podem ajudar a manter boas relações inter-
pessoais no ambiente organizacional:
As Relações Humanas nas Organizações
Procure investir em sua equipe e na manutenção de relaciona-
Os indivíduos dentro da organização participam de grupos so-
mentos saudáveis.
ciais e mantêm-se em uma constante interação social. Para explicar
Evite gerar competição uns com os outros e estimule a colabo-
o comportamento humano nas organizações, a Teoria das Relações
ração entre colegas e equipes.
Humanas passou a estudar essa interação social. As relações huma- Investir no desenvolvimento de habilidades e aprimoramento
nas são as ações e atitudes desenvolvidas e através dos contatos de competências da equipe.
entre pessoas e grupos. Quando surgirem os conflitos e as diferenças, aja com cautela
Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada e não tome partido de ninguém.
que influi no comportamento e atitudes das outras com quem man- Promova a conversa e evite brigas e discussões.
tém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas ou- Algumas Normas de Convivência:
tras. Cada pessoa procura ajustar-se às demais pessoas e grupos, Fale com as pessoas, seja comunicativo, não há nada melhor
pretendendo ser compreendida, aceita e participa, com o objetivo que chegar para uma pessoa e conversar alegremente, discutir
de entender os seus interesses e aspirações. ideias e falar sobre várias coisas.
A compreensão da natureza dessas relações humanas permite Sorria para as pessoas, é sempre bom encontrar uma pessoa
melhores resultados dos subordinados e uma atmosfera onde cada alegre, sorridente, ela te deixa mais à vontade.
pessoa é encorajada a expressar-se livre e de maneira sadia. Chame as pessoas pelo nome, nunca coloque apelido de mau
gosto nas pessoas, afinal você não gostaria que fizessem o mesmo
Com o avanço da tecnologia, o trabalho também passa a ser com você.
mais individual, cada funcionário em seu setor, isso faz com que Seja amigo e prestativo, pois ninguém quer um amigo impres-
as pessoas fiquem distantes uma das outras, aumentando o nível tável perto de si, e para que você tenha amigos e pessoas prestati-
de stress, pois não conseguem mais se relacionarem, não há mais vas, cultive isso também, seja amigo e prestativo.
tempo para o diálogo. Seja cordial, faça as coisas com boa vontade, ninguém gosta de
A comunicação hoje é tudo, saber se comunicar é fundamental pessoas que tudo que faz, é com raiva.
e para o sucesso de uma organização isso é essencial. Chiavenato Tenha mais interesse com o que as pessoas falam com você,
(2010, p.47) diz: “A informação não é tocada, palpável nem medi- seja sincero e franco, mas é claro, com toda educação sem deixar as
da, mas é um produto valioso no mundo atual porque proporciona outras pessoas desajeitadas e desconfortáveis ao seu lado.
poder”. A dificuldade de relacionamento entre as pessoas é um dos
Diante do exposto vê-se que o mundo gira em torno da comu- principais problemas vivenciados no mundo moderno, quer seja
nicação e da informação e para que uma organização tenha sucesso entre amigos, entre pessoas da família ou entre colegas de tra-
é necessário que a comunicação seja clara, direta e transparente balho. De modo geral essas desavenças surgem na interação diá- ria
assim como as relações interpessoais. entre duas ou mais pessoas, ocasionadas por divergências de ideias,
Conforme diz Chiavenato (1989, p.3): por diferenças de personalidade, objetivos ou metas ou por
As organizações são unidades sociais (e, portanto, constituídas variedade de percepções e modos de analisar uma mesma infor-
de pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar deter- mação ou fato.
minados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações
comerciais, o ensino, a prestação de serviços públicos, a caridade, o Atualmente, muito tem se falado da importância das relações
lazer, etc. Nossas vidas estão intimamente ligadas às organizações, interpessoais dentro das organizações, de se humanizar o ambiente
porque tudo o que fazemos é feito dentro das organizações. de trabalho, mas afinal o que é essa tal humanização?
Os ambientes de trabalho são, pois, organizações, e nelas so- Humanizar significa respeitar o trabalhador enquanto pessoa,
bressai a interação entre as pessoas, para a promoção da formação enquanto ser humano. Significa valorizá-lo em razão da dignidade
humana. que lhe é interna. A prática da humanização deve ser observada
Romão (2002) registra: continuamente.
Hoje temos que nos preparar para viver a era emocional, onde O comportamento ético deve ser o princípio da vida da orga-
a empresa tem de mostrar ao colaborador que ele é necessário nização, uma vez que se é ético é preocupar-se com a felicidade
como funcionário profissional, e antes de qualquer coisa que é um pessoal e coletiva.
22
Numa sociedade em que os valores morais estão deixando de desenvolver a percepção de depender reciprocamente, administrar
existir por ações que destroem a ética e a moralidade, existe uma conflitos, a participação de projetos comuns, a ter prazer no espaço
necessidade oculta de se buscar humanizar as pessoas e conse- comum (CESAR; BIACHINI; PIASSA, 2008).
quentemente as organizações. Trabalhar as relações humanas em grupo envolve as diferen-
Diante disso, com o aumento da necessidade das empresas de ças, opiniões, conceitos, atitudes, crenças, valores, preconceitos,
gerarem resultados positivos, tem se enfatizado a importância das diante de sua profissão, enfocando aspectos de Motivação, Autoes-
relações interpessoais com vistas a melhorar o desempenho funcio- tima, Percepção, Comunicação, Colaboração, Feedback, Liderança
nal e consequentemente contribuir para a realização dos objetivos e Grupos, para um melhor conhecimento de si próprio e melhorar
organizacionais. relações com o outro.
O relacionamento interpessoal saudável, por exemplo, às ve- Muitas pessoas já perderam a noção do que é um convívio sau-
zes não encontra proteção no ambiente organizacional, gerando os dável e simplesmente se concentram em chegar à frente a qualquer
mais diversos conflitos e, portanto, “desumanizando” as organiza- custo. Como consequências naturais surgem diversos conflitos que
ções. podem comprometer o bom relacionamento dentro das institui-
ções.
Entendendo o Relacionamento Interpessoal: Relações Huma- Quando realmente queremos, as coisas acontecem. O primei-
nas ro passo para a mudança é a aceitação das nossas deficiências, da
Relacionamento interpessoal é atualmente o grande diferen- aceitação de nós mesmos. Para isso, temos que mudar nossa atitu-
cial competitivo das mais variadas organizações, ele por sua vez, de! Pergunte-se: Eu preciso mudar essa relação? Eu quero mudar
está intimamente ligado à necessidade de se ter recursos huma- essa relação? Eu posso fazer algo para transformar essa situação?
nos, mais importantes inclusive que os financeiros e tecnológicos, Eu vou fazer isso? Se a resposta for positiva para as quatro pergun-
ou seja, tem a ver com trabalho em equipe, confiança, amizade, tas, estamos preparados para mudar e reverter o quadro. Sem a
cooperação, capacidade de julgamento e sabedoria das pessoas. nossa mudança de atitude, não há mudança nos relacionamentos.
Chiavenato nos diz que antigamente, a área de recursos hu- É muito fácil querermos mudar o outro, quando na verdade, temos
manos se caracterizava por definir políticas para tratar as pessoas que começar por nós mesmos.
de maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos Hu- Enfim, a forma como lidamos com o conflito é o que faz toda a
manos tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e diferença. Todo conflito apresenta uma oportunidade de enxergar-
idênticas. Hoje, as diferenças individuais estão em alta: A área de mos o ponto de vista do outro e percebermos se faríamos o mes-
Recursos Humanos está enfatizando as diferenças individuais e a mo, caso estivéssemos no lugar dele. Se agirmos assim, os conflitos
diversidade nas organizações. A razão é simples: quanto maior a começam a ter um lado extremamente positivo, pois podem ser
diferença das pessoas, tanto maior seu potencial de criatividade e ótimas oportunidades para mudança de percepção, inovação na
inovação. empresa, cooperação entre as pessoas e, principalmente, estímulo
As mais recentes abordagens administrativas enfatizam que para que aconteça maior sinceridade nas relações interpessoais.
são as pessoas que fazem a diferença nas organizações. Em outras Cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar
palavras, em um mundo onde a informação é rapidamente dispo- a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há
nibilizada e compartilhada pelas organizações, sobressaem aquelas pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que
que são capazes de transformá-la rapidamente em oportunidades, se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim as
em termos de novos produtos e serviços, antes que outras o façam. pessoas têm objetivos diferenciados e nesta situação muitas vezes
E isto pode ser conseguido não com a tecnologia simplesmente, priorizam o que melhor lhes convém e às vezes em conflito com a
mas com as pessoas que sabem utilizá-la adequadamente. São as própria empresa. Portanto:
pessoas (e não apenas a tecnologia) que fazem a diferença. A tec- O autoconhecimento e o conhecimento do outro são compo-
nologia pode ser adquirida por qualquer organização com facilida- nentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no traba-
de, nas repartições, setores e estabelecimentos. Bons funcionários lho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades
exige um investimento muito mais longo em termos de capacitação mais observadas, destacam-se: falta de objetivos pessoais, difi-
quanto a habilidades e conhecimentos e, sobretudo, em termos de culdade em priorizar, dificuldade em ouvir (BOM SUCESSO, 1997,
confiança e comprometimento pessoal. p.38).
Os sujeitos e os diferentes cenários são universos vivos ou sis- Sem respeito pelo nosso semelhante, um bom relacionamento
temas inacabados em permanente interação e transformação e interpessoal não será possível. Por sermos seres humanos diferen-
que, para compreendê-la, não se pode desprezar essa complexi- tes uns dos outros, costumamos ver as pessoas e as situações que
dade. vivemos de forma como fazem sentido para nós, de acordo com
Entende-se que, no âmbito dos conhecimentos que envolvem nossos vícios e o hábito que temos de ver as pessoas e o mundo,
os seres humanos e suas relações com os outros e com o mundo e não somente e necessariamente da forma como a realidade se
(âmbito das Ciências Humanas e Sociais), torna-se necessário con- apresenta.
siderar motivações, desejos, crenças, ideias, ideologias, intenções. Alguém poderá explicar seu próprio comportamento ou de
Em razão disso, compreende-se que a realidade é uma construção outra pessoa sem os conceitos de amor e de ódio? Geralmente de-
social e que os sujeitos também não estão prontos e acabados, mas senvolvemos nossa própria série de conceitos para interpretar o
se transformam. Também se compreende a realidade como sendo comportamento dos outros. Precisamos saber que uma pessoa só
dinâmica e em constante transformação. Nesse processo de trans- muda quando ela mesma consegue perceber ou for convencida de
formação da realidade, observam-se posições opostas, interesses que a forma como faz ou atua, de fato, não é a mais adequada. Ou
contrários e a instalação de soluções provisórias, porém marcadas seja, a própria pessoa precisa reconhecer a necessidade de mudar.
por contradições que, sendo evidenciadas, produzem a necessida- Em primeiro lugar, além do respeito, é necessário ter no míni-
de de novas transformações. mo um conhecimento razoável sobre pessoas, e conseguir adquirir
É preciso haver abertura para o conhecimento, pensar o novo, experiências que nos façam entender que as relações interpessoais
reconstruir o velho, reinventar o pensar. A educação abrange mais devem ser boas pelo menos para que possamos nos comunicar bem
do que o saber fazer, é preciso aprender a viver com os outros, e fazer as coisas acontecer.
23
A chave estrutural para que isso ocorra é oferecer o respeito Quando surgirem conflitos e as diferenças, devemos agir com
que todo o ser humano merece reunir uma boa dose de paciência e cautela e não tomar partido de ninguém. E devemos lembrar que
principalmente gostar de pessoas e de gente. todos são peças chave no sucesso do negócio. Sendo assim, promo-
Portanto, precisamos entender que relacionamento interpes- veremos a conversa e evitamos brigas e discussões. Enfim, pode-
soal é um dos quesitos de êxito e sucesso em nossas vidas. E que mos perceber, por meio desses argumentos, que o relacionamento
este relacionamento deve ser o melhor possível. interpessoal é de fundamental importância e ainda contribui signi-
Outro aspecto importante para um bom relacionamento inter- ficativamente para o sucesso de qualquer empresa.
pessoal depende de uma boa comunicação entre emissores e re-
ceptores. Qualquer informação que se pretenda transmitir de uma A Importância na Qualidade do Ambiente de Trabalho
pessoa para outra, de uma pessoa para um grupo, de um professor Passamos mais tempo em nosso ambiente de trabalho do que
para alunos, de um palestrante para ouvintes deve ser bem comu- em nosso lar, e ainda assim não nos damos conta de como é impor-
nicada e bem compreendida. Quem dá informação é o principal tante estar em um ambiente saudável, e o quanto isto depende de
responsável por uma boa comunicação. cada um. Devemos refletir sobre qual o nosso papel e a importância
Saber entender e conduzir de forma amigável nossas diferen- na qualidade do ambiente em que trabalhamos.
ças é uma habilidade essencial na forma de nos comunicar. Isto é Além de constituir responsabilidade da empresa, qualidade de
o que as pessoas fazem naturalmente quando compartilham uma vida é uma conquista pessoal. O autoconhecimento e a descober-
visão comum, desejam aprofundar suas amizades ou estabelecer ta do papel de cada um nas organizações, da postura facilitadora,
um bom relacionamento. empreendedora, passiva ou ativa, transformadora ou conformista
Provavelmente ficaríamos positivamente surpresos se efetiva- é responsabilidade de todos (BOM SUCESSO, 1997, p.47).
mente soubéssemos conviver com as diferenças e como é possível É importante que a comunicação seja clara, e é necessário que
conseguir resultados gratificantes procurando entender melhor a se tenham boas relações. É fundamental ter um bom relaciona-
nós mesmos e os outros. mento entre as pessoas, pois isso contribui não somente para uma
Enfim, podemos buscar similaridades e minimizar nossas dife- boa convivência no dia a dia, mas também para um bom clima, e
renças como seres humanos de várias maneiras. É natural que pro- influencia diretamente de forma positiva no resultado da organi-
curemos amenizar nossas diferenças com as pessoas de que gos- zação.
tamos com aquelas que simpatizamos à primeira vista, ou mesmo As organizações são compostas por pessoas, devemos conside-
compartilhamos nossos objetivos de vida. rar que, para um bom andamento do trabalho e uma boa produção,
Da mesma forma, também é natural que criemos barreiras com é necessário que as pessoas estejam bem colocadas na organiza-
pessoas que consideramos difíceis ou até mesmo, de forma ção, com oportunidades de crescimento e, principalmente, com
inexplicável, não simpatizemos. No entanto, quando não consegui- felicidade.
mos minimizar nossas diferenças com essas pessoas, está formada Fatores ambientais colaboram para a qualidade de trabalho,
a base para o conflito. pois quanto maior for à preocupação com o fator humano nas or-
ganizações, mais elevado será o resultado. Enfim, se houver investi-
Relações Humanas da Teoria à Prática mento no desenvolvimento humano de todas as pessoas da empre-
Não é possível generalizar pessoas. Somos todos diferentes em sa, as relações interpessoais saudáveis resultarão em um ambiente
cada uma de nossas relações. Porém, o mais importante é aceitar- favorável onde todos possam deixar fluir suas potencialidades. Os
mo-nos do jeito que somos tratando de destacar as qualidades que valores, aos poucos, mudam, e o empregado está sentindo o gosto
temos e modificar o que deve ser mudado. E isso se refere tanto ao de participar, de arriscar, de ganhar mais e de sobreviver a tantas
aspecto físico quanto ao aspecto psicológico. Não se pode nunca mudanças.
esquecer, que o ser humano é que faz as coisas acontecerem. Por De acordo com Bom Sucesso (1997), “No cenário idealizado de
que não tentar conhecê-lo melhor a cada dia? pleno emprego, mesmo de ótimas condições financeiras, conforto
Para evoluirmos, é importante entender definitivamente a im- e segurança, alguns trabalhadores ainda estarão dominados pelo
portância de estabelecer um bom relacionamento interpessoal. De sofrimento emocional. Outros necessitados, conseguindo o alimen-
que forma? Em primeiro lugar, “respeito ao ser humano é funda- to diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes,
mental”. Além disso, dedicarmos um bom tempo à leitura, aos estu- esperançosos.”
dos sobre o ser humano e a conhecer pessoas. Estas ações irão nos No mercado de trabalho hoje em dia, se não tivermos um bom
ajudar a desenvolver a cada dia a habilidade de saber se relacionar relacionamento com as pessoas, acabamos ficando sem emprego,
bem. É fato que, sabendo viver, comunicando-se e relacionando- pois hoje em dia, precisamos nos comunicar, ter contato com as
-se bem, será possível conseguir obter resultados com e através de pessoas. Mas muitos seres humanos são prejudicados por si mes-
pessoas. Atitude positiva e maturidade caminham sempre juntas. mo, por falta de compreensão ao outro, falta de paciência, e o prin-
É importante lembrar que: os profissionais desvalorizados ten- cipal, que é não saber lidar com as diferenças.
dem a perder o foco, se desmotivam facilmente, diminui sua produ- No nosso dia a dia, convivemos e falamos com várias pessoas
tividade, o que acaba prejudicando e muito o bom andamento da de todo lugar, outra classe social ou raça diferente da nossa, enfim,
empresa. Cada pessoa é única, com suas características e persona- vemos e convivemos com pessoas de todos os tipos, mas não é só
lidades próprias. Por isso, devemos conhecer nossos funcionários e porque ela é diferente, que não podemos ter um bom relaciona-
saber qual é o perfil comportamental de cada um, assim será mais mento, ainda mais, se esta pessoa está todos os dias do nosso lado
fácil identificar a melhor maneira de lidar individualmente ou em no trabalho.
grupo com cada um. Quando estamos reunidos em um ambiente onde há pessoas
Outra dica importante para manter relacionamentos interpes- diferentes é normal que encontremos hábitos diferentes do nosso,
soais de forma positiva para organização é investir no desenvolvimen-
sendo assim, temos que aprender a lidar e ceder aos hábitos dos
to de habilidades e aprimoramento de competências da equipe.
outros e demonstrar o nosso também.
Os conflitos podem acontecer em qualquer circunstância, prin-
O problema se instala quando essas situações não são resolvi-
cipalmente no ambiente profissional, por isso, é importante que
das ou não são percebidas pelos envolvidos, ficando “mascarados”,
chefes e gestores fiquem sempre atentos aos comportamentos do
invisíveis e internalizados nos colaboradores que acabam demons-
time.
24
25
X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solu- n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se-
ção que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui-
a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na ção;
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a reali-
usuários dos serviços públicos. zação do bem comum;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, exercício da função;
assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções
pública. superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possí-
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de tra- vel, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em
balho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase boa ordem.
sempre conduz à desordem nas relações humanas. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or- direito;
ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente
a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos juris-
Nação. dicionados administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
SEÇÃO II ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mes-
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO mo que observando as formalidades legais e não cometendo qual-
quer violação expressa à lei;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
emprego público de que seja titular; cumprimento.
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen-
to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações SEÇÃO III
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer ou- DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
tra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que
exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; XV - E vedado ao servidor público;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri- a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, po-
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de sição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; para outrem;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido-
sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu res ou de cidadãos que deles dependam;
cargo; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
do o processo de comunicação e contato com o público; de sua profissão;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú- regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
blicos; ou material;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res- e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al-
peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuá- cance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
rios do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hie-
dano moral;
rarquicamente superiores ou inferiores;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo
presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutu-
de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van-
ra em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de tagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servi-
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa-
vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações dor para o mesmo fim;
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami-
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências espe- nhar para providências;
cíficas da defesa da vida e da segurança coletiva; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten-
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua dimento em serviços públicos;
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa- j) desviar servidor público para atendimento a interesse parti-
mente em todo o sistema; cular;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual- l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza-
quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi- do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
dências cabíveis; público;
26
m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito in- Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se
terno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal.
ou de terceiros; Quando não houver definição constitucional a respeito, deve-se ob-
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitual- servar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem como o
mente; regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo regras de di-
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra reito público, será serviço público; sendo regras de direito privado,
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; será serviço privado.
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a O fato de o Ente Federado ser o titular dos serviços não signifi-
empreendimentos de cunho duvidoso. ca que deva obrigatoriamente prestá-los por si. Assim, tanto poderá
prestá-los por si mesmo, como poderá promover-lhes a prestação,
CAPÍTULO II conferindo à entidades estranhas ao seu aparelho administrativo,
DAS COMISSÕES DE ÉTICA titulação para que os prestem, segundo os termos e condições fixa-
das, e, ainda, enquanto o interesse público aconselhar tal solução.
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Dessa forma, esses serviços podem ser delegados a outras entida-
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer des públicas ou privadas, na forma de concessão, permissão ou au-
órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder torização.
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tra- a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado;
tamento com as pessoas e com o patrimônio público, competin- do- já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra-
lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento ção pública.
susceptível de censura.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os Os serviços públicos possuem quatro caracteres jurídicos fun-
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e funda- damentais que configuram seus elementos constitutivos, quais se-
mentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios jam:
da carreira do servidor público. - Generalidade: o serviço público deve ser prestado a todos, ou
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de seja à coletividade.
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo - Uniformidade: exige a igualdade entre os usuários do serviço
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do fal- público, assim todos eles devem ser tratados uniformemente.
toso. - Continuidade: não se pode suspender ou interromper a pres-
XXIII -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) tação do serviço público.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, en- - Regularidade: todos os serviços devem obedecer às normas
tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, técnicas.
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza - Modicidade: o serviço deve ser prestado da maneira mais ba-
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição rata possível, de acordo com a tarifa mínima. Deve-se considerar a
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór- capacidade econômica do usuário com as exigências do mercado,
gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as evitando que o usuário deixe de utilizá-lo por motivos de ausência
entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de de condições financeiras.
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse - Eficiência: para que o Estado preste seus serviços de maneira
do Estado. eficiente é necessário que o Poder Público atualize-se com novos
processos tecnológicos, devendo a execução ser mais proveitosa
com o menos dispêndio.
27
missão ou autorização. Em qualquer um desses casos, a atividade Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é
regulatória é diversa e independente da prestação dos serviços. a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado;
Desta forma é necessário que o órgão executor do serviço seja di- já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra-
verso do órgão regulador, do contrário, haverá uma tendência na- ção pública.
tural a que a atividade de regulação seja deixada de lado, em detri- Portanto, a execução de serviços públicos poderá ser realizada
mento da execução, ou que aquela seja executada sem a isenção, pela administração direta, indireta ou por particulares. Oportuno
indispensável a sua adequada realização. lembrar que a administração direta é composta por órgãos, que não
têm personalidade jurídica, que não podem estar, em regra, em juí-
Regulamentação e controle zo para propor ou sofrer medidas judiciais.
A regulamentação e o controle competem ao serviço público, A administração indireta é composta por pessoas, surgindo
independente da forma de prestação de serviço público ao usuário. como exemplos: autarquias, fundações, empresas públicas, socie-
Caso o serviço não esteja sendo prestado de forma correta, o dades de economia mista.
Poder Público poderá intervir e retirar a prestação do terceiro que Por outro lado, o serviço público também pode ser executado
se responsabilizou pelo serviço. Deverá ainda exigir eficiência para por particulares, por meio de concessão, permissão, autorização.
o cumprimento do contrato.
Como a Administração goza de poder discricionário, poderão Competência
ter as cláusulas contratuais modificadas ou a delegação do serviço São de competência exclusiva do Estado, não podendo delegar
público revogada, atendendo ao interesse público. a prestação à iniciativa privada: os serviços postais e correio aéreo
O caráter do serviço público não é a produção de lucros, mas nacional.
sim servir ao público donde nasce o direito indeclinável da Adminis- Art. 21, CF Compete à União:
tração de regulamentar, fiscalizar, intervir, se não estiver realizando ()
a sua obrigação. X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional
Características jurídicas: Além desses casos, veja estes incisos ainda trazidos no mesmo
As características do serviço público envolvem alguns elemen- artigo constitucional:
tos, tais quais: elemento subjetivo, elemento formal e elemento Art. 21, CF Compete à União:
material. ()
- Elemento Subjetivo – o serviço público compete ao Estado XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
que poderá delegar determinados serviços públicos, através de lei ou permissão:
e regime de concessão ou permissão por meio de licitação. O Estado a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re-
é responsável pela escolha dos serviços que em determinada ocasião dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
serão conhecidos como serviços públicos. Exemplo: energia elétrica; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
navegação aérea e infraestrutura portuária; transporte ferroviário e mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
marítimo entre portos brasileiros e fronteiras nacionais; transporte ro- dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
doviário interestadual e internacional de passageiros; portos fluviais e c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
lacustres; serviços oficiais de estatística, geografia e geologia tuária;
- Elemento Material – o serviço público deve corresponder a d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
uma atividade de interesse público. tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites
- Elemento Formal – a partir do momento em que os particula- de Estado ou Território;
res prestam serviço com o Poder Público, estamos diante do regime e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
jurídico híbrido, podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito cional de passageiros;
Privado, dependendo do que dispuser a lei. Para ambos os casos, a f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
responsabilidade é objetiva. (os danos causados pelos seus agentes
serão indenizados pelo Estado) Titularidade não-exclusiva do Estado: os particulares podem
prestar, independentemente de concessão, são os serviços sociais.
FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO Ex: serviços de saúde, educação, assistência social.
Titularidade De acordo com nossa Lei maior compete aos Estados e ao Dis-
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será trito Federal:
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
particular a execução do serviço público. ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
As regras serão sempre fixadas de forma unilateral pela Admi- ção.
nistração, independentemente de quem esteja executando o servi- § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes
ço público. sejam vedadas por esta Constituição.
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante con-
utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal. cessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada
Quando não houver definição constitucional a respeito, de- a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
ve-se observar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
como o regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo re- regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
gras de direito público, será serviço público; sendo regras de direito constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
privado, será serviço privado. grar a organização, o planejamento e a execução de funções públi-
Desta forma, os instrumentos normativos de delegação de ser- cas de interesse comum.
viços públicos, como concessão e permissão, transferem apenas a
prestação temporária do serviço, mas nunca delegam a titularidade
do serviço público.
28
Nos termos do que estabelece o artigo 35 §2º da Lei 8.987/75: § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser pre-
“Art. 35, § 2º - Extinta a concessão, haverá a imediata assunção cedida da verificação da inadimplência da concessionária em pro-
do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamen- cesso administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
tos, avaliações e liquidações necessários). § 3o Não será instaurado processo administrativo de inadim-
plência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente,
Reversão: é o retorno de bens reversíveis (previstos no edital e os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo,
no contrato) usados durante a concessão. dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões aponta-
Nos termos do que estabelece o artigo 35 §1º da Lei 8.987/75: das e para o enquadramento, nos termos contratuais.
“Art. 35, § 1º - Extinta a concessão, retornam ao poder conce- § 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a ina-
dente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos dimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder con-
ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no cedente, independentemente de indenização prévia, calculada no
contrato”. decurso do processo.
a) Advento do termo contratual: É uma forma de extinção dos § 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devi-
contratos de concessão por força do término do prazo inicial previs- da na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor
to. Esta é a única forma de extinção natural. das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
b) Encampação: É uma forma de extinção dos contratos de con- § 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder con-
cedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos en-
cessão, mediante autorização de lei específica, durante sua vigên-
cargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com
cia, por razões de interesse público. Tem fundamento na suprema-
empregados da concessionária.
cia do interesse público sobre o particular.
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o d) Rescisão é uma forma de extinção dos contratos de conces-
fará de forma unilateral, pois um dos atributos do ato administra-
são, durante sua vigência, por descumprimento de obrigações pelo
tivo é a autoexecutoriedade. - O concessionário terá direito à inde- poder concedente.
nização. O concessionário tem a titularidade para promovê-la, mas pre-
Nos termos do que estabelece o artigo 37 da Lei 8.987/75: cisa ir ao Poder Judiciário. Nesta hipótese, os serviços prestados
“Art. 37 - Considera-se encampação a retomada do serviço pelo pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados
poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de in- até decisão judicial transitada em julgado
teresse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio Nos termos do que estabelece o artigo 39 da Lei 8.987/75:
pagamento da indenização na forma do artigo anterior” “Art. 39 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por ini-
ciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas
c) Caducidade: É uma forma de extinção dos contratos de con- contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especial-
cessão durante sua vigência, por descumprimento de obrigações mente intentada para esse fim”
contratuais pelo concessionário. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o fará serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrom-
de forma unilateral, sem a necessidade de ir ao Poder Judiciário. pidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
O concessionário não terá direito a indenização, pois cometeu
uma irregularidade, mas tem direito a um procedimento adminis- O artigo 78 da Lei 8.666/93 traz motivos que levam à rescisão
trativo no qual será garantido contraditório e ampla defesa. do contrato, tais como:
Nos termos do que estabelece o artigo 38 da Lei 8.987/75: XV- Atraso superior a 90 dias do pagamento devido pela Admi-
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a nistração, decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parce-
critério do poder concedente, a declaração de caducidade da con- las destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade
cessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as dis- pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado
posições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de
as partes. suas obrigações até que seja normalizada a situação;
§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo po- XIV- Suspensão da execução do serviço público pela Administra-
der concedente quando: ção Pública por prazo superior a 120 dias, sem a concordância do
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou concessionário, salvo em caso de calamidade pública, grave pertur-
deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâ- bação da ordem interna ou guerra.
metros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou dispo- O artigo 79 da Lei 8.666/93 prevê três formas de rescisão dos
sições legais ou regulamentares concernentes à concessão; contratos administrativo, sendo elas:
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tan- 1. Rescisão por ato unilateral da Administração;
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força 2. Rescisão amigável,
maior; 3. Rescisão judicial.
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas
ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço con- Entretanto, na lei de concessão é diferente, existindo apenas
cedido; uma forma de rescisão do contrato, ou seja, aquela promovida pelo
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por concessionário no caso de descumprimento das obrigações pelo
infrações, nos devidos prazos; poder concedente.
VI - a concessionária não atender a intimação do poder conce- e) Anulação: É uma forma de extinção os contratos de conces-
dente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e são, durante sua vigência, por razões de ilegalidade.
VII - a concessionária não atender a intimação do poder conce- Tanto o Poder Público com o particular podem promover esta
dente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documenta- espécie de extinção da concessão, diferenciando-se apenas quanto
ção relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma à forma de promovê-la. Assim, o Poder Público pode fazê-lo unilate-
do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. ralmente e o particular tem que buscar o poder Judiciário.
30
A administração pode anular seus próprios atos, quando eiva- f) como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer
dos de vícios que os tornem ilegais, porque deles não originam di- momento pela Administração, por motivo de interesse público;
reitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, g) não obstante seja de sua natureza a outorga sem prazo, tem
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a doutrina admitido a possibilidade de fixação de prazo, hipótese
a apreciação judicial, é o que dispõe a Súmula do STF nº 473. em que a revogação antes do termo estabelecido dará ao permis-
f) Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimen- sionário direito à indenização.
to ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual:
- Falência: É uma forma de extinção dos contratos de conces- CLASSIFICAÇÃO
são, durante sua vigência, por falta de condições financeiras do A doutrina administrativa assim classifica os Serviços Públicos:
concessionário. - Tanto o Poder Público com o particular podem
promover esta espécie de extinção da concessão. a) Serviços delegáveis e indelegáveis:
- Incapacidade do titular, no caso de empresa individual: É uma Serviços delegáveis são aqueles que por sua natureza, ou pelo
forma de extinção dos contratos de concessão, durante sua vigên- fato de assim dispor o ordenamento jurídico, comportam ser execu-
cia, por falta de condições financeiras ou jurídicas por parte do con- tados pelo estado ou por particulares colaboradores. Ex: serviço de
cessionário. abastecimento de água e energia elétrica
Serviços indelegáveis são aqueles que só podem ser prestados
Permissão de Serviço Público pelo Estado diretamente, por seus órgãos ou agentes. Ex: serviço de
É a delegação a título precário, mediante licitação feita pelo po- segurança nacional.
der concedente à pessoa física ou jurídica que demonstrem capaci-
dade de desempenho por sua conta e risco. b) Serviços administrativos e de utilidade pública:
A Lei n. 8.987/95 é contraditória quando se refere à natureza O chamado serviço de utilidade pública é o elenco de serviços
jurídica da permissão, pois muito embora afirma que seja “precá- prestados à população ou postos à sua disposição, pelo Estado e seus
ria”, mas exige que seja precedida de “licitação”, o que pressupõe agentes, basicamente de infraestrutura e de uso geral, como correios
um contrato e um contrato de natureza não precária. e telecomunicações, fornecimento de energia, dentre outros.
Em razão disso, diverge a doutrina administrativa majoritária Ex: imprensa oficial
entende que concessão é uma espécie de contrato administrativo
c) Serviços coletivos e singulares:
destinado a transferir a execução de um serviço público para tercei-
- Coletivo (uti universi): São serviços gerais, prestados pela Ad-
ros enquanto permissão é ato administrativo unilateral e precário.
ministração à sociedade como um todo, sem destinatário determi-
Nada obstante, a Constituição Federal iguala os institutos
nado e são mantidos pelo pagamento de impostos.
quando a eles se refere - Serviços singulares (uti singuli): são os individuais onde os
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar con- usuários são determinados e são remunerados pelo pagamento de
cessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão so- taxa ou tarifa.
nora e de sons e imagens, observado o princípio da complementari- Ex: serviço de telefonia domiciliar
dade dos sistemas privado, público e estatal.
[...] d) Serviços sociais e econômicos:
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de ven- - Serviços sociais: são os que o Estado executa para atender aos
cido o prazo, depende de decisão judicial. reclamos sociais básicos e representam; ou uma atividade propicia-
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para dora de comodidade relevante; ou serviços assistenciais e proteti-
as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. vos. Ex: serviços de educação e saúde.
- Serviços econômicos: são aqueles que, por sua possibilidade
Autorização de lucro, representam atividades de caráter industrial ou comercial.
É um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, Ex: serviço de fornecimento de gás canalizado.
pelo qual o Poder Público transfere por delegação a execução de
um serviço público para terceiros. O ato é precário porque não tem e). Serviços próprios
prazo certo e determinado, possibilitando o seu desfazimento a Compreendem os que se relacionam intimamente com as atri-
qualquer momento. buições do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde
O que diferencia, basicamente, a autorização da permissão é o públicas etc.) devendo ser usada a supremacia sobre os administra-
grau de precariedade. A autorização de serviço público tem preca- dos para a execução da Administração Pública. Em razão disso não
riedade acentuada e não está disciplinada na Lei n. 8.987/95. É apli- podem ser delegados a particulares. Devido a sua essência, são na
cada para execução de serviço público emergencial ou transitório maioria das vezes gratuitos ou de baixa remuneração.
Relativamente à permissão de serviço público, as suas caracte-
rísticas assim se resumem: f). Serviços impróprios
a) é contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente Por não afetarem substancialmente as necessidades da socie-
pelo poder concedente, embora tradicionalmente seja tratada pela dade, apenas irá satisfazer alguns de seus membros, devendo ser
doutrina como ato unilateral, discricionário e precário, gratuito ou remunerado pelos seus órgãos ou entidades administrativas, como
oneroso, intuitu personae. é o caso das autarquias, sociedades de economia mista ou ainda por
b) depende sempre de licitação, conforme artigo 175 da Cons- delegação.
tituição;
c) seu objeto é a execução d e serviço público, continuando a PRINCÍPIOS
titularidade do serviço com o Poder Público; Vamos conferir os princípios fundamentais que ditam as dire-
d) o serviço é executado e m nome d o permissionário, por sua trizes do serviço público:
conta e risco; a) Princípio da continuidade da prestação do serviço público:
e) o permissionário sujeita-se à s condições estabelecidas pela Em se tratando de serviço público, o princípio mais importante é o
Administração e a sua fiscalização; da continuidade de sua prestação.
31
Na vigência de contrato administrativo, quando o particular Princípios, elementos, características, formalização, prazo
descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se a Adminis- Princípio da autonomia da vontade: é a liberdade de contra-
tração, entretanto, que descumpre suas obrigações, o particular tação. A liberdade contratual confere às partes a criação de um
não pode rescindir o contrato, tendo em vista o princípio da conti- contrato de acordo com as suas necessidades, como acontece nos
nuidade da prestação. contratos atípicos ou nos típicos, que consiste em usar modelos
Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar à Admi- previstos em lei
nistração Pública uma prerrogativa que não existe para o particular, Princípio da supremacia da ordem pública: primeiramente de-
colocando-a em uma posição superior em razão da supremacia do vemos saber o que significa interesse público.
interesse público. Por interesse entende-se que corresponde a uma porção de
coletividade, que destina-se ao interesse de um grupo social como
b) Princípio da mutabilidade: Fica estabelecido que a execução um todo. É esse interesse que leva ao princípio do interesse público.
do serviço público pode ser alterada, desde que para atender o in- Podemos utilizar este princípio tanto no momento da elabora-
teresse público. Assim, nem os servidores, nem os usuários de ser- ção da lei quanto à sua execução em concreto pela administração
viços públicos, nem os contratados pela administração pública, têm pública. Desta forma, permite-se que exista o bem estar social para
direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico. atender o interesse da coletividade.
c) Princípio da igualdade dos usuários: Esse princípio estipula
que não haverá distinção entre as pessoas interessadas em con- Princípio da força obrigatória: entende-se que o contrato é lei
tratar com a administração pública. Dessa forma, se tais pessoas entre as partes, fazendo com que seja válido e eficaz para ser cum-
possuírem condições legais de contratação, não poderão ser dife- prido por ambas as partes, que é o caso do pacta sunt servant.
renciadas. É a base do direito contratual, devendo o ordenamento con-
d) Princípio da adequação: na própria Lei 8.897/95, resta claro ferir à parte instrumentos judiciários que obrigue o contratante a
que o serviço adequado é aquele que preenche as condições de re- cumprir o contrato ou a indenizar as partes.
gularidade, continuidade, eficiência, segurança, entre outros. Dessa Pela intangibilidade do contrato, ninguém pode alterar unila-
forma, se nota que à Administração Pública e aos seus delegados é teralmente o contrato, nem sequer o juiz. Isso ocorre em virtude de
necessário que se respeite o que a legislação exige. terem as partes contratadas de livre e espontânea vontade e,
e) Princípio da obrigatoriedade: o Estado não tem a faculdade submetido a sua vontade à restrição do cumprimento contratual,
discricionária em prestar o serviço público, ele é obrigado a fazer, no entanto, em se tratando de contratos administrativos regidos
sendo, dessa maneira, um dever jurídico. pelas ordens de direito público, há exceções legais que garantem a
f) Princípio da modicidade das tarifas: significa que o valor exi- alteração unilateral do contrato.
gido do usuário a título de remuneração pelo uso do serviço deve
ser o menor possível, reduzindo-se ao estritamente necessário para Princípio da boa-fé contratual: para se chegar a perfeição do
remunerar o prestador com acréscimo de pequena margem de lu- contrato, é preciso que exista boa- fé das partes contratantes, an-
cro. Daí o nome “modicidade”, que vem de “módico”, isto é, algo tes, depois e durante o contrato, verificando se essa boa fé está
barato, acessível. sendo descumprida.
Como o princípio é aplicável também na hipótese de serviço Para tanto, deve-se observar as circunstâncias que foi celebra-
remunerado por meio de taxa, o mais apropriado seria denominá-lo do o contrato, como o nível de escolaridade entre os contratantes,
princípio da modicidade da remuneração. o momento histórico e econômico.
g) Princípio da transparência: o usuário tem direito de receber Este princípio não está expresso na Constituição, por isso, com-
do poder concedente e da concessionária informações para defesa pete ao juiz analisar o comportamento dos contratantes.
de interesses individuais ou coletivos.
Características
a) Presença do Poder Público: o Poder Público tem que estar
ATOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. LEI 8666/93 E presente no contrato.
b) formal: tem várias formalidades previstas pela lei;
SUAS ALTERAÇÕES E COMPLEMENTAÇÕES
c) consensual: é aquele que se aperfeiçoa na manifestação de
vontade. O que vem depois é a execução do contrato (exemplo:
NOÇÕES GERAIS contrato de compra e venda). O contrato consensual já existe desde
Os contratos administrativos são os instrumentos jurídicos ce- o momento da manifestação de vontade. O contrato administrativo
lebrado pela Administração Pública, com base em normas de direito se aperfeiçoa no momento da manifestação de vontade. Isso é di-
público, com o propósito de satisfazer as necessidades de interesse ferente do contrato real, que só se aperfeiçoa a partir do momento
público, previsto na Lei 8.666/93 (Licitações e Contratos). em que há a entrega do bem (exemplo: contrato de empréstimo).
d) Comutativo: é aquele que tem prestação e contraprestação
Os contratos administrativos serão formais, consensuais, co- equivalentes e preestabelecidas. O contrato comutativo é diferente
mutativos e, em regra, intuitu personae (em razão da pessoa). As do contrato aleatório. O contrato administrativo deve ser comuta-
normas gerais sobre contrato de trabalho são de competência da tivo: prestação e contraprestação equivalentes e preestabelecidas.
União, podendo os Estados, Distrito Federal e Municípios legislarem e) Personalíssimo: leva em consideração as qualidades pessoais
supletivamente. do contrato. A subcontratação não autorizada pela Administração
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, mesmo reconhecendo dá causa à rescisão contratual (artigo 78 da Lei 8666). Assim, pela
que a doutrina majoritária aceita a designação “contrato adminis- letra da lei, em regra não é possível subcontratação, salvo se houver
trativo”, assim o define “são relações convencionais que por força autorização expressa da Administração a esse respeito.
de lei, de cláusulas contratuais ou do objeto da relação jurídica si-
tuem a Administração em posição peculiar em prol da satisfação do Para que a administração autorize, a doutrina majoritária elen-
bem comum”. ca mais 2 (dois) requisitos, a saber:
32
1) a subcontratada deve preencher os mesmos requisitos, as c) aluguel e utilização de materiais de informática – limite de
mesmas condições exigidas na licitação; 48 meses.
2) a subcontratação deve ser parcial – não é admitida a sub-
contratação total do contrato, pois se for possível a subcontrata- As concessões de serviços públicos não estão vinculadas aos
ção total estar-se-ia desestimulando as empresas a participarem da créditos orçamentários anuais, pois exigem prazos mais dilatados
concorrência, podendo optar por aguardar o vencedor e assumir o para que o contratado recupere seu investimento. Requer-se ape-
contrato como subcontratada. nas que o contrato seja firmado por tempo determinado.
Os prazos contratuais podem ser prorrogados nas seguintes si-
f) Adesão: uma das partes tem o monopólio da situação, ou tuações:
seja, define as regras. À outra parte só resta a opção de aderir ou a) alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
não. b) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-
O licitante, quando vem para a licitação, já sabe que o contrato nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
é anexo do edital. Ele não poderá discutir as cláusulas contratuais. ções de execução do contrato;
Deverá aceitá-las na forma em que foram elaboradas. O monopó- c) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo
lio da situação está nas mãos da Administração. Não há debate de de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
cláusula contratual. d) aumento das quantidades inicialmente previstas no contra-
to, nos limites permitidos na Lei;
g) bilateral: trata-se de acordo de vontades que prevê obriga- e) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
ções e direitos de ambas as partes. terceiro reconhecido pela Administração em documento contem-
porâneo à sua ocorrência;
Formalização f) omissão ou atraso de providências a cargo da Administração,
Para que um contrato seja válido e eficaz ele não pode ser feito inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, direta-
de qualquer maneira, deverá respeitar algumas peculiaridades que, mente, impedimento ou retardamento na execução do contrato,
formalmente, devem seguir em seu corpo de texto. Seguem abaixo sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
as formalidades para que seja firmado um contrato:
a) Procedimento Administrativo Próprio: é o procedimento de Alteração, revisão, prorrogação, renovação, reajuste contra-
licitação, que pode ser substituído pelo procedimento de justifica- tual, execução e inexecução, cláusulas exorbitantes, anulação, re-
ção (artigo 26 da Lei 8666). vogação, extinção e consequências.
b) Forma Escrita: o contrato administrativo deve ser formali-
zado por escrito (regra). O artigo 60, parágrafo único da Lei 8666 Alteração
estabelece que é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal, salvo o A Administração Pública tem o dever de zelar pela eficiência
de pronta entrega, pronto pagamento ou até R$4.000,00 (exceção). dos serviços públicos e, muitas vezes, celebrado um contrato de
c) Publicação: o contrato administrativo deve ser publicado acordo com determinados padrões, posteriormente se observa que
(artigo 61, parágrafo único, 8666). Não se publica a íntegra do con- estes não mais servem ao interesse público, quer no plano dos pró-
trato, mas apenas um resumo do mesmo (extrato do contrato), do- prios interesses, quer no plano das técnicas empregadas.
cumento este que contém as principais informações do contrato. Essa alteração não pode sofrer resistência do particular contra-
Por previsão expressa da lei, a publicação é condição de eficá- tado, desde que o Poder Público observe uma cláusula correlata,
cia do contrato. O contrato não publicado é válido, mas não tem qual seja, o Equilíbrio Econômico-financeiro do contrato.
eficácia. Assim, a Administração Pública deve, em defesa do interesse
A publicação é um dever da Administração. É esta quem deve público e desde que assegurada a ampla defesa, no processo admi-
providenciar a publicação do contrato administrativo. nistrativo, promover a alteração do contrato, ainda que discordante
o contratado.
d) Instrumento de Contrato: instrumento de contrato é o docu- Por óbvio, a possibilidade de alteração do que fora pactuado
mento que define os parâmetros da relação. sempre se sujeita à existência de justa causa, presente na modifi-
Será obrigatório quando o valor do contrato for corresponden- cação da necessidade coletiva, ou do interesse público. Ao parti-
te à concorrência ou à tomada de preços. Se a hipótese for de dis- cular restará, se caso, eventual indenização pelos danos que vier a
pensa ou inexigibilidade de licitação (contratação direta) e o valor suportar.
do contrato for da concorrência ou da tomada, será obrigatório o A lei autoriza que a Administração realize modificação unila-
instrumento de contrato. O critério único, portanto, é o valor do teral no objeto do contrato para melhor adequação às finalidades
contrato. Será facultativo quando o valor do contrato for correspon- de interesse público. A alteração pode consistir na modificação do
dente ao convite, desde que possa se fazer de outra forma. O cri- projeto ou em acréscimo e diminuição na quantidade do objeto.
tério, portanto, é o valor do convite e a possibilidade de se praticar Desse modo, as alterações unilaterais podem ser modificações qua-
de outra forma. litativas ou quantitativas.
- Qualitativas: Alterações qualitativas são autorizadas quan-
Prazo
do houver modificação do projeto ou das especificações para me-
Todo contrato administrativo deve ter um prazo determinado
lhor adequação técnica aos seus objetivos (art. 65, I, a, da Lei n.
e extingue-se normalmente ao final desse prazo. A regra é que os
8.666/93), desde que não haja descaracterização do objeto descrito
contratos têm sua duração limitada em 12 meses, ou seja, um exer-
no edital licitatório. Ou seja, quando ocorrer modificação do proje-
cício financeiro. Porém, a lei prevê as seguintes exceções, em que é
to ou das especificações para melhor adequação técnica;
possível a adoção de prazo mais dilatados:
a) contratos relativos a projetos incluídos no plano plurianual – - Quantitativas: Já as alterações quantitativas são possíveis
o prazo será aquele previsto na lei que aprovou o plano, atendendo quando necessária a modificação do valor contratual em decorrên-
ao limite de quatro anos; cia de acréscimo ou diminuição na quantidade do seu objeto, nos
b) serviços de execução contínua – limite de 60 meses, poden- limites permitidos em lei (art. 65, I, b, da Lei n. 8.666/93).
do ser estendido por mais 12 meses;
33
34
Empreitada por preço global: é aquela em que se ajusta a exe- referir aos prazos contratuais (mora), como ao modo de realização
cução da obra ou serviço por preço certo e total. Ou seja, a empresa do objeto de ajuste, como a sua própria consecução. É previsto para
contratada receberá o valor certo e total para execução de toda a esse caso multas e até a rescisão do contrato, com a cobrança de
obra. Será responsável pelos quantitativos e o valor total só será perdas e danos, a suspensão provisória e a declaração de idoneida-
alterado se houver modificações de projetos ou das condições pré- de para contratar com a administração.
-estabelecidas para execução da obra, sendo as medições feitas por Quando a rescisão se dá por culpa do contratado, a Administra-
etapas dos serviços concluídos. O pagamento, no entanto, poderá ção Pública terá direito:
ser efetuado parceladamente, nas datas prefixadas, na conclusão - Assunção imediata do objeto do contrato; tratando-se de ser-
da obra ou de cada etapa, conforme ajustado entre as partes. É co- viço essencial;
mum nos contratos de empreitada por preço global a exigência da - Ocupação das instalações, material, equipamentos e, inclu-
especificação de preços unitários, tendo em vista a obrigação da sive, funcionários, para dar continuidade ao contrato em razão do
empresa contratada de aceitar acréscimos ou supressões nos quan- princípio da continuidade do serviço público essencial;
titativos dentro dos limites legais (Art. 65, § 1.º). - A administração poderá executar a garantia prestada;
- Retenção dos créditos decorrentes do contrato até os limites
Art. 65 – [...] dos danos.
§ 1° - O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi-
ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas Sendo assim, o descumprimento do pactuado pelo contratado
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do leva à imposição de sanções, penalidades e à apuração da respon-
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma sabilidade civil. Vale dizer, o descumprimento total ou parcial pode
de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por ensejar a apuração de responsabilidade civil, criminal e administra-
cento) para os seus acréscimos. tiva do contratado, propiciando, ainda, a rescisão do contrato. Já a
inexecução sem culpa é a que decorre de atos ou fatos estranhos
Empreitada por preço unitário: é aquela em que se contrata à conduta da parte, retardando ou impedindo totalmente a execu-
a execução por preço certo de unidades determinadas. Ou seja, o ção do contrato. Nesses casos, seria provinda de força maior, caso
preço global é utilizado somente para avaliar o valor total da obra, fortuito, etc.
para quantidades pré-determinadas pelo Edital para cada serviço, Força maior e caso fortuito são eventos que, por sua imprevi-
que não poderão ser alteradas para essa avaliação, servindo para sibilidade e inevitabilidade, criam para o contrato impossibilidade
determinar o vencedor do certame com o menor preço. As quan- intransponível de normal execução do contrato. No caso de força
tidades medidas serão as efetivamente executadas e o valor total maior, temos uma greve que paralise os transportes ou a fabricação
da obra não é certo. Nesta modalidade o preço é ajustado por uni- de um produto de que dependa a execução do contrato. No caso
dades, que tanto podem ser metros quadrados de muro levantado, fortuito, é o evento da natureza - como, por exemplo, um tufão,
como metros cúbicos de concreto fundido. O pagamento é devido inundação.
após cada medição. A empreitada por preço unitário é muito utiliza- - Teoria do Fato do Príncipe: Trata-se de todo acontecimento
da em reformas, quando não se pode prever as quantidades certas externo ao controle de natureza geral, que abrange a coletividade.
e exatas que serão objeto do contrato. No caso de alteração unilateral das cláusulas expressas em um con-
trato, a responsabilidade deriva do próprio contrato.
Tarefa: é o regime de execução próprio para pequenas obras Portanto, na hipótese de inexecução pelo fato do príncipe há
ou para partes de uma obra maior. Refere-se, predominantemente, uma determinação estatal, geral, imprevista e imprevisível que one-
à mão de obra. A tarefa pode ser ajustada por preço certo, global ra substancialmente a execução do contrato administrativo, obri-
ou unitário, com pagamento efetuado periodicamente, após a ve- gando o poder público contratante a compensar integralmente os
rificação ou a medição pelo fiscal do órgão contratante. Em geral, o prejuízos suportados pela outra parte, a fim de possibilitar o pros-
tarefeiro só concorre com a mão de obra e os instrumentos de tra- seguimento da execução do ajuste.
balho, mas nada impede que forneça também pequenos materiais. A característica marcante do fato do príncipe é a generalidade
e a coercitividade da medida prejudicial ao contrato, além da sua
Empreitada integral: é a contratação da integralidade de um surpresa e imprevisibilidade, com agravo efetivo para o contratado.
empreendimento, compreendendo todas as etapas das obras, ser- Na teoria do fato do príncipe a administração não pode causar
viços e instalações necessárias, inclusive projeto executivo, sob in- dano ou prejuízo aos administradores, e muito menos aos seus con-
teira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contra- tratados. A medida não objetiva fazer cessar a execução do contrato
tante em condições de ocupação. e só incide indiretamente sobre o ajustado pelas partes.
35
36
Convênios e Terceirização. artigo tratam-se de princípios gerais, quais são: Legalidade, Impes-
Convênios e consórcios administrativos surgem no direito ad- soalidade, Moralidade, que norteiam toda a atuação administrati-
ministrativo, fundamentalmente, como instrumentos jurídicos que va, sem particularidades no tocante a licitações públicas.
permitem a cooperação de diferentes pessoas de direito público, ou Assim, visando conhecer na integra os princípios que regem as
entre estas e particulares. Estes instrumentos de cooperação pos- Licitações Públicas temos o artigo 3º da Lei 8.666/93, que assim
sibilitam a conjugação de esforços de diversos entes naquilo que, dispõe:
isoladamente, não são capazes de realizar.
Os convênios em primeiro plano - e os consórcios em menor “Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princí-
grau - são os instrumentos jurídicos que permitem que União, Es- pio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajo-
tados e Municípios realizem esforços conjuntos na realização do sa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
interesse público. Tanto nas áreas em que a Constituição indicou a sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade
competência concorrente de todos ou de dois dos entes públicos, com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
quanto naquelas em que, embora a norma de competência indi- moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade adminis-
que um ente como responsável, a realização material da finalidade trativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
pública diz interesse geral e, portanto, também cabe aos demais objetivo e dos que lhes são correlatos.” Grifo nosso.
cooperarem no que for possível.
No âmbito da cooperação interna da Administração, propug- Assim temos:
na-se o desenvolvimento da autonomia gerencial, inclusive de ges- - Princípio da Legalidade: Para que a administração possa atuar,
tão financeira e orçamentária, a partir da celebração de contratos não basta à inexistência de proibição legal, é necessária para tanto
de gestão, estabelecendo deveres e responsabilidades do órgão a existência de determinação ou autorização de atuação adminis-
autônomo. Em relação à gestão associada entre vários órgãos ou trativa na lei.
entidades da Administração, sua operação se observa através de Assim, a Licitação Pública possui seu embasamento na Consti-
consórcios públicos e convênios de cooperação. tuição Federal e na Lei (Lei 8.666/93), devendo todos os seus proce-
Assim, nota-se a atualidade dos convênios administrativos e dimentos obedecer o que dispõe a norma legal.
consórcios públicos no âmbito da atuação administrativa como ins- Importante ainda esclarecer que a administração pública está
trumentos de cooperação entre os diversos órgãos da Administra- obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não ape-
ção e destes com os particulares, com vista à realização do interesse nas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos princípios
público. jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas editadas pela
própria administração pública.
LICITAÇÕES
Licitação é um procedimento administrativo, de ocorrência - Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos que a Ad-
obrigatória pelas entidades do governo para celebração de contrato ministração Pública tem que manter uma posição de neutralidade
administrativo, em que, atendida a igualdade entre os participan- em relação aos seus administrados, não podendo prejudicar nem
tes, deve ser escolhida a melhor proposta dentre as apresentadas mesmo privilegiar quem quer que seja.
pelos interessados, e com elas travar determinadas relações de Pelo princípio da impessoalidade, quando aplicável as Licita-
conteúdo patrimonial, verificado o preenchimento dos requisitos ções, a impessoalidade em relação aos licitantes (particulares in-
mínimos e necessários ao bom cumprimento das obrigações que teressados em participar das licitações), não devendo os atos lici-
forem assumidas perante a Administração Pública. tatórios serem emanados com o objetivo de atender a interesses
Dessa maneira, a Licitação traz em seu bojo a ideia de disputa pessoais do agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade
igualitária entre os concorrentes, com a finalidade de selecionar a exclusivamente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e impes-
proposta mais vantajosa aos interesses da Administração, visando soal.
à celebração de um contrato administrativo, entre ela e o particular Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade possui es-
vencedor da concorrência, para a realização de obras, serviços, con- treita relação com o também principio constitucional da isonomia,
cessões, permissões, alienações, compras ou locações. ou igualdade, sendo dessa forma vedadas perseguições ou benes-
Dai surge então à necessidade de regulamentar a prática licita- ses pessoais.
tória, atendendo disposição da Constituição Federal, mais precisa- - Princípio da Moralidade: A falta da moral comum impõe, nos
mente no artigo 37, inciso XXI, que assim dispõe: atos administrativos e licitatórios a presença coercitiva e obrigatória
da moral administrativa, que se constitui de um conjunto de regras
“Art. 37: XXI - ressalvados os casos especificados na legisla- e normas de conduta impostas ao administrador da coisa pública.
ção, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados Assim o legislador utilizando-se dos conceitos da Moral e dos
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de Costumes (fonte subsidiária do Direito Positivo), como forma de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam impor à Administração Pública, por meio de juízo de valor, um com-
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- portamento obrigatoriamente ético e moral no exercício de suas
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências atribuições administrativas, através do pressuposto da moralidade.
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações”. - Princípio da Publicidade: Por este principio, temos que a ad-
ministração tem o dever de oferecer transparência de todos os atos
Assim, visando à regulamentação do processo de escolha da que praticar, e de todas as informações que estejam armazenadas
melhor proposta (licitação) foi editada Lei 8.666/93, que traz a nor- em seus bancos de dados referentes aos administrados.
matização da atividade. Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e
busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos pratica-
Princípios dos devem ser acessíveis aos cidadãos.
O artigo 3º da Lei 8.666/1993 enumera expressamente prin- Por tal razão, os atos licitatórios devem ter divulgação oficial
cípios que devem ser observados pela administração pública na como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei,
realização de licitações. Alguns dos princípios expressos no referido onde o sigilo deve ser mantido e preservado.
37
- Principio da Probidade Administrativa: Por tal principio temos Art. 24. É dispensável a licitação:
que o agente público no exercício regular de suas funções não pode I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez
violar, ao realizar procedimento licitatório, os princípios gerais e por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo an-
constitucionais da administração pública, que são: legalidade, da terior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra
impessoalidade, da moralidade, da eficiência, da publicidade, além ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
de exigir do agente público atuação leal e de boa-fé nos procedi- mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
mentos licitatórios em que atuar. mente;
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
- Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tal cento) do limite previsto na alínea «a», do inciso II do artigo ante-
principio veda a Administração Pública o descumprimento das nor- rior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
mas e condições previamente estipuladas no edital, ao qual deve se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
estar estritamente vinculado. O edital é a lei interna da licitação, maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
vinculando os seus termos tanto aos licitantes como a administra- III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
ção que o emitiu. IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan-
do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
- Princípio do Julgamento Objetivo: É o que se baseia no critério ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
indicado no edital e nos termos específicos das propostas para o serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
seu julgamento. Em linhas gerais, não pode haver qualquer discri- somente para os bens necessários ao atendimento da situação
cionariedade na apreciação das propostas pela administração, jul- emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
gando vencedora a que melhor atende aos enunciados do edital, de que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi-
maneira objetiva. tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
Competência legislativa contratos;
A competência para legislar sobre matéria que trate especifi- V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e
camente de licitações, e consequentemente contratos administra- esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
tivos, é atribuída os entes da federação: União, Estados, Municípios Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta-
e Distrito Federal. belecidas;
No entanto, muito embora se verifique a competencia dos en- VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico
tes mencionados em legislar sobre licitação, é de competência ex- para regular preços ou normalizar o abastecimento;
clusiva da União editar normas gerais sobre a matéria. VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
Constituição Federal: forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competen-
tes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos
[...] bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as preços, ou dos serviços;
modalidades, para a administração pública, direta e indireta, incluí- VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
das as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas di- interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou en-
versas esferas de governo, e empresas sob seu controle;
tidade que integre a Administração Pública e que tenha sido cria- do
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde
Na esfera federal, a matéria relativa as normas gerais sobre lici-
que o preço contratado seja compatível com o praticado no
tações e contratos administrativos é disciplinada pela Lei Federal nº
mercado;
8.666/93, de obrigatoriedade em todo o território nacional.
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da se-
gurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presiden-
Dispensa e Inexigibilidade
Dispensa: a dispensa de licitação engloba hipóteses que, muito te da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
embora exista possibilidade jurídica de competição, a lei autoriza a X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi-
celebração direta do contrato ou mesmo determina a não realiza- mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi-
ção do procedimento licitatório. dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde
Nos casos em que a lei autoriza a contratação sem a realização que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo ava-
de licitação, diz que ela é dispensável. Esclarece que nessas hipó- liação prévia;
teses, a competição é viável e possível, entretanto a lei autoriza a XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou forne-
administração pública decidir sobre a sua ocorrência ou não, de cimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que aten-
acordo com critérios de oportunidade e conveniência, dispensar a dida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mes-
sua realização. mas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto
Entretanto, em outras situações, ha própria lei, diretamente ao preço, devidamente corrigido;
dispensa compulsoriamente a realização da licitação. Nessas hipó- XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
teses temos que a lei denominou licitação dispensada. Neste caso perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
não cabe a Administração Pública decidir sobre a realização ou não licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
da licitação. Não ocorrerá a licitação porque a própria lei garantiu preço do dia;
que, mesmo sendo juridicamente possível a realização da licitação, XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regi-
fica dispensada. mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen-
A Lei 8.666/93 traz o rol taxativo das situações em que a licita- volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação
ção é dispensável, mais precisamente nos termos do artigo 24 da social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável re-
referida lei. putação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;
38
XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quan- de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de
do as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com
o Poder Público; as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi-
inerentes às finalidades do órgão ou entidade. dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários pa- especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
dronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para
bem como para prestação de serviços de informática a pessoa ju- atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras
rídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in- empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente jus-
tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; tificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem na- ratificadas pelo Comandante da Força.
cional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in- assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacio-
dispensável para a vigência da garantia; nal de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abas- e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.
tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas se- observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
des, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnolo-
quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a nor- gia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS,
malidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião
Lei: da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecno-
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, lógica.
com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quan- do XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucra-
houver necessidade de manter a padronização requerida pela tivos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, sociais de acesso à água para consumo humano e produção de ali-
mediante parecer de comissão instituída por decreto; mentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência pela seca ou falta regular de água.
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público
ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de servi- interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distri-
ços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado buídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha
seja compatível com o praticado no mercado. por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão,
e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de enge- desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à
nharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária
inciso I do caput do art. 23; à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transfe-
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de ener- rência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único
gia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou au- de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha
torizado, segundo as normas da legislação específica; sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência des-
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou socie- ta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o pratica-
dade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para do no mercado.
a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de servi- XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimora-
ços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado mento de estabelecimentos penais, desde que configurada situação
no mercado. de grave e iminente risco à segurança pública.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços § 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste
com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista,
gestão. empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na for-
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tec- ma da lei, como Agências Executivas.
nológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de § 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explora- integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput
ção de criação protegida. deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de
Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do nacional do SUS.
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de § 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput,
cooperação. quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedi-
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercia- mentos especiais instituídos em regulamentação específica.
lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em § 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art.
o
áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa- 9 à hipótese prevista no inciso XXI do caput.
39
40
Ressalta-se que a modalidade de tomada de preços será ado- Seu processamento quanto às fases e lances poderá ocorrer na
tada para a celebração de contratos relativos às obras, serviços e modalidade presencial ou então por meio da utilização de recursos
compras de produtos de menor vulto do que é exigido para partici- de tecnologia da informação, chamado de pregão eletrônico. Nesta
par da modalidade de concorrência. hipótese a licitação é procedida a distância em sessão pública, por
O decreto nº 9.412/18 atualiza os valores da modalidade de meio de sistema que promova a comunicação pela internet.
licitação para a Tomada de Preço:
a) para obras e serviços de engenharia: até R$ 3.300.000,00 Habilitação, julgamento, recursos. Adjudicação e homologa-
(três milhões e trezentos mil reais) ção
b) para compras e serviços: até R$ 1.430.000,00 (um milhão, São fases da licitação o edital, a habilitação, a classificação, a
quatrocentos e trinta mil reais) homologação e a adjudicação.
Convite: Modalidade realizada entre interessados do ramo de Edital: O edital é o instrumento por meio do qual a administra-
que trata o objeto da licitação, escolhidos e convidados em número ção torna pública a realização de licitação, sendo o meio utilizado
mínimo de três pela Administração. por todas as modalidades de licitação, exceto na modalidade con-
O convite é a modalidade de licitação mais simples, sendo que vite.
a Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis Além de ser o instrumento de divulgação do edital, é ainda a lei
interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita me- interna da licitação, pois nele devem estar previstas todas as regras
diante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do órgão que regerão o procedimento licitatório, e uma vez publicadas de-
ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação. vem ser seguidas, tanto pela administração quanto pelos licitantes.
Na modalidade de convite, com vistas ao princípio da competi- Assim, o edital deve descrever com detalhes o objeto a ser lici-
tividade, é possível a participação de interessados que não tenham tado, os documentos a serem trazidos no momento da habilitação,
sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo do objeto o critério objetivo de julgamento das propostas, entre outras nor-
licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade licitadora. Es- mas que forem pertinentes.
ses interessados devem solicitar o convite com antecedência de até A publicação do edital deve observar um prazo mínimo de an-
24 horas da apresentação das propostas. tecedência para o recebimento das propostas ou então da realiza-
Na modalidade de Convite, para que a contratação seja possí- ção da licitação, sendo que qualquer modificação que se faça neces-
vel, são necessárias pelo menos três propostas válidas, isto é, que sário no edital exige a divulgação pela mesma forma que se deu seu
atendam a todas as exigências do ato convocatório. Não é suficiente texto inicial e original, tornando a abrir o prazo antes estabelecido
a obtenção de três propostas, é preciso para tanto que as três sejam para a apresentação das propostas, exceto quando a alteração não
válidas. Caso isso não ocorra, a Administração deve repetir o convi- afetar a formulação das propostas.
te e convidar mais um interessado, no mínimo, enquanto existirem
cadastrados não convidados nas últimas licitações, ressalvadas as Habilitação: É a fase em que a Administração Pública procura
hipóteses de limitação de mercado ou manifesto desinteresse dos averiguar as condições pessoais de cada licitante, efetuando análise com
convidados, circunstâncias estas que devem ser justifica das no pro- o objetivo de averiguar a documentação e requisitos pessoais dos licitan-
cesso de licitação. tes, tendo em vista futura contratação, e verificando ainda as condições
O decreto nº 9.412/18 atualiza os valores da modalidade de que o licitante tem de cumprir o objeto da futura contratação.
licitação para o Convite: A habilitação tem a finalidade de garantir que o licitante, futuro
a) para obras e serviços de engenharia: até R$ 330.000,00 (tre- vencedor do certame, tenha condições técnicas, financeiras e de ido-
zentos e trinta mil reais) neidade para cumprirem o objeto contratado por meio de licitação.
b) para compras e serviços: até R$ 176.000,00 (cento e setenta É possível a dispensa da fase de habilitação, em seu todo ou em
e seis mil reais) parte, nos casos da modalidade de convite, concurso, fornecimento
de bens para pronta entrega e ainda leilão.
Concurso: É a modalidade de licitação entre quaisquer inte- Cumpre ressaltar que, encerrada a fase de habilitação, o lici-
ressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, tante aprovado para participar do certame não poderá mais desistir
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedo- da proposta já apresentada, exceto quando houver motivo justo
res, conforme critérios constantes do edital publicado na imprensa decorrente de fato superveniente, desde que aceito pela comissão
oficial com antecedência mínima de 45 dias. da licitação.
Dessa forma, o que determina a necessidade de escolha da mo-
dalidade de licitação de Concurso, é a natureza do seu objeto, e não Classificação: É a fase em que o Poder Público analisa as pro-
o seu valor contratado. postas comerciais dos licitantes que já foram habilitados, e poste-
riormente escolhe a melhor proposta que atendem aos interesses
Leilão: É a modalidade de licitação, entre quaisquer interessa- da administração.
dos, para a venda, a quem oferecer o maio lance, igual ou superior Trata-se do julgamento das propostas apresentadas pelos li-
ao valor da avaliação de bens móveis e imóveis. citantes, que deverá sempre obediência aos critérios objetivos de
julgamento constante no edital, sendo que a responsabilidade de
Pregão: Muito embora não esteja presente no rol da Lei efetuar o julgamento, via de regra, fica a cargo da comissão de li-
8.666/93, o pregão é considerada uma das modalidades de licitação citação.
prevista na Lei Federal 10.520/2002. A etapa do julgamento, ou classificação, pode ser subdividida
É a modalidade adequada para aquisição de bens e serviços em duas fases:
comuns, assim considerados aqueles cujos padrões de desempe- - Desclassificação: A desclassificação ocorre assim que a admi-
nho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, nistração verifica a conformidade de cada proposta com os requi-
por meio de especificações usuais no mercado. sitos do edital, especificações técnicas e compatibilidade com os
preços aplicáveis no mercado. Assim, as propostas que estiverem
em desconformidade serão eliminadas, ou então, desclassificadas.
41
- Ordem de Classificação: as propostas já classificadas, ou seja, II - ser processadas através de sistema de registro de preços; III
que estão de acordo com os critérios estabelecidos no edital, será - submeter-se às condições de aquisição e pagamento seme-
estabelecida a ordem de classificação das propostas, de acordo com lhantes às do setor privado;
o julgamento objetivo previsto em edital e da proposta que melhor IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias
atenda aos interesses da coletividade. para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economici-
Cumpre ao final esclarecer que, no caso de todos os licitantes dade;
forem inabilitados ou então todas as propostas desclassificadas, a V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e
administração pública poderá fixar prazo de 08 (oito) dias aos li- entidades da Administração Pública.
citantes para a apresentação de nova documentação, ou então a § 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de
correção das propostas desclassificadas, objetivando sanar as irre- mercado.
gularidades. No caso da modalidade de convite, o prazo reduz para § 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente
03 (três) dias úteis. para orientação da Administração, na imprensa oficial.
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por
Homologação: A homologação é a fase da licitação na qual to- decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se-
dos os seus atos e procedimentos são levados ao conhecimento e guintes condições:
I - seleção feita mediante concorrência;
avaliação da autoridade que conduziu a licitação, para a confirma-
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos
ção ou não de todas as decisões tomadas. É a confirmação ou não
preços registrados;
de todos os atos praticados no procedimento licitatório, conferindo
III - validade do registro não superior a um ano.
a validade do certame licitatório.
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Adminis-
Nesta etapa é feito o controle de legalidade do procedimento
tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-
licitatório, sendo que verificado irregularidades nas fases da licita-
-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação
ção, a autoridade competente não homologará o procedimento, relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
remetendo o processo à comissão de licitação, para a correção das preferência em igualdade de condições.
etapas com falhas, e a repetição dos atos com vícios. § 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços,
quando possível, deverá ser informatizado.
Adjudicação: É a ultima fase que temos no procedimento da § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço
licitação, que nada mais é do que a entrega do objeto da licitação constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse
ao vencedor. com o preço vigente no mercado.
A adjudicação é o ato pelo qual a administração pública atri- § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
bui ao vencedor da melhor proposta o objeto ora licitado, sendo I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indi-
que esta etapa tem a finalidade única de garantir ao vencedor que, cação de marca;
quando a administração for celebrar o contrato referente ao objeto II - a definição das unidades e das quantidades a serem adqui-
licitado, assim o fará com o vencedor. ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimati-
Com a adjudicação há a efetiva liberação dos demais licitantes va será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
perdedores de cumprimento de suas propostas, e ao contrário, vin- quantitativas de estimação;
cula o vencedor a obrigatoriedade de manter os termos propostos. III - as condições de guarda e armazenamento que não permi-
tam a deterioração do material.
Registro de Preços § 8º O recebimento de material de valor superior ao limite esta-
O Sistema de Registro de Preços não se confunde com uma das belecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá
modalidades de licitação, pois se trata de um procedimento licitató- ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
rio, que se efetiva por meio das modalidades de pregão ou concor-
rência, para fins de registro formal de preços relativos a serviços ou O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado pela Admi-
bens, concedendo à Administração Pública, no momento em que nistração Pública nas seguintes hipóteses:
entender oportuno, a possibilidade de futura contratação nos mol- a) quando, pelas características do bem ou serviço, houver ne-
des do melhor preço registrado. cessidade de contratações frequentes;
b) quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de
Segundo os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro1, ¨o entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por
registro de preços foi previsto no art. 15, II, da Lei 8.666/93, como unidade de medida ou em regime de tarefa;
procedimento a ser utilizado preferencialmente para as compras c) quando for conveniente a aquisição de bens ou a contrata-
efetuadas pela Administração Pública¨. ção de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade,
O Decreto nº 7.892/2013, em seu artigo 2º, I define o Sistema ou a programas de governo; ou
de Registro de Preços como o conjunto de procedimentos para re- d) quando, pela natureza do objeto, não for possível definir
gistro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.
de bens, para contratações futuras.
O principal objetivo desse procedimento de registrar os preços Revogação e anulação da licitação.
é facilitar e agilizar as contratações futuras, sem que seja necessário Caso ocorra motivo superveniente suficientes e motivado pela
a realização de novo procedimento licitatório. Administração Pública com justificatívas de interesse público rele-
Vejamos o que determina o artigo 15 da Lei 8.666/93: vante para que não se proceda a contratação, poderá, mediante ato
fundamentado revogar a licitação, por meio de procedimento que
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: possibilite ao contratado vendedor do certame licitatório a ampla
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compa- defesa e o contraditório.
tibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, No entanto, a autoridade competente deverá anular a licitaçã
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica de oficio ou por provocação de terceiros quando identificada ilega-
e garantia oferecidas; lidade dos atos licitatórios.
42
Esta decisão de anulação deve, obrigatoriamente ser precedida III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das
de parecer escrito e fundamentado, assegurando aos interessados definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis ele-
na manutenção da licitação o contraditório e a ampla defesa. mentos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o
A possibilidade jurídica da Administração Pública revogar e orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licita-
anular o procedimento licitatório está previsto no artigo 49 da Lei ção, dos bens ou serviços a serem licitados; e
8.666/93: IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores
do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respec-
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do proce- tiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebi-
dimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse mento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua
público decorrente de fato superveniente devidamente compro- classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do
vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo certame ao licitante vencedor.
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, § 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da adminis-
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ile- tração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do
galidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no órgão ou entidade promotora do evento.
parágrafo único do art. 59 desta Lei. § 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoei-
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. por militares
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica asse- Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convoca-
gurado o contraditório e a ampla defesa. ção dos interessados e observará as seguintes regras:
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de
do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado
ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente,
por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de
LEI Nº 10.520/2002 E DEMAIS DISPOSIÇÕES NORMATIVAS grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art.
RELATIVAS AO PREGÃO 2º;
XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5
pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os docu- (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no con-
mentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor propos- trato e das demais cominações legais.
ta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital; Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo,
está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle,
Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fa- nos termos do regulamento previsto no art. 2º.
zendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a compro- Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de
vação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira; Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.
de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Uni- Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns,
ficado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais pios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto
licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes; no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, a modalidade de pregão, conforme regulamento específico.
o licitante será declarado vencedor; Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender vigorar acrescida do seguinte artigo:
às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subse- “Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
qüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e pios poderão adotar, nas licitações de registro de preços destinadas
assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a mo-
sendo o respectivo licitante declarado vencedor; dalidade do pregão, inclusive por meio eletrônico, observando-se
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro o seguinte:
poderá negociar diretamente com o proponente para que seja ob- I - são considerados bens e serviços comuns da área da saúde,
tido preço melhor; aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sis-
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá mani- tema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade
festar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especifi-
lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das cações usuais do mercado.
razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intima- II - quando o quantitativo total estimado para a contratação ou
dos para apresentar contra-razões em igual número de dias, que fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, admi-
começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes tir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem necessá-
assegurada vista imediata dos autos; rios para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas a ordem de classificação, desde que os referidos licitantes aceitem
dos atos insuscetíveis de aproveitamento; praticar o mesmo preço da proposta vencedora.
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II,
importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços diferentes
objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor; da proposta vencedora, desde que se trate de objetos de qualidade
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a ad- ou desempenho superior, devidamente justificada e comprovada a
judicação do objeto da licitação ao licitante vencedor; vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite máxi-
XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o mo admitido.”
adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo de- Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
finido em edital; e
Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º da
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de
República.
validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o
disposto no inciso XVI.
Art. 5º É vedada a exigência de:
I - garantia de proposta; LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000 E SUAS ALTERAÇÕES
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para par- (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL)
ticipação no certame; e
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000
fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecno- Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a respon-
logia da informação, quando for o caso. sabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
dias, se outro não estiver fixado no edital. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua
proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar CAPÍTULO I
documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamen- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
to da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou
fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças
ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com am-
a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descreden- paro no Capítulo II do Título VI da Constituição.
ciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores
44
45
I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização
programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de re-
do documento de que trata o § 1o do art. 4o; sultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fis-
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do cais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio
art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limita-
a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de ção de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios
caráter continuado; fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização § 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que
e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
a)(VETADO) § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas desti-
eventos fiscais imprevistos. nadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei
§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou de diretrizes orçamentárias.
contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orça- § 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministé-
mentária anual. rio Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no
§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará separada- caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financei-
mente na lei orçamentária e nas de crédito adicional. ros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária (Vide ADIN 2.238-5)
refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços pre- § 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o
visto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica. Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas
§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finali- fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão re-
dade imprecisa ou com dotação ilimitada. ferida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas
§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investi- Legislativas estaduais e municipais.
mento com duração superior a um exercício financeiro que não es- § 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada se-
teja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclu- mestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta
são, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição. das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avalia-
§ 6º Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei ção do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária,
orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas
encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a operações e os resultados demonstrados nos balanços.
benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos. Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os
§ 7º (VETADO) beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de
Art. 6º (VETADO) sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de
Art. 7º O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da
a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesou- Constituição.
ro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subsequente à
aprovação dos balanços semestrais. CAPÍTULO III
§ 1º O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro DA RECEITA PÚBLICA
para com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação
específica no orçamento. SEÇÃO I
§ 2º O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo DA PREVISÃO E DA ARRECADAÇÃO
Banco Central do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União. Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade
§ 3º Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil con- na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de to-
terão notas explicativas sobre os custos da remuneração das dis- dos os tributos da competência constitucional do ente da Federa-
ponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas ção.
cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os Parágrafo único. É vedada a realização de transferências volun-
de emissão da União. tárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se
refere aos impostos.
SEÇÃO IV Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técni- cas
DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DO CUMPRIMENTO DAS e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da
METAS variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demons-
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos trativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e obser- dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cál-
vado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo culo e premissas utilizadas.
estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execu- § 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só
ção mensal de desembolso.(Vide Decreto nº 4.959, de 2004)(Vide será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica
Decreto nº 5.356, de 2005) ou legal.
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalida- § 2º O montante previsto para as receitas de operações de cré-
de específica serão utilizados exclusivamente para atender ao ob- dito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes
jeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em do projeto de lei orçamentária.(Vide ADIN 2.238-5)
que ocorrer o ingresso. § 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos
demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes
46
do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentá- § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
rias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício sub- I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de
sequente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por cré-dito
de cálculo. genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arre- não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
cadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orça-
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valo- mentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos,
res de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobran- qualquer de suas disposições.
ça administrativa. § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompa-
nhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.
SEÇÃO II § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considera-
DA RENÚNCIA DE RECEITA da irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orça-
mentárias.
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de § 4o As normas do caput constituem condição prévia para:
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro execução de obras;
no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o
atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo me- do art. 182 da Constituição.
nos uma das seguintes condições:(Vide Medida Provisória nº 2.159, SUBSEÇÃO I
de 2001)(Vide Lei nº 10.276, de 2001) DA DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi con-
siderada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a des-
art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas pesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato adminis-
no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; trativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no pe- execução por um período superior a dois exercícios.
ríodo mencionado no caput, por meio do aumento de receita, pro- § 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata
veniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso
majoração ou criação de tributo ou contribuição. I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédi- § 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acompa-
to presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração nhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não
de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redu- afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido
ção discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios no § 1º do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos
que correspondam a tratamento diferenciado. seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita
ou pela redução permanente de despesa.
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou bene- § 3º Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de
fício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base
no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
as medidas referidas no mencionado inciso. § 4º A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo pro-
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: ponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas,
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos in- sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as de-
cisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º; mais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentá-
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao rias.
dos respectivos custos de cobrança. § 5º A despesa de que trata este artigo não será executada an-
tes da implementação das medidas referidas no § 2o, as quais inte-
CAPÍTULO IV grarão o instrumento que a criar ou aumentar.
DA DESPESA PÚBLICA § 6º O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao
serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pes-soal
SEÇÃO I de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.
DA GERAÇÃO DA DESPESA § 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela
criada por prazo determinado.
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e le-
sivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de SEÇÃO II
obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17. DAS DESPESAS COM PESSOAL
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação go-
vernamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado SUBSEÇÃO I
de: DEFINIÇÕES E LIMITES
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício
em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes; Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se
II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente
adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos
e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e
orçamentárias. de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais
47
como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proven- III - na esfera municipal:
tos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gra- a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de
tificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, Contas do Município, quando houver;
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo.
entidades de previdência. § 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os li-
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra mites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à
que se referem à substituição de servidores e empregados públicos média das despesas com pessoal, em percentual da receita corren-
serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”. te líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente
§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente § 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
anteriores, adotando-se o regime de competência. I - o Ministério Público;
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Consti- II - no Poder Legislativo:
tuição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;
e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;
da receita corrente líquida, a seguir discriminados: c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Con-
I - União: 50% (cinqüenta por cento); tas do Distrito Federal;
II - Estados: 60% (sessenta por cento); d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas
III - Municípios: 60% (sessenta por cento). do Município, quando houver;
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste III - no Poder Judiciário:
artigo, não serão computadas as despesas: a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados; b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.
II - relativas a incentivos à demissão voluntária; § 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciá-
rio, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constitui-
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do
ção, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o.
art. 57 da Constituição;
§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Mu-
IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de perío-
nicípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do
do anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18;
caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4%
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e
(quatro décimos por cento).
Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma § 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega
dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emen- dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pes-
da Constitucional no 19; soal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percen-
VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específi- tuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes
co, custeadas por recursos provenientes: orçamentárias.
a) da arrecadação de contribuições dos segurados; § 6o(VETADO)
b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201
da Constituição; SUBSEÇÃO II
c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vin- DO CONTROLE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL
culado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens,
direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro. Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas despesa com pessoal e não atenda:
com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o
limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20. disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constitui-
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá ção;
exceder os seguintes percentuais: II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas
I - na esfera federal: com pessoal inativo.
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legisla- Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que
tivo, incluído o Tribunal de Contas da União; resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oi-
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; tenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para Poder ou órgão referido no art. 20.
o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabeleci-
com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. dos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.
21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95%
repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou ór-
a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente gão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;(Vide Decreto remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença ju-
nº 3.917, de 2001) dicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
União; II - criação de cargo, emprego ou função;
II - na esfera estadual: III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de de despesa;
Contas do Estado; IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação,
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; saúde e segurança;
48
49
§ 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo § 1o As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas
de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do alterações conterão:
Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei. I - demonstração de que os limites e condições guardam coe-
§ 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil rência com as normas estabelecidas nesta Lei Complementar e com
de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e os objetivos da política fiscal;
de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma
das três esferas de governo;
CAPÍTULO VII III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por
DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO esfera de governo;
IV - metodologia de apuração dos resultados primário e no-
SEÇÃO I minal.
DEFINIÇÕES BÁSICAS § 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput tam-
bém poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida, evi-
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas denciando a forma e a metodologia de sua apuração.
as seguintes definições: § 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera
apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação
Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização § 4o Para fins de verificação do atendimento do limite, a apu-
em prazo superior a doze meses; ração do montante da dívida consolidada será efetuada ao final de
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por cada quadrimestre.
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, § 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República
Estados e Municípios; enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional, conforme o
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, previstos nos incisos I e II do caput.
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores § 6o Sempre que alterados os fundamentos das propostas de
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento que trata este artigo, em razão de instabilidade econômica ou alte-
mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de rações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da Repúbli-
derivativos financeiros; ca poderá encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de solicitação de revisão dos limites.
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação § 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do
ou entidade a ele vinculada; orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos consolidada, para fins de aplicação dos limites.
para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reco- SEÇÃO III
nhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem DA RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES
prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.
§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultra-
relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central passar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser
do Brasil. a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo
§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as ope- o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no pri-
rações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas te- meiro.
nham constado do orçamento. § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não incorrido:
excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou
final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito au- externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinan-
torizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, ciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;
acrescido de atualização monetária. II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívi-
da ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de em-
SEÇÃO II penho, na forma do art. 9o.
DOS LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE § 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e en-
CRÉDITO quanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de re-
ceber transferências voluntárias da União ou do Estado.
Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei § 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o mon-
Complementar, o Presidente da República submeterá ao: tante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último
I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.
da dívida consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo § 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a rela-
o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como ção dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas con-
de limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo solidada e mobiliária.
artigo;
§ 5o As normas deste artigo serão observadas nos casos de
II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites
descumprimento dos limites da dívida mobiliária e das operações
para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inci-
de crédito internas e externas.
so XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração
de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da
União, atendido o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.
50
51
I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do
exercício; próprio ente;
II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos inciden- II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município,
tes, até o dia dez de dezembro de cada ano; ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação
III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de
que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garan-
ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir; tidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da
IV - estará proibida: dívida vencida.
a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não § 2o No caso de operação de crédito junto a organismo finan-
integralmente resgatada; ceiro internacional, ou a instituição federal de crédito e fomento
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a
Prefeito Municipal. ente que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para
§ 1o As operações de que trata este artigo não serão computa- o recebimento de transferências voluntárias.
das para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, § 3o (VETADO)
desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput. § 4o (VETADO)
§ 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo
§ 2o As operações de crédito por antecipação de receita reali-
Senado Federal.
zadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertu-
§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive
ra de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo
suas empresas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda
competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.
que com recursos de fundos.
§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acom- § 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia
panhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de
por:
inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à
credora. prestação de contragarantia nas mesmas condições;
II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.
SUBSEÇÃO IV § 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:
DAS OPERAÇÕES COM O BANCO CENTRAL DO BRASIL I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às
normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo
Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco com a legislação pertinente;
Central do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza
mais às seguintes: financeira por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às
I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no operações de seguro de crédito à exportação.
mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo; § 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de ga-
II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de institui- rantia prestada, a União e os Estados poderão condicionar as trans-
ção financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por ferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento.
título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela
venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em ope-
permuta; ração de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou finan-
III - concessão de garantia. ciamentos até a total liquidação da mencionada dívida.
§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de
Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente na cartei- SEÇÃO VI
ra das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante DOS RESTOS A PAGAR
novas operações de venda a termo.
§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente Art. 41. (VETADO)
títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária fede- Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art.
ral que estiver vencendo na sua carteira. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obri-
§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à gação de despesa que não possa ser cumprida integralmente den-
taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público. tro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte
§ 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
pública federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa
ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mo- serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pa-
biliária. gar até o final do exercício.
52
tituição, ficarão depositadas em conta separada das demais dispo- çamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
nibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de
com observância dos limites e condições de proteção e prudência Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
financeira. § 1o A transparência será assegurada também mediante: (Re-
§ 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o dação dada pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
§ 1o em: I – incentivo à participação popular e realização de audiências
I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos pla-
em ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo nos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei
respectivo ente da Federação; Complementar nº 131, de 2009).
II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da
Poder Público, inclusive a suas empresas controladas. sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre
a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de
SEÇÃO II acesso público; e (Redação dada pela Lei Complementar nº 156, de
DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO 2016)
III – adoção de sistema integrado de administração financeira
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido
da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído
para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por pela Lei Complementar nº 131, de 2009) (Vide Decreto nº 7.185, de
lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores 2010)
públicos. § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dis-
Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamen- ponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários
tária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos
adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser
despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. (Incluído
que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará § 3o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminha-
ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes rão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na periodicidade a se-
orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cum- rem definidos em instrução específica deste órgão, as informações
primento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divul- necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado
gação. e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o
§ 4o do art. 32. (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imó- § 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o e 3o ensejará as
vel urbano expedido sem o atendimento do disposto no § 3o do art. penalidades previstas no § 2o do art. 51. (Incluído pela Lei Comple-
182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da in- mentar nº 156, de 2016)
denização. § 5o Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, para todos
os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
SEÇÃO III cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput. (In-
cluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
DAS EMPRESAS CONTROLADAS PELO SETOR PÚBLICO
§ 6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos
autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e
Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão
fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de
em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na for-
execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo
ma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e finan-
Poder Executivo, resguardada a autonomia. (Incluído pela Lei Com-
ceira, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da
plementar nº 156, de 2016)
Constituição. Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo
Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balan- único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer
ços trimestrais nota explicativa em que informará: pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: (Incluí-
I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com res- do pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
pectivos preços e condições, comparando-os com os praticados no I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
mercado; gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua
II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, espe- realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao
cificando valor, fonte e destinação; número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao ser-
III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de em- viço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento
préstimos e financiamentos com preços, taxas, prazos ou condições e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluí-
diferentes dos vigentes no mercado. do pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda
CAPÍTULO IX a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos ex-
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO traordinários. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo
SEÇÃO I ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder
DA TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá de-
aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrôni- monstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais
cos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes or- de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-
53
nômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação
concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da segu- para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;
ridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circuns- II - demonstrativos da execução das:
tanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício. a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a
previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita rea-
SEÇÃO II lizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;
DA ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da
despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício,
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;
pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: c) despesas, por função e subfunção.
I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de § 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobi-
modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obriga- liária constarão destacadamente nas receitas de operações de cré-
tória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; dito e nas despesas com amortização da dívida.
II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas § 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita
segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter com- o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51.
plementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos
III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e relativos a:
conjuntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no
entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusi- inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu
ve empresa estatal dependente; desempenho até o final do exercício;
IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso
em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos; IV do art. 50;
V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e III - resultados nominal e primário;
as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;
junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no
montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante
pelo menos, a natureza e o tipo de credor; a pagar.
VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque § 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será
à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de acompanhado também de demonstrativos:
ativos. I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons-
§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as tituição, conforme o § 3o do art. 32;
operações intragovernamentais. II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social,
§ 2o A edição de normas gerais para consolidação das contas geral e próprio dos servidores públicos;
públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, en- III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ati-
quanto não implantado o conselho de que trata o art. 67. vos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.
§ 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que § 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:
permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, I - da limitação de empenho;
financeira e patrimonial. II - da frustração de receitas, especificando as medidas de com-
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta bate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações
de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das con- de fiscalização e cobrança.
tas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público. SEÇÃO IV
§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao DO RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL
Poder Executivo da União nos seguintes prazos:
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titu-
Estado, até trinta de abril; lares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão
II - Estados, até trinta e um de maio. Fiscal, assinado pelo:
§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo im- I - Chefe do Poder Executivo;
pedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Fede- II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão
ração receba transferências voluntárias e contrate operações de decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do
crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atua- Poder Legislativo;
lizado da dívida mobiliária. III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de
Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimen-
SEÇÃO III tos internos dos órgãos do Poder Judiciário;
DO RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.
Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas auto-
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Cons- ridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle
tituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada
publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e Poder ou órgão referido no art. 20.
composto de: Art. 55. O relatório conterá:
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria eco- I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Comple-
nômica, as: mentar, dos seguintes montantes:
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e
como a previsão atualizada; pensionistas;
54
b) dívidas consolidada e mobiliária; gação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias adminis-
c) concessão de garantias; trativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento
d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita; das receitas tributárias e de contribuições.
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se SEÇÃO VI
ultrapassado qualquer dos limites; DA FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL
III - demonstrativos, no último quadrimestre:
a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos
de dezembro; Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Po- der
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas: e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas
1) liquidadas; desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: (Vide ADIN
2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a 2324)
uma das condições do inciso II do art. 41; I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes or-
3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo çamentárias;
da disponibilidade de caixa; II - limites e condições para realização de operações de crédito
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos e inscrição em Restos a Pagar;
empenhos foram cancelados; III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com
c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;
inciso IV do art. 38. IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31,
§ 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos in- para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliá-
cisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas ria aos respectivos limites;
à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III. V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos,
§ 2o O relatório será publicado até trinta dias após o encerra- tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Comple-
mento do período a que corresponder, com amplo acesso ao públi- mentar;
co, inclusive por meio eletrônico. VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos mu-
§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita nicipais, quando houver.
o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51. § 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos
§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser ela- referidos no art. 20 quando constatarem:
borados de forma padronizada, segundo modelos que poderão ser I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no in-
atualizados pelo conselho de que trata o art. 67. ciso II do art. 4o e no art. 9o;
II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou
SEÇÃO V 90% (noventa por cento) do limite;
DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária,
das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;
incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram
Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, acima do limite definido em lei;
referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separada- V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos
mente, do respectivo Tribunal de Contas. (Vide ADIN 2324) programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âm- § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálcu-
bito: los dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão
I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e referido no art. 20.
dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais; § 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumpri-
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, con- mento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.
solidando as dos demais tribunais.
§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será CAPÍTULO X
proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista perma- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
nente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente
das Casas Legislativas estaduais e municipais. (Vide ADIN 2324) Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores
§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação àqueles previstos nesta Lei Complementar para as dívidas consoli-
das contas, julgadas ou tomadas. dada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclu- Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente
sivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, po-
outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas derão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou
leis orgânicas municipais. em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico,
§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que te- conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
nham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despe-
oitenta dias. sas de competência de outros entes da Federação se houver:
§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orça-
existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes mentária anual;
de parecer prévio. II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua le-
Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da gislação.
arrecadação em relação à previsão, destacando as providências Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a
adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sone- cinquenta mil habitantes optar por:
55
I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, pa-
semestre; dronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstra-
II - divulgar semestralmente: tivos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas
b) o Relatório de Gestão Fiscal; e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como
c) os demonstrativos de que trata o art. 53; outros, necessários ao controle social;
III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de dire- § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá formas de
trizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que
partir do quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Com- alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvi-
plementar. mento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pauta-
§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser da pelas normas desta Lei Complementar.
realizada em até trinta dias após o encerramento do semestre. § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funciona-
§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com mento do conselho.
pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação, Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo
o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de do Regime Geral de Previdência Social, vinculado ao Ministério da
retorno ao limite definidos para os demais entes. Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recur-
Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação fi- sos para o pagamento dos benefícios do regime geral da previdên-
nanceira aos Municípios para a modernização das respectivas admi- cia social.
nistrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com § 1o O Fundo será constituído de:
vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar. I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacio-
§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e desen- nal do Seguro Social não utilizados na operacionalização deste;
volvimento de recursos humanos e na transferência de tecnologia, II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados
bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei;
art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público. III - receita das contribuições sociais para a seguridade social,
§ 2o A cooperação financeira compreenderá a doação de bens previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Consti-
e valores, o financiamento por intermédio das instituições finan- tuição;
ceiras federais e o repasse de recursos oriundos de operações ex- IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou
ternas. jurídica em débito com a Previdência Social;
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;
Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legis- VI - recursos provenientes do orçamento da União.
lativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a § 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro
situação: Social, na forma da lei.
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir
estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70; regime próprio de previdência social para seus servidores conferir-
II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a -lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas de
limitação de empenho prevista no art. 9o. contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de esta- atuarial.
do de defesa ou de sítio, decretado na forma da Constituição. Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total
Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão du- com pessoal no exercício anterior ao da publicação desta Lei Com-
plicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto plementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20
Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eli-
ou superior a quatro trimestres. minando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a.
§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real (cinquenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das
acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), medidas previstas nos arts. 22 e 23.
no período correspondente aos quatro últimos trimestres. Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no pra-
§ 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Ins- zo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no § 3o do art. 23.
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Cons-
substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB tituição, até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à
nacional, estadual e regional.
entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pes-
§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as me-
soal dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em
didas previstas no art. 22.
percentual da receita corrente líquida, a despesa verificada no exer-
§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na con-
cício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento),
dução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado
se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20.
Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e
em até quatro quadrimestres.
Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma perma- órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da
nente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão reali- receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor
zados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício seguin-
de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e te.
de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a: Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar
I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação; serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o
na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de recei- Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2
tas, no controle do endividamento e na transparência da gestão de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente.
fiscal;
56
Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou 3-A administração financeira está relacionada com as finanças
sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de da empresa. Com base no exposto, assinale a alternativa que apre-
Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumpri- senta a função do planejamento financeiro dentro do ambiente
mento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (In- empresarial.
cluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). (A) O planejamento financeiro tem o foco no mercado, identi-
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cum- fica os clientes em potencial e, principalmente, deve servir de
primento das determinações dispostas nos incisos II e III do pará- base para o desenvolvimento de produtos.
grafo único do art. 48 e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complemen- (B) No planejamento financeiro, é possível ao administrador
tar nº 131, de 2009). financeiro selecionar, com maior margem de segurança, os ati-
I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e vos mais rentáveis e condizentes com os negócios da empresa,
os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído de forma a estabelecer uma rentabilidade mais satisfatória so-
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). bre os investimentos.
II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (C) O planejamento financeiro tem o foco em desenvolver pro-
(cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei dutos em larga escala que podem ser facilmente encontrados
Complementar nº 131, de 2009). a preços baixos.
III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000
(cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, (D) O planejamento financeiro tem o foco em identificar inves-
de 2009). timentos a curto prazo, gerindo permanentemente o capital de
Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão giro.
contados a partir da data de publicação da lei complementar que
introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. (Incluído 4-O processo de análise financeira está ancorado nas variáveis
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). compostas pelo risco, retorno e preço. As empresas lidam com a
Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos tomada de decisão de investimentos financeiros de curto, médio
previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III e longo prazo com o intuito de gerar riquezas aos seus acionistas.
do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção Especificamente em relação a variável “risco”, analise as afirmati-
prevista no inciso I do § 3o do art. 23. (Incluído pela Lei Comple- vas a seguir:
mentar nº 131, de 2009). I. A existência de risco é constatada pela variabilidade da ex-
Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua pectativa do retorno em função de um determinado ativo.
publicação. II. Quanto menor a variabilidade do retorno esperado, estima-
Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio -se maior o risco do ativo.
de 1999. III. Quanto maior a oscilação do ativo, maior será o retorno es-
perado para o investidor.
IV. Risco é a certeza da não concretização das previsões e pro-
jeções estipuladas em um determinado período.
EXERCÍCIOS
Assinale
1-Assinale a alternativa que apresenta as funções típicas do (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
gestor financeiro de uma empresa. (B) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(A) Análise, planejamento e controle financeiro e tomadas de (C) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
decisões de investimentos e de financiamentos. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(B) Análise de planejamento para a realização do controle dos (E) se somente as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
gastos estratégicos e operacionais.
(C) Análise do quantitativo financeiro aplicado nas ações eco- 5-O processo de revisão orçamentária
nômicas, sociais e políticas. (A) não contempla mudanças na visão estratégica de dada or-
(D) Análise do quadro de remuneração ao pessoal e decisões ganização.
de alterações dos ganhos. (B) não é possível, pois, um orçamento é uma ferramenta rígi-
(E) Análise, coordenação e determinação dos valores das com- da que não permite a incorporação de correções.
pras de suprimentos. (C) pode alterar as premissas que sustentam o orçamento pro-
jetado, mas não pode rever os fluxos de caixa projetados.
2-O objetivo econômico e financeiro de uma empresa é a maxi- (D) são insensíveis às grandes mudanças conjunturais ocorri-
mização de seu valor de mercado. Nesse sentido, é correto afirmar das na economia, pois, consiste em instrumento de ajuste gra-
que a empresa alcança esse objetivo dual, não impactado por choques econômicos.
(A) por meio de recebimentos e pagamentos de suas obriga- (E) pode surgir do cotejo entre o orçamento projetado e o or-
ções em dia. çamento realizado.
(B) por meio de ajustes e adaptações frequentes ao seu mer-
cado. 6- Considere as afirmações sobre Finanças Corporativas a se-
(C) por meio de geração contínua de lucro e caixa no longo pra- guir:
zo. I. O objetivo da administração financeira é maximizar o valor
(D) por meio de planejamento formulado a curto e longo prazo. unitário das ações correntes.
(E) por meio de desenvolvimento permanente de seu pessoal. II. Acionistas de uma empresa são proprietários residuais.
III. Em 2002 o Congresso dos Estados Unidos promulgou a lei
Sarbanes-Oxley com o objetivo de proteger os investidores nortea-
mericanos dos abusos corporativos.
57
IV. No Brasil os custos de agência são derivados principalmente (D) legalidade, que quer dizer que para ser legal, tanto as recei-
da possível convergência entre acionistas controladores e acionis- tas quanto as despesas planejadas para o ano seguinte preci-
tas não controladores. sam estar previstas no Planejamento Plurianual do Brasil.
V. Entre as regras do Novo Mercado da BM&FBovespa (atual
B3) relacionadas à estrutura de governança e aos direitos dos acio- 10- Uma forma de definir os procedimentos orçamentários do
nistas estão o tag along de 100%, free float mínimo de 25% e a setor público é via princípios consagrados entre os tratadistas do
emissão exclusiva de ações preferenciais com direito a voto. assunto. Assinale a alternativa que apresenta o princípio orçamen-
tário que é considerado inócuo e inadequado do ponto de vista da
Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão COR- estabilização da economia.
RETAS: (A) Equilíbrio.
(A) Apenas III e IV. (B) Exatidão.
(B) Apenas I, II e III. (C) Clareza.
(C) Apenas I, II e IV. (D) Exclusividade.
(D) Apenas I, II e V.
(E) Apenas II, III e V. 11- Princípio Orçamentário que tem sua regra de ouro tradu-
zida no artigo 167, inciso III, da Carta Magna de 1988 e que diz: “É
7- Em relação à Administração Financeira é INCORRETO afirmar vedado: a realização de operações de créditos que excedam o mon-
que: tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
(A) a função financeira compreende um conjunto de atividades créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, apro-
relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por to- vados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”. Aqui falamos de
das as áreas da organização. qual princípio orçamentário:
(B) esta função é responsável pela obtenção dos recursos ne- (A) Legalidade.
cessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a (B) Totalidade.
otimização do uso desses fundos. (C) Equilíbrio.
(C) a função financeira não é encontrada nas empresas públi- (D) Universalidade.
cas.
(D) a atividade financeira do Estado destina-se à obtenção e ao 12- “A lei orçamentária anual não poderá conter matéria estra-
emprego dos materiais e de serviços para a realização das nha à previsão da receita e à fixação da despesa”.
necessidades da coletividade, de interesse geral, atendidas por O trecho acima faz referência ao princípio orçamentário:
meio do serviço público. (A) Especificação, Especialização ou Discriminação.
(B) Exclusividade.
8- Sobre o orçamento empresarial, é correto afirmar que (C) Não Vinculação ou Não Afetação das Receitas.
(A) o orçamento é uma expressão informal e espontânea do (D) Clareza ou Objetividade.
planejamento gerencial que poderá, ou não, determinar, em
termos financeiros, os objetivos da organização e as estraté- 13- Caso certo município deixar de incluir na lei orçamentária
gias para atingi-los. anual uma determinada despesa que pretenda efetuar na execução
(B) um orçamento é um plano da organização para todo e qual- do orçamento, certamente haverá afronta ao princípio orçamentá-
quer período, de semanas a anos, e não possui vínculo com o rio da
plano estratégico da organização. (A) universalidade.
(C) a preparação do orçamento é um processo de imposição (B) unidade.
estabelecida entre o dono da empresa e o gerente, resultante (C) especialização.
de uma determinação vertical sobre a realização de receitas e (D) clareza.
despesas.
(E) exclusividade.
(D) a empresa deve elaborar um planejamento de longo prazo,
incluindo objetivos e metas da administração, antes de iniciar o
14-A legislação orçamentária estabelece alguns critérios de
processo orçamentário de um determinado período.
classificação dos dados inseridos no orçamento de modo a contri-
buir para uma melhor compreensão das suas funções. Acerca das
9- Os princípios orçamentários podem ser caracterizados como
Receitas Orçamentárias, assinale a alternativa correta.
regras estabelecidas com a finalidade de aumentar a consistência
(A) Em regra, estão previstas na LOA (Princípio da Universali-
do orçamento público federal no cumprimento de sua finalidade de
auxiliar o controle parlamentar sobre o poder executivo. Sobre dade).
esses princípios, é correto afirmar que deve ser respeitado o prin- (B)O Estado é mero agente depositário.
cípio da (C) Não integram a lei de Diretrizes orçamentárias.
(A) unidade, o que quer dizer que cada Ministério da República (D) Em geral, não têm reflexos no PL da entidade.
deve ter apenas um orçamento para ser controlado individual- (E) São consideradas de caráter temporário.
mente pelo poder legislativo.
(B) totalidade, o que quer dizer que o Governo Federal poderá 15-Sobre o orçamento público, assinale a afirmativa em que a
constituir múltiplos orçamentos, desde que estes sofram con- hipótese narrada afronta um princípio orçamentário.
solidação, de forma a permitir uma visão geral do conjunto das (A) Lei orçamentária discrimina valores detalhados ao invés de
finanças públicas. prever apenas os montantes globais de forma genérica.
(C) especificação, especialização ou discriminação, o que quer (B) Lei orçamentária dispõe sobre receitas, despesas e sobre
dizer que as receitas e as despesas planejadas devem aparecer extinção de cargos públicos na Administração Pública estadual.
apenas de forma consolidada, de tal forma que se possa via- (C) Lei orçamentária proíbe a vinculação de receitas de impos-
bilizar, com economia de recursos e eficiência, o controle dos to a órgão, fundo ou despesa nos termos da previsão consti-
recursos e sua aplicação. tucional.
58
GABARITO
1 A
2 C
3 B
4 D
5 E
6 B
7 C
8 D
9 B
10 A
11 C
12 B
13 A
14 A
15 B
ANOTAÇÕES
_____________________________________________________
_____________________________________________________
59
ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES
_____________________________________________________ _____________________________________________________
_____________________________________________________ _____________________________________________________
60
Hardware
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o computador.
Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígido, monitor, scanner, etc.
Software
Software, na verdade, são os programas usados para fazer tarefas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software são
programadas em uma linguagem de computador, traduzidas em linguagem de máquina e executadas por computador.
O software pode ser categorizado em dois tipos:
– Software de sistema operacional
– Software de aplicativos em geral
• Software de aplicação
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicativos
incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc.
Periféricos
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionalidades.
Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo melhorar o
desempenho do computador, tais como design, qualidade de som, alto falantes, etc.
Tipos:
Sistema Operacional
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcionamento do computador. É a plataforma de execução do usuário. Exem-
plos de software do sistema incluem sistemas operacionais como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.
• Aplicativos e Ferramentas
São softwares utilizados pelos usuários para execução de tarefas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access,
além de ferramentas construídas para fins específicos.
Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)1.
Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.
Extensões de arquivos
Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.
É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.
Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
1 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas
Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft2.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.
Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.
2 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/
Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.
Microsoft Office
O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas em
geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – Power-
Point. A seguir verificamos sua utilização mais comum:
Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.
Tipo de letra
Tamanho
• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:
• Fórmulas básicas
ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)
PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.
• Área de Trabalho do PowerPoint
Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários Office 2013
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe- A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho. a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
apresentado anteriormente. (TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
tos com telas simples funciona normalmente.
• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.
Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.
• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de • Atualizações no Excel
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes- – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
quisa inteligente; destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to- algum mapa que deseja construir.
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.
• Atualizações no Excel
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
questão do compartilhamento dos arquivos.
• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.
Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint. • WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que
a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
Observações importantes: mos o conceito.
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.
• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção global de computadores, celulares e outros dispositivos que se comu-
nicam.
• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar web sites
para operações diversas.
• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.
Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.
Internet Explorer 11
10
O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifica-
do com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre outras.
Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.
À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.
2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;
4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.
11
12
• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, • Sincronização
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
dia a dia se preferir. portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
rão disponíveis na sua conta Google.
Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.
• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado. Safari
• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.
O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
ções implementadas.
Vejamos:
13
4 Barra de Endereço.
5 Adicionar Favoritos
6 Ajustes Gerais
8 Lista de Leitura
14
Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.
• Histórico e Favoritos Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-
nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o e-
mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria
das vezes, a empresa;
15
16
A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é simples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser acessados
em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, OneDrive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos responsáveis
por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem seus dados e
recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos de
praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nuvem que
podem ser contratados.
OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.
17
Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
va@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;
Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.
Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las conforme
a necessidade.
18
Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.
19
EXERCÍCIOS
20
21
( ) Certo
( ) Errado
GABARITO
1 C
2 E
3 E
4 D
5 B
6 ERRADO
7 CERTO
8 C
9 CERTO
10 D
11 A
12 B
13 D
14 CERTO
15 D _____________________________________________________
16 CERTO _____________________________________________________
17 A
18 D
19 CERTO
20 CERTO
22
Sumário
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................................... 2
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................... 6
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA .................................................................................................. 11
PODERES ADMINISTRATIVOS .......................................................................................................... 16
ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................ 22
AGENTES PÚBLICOS ........................................................................................................................ 31
QUESTÕES FADESP.......................................................................................................................... 35
Página 1 de 41
Regime Jurídico-administrativo
Prerrogativas
Sujeições
As prerrogativas ou privilégios são regras, desconhecidas no direito privado, que
colocam a Administração em condições de superioridade nas relações com o particular.
São faculdades especiais que o setor público dispõe, como, por exemplo, o poder de
requisitar bens e serviços, de ocupar temporariamente imóvel alheio, de aplicar sanções
administrativas, de alterar ou rescindir unilateralmente os contratos administrativos, de
impor medidas de polícia, etc1.
1
Di Pietro, 2014, p. 62.
Página 2 de 41
Princípios da Administração
Por outro lado, os princípios implícitos não constam taxativamente em uma norma
jurídica geral, decorrendo de elaboração doutrinária e jurisprudencial.
Página 3 de 41
Página 4 de 41
seus próprios atos. Nos termos da Súmula 473 do STF, a Administração pode
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
Motivação: representa que o administrador deve indicar os fundamentos de
fato e de direito que o levam a adotar qualquer decisão no âmbito da
Administração Pública, demonstrando a correlação lógica entre a situação
ocorrida e as providências adotadas. Dessa forma, a motivação serve de
fundamento para examinar a finalidade, a legalidade e a moralidade da conduta
administrativa.
Continuidade do serviço público: os serviços públicos devem ser prestados
de maneira contínua, ou seja, sem parar. Isso porque é justamente pelos
serviços públicos que o Estado desempenha suas funções essenciais ou
necessárias à coletividade. Por conseguinte, os serviços públicos não podem ser
interrompidos, devendo, ao contrário, ter normal continuidade.
Contraditório e ampla defesa: assegura aos litigantes e aos acusados as
formas para que possam se defender, contestar e apresentar provas para defesa
de seus direitos.
Especialidade: reflete a ideia de descentralização administrativa, em que se
criam entidades para o desempenho de finalidades específicas. Dessa forma, é a
lei que define as áreas de atuação das entidades da Administração Indireta, não
podendo um mero ato administrativo modificar a finalidade dessas entidades.
Segurança jurídica: tem a finalidade de assegurar a estabilidade das relações
jurídicas já consolidadas, diante da inevitável evolução do Direito, tanto em nível
legislativo quanto jurisprudencial. Possui diversas aplicações, como a proteção
ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Fundamenta,
ainda, os institutos da prescrição e decadência administrativa.
Página 5 de 41
A evolução institucional, a partir das correntes liberais, substituiu o poder quase ilimitado
dos reis e monarcas (absolutismo) para dar lugar ao que chamamos de Estado de Direito,
que, segundo José dos Santos Carvalho Filho, se baseia na regra de que, ao mesmo
tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar-se a ele.
A universalização de jurisdição, por sua vez, significa que todos os atos estatais
devem submeter-se a controles que permitam a responsabilização dos sujeitos que
atuarem de modo inadequado.
Por fim, a tripartição dos poderes consiste na dissociação da atuação estatal, gerando
a diferenciação de competências (funções), atribuídas a órgãos diversos. Dessa forma,
nenhum órgão estatal possui poder ilimitado, estando sujeito ao sistema de freios e
contrapesos que gera o equilíbrio aos chamados três poderes: Legislativo, Executivo
e Judiciário.
2
Justen Filho, 2014, p. 100.
Página 6 de 41
Poderes/Funções do Estado
A cada um desses poderes foi atribuída uma função principal. Dessa forma, o Poder
Legislativo se encarrega da função legislativa (normativa); o Poder Judiciário
desempenha a função jurisdicional; e o Poder Executivo exerce a função administrativa.
A função legislativa (normativa, legiferante) pode ser entendida como aquela em que
o Estado edita atos jurídicos primários, de caráter geral (aplicável a sujeitos
indeterminados) e abstrato (possuem uma previsão hipotética, aplicando-se a todos
os casos concretos que se enquadrarem na situação nela prevista), que inovam na
ordem jurídica, com fundamento na própria Constituição.
Formas de Estado
O Estado federado, por outro lado, é marcado pela descentralização política, em que
ocorre a convivência de diferentes entidades políticas autônomas, distribuídas
regionalmente, em um mesmo território.
Vale destacar que não existe subordinação ou hierarquia entre os entes federados. O
que ocorre é coordenação, sendo que cada ente possui autonomia política,
financeira e administrativa.
Governo
Página 7 de 41
Sistema de governo
Forma de governo
Administração Pública
Administração pública em sentido amplo e em sentido estrito
3
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 17.
Página 8 de 41
Existem quatro atividades dessa natureza, todas disciplinadas por regras e princípios
administrativos:
4
Normalmente, os autores escrevem “Administração Pública”, com letras iniciais maiúsculas, para designar o
sentido subjetivo, ou seja, os sujeitos que desempenham a função administrativa. Por outro lado,
Página 9 de 41
“administração pública”, com letras iniciais minúsculas, representa o sentido material, isto é, o conjunto de
atividades consideradas próprias da função administrativa.
Página 10 de 41
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
CENTRALIZAÇÃO/DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
A centralização ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio
de seus órgãos e agentes da Administração direta. Assim, os serviços são prestados
pelos órgãos despersonalizados integrantes da própria pessoa política.
A descentralização administrativa, por sua vez, envolve pelo menos duas pessoas
distintas: o Estado (União, DF, estados ou municípios) e a pessoa que executará o
serviço5.
5
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 23.
6
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 27.
Página 11 de 41
Dá origem a Administração
Por outorga indireta (autarquias, fundações
públicas, EP e SEM)
(por serviços,
técnica ou Transfere a titularidade do
funcional) serviço
DESCENTRALIZAÇÃO
Presunção de definitividade
Duas pessoas
jurídicas distintas Tutela ou controle finalístico
Página 12 de 41
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Personalidade
Entidade Forma de criação
jurídica
Autarquia Criada por lei
Direito público
Fundação pública (de direito público) Criada por lei
Fundação pública (de direito privado) Criação autorizada em lei
Direito privado
Empresa pública Criação autorizada em lei
Sociedade de economia mista Criação autorizada em lei
Autarquias
Elas não se submetem ao controle hierárquico, mas estão vinculadas à pessoa política
que a criou, normalmente por intermédio do ministério da área correspondente.
Página 13 de 41
Agências reguladoras
As agências reguladoras são autarquias sob regime especial, integrantes da
administração indireta, criadas por lei, dotadas de autonomia financeira e orçamentária,
organizadas em colegiado cujos membros detém mandato fixo, com a finalidade de
regular e fiscalizar as atividades de prestação de serviços públicos. Não estão
subordinadas a nenhum outro órgão público, sofrendo apenas a supervisão ministerial
da área em que atuam.
Agências executivas
A agência executiva é apenas uma qualificação especial dada à autarquia ou fundação
pública que celebra o contrato de gestão com o respectivo órgão supervisor (e que tenha
um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em
andamento), não se trata, portanto, de uma nova entidade da Administração
indireta.
Fundações públicas
Com efeito, podemos resumir suas características da seguinte forma7: criação por lei ou
autorizada por lei específica; personalidade jurídica própria, patrimônio próprio e
autonomia administrativa. Ademais, elas estão sujeitas à tutela ou controle finalístico
do ministério da área correspondente e estão sujeitas à fiscalização do Ministério Público
quanto à legalidade de sua atuação.
Página 14 de 41
7
Adaptado de Paludo, 2013, p. 33.
Página 15 de 41
PODERES ADMINISTRATIVOS
Conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes
administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins 8. Assim, embora
o vocábulo poder dê ideia de faculdade, o certo é que se trata de um poder-dever,
pois ao mesmo tempo em que representam prerrogativas próprias das autoridades, eles
representam um dever de atuação, uma obrigação.
Poder hierárquico
Segundo Hely Lopes Meirelles, o poder hierárquico “é o de que dispõe o Executivo para
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus
agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro
de pessoal”.
→ dar ordens;
→ rever atos;
→ avocar atribuições;
→ delegar competências; e
→ fiscalizar.
8
Carvalho Filho, 2014, p. 51.
Página 16 de 41
Poder disciplinar
Não podemos confundir “poder disciplinar” com poder punitivo do Estado. Este último
pode se referir à capacidade punitiva do Estado contra os crimes e contravenções
penais, sendo competência do Poder Judiciário; ou, no direito administrativo, pode
designar a capacidade punitiva da Administração Pública que se expressa no poder
disciplinar ou no poder de polícia9.
Por fim, é importante tecer alguns comentários sobre o direito de defesa e a motivação
dos atos de aplicação de penalidades.
Finalmente, todo ato de aplicação de penalidade deve ser motivado. Não há nenhuma
exceção dessa regra. Sempre que decidir punir alguém, a autoridade administrativa
9
Alguns autores utilizam a expressão “poder punitivo do Estado” para se referir apenas ao exercício da
capacidade punitiva em decorrência de crimes e contravenções penais. Nesse caso, o poder punitivo é realizado
pelo Poder Judiciário e não pela Administração Pública. Adotamos, todavia, a designação de Lucas Rocha
Furtado, que utiliza a expressão para designar a capacidade punitiva tanto no Direito Penal quanto no Direito
Administrativo, que, neste último caso, apresenta-se no poder disciplinar e no poder de polícia (Furtado, 2012,
pp. 576-577).
Página 17 de 41
Poder regulamentar
A competência para o exercício do poder regulamentar está prevista no art. 84, IV, da
CF, sendo atribuição privativa do Presidente da República. Vale dizer que se trata de
competência indelegável, ou seja, o Presidente da República não pode delegá-la aos
ministros de Estado ou outras autoridades. Com efeito, em decorrência do princípio da
simetria, esse poder se aplica aos demais chefes do Poder Executivo (governadores e
prefeitos).
Os atos normativos secundários, por sua vez, encontram fundamento nos atos
normativos primários e, por conseguinte, estão delimitados por estes. Dessa forma, os
atos normativos secundários não podem inovar na ordem jurídica. Vale dizer, os atos
secundários possuem caráter infralegal e, portanto, estão subordinados aos limites da
lei.
Poder de polícia
Página 18 de 41
Por fim, a função fiscalizadora do poder de polícia tem o objetivo de prevenir eventuais
lesões aos administrados.
Página 19 de 41
Por outro lado, em relação à delegação para entidades de direito privado, há bastante
discussão. Tratando-se de entidades administrativas de direito privado (empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações de direito privado), há os seguintes
entendimentos:
Por outro lado, há consenso de que não é possível a delegação do poder de polícia para
particulares. Nesse caso, é possível delegar apenas atividades materiais (ex.:
demolição) e preparatórias (ex.: instalação de equipamentos), mediante contratos
administrativos).
a) discricionariedade;
b) autoexecutoriedade; e
c) coercibilidade.
Existem situações, porém, que o poder de polícia se tornará vinculado. Por exemplo, na
concessão de licença para construir, estando presentes todos os requisitos previstos em
lei, o agente público é obrigado a conceder o a licença ao particular.
Segundo a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro a autoexecutoriedade não está presente
em todas as medidas de polícia. Para ser aplicada, é necessário que a lei a autorize
expressamente, ou que se trate de medida urgente. Conclui a autora, por fim, que
Página 20 de 41
Por fim, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo ensinam que nem todos os atos de polícia
ostentam o atributo de autoexecutoriedade e coercibilidade. Assim, os atos preventivos
(como a obtenção de licenças ou autorizações) e alguns atos repressivos (como a
cobrança de multa não paga espontaneamente) não gozam a autoexecutoriedade e
coercibilidade.
a) excesso de poder: quando o agente público atua fora dos limites de sua
esfera de competência;
10
Di Pietro, 2014, p. 128.
Página 21 de 41
ATOS ADMINISTRATIVOS
CONCEITO
Os autores costumam se basear no art. 2º da Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular) para
apresentar os seguintes elementos dos atos administrativos: competência;
finalidade; forma; motivo; e objeto11. Esse é posicionamento dominante,
prevalecente, portanto, nas bancas de concurso.
ATRIBUTOS
11
Nesse sentido: Meirelles (2013, p. 161); Carvalho Filho (2014, pp. 106-121); Alexandrino e Paulo (2011, p. 442).
Página 22 de 41
b) imperatividade;
c) autoexecutoriedade;
Imperatividade
Pela imperatividade os atos administrativos impõem obrigações a terceiros,
independentemente de concordância. Com efeito, a imperatividade depende, sempre,
de expressa previsão legal.
12
Di Pietro, 2014, p. 208.
Página 23 de 41
Autoexecutoriedade
A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos ensejam de imediata
e direta execução pela Administração, sem necessidade de ordem judicial. Permite,
inclusive, o uso da força para colocar em prática as decisões administrativas.
Tipicidade
O atributo da tipicidade é descrito na obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. De acordo
com a doutrinadora, a tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve
corresponder a figuras previamente definidas em lei como aptas a produzir
determinados resultados.
CLASSIFICAÇÃO
a) o ato normativo não pode ser impugnado, na via judicial, diretamente pela pessoa
lesada (somente as pessoas legitimadas no art. 103 da CF podem propor
inconstitucionalidade de ato normativo);
Página 24 de 41
b) o ato normativo tem precedência hierárquica sobre o ato individual (por exemplo,
existindo conflitos entre um ato individual e outro geral produzidos por decreto,
deverá prevalecer o ato geral, pois os atos normativos prevalecem sobre os
específicos);
c) o ato normativo é sempre revogável; ao passo que o ato individual sofre uma série
de limitações em que não será possível revogá-los (por exemplo, os atos individuais
que geram direitos subjetivos a favor do administrado não podem ser revogados13);
d) o ato normativo não pode ser impugnado, administrativamente, por meio de
recursos administrativos, ao contrário do que ocorre com os atos individuais, que
admitem recursos administrativos.
Esses atos, em regra, não geram direitos adquiridos e podem, por conseguinte, ser
revogados a qualquer tempo. Também não dependem de publicação oficial, bastando a
cientificação direta aos destinatários ou a divulgação regulamentar da repartição.
Os atos externos, por outro lado, são todos aqueles que alcançam os administrados,
os contratantes ou, em alguns casos, os próprios servidores, provendo sobre os seus
direitos, obrigações, negócios ou conduta perante a Administração. Esses atos devem
ser publicados oficialmente, dado o interesse público no seu conhecimento.
Por fim, os atos de expediente são atos internos da Administração Pública que se
destinam a dar andamentos aos processos e papéis que se realizam no interior das
repartições públicas. Caracterizam-se pela ausência de conteúdo decisório, pelo trâmite
rotineiro de atividades realizadas nas entidades e órgãos públicos.
13
Nesse sentido, a Súmula 473 do STF determina que a revogação dos atos administrativos deve respeitar os
direitos adquiridos.
Página 25 de 41
Os atos discricionários, por outro lado, ocorrem quando a lei deixa uma margem de
liberdade para o agente público. Enquanto nos atos vinculados todos os requisitos do
ato estão rigidamente previstos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), nos
atos discricionários há margem para que o agente faça a valoração do motivo e a
escolha do objeto, conforme o seu juízo de conveniência e oportunidade.
O ato complexo, por sua vez, é o que necessita da conjugação de vontade de dois ou
mais diferentes órgãos ou autoridades. Apesar da conjugação de vontades, trata-se de
ato único.
Por fim, o ato composto é aquele produzido pela manifestação de vontade de apenas
um órgão da Administração, mas que depende de outro ato que o aprove para produzir
seus efeitos jurídicos (condição de exequibilidade).
Cumpre frisar que o ato acessório pode ser prévio (funcionando como uma autorização) ou
posterior (com a função de dar eficácia ou exequibilidade ao ato principal).
O ato nulo, ao contrário, é aquele que sofre de vício insanável em algum dos seus
requisitos de validade, não sendo possível, portanto, a sua correção. Logo, ele será
anulado por ato da Administração ou do Poder Judiciário.
O ato anulável, por sua vez, é aquele que apresenta algum vício sanável, ou seja, que
é passível de convalidação pela própria Administração, desde que não seja lesivo ao
patrimônio público nem cause prejuízos a terceiros.
Por fim, o ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de
vontade da Administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo.
Página 26 de 41
Além disso, Celso Antônio Bandeira de Mello também considera como ato inexistente
aqueles juridicamente impossíveis, como a ordem para que um agente cometa um
crime.
c) atos punitivos: são os atos pelos quais a Administração aplica sanções aos seus
agentes e aos administrados em decorrência de ilícitos administrativos;
Anulação
A anulação, também chamada de invalidação, é o desfazimento do ato administrativo
em virtude de ilegalidade.
Como a ilegalidade atinge desde a origem do ato, a sua invalidação possui efeitos
retroativos (ex tunc).
A anulação também pode ser realizada pelo Poder Judiciário por meio da devida ação
com essa finalidade.
14
Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 420-421.
Página 27 de 41
Revogação
A revogação é a supressão de um ato administrativo válido e discricionário por motivo
de interesse público superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno15. Trata-
se, portanto, da extinção de um ato administrativo por conveniência e oportunidade da
Administração.
Na revogação não há ilegalidade. Por isso, o Poder Judiciário16 não pode revogar um ato
praticado pela Administração. Também em virtude da legalidade do ato, a revogação
possui efeitos ex nunc (a partir de agora). Isso quer dizer que seus efeitos não
retroagem. Tudo que foi realizado até a data da revogação permanece válido.
15
Barchet, 2008.
16
O Poder Judiciário poderá revogar os seus próprios atos quando atuar no exercício da função atípica de
administrar.
Página 28 de 41
Cassação
A cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude de descumprimento pelo
beneficiário das condições que deveria manter, ou seja, ocorre quando o administrado
comete alguma falta. Funciona, na verdade, como uma sanção contra o administrado
por descumprir alguma condição necessária para usufruir de um benefício.
Caducidade
A caducidade é a forma de extinção do ato administrativo em decorrência de invalidade ou
ilegalidade superveniente. Assim, a caducidade ocorre quando uma legislação nova
– ou seja, que surgiu após a prática do ato – torna-o inválido.
Convalidação
A convalidação representa a possibilidade de “corrigir” ou “regularizar” um ato
administrativo, possuindo efeitos retroativos (ex tunc). Portanto, não se trata de forma
de extinção. Assim, a convalidação tem por objetivo manter os efeitos já produzidos
pelo ato e permitir que ele permaneça no mundo jurídico.
São quatro condições para a convalidação de um ato segundo a Lei 9.784/1999: (1)
que isso não acarrete lesão ao interesse público; (2) que não cause prejuízo a terceiros;
(3) que os defeitos dos atos sejam sanáveis; (4) decisão discricionária (“poderão”)
acerca da conveniência e oportunidade de convalidar o ato (no lugar de anulá-lo).
b) vício decorrente da forma (desde que não se trata de forma essencial) – por
exemplo, se, para punir um agente, a lei determina a motivação, a sua ausência
constitui vício de forma essencial, insanável portanto. Porém, quando o agente
determina a realização de um serviço por meio de portaria, quando deveria fazê-
lo por ordem de serviço, não se trata de forma essencial e, por conseguinte, é
possível convalidar o ato.
Página 29 de 41
DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA
Página 30 de 41
AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO
Para José dos Santos Carvalho Filho o conceito de agentes públicos possui sentido
amplo, representando o conjunto de pessoas que, a qualquer título, exercem a função
pública como prepostos do Estado. Já Hely Lopes Meirelles conceitua agentes públicos
como “todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício
de alguma função estatal”.
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.
CLASSIFICAÇÃO OU ESPÉCIES
Agentes políticos
Os agentes políticos são os componentes do governo em seus primeiros escalões para
o exercício de atribuições constitucionais.
Esses agentes atuam com plena liberdade funcional desempenhando suas atribuições
com prerrogativas e responsabilidades próprias, prevista na Constituição e em leis
especiais. Em regra, a atuação dos agentes políticos se relaciona com as funções de
governo ou de função política.
Página 31 de 41
Agentes administrativos
Os agentes administrativos são aqueles que prestam serviços ao Estado e às entidades
da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga
pelos cofres públicos. Caracterizam-se pelo exercício da atividade como profissão,
dentro de uma estrutura hierarquizada.
c) os servidores temporários: contratados com base no art. 37, IX, da CF, por tempo
determinado para “atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público”. Os temporários não possuem cargo nem emprego público, exercendo
apenas uma função pública. O vínculo com a Administração Pública é contratual,
mas não se trata de regime celetista. Na verdade, trata-se de regime jurídico
especial, disciplinado em lei de cada unidade da federação.
Agentes honoríficos
Os agentes honoríficos são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar
ao Estado, transitoriamente, determinados serviços relevantes, em razão de sua
condição cívica, de sua honorolidade ou de sua notória capacidade profissional, mas
sem possuir qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem
remuneração.
Agentes delegados
Os agentes delegados são particulares – pessoas físicas ou jurídicas – que recebem a
incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em
nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a
permanente fiscalização do delegante17. Esses agentes não são representantes do
Estado, mas são colaboradores do Poder Público.
Agentes credenciados
Os agentes credenciados são aqueles que recebem da Administração Pública a
incumbência de representá-la em determinado ato ou para praticar alguma atividade
específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.
Página 32 de 41
AGENTE DE FATO
Os agentes de fato designam um grupo de agentes que, mesmo sem ter uma investidura
normal e regular, executam função pública em nome do Estado. A expressão “agentes
de fato” serve para diferenciá-los dos “agentes de direito”. Segundo José dos Santos
Carvalho Filho, o ponto marcante dos agentes de fato é que o desempenho da função
pública deriva de situação excepcional, sem prévio enquadramento legal, mas que pode
ocorrer no âmbito da Administração, em decorrência da grande variedade de situações
que ocorrem na sociedade.
a) agentes necessários: são aqueles que atuam em situações excepcionais, como, por
exemplo, em uma calamidade pública ou outra situação emergencial, colaborando
com o Poder Público, como se fossem agentes de direito;
b) agentes putativos: são os que desempenham atividade pública na presunção de
legitimidade, porém em caso que a investidura do agente não se deu dentro do
procedimento legalmente exigido.
De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, os cargos públicos são “as mais simples
e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas
em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito
Público e criados por lei [...]”18.
Os titulares dos cargos públicos são os servidores públicos, que são agentes
administrativos submetidos ao regime estatutário. Dessa forma, os cargos públicos
representam o lugar ou posição jurídica ocupada pelo servidor público nas pessoas
jurídicas de Direito Público – administração direta, autarquias e fundações públicas.
Os empregos públicos, por outro lado, diferem-se dos cargos públicos por designarem
a unidade de atribuições em que o vínculo é celetista, possuindo, portanto, a natureza
trabalhista e contratual, regido predominantemente por regras de Direito Privado.
Dessa forma, os empregos públicos designam, em regra, as unidades de atribuições e
responsabilidades ocupadas pelos empregados públicos das pessoas administrativas de
direito privado: empresas públicas e sociedades de economia mista.
Para todo cargo ou emprego público corresponde uma ou mais funções públicas, isto é,
o conjunto de atribuições conferidas aos órgãos, aos cargos aos empregos ou
17
Meirelles, 2013, p. 83.
18
Em continuação, o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta uma exceção à exigência de lei para a
criação de cargos públicos, representada pelos cargos dos serviços auxiliares do Poder Legislativo, que são
criados por meio de resolução, da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, conforme o caso (CF, art. 51,
IV; e 52, XIII) - Bandeira de Mello, 2014, p. 259. Apesar dessa ressalva, as bancas de concurso costumam
considerar como verdadeira a afirmativa de que os cargos só podem ser criados por lei.
Página 33 de 41
diretamente aos agentes públicos. Dessa forma, todo cargo ou emprego público possui
alguma função. Todavia, existem casos em que a função não é atribuída a nenhum
cargo ou emprego público, ou seja, existem funções que não possuem cargo ou
emprego público.
Pelos seus atos, um servidor poderá ser responsabilidade nas seguintes esferas, que
são, em regra, independentes entre si:
Contudo, há exceções, ou seja, há casos em que a decisão na esfera penal gera efeitos
(vincula as demais). São elas:
(ii) a absolvição penal que negue a existência do fato ou sua autoria enseja
a absolvição civil e administrativa.
Página 34 de 41
QUESTÕES FADESP
Princípios Administrativos
Página 35 de 41
Poderes Administrativos
Página 36 de 41
Atos administrativos
Página 37 de 41
Página 38 de 41
Organização Administrativa
Página 39 de 41
Página 40 de 41
Página 41 de 41