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ÍNDICE

Português
1. Ortografia oficial ................................................................................................................................................................................. 01
2. Acentuação gráfica ............................................................................................................................................................................. 01
3. Pontuação ........................................................................................................................................................................................... 02
4. Compreensão, interpretação e reescrita de textos e de fragmentos de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas,
discursivas e argumentativas .............................................................................................................................................................. 03
5. Tipologia Textual................................................................................................................................................................................. 05
6. Figuras de linguagem .......................................................................................................................................................................... 06
7. Coesão e coerência ............................................................................................................................................................................. 04
8. Formação, classe e emprego de palavras ........................................................................................................................................... 08
9. Significação de palavras ...................................................................................................................................................................... 03
10. Coordenação e Subordinação ............................................................................................................................................................. 08
11. Concordância nominal e verbal .......................................................................................................................................................... 16
12. Emprego do sinal indicativo de crase .................................................................................................................................................. 18
13. Regência Nominal e Verbal ................................................................................................................................................................. 18
14. Novo acordo ortográfico ..................................................................................................................................................................... 01

Conhecimentos Gerais
1. Aspectos geográficos, históricos, políticos e administrativos do Mundo, Brasil, Ceará e do Município de Catarina – CE;.................. 01
2. Atualidades históricas científicas, sociais, políticas, econômicas, culturais, ambientais e administrativas do Mundo, Brasil, Ceará e do
Município de Catarina – CE. .............................................................................................................................................................. 101

Conhecimentos Específicos
NÍVEL MÉDIO
1. Relações interpessoais ........................................................................................................................................................................ 01
2. Postura e atendimento ao público ...................................................................................................................................................... 09
3. Noções de Relações Humanas no Trabalho ........................................................................................................................................ 20
4. Código de Ética do Servidor Público (Decreto 1171/94) ..................................................................................................................... 25
5. Apresentação pessoal ......................................................................................................................................................................... 27
6. Serviços públicos: conceitos, elementos de definição, princípios, classificação ................................................................................. 27
7. Atos e contratos administrativos. Lei 8666/93 e suas alterações e complementações ...................................................................... 32
8. Lei Complementar nº 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal....................................................................................................... 44

Noções de Informática
1. Conceitos básicos de operação de microcomputadores ..................................................................................................................... 01
2. Conceitos básicos de operação com arquivos em ambientes Windows ............................................................................................. 02
3. Conceitos básicos para utilização do pacote Office ............................................................................................................................. 04
4. Conceitos de Internet: conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados a
internet; ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de busca e pesquisa ....................................... 09

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PORTUGUÊS
1. Ortografia oficial ................................................................................................................................................................................. 01
2. Acentuação gráfica ............................................................................................................................................................................. 01
3. Pontuação ........................................................................................................................................................................................... 02
4. Compreensão, interpretação e reescrita de textos e de fragmentos de textos, com domínio das relações morfossintáticas, semânticas,
discursivas e argumentativas .............................................................................................................................................................. 03
5. Tipologia Textual................................................................................................................................................................................. 05
6. Figuras de linguagem .......................................................................................................................................................................... 06
7. Coesão e coerência ............................................................................................................................................................................. 04
8. Formação, classe e emprego de palavras ........................................................................................................................................... 08
9. Significação de palavras ...................................................................................................................................................................... 03
10. Coordenação e Subordinação ............................................................................................................................................................. 08
11. Concordância nominal e verbal .......................................................................................................................................................... 16
12. Emprego do sinal indicativo de crase .................................................................................................................................................. 18
13. Regência Nominal e Verbal ................................................................................................................................................................. 18
14. Novo acordo ortográfico ..................................................................................................................................................................... 01

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PORTUGUÊS

ORTOGRAFIA OFICIAL. NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

A ortografia oficial diz respeito às regras gramaticais referentes à escrita correta das palavras. Para melhor entendê-las, é preciso ana-
lisar caso a caso. Lembre-se de que a melhor maneira de memorizar a ortografia correta de uma língua é por meio da leitura, que também
faz aumentar o vocabulário do leitor.
Neste capítulo serão abordadas regras para dúvidas frequentes entre os falantes do português. No entanto, é importante ressaltar que
existem inúmeras exceções para essas regras, portanto, fique atento!

Alfabeto
O primeiro passo para compreender a ortografia oficial é conhecer o alfabeto (os sinais gráficos e seus sons). No português, o alfabeto
se constitui 26 letras, divididas entre vogais (a, e, i, o, u) e consoantes (restante das letras).
Com o Novo Acordo Ortográfico, as consoantes K, W e Y foram reintroduzidas ao alfabeto oficial da língua portuguesa, de modo que
elas são usadas apenas em duas ocorrências: transcrição de nomes próprios e abreviaturas e símbolos de uso internacional.

Uso do “X”
Algumas dicas são relevantes para saber o momento de usar o X no lugar do CH:
• Depois das sílabas iniciais “me” e “en” (ex: mexerica; enxergar)
• Depois de ditongos (ex: caixa)
• Palavras de origem indígena ou africana (ex: abacaxi; orixá)

Uso do “S” ou “Z”


Algumas regras do uso do “S” com som de “Z” podem ser observadas:
• Depois de ditongos (ex: coisa)
• Em palavras derivadas cuja palavra primitiva já se usa o “S” (ex: casa > casinha)
• Nos sufixos “ês” e “esa”, ao indicarem nacionalidade, título ou origem. (ex: portuguesa)
• Nos sufixos formadores de adjetivos “ense”, “oso” e “osa” (ex: populoso)

Uso do “S”, “SS”, “Ç”


• “S” costuma aparecer entre uma vogal e uma consoante (ex: diversão)
• “SS” costuma aparecer entre duas vogais (ex: processo)
• “Ç” costuma aparecer em palavras estrangeiras que passaram pelo processo de aportuguesamento (ex: muçarela)

Os diferentes porquês

POR QUE Usado para fazer perguntas. Pode ser substituído por “por qual motivo”
PORQUE Usado em respostas e explicações. Pode ser substituído por “pois”
O “que” é acentuado quando aparece como a última palavra da frase, antes da pontuação final (interrogação,
POR QUÊ
exclamação, ponto final)
PORQUÊ É um substantivo, portanto costuma vir acompanhado de um artigo, numeral, adjetivo ou pronome

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
Já as palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo
“rir”) X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

A acentuação é uma das principais questões relacionadas à Ortografia Oficial, que merece um capítulo a parte. Os acentos utilizados
no português são: acento agudo (´); acento grave (`); acento circunflexo (^); cedilha (¸) e til (~).
Depois da reforma do Acordo Ortográfico, a trema foi excluída, de modo que ela só é utilizada na grafia de nomes e suas derivações
(ex: Müller, mülleriano).
Esses são sinais gráficos que servem para modificar o som de alguma letra, sendo importantes para marcar a sonoridade e a intensi-
dade das sílabas, e para diferenciar palavras que possuem a escrita semelhante.
A sílaba mais intensa da palavra é denominada sílaba tônica. A palavra pode ser classificada a partir da localização da sílaba tônica,
como mostrado abaixo:
• OXÍTONA: a última sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: café)
• PAROXÍTONA: a penúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: automóvel)
• PROPAROXÍTONA: a antepenúltima sílaba da palavra é a mais intensa. (Ex: lâmpada)

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PORTUGUÊS
As demais sílabas, pronunciadas de maneira mais sutil, são denominadas sílabas átonas.

Regras fundamentais

CLASSIFICAÇÃO REGRAS EXEMPLOS


• terminadas em A, E, O, EM, seguidas ou não do
cipó(s), pé(s), armazém
OXÍTONAS plural
respeitá-la, compô-lo, comprometê-los
• seguidas de -LO, -LA, -LOS, -LAS
• terminadas em I, IS, US, UM, UNS, L, N, X, PS, Ã,
ÃS, ÃO, ÃOS
táxi, lápis, vírus, fórum, cadáver, tórax, bíceps, ímã,
• ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido
PAROXÍTONAS órfão, órgãos, água, mágoa, pônei, ideia, geleia,
ou não do plural
paranoico, heroico
(OBS: Os ditongos “EI” e “OI” perderam o acento
com o Novo Acordo Ortográfico)
PROPAROXÍTONAS • todas são acentuadas cólica, analítico, jurídico, hipérbole, último, álibi

Regras especiais

REGRA EXEMPLOS
Acentua-se quando “I” e “U” tônicos formarem hiato com a vogal anterior, acompanhados ou não de “S”,
saída, faísca, baú, país
desde que não sejam seguidos por “NH”
feiura, Bocaiuva, Sauipe
OBS: Não serão mais acentuados “I” e “U” tônicos formando hiato quando vierem depois de ditongo
Acentua-se a 3ª pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos “TER” e “VIR” e seus compostos têm, obtêm, contêm, vêm
Não são acentuados hiatos “OO” e “EE” leem, voo, enjoo
Não são acentuadas palavras homógrafas
pelo, pera, para
OBS: A forma verbal “PÔDE” é uma exceção

PONTUAÇÃO

Os sinais de pontuação são recursos gráficos que se encontram na linguagem escrita, e suas funções são demarcar unidades e sinalizar
limites de estruturas sintáticas. É também usado como um recurso estilístico, contribuindo para a coerência e a coesão dos textos.
São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos (:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as
reticências (...), as aspas (“”), os parênteses ( ( ) ), o travessão (—), a meia-risca (–), o apóstrofo (‘), o asterisco (*), o hífen (-), o colchetes
([]) e a barra (/).
Confira, no quadro a seguir, os principais sinais de pontuação e suas regras de uso.

SINAL NOME USO EXEMPLOS


Indicar final da frase declarativa Meu nome é Pedro.
. Ponto Separar períodos Fica mais. Ainda está cedo
Abreviar palavras Sra.
A princesa disse:
Iniciar fala de personagem
- Eu consigo sozinha.
Antes de aposto ou orações apositivas, enu-
Esse é o problema da pande-
merações ou sequência de palavras para
: Dois-pontos mia: as pessoas não respeitam
resumir / explicar ideias apresentadas an-
a quarentena.
teriormente
Como diz o ditado: “olho por
Antes de citação direta
olho, dente por dente”.
Indicar hesitação
Interromper uma frase Sabe... não está sendo fácil...
... Reticências
Concluir com a intenção de estender a re- Quem sabe depois...
flexão
A Semana de Arte Moderna
Isolar palavras e datas
(1922)
() Parênteses Frases intercaladas na função explicativa
Eu estava cansada (trabalhar e
(podem substituir vírgula e travessão)
estudar é puxado).

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Indicar expressão de emoção Que absurdo!
Ponto de Excla-
! Final de frase imperativa Estude para a prova!
mação
Após interjeição Ufa!
Ponto de Interro-
? Em perguntas diretas Que horas ela volta?
gação
Iniciar fala do personagem do discurso di- A professora disse:
reto e indicar mudança de interloculor no — Boas férias!
— Travessão diálogo — Obrigado, professora.
Substituir vírgula em expressões ou frases O corona vírus — Covid-19 —
explicativas ainda está sendo estudado.

Vírgula
A vírgula é um sinal de pontuação com muitas funções, usada para marcar uma pausa no enunciado. Veja, a seguir, as principais regras
de uso obrigatório da vírgula.
• Separar termos coordenados: Fui à feira e comprei abacate, mamão, manga, morango e abacaxi.
• Separar aposto (termo explicativo): Belo Horizonte, capital mineira, só tem uma linha de metrô.
• Isolar vocativo: Boa tarde, Maria.
• Isolar expressões que indicam circunstâncias adverbiais (modo, lugar, tempo etc): Todos os moradores, calmamente, deixaram o
prédio.
• Isolar termos explicativos: A educação, a meu ver, é a solução de vários problemas sociais.
• Separar conjunções intercaladas, e antes dos conectivos “mas”, “porém”, “pois”, “contudo”, “logo”: A menina acordou cedo, mas não
conseguiu chegar a tempo na escola. Não explicou, porém, o motivo para a professora.
• Separar o conteúdo pleonástico: A ela, nada mais abala.

No caso da vírgula, é importante saber que, em alguns casos, ela não deve ser usada. Assim, não há vírgula para separar:
• Sujeito de predicado.
• Objeto de verbo.
• Adjunto adnominal de nome.
• Complemento nominal de nome.
• Predicativo do objeto do objeto.
• Oração principal da subordinada substantiva.
• Termos coordenados ligados por “e”, “ou”, “nem”.

COMPREENSÃO, INTERPRETAÇÃO E REESCRITA DE TEXTOS E DE FRAGMENTOS DE TEXTOS, COM DOMÍNIO DAS RE-
LAÇÕES MORFOSSINTÁTICAS, SEMÂNTICAS, DISCURSIVAS E ARGUMENTATIVAS, SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS

Compreender e interpretar textos é essencial para que o objetivo de comunicação seja alcançado satisfatoriamente. Com isso, é impor-
tante saber diferenciar os dois conceitos. Vale lembrar que o texto pode ser verbal ou não-verbal, desde que tenha um sentido completo.
A compreensão se relaciona ao entendimento de um texto e de sua proposta comunicativa, decodificando a mensagem explícita. Só
depois de compreender o texto que é possível fazer a sua interpretação.
A interpretação são as conclusões que chegamos a partir do conteúdo do texto, isto é, ela se encontra para além daquilo que está
escrito ou mostrado. Assim, podemos dizer que a interpretação é subjetiva, contando com o conhecimento prévio e do repertório do leitor.
Dessa maneira, para compreender e interpretar bem um texto, é necessário fazer a decodificação de códigos linguísticos e/ou visuais,
isto é, identificar figuras de linguagem, reconhecer o sentido de conjunções e preposições, por exemplo, bem como identificar expressões,
gestos e cores quando se trata de imagens.

Dicas práticas
1. Faça um resumo (pode ser uma palavra, uma frase, um conceito) sobre o assunto e os argumentos apresentados em cada parágrafo,
tentando traçar a linha de raciocínio do texto. Se possível, adicione também pensamentos e inferências próprias às anotações.
2. Tenha sempre um dicionário ou uma ferramenta de busca por perto, para poder procurar o significado de palavras desconhecidas.
3. Fique atento aos detalhes oferecidos pelo texto: dados, fonte de referências e datas.
4. Sublinhe as informações importantes, separando fatos de opiniões.
5. Perceba o enunciado das questões. De um modo geral, questões que esperam compreensão do texto aparecem com as seguintes
expressões: o autor afirma/sugere que...; segundo o texto...; de acordo com o autor... Já as questões que esperam interpretação do texto
aparecem com as seguintes expressões: conclui-se do texto que...; o texto permite deduzir que...; qual é a intenção do autor quando afirma
que...

Significação de palavras
Este é um estudo da semântica, que pretende classificar os sentidos das palavras, as suas relações de sentido entre si. Conheça as
principais relações e suas características:

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PORTUGUÊS
Sinonímia e antonímia
As palavras sinônimas são aquelas que apresentam significado semelhante, estabelecendo relação de proximidade. Ex: inteligente
<—> esperto
Já as palavras antônimas são aquelas que apresentam significados opostos, estabelecendo uma relação de contrariedade. Ex: forte
<—> fraco

Parônimos e homônimos
As palavras parônimas são aquelas que possuem grafia e pronúncia semelhantes, porém com significados distintos.
Ex: cumprimento (saudação) X comprimento (extensão); tráfego (trânsito) X tráfico (comércio ilegal).
As palavras homônimas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia, porém têm significados diferentes. Ex: rio (verbo “rir”)
X rio (curso d’água); manga (blusa) X manga (fruta).
As palavras homófonas são aquelas que possuem a mesma pronúncia, mas com escrita e significado diferentes. Ex: cem (numeral) X
sem (falta); conserto (arrumar) X concerto (musical).
As palavras homógrafas são aquelas que possuem escrita igual, porém som e significado diferentes. Ex: colher (talher) X colher (ver-
bo); acerto (substantivo) X acerto (verbo).

Polissemia e monossemia
As palavras polissêmicas são aquelas que podem apresentar mais de um significado, a depender do contexto em que ocorre a frase.
Ex: cabeça (parte do corpo humano; líder de um grupo).
Já as palavras monossêmicas são aquelas apresentam apenas um significado. Ex: eneágono (polígono de nove ângulos).

Denotação e conotação
Palavras com sentido denotativo são aquelas que apresentam um sentido objetivo e literal. Ex: Está fazendo frio. / Pé da mulher.
Palavras com sentido conotativo são aquelas que apresentam um sentido simbólico, figurado. Ex: Você me olha com frieza. / Pé da
cadeira.

Hiperonímia e hiponímia
Esta classificação diz respeito às relações hierárquicas de significado entre as palavras.
Desse modo, um hiperônimo é a palavra superior, isto é, que tem um sentido mais abrangente. Ex: Fruta é hiperônimo de limão.
Já o hipônimo é a palavra que tem o sentido mais restrito, portanto, inferior, de modo que o hiperônimo engloba o hipônimo. Ex:
Limão é hipônimo de fruta.

Formas variantes
São as palavras que permitem mais de uma grafia correta, sem que ocorra mudança no significado. Ex: loiro – louro / enfarte – infarto
/ gatinhar – engatinhar.

Arcaísmo
São palavras antigas, que perderam o uso frequente ao longo do tempo, sendo substituídas por outras mais modernas, mas que ainda
podem ser utilizadas. No entanto, ainda podem ser bastante encontradas em livros antigos, principalmente. Ex: botica <—> farmácia /
franquia <—> sinceridade.

COESÃO E COERÊNCIA

A coerência e a coesão são essenciais na escrita e na interpretação de textos. Ambos se referem à relação adequada entre os compo-
nentes do texto, de modo que são independentes entre si. Isso quer dizer que um texto pode estar coeso, porém incoerente, e vice-versa.
Enquanto a coesão tem foco nas questões gramaticais, ou seja, ligação entre palavras, frases e parágrafos, a coerência diz respeito ao
conteúdo, isto é, uma sequência lógica entre as ideias.

Coesão
A coesão textual ocorre, normalmente, por meio do uso de conectivos (preposições, conjunções, advérbios). Ela pode ser obtida a
partir da anáfora (retoma um componente) e da catáfora (antecipa um componente).
Confira, então, as principais regras que garantem a coesão textual:

REGRA CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Pessoal (uso de pronomes pessoais ou possessivos) –
João e Maria são crianças. Eles são irmãos.
anafórica
Fiz todas as tarefas, exceto esta: colonização
REFERÊNCIA Demonstrativa (uso de pronomes demonstrativos e
africana.
advérbios) – catafórica
Mais um ano igual aos outros...
Comparativa (uso de comparações por semelhanças)

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PORTUGUÊS
Substituição de um termo por outro, para evitar Maria está triste. A menina está cansada de ficar
SUBSTITUIÇÃO
repetição em casa.
No quarto, apenas quatro ou cinco convidados.
ELIPSE Omissão de um termo
(omissão do verbo “haver”)
Conexão entre duas orações, estabelecendo relação Eu queria ir ao cinema, mas estamos de
CONJUNÇÃO
entre elas quarentena.
Utilização de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos
A minha casa é clara. Os quartos, a sala e a
COESÃO LEXICAL ou palavras que possuem sentido aproximado e
cozinha têm janelas grandes.
pertencente a um mesmo grupo lexical.

Coerência
Nesse caso, é importante conferir se a mensagem e a conexão de ideias fazem sentido, e seguem uma linha clara de raciocínio.
Existem alguns conceitos básicos que ajudam a garantir a coerência. Veja quais são os principais princípios para um texto coerente:
• Princípio da não contradição: não deve haver ideias contraditórias em diferentes partes do texto.
• Princípio da não tautologia: a ideia não deve estar redundante, ainda que seja expressa com palavras diferentes.
• Princípio da relevância: as ideias devem se relacionar entre si, não sendo fragmentadas nem sem propósito para a argumentação.
• Princípio da continuidade temática: é preciso que o assunto tenha um seguimento em relação ao assunto tratado.
• Princípio da progressão semântica: inserir informações novas, que sejam ordenadas de maneira adequada em relação à progressão
de ideias.

Para atender a todos os princípios, alguns fatores são recomendáveis para garantir a coerência textual, como amplo conhecimento
de mundo, isto é, a bagagem de informações que adquirimos ao longo da vida; inferências acerca do conhecimento de mundo do leitor; e
informatividade, ou seja, conhecimentos ricos, interessantes e pouco previsíveis.

TIPOLOGIA TEXTUAL

Descrever, narrar, dissertar


Tudo o que se escreve é redação. Elaboramos bilhetes, cartas, telegramas, respostas de questões discursivas, contos, crônicas, roman-
ces, empregando as modalidades redacionais ou tipos de composição: descrição, narração ou dissertação. Geralmente as modalidades
redacionais aparecem combinadas entre si. Seja qual for o tipo de composição, a criação de um texto envolve conteúdo (nível de ideias,
mensagem, assunto), estrutura (organização das ideias, distribuição adequada em introdução, desenvolvimento e conclusão), lingua- gem
(expressividade, seleção de vocabulário) e gramática (norma da língua).

Narra-se o que tem história, o que é factual, o que acontece no tempo; afinal, o narrador só conta o que viu acontecer, o que lhe
contaram como tendo acontecido ou aquilo que ele próprio criou para acontecer.

Descreve-se o que tem sensorialidade e, principalmente, perceptibilidade; afinal, o descrevedor é um discriminador de sensações.
Assim, descreve-se o que se vê ou imagina-se ver, o que se ouve ou imagina-se ouvir, o que se pega ou imagina-se pegar, o que se prova
gustativamente ou imagina-se provar, o que se cheira ou imagina-se cheirar. Em outras palavras, descreve-se o que tem linhas, forma, vo-
lume, cor, tamanho, espessura, consistência, cheiro, gosto etc. Sentimentos e sensações também podem ser caracterizados pela descrição
(exemplos: paixão abrasadora, raiva surda).

Disserta-se sobre o que pode ser discutido; o dissertador trabalha com ideias, para montar juízos e raciocínios.

Descrição
A descrição procura apresentar, com palavras, a imagem de seres animados ou inanimados — em seus traços mais peculiares e mar-
cantes —, captados através dos cinco sentidos. A caracterização desses entes obedece a uma delimitação espacial.

O quarto respirava todo um ar triste de desmazelo e boemia. Fazia má impressão estar ali: o vômito de Amâncio secava-se no chão,
azedando o ambiente; a louça, que servia ao último jantar, ainda coberta pela gordura coalhada, aparecia dentro de uma lata abominável,
cheia de contusões e roída de ferrugem. Uma banquinha, encostada à parede, dizia com seu frio aspecto desarranjado que alguém estivera
aí a trabalhar durante a noite, até que se extinguira a vela, cujas últimas gotas de estearina se derramavam melancolicamente pelas bor-
das de um frasco vazio de xarope Larose, que lhe fizera as vezes de castiçal.
(Aluísio Azevedo)

Narração
A narração constitui uma sequência temporal de ações desencadeadas por personagens envoltas numa trama que culmina num clí-
max e que, geralmente, esclarecesse no desfecho.
Ouvimos passos no corredor; era D. Fortunata. Capitu compôsse depressa, tão depressa que, quando a mãe apontou à porta, ela aba-
nava a cabeça e ria. Nenhum laivo amarelo, nenhuma contração de acanhamento, um riso espontâneo e claro, que ela explicou por estas
palavras alegres:

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PORTUGUÊS
Numa aparente contradição à famosa lei da oferta e da procu-
— Mamãe, olhe como este senhor cabeleireiro me penteou; pe- ra, o livro no Brasil é caro porque o brasileiro não lê. Vencer esse
diu-me para acabar o penteado, e fez isto. Veja que tranças! suposto paradoxo, alfabetizando a população e incentivando-a a ler
— Que tem? acudiu a mãe, transbordando de benevolência. cada vez mais, poderia resultar num salutar processo de queda do
Está muito bem, ninguém dirá que é de pessoa que não sabe pen- preço do livro e valorização da vida.
tear. Um país se faz com homens e livros. Mas é preciso que os ho-
— O quê, mamãe? Isto? redarguiu Capitu, desfazendo as tran- mens valham mais, muito mais, do que os livros.
ças. Ora, mamãe! (Folha de S. Paulo)
E com um enfadamento gracioso e voluntário que às vezes ti-
nha, pegou do pente e alisou os cabelos para renovar o penteado. D. Na narração, encontramos traços descritivos que caracterizam
Fortunata chamou-lhe tonta, e disse-lhe que não fizesse caso, não cenários, personagens ou outros elementos da história.
era nada, maluquices da filha. Olhava com ternura para mim e para A descrição pode iniciar-se com um pequeno parágrafo narrati-
ela. Depois, parece-me que desconfiou. Vendo-me calado, enfiado, vo para precisar a localização espacial.
cosido à parede, achou talvez que houvera entre nós algo mais que A dissertação pode apresentar tese ou breves trechos argu-
penteado, e sorriu por dissimulação... mentativos de natureza descritiva ou narrativa, desde que sejam
(Machado de Assis) exemplificativos para o assunto abordado.
O narrador conta fatos que ocorrem no tempo, recordando, Resumindo:
imaginando ou vendo... O descrevedor caracteriza entes localizados A descrição caracteriza seres num determinado espaço → fo-
no espaço. Para isso, basta sentir, perceber e, principalmente, ver. O tografia.
dissertador expõe juízos estruturados racionalmente. A narração sequencia ações num determinado tempo → his-
A trama narrativa apreende a ocorrência na sua dinâmica tória.
temporal. O processo descritivo suspende o tempo e capta o ente A dissertação expõe, questiona e avalia juízos → discussão.
na sua espacialidade atemporal. A estrutura dissertativa articula
ideias, relaciona juízos, monta raciocínios e engendra teses.
O texto narrativo é caracterizado pelos verbos nocionais
(ações, fenômenos e movimentos); o descritivo, pelos verbos rela- FIGURAS DE LINGUAGEM
cionais (estados, qualidades e condições) ou pela ausência de ver-
bos; o dissertativo, indiferentemente, pelos verbos nocionais e/ou As figuras de linguagem são recursos especiais usados por
relacionais. quem fala ou escreve, para dar à expressão mais força, intensidade
e beleza.
Dissertação São três tipos:
A dissertação consiste na exposição lógica de ideias discutidas Figuras de Palavras (tropos);
com criticidade por meio de argumentos bem fundamentados. Figuras de Construção (de sintaxe);
Figuras de Pensamento.
Homens e livros
Figuras de Palavra
Monteiro Lobato dizia que um país se faz com homens e livros. É a substituição de uma palavra por outra, isto é, no emprego
O Brasil tem homens e livros. O problema é o preço. A vida humana figurado, simbólico, seja por uma relação muito próxima (contigui-
está valendo muito pouco, já as cifras cobradas por livros exorbi- dade), seja por uma associação, uma comparação, uma similarida-
tam. de. São as seguintes as figuras de palavras:
A notícia de que uma mãe vendeu o seu filho à enfermeira por
R$ 200,00, em duas prestações, mostra como anda baixa a cotação Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma expressão
da vida humana neste país. Se esse é o valor que uma mãe atribui em lugar de outra, sem que haja uma relação real, mas em virtude
a seu próprio filho, o que dizer quando não existem vínculos de pa- da circunstância de que o nosso espírito as associa e depreende
rentesco. De uma fútil briga de trânsito aos interesses da indústria entre elas certas semelhanças. Observe o exemplo:
do tráfico, no Brasil, hoje, mata-se por nada.
A falta de instrução, impedindo a maioria dos brasileiros de co- “Meu pensamento é um rio subterrâneo.” (Fernando Pessoa)
nhecer o conceito de cidadania, está entre as causas das brutais
taxas de violência registradas no país. Nesse caso, a metáfora é possível na medida em que o poeta
Os livros são, como é óbvio, a principal fonte de instrução já estabelece relações de semelhança entre um rio subterrâneo e seu
inventada pelo homem. E, para aprender com os livros, são neces- pensamento.
sárias apenas duas condições: saber lê-los e poder adquiri-los. Pelo
menos 23% dos brasileiros já encontram um obstáculo intransponí- Comparação: é a comparação entre dois elementos comuns;
vel na primeira condição. Um número incalculável, mas certamente semelhantes. Normalmente se emprega uma conjunção comparati-
bastante alto, esbarra na segunda. va: como, tal qual, assim como.
Aqui, um exemplar de uma obra de cerca de cem páginas sai
por cerca de R$ 15,00, ou seja, 15% do salário mínimo. Nos EUA, “Sejamos simples e calmos
uma obra com quase mil páginas custa US$ 7,95, menos da metade Como os regatos e as árvores”
da brasileira e com 900 páginas a mais. Fernando Pessoa
O principal fator para explicar o alto preço das edições nacio-
nais são as pequenas tiragens. Num país onde pouco se lê, de nada Metonímia: consiste em empregar um termo no lugar de ou-
adianta fazer grandes tiragens. Perde-se, assim, a possibilidade de tro, havendo entre ambos estreita afinidade ou relação de sentido.
reduzir o custo do produto por meio dos ganhos de produção de Observe os exemplos abaixo:
escala.

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PORTUGUÊS
Pleonasmo: consiste no emprego de palavras redundantespara
-autor ou criador pela obra. Exemplo: Gosto de ler Machado reforçar uma ideia. Exemplo: Ele vive uma vida feliz.
de Assis. (Gosto de ler a obra literária de Machado de Assis.) Deve-se evitar os pleonasmos viciosos, que não têm valor de
-efeito pela causa e vice-versa. Exemplo: Vivo do meu trabalho. reforço, sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das pa-
(o trabalho é causa e está no lugar do efeito ou resultado). lavras, como por exemplo, as construções “subir para cima”, “entrar
- continente pelo conteúdo. Exemplo: Ela comeu uma caixa de para dentro”, etc.
bombons. (a palavra caixa, que designa o continente ou aquilo que
contém, está sendo usada no lugar da palavra bombons). Polissíndeto: repetição enfática do conectivo, geralmente o “e”.
-abstrato pelo concreto e vice-versa. Exemplos: A gravidez deve Exemplo: Felizes, eles riam, e cantavam, e pulavam, e dançavam.
ser tranquila. (o abstrato gravidez está no lugar do concreto, ou
seja, mulheres grávidas). Inversão ou Hipérbato: alterar a ordem normal dos termos ou
- instrumento pela pessoa que o utiliza. Exemplo: Os micro- orações com o fim de lhes dar destaque:
fones foram atrás dos jogadores. (Os repórteres foram atrás dos “Justo ela diz que é, mas eu não acho não.” (Carlos Drummond
jogadores.) de Andrade)
- lugar pelo produto. Exemplo: Fumei um saboroso havana. “Por que brigavam no meu interior esses entes de sonho não
(Fumei um saboroso charuto.). sei.” (Graciliano Ramos)
- símbolo ou sinal pela coisa significada. Exemplo: Não te afas- Observação: o termo deseja realçar é colocado, em geral, no
tes da cruz. (Não te afastes da religião.). início da frase.
- a parte pelo todo. Exemplo: Não há teto para os desabrigados.
(a parte teto está no lugar do todo, “o lar”). Anacoluto: quebra da estrutura sintática da oração. O tipo mais
- indivíduo pela classe ou espécie. Exemplo: O homem foi à Lua. comum é aquele em que um termo parece que vai ser o sujeito da
(Alguns astronautas foram à Lua.). oração, mas a construção se modifica e ele acaba sem função sintá-
- singular pelo plural. Exemplo: A mulher foi chamada para ir às tica. Essa figura é usada geralmente para pôr em relevo a ideia que
ruas. (Todas as mulheres foram chamadas, não apenas uma) consideramos mais importante, destacando-a do resto. Exemplo:
- gênero ou a qualidade pela espécie. Exemplo: Os mortais so- O Alexandre, as coisas não lhe estão indo muito bem.
frem nesse mundo. (Os homens sofrem nesse mundo.) A velha hipocrisia, recordo-me dela com vergonha. (Camilo
- matéria pelo objeto. Exemplo: Ela não tem um níquel. (a ma- Castelo Branco)
téria níquel é usada no lugar da coisa fabricada, que é “moeda”).
Silepse: concordância de gênero, número ou pessoa é feita
Atenção: Os últimos 5 exemplos podem receber também o com ideias ou termos subentendidos na frase e não claramente ex-
nome de Sinédoque. pressos. A silepse pode ser:
- de gênero. Exemplo: Vossa Majestade parece desanimado. (o
Perífrase: substituição de um nome por uma expressão para adjetivo desanimado concorda não com o pronome de tratamento
facilitar a identificação. Exemplo: A Cidade Maravilhosa (= Rio de Vossa Majestade, de forma feminina, mas com a pessoa a quem
Janeiro) continua atraindo visitantes do mundo todo. esse pronome se refere – pessoa do sexo masculino).
- de número. Exemplo: O pessoal ficou apavorado e saíram cor-
Obs.: quando a perífrase indica uma pessoa, recebe o nome de rendo. (o verbo sair concordou com a ideia de plural que a palavra
antonomásia. pessoal sugere).
Exemplos: - de pessoa. Exemplo: Os brasileiros amamos futebol. (o sujeito
O Divino Mestre (= Jesus Cristo) passou a vida praticando o os brasileiros levaria o verbo na 3ª pessoa do plural, mas a concor-
bem. dância foi feita com a 1ª pessoa do plural, indicando que a pessoa
O Poeta da Vila (= Noel Rosa) compôs lindas canções. que fala está incluída em os brasileiros).
Sinestesia: Consiste em mesclar, numa mesma expressão, as Onomatopeia: Ocorre quando se tentam reproduzir na forma
sensações percebidas por diferentes órgãos do sentido. Exemplo: de palavras os sons da realidade.
No silêncio negro do seu quarto, aguardava os acontecimentos. (si- Exemplos: Os sinos faziam blem, blem, blem, blem.
lêncio = auditivo; negro = visual) Miau, miau. (Som emitido pelo gato)
Catacrese: A catacrese costuma ocorrer quando, por falta de Tic-tac, tic-tac fazia o relógio da sala de jantar.
um termo específico para designar um conceito, toma-se outro
“emprestado”. Passamos a empregar algumas palavras fora de seu As onomatopeias, como no exemplo abaixo, podem resultar da
sentido original. Exemplos: “asa da xícara”, “maçã do rosto”, “braço Aliteração (repetição de fonemas nas palavras de uma frase ou de
da cadeira” . um verso).
Figuras de Construção “Vozes veladas, veludosas vozes,
Ocorrem quando desejamos atribuir maior expressividade ao volúpias dos violões, vozes veladas,
significado. Assim, a lógica da frase é substituída pela maior expres- vagam nos velhos vórtices velozes
sividade que se dá ao sentido. São as mais importantes figuras de dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.”
construção: (Cruz e Sousa)
Elipse: consiste na omissão de um termo da frase, o qual, no Repetição: repetir palavras ou orações para enfatizar a afirma-
entanto, pode ser facilmente identificado. Exemplo: No fim da co- ção ou sugerir insistência, progressão:
memoração, sobre as mesas, copos e garrafas vazias. (Omissão do “E o ronco das águas crescia, crescia, vinha pra dentro da ca-
verbo haver: No fim da festa comemoração, sobre as mesas, copos sona.” (Bernardo Élis)
e garrafas vazias).

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PORTUGUÊS
Personificação ou Prosopopéia ou Animismo: atribuição de
“O mar foi ficando escuro, escuro, até que a última lâmpada se ações, sentimentos ou qualidades humanas a objetos, seres irracio-
apagou.” (Inácio de Loyola Brandão) nais ou outras coisas inanimadas. Exemplo: O vento suspirou essa
manhã. (Nesta frase sabemos que o vento é algo inanimado que
Zeugma: omissão de um ou mais termos anteriormente enun- não suspira, sendo esta uma “qualidade humana”.)
ciados. Exemplo: Ele gosta de geografia; eu, de português. (na se-
gunda oração, faltou o verbo “gostar” = Ele gosta de geografia; eu Reticência: suspender o pensamento, deixando-o meio velado.
gosto de português.). Exemplo:
“De todas, porém, a que me cativou logo foi uma... uma... não
Assíndeto: quando certas orações ou palavras, que poderiam sei se digo.” (Machado de Assis)
se ligar por um conectivo, vêm apenas justapostas. Exemplo: Vim,
vi, venci. Retificação: consiste em retificar uma afirmação anterior.
Exemplos: O médico, aliás, uma médica muito gentil não sabia qual
Anáfora: repetição de uma palavra ou de um segmento do seria o procedimento.
texto com o objetivo de enfatizar uma ideia. É uma figura de cons-
trução muito usada em poesia. Exemplo: Este amor que tudo nos
toma, este amor que tudo nos dá, este amor que Deus nos inspira,
e que um dia nos há de salvar FORMAÇÃO, CLASSE E EMPREGO DE PALAVRAS;
COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
Paranomásia: palavras com sons semelhantes, mas de signi-
ficados diferentes, vulgarmente chamada de trocadilho. Exemplo: A formação de palavras se dá a partir de processos morfológi-
Comemos fora todos os dias! A gente até dispensa a despensa. cos, de modo que as palavras se dividem entre:
• Palavras primitivas: são aquelas que não provêm de outra
Neologismo: criação de novas palavras. Exemplo: Estou a fim palavra. Ex: flor; pedra
do João. (estou interessado). Vou fazer um bico. (trabalho tempo- • Palavras derivadas: são originadas a partir de outras pala-
rário). vras. Ex: floricultura; pedrada
• Palavra simples: são aquelas que possuem apenas um radi-
Figuras de Pensamento cal (morfema que contém significado básico da palavra). Ex: cabelo;
Utilizadas para produzir maior expressividade à comunicação, azeite
as figuras de pensamento trabalham com a combinação de ideias, • Palavra composta: são aquelas que possuem dois ou mais
pensamentos. radicais. Ex: guarda-roupa; couve-flor

Antítese: Corresponde à aproximação de palavras contrárias, Entenda como ocorrem os principais processos de formação de
que têm sentidos opostos. Exemplo: O ódio e o amor andam de palavras:
mãos dadas.
Derivação
Apóstrofe: interrupção do texto para se chamar a atenção de A formação se dá por derivação quando ocorre a partir de uma
alguém ou de coisas personificadas. Sintaticamente, a apóstrofe palavra simples ou de um único radical, juntando-se afixos.
corresponde ao vocativo. Exemplo: Tende piedade, Senhor, de to- • Derivação prefixal: adiciona-se um afixo anteriormente à pa-
das as mulheres. lavra ou radical. Ex: antebraço (ante + braço) / infeliz (in + feliz)
• Derivação sufixal: adiciona-se um afixo ao final da palavra ou
Eufemismo: Atenua o sentido das palavras, suavizando as ex- radical. Ex: friorento (frio + ento) / guloso (gula + oso)
pressões do discurso Exemplo: Ele foi para o céu. (Neste caso, a ex- • Derivação parassintética: adiciona-se um afixo antes e outro
pressão “para a céu”, ameniza o discurso real: ele morreu.) depois da palavra ou radical. Ex: esfriar (es + frio + ar) / desgoverna-
do (des + governar + ado)
Gradação: os termos da frase são fruto de hierarquia (ordem • Derivação regressiva (formação deverbal): reduz-se a pala-
crescente ou decrescente). Exemplo: As pessoas chegaram à festa, vra primitiva. Ex: boteco (botequim) / ataque (verbo “atacar”)
sentaram, comeram e dançaram. • Derivação imprópria (conversão): ocorre mudança na classe
gramatical, logo, de sentido, da palavra primitiva. Ex: jantar (verbo
Hipérbole: baseada no exagero intencional do locutor, isto é, para substantivo) / Oliveira (substantivo comum para substantivo
expressa uma ideia de forma exagerada. próprio – sobrenomes).
Exemplo: Liguei para ele milhões de vezes essa tarde. (Ligou
várias vezes, mas não literalmente 1 milhão de vezes ou mais). Composição
A formação por composição ocorre quando uma nova palavra
Ironia: é o emprego de palavras que, na frase, têm o sentido se origina da junção de duas ou mais palavras simples ou radicais.
oposto ao que querem dizer. É usada geralmente com sentido sar- • Aglutinação: fusão de duas ou mais palavras simples, de
cástico. Exemplo: Quem foi o inteligente que usou o computador e modo que ocorre supressão de fonemas, de modo que os elemen-
apagou o que estava gravado? tos formadores perdem sua identidade ortográfica e fonológica. Ex:
aguardente (água + ardente) / planalto (plano + alto)
Paradoxo: Diferente da antítese, que opõem palavras, o pa- • Justaposição: fusão de duas ou mais palavras simples, man-
radoxo corresponde ao uso de ideias contrárias, aparentemente tendo a ortografia e a acentuação presente nos elementos forma-
absurdas. Exemplo: Esse amor me mata e dá vida. (Neste caso, o dores. Em sua maioria, aparecem conectadas com hífen. Ex: beija-
mesmo amor traz alegrias (vida) e tristeza (mata) para a pessoa.) -flor / passatempo.

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PORTUGUÊS
Abreviação
Quando a palavra é reduzida para apenas uma parte de sua totalidade, passando a existir como uma palavra autônoma. Ex: foto (fo-
tografia) / PUC (Pontifícia Universidade Católica).

Hibridismo
Quando há junção de palavras simples ou radicais advindos de línguas distintas. Ex: sociologia (socio – latim + logia – grego) / binóculo
(bi – grego + oculus – latim).

Combinação
Quando ocorre junção de partes de outras palavras simples ou radicais. Ex: portunhol (português + espanhol) / aborrecente (aborrecer
+ adolescente).

Intensificação
Quando há a criação de uma nova palavra a partir do alargamento do sufixo de uma palavra existente. Normalmente é feita adicionan-
do o sufixo -izar. Ex: inicializar (em vez de iniciar) / protocolizar (em vez de protocolar).

Neologismo
Quando novas palavras surgem devido à necessidade do falante em contextos específicos, podendo ser temporárias ou permanentes.
Existem três tipos principais de neologismos:
• Neologismo semântico: atribui-se novo significado a uma palavra já existente. Ex: amarelar (desistir) / mico (vergonha)
• Neologismo sintático: ocorre a combinação de elementos já existentes no léxico da língua. Ex: dar um bolo (não comparecer ao
compromisso) / dar a volta por cima (superar).
• Neologismo lexical: criação de uma nova palavra, que tem um novo conceito. Ex: deletar (apagar) / escanear (digitalizar)

Onomatopeia
Quando uma palavra é formada a partir da reprodução aproximada do seu som. Ex: atchim; zum-zum; tique-taque.

CLASSES DE PALAVRAS
Para entender sobre a estrutura das funções sintáticas, é preciso conhecer as classes de palavras, também conhecidas por classes
morfológicas. A gramática tradicional pressupõe 10 classes gramaticais de palavras, sendo elas: adjetivo, advérbio, artigo, conjunção, in-
terjeição, numeral, pronome, preposição, substantivo e verbo.
Veja, a seguir, as características principais de cada uma delas.

CLASSE CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS


Menina inteligente...
Expressar características, qualidades ou estado dos seres Roupa azul-marinho...
ADJETIVO
Sofre variação em número, gênero e grau Brincadeira de criança...
Povo brasileiro...
A ajuda chegou tarde.
Indica circunstância em que ocorre o fato verbal
ADVÉRBIO A mulher trabalha muito.
Não sofre variação
Ele dirigia mal.
Determina os substantivos (de modo definido ou indefinido) A galinha botou um ovo.
ARTIGO
Varia em gênero e número Uma menina deixou a mochila no ônibus.
Liga ideias e sentenças (conhecida também como conectivos) Não gosto de refrigerante nem de pizza.
CONJUNÇÃO
Não sofre variação Eu vou para a praia ou para a cachoeira?
Exprime reações emotivas e sentimentos Ah! Que calor...
INTERJEIÇÃO
Não sofre variação Escapei por pouco, ufa!
Atribui quantidade e indica posição em alguma sequência Gostei muito do primeiro dia de aula.
NUMERAL
Varia em gênero e número Três é a metade de seis.
Posso ajudar, senhora?
Acompanha, substitui ou faz referência ao substantivo Ela me ajudou muito com o meu trabalho.
PRONOME
Varia em gênero e número Esta é a casa onde eu moro.
Que dia é hoje?
Relaciona dois termos de uma mesma oração Espero por você essa noite.
PREPOSIÇÃO
Não sofre variação Lucas gosta de tocar violão.
Nomeia objetos, pessoas, animais, alimentos, lugares etc. A menina jogou sua boneca no rio.
SUBSTANTIVO
Flexionam em gênero, número e grau. A matilha tinha muita coragem.

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PORTUGUÊS
Ana se exercita pela manhã.
Indica ação, estado ou fenômenos da natureza
Todos parecem meio bobos.
Sofre variação de acordo com suas flexões de modo, tempo,
VERBO Chove muito em Manaus.
número, pessoa e voz.
A cidade é muito bonita quando vista do
Verbos não significativos são chamados verbos de ligação
alto.

Substantivo

Tipos de substantivos
Os substantivos podem ter diferentes classificações, de acordo com os conceitos apresentados abaixo:
• Comum: usado para nomear seres e objetos generalizados. Ex: mulher; gato; cidade...
• Próprio: geralmente escrito com letra maiúscula, serve para especificar e particularizar. Ex: Maria; Garfield; Belo Horizonte...
• Coletivo: é um nome no singular que expressa ideia de plural, para designar grupos e conjuntos de seres ou objetos de uma mesma
espécie. Ex: matilha; enxame; cardume...
• Concreto: nomeia algo que existe de modo independente de outro ser (objetos, pessoas, animais, lugares etc.). Ex: menina; cachor-
ro; praça...
• Abstrato: depende de um ser concreto para existir, designando sentimentos, estados, qualidades, ações etc. Ex: saudade; sede;
imaginação...
• Primitivo: substantivo que dá origem a outras palavras. Ex: livro; água; noite...
• Derivado: formado a partir de outra(s) palavra(s). Ex: pedreiro; livraria; noturno...
• Simples: nomes formados por apenas uma palavra (um radical). Ex: casa; pessoa; cheiro...
• Composto: nomes formados por mais de uma palavra (mais de um radical). Ex: passatempo; guarda-roupa; girassol...

Flexão de gênero
Na língua portuguesa, todo substantivo é flexionado em um dos dois gêneros possíveis: feminino e masculino.
O substantivo biforme é aquele que flexiona entre masculino e feminino, mudando a desinência de gênero, isto é, geralmente o final
da palavra sendo -o ou -a, respectivamente (Ex: menino / menina). Há, ainda, os que se diferenciam por meio da pronúncia / acentuação
(Ex: avô / avó), e aqueles em que há ausência ou presença de desinência (Ex: irmão / irmã; cantor / cantora).
O substantivo uniforme é aquele que possui apenas uma forma, independente do gênero, podendo ser diferenciados quanto ao gêne-
ro a partir da flexão de gênero no artigo ou adjetivo que o acompanha (Ex: a cadeira / o poste). Pode ser classificado em epiceno (refere-se
aos animais), sobrecomum (refere-se a pessoas) e comum de dois gêneros (identificado por meio do artigo).
É preciso ficar atento à mudança semântica que ocorre com alguns substantivos quando usados no masculino ou no feminino, trazen-
do alguma especificidade em relação a ele. No exemplo o fruto X a fruta temos significados diferentes: o primeiro diz respeito ao órgão
que protege a semente dos alimentos, enquanto o segundo é o termo popular para um tipo específico de fruto.

Flexão de número
No português, é possível que o substantivo esteja no singular, usado para designar apenas uma única coisa, pessoa, lugar (Ex: bola;
escada; casa) ou no plural, usado para designar maiores quantidades (Ex: bolas; escadas; casas) — sendo este último representado, geral-
mente, com o acréscimo da letra S ao final da palavra.
Há, também, casos em que o substantivo não se altera, de modo que o plural ou singular devem estar marcados a partir do contexto,
pelo uso do artigo adequado (Ex: o lápis / os lápis).

Variação de grau
Usada para marcar diferença na grandeza de um determinado substantivo, a variação de grau pode ser classificada em aumentativo
e diminutivo.
Quando acompanhados de um substantivo que indica grandeza ou pequenez, é considerado analítico (Ex: menino grande / menino
pequeno).
Quando acrescentados sufixos indicadores de aumento ou diminuição, é considerado sintético (Ex: meninão / menininho).

Novo Acordo Ortográfico


De acordo com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, as letras maiúsculas devem ser usadas em nomes próprios de
pessoas, lugares (cidades, estados, países, rios), animais, acidentes geográficos, instituições, entidades, nomes astronômicos, de festas e
festividades, em títulos de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.
Já as letras minúsculas podem ser usadas em dias de semana, meses, estações do ano e em pontos cardeais.
Existem, ainda, casos em que o uso de maiúscula ou minúscula é facultativo, como em título de livros, nomes de áreas do saber,
disciplinas e matérias, palavras ligadas a alguma religião e em palavras de categorização.

Adjetivo
Os adjetivos podem ser simples (vermelho) ou compostos (mal-educado); primitivos (alegre) ou derivados (tristonho). Eles podem
flexionar entre o feminino (estudiosa) e o masculino (engraçado), e o singular (bonito) e o plural (bonitos).
Há, também, os adjetivos pátrios ou gentílicos, sendo aqueles que indicam o local de origem de uma pessoa, ou seja, sua nacionali-
dade (brasileiro; mineiro).
É possível, ainda, que existam locuções adjetivas, isto é, conjunto de duas ou mais palavras usadas para caracterizar o substantivo. São
formadas, em sua maioria, pela preposição DE + substantivo:

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PORTUGUÊS
• de criança = infantil
• de mãe = maternal
• de cabelo = capilar

Variação de grau
Os adjetivos podem se encontrar em grau normal (sem ênfases), ou com intensidade, classificando-se entre comparativo e superlativo.
• Normal: A Bruna é inteligente.
• Comparativo de superioridade: A Bruna é mais inteligente que o Lucas.
• Comparativo de inferioridade: O Gustavo é menos inteligente que a Bruna.
• Comparativo de igualdade: A Bruna é tão inteligente quanto a Maria.
• Superlativo relativo de superioridade: A Bruna é a mais inteligente da turma.
• Superlativo relativo de inferioridade: O Gustavo é o menos inteligente da turma.
• Superlativo absoluto analítico: A Bruna é muito inteligente.
• Superlativo absoluto sintético: A Bruna é inteligentíssima.

Adjetivos de relação
São chamados adjetivos de relação aqueles que não podem sofrer variação de grau, uma vez que possui valor semântico objetivo, isto
é, não depende de uma impressão pessoal (subjetiva). Além disso, eles aparecem após o substantivo, sendo formados por sufixação de um
substantivo (Ex: vinho do Chile = vinho chileno).
Advérbio
Os advérbios são palavras que modificam um verbo, um adjetivo ou um outro advérbio. Eles se classificam de acordo com a tabela
abaixo:

CLASSIFICAÇÃO ADVÉRBIOS LOCUÇÕES ADVERBIAIS


DE MODO bem; mal; assim; melhor; depressa ao contrário; em detalhes
ontem; sempre; afinal; já; agora; doravante; primei- logo mais; em breve; mais tarde, nunca mais, de
DE TEMPO
ramente noite
DE LUGAR aqui; acima; embaixo; longe; fora; embaixo; ali Ao redor de; em frente a; à esquerda; por perto
DE INTENSIDADE muito; tão; demasiado; imenso; tanto; nada em excesso; de todos; muito menos
DE AFIRMAÇÃO sim, indubitavelmente; certo; decerto; deveras com certeza; de fato; sem dúvidas
DE NEGAÇÃO não; nunca; jamais; tampouco; nem nunca mais; de modo algum; de jeito nenhum
DE DÚVIDA Possivelmente; acaso; será; talvez; quiçá Quem sabe

Advérbios interrogativos
São os advérbios ou locuções adverbiais utilizadas para introduzir perguntas, podendo expressar circunstâncias de:
• Lugar: onde, aonde, de onde
• Tempo: quando
• Modo: como
• Causa: por que, por quê

Grau do advérbio
Os advérbios podem ser comparativos ou superlativos.
• Comparativo de igualdade: tão/tanto + advérbio + quanto
• Comparativo de superioridade: mais + advérbio + (do) que
• Comparativo de inferioridade: menos + advérbio + (do) que
• Superlativo analítico: muito cedo
• Superlativo sintético: cedíssimo

Curiosidades
Na linguagem coloquial, algumas variações do superlativo são aceitas, como o diminutivo (cedinho), o aumentativo (cedão) e o uso
de alguns prefixos (supercedo).
Existem advérbios que exprimem ideia de exclusão (somente; salvo; exclusivamente; apenas), inclusão (também; ainda; mesmo) e
ordem (ultimamente; depois; primeiramente).
Alguns advérbios, além de algumas preposições, aparecem sendo usados como uma palavra denotativa, acrescentando um sentido
próprio ao enunciado, podendo ser elas de inclusão (até, mesmo, inclusive); de exclusão (apenas, senão, salvo); de designação (eis); de
realce (cá, lá, só, é que); de retificação (aliás, ou melhor, isto é) e de situação (afinal, agora, então, e aí).

Pronomes
Os pronomes são palavras que fazem referência aos nomes, isto é, aos substantivos. Assim, dependendo de sua função no enunciado,
ele pode ser classificado da seguinte maneira:
• Pronomes pessoais: indicam as 3 pessoas do discurso, e podem ser retos (eu, tu, ele...) ou oblíquos (mim, me, te, nos, si...).

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PORTUGUÊS
• Pronomes possessivos: indicam posse (meu, minha, sua, teu, nossos...)
• Pronomes demonstrativos: indicam localização de seres no tempo ou no espaço. (este, isso, essa, aquela, aquilo...)
• Pronomes interrogativos: auxiliam na formação de questionamentos (qual, quem, onde, quando, que, quantas...)
• Pronomes relativos: retomam o substantivo, substituindo-o na oração seguinte (que, quem, onde, cujo, o qual...)
• Pronomes indefinidos: substituem o substantivo de maneira imprecisa (alguma, nenhum, certa, vários, qualquer...)
• Pronomes de tratamento: empregados, geralmente, em situações formais (senhor, Vossa Majestade, Vossa Excelência, você...)

Colocação pronominal
Diz respeito ao conjunto de regras que indicam a posição do pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe, lhes, o, a, os, as, lo, la,
no, na...) em relação ao verbo, podendo haver próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) ou mesóclise (no meio do verbo).
Veja, então, quais as principais situações para cada um deles:
• Próclise: expressões negativas; conjunções subordinativas; advérbios sem vírgula; pronomes indefinidos, relativos ou demonstrati-
vos; frases exclamativas ou que exprimem desejo; verbos no gerúndio antecedidos por “em”.
Nada me faria mais feliz.

• Ênclise: verbo no imperativo afirmativo; verbo no início da frase (não estando no futuro e nem no pretérito); verbo no gerúndio não
acompanhado por “em”; verbo no infinitivo pessoal.
Inscreveu-se no concurso para tentar realizar um sonho.

• Mesóclise: verbo no futuro iniciando uma oração.


Orgulhar-me-ei de meus alunos.

DICA: o pronome não deve aparecer no início de frases ou orações, nem após ponto-e-vírgula.

Verbos
Os verbos podem ser flexionados em três tempos: pretérito (passado), presente e futuro, de maneira que o pretérito e o futuro pos-
suem subdivisões.
Eles também se dividem em três flexões de modo: indicativo (certeza sobre o que é passado), subjuntivo (incerteza sobre o que é
passado) e imperativo (expressar ordem, pedido, comando).
• Tempos simples do modo indicativo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do pre-
sente, futuro do pretérito.
• Tempos simples do modo subjuntivo: presente, pretérito imperfeito, futuro.

Os tempos verbais compostos são formados por um verbo auxiliar e um verbo principal, de modo que o verbo auxiliar sofre flexão em
tempo e pessoa, e o verbo principal permanece no particípio. Os verbos auxiliares mais utilizados são “ter” e “haver”.
• Tempos compostos do modo indicativo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
• Tempos compostos do modo subjuntivo: pretérito perfeito, pretérito mais-que-perfeito, futuro.
As formas nominais do verbo são o infinitivo (dar, fazerem, aprender), o particípio (dado, feito, aprendido) e o gerúndio (dando, fa-
zendo, aprendendo). Eles podem ter função de verbo ou função de nome, atuando como substantivo (infinitivo), adjetivo (particípio) ou
advérbio (gerúndio).

Tipos de verbos
Os verbos se classificam de acordo com a sua flexão verbal. Desse modo, os verbos se dividem em:
Regulares: possuem regras fixas para a flexão (cantar, amar, vender, abrir...)
• Irregulares: possuem alterações nos radicais e nas terminações quando conjugados (medir, fazer, poder, haver...)
• Anômalos: possuem diferentes radicais quando conjugados (ser, ir...)
• Defectivos: não são conjugados em todas as pessoas verbais (falir, banir, colorir, adequar...)
• Impessoais: não apresentam sujeitos, sendo conjugados sempre na 3ª pessoa do singular (chover, nevar, escurecer, anoitecer...)
• Unipessoais: apesar de apresentarem sujeitos, são sempre conjugados na 3ª pessoa do singular ou do plural (latir, miar, custar,
acontecer...)
• Abundantes: possuem duas formas no particípio, uma regular e outra irregular (aceitar = aceito, aceitado)
• Pronominais: verbos conjugados com pronomes oblíquos átonos, indicando ação reflexiva (suicidar-se, queixar-se, sentar-se, pen-
tear-se...)
• Auxiliares: usados em tempos compostos ou em locuções verbais (ser, estar, ter, haver, ir...)
• Principais: transmitem totalidade da ação verbal por si próprios (comer, dançar, nascer, morrer, sorrir...)
• De ligação: indicam um estado, ligando uma característica ao sujeito (ser, estar, parecer, ficar, continuar...)

Vozes verbais
As vozes verbais indicam se o sujeito pratica ou recebe a ação, podendo ser três tipos diferentes:
• Voz ativa: sujeito é o agente da ação (Vi o pássaro)
• Voz passiva: sujeito sofre a ação (O pássaro foi visto)
• Voz reflexiva: sujeito pratica e sofre a ação (Vi-me no reflexo do lago)

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PORTUGUÊS
Ao passar um discurso para a voz passiva, é comum utilizar a partícula apassivadora “se”, fazendo com o que o pronome seja equiva-
lente ao verbo “ser”.

Conjugação de verbos
Os tempos verbais são primitivos quando não derivam de outros tempos da língua portuguesa. Já os tempos verbais derivados são
aqueles que se originam a partir de verbos primitivos, de modo que suas conjugações seguem o mesmo padrão do verbo de origem.
• 1ª conjugação: verbos terminados em “-ar” (aproveitar, imaginar, jogar...)
• 2ª conjugação: verbos terminados em “-er” (beber, correr, erguer...)
• 3ª conjugação: verbos terminados em “-ir” (dormir, agir, ouvir...)

Confira os exemplos de conjugação apresentados abaixo:

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Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-lutar

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Fonte: www.conjugação.com.br/verbo-impor

Preposições
As preposições são palavras invariáveis que servem para ligar dois termos da oração numa relação subordinada, e são divididas entre
essenciais (só funcionam como preposição) e acidentais (palavras de outras classes gramaticais que passam a funcionar como preposição
em determinadas sentenças).
Preposições essenciais: a, ante, após, de, com, em, contra, para, per, perante, por, até, desde, sobre, sobre, trás, sob, sem, entre.
Preposições acidentais: afora, como, conforme, consoante, durante, exceto, mediante, menos, salvo, segundo, visto etc.
Locuções prepositivas: abaixo de, afim de, além de, à custa de, defronte a, a par de, perto de, por causa de, em que pese a etc.

Ao conectar os termos das orações, as preposições estabelecem uma relação semântica entre eles, podendo passar ideia de:
• Causa: Morreu de câncer.
• Distância: Retorno a 3 quilômetros.
• Finalidade: A filha retornou para o enterro.
• Instrumento: Ele cortou a foto com uma tesoura.
• Modo: Os rebeldes eram colocados em fila.
• Lugar: O vírus veio de Portugal.
• Companhia: Ela saiu com a amiga.
• Posse: O carro de Maria é novo.
• Meio: Viajou de trem.

Combinações e contrações
Algumas preposições podem aparecer combinadas a outras palavras de duas maneiras: sem haver perda fonética (combinação) e
havendo perda fonética (contração).
• Combinação: ao, aos, aonde
• Contração: de, dum, desta, neste, nisso

Conjunção
As conjunções se subdividem de acordo com a relação estabelecida entre as ideias e as orações. Por ter esse papel importante de
conexão, é uma classe de palavras que merece destaque, pois reconhecer o sentido de cada conjunção ajuda na compreensão e interpre-
tação de textos, além de ser um grande diferencial no momento de redigir um texto.
Elas se dividem em duas opções: conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

Conjunções coordenativas
As orações coordenadas não apresentam dependência sintática entre si, servindo também para ligar termos que têm a mesma função
gramatical. As conjunções coordenativas se subdividem em cinco grupos:
• Aditivas: e, nem, bem como.
• Adversativas: mas, porém, contudo.
• Alternativas: ou, ora…ora, quer…quer.

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• Conclusivas: logo, portanto, assim.
• Explicativas: que, porque, porquanto.

Conjunções subordinativas
As orações subordinadas são aquelas em que há uma relação de dependência entre a oração principal e a oração subordinada. Desse
modo, a conexão entre elas (bem como o efeito de sentido) se dá pelo uso da conjunção subordinada adequada.
Elas podem se classificar de dez maneiras diferentes:
• Integrantes: usadas para introduzir as orações subordinadas substantivas, definidas pelas palavras que e se.
• Causais: porque, que, como.
• Concessivas: embora, ainda que, se bem que.
• Condicionais: e, caso, desde que.
• Conformativas: conforme, segundo, consoante.
• Comparativas: como, tal como, assim como.
• Consecutivas: de forma que, de modo que, de sorte que.
• Finais: a fim de que, para que.
• Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que.
• Temporais: quando, enquanto, agora.

CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL

Concordância é o efeito gramatical causado por uma relação harmônica entre dois ou mais termos. Desse modo, ela pode ser verbal
— refere-se ao verbo em relação ao sujeito — ou nominal — refere-se ao substantivo e suas formas relacionadas.
• Concordância em gênero: flexão em masculino e feminino
• Concordância em número: flexão em singular e plural
• Concordância em pessoa: 1ª, 2ª e 3ª pessoa

Concordância nominal
Para que a concordância nominal esteja adequada, adjetivos, artigos, pronomes e numerais devem flexionar em número e gênero,
de acordo com o substantivo. Há algumas regras principais que ajudam na hora de empregar a concordância, mas é preciso estar atento,
também, aos casos específicos.
Quando há dois ou mais adjetivos para apenas um substantivo, o substantivo permanece no singular se houver um artigo entre os
adjetivos. Caso contrário, o substantivo deve estar no plural:
• A comida mexicana e a japonesa. / As comidas mexicana e japonesa.

Quando há dois ou mais substantivos para apenas um adjetivo, a concordância depende da posição de cada um deles. Se o adjetivo
vem antes dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o substantivo mais próximo:
• Linda casa e bairro.

Se o adjetivo vem depois dos substantivos, ele pode concordar tanto com o substantivo mais próximo, ou com todos os substantivos
(sendo usado no plural):
• Casa e apartamento arrumado. / Apartamento e casa arrumada.
• Casa e apartamento arrumados. / Apartamento e casa arrumados.

Quando há a modificação de dois ou mais nomes próprios ou de parentesco, os adjetivos devem ser flexionados no plural:
• As talentosas Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles estão entre os melhores escritores brasileiros.

Quando o adjetivo assume função de predicativo de um sujeito ou objeto, ele deve ser flexionado no plural caso o sujeito ou objeto
seja ocupado por dois substantivos ou mais:
• O operário e sua família estavam preocupados com as consequências do acidente.

CASOS ESPECÍFICOS REGRA EXEMPLO


É PROIBIDO Deve concordar com o substantivo quando há presença
É proibida a entrada.
É PERMITIDO de um artigo. Se não houver essa determinação, deve
É proibido entrada.
É NECESSÁRIO permanecer no singular e no masculino.
Mulheres dizem “obrigada” Homens dizem
OBRIGADO / OBRIGADA Deve concordar com a pessoa que fala.
“obrigado”.

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PORTUGUÊS
As bastantes crianças ficaram doentes com a
volta às aulas.
Quando tem função de adjetivo para um substantivo,
Bastante criança ficou doente com a volta às
BASTANTE concorda em número com o substantivo.
aulas.
Quando tem função de advérbio, permanece invariável.
O prefeito considerou bastante a respeito da
suspensão das aulas.
É sempre invariável, ou seja, a palavra “menas” não Havia menos mulheres que homens na fila
MENOS
existe na língua portuguesa. para a festa.
As crianças mesmas limparam a sala depois
MESMO Devem concordar em gênero e número com a pessoa a
da aula.
PRÓPRIO que fazem referência.
Eles próprios sugeriram o tema da formatura.
Quando tem função de numeral adjetivo, deve
Adicione meia xícara de leite.
concordar com o substantivo.
MEIO / MEIA Manuela é meio artista, além de ser
Quando tem função de advérbio, modificando um
engenheira.
adjetivo, o termo é invariável.
Segue anexo o orçamento.
Seguem anexas as informações adicionais
ANEXO INCLUSO Devem concordar com o substantivo a que se referem. As professoras estão inclusas na greve.
O material está incluso no valor da
mensalidade.

Concordância verbal
Para que a concordância verbal esteja adequada, é preciso haver flexão do verbo em número e pessoa, a depender do sujeito com o
qual ele se relaciona.

Quando o sujeito composto é colocado anterior ao verbo, o verbo ficará no plural:


• A menina e seu irmão viajaram para a praia nas férias escolares.

Mas, se o sujeito composto aparece depois do verbo, o verbo pode tanto ficar no plural quanto concordar com o sujeito mais próximo:
• Discutiram marido e mulher. / Discutiu marido e mulher.

Se o sujeito composto for formado por pessoas gramaticais diferentes, o verbo deve ficar no plural e concordando com a pessoa que
tem prioridade, a nível gramatical — 1ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2ª (tu, vós); a 2ª tem prioridade em relação à 3ª (ele,
eles):
• Eu e vós vamos à festa.

Quando o sujeito apresenta uma expressão partitiva (sugere “parte de algo”), seguida de substantivo ou pronome no plural, o verbo
pode ficar tanto no singular quanto no plural:
• A maioria dos alunos não se preparou para o simulado. / A maioria dos alunos não se prepararam para o simulado.

Quando o sujeito apresenta uma porcentagem, deve concordar com o valor da expressão. No entanto, quanto seguida de um substan-
tivo (expressão partitiva), o verbo poderá concordar tanto com o numeral quanto com o substantivo:
• 27% deixaram de ir às urnas ano passado. / 1% dos eleitores votou nulo / 1% dos eleitores votaram nulo.

Quando o sujeito apresenta alguma expressão que indique quantidade aproximada, o verbo concorda com o substantivo que segue
a expressão:
• Cerca de duzentas mil pessoas compareceram à manifestação. / Mais de um aluno ficou abaixo da média na prova.

Quando o sujeito é indeterminado, o verbo deve estar sempre na terceira pessoa do singular:
• Precisa-se de balconistas. / Precisa-se de balconista.

Quando o sujeito é coletivo, o verbo permanece no singular, concordando com o coletivo partitivo:
• A multidão delirou com a entrada triunfal dos artistas. / A matilha cansou depois de tanto puxar o trenó.

Quando não existe sujeito na oração, o verbo fica na terceira pessoa do singular (impessoal):
• Faz chuva hoje

Quando o pronome relativo “que” atua como sujeito, o verbo deverá concordar em número e pessoa com o termo da oração principal
ao qual o pronome faz referência:
• Foi Maria que arrumou a casa.

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PORTUGUÊS
Quando o sujeito da oração é o pronome relativo “quem”, o
verbo pode concordar tanto com o antecedente do pronome quan- REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
to com o próprio nome, na 3ª pessoa do singular:
• Fui eu quem arrumei a casa. / Fui eu quem arrumou a casa. A regência estuda as relações de concordâncias entre os ter-
mos que completam o sentido tanto dos verbos quanto dos nomes.
Quando o pronome indefinido ou interrogativo, atuando Dessa maneira, há uma relação entre o termo regente (principal) e
como sujeito, estiver no singular, o verbo deve ficar na 3ª pessoa o termo regido (complemento).
do singular: A regência está relacionada à transitividade do verbo ou do
• Nenhum de nós merece adoecer. nome, isto é, sua complementação necessária, de modo que essa
relação é sempre intermediada com o uso adequado de alguma
Quando houver um substantivo que apresenta forma plural, preposição.
porém com sentido singular, o verbo deve permanecer no singular.
Exceto caso o substantivo vier precedido por determinante: Regência nominal
• Férias é indispensável para qualquer pessoa. / Meus óculos Na regência nominal, o termo regente é o nome, podendo ser
sumiram. um substantivo, um adjetivo ou um advérbio, e o termo regido é o
complemento nominal, que pode ser um substantivo, um pronome
ou um numeral.
Vale lembrar que alguns nomes permitem mais de uma prepo-
EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE sição. Veja no quadro abaixo as principais preposições e as palavras
que pedem seu complemento:
Crase é o nome dado à contração de duas letras “A” em uma
só: preposição “a” + artigo “a” em palavras femininas. Ela é de-
marcada com o uso do acento grave (à), de modo que crase não
PREPOSIÇÃO NOMES
é considerada um acento em si, mas sim o fenômeno dessa fusão.
Veja, abaixo, as principais situações em que será correto o em- acessível; acostumado; adaptado;
prego da crase: adequado; agradável; alusão; aná-
• Palavras femininas: Peça o material emprestado àquela alu- logo; anterior; atento; benefício;
comum; contrário; desfavorável;
na. devoto; equivalente; fiel; grato;
A
• Indicação de horas, em casos de horas definidas e especifica- horror; idêntico; imune; indiferen-
das: Chegaremos em Belo Horizonte às 7 horas. te; inferior; leal; necessário; nocivo;
• Locuções prepositivas: A aluna foi aprovada à custa de muito obediente; paralelo; posterior; pre-
estresse. ferência; propenso; próximo; seme-
• Locuções conjuntivas: À medida que crescemos vamos dei- lhante; sensível; útil; visível...
xando de lado a capacidade de imaginar. amante; amigo; capaz; certo; con-
• Locuções adverbiais de tempo, modo e lugar: Vire na próxima temporâneo; convicto; cúmplice;
à esquerda. descendente; destituído; devoto;
diferente; dotado; escasso; fácil;
Veja, agora, as principais situações em que não se aplica a cra- DE feliz; imbuído; impossível; incapaz;
se: indigno; inimigo; inseparável; isen-
• Palavras masculinas: Ela prefere passear a pé. to; junto; longe; medo; natural; or-
• Palavras repetidas (mesmo quando no feminino): Melhor ter- gulhoso; passível; possível; seguro;
mos uma reunião frente a frente. suspeito; temeroso...
• Antes de verbo: Gostaria de aprender a pintar.
opinião; discurso; discussão;
• Expressões que sugerem distância ou futuro: A médica vai te
dúvida; insistência; influência; in-
atender daqui a pouco. SOBRE
formação; preponderante; proemi-
• Dia de semana (a menos que seja um dia definido): De terça
nência; triunfo...
a sexta. / Fecharemos às segundas-feiras.
• Antes de numeral (exceto horas definidas): A casa da vizinha acostumado; amoroso; analogia;
fica a 50 metros da esquina. compatível; cuidadoso; desconten-
te; generoso; impaciente; ingrato;
COM
Há, ainda, situações em que o uso da crase é facultativo intolerante; mal; misericordioso;
• Pronomes possessivos femininos: Dei um picolé a minha filha. ocupado; parecido; relacionado;
/ Dei um picolé à minha filha. satisfeito; severo; solícito; triste...
• Depois da palavra “até”: Levei minha avó até a feira. / Levei abundante; bacharel; constante;
minha avó até à feira. doutor; erudito; firme; hábil; incan-
• Nomes próprios femininos (desde que não seja especificado): EM sável; inconstante; indeciso; mo-
Enviei o convite a Ana. / Enviei o convite à Ana. / Enviei o convite à rador; negligente; perito; prático;
Ana da faculdade. residente; versado...
DICA: Como a crase só ocorre em palavras no feminino, em atentado; blasfêmia; combate;
caso de dúvida, basta substituir por uma palavra equivalente no conspiração; declaração; fúria; im-
CONTRA
masculino. Se aparecer “ao”, deve-se usar a crase: Amanhã iremos potência; litígio; luta; protesto; re-
à escola / Amanhã iremos ao colégio. clamação; representação...
PARA bom; mau; odioso; próprio; útil...
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PORTUGUÊS
Rosa Maria Torres
Regência verbal 15O tema da diversidade, como tantos outros, hoje em dia, abre
Na regência verbal, o termo regente é o verbo, e o termo regi- 16muitas versões possíveis de projeto educativo e de projeto 17po-
do poderá ser tanto um objeto direto (não preposicionado) quanto lítico e social. É uma bandeira pela qual temos que reivindicar, 18e
um objeto indireto (preposicionado), podendo ser caracterizado pela qual temos reivindicado há muitos anos, a necessidade 19de
também por adjuntos adverbiais. reconhecer que há distinções, grupos, valores distintos, e 20que a
Com isso, temos que os verbos podem se classificar entre tran- escola deve adequar-se às necessidades de cada grupo. 21Porém, o
sitivos e intransitivos. É importante ressaltar que a transitividade do tema da diversidade também pode dar lugar a uma 22série de coisas
verbo vai depender do seu contexto. indesejadas.
[…]
Verbos intransitivos: não exigem complemento, de modo que Adaptado da Revista Pátio, Diversidade na educação: limites e possibi-
fazem sentido por si só. Em alguns casos, pode estar acompanhado lidades. Ano V, nº 20, fev./abr. 2002, p. 29.
de um adjunto adverbial (modifica o verbo, indicando tempo, lugar,
modo, intensidade etc.), que, por ser um termo acessório, pode ser Do enunciado “O tema da diversidade tem a ver com o tema
retirado da frase sem alterar sua estrutura sintática: identidade.” (ref. 1), pode-se inferir que
• Viajou para São Paulo. / Choveu forte ontem. I – “Diversidade e identidade” fazem parte do mesmo campo
semântico, sendo a palavra “identidade” considerada um hiperôni-
Verbos transitivos diretos: exigem complemento (objeto dire- mo, em relação à “diversidade”.
to), sem preposição, para que o sentido do verbo esteja completo:
II – há uma relação de intercomplementariedade entre “diversi-
• A aluna entregou o trabalho. / A criança quer bolo. dade e identidade”, em função do efeito de sentido que se instaura
no paradigma argumentativo do enunciado.
Verbos transitivos indiretos: exigem complemento (objeto in-
III – a expressão “tem a ver” pode ser considerada de uso co-
direto), de modo que uma preposição é necessária para estabelecer
loquial e indica nesse contexto um vínculo temático entre “diversi-
o sentido completo:
dade e identidade”.
• Gostamos da viagem de férias. / O cidadão duvidou da cam-
panha eleitoral.
Marque a alternativa abaixo que apresenta a(s) proposi-
Verbos transitivos diretos e indiretos: em algumas situações, o ção(ões) verdadeira(s).
verbo precisa ser acompanhado de um objeto direto (sem preposi- (A) I, apenas
ção) e de um objeto indireto (com preposição): (B) II e III
• Apresentou a dissertação à banca. / O menino ofereceu ajuda (C) III, apenas
à senhora. (D) II, apenas
(E) I e II

3. (UNIFOR CE – 2006)
EXERCÍCIOS Dia desses, por alguns momentos, a cidade parou. As televi-
sões hipnotizaram os espectadores que assistiram, sem piscar, ao
1. (FMPA – MG) resgate de uma mãe e de uma filha. Seu automóvel caíra em um
Assinale o item em que a palavra destacada está incorretamen- rio. Assisti ao evento em um local público. Ao acabar o noticiário,
te aplicada: o silêncio em volta do aparelho se desfez e as pessoas retomaram
(A) Trouxeram-me um ramalhete de flores fragrantes. as suas ocupações habituais. Os celulares recomeçaram a tocar.
(B) A justiça infligiu pena merecida aos desordeiros. Perguntei-me: indiferença? Se tomarmos a definição ao pé da letra,
(C) Promoveram uma festa beneficiente para a creche. indiferença é sinônimo de desdém, de insensibilidade, de apatia e
(D) Devemos ser fieis aos cumprimentos do dever. de negligência. Mas podemos considerá-la também uma forma de
(E) A cessão de terras compete ao Estado. ceticismo e desinteresse, um “estado físico que não apresenta nada
de particular”; enfim, explica o Aurélio, uma atitude de neutralidade.
2. (UEPB – 2010) Conclusão? Impassíveis diante da emoção, imperturbáveis
Um debate sobre a diversidade na escola reuniu alguns, dos diante da paixão, imunes à angústia, vamos hoje burilando nossa
maiores nomes da educação mundial na atualidade. indiferença. Não nos indignamos mais! À distância de tudo, segui-
mos surdos ao barulho do mundo lá fora. Dos movimentos de mas-
Carlos Alberto Torres sa “quentes” (lembram-se do “Diretas Já”?) onde nos fundíamos na
1O tema da diversidade tem a ver com o tema identidade. Por-
igualdade, passamos aos gestos frios, nos quais indiferença e dis-
tanto, 2quando você discute diversidade, um tema que cabe muito tância são fenômenos inseparáveis. Neles, apesar de iguais, somos
no 3pensamento pós-modernista, está discutindo o tema da 4diver- estrangeiros ao destino de nossos semelhantes. […]
sidade não só em ideias contrapostas, mas também em 5identida- (Mary Del Priore. Histórias do cotidiano. São Paulo: Contexto, 2001.
des que se mexem, que se juntam em uma só pessoa. E 6este é um p.68)
processo de aprendizagem. Uma segunda afirmação é 7que a diver-
sidade está relacionada com a questão da educação 8e do poder. Se Dentre todos os sinônimos apresentados no texto para o vo-
a diversidade fosse a simples descrição 9demográfica da realidade e cábulo indiferença, o que melhor se aplica a ele, considerando-se
a realidade fosse uma boa articulação 10dessa descrição demográ-
o contexto, é
fica em termos de constante articulação 11democrática, você não
(A) ceticismo.
sentiria muito a presença do tema 12diversidade neste instante. Há
(B) desdém.
o termo diversidade porque há 13uma diversidade que implica o uso
(C) apatia.
e o abuso de poder, de uma 14perspectiva ética, religiosa, de raça,
(D) desinteresse.
de classe.
(E) negligência.
[…]

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PORTUGUÊS
6. (FMU) Leia as expressões destacadas na seguinte passagem:
4. (CASAN – 2015) Observe as sentenças. “E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero
I. Com medo do escuro, a criança ascendeu a luz. na salada – o meu jeito de querer bem.”
II. É melhor deixares a vida fluir num ritmo tranquilo. Tais expressões exercem, respectivamente, a função sintática
III. O tráfico nas grandes cidades torna-se cada dia mais difícil de:
para os carros e os pedestres.

(A) objeto indireto e aposto


Assinale a alternativa correta quanto ao uso adequado de ho- (B) objeto indireto e predicativo do sujeito
mônimos e parônimos. (C) complemento nominal e adjunto adverbial de modo
(A) I e III. (D) complemento nominal e aposto
(B) II e III. (E) adjunto adnominal e adjunto adverbial de modo
(C) II apenas.
(D) Todas incorretas. 7. (PUC-SP) Dê a função sintática do termo destacado em: “De-
pressa esqueci o Quincas Borba”.
5. (UFMS – 2009) (A) objeto direto
Leia o artigo abaixo, intitulado “Uma questão de tempo”, de (B) sujeito
Miguel Sanches Neto, extraído da Revista Nova Escola Online, em (C) agente da passiva
30/09/08. Em seguida, responda. (D) adjunto adverbial
“Demorei para aprender ortografia. E essa aprendizagem con- (E) aposto
tou com a ajuda dos editores de texto, no computador. Quando eu
cometia uma infração, pequena ou grande, o programa grifava em 8. (MACK-SP) Aponte a alternativa que expressa a função sintá-
vermelho meu deslize. Fui assim me obrigando a escrever minima- tica do termo destacado: “Parece enfermo, seu irmão”.
mente do jeito correto. (A) Sujeito
Mas de meu tempo de escola trago uma grande descoberta, (B) Objeto direto
a do monstro ortográfico. O nome dele era Qüeqüi Güegüi. Sim, (C) Predicativo do sujeito
esse animal existiu de fato. A professora de Português nos disse que (D) Adjunto adverbial
devíamos usar trema nas sílabas qüe, qüi, güe e güi quando o u é (E) Adjunto adnominal
pronunciado. Fiquei com essa expressão tão sonora quanto enig-
mática na cabeça. 9. (OSEC-SP) “Ninguém parecia disposto ao trabalho naquela
Quando meditava sobre algum problema terrível – pois na pré- manhã de segunda-feira”.
-adolescência sempre temos problemas terríveis –, eu tentava me (A) Predicativo
libertar da coisa repetindo em voz alta: “Qüeqüi Güegüi”. Se numa (B) Complemento nominal
prova de Matemática eu não conseguia me lembrar de uma fórmu- (C) Objeto indireto
la, lá vinham as palavras mágicas. (D) Adjunto adverbial
Um desses problemas terríveis, uma namorada, ouvindo minha (E) Adjunto adnominal
evocação, quis saber o que era esse tal de Qüeqüi Güegüi.
– Você nunca ouviu falar nele? – perguntei. 10. (MACK-SP) “Não se fazem motocicletas como antigamen-
– Ainda não fomos apresentados – ela disse. te”. O termo destacado funciona como:
– É o abominável monstro ortográfico – fiz uma falsa voz de (A) Objeto indireto
terror. (B) Objeto direto
– E ele faz o quê? (C) Adjunto adnominal
– Atrapalha a gente na hora de escrever. (D) Vocativo
Ela riu e se desinteressou do assunto. Provavelmente não sabia (E) Sujeito
usar trema nem se lembrava da regrinha.
Aos poucos, eu me habituei a colocar as letras e os sinais no 11. (UFRJ) Esparadrapo
lugar certo. Como essa aprendizagem foi demorada, não sei se con- Há palavras que parecem exatamente o que querem dizer. “Es-
seguirei escrever de outra forma – agora que teremos novas regras. paradrapo”, por exemplo. Quem quebrou a cara fica mesmo com cara
Por isso, peço desde já que perdoem meus futuros erros, que servi- de esparadrapo. No entanto, há outras, aliás de nobre sentido, que
rão ao menos para determinar minha idade. parecem estar insinuando outra coisa. Por exemplo, “incunábulo*”.
– Esse aí é do tempo do trema.” QUINTANA, Mário. Da preguiça como método de trabalho. Rio de
Janeiro, Globo. 1987. p. 83.
Assinale a alternativa correta. *Incunábulo: [do lat. Incunabulu; berço]. Adj. 1- Diz-se do livro
(A) As expressões “monstro ortográfico” e “abominável mons- impresso até o ano de 1500./ S.m. 2 – Começo, origem.
tro ortográfico” mantêm uma relação hiperonímica entre si.
(B) Em “– Atrapalha a gente na hora de escrever”, conforme a A locução “No entanto” tem importante papel na estrutura do
norma culta do português, a palavra “gente” pode ser substitu- texto. Sua função resume-se em:
ída por “nós”. (A) ligar duas orações que querem dizer exatamente a mesma
(C) A frase “Fui-me obrigando a escrever minimamente do jeito coisa.
correto”, o emprego do pronome oblíquo átono está correto de (B) separar acontecimentos que se sucedem cronologicamen-
acordo com a norma culta da língua portuguesa. te.
(D) De acordo com as explicações do autor, as palavras pregüiça (C) ligar duas observações contrárias acerca do mesmo assun-
e tranqüilo não serão mais grafadas com o trema. to.
(E) A palavra “evocação” (3° parágrafo) pode ser substituída no (D) apresentar uma alternativa para a primeira ideia expressa.
texto por “recordação”, mas haverá alteração de sentido. (E) introduzir uma conclusão após os argumentos apresenta-
dos.
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Assinale a alternativa em que a oração em negrito e sublinhada
12. (IBFC – 2013) Leia as sentenças: apresenta a mesma classificação sintática da destacada acima.
É preciso que ela se encante por mim! (A) “A menina que levava castigo na escola porque ria fora de
Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo. hora (...)”
(B) “(...) e deixava cair com estrondo sabendo que os meninos,
Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respecti- mais que as meninas, se botariam de quatro catando lápis, ca-
vamente, as orações subordinadas substantivas (O.S.S.) destacadas: netas, borracha (...)”
(A) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva indireta. (C) “(...) não queria que soubessem que ela (...)”
(B) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal (D) “Logo me dei conta de que hoje setenta é quase banal (...)”
(C) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.
(D) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal. 16. (FUNRIO – 2012) “Todos querem que nós
.”
13. (ADVISE-2013) Todos os enunciados abaixo correspondem Apenas uma das alternativas completa coerente e adequada-
a orações subordinadas substantivas, exceto: mente a frase acima. Assinale-a.
(A) Espero sinceramente isto: que vocês não faltem mais. (A) desfilando pelas passarelas internacionais.
(B) Desejo que ela volte. (B) desista da ação contra aquele salafrário.
(C) Gostaria de que todos me apoiassem. (C) estejamos prontos em breve para o trabalho.
(D) Tenho medo de que esses assessores me traiam. (D) recuperássemos a vaga de motorista da firma.
(E) Os jogadores que foram convocados apresentaram-se on- (E) tentamos aquele emprego novamente.
tem.
17. (ITA - 1997) Assinale a opção que completa corretamente
14. (PUC-SP) “Pode-se dizer que a tarefa é puramente formal.” as lacunas do texto a seguir:
No texto acima temos uma oração destacada que é e

um “se” que é . . “Todas as amigas estavam ansiosas

(A) substantiva objetiva direta, partícula apassivadora queria correr nas lajes do pátio (...)”
(B) substantiva predicativa, índice de indeterminação do sujeito
(C) relativa, pronome reflexivo
(D) substantiva subjetiva, partícula apassivadora
(E) adverbial consecutiva, índice de indeterminação do sujeito

15. (UEMG) “De repente chegou o dia dos meus setenta anos.
Fiquei entre surpresa e divertida, setenta, eu? Mas tudo parece
ter sido ontem! No século em que a maioria quer ter vinte anos
(trinta a gente ainda aguenta), eu estava fazendo setenta. Pior: du-
vidando disso, pois ainda escutava em mim as risadas da menina
que queria correr nas lajes do pátio quando chovia, que pescava
lambaris com o pai no laguinho, que chorava em filme do Gordo e
Magro, quando a mãe a levava à matinê. (Eu chorava alto com pena
dos dois, a mãe ficava furiosa.)
A menina que levava castigo na escola porque ria fora de hora,
porque se distraía olhando o céu e nuvens pela janela em lugar de
prestar atenção, porque devagarinho empurrava o estojo de lápis
até a beira da mesa, e deixava cair com estrondo sabendo que os
meninos, mais que as meninas, se botariam de quatro catando lá-
pis, canetas, borracha – as tediosas regras de ordem e quietude se-
riam rompidas mais uma vez.
Fazendo a toda hora perguntas loucas, ela aborrecia os pro-
fessores e divertia a turma: apenas porque não queria ser diferente,
queria ser amada, queria ser natural, não queria que soubessem que
ela, doze anos, além de histórias em quadrinhos e novelinhas açuca-
radas, lia teatro grego – sem entender – e achava emocionante.
(E até do futuro namorado, aos quinze anos, esconderia isso.)
O meu aniversário: primeiro pensei numa grande celebração,
eu que sou avessa a badalações e gosto de grupos bem pequenos.
Mas pensei, setenta vale a pena! Afinal já é bastante tempo! Logo
me dei conta de que hoje setenta é quase banal, muita gente com
oitenta ainda está ativo e presente.
Decidi apenas reunir filhos e amigos mais chegados (tarefa difí-
cil, escolher), e deixar aquela festona para outra década.”
LUFT, 2014, p.104-105

Leia atentamente a oração destacada no período a seguir: “(...)


pois ainda escutava em mim as risadas da menina que

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ler os jornais, pois foram informadas de que as


críticas foram indulgentes
ra- paz, o qual, embora tivesse mais
aptidão ciên- cias exatas, demonstrava uma certa
propensão
arte.”
(A) meio - para - bastante - para com o - para - para a
(B) muito - em - bastante - com o - nas - em
(C) bastante - por - meias - ao - a - à
(D) meias - para - muito - pelo - em - por
(E) bem - por - meio - para o - pelas – na

18. (Mackenzie) Há uma concordância inaceitável de


acordocom a gramática:
I - Os brasileiros somos todos eternos
sonhadores.II - Muito obrigadas! – disseram as
moças.
III - Sr. Deputado, V. Exa. Está
enganada.IV - A pobre senhora ficou
meio confusa.
V - São muito estudiosos os alunos e as alunas deste curso.

(A) em I e II
(B) apenas em IV
(C) apenas em III
(D) em II, III e IV
(E) apenas em II

19. (CESCEM–SP) Já anos, neste local árvores e


flores.Hoje, só ervas daninhas.
(A) fazem, havia, existe
(B) fazem, havia, existe
(C) fazem, haviam, existem
(D) faz, havia, existem
(E) faz, havia, existe

20. (IBGE) Indique a opção correta, no que se refere à


concor-dância verbal, de acordo com a norma culta:
(A) Haviam muitos candidatos esperando a hora da prova.
(B) Choveu pedaços de granizo na serra gaúcha.
(C) Faz muitos anos que a equipe do IBGE não vem aqui.
(D) Bateu três horas quando o entrevistador chegou.
(E) Fui eu que abriu a porta para o agente do censo.

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26. (INSTITUTO AOCP/2017 – EBSERH) Assinale a alternativa
21. (FUVEST – 2001) A única frase que NÃO apresenta desvio em que todas as palavras estão adequadamente grafadas.
em relação à regência (nominal e verbal) recomendada pela norma (A) Silhueta, entretenimento, autoestima.
culta é: (B) Rítimo, silueta, cérebro, entretenimento.
(A) O governador insistia em afirmar que o assunto principal (C) Altoestima, entreterimento, memorização, silhueta.
seria “as grandes questões nacionais”, com o que discordavam (D) Célebro, ansiedade, auto-estima, ritmo.
líderes pefelistas. (E) Memorização, anciedade, cérebro, ritmo.
(B) Enquanto Cuba monopolizava as atenções de um clube, do
qual nem sequer pediu para integrar, a situação dos outros pa- 27. (ALTERNATIVE CONCURSOS/2016 – CÂMARA DE BANDEI-
íses passou despercebida. RANTES-SC) Algumas palavras são usadas no nosso cotidiano de
(C) Em busca da realização pessoal, profissionais escolhem a forma incorreta, ou seja, estão em desacordo com a norma culta
dedo aonde trabalhar, priorizando à empresas com atuação padrão. Todas as alternativas abaixo apresentam palavras escritas
social. erroneamente, exceto em:
(D) Uma família de sem-teto descobriu um sofá deixado por um (A) Na bandeija estavam as xícaras antigas da vovó.
morador não muito consciente com a limpeza da cidade. (B) É um privilégio estar aqui hoje.
(E) O roteiro do filme oferece uma versão de como consegui- (C) Fiz a sombrancelha no salão novo da cidade.
mos um dia preferir a estrada à casa, a paixão e o sonho à regra, (D) A criança estava com desinteria.
a aventura à repetição. (E) O bebedoro da escola estava estragado.

22. (FUVEST) Assinale a alternativa que preenche corretamen- 28. (SEDUC/SP – 2018) Preencha as lacunas das frases abaixo
te as lacunas correspondentes. com “por que”, “porque”, “por quê” ou “porquê”. Depois, assinale a
A arma se feriu desapareceu. alternativa que apresenta a ordem correta, de cima para baixo, de
Estas são as pessoas lhe falei.Aqui classificação.
está a foto me referi. “ o céu é azul?”
Encontrei um amigo de infância nome não me lembrava. “Meus pais chegaram atrasados, pegaram trân-
Passamos por uma fazenda se criam búfalos. sito pelo caminho.”
“Gostaria muito de saber o de você ter faltado
(A) que, de que, à que, cujo, que. ao nosso encontro.”
(B) com que, que, a que, cujo qual, onde. “A Alemanha é considerada uma das grandes potências mun-
(C) com que, das quais, a que, de cujo, onde. diais. ?”
(D) com a qual, de que, que, do qual, onde. (A) Porque – porquê – por que – Por quê
(E) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja. (B) Porque – porquê – por que – Por quê
(C) Por que – porque – porquê – Por quê
23. (FESP) Observe a regência verbal e assinale a opção falsa: (D) Porquê – porque – por quê – Por que
(A) Avisaram-no que chegaríamos logo. (E) Por que – porque – por quê – Porquê
(B) Informei-lhe a nota obtida.
(C) Os motoristas irresponsáveis, em geral, não obedecem aos 29. (CEITEC – 2012) Os vocábulos Emergir e Imergir são parô-
sinais de trânsito. nimos: empregar um pelo outro acarreta grave confusão no que
(D) Há bastante tempo que assistimos em São Paulo. se quer expressar. Nas alternativas abaixo, só uma apresenta uma
(E) Muita gordura não implica saúde. frase em que se respeita o devido sentido dos vocábulos, selecio-
nando convenientemente o parônimo adequado à frase elaborada.
24. (IBGE) Assinale a opção em que todos os adjetivos devem Assinale-a.
ser seguidos pela mesma preposição: (A) A descoberta do plano de conquista era eminente.
(A) ávido / bom / inconsequente (B) O infrator foi preso em flagrante.
(B) indigno / odioso / perito (C) O candidato recebeu despensa das duas últimas provas.
(C) leal / limpo / oneroso (D) O metal delatou ao ser submetido à alta temperatura.
(D) orgulhoso / rico / sedento (E) Os culpados espiam suas culpas na prisão.
(E) oposto / pálido / sábio
30. (FMU) Assinale a alternativa em que todas as palavras estão
25. (TRE-MG) Observe a regência dos verbos das frases reescri- grafadas corretamente.
tas nos itens a seguir: (A) paralisar, pesquisar, ironizar, deslizar
(B) alteza, empreza, francesa, miudeza
I - Chamaremos os inimigos de hipócritas. Chamaremos aos ini-
(C) cuscus, chimpazé, encharcar, encher
migos de hipócritas;
(D) incenso, abcesso, obsessão, luxação
II - Informei-lhe o meu desprezo por tudo. Informei-lhe do meu
(E) chineza, marquês, garrucha, meretriz
desprezo por tudo;
III - O funcionário esqueceu o importante acontecimento. O
31. (VUNESP/2017 – TJ-SP) Assinale a alternativa em que todas
funcionário esqueceu-se do importante acontecimento.
as palavras estão corretamente grafadas, considerando-se as regras
de acentuação da língua padrão.
A frase reescrita está com a regência correta em: (A) Remígio era homem de carater, o que surpreendeu D.
(A) I apenas Firmina, que aceitou o matrimônio de sua filha.
(B) II apenas (B) O consôlo de Fadinha foi ver que Remígio queria desposa-la
(C) III apenas apesar de sua beleza ter ido embora depois da doença.
(D) I e III apenas (C) Com a saúde de Fadinha comprometida, Remígio não con-
(E) I, II e III seguia se recompôr e viver tranquilo.

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(B) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
(D) Com o triúnfo do bem sobre o mal, Fadinha se recuperou, importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos
Remígio resolveu pedí-la em casamento. sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
(E) Fadinha não tinha mágoa por não ser mais tão bela; agora, sofrimento da infância mais pobre.”
interessava-lhe viver no paraíso com Remígio.
(C) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos,
32. (PUC-RJ) Aponte a opção em que as duas palavras são acen-
sentimos na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
tuadas devido à mesma regra:
sofrimento da infância mais pobre.”
(A) saí – dói
(D) “Oportunamente serão divulgados os resultados de tão
(B) relógio – própria
importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos
(C) só – sóis
(D) dá – custará sentimos, na pele e na alma a dor dos mais altos índices de
sofrimento, da infância mais pobre.”
(E) até – pé
(E) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão
33. (UEPG ADAPTADA) Sobre a acentuação gráfica das palavras importante encontro, mas, enquanto nordestinos e alagoanos,
agradável, automóvel e possível, assinale o que for correto. sentimos, na pele e na alma, a dor dos mais altos índices de
(A) Em razão de a letra L no final das palavras transferir a toni- sofrimento da infância mais pobre.”
cidade para a última sílaba, é necessário que se marque grafi-
camente a sílaba tônica das paroxítonas terminadas em L, se 37. (F.E. BAURU) Assinale a alternativa em que há erro de pon-
isso não fosse feito, poderiam ser lidas como palavras oxítonas. tuação:
(B) São acentuadas porque são proparoxítonas terminadas em (A) Era do conhecimento de todos a hora da prova, mas, alguns
L. se atrasaram.
(C) São acentuadas porque são oxítonas terminadas em L. (B) A hora da prova era do conhecimento de todos; alguns se
(D) São acentuadas porque terminam em ditongo fonético – atrasaram, porém.
eu. (C) Todos conhecem a hora da prova; não se atrasem, pois.
(E) São acentuadas porque são paroxítonas terminadas em L. (D) Todos conhecem a hora da prova, portanto não se atrasem.
(E) N.D.A
34. (IFAL – 2016 ADAPTADA) Quanto à acentuação das palavras,
assinale a afirmação verdadeira. 38. (VUNESP – 2020) Assinale a alternativa correta quanto à
(A) A palavra “tendem” deveria ser acentuada graficamente, pontuação.
como “também” e “porém”. (A) Colaboradores da Universidade Federal do Paraná afirma-
(B) As palavras “saíra”, “destruída” e “aí” acentuam-se pela ram: “Os cristais de urato podem provocar graves danos nas
mesma razão. articulações.”.
(C) O nome “Luiz” deveria ser acentuado graficamente, pela (B) A prescrição de remédios e a adesão, ao tratamento, por
mesma razão que a palavra “país”. parte dos pacientes são baixas.
(D) Os vocábulos “é”, “já” e “só” recebem acento por constituí- (C) É uma inflamação, que desencadeia a crise de gota; diag-
rem monossílabos tônicos fechados. nosticada a partir do reconhecimento de intensa dor, no local.
(E) Acentuam-se “simpática”, “centímetros”, “simbólica” por- (D) A ausência de dor não pode ser motivo para a interrup- ção
que todas as paroxítonas são acentuadas. do tratamento conforme o editorial diz: – (é preciso que o
doente confie em seu médico).
35. (MACKENZIE) Indique a alternativa em que nenhuma pala- (E) A qualidade de vida, do paciente, diminui pois a dor no local
vra é acentuada graficamente: da inflamação é bastante intensa!
(A) lapis, canoa, abacaxi, jovens
(B) ruim, sozinho, aquele, traiu 39. (ENEM – 2018)
(C) saudade, onix, grau, orquídea
(D) voo, legua, assim, tênis Física com a boca
(E) flores, açucar, album, virus Por que nossa voz fica tremida ao falar na frente do ventilador?
Além de ventinho, o ventilador gera ondas sonoras. Quando
36. (IFAL - 2011) você não tem mais o que fazer e fica falando na frente dele, as on-
das da voz se propagam na direção contrária às do ventilador. Davi
Parágrafo do Editorial “Nossas crianças, hoje”. Akkerman – presidente da Associação Brasileira para a Qualidade
Acústica – diz que isso causa o mismatch, nome bacana para o de-
“Oportunamente serão divulgados os resultados de tão impor- sencontro entre as ondas. “O vento também contribui para a distor-
tante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos sentimos na ção da voz, pelo fato de ser uma vibração que influencia no som”,
pele e na alma a dor dos mais altos índices de sofrimento da infância diz. Assim, o ruído do ventilador e a influência do vento na propaga-
mais pobre. Nosso Estado e nossa região padece de índices ção das ondas contribuem para distorcer sua bela voz.
vergonhosos no tocante à mortalidade infantil, à educação básica e Disponível em: http://super.abril.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012
tantos outros indicadores terríveis.” (Gazeta de Alagoas, seção Opi- (adaptado).
nião, 12.10.2010)
O primeiro período desse parágrafo está corretamente pontua- Sinais de pontuação são símbolos gráficos usados para organi-
do na alternativa: zar a escrita e ajudar na compreensão da mensagem. No texto, o
(A) “Oportunamente, serão divulgados os resultados de tão sentido não é alterado em caso de substituição dos travessões por
importante encontro, mas enquanto nordestinos e alagoanos, (A) aspas, para colocar em destaque a informação seguinte
sentimos na pele e na alma a dor dos mais altos índices de so- (B) vírgulas, para acrescentar uma caracterização de Davi
frimento da infância mais pobre.” Akkerman.

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(C) reticências, para deixar subetendida a formação do especialista.
(D) dois-pontos, para acrescentar uma informação introduzida anteriormente.
(E) ponto e vírgula, para enumerar informações fundamentais para o desenvolvimento temático.

40. (FUNDATEC – 2016)

Sobre fonética e fonologia e conceitos relacionados a essas áreas, considere as seguintes afirmações, segundo Bechara:
I. A fonologia estuda o número de oposições utilizadas e suas relações mútuas, enquanto a fonética experimental determina a natu-
reza física e fisiológica das distinções observadas.
II. Fonema é uma realidade acústica, opositiva, que nosso ouvido registra; já letra, também chamada de grafema, é o sinal empregado
para representar na escrita o sistema sonoro de uma língua.
III. Denominam-se fonema os sons elementares e produtores da significação de cada um dos vocábulos produzidos pelos falantes da
língua portuguesa.

Quais estão INCORRETAS?


(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas III.
(D) Apenas I e II
(E) Apenas II e III.

41. (CEPERJ) Na palavra “fazer”, notam-se 5 fonemas. O mesmo número de fonemas ocorre na palavra da seguinte alternativa:
(A) tatuar
(B) quando
(C) doutor
(D) ainda
(E) além

42. (OSEC) Em que conjunto de signos só há consoantes sonoras?


(A) rosa, deve, navegador;
(B) barcos, grande, colado;
(C) luta, após, triste;
(D) ringue, tão, pinga;
(E) que, ser, tão.

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(A) da retomada de informações que podem ser facilmente de-
43. (UFRGS – 2010) No terceiro e no quarto parágrafos do tex- preendidas pelo contexto, sendo ambas equivalentes seman-
to, o autor faz referência a uma oposição entre dois níveis de análi- ticamente.
se de uma língua: o fonético e o gramatical. (B) de informações conhecidas, nas duas ocorrências, sendo
Verifique a que nível se referem as características do português possível a troca dos artigos nos enunciados, pois isso não alte-
falado em Portugal a seguir descritas, identificando-as com o núme- raria o sentido do texto.
ro 1 (fonético) ou com o número 2 (gramatical). (C) da generalização, no primeiro caso, com a introdução de
() Construções com infinitivo, como estou a fazer, em lugar de informação conhecida, e da especificação, no segundo, com
formas com gerúndio, como estou fazendo. informação nova.
() Emprego frequente da vogal tônica com timbre aberto em (D) da introdução de uma informação nova, no primeiro caso,
palavras como académico e antónimo, e da retomada de uma informação já conhecida, no segundo.
() Uso frequente de consoante com som de k final da sílaba, (E) de informações novas, nas duas ocorrências, motivo pelo
como em contacto e facto. qual são introduzidas de forma mais generalizada
() Certos empregos do pretérito imperfeito para designar futu-
ro do pretérito, como em Eu gostava de ir até lá por Eu gostaria de 47. (UFMG-ADAPTADA) As expressões em negrito correspon-
ir até lá. dem a um adjetivo, exceto em:
(A) João Fanhoso anda amanhecendo sem entusiasmo.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de (B) Demorava-se de propósito naquele complicado banho.
cima para baixo, é: (C) Os bichos da terra fugiam em desabalada carreira.
(A) 2 – 1 – 1 – 2. (D) Noite fechada sobre aqueles ermos perdidos da caatinga
(B) 2 – 1 – 2 – 1. sem fim.
(C) 1 – 2 – 1 – 2. (E) E ainda me vem com essa conversa de homem da roça.
(D) 1 – 1 – 2 – 2.
(E) 1 – 2 – 2 – 1. 48. (UMESP) Na frase “As negociações estariam meio abertas
só depois de meio período de trabalho”, as palavras destacadas são,
44. (FUVEST-SP) Foram formadas pelo mesmo processo as se- respectivamente:
guintes palavras: (A) adjetivo, adjetivo
(A) vendavais, naufrágios, polêmicas (B) advérbio, advérbio
(B) descompõem, desempregados, desejava (C) advérbio, adjetivo
(C) estendendo, escritório, espírito (D) numeral, adjetivo
(D) quietação, sabonete, nadador (E) numeral, advérbio
(E) religião, irmão, solidão
49. (ITA-SP)
45. (FUVEST) Assinale a alternativa em que uma das palavras Beber é mal, mas é muito bom.
não é formada por prefixação: (FERNANDES, Millôr. Mais! Folha de S. Paulo, 5 ago. 2001, p. 28.)
(A) readquirir, predestinado, propor
(B) irregular, amoral, demover A palavra “mal”, no caso específico da frase de Millôr, é:
(C) remeter, conter, antegozar (A) adjetivo
(D) irrestrito, antípoda, prever (B) substantivo
(E) dever, deter, antever (C) pronome
(D) advérbio
46. (UNIFESP - 2015) Leia o seguinte texto: (E) preposição
Você conseguiria ficar 99 dias sem o Facebook?
Uma organização não governamental holandesa está propondo 50. (PUC-SP) “É uma espécie... nova... completamente nova! (Mas
um desafio que muitos poderão considerar impossível: ficar 99 dias já) tem nome... Batizei-(a) logo... Vou-(lhe) mostrar...”. Sob o ponto de
sem dar nem uma “olhadinha” no Facebook. O objetivo é medir o vista morfológico, as palavras destacadas correspondem pela ordem, a:
grau de felicidade dos usuários longe da rede social. (A) conjunção, preposição, artigo, pronome
O projeto também é uma resposta aos experimentos psicológi- (B) advérbio, advérbio, pronome, pronome
cos realizados pelo próprio Facebook. A diferença neste caso é que (C) conjunção, interjeição, artigo, advérbio
o teste é completamente voluntário. Ironicamente, para poder par- (D) advérbio, advérbio, substantivo, pronome
ticipar, o usuário deve trocar a foto do perfil no Facebook e postar (E) conjunção, advérbio, pronome, pronome
um contador na rede social.
Os pesquisadores irão avaliar o grau de satisfação e felicidade
dos participantes no 33º dia, no 66º e no último dia da abstinência.
Os responsáveis apontam que os usuários do Facebook gastam GABARITO
em média 17 minutos por dia na rede social. Em 99 dias sem acesso,
a soma média seria equivalente a mais de 28 horas, 2que poderiam
ser utilizadas em “atividades emocionalmente mais realizadoras”. 1 C
(http://codigofonte.uol.com.br. Adaptado.) 2 B
3 D
Após ler o texto acima, examine as passagens do primeiro pa-
rágrafo: “Uma organização não governamental holandesa está pro- 4 C
pondo um desafio” “O objetivo é medir o grau de felicidade dos 5 C
usuários longe da rede social.”
A utilização dos artigos destacados justifica-se em razão:

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6 A ANOTAÇÕES
7 D
8 C
9 B
10 E
11 C
12 B
13 E
14 B
15 A
16 C
17 A
18 C
19 D
20 C
21 E
22 C
23 A
24 D
25 E
26 A
27 B
28 C
29 B
30 A
31 E
32 B
33 E
34 B
35 B
36 E
37 A _____________________________________________________
38 A
_____________________________________________________
39 B
40 A
41 D
42 D
43 B
44 D
45 E
46 D
47 B
48 B
49 B
50 E

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CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS

ÍNDICE

Conteúdo Pág.

Conjunto dos números naturais; 02


Operação em N : adição e subtração , expressão numéricas em N, multiplicação e
02
divisão , potenciação e radiciação;
Múltiplos e divisores: MMC e MDC 05
Número fracionários: redução e comparação de frações . operação com frações; 07
Numerais decimais: operação de frações , operação com frações : 08
Razões e proporções: aplicação das proporções, grandeza proporcional, regra de
20
três:
Expressões algébricas: operações algébricas, produtos notáveis, fatoração; 10
Conceito de Função 14
Função do 1º grau 16
Taxa de Porcentagem 24
Juros Simples 26
Ângulos congruentes 27
Equações do 2º Grau 28
Comprimento da Circunferência 31
Medida de Superfície 32
Relações Métricas no Triângulo Retângulo 39
Ângulos agudos e ângulos obtusos 44
Ângulos complementares 45
Ângulos suplementares 47
Ângulo opostos pelo vértice 48
Classificação dos polígonos 51
Bibliografia a Consultar 56

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Número Natural
Não levando em conta a qualidade dos elementos que constituem os conjuntos que estão em
correspondência biunívoca, verificamos que eles possuem uma propriedade comum – a quantidade de
elementos ou o número de elementos.
A propriedade comum aos conjuntos que podem ser colocados em correspondência biunívoca é
o que chamamos de número natural.
Os números naturais constituem um conjunto denominado conjunto dos números naturais .
indica-se pela letra N.
N = { 0, 1 ,2, 3 , 4 . . . }
N* = { 1 , 2 , 3 , 4 , 5 . . . } é o conjunto dos números naturais excluído o 0.

Operações fundamentais com números naturais


Adição

A reunião de dois conjuntos A e B disjuntos ( sem elementos comuns ) é constituída pelos


elementos que pertencem a A ou a B.
Sejam : A B

n(A) = 6 – número de elementos do conjunto A


n(B) = 5 – número de elementos do conjunto B

Daí resulta:
n(A U B ) = 11 número de elementos do conjunto reunião.
Vemos que : n(A) + n(B) = n (A U B ou 6 + 5 = 11
A operação que fizemos chama-se adição, 6 e 5 são as parcelas e o resultado da operação , 11 , é
a soma .
A adição faz corresponder a dois números dados em certa ordem ( par ordenado ) um único
número que é a soma do primeiro com o segundo.

Atividade de Classe
1. Responda:
a)Como se chamam os termos de uma adição?
b) Na igualdade 36 + 64 = 100 , como é chamado o número 100 ?
c) Na igualdade 21 + 69 = 90 , como se chamam os números 21 e 69 ?

2. Calcule:
a) 85 + 135
b) 3025 + 4975
c) 2001 + 299
d) 3025 + 4975
e) 10906 + 3286
f) 43205 + 16895

3. Resolva os problemas:
a) Helena tinha um saldo de Cr$ 172 906,00 na sua caderneta de poupança.. No último trimestre,
recebeu Cr$43 218,00 de juros e correção monetária. Com que saldo ficou?

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b) Júnior comprou um aparelho de som para o seu carro por Cr$ 165 400,00. A seguir, pagou Cr$ 13
500,00 para a sua instalação . Quanto gastou ao todo?
c) De acordo com o censo de 1980, Rondônia , o mais novo estado da Federação, tem uma população
urbana de 233 301 habitantes e uma população rural de 259 509 habitantes. Qual é a população
total de Rondônia ?

Propriedade estruturais
a) Fechamento : A soma de dois números naturais é um número natural .
5∈N,6∈N⇒(5+6)∈N
b) Comutativa: A ordem das parcelas não altera a soma.

}
4 + 8 = 12 ⇒ 4 + 8 =8 + 4
8 + 4 = 12
c) Elemento neutro: No conjunto dos números naturais , zero é chamado elemento neutro da adição.
5 + 0 = 5; 0 + 7 = 7
d) Associativa: A adição de três parcelas pode ser feita associando –se as duas primeiras ou as duas
últimas parcelas indiferentemente.
( 5 + 13 ) + 4 = 5 + ( 13 + 4 )

Atividade de Classe

1. Nas relações abaixo, diga qual é a propriedade estrutural que está sendo empregada:
a) 9 ∈ N , 15 ∈ N ⇒ ( 9 + 15 ) ∈ N
b) 8+7=7+8
c) 18 + 0 = 18
d) (22 + 15) + 17 = 22 ( 15 + 17 )
e) 0+9=9
f) 32 + 18 = 18 + 32

2. Copie as sentenças seguintes, completando-as para que fiquem verdadeiras:


a) Numa adição, a ordem das parcelas não altera a ..............................................
b) O elemento neutro da adição é o número .........................................................
c) A soma de dois números naturais é um número ...............................................

Multiplicação

Produto de dois números


Consideremos a soma de 5 parcelas iguais a 3.
3 + 3 + 3 + 3 +3 = 15
Esta soma pode ser indicada por 3 x 5 = 15 ( ou 3 . 5 = 15 ) que se lê : “3 vezes 5 igual a 15”, e
recebe o nome de produto. Pode –se dizer que produto é a soma de parcelas iguais e a operação é a
multiplicação . Então:

MULTIPLICAR É SOMAR PARCELAS IGUAIS

A parcela que se repete, chama-se multiplicando; o número de parcelas repetidas, multiplicador


e o resultado, produto.

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3 x 5 = 15
produto

}
multiplicador

multiplicador
são também chamados fatores

Não se pode falar em produto, se o multiplicador for 1 ou 0 . Entretanto , aceita-se que a


multiplicação de qualquer número por 1 dá o próprio número e a multiplicação de qualquer número
por zero dá zero. Assim:

3 x 1 = 3; 3 x 0 = 0
Pode-se dizer que a multiplicação faz corresponder a dois números dados em certa ordem ( par
ordenado ) um terceiro número que é o produto do primeiro pelo segundo.

Assim: ( 3 , 5 ) X 15

ao par ordenado ( 3, 5 ) , a multiplicação faz corresponder o número 15 qual é o produto de 3 por 5

3. Calcule:
a) 83 x 35
b) 123 x 42
c) 75 x 39
d) 209 x 78
e) 47 x 26
f) 625 x 25

4. Resolva os problema:
a) Em junho de 1983, o litro de álcool hidratado custava Cr$ 178,00. O tanque de um Volkswagem
Voyage comporta 52 litros. Quanto se gastava para encher o tanque de um Voyage?
b) Sabemos que 1 minuto tem 60 segundos. Quantos segundos há em 15 minutos
c) O salário – família recebido por um trabalhador é de Cr$ 1 738,00 por filho menor de 14 anos .
Quanto receberá um operário que tem 56 filhos nessa condições?

Propriedade estruturais

a) Fechamento : O produto de dois números naturais é sempre um número natural.


2 ∈ N, 5 ∈ N ⇒ 2 x 5 ∈ N

b) Comutativa : A ordem dos fatores não altera o produto.


}
7 x 4 = 28 7 x 4 = 4 x 7
4 x 7 = 28

c) Elemento neutro: O numero 1 multiplicado por qualquer número e em qualquer ordem, dá por
produto aquele mesmo número.
5x1= 1x5=5
d) Associativa: Numa multiplicação de três fatores , podem-se associar os dois primeiros ou os dois
últimos, indiferentemente .
4

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( 4 x 5 ) x 2 = 20 x 2 = 40
4 x ( 5 x 2 ) = 4 x 10 = 40} ( 4 x 5 ) x 2 = 4 x (5 x 2 )
Atenção! Se um produto de três ou mais fatores um deles é zero, o produto é igual a zero:

3 x 3 x 5 = 0 ; 8 x 12 x 0 x 7 = 0

e) Distributiva da multiplicação em relação à adição ( ou subtração ):


O produto de um número por uma soma ( ou diferença ) pode ser obtido, multiplicando –se o número
por cada um dos termos da soma ( ou diferença ) e adicionando-se ( ou subtraindo –se ) os produtos
parciais. Assim:

9 x ( 3 + 2 ) = 9 x 5 = 45
9 x 3 + 9 x 2 = 27 + 18 = 45 } 9x(3+2)=9x3+9x2

4 x (7 – 3 ) = 4 x 4 = 16
4 x 7 – 4 x 3 = 28 – 12 = 16 } 4x(7–3)=4x7 -4x3

Máximo Divisor Comum


Consideremos os conjuntos dos divisores, respectivamente, dos números 40 e 16.
D(40) = {1,2,4,5,8,10,20,40}
D(16) = {1,2,4,8,16}
Observando que D(40)∩D(16) = { 1,2,4,8}, podemos afirma que :
a) Os divisores comuns de 40 e 16 são 1,2,4,8.
b) O maior divisor comum de 40 e 16 é 8.
Então, o número 8 é chamado máximo divisor comum de 40 e 16, que será representado por mdc (
40 , 16 ) = 8.
Daí podemos dizer que :

Dados dois ou mais números , não simultaneamente nulos, chama-se máximo divisor comum desses
números o maior dos seus divisores comuns.

Atividade de classe

Determine:
a) D (15) b) D (32) c) D (54)
D (18) D (28) D (42)
D (15) ∩ D (18) D (32) ∩ D (28) D (24)
mdc (15,18) mdc ( 32 , 28 ) D (54) ∩ D (42) ∩ D (24)
mdc( 54, 42, 24 )
d) D ( 45 )
D ( 36 )
D ( 27 )
D ( 18 )
D(45)∩D(36)∩D(27)∩D(18)
mdc (45,36,27,18)

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Técnicas para o cálculo do mdc
Vamos determinar o máximo divisor comum de 60 e 24.
Á sabemos que:
D(60) = { 1,2,3,4,5,6,10,12,15,20,30,60}
D(24) = {1,2,3,4,6,8,12,24}
D (60) ∩ D (24 ) = {1,2,3,4,6,12}
mdc ( 60 , 24 ) = 12.

Mínimo Múltiplo Comum


Consideremos os conjuntos dos múltiplos, respectivamente, dos números 6,8 e 12:
M(6) = { 0,6,12,18,24,30,36,42,48,54,60 . . . }
M(8) = {0,8,16,24,32,40,48,56,64 . . .}
M(12) = { 0,12,24,36,48,60 . . . }
Observando que M (6) ∩ M(8) ∩ M(12) = {0,24,48 . . .}, podemos afirmar que :
a) Os múltiplos comuns de 6,8 e 12 são 0,24,48 . . .
b) O menor múltiplo comum, diferente de zero, de 6 ,8, e 12 é 24.
Então , o número 24 é chamado mínimo múltiplo comum de 6,18 e 12 , que representaremos pr
mmc (6,8,12) = 24

Dados dois ou mais números, diferentes de zero, chama-se mínimo múltiplo comum desse números o
menor de seus múltiplos comuns, diferente de zero.

Atividade de Classe.

Determine o que pede:


a) c)
M (9) M(10)
M(6) M (8)
M(9) ∩ M(6) M (10) ∩ M (8)
mmc (9,6) mmc (10,8)

d) d)
M (6 ) M(12)
M (15 ) M(18)
M (10 ) M(9 )
M (6) ∩ M(15) ∩ M(10) M(36)
mmc ( 6,15,10) M(12) ∩ M(18) ∩ M(9) ∩ M(36)
mmc ( 12,18,9,36)

Técnicas para o cálculo do mmc


Podemos determinar o mmc de dois ou mais números diferentes de 0 pelo processo da
decomposição em fatores primos, conforme a seguinte regra:
a) Decompõe-se cada número em fatores primos.
b) O mmc será o produto de todos os fatores comuns e não comuns, cada um deles elevados ao maior
expoente.

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6 2 8 2 12 2
3 3 4 2 6 2
1 2 2 3 3
1 1

MMC = 23 x 3 = 24

A idéia de número fracionário


Para exprimirmos o número de elementos de um conjunto finito, empregamos um só número natural.

7
3
Para expressarmos, matematicamente , uma parte ou algumas parte iguais de um todo, vamos usar um
par ordenado de números naturais.

Lê-se: meio ou um meio Lê-se: três quintos


Indica-se: 1 . indica-se : 3 .
2 5

Os pares de números naturais 1 , 3 são chamados frações ou números fracionários.


2 5
Então:

Chama-se fração todo par ordenado de números naturais com o segundo ≠ 0 onde:

a) o primeiro número indica quantas partes tomamos do inteiro.


b) O segundo número indica em quantas partes iguais o inteiro foi dividido.

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Atividade de Classe
Observando os exemplos dados, expresse qual fração da figura toda é a parte colorida:

a) b) c)

Operações

Adição 1 + 2 = 3 + 4 = 7 mmc = 6
2 3 6 6

Subtração 3 - 1 = 3 - 2 = 1 mmc = 4
4 2 4 4

Multiplicação 2 x 3 = 6 .
5 7 35

Divisão 3 : 4 = 15 .
7 5 28

Expressões literais ou algébricas

Introdução
Sabemos que podemos usar letra (a, b, c, x, y . . .) para representar números e que são
denominados numerais literais.

Assim, observe as seguintes situações:


1ª situação: A figura abaixo nos mostra um retângulo cujas dimensões são 5 cm e 3 cm.

A medida do perímetro do retângulo é dada


pela expressão 2.(5) + 2 .(3), que contém
apenas números.

5 cm

Expressões deste tipo são chamadas expressões numéricas.

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2º situação: A figura abaixo nos mostra um retângulo cujas dimensões são x e y.

A medida do perímetro do retângulo é


y dada pela expressão 2.x + 2 . y, que
contém números e letras.

Expressões deste tipo são chamadas expressões numéricas.

3º situação: A figura abaixo nos mostra um bloco retangular cujas dimensões são a, b, e c

A medida do volume do bloco é dada


pela expressão a . b . c que contém
apenas letras.

Expressões deste tipo são chamadas expressões literais.

Expressões literal ou algébrica


Uma expressão matemática que contém números e letra, ou somente letras, é denominada
expressão literal ou algébrica.

Exemplos
5x – 1 , a2 + ab , x2 – 2x + 1 , a - b .
2a

As letras ( ou numerais literais ) representam, indistintamente, um número qualquer de um conjunto


numérico é , por isso, são chamadas variáveis . Usaremos, daqui por diante, a expressão número a, em
vez da expressão

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A expressão algébrica inteira e fracionária

Observe as expressões algébricas abaixo.


Identifique com a letra I as que não apresentam variáveis no denominador, e com a letra F as que
apresentam variáveis no denominador:

a) 3x - 2y b) x + y c) x - y
2 x

d) 1 . e) √a + √b f) a + 1
a+b 2x

g) 3 + 1 . h) x + y i) x2 y
x x2 2 3 10

você assinalou com a letra I as expressões algébricas:

3x – 2y , x + y , √ a + √ b , x + y , x2 y
2 2 3 10

você assinalou algébricas que não contêm varáveis no denominador são denominadas expressões
algébrica inteiras.

Você assinalou com a letra F as expressões algébrica :

x- y , 1 , a + 1 , 3 + 1 .
x a+b 2x x x2

Expressões algébricas que apresentam variáveis no denominador são denominadas expressões


algébricas fracionárias

Produtos Notáveis

Existem certas igualdades matemáticas, de uso freqüente no cálculo algébrico, que são
denominadas produtos notáveis.

Os principais produtos notáveis são :


 Quadrado da soma de dois termos (a + b)2 = a2 + 2ab + b2

De fato , pois:
(a + b )2 = ( a + b ) (a + b ) = a2 + 2ab + b2

quadrado do 2º termo
2º termo duas vezes o produto dos termos
1º termo quadrado do 1º termo

10

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Daí , a seguinte

Regra

O quadrado da soma de sois termos é igual ao quadrado do primeiro termo, mais duas vezes o produto
do primeiro pelo segundo, mais o quadrado do segundo termos.

Exemplos
1) (2x + 5)2 = (2x)2 + 2 . (2x) . (5) + (5)2 = 4x2 + 20x + 25

 Quadrado da diferença de dois termos ( a – b )2 = a2 – 2ab + b2

De fato, pois:
(a – b )2 = ( a – b ) ( a - b) = a2 – 2ab + b2

2º termo quadrado do 2º termo


1º termo duas vezes o produto dos termos
quadrado do 1º termo

Daí, a seguinte

Regra
O quadrado da diferença de dois termos é igual ao quadrado do primeiro termo, menos duas
vezes o produto do primeiro pelo segundo, mais o quadrado do segundo termo.

Exemplos: 1) ( 3x – 1)2 = (3x)2 – 2. (3x) (1) + (1)2 = 9x2 – 6x +1

 cubo da soma de dois termos (a + b)3 = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3

de fato, pois :
( a + b )3 = ( a + b )2 . (a + b ) = ( a2 + 2ab + b2 ) = a3 + 3a2b + 3ab2 + b3

Exemplos
1) ( a + x )3 = (a)3 + 3(a)2(x) + 3(a)(x)2 + (x)3 = a3 + 3a2x + 3ax2 + x3
2) (y + 2)3 = (y)3 + 3(y)2(2) + 3 (y)(2)2 = y3 + 6y2 + 12y + 8

 cubo da diferença de dois termos ( a – b )3 = a3 – 3a2b + 3ab2 - b3

De fato . pois:
( a – b )3 = ( a – b )2 . (a – b ) = ( a2 – 2ab + b2) ( a – b ) = a3 – 3a2b + 3ab2 – b3

Exemplo : ( x – 3 )3 = (x)3 – 3(x)2(3) + 3(x) (3)2 + x3 – 9x2 + 27x - 27

 Produto da soma de sois termos


Pela sua diferença ( a + b ) (a - b) = a2 – b 2

11

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De fato , pois 1º termo

( a + b ) ( a - b ) = a (a – b ) + b (a – b ) = a2 – b2

quadrado do 2º termo
quadrado do 1º termo

Daí, a seguinte

Regra

O produto da soma de dois termos pela sua diferença é igual ao quadrado do primeiro termo menos o
quadrado do segundo termo.

Exemplos:
1) ( x + 3 ) ( x - 3 ) = (x)2 - (3)2 = x2 - 9

Exercício de fixação
a) ( x + 8)2 b) (2 – 3a )2 c) (3x + y2)2
d) ( 1 + 5m) – ( 1 – 5m) e) (ab – c )2 f) ( m – 1)3

Fatoração

Introdução
Consideremos os seguintes problemas:
1º) Escrever o número 90 na forma de um produto indicado.
Para isso, decompomos 90 em fatores primos:

90 2
45 3
15 3 90 = 2 . 32 . 5
5 5
1

2º) Escrever a expressão 3 + 12 na forma de um produto indicado.


Para isso, usamos a propriedade distributiva da multiplicação:

3 + 12 = 3 . ( 1 + 4 ) 3 . ( 1 + 4 ) = 3 . 1 + 3 . 4 = 3 + 12

forma fatorada da expressão


Assim, que escrevemos um número ou uma expressão na forma de um produto indicado, dizemos que
estamos escrevendo o número ou a expressão na forma fatorada
Daí:

Fatorar um número u uma expressão significa decompor o número ou a expressão num produto
indicado.
12

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Surgem , então , as perguntas:
a) será que podemos fatorar um polinômio?
b) Quando podemos fazê-lo?

As respostas serão dadas no estudo desta Unidade, importantíssima pela sua aplicação no cálculo
algébrico.

 Fatoração de Polinômios
Fatorar um polinômio significa transformar esse polinômio num produto indicado de polinômios ou
de monômios e polinômios.
Estudaremos os caso simples de fatoração de polinômios

1º Caso: Colocação de um fator comum em evidência


Observe as seguintes situações:
A figura abaixo nos mostra um retângulo cujas dimensões são x e y.

A medida do perímetro do retângulo pode ser representada pela expressão:


2x + 2y ou 2 . ( x + y ) propriedade distributiva da multiplicação
então :

2x + 2y = 2 . ( x + y )

Nesta igualdade, destacamos:

2( x + y) é a forma fatorada da expressão 2x + 2y,.


2 é chamado fator comum aos termos da expressão 2x + 2y e que foi colocado em evidência.

A figura seguinte nos mostra três retângulos: o retângulo ABCD, o retângulo AMND e o retângulo
MBCN.

D N C

A M
a B
b

13

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Facilmente , observamos que :
Área do retângulo AMND + Área do retâgulo MBCN = Área do retângulo ABCD
a .c +b.c = (a +b). c

ou seja:
ac + ac = ( a + b ) c

nesta igualdade , destacamos:

( a + b ) c é a forma fatorada da expressão ac + bc.


C é chamado fator comum aos termos da expressão ac + bc e que foi colocado em evidência

Consideremos, agora, o polinômio ax + bx


ax + bx = x ( a + b ) pela propriedade distributiva da multiplicação

O conceito intuitivo de função


O conceito de função é um dos mais importantes da matemática, tendo destaque não openas na
maioria das teorias nela desenvolvida, mas também no nosso quotidiano. Por isso, vamos apresentar
esse conceito primeiro informalmente, para depois formalizá-lo.
Suponha que a tabela de preços a seguir corresponda às passagens do Metrô de São Paulo:

Passagens Preço a
Pagar
1 50,00
2 100,00
3 150,00
4 200,00
5 250,00
6 300,00
7 350,00
8 400,00

Observe que essa tabela fixa uma dependência entre o número de passagens e o preço a pagar.
Se chamarmos de x o número de passagens e de y o preço a pagar, esses duas grandezas
estarão relacionadas de tal forma que para cada valor de x existe, um correspondência , um único
calor de y, dado pela expressão y = 50x. Dizemos, então, que y é função de x.

Definição

Dados dois conjuntos A e B, chama-se função de A em B qualquer relação entre tais conjuntos
que faça corresponder , a cada elemento de A, um e um só elemento de B.

Indica-se a função de A em B com a notação.


f
f: A → B ou A → B

14

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Isto que dizer que existe uma lei f que leva os elementos de A aos elementos de B, de tal modo que :
 Todo elemento de A tem corresponde em B;
 Todo elemento de A tem um único correspondente em B.

A chama-se domínio da função e se indica D (F) = A.


B chama-se contradomínio da função e se indica CD (f) = B

Se x é um elemento de A e y é o seu correspondente em B, dizemos que y é a imagem de x obtida


pela função f, indica-se y = f (y).

Y = f (y) lê-se “ y é igual a f de x”


O conjunto de todos os valores y assim obtidos chama-se conjunto imagem da função e se
representa por Im (f).
Veja o esquema.

Im(f)

A
B
A é o domínio da função : D(f) = A
B é o contradomínio da função : CD(f) = B
Im(f) é o conjunto imagem da função.

Exemplo:
Seja A o conjunto dos naturais, B o conjunto dos naturais e f a lei que a cada natural de A faz
corresponder o seu dobro em B .

0 1 2 3 4...
A:

0 1 2 3 4 5 6 7 8...
B:

Logo :
D(f): = { 0,1,2,3,4 . . .} vê-se que:
CD(f) = { 0,1,2,3,4 . . .} f(0) = 0 f(3) = 6
Im(f) = { 0,2,4,6,8 . . .} f(1) = 2 f(4) = 8
F(2) = 4

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A função do 1º grau
Consideremos a seguinte função:
f: R → R
x → y = ax + b, com a e b reais e a ≠ 0
Observa-se que a expressão que define a função é ax + b , ou seja , um polinômio do 1º grau.

A essa função demos o nome de função do 1º grau ou função afim.

Raiz ou zero da função


Y = ax + b

Dada a função y = ax + b, dizemos que x é uma raiz ou zero de y = ax + b quando e somente quando o
valor corresponder de y é zero

Exemplo:
a) y = 3x – 6

para x = 2 ⇒ y = 0
x = 2 é raiz de y = 3x – 6

b) y = - x
para x = 5 é raiz de y = 5 – x

de um modo geral, para a função y = ax + b , tem –se:

Y = 0 ⇔ ax + b = 0

⇔x -b .
a

x = - b é raiz de y = ax + b
a

1. Primeiros exercícios de classe (faça no seu caderno ).


Determine as raízes das funções dadas pelas expressões seguintes:

a) y = 5x – 15
b) y = - 12 – 2x
c) y = 3x - 1
4
d) y= - 2x + 6
3

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Valores e sinais da Função y = ax + b
A função de R em R definida pela fórmula y = ax + b assume infinitos valores, quando x varia
no campo real. É necessário, então , conhecer a variação desses valores.

Sinais de y = ax + b

Seja, como exemplo, y = 3x – 6. Desejamos saber para quais valores de x teremos y maior que
zero, ou , ainda para que valores de x teremos y menor que zero.

Y = 3x – 6
Y > 0 ⇔ 3x > 6
⇔ 3x > 6
⇔x>2

x>2⇒y>0

graficamente

X0 = 2 é raiz de y = 3x - 6

Y = 3x – 6
Y < 0 ⇔ 3x – 6 < 0
⇔ 3x < 6
⇔x<2

x<2⇒y<0

X0 = 2 é raiz de y = 3x – 6

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Primeiros exercícios de classe ( faça no seu caderno )

1. Dadas as funções seguintes, determine:

I. a sua raiz;
II. os valores de x que tornam y >0 ;
III. os valores de x que tornam y > 0;
IV. o gráfico da função.

a) y=x–3
b) y = -2x – 8
c) y = 2x
d) y=1– x .
4

Sistemas de inequações do 1º grau com variáveis reais

Sovemos que resolver um sistema de equações é determinar as soluções comuns às equações


que compõem o sistema .
Da mesma maneira, resolver um sistema de inequações é determinar as soluções comuns às
inequações do sistema . Mais explicitamente, podemos dizer que o conjunto - verdade de um sistema
de inequações é o conjunto intersecção dos conjuntos soluções de cada uma das inequações .

Sistemas de inequações com uma variável real

Para resolver os sistemas de inequações com uma variável R, procedemos da seguinte maneira:
• Resolvermos cada uma das inequações;
• Determinamos a solução comum às inequações.

Exemplos:
Resolvamos , em R os seguintes sistemas:

1. x + 3 ≥ 0
x–5<0

resolvendo as duas inequações, temos:


a) x + 3 ≥ 0

x ≥ -3

portanto: V1 = { x ∈ R / x ≥ -3}
b) x – 5 < 0

x<5

O conjunto – verdade do sistema, V = V1 ∩ V2, pode ser determinado de maneira prática através
da representação gráfica de V1 e de V2, sendo verificada , a seguir , a sua intersecção .

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Assim:

-3 V1

5 V2

Logo, a solução do sistema é dada por:

- 3≤x<5
ou V = { x ∈ R / - 3 ≤ x < 5 }

observação :

Como estamos trabalhando com uma única variável em R , a solução do sistema é um subconjunto da
reta.

2. 3x + 4 < 1
1 – 2x < 2

resolvendo as inequações, temos:


a) 3x + 4 < 1
3x < 1 – 4
3x < -3

x < -1

V = { x ∈ R / x < -1 }

b) 1 – 2x < 2
- 2x < 2 - 1
-2x < 1

x>- 1 .
2

V2 = { x ∈ R / x > - 1 }
2

-1 -1/2 V1

V2

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Logo não existe x que satisfaça às duas inequações.
Ou V=∅

3. 3x – 4 > 8
2x – 1 > 3

Resolvendo as inequações , temos :


a) 3x – 4 >8
3x > 8 + 4
3x > 12

x>4

V1 = { x ∈ R / x > 4 }

A razão de duas grandezas é o quociente dos números que medem essas grandezas numa mesma
unidade.

Os termos de uma razão são denominados antecedente e conseqüente. Assim, em 3:4 ou 3 temor :
2
antecedente : 3
conseqüente : 4

Razões equivalentes

Vimos que 1,35 e 15 são razões que valem 3 ou 0,75 . Dizemos que são razões equivalentes a 3 ou
20 4 4
“3 para 4”.

Podem-se sempre obter razões equivalente a uma razão dada, por exemplo. A 3 . Basta multiplicar o
antecedente e o conseqüente por um mesmo número não – nulo e indicar : 4

3 = 6 = 9 = 12 = 15 = 18 . . .
4 8 12 16 20 24

4. Proporções

As razões 1 , 2 , 4 , 6 formam igualdades, ou:


2 4 8 12

cada, uma dessa igualdades chama-se proporção.

Denomina-se proporção a uma igualdade entre duas razões.

A proporção 1 = 2 também é escrita sob a forma 1 : 2 : : 2 : 4 ou “ um está para dois, assim como
2 4
20

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dois está para quatro” . Essa forma de escrever deu nome próprios aos termos:

1 : 2 : : 2 : 4
meios

extremos

ou

1 = 2 meios
2 4 extremos

Termo desconhecido de uma proporção

Vamos considera a proporção 5 = 15 . observe que nessa proporção um de seus termos é


x 36
desconhecido. Podemos calcular o valor x aplicando a propriedade fundamental das proporções:

5 = 15 .
x 36

15 . x = 5 . 36
15x = 5 . 36
15 15

x = 12

Vamos, agora, obter o valor desconhecido y na proporção:

3y + 2 = 5y - 22
30 12

30 . ( 5y – 22 ) = 12 . ( 3y + 2 )
150y – 660 = 36y + 24
150y – 36y = 660 + 24
114y = 684
y=6
verificação:

3y + 2 = 5y - 22
30 12
3.6 + 2 = 5 .6 – 22 ou 20 = 8 .
30 12 30 12

onde 20 . 12 = 30 . 8 o que confirma a proporção.

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Exercício

Calcule o valor desconhecido em cada proporção:

a) 3 = 2 . f) x + 7 = 5 .
x 4 2 1
b) x = 3 . g) x = 5 .
7 21 3–x 4
c) 3 = 12 . h) 8x = x + 1
x 8 5 2
d) 21 = 7 .
8 x
e) 8 = 24 .
x 36

Regra de três simples

Vamos considera a seguinte situação :


“ Bianca comprou 3 camisetas e pagou $ 1200,00. Quanto pagaria se comprasse 5 camisetas do mesmo
tipo e preço ?” Observe que estão relacionados dois valores da grandeza camisetas com dois valores da
grandeza preço. Vamos organizar esses dados numa tabela:

Camisetas preços ($)


3 1 200
5 x

Note que nessa tabela conhecemos três de seus elementos e procuramos o valor do quarto. Problemas
desse tipo são chamados de problemas de regra de três simples. Veja que as grandezas camisetas e
preço são diretamente proporcionais; assim, podemos escrever o proporção:

3 = 1 200
5 x
Aplicando a propriedade fundamental , temos:
3x = 1 200 . 5
x = 1 200 . 5
3
x = 2 000

logo, Binca pagaria $ 2 000,00 pela cinco camisetas. Podemos estabelecer um processo prático que
facilite a resolução de problemas desse tipo. Acompanhe essas etapas nos problemas resolvidos a
seguir.

Com velocidade média de 500 km por hora, uma avião percorre uma distância entre duas cidades em 3
horas. Que tempo levaria uma aeronave que desenvolve 800 Km por hora de velocidade média para
percorrer o mesmo espaço?

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• Organizam –se os dados:

Velocidade( Km/h) tempo (h)


500 3
800 x

• As grandezas velocidade e tempo são inversamente proporcionais. Assim, as flechas terão sentidos
discordantes:

Velocidade (Km/h) tempo(h)


500 3
800 x

• Escreve-se a proporção ,invertendo-se os termos de umas das razões ; calcula-se o valor da


incógnita.

500 = x ⇒ x = 3 . 500
800 3 800

x = 15 ⇒ x = 1h 52 mim 30 Seg

logo, a aeronave levaria 1h52 mim 30 Seg para percorrer o mesmo espaço.

Exercício

1. Em cada problema seguinte , arme o esquema, a proporção resultante e calcule o valor desconhecido:
a) Se 15 operários levam 10 dias para completar um certo trabalho, quantos operários farão esse
mesmo trabalho em 6 dias?
b) Com 10 Kg de trigo podemos fabricar 65 Kg de farinha. Quantos quilogramas de trigo são
necessários para fabricar 162,5 Kg de farinha ?
c) Roseli comprou 2m de tecido para fazer um vestido. Quantos metros de tecido seriam necessários
para que Roseli pudesse fazer 7 vestidos iguais ?
d) Num acampamento, há 48 pessoas e alimento suficiente para um mês . Retirando –se 16 pessoas,
para quantos dias dará a quantidade de alimento ?
e) Cinco pedreiros constroem uma casa em 300 dias. Quantos dias serão necessários para que 10
pedreiros construam essa mesma casa?
f) Reinaldo trabalhou 30 dias e recebeu $ 15 000,00 . Quantos dias terá que trabalhar para receber $
20 000,00 ?
g) Um carro com velocidade constante de 100Km/h , vai da cidade A até a cidade B em 3 horas.
Quanto tempo levaria esse mesmo carro par ir de A até B, se sua velocidade constante fosse
160Km/h ?
h) Três torneiras enchem uma piscina em 10 horas. Quantas torneiras seriam necessárias para encher a
mesma piscina em 2 horas?

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Taxa de porcentagem

Considere o seguinte anúncio de jornal: “ Vendem-se tênis: desconto de 50%”.


Observe que neste anúncio aparece a expressão 50%, que se lê cinqüenta por cento, e pode ser indicada
por 50 em 100 ou 50 . A expressão “50% de desconto” pode ser entendida como um desconto de $
100
50,00 em cada $ 100,00 do preço de uma mercadoria.

Expressão Leitura Significado


“18% não votaram” 18 por cento não votaram Em cada 100 eleitores 18 não
votarma.
“ 40% não vieram” 40 por cento não vieram Em cada 100 pessoas 40 não
vieram

As expressões 18% e 40% podem ser indicadas na forma de fração, por 18 e 40 ,


respectivamente. Como essa frações possuem denominadores iguais a 100, são denominadas frações
centesimais.
Os numerais 40% e 18% são taxas centesimais ou taxas de porcentagens, pois expressam a
razão que existe uma grandeza e 100 elementos do universo dessa grandeza .

Escreva as frações seguintes na forma de taxa de centesimal:


a) 15 .
100
b) 3 7 .
100
c) 70 .
100
d) 81 .
100
e) 3 .
100
f) 4 .
25

Escreva cada taxa de porcentagem na forma de fração centesimal :


a) 18%
b) 52%
c) 4%
d) 35%
e) 10%
f) 100%

Cálculo da taxa de porcentagem

O cálculo da taxa de porcentagem pode ser realizado utilizando-se uma regra de três simples.
Vejamos algumas situações onde esse cálculo é utilizado.

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1º situação
Depositando –se $ 60,00 numa caderneta de poupança , ao final de um mês obtêm-se $ 75,00. Vamos
calcular a taxa de porcentagem desse rendimento :
 $ 60,00 é a quantia principal do problema ;
 $ 15,00 é o rendimento obtido no período.

Organizamos uma regra de três simples, onde:


$ 60,00 correspondem a 100% investidos;
$ 15,00 correspondem a x% do que foi investido.
Essa regra de três simples é direta:

$ 60,00 100
$ 15,00 x

60 = 100 ⇔ x = 100 . 15
15 x 60

x = 25

portanto, a taxa de rendimento foi de 25% .

Exercícios

1. Calcule:
a) 20% de 1 000 pessoas,
b) 70% de 80 cavalos.
c) 9% de 10 000 doentes com dengue.
d) 40% de 90 pregos.
e) 7,5% de 200 ovos.
f) 0,45% de 2 000 laranjas.

2. Resolva os seguistes problemas:


a) A quantia de $ 945,00 é igual a quantos por cento de $ 4 500,00?
b) E uma classe de 50 alunos, compareceram 35. Qual a taxa percentual de ausência ?
c) Num exame de 110 questões, um aluno errou 10% . Quantas questões ele acertou?
d) Obtive 14% de desconto numa compra de $ 24 000,00 . Quanto paguei ?
e) O preço marcado de um produto era $ 2 500,00 . Paguei apenas $ 2 000,00, pois obtive um
abatimento. Qual foi a taxa de porcentagem do desconto ?
f) Economizei $ 840,00 ao obter um desconto de 12% na compra de uma roupa. Qual era o preço
marcado inicialmente nessa roupa?
g) Gastei 20% de meu salário em uma mercadoria que me custou $ 5 000,00. Qual o valor do meu
salário ?

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Juros simples
Considere a seguinte situação :
“ A importância de $ 100 000,00 foi emprestado por um Banco ao cliente Epaminondas da Silva. O
Banco cobrará do cliente 10% e juros mensal. Quanto será cobrado?

Vamos denominar e convencionar uma representação para cada deado do problema:


 O dinheiro emprestado, $ 100 000,00, chama-se quantia principal. Representa-se por C
 A retribuição periódica pela cessão do dinheiro, eu corresponde à quantia que será cobrada pelo
Banco, é o aluguel que se paga em cada período. Recebe o nome de juro e representa-se por j
 A taxa de juro , 10% é a taxa que funciona como o aluguel que o cliente pata por 100 unidades de
dinheiro que o Banco lhe empresta; representa-se por i.
 A referência de tempo. Um mês em que o dinheiro ficou aplicado, representa-se por t.

Problemas desse tipo podem ser resolvidos utilizando-se uma regra de três. Vamos estabelecer um
problema genérico e obter uma formula que permite obter a solução de problemas semelhantes.

“Quem aplica $ 100,00 à taxa de 1% ao período ( ano, ou mês, ou dia etc.) recebe no fim do período $
1,00 de juros. Se aplicasse um capital C à taxa i ao período, então receberia o juros j”.

Monta-se uma regra de três composta:

Capital taxa tempo juro


100 1 1 1
C i t j

Como são grandezas diretamente proporcionais em relação à grandeza juro, podemos escrever:

100 . 1 . 1 = 1 .
C i t j

J=Cit
100
Vamos calcular o juros pago por uma pessoa que tomou emprestada quantia de $ 50 000,00,durante 8
meses, a uma taxa de 1,2% ao mês:

Dados
C = $ 50 000,00 j=Cit
I = 1,2% ao mês 100
t = 8 meses j = 50 000 . 1,2 . 8
j=? 100
j = 4 800

foram pagos $ 4 800,00 de juro.

Vamos, agora , determinar a quantia que deve ser aplicada por uma pessoa a uma taxa de 6% ao ano,
para que após 2 anos receba $ 18 000,00 de juro.

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Dados

C=? j=C i t
I = 6% ao ano 100
t = 2 anos 18 000 = C . 6 . 2
j = $ 18 000,00 100
12 . C = 1 800 000
C = 18 000 000
12

C = 150 000
A quantia que deve ser aplicada é de $ 150 000,00.

Exercício

1. Resolva os seguintes problemas :


a) Qual o juro sobre $ 25 000,00 à taxa de 1% ao mês, em 16 meses?
b) A que taxa foi depositado o capital de $ 15 000,00 que em 4 anos produziu $ 6 000,00 de juros?
c) Qual o capital que, aplicado a 3% ao mês , produz $ 6 000,00 de juro em 10 meses?
d) Uma pessoa toma emprestado de um Banco $ 54 000,00 e após 6 meses e 15 dias devolve
$ 60 000,00 . A que taxa foi tomado o empréstimo ?
e) Uma pessoa empregou $ 50 000,00 . Sabendo-se que após 10 meses ela irá receber $ 100 000,00
calcule a que taxa de juro foi empregado este dinheiro.
f) Qual o capital que aplicado a 8% ao mês, num período de 6 meses , produz $ 24 000,00 de juro?
g) A que taxa foi empregado o capital de # 25 000,00 ,sabendo
h) Uma pessoa toma emprestado $ 10 000,00 durante 5 meses. Qual a taxa de juro que essa pessoa
pagou, sabendo-se que ela devolveu $ 15 000,00?

Ângulos congruentes

Vamos considerar os ângulos. Â, B e C a seguir , e determinar as suas medidas utilizando um


transferidor :

A B C

A partir dessas medidas, podemos concluir que:

med (A) = med (C)


med (A) ≠ med (B)
med (B) ≠ med (C)
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Diremos, então:

Ângulos congruente são aqueles que têm a mesma medida.

Equações do 2º Grau

Equações do 2º Grau

Há cerca de 4000 anos os babilônios já resolviam problemas envolvendo cálculos que hoje
conhecemos como equação do 2º grau.
Estes problemas eram escritos em forma de textos e a sua resolução era através de tentativas.
Ao longo dos séculos foram aparecendo vários métodos para sua resolução.
Hoje, as contribuições deixadas pelos matemáticos nos facilitou tanto na escrita como nas
técnicas de resolução de problemas do 2º grau.

Observe as seguintes situações:

Situação - 1
A dimensões de um terreno estão representadas na figura abaixo. A área desse terrno é 30 m2 .
Quanto ele mede de comprimento e largura ?

x -2

x–3

Vamos encaminhar o nosso raciocínio da seguinte maneira :

Sendo o terreno de forma retangular , podemos expressar sua área como : o produto do comprimento
pela largura.

Assim A = ( x – 2 ) ( x – 3 )

Voltando à equação x2 – 5x – 24 = 0
 O coeficiente a é representado por 1
 O coeficiente b é representado por –5
 O coeficiente c é representado por –24

28

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Para se encontrar a medida do comprimento e da largura do terreno da situação 1 é necessário
resolver essa equação do 2º grau

Resolução da equação do 2º grau.

Resolver uma equação do 2º grau significa determinar as suas raízes .

Raiz de uma equação é o número real que ao substituir a variável de uma equação transforma-a,
numa sentença verdadeira.
Podemos resolver a equação do 2º grau através da fórmula de Báskara:

X = - b ± √ b2 – 4ac
2a

A expressão b2 – 4ac (nº real ) é comumente representada pela letra grega ∆ ( delta ) e
chamada de discriminante da equação.

∆ = b2 – 4ac x=-b±√∆
2a

Vamos resolver a equação do problema da situação – 1

x2 – 5x – 24 = 0 a=1
b=-5
c = - 24

∆ = b2 – 4ac
∆ = (5)2 – 4 . 1 .(-24)
∆ = 25 + 96
∆ = 121

X=-b±√∆
2a

x’ = - (-5) + √ 121 ⇒ x’ = 5 + 11 ⇒ x’ = 16 ⇒ x’ = 8
2.1 2 2

x” = - (- 5) - √121 ⇒ x” = 5 - 11 ⇒ x” = - 6 ⇒ x” = -3
2.1 2 2

As raízes dessa equação são:


x' = 8 e x” = - 3

As dimensões do terreno da situação 1 são :


 Comprimento x-2
 Largura x–3

29

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Substituindo x por 8 temos:
 Comprimento 8–2=6
 Largura 8–3=5

Substituindo x por -3 temos:


 Comprimento - 3 – 2 = -5
 Largura - 3 – 3 = -6

Como não há comprimento e largura menores que zero, concluímos que as dimensões do terreno
são 5m por 6 m.

Situação – 2

Quanto mede o cateto menor do triângulo retângulo abaixo?

10cm
x-6 cm

A 8cm C

No triângulo retângulo, o quadrado da hipotenusa é igual a soma do quadrado dos catetos.

Assim :
102 = 82 + ( x – 6 )2

Efetuando os cálculos algébricos temos :

100 = 64 + x2 - 12x + 36
x2 – 12x = 100 - 64 – 36
x2 – 12x = 0

Comparando essa equação a forma da equação do 2º grau ax2 + bx + c = 0 , o que você


observar?

Se você respondeu que falta o termo c está correto.

30

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Comprimento da Circunferência
Se você fosse colocar renda em volta de uma toalha de mesa. Redonda, com as medidas
representadas no desenho abaixo. Quantos metros de renda seriam necessários ?

2m

Suponha que o círculo abaixo tem um barbante ajustado em sua volta. Se cortarmos o barbante
no ponto marcado e esticá-lo, como mostra a figura, termos o comprimento do contorno do ao círculo
ou comprimento da circunferência.

raio raio

diâmetro

Após a realização de várias experiências, ficou provado que ,em qualquer circunferência, a
divisão do comprimento da circunferência pela mediada do diâmetro, sempre dá o mesmo resultado.

Cumprimento da circunferência = 3,14159265 . . .


diâmetro

Esse quociente de representação decimal infinita e não periódica: 3,14159262... Chama-se pi,
cujo símbolo é π
Para achar o comprimento da circunferência, basta multiplicar o diâmetro pelo π ou seja,
C = d . π ( C = comprimento da circunferência, d = diâmetro ) .

Como o diâmetro é o dobro do raio, podemos também representar o comprimento da


circunferência em função do raio .

Assim :
C = 2rπ ou C = 2πr

31

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Agora, podemos calcular a metragem de renda da toalha da situação anterior, multiplicando o diâmetro
por π

Assim:
C = 4 x 3,14
C = 12,56m
Portanto, gastaria 12,56m de renda nessa toalha.

Atividade
1º) Complete com a unidade de medida correta:
a) Quando vamos confeccionar uma roupa ( vestido , calça, blusa ) usamos o .........................................
b) A largura de um palmo é o .....................................................................................................................
c) A medida de seu palmo é o .....................................................................................................................

2º) Lembre-se que a unidade de medida de comprimento mais usada depois do metro é o centímetro
( cm) e responde:
a) Quantos centímetro ( cm ) tem aproximadamente seu palmo?
b) Quantos palmos tem sua carteira ?
c) Quantos centímetros tem sua carteira ?
d) Qual a largura e o comprimento de seu caderno ? Em palmos e em centímetros ( cm )?
e) Qual a largura da sala de sua casa ? Utilize seu pé, calçado.
f) Quantos centímetros tem o seu pé?

3º) Júlia tem , 1,65m de altura. Qual é a sua altura em cm?

4º) Para medir o comprimento do corredor de sua escola, Robson anotou 16 passos, Se casa passo mede
65 cm, qual é o comprimento do corredor em metros?

5º) Numa bicicleta em que o raio da roda é de 26 cm, qual será . aproximadamente, o comprimento da
circunferência da roda?

6º) O contorno de uma pista de corrida de forma circular, mede 628 m , Qual a medida do diâmetro
dessa pista:

Medida de Superfície (Quarto 1) ( Sala ) 4m

Observe a planta : 5m

3m
(Quarto 2 )
circulação

Área de 3m
serviço
bwc
3m

32

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Essa é a planta baixa da casa do Sr. Antônio; ele quer fazer o piso de cerâmica no quarto 2. Na
sala. no banheiro e na área de serviço. Para isso necessita saber quantos metros quadrados de cerâmica
serão necessários para cada uma dessas dependências da casa.

Situação 1

Iniciamos pelo quarto 2. Que tem a forma de um quadrado de 3m de lado.


Vamos tomar como medida de área um quadrado de lado igual a 1m .
Para você ter noção quantidade de espaço ocupada por 1m2 , construa em jornal. Cartolina ou
qualquer tipo de papel, um quadrado de 1 metro por 1 metro . Esse quadrado pode ser representado na
escala 1: 100 .

O metro quadrado é a área de uma superfície delimitada por um quadrado de 1m de lado.

Vamos verificar quantas vezes esta unidade de área cabe no desenho do quarto 2, com 3m de
lado.
Para isto, vamos dividí - lo na horizontal e na vertical com linhas diferentes uma da outra 1 m (
metro )
Assim obtemos 9 quadradinhos indicadores : esse quarto possui 9 unidades de área, ou seja, 9
metros quadrados ( 9 m2 ).

Verifique:

1m
1m 3m
1m
1m 1m 1m
3m

Uma outra maneira de realizar esse cálculo, é simplesmente encontrar o produto dos lados.

A = 3m x 3m = 9 m2
3m

3m
Observe que a operação 3 x 3 é uma multiplicação de fatores iguais . Esse tipo de operação chamamos
de potenciação e pode ser representada por 32 ( lê-se três elevado ao quadrado )

Então :
32 = 3 x 3 = 9
Vimos que o quarto 2 possui forma quadrada e sua área é 9m2.
Vamos supor que não saibamos a medida dos lados desse quarto, como calcular essas medidas?

33

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Vamos representa por l essa medida.

Assim :

Sabemos que l x l = 9 e pode ser representado por l2 = 9.


Portanto l é um número que elevado ao quadrado dá 9. Como 32 = 9 . l é 3 .

Esta operação chamamos de radiciação.


Indicamos por 2√ 9 = 3 ( lê-se raiz quadrada de 9 é igual 3).
Radiciação é a operação inversa da potenciação .

Situação 2

Agora vamos calcular a área do piso da sala, que tem a forma de um retângulo, do mesmo modo
que calcularmos a área do quarto 2.

4m
1m 1m3
1m
5m
Veja que a área de um retângulo é a multiplicação do comprimento pela largura.

4m A = 5m x 4m
A = 20 m2

5m

Então, o Sr. Antônio necessitará de 20 m2 de piso para a sala.

Em Matemática, quando resolvemos um problema de cálculo de área onde a superfície pode ser
representada por um retângulo, dizemos que a área é igual ao produto da base pela altura.
Assim: A=bxh
Situação 3

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Para revestir o piso da área de serviço. O Sr. Antônio ficou preocupado. Pois a forma é de um
trapézio. Cujas medidas estão representadas na figura abaixo. De que modo ele calcularia ?
3m

Vamos calcular da seguinte maneira


2m

5m

5m 3m

2m 2m Colocando um outro trapézio em


posição oposta com as mesmas
medidas. Obtermos um retângulo
cujo lado maior será de 3m + 5 m e
3m 5m outro de 2m.

Como você já sabe que a área do retângulo é comprimento multiplicado pela largura , ficou
feliz!
Mas, aí o nosso proprietário compraria o dobro do piso necessário.
Então , concluímos que basta dividir essa metragem por dois.

Chamaremos a parede de 5 m de B. a de 3m de b e a altura de h com 2m . Assim, a área do trapézio


será dada pela expressão:

A= (B +b)xh
2
A=(5+ 3) x 2
2
A= 8 x 2 A = 8 m2
2

Então , o Sr. Antônio necessitará de 8 m2 de piso para a área de serviço.

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Situação 1

No triângulo retângulo abaixo. São dadas as medidas dos catetos. Encontre a medida x que
corresponde a hipotenusa.

x
9 cm

12 cm
Fazer os cálculos, você deve ter chegado à relação x2 = 225 ( essa é uma equação do 2o grau ).
Como fazer para achar “ x”?
Lembre-se de que a operação inversa da potenciação é a radiciação. Se x2 = 225 ,
então :
x = √ 225 ⇒ x = 15.

Logo , a medida da hipotenusa é 15 cm.

Situação 2
Observe o triângulo retângulo abaixo:

5cm
3 cm

A x C

Qual é a medida do cateto maior ?

52 = 32 + x2
25 = 9 + x2 ( chegamos outra vez em uma equação do 2º grau )
x2 = 16
x = √16
x=4

Logo, a medida do cateto maior é 4 cm.

Atividade 2
1º) os cateto de um triângulo retângulo medem 5 cm e 12 cm. Qual é a medida da hipotenusa?

2º) A figura abaixo mostra que a distância entre dois postes é 15m. As alturas deste postes são
respectivamente 6m e 12 m . Qual deverá ser o comprimento do cabo que une as extremidades
superiores destes postes ?
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12 m

6m

15 m

3º) Uma escada está apoiada numa parede a 20m do chão , como mostra a figura. Sabendo que a
escada tem 25 m de comprimento, qual é a distância do início da escada até a parede ao nível do chão
(x)?

25 m

20 m

4º) Devido a um temporal, um pé de eucalipto é quebrado de modo tal que sua parte mais alta toca o
solo. Sabe-se que a distância entre o tronco do eucalipto e a parte que tocou o solo é de 6m e a parte
que ficou fixa no solo tem 4,5 m . Qual era a altura desse eucalipto antes de ter-se quebrado ?

4,5 m

6m

Esse conhecimento vem de muitos milênios atrás, quando no antigo Egito costumava-se medir
as Terras a beira do rio Nilo , onde havia as plantações e , a cada enchente , as mercas deixadas pelos
agrimensores eram carregadas pelas águas, necessitando, portanto, de novas remarcações.
Os Hindus, também na mesma época, construíam o ângulo reto de modo semelhantes, porém
utilizavam outras mediadas.

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Se você fizer um triângulo de 6 cm . 8 cm e 10 cm, u dos ângulos será reto ( 90º)? Justifique a
sua resposta .
Confira com seu professor.
O matemático e filósofo grego Pitágoras, fundou a Sociedade chamada Ordem dos Pitagóricos,
onde com seus discípulos descobriu a relação existente entre as medidas dos lados de qualquer
triângulo retângulo.
Se um triângulo tem os lados medindo : 3 : 4 e 5 é um triângulo retângulo.
Observe:

Considere o triângulo retângulo ABC acima. Os lados que formam o ângulo reto são
denominados catetos ( b e c ) e o lado oposto ao ângulo reto é denominado hipotenusa (a).
A medida da hipotenusa mantém uma relação com as medidas dos catetos. Essa relação mostra
uma das propriedades mais importantes da Matemática.
“A área de um quadrado traçado sobre a hipotenusa é igual a soma das áreas dos quadrados traçados a
partir dos catetos, ou seja. 25 ua = 9 ua . 16 ua (ua) ⇒ unidades de área”.

Essa propriedade é conhecida como Teorema de Pitágoras, e, para facilitar os cálculos pode
ser designada:
a2 = b2 + c2

O quadrado da medida do lado maior é igual à soma dos quadrados dos lados menores.

Por exemplo:
O triângulo utilizado pelos pedreiros de lados 3, 4 , 5 :

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a2 = b2 + c2
52 = 32 + 42
25 = 9 + 16
25 = 25
Observe que o quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos
Dissemos que, se as medidas dos lados de um triângulo, em uma dada unidade, são: 3;4 e 5 ou
6; 8 e 10 ou 9;12 e 15 ou 12;16 e 20 ou . . . , ele é um triângulo retângulo. Verifique se em todos eles é
verdade que : O quadrado da medida do maior lado é igual à soma dos quadrados das medidas dos
lados menores.
Se você pegou as medida: 6;8 e 10, o lado maior é a hipotenusa (10) e os lados menores ( 6 e 8 )
são os catetos.

Se vocês fez:
102 = 62 82
100 = 36 + 64
100 = 100 ⇒ a igualdade foi comprovada . Então , os valores 6,8,10 realmente são
medidas de um triângulo retângulo.
Pegue agora outras medidas quaisquer e verifique se com elas é possível desenhar triângulos
retângulos.
Consulte seu professor quando houver dúvidas.

Relações Métricas no Triângulo Retângulo


Teorema de Pitágoras
Como você deve saber, antes de fazer uma construção e necessário planejá-la . Esse
planejamento é feito através de um modelo esboçado no papel. A esse modelo damos o nome de planta
baixa.
Todos os cálculos da construção de uma casa, de um prédio, de um viaduto, dentre outras, são
feitas tendo como base os dados contidos numa planta, que tem como referência as formas e dimensão
da realidade.
Vamos verificar, num exemplo, como isso ocorre.
Observe a planta baixa que seu Nilo fez para construir a casa de seu filho:

Banho

Quarto 1
Quarto 2

Hall

Cozinha Sala

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A planta está na escala de 1:100. Mas o que significa 1:100?

Essa notação significa que a planta foi desenhada na escala 1 por 100, ou seja , para cada 1 cm
desenhado no papal, corresponde a 100 cm ou 1m, na realidade .

Vamos estudar agora , umas questão referente as construções de maneira geral.


Voltando a observar a planta do quarto 2, cujas dimensões na realidade , são 4m de
comprimento por 3m de largura.
O problema é saber se as paredes construídas “estão ou não no esquadro”, ou se os “cantos”
Cozinha
formam um ângulo 90”
Esse problema é muito comum para os trabalhadores da construção civil, que têm uma maneira
própria para resolvê-lo.
Vamos supor que o pedreiro de seu Nilo vai examinar se as paredes do quarto 2, da casa de seu
filho, foram construídas no esquadro. Para isso, ele estica um fio entre duas estacas cravadas no chão,
junto ao comprimento ou a largura das paredes do quarto; no caso, no comprimento. Observe, na figura
abaixo, que o fio que liga as pontas A e B têm a mesma medida do comprimento da parede, 4m.
c

a 4m B

Usando sua experiência. O pedreiro deverá cravar a 3ª estaca num ponto “c’ de modo que “AC”
fique perpendicular a “AB”. No caso, a distância entre as estacas situadas nos pontos A e C deverão ter
uma distância equivalente a 3 m ( largura do quarto) . A estaca “C” é provisória.

A seguir, mede a distância “BC”.

c c

5m

a 4m B a 4m B

Se essa medida for equivalente a 5 m, ele garante que a parede está no esquadro, se não ,
movimentará a estaca “C” até dar 5m.

Você sabe porque o pedreiro forma, com as estacas , um triângulo retângulo de lados 3 m , 4 m ,
5 m para saber se as paredes estão ou não no esquadro?

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Se med (Â) = med (Â’), então indica-se  = Â’, que se lê: ângulo A é congruente ao ângulo A’
Também se pode entender de modo mais intuitivo que os ângulos congruentes são aqueles que
coincidem por superposição.

A
A
B

O
O

A≡A’
B≡B’

O≡O’

Superposição de AÔB e A’Ô’B’


AÔB é congruente a A’Ô’B’ porque coincidem ponto a ponto por superposição. Para superpor uma
figura à outra, basta desenhar uma delas em papel vegetal ou de seda. A superposição mostrará a
congruência ou a igualdade das medidas.
Ângulo raso e ângulo nulo

Vamos considerar a reta r e os pontos, O, A e B pertencentes a essa reta:


B O A

Observe que o ponto O divide a reta r em duas semi-retas opostas: AO e OB . Essas duas semi-retas
opostas dividem o plano que as contém em duas regiões:

B O A

Convenciona-se que cada uma dessas regiões será denominada ângulo raso.
Assim, AÔB é um ângulo raso, onde:

• OA e OB são os lados;
• é o vértice
• AÔB mede 180º

Agora , vamos considera uma reta s e os pontos O, A e B pertencentes a s:

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O A
s

Observe que as semi-retas OA e OB são coincidentes :


O A
B

Convenciona-se que o ângulo AÔB é um ângulo nulo, onde:


• OA e OB são os lados;
• O é o vértice;
• AÔB mede 0º .

Ângulos consecutivos e ângulos adjacentes

Vamos considerar os pares de ângulos a seguir:

C H

B G

O A E F

N M P
Observe que esses pares de ângulos têm entre si uma relação, pois em função da posição relativa que
ocupam possuem certos elementos comuns:

Pares de ângulos Elementos comuns


AÔB • Vértice comum : O
e • Lado comum: OB
BÔC
FÊH • Vértice comum: F
e • Lado comum: EF
FÊG
PMQ • Vértice comum: M
e • Lado comum : MQ
QMN

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Esse pares de ângulos assinalados são chamados ângulos consecutivos, e todos têm o mesmo vértice e
um lado comum.

Ângulos consecutivos são aqueles que têm o mesmo vértice e um lado comum.

Observe os seguintes pares de ângulos consecutivos:

R
Q
Q

O
O P
R P

Retas perpendiculares e ângulos retos

Vamos considerar as retas das figuras a seguir :

C
r

O B O
A

D s

Observe que, nos dois casos , as retas se encontram formando quatro ângulos adjacentes congruentes ,
ou de medidas iguais . Quando isto ocorre, chamamos as retas de perpendiculares, indica-se
AB ⊥ CD, r ⊥ s e representa-se :

C• r

• •
• • • •
A B

D

s
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Cada um dos ângulos formados pelo encontro de duas retas perpendiculares recebe o nome de ângulo
reto e mede 90º
Veja os ângulos formados pelas retas e pelas semi-retas perpendiculares a seguir:

B’

B• •
A
B
• •
• •
O

A’

• • B•
A

AÔB lados : AO e OB Assim


Vértice : O Chama-se ângulo reto aquele formado por
Medida : med ( AÔB) = 90º retas perpendiculares.

A’ÔB lados : AO e OB
Vértice: O
Medida: med (A’ÔB’) 90º

Ângulos agudos e ângulos obtusos


Vamos comparar um ângulo qualquer com o ângulo reto, e a partir dessa comparação
estabelecer uma classificação para ângulos:

C• B• s•
R•

• •
O A Q
P

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Note que o ângulo AÔB é menor que o ângulo reto e que o ângulo QPR é maior que o ângulo reto.

Chama-se agudo ao ângulo que for menor que o ângulo reto e obtuso ao que for maior que o ângulos
reto.

Assim, podemos afirmar que a medida de um ângulo agudo está entre 0º e 90º e a medida de um
ângulo obtuso, entre 90º e 180º.

Exercícios

1º) Classifique em agudo, reto ou obtuso os ângulos das seguistes figuras:


I
a) c) •
C•

• H G
B A

b)
F• M

Q N


E •
D P O

2) Sabendo –se que med (Â) = 30º, med (B) = 50º e med (C) = 60 º , verifique quais das afirmações
seguintes são verdadeiras:

a) A + B = é um ângulo agudo;
b) A + B + C é um ângulo obtuso;
c) med(A) + med(C) é igual à medida de um ângulo raso;
d) med (A) + med (C) é igual à medida de um ângulo reto;
e) A + B – C é um ângulo obtuso

Ângulos complementares

Vamos considerar semi-retas perpendiculares OA e OB e os ângulos AOC e COB da figura a seguir:

45

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B
C

A
O

Note que AOB é um ângulo reto; logo a soma de AOC e COB é igual a 90º. Quando isto ocorre ,
dizemos que AOC e COB são ângulos complementares. Assim:

Dois ângulos são complementares quando a soma de suas medidas for igual a 90º

Dados dois ângulos cuja soma das medidas é 90º, chamamos cada um deles de complemento do outro .
Assim, se x é a medida em graus de um ângulo, então 90º -x é a medida em graus do complemento
desse ângulo.
Vamos calcular o complemento do ângulo que mede ∝ = 30º 20’15”.
 Complemento do ângulo: x = 90º - ∝

89º59’60”
30º20’15” -
59º39’45”
logo , o complemento de ∝ mede 59º39’45”.

Exercícios

1º) Calcule o complemento de cada ângulo, cuja medida é dada a seguir:


a) 72º
b) 25º10’40”
c) 33º45’
d) 66º16’02”
e) 80º10”

2º)Escreva simbolicamente as seguintes frases (represente a medida de um ângulo por x ):


a) O complemento de um ângulo.
b) Um terço da medida do complemento de um ângulo.
c) Dois terço de um ângulo mais a metade do seu complemento .
d) O ângulo mais sua metade mais um terço do seu complemento.
e) A soma entre um ângulo e o seu complemento.

46

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Ângulos suplementares
Vamos considerar as semi-retas opostas OA e OB e os ângulos AOB e COB de figura a seguir:

B O A

Note que AÔB é um ângulo raso; logo, a soma de AÔC e CÔB é igual a 180º . Quando isto ocorre ,
dizemos que AÔC e CÔB são ângulos suplementares.
Assim:
Dois ângulos são suplementares quando a soma de suas medidas é igual a 180º

Dados dois ângulos cuja soma das medidas é 180º, chamamos cada um deles de suplemento do outro.
Assim, se x e a medida em graus de um ângulo, então 180- x é a medida em graus do suplemento
desse ângulo, então Vamos calcular o suplemento do ângulo que mede ∝ = 30º20’15”.

 Suplemento do ângulo : x = 180º - ∝

179º59’60”
30º20’15”
149º39’45”

logo , o suplemento de ∝ mede 149º39’45”.

Exercícios

1º)Calcule o suplemento de cada ângulo, cuja medida é dada a seguir:


a) 45º
b) 9º38’50”
c) 90º
d) 112º40’
e) 142º40”
f) 115º27’10”

2º) Escreva simbolicamente as seguistes frases ( represente a medida de um ângulo por x )


a) Metade do suplemento de um ângulo.
b) O triplo do suplemento de um ângulo.
c) A soma entre um ângulo e o seu suplemento.
d) Metade do complemento menos o suplemento do mesmo ângulo.
e) O complemento mais um terço do suplemento do mesmo ângulo.

47

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Ângulo opostos pelo vértice

Considere o ângulo AÔB da figura a seguir :

B
Vamos prolongar os seus lados da seguinte forma :

A B

O
A
B

Observe que agora formamos o ângulo A’ÔB’, cujos lados são semi-retas opostas ao lados do ângulo
AÔB. Ângulos assim construídos são chamados opostos pelo vértice.

Assim:

Dois ângulos são opostos pelo vértice ( o.p.v) quando os lados de um são semi-retas opostas aos lados
do outro.

c
I . a +c = 180º
( a e c são adjacentes e suplementares )
b II. b + c = 180º
e
( b + c ) são adjacentes e suplementares )
d

48

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Comparando as igualdades I e II, temos:
a=b
Dois ângulos opostos pelo vértice ( o.p.v) são sempre congruentes.

Exercícios

1º) Determine o valor de x nos seguintes casos :

a) b) 2x + 20º

40º x

86º
c) d)

x + 10º 60º 2x –10º

48º

3º Polígonos

Vamos considera as figuras planas a seguir:

D O
Q
C
E
P
R
B

A
N
M

Observe que estas figuras identificam uma linha poligonal fechada e o conjunto dos seus pontos
interiores . Cada uma delas é denominada polígono.
Assim:
49

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Chama-se polígono à reunião entre uma linha poligonal fechada e o conjunto dos seus pontos
interiores .

Um polígono pode ser chamado de convexo ou convexo ou côncavo, de acordo com a região do plano
que estiver sendo determinada pelo polígono. Assim:

E
T R
D
A
S

B
P Q

ABCDE é um polígono convexo PQRST é um polígono côncavo.

Considere o polígono convexo ABCDEF a seguir:

E
D

F
C

A B

Vamos identificar alguns de seus elementos ;


 Vértices : os pontos A, B, C, D, E e F.
 Lados: os segmentos AB , BC, . . . , FA.
 Ângulos internos: os ângulos FAB, ABC, . . . , EFA
 Diagonais : os segmentos determinados por dois vértices não consecutivos AC, AD, . . . , FD.

Note que, no polígono convexo ABCDEF, o número de vértices é igual ao número de lados , que é
igual ao número de ângulos internos.

50

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Classificação dos polígonos
Os nomes dos polígonos dependem do critério que estamos utilizando para classificar – lo . Se usarmos
o número de ângulos ou o número de lados, teremos a seguinte nomenclatura:

Polígono Número de lados ou Nome em função do Nome em função do


número de ângulos número de ângulos número de lados

3 Triângulo Trilátero

4 Quadrângulo Quadrilátero

5 Pentágono Pentalátero

6 Hexágono Hexalátero

7 Heptágono Heptalátero

8 Octógono Octolátero

9 Eneágono Enealátero

10 Decágono Decalátero

51

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Um outro para classificar um polígono é o da congruência de seus lados e de seus ângulos internos.
Vamos comparar os lados e os ângulos internos dos polígonos:

P
D C
Q O

E B

M N
A
med ( MN ) = med( NO ) = . . . = med ( QM ) med(EA) ≠ med(CD)
med (M) = med (N) = . . . = med(Q) ou
med(C) ≠ med (D)

Observe que o polígono MNOPQ tem os lados de medidas iguais e tem também os ângulos internos de
medidas iguais, MNOPQ é um polígono regular, enquanto que o ABCDE é um polígono irregular.
Assim:

Um polígono é regular se obedece a duas condições:


Eqüilátero : todos os lados são congruentes, isto é,
têm medidas iguais.
Eqüiâgulo: todos os ângulos são congruentes, ou seja, têm medidas iguais.

Exercícios

1º) De o nome dos seguintes polígonos , em função do número de ângulos:


a) b)

A F
E G
L
B
D H

C J
I
M
c)

N
52

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2º) Quantos lados tem o hexágono?

3º) Quantos vértices tem o decágono?

4º) Qual é o nome, em função do número de lados, de um polígono de 4 lados?

Triângulos: elementos e classificação

Todo polígono de três é denominado triângulo. Observe o triângulo ABC a seguir, que se indica
∆ABC, e vamos identificar seus principais elementos:
A
• Vértices: A, B , C
• Lados : AB, AC, BC
• Ângulos internos : A, B , C
B

C
Note que no triângulo não é possível traçar diagonais, pois não há vértices não consecutivos.
É possível classificar ou discriminar os triângulos pela comparação entre as medidas de seus lados
ou, também , quanto à medida de seus ângulos internos.

L R
A

B
C M P
N O
AB ≅ BC ≅ CA LM ≅ NL ≅ MN PQ ≅ QR ≅ RP

Esse triângulo são classificados , respectivamente , em eqüilátero, isósceles e escaleno.


Assim , podemos definir:

Triângulo eqüilátero : Triângulo que tem três lados de medidas iguais.


Triângulo isósceles: triângulo que tem dois lados de medidas iguais.
Triângulo escaleno: triângulo que tem três lados de medidas diferentes.

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Exercício
1º) Dados os triângulos seguintes , classifique-os quanto aos lados:

a) b)

4 cm
3 cm 3 cm
3 cm

5 cm
3 cm

c)
5 cm

3 cm

5 cm

2º) Dados os triângulos seguintes , classifique-os quantos aos ângulos:


a) A b)
D

120º

B C
E F
G
c)

50º

80º
50º
I H

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Soma dos ângulos internos de um triângulo

Observe os triângulos a seguir e seus ângulos internos:


A’
A
a
a

c
b
B
C b c
B’ C’

Podemos calcular a soma dos ângulos internos em cada triângulo . Vamos transportar esses ângulos
para um vértice comum, interno ou externo aos triângulos.
A’

a
c b a
c b
B C

B’ C’

a'
a
b'
b c'
c
Chamando a à medida de A, b à medida de B, e assim por diante, temos para os dois triângulo:
a + b + c = 1 ângulo raso a’ + b’ + c’ = 1 ângulo raso
Assim, para os triângulos ABC e A’B’C’ a soma das medidas de seus ângulos internos é constante e
mede 180º.
O processo de determinação da soma dos ângulos internos pode ser aplicado a qualquer triângulo, e a
conclusão generalizada é :

A soma das medidas dos ângulos internos de um triângulo é 180º

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Bibliografia a Consultar

1. CASTRUCCI, Benedito et alli. Matemática do 1º grau 5ª, 6ª, 7ª e 8ª série, SP,F.T.D.


2. CASTRUCCI, Benedito. Nos domínios da Matemática
3. MALVEIRA, Linaldo. Matemática Fácil.
4. MATEMÁTICA Novo Telecurso 1º Grau/Fundação Roberto Marinho e Fundação Bradesco RJ,
Rio Gráfica, 1985
5. PIERRO NETO, Scipione di. Matemática do 1º grau 5ª, 6ª, 7ª e 8ª série, Àtica.
6. SANGIORGI, Osvaldo .Matemática do 1º grau, 5ª, 6ª, 7ª e 8ª série, Companhia Editora Nacional,
SP.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
DA ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA

1. Relações interpessoais........................................................................................................................................................................ 01
2. Postura e atendimento ao público ..................................................................................................................................................... 09
3. Noções de Relações Humanas no Trabalho ........................................................................................................................................ 20
4. Código de Ética do Servidor Público (Decreto 1171/94)..................................................................................................................... 25
5. Apresentação pessoal......................................................................................................................................................................... 27
6. Serviços públicos: conceitos, elementos de definição, princípios, classificação................................................................................. 27
7. Atos e contratos administrativos. Lei 8666/93 e suas alterações e complementações ..................................................................... 32
8. Lei Complementar nº 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal ...................................................................................................... 44

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -
Ao pensarmos em ambiente de trabalho, onde as atividades
RELAÇÕES INTERPESSOAIS são predeterminadas, alguns comportamentos são precisam ser
alinhados a outros, e isso sofre influência do aspecto emocional
Personalidade e relacionamento de cada envolvido tais como: comunicação, cooperação, respeito,
Os tipos de personalidade podem contribuir ou não para o de- amizade. À medida que as atividades e interações prosseguem,
sempenho das equipes. Cada personalidade possui características os sentimentos despertados podem ser diferentes dos indicados
definidas com seus respectivos focos de atenção, que, todavia, se inicialmente e então – inevitavelmente – os sentimentos influen-
interagem, definindo indivíduos com certas características mais sa- ciarão as interações e as próprias atividades. Assim, sentimentos
lientes e que incorporam características de um outro estilo. positivos de simpatia e atração provocarão aumento de interação
Vistos de maneira objetiva, nenhum dos tipos de personalida- e cooperação, repercutindo favoravelmente nas atividades e ense-
de é bom ou mau, certo ou errado. Cada um é uma combinação dis- jando maior produtividade. Por outro lado, sentimentos negativos
tinta de força e fraqueza, beleza e feiura. Nenhum padrão é melhor de antipatia e rejeição tenderão à diminuição das interações, ao
ou o melhor, pior ou o pior. Às vezes, determinada pessoa pode afastamento nas atividades, com provável queda de produtividade.
achar que o seu padrão é o melhor, outra vezes, que é o pior. Mas Esse ciclo “atividade-interação-sentimentos” não se relaciona
é possível, num momento, encontrar força em um padrão e, num diretamente com a competência técnica de cada pessoa. Profissio-
outro, encontrar uma fraqueza. nais competentes individualmente podem render muito abaixo de
sua capacidade por influência do grupo e da situação de trabalho.
O que se observa é que as pessoas acabam ficando perplexas
Quando uma pessoa começa a participar de um grupo, há uma
umas com as outras quando começam a perceber os segredos que
base interna de diferenças que englobam valores, atitudes, conhe-
as outras pessoas ocultam das suas personalidades.
cimentos, informações, preconceitos, experiência anterior, gostos,
Na análise das personalidades, nada é estanque e tudo pode se
ajustar, desde que se esteja disposto a fazê-lo. Nunca um protetor, crenças e estilo comportamental, o que traz inevitáveis diferenças
por exemplo, carrega somente as características da sua tipologia. de percepções, opiniões, sentimentos em relação a cada situação
Uma pessoa com o centro emocional predominante não será ne- compartilhada. Essas diferenças passam a constituir um repertório
novo: o daquela pessoa naquele grupo. Como essas diferenças são
cessariamente uma boa artista. Talvez brilhe mais como adminis-
encaradas e tratadas determina a modalidade de relacionamento
tradora, quem sabe? Todos os tipos são interligados e se movimen-
entre membros do grupo, colegas de trabalho, superiores e subor-
tam fazendo contrapontos e complementos.
dinados. Por exemplo: se no grupo há respeito pela opinião do ou-
Cada tipo de personalidade é formado por três aspectos: o pre-
tro, se a ideia de cada um é ouvida, e discutida, estabelece-se uma
dominante, que vigora na maior parte do tempo, quando as coisas
modalidade de relacionamento diferente daquela em que não há
transcorrem normalmente e que é chamado de seu tipo; o aspecto
que vigora quando se é colocado em ação, gerando situações de es- respeito pela opinião do outro, quando ideias e sentimentos não
são ouvidos, ou ignorados, quando não há troca de informações. A
tresse; e o terceiro, que surge nos momentos em que não se sente
maneira de lidar com diferenças individuais criam certo clima entre
em plena segurança.
Exemplificando, ao ver-se numa situação de estresse, o obser- as pessoas e tem forte influência sobre toda a vida em grupo, prin-
cipalmente nos processos de comunicação, no relacionamento in-
vador (em geral, quieto e retraído) torna-se repentinamente extro-
vertido e amistoso, características típicas do epicurista, num esfor- terpessoal, no comportamento organizacional e na produtividade.
ço de reduzir o estresse. Sentindo-se em segurança, o observador Valores: Representa a convicções básicas de que um modo es-
pecífico de conduta ou de condição de existência é individualmente
tende a se tornar o patrão, direcionando os outros e controlando o
ou socialmente preferível a modo contrário ou oposto de conduta
espaço pessoal.
ou de existência. Eles contêm um elemento de julgamento, basea-
Todos têm virtudes e aspectos negativos. Então, vivem-se os
do naquilo que o indivíduo acredita ser correto, bom ou desejável.
aspectos mais positivos de cada tipo. Essas qualidades pode se so-
Os valores costumam ser relativamente estáveis e duradouros.
mar a outras de outro tipo, promovendo integração.
Se o tipo empreendedor se integra com o sonhador, ele pode Atitudes: As atitudes são afirmações avaliadoras – favoráveis
passar a ter autoestima apurada e a saber levar a vida sem dramas. ou desfavoráveis – em relação a objetos, pessoas ou eventos. Re-
fletem como um indivíduo se sente em relação a alguma coisa.
Ficará mais otimista, espontâneo e criativo também. Não se prende
Quando digo “gosto do meu trabalho” estou expressando minha
a fazer coisas que não satisfazem seus desejos e os dos outros. Se o
tipo individualista integra-se com o empreendedor, provavelmen- atitude em relação ao trabalho. As atitudes não são o mesmo que
te ele poderá ser capaz de agir no presente e com objetividade, os valores, mas ambos estão inter-relacionados e envolve três com-
aceitando a realidade e vivendo suas emoções como são, sem ten- ponentes: cognitivo, afetivo e comportamental.
A convicção que “discriminar é errado” é uma afirmativa ava-
tar ampliá-las. Já se o sonhador integrar-se com o observador, sua
liadora. Essa opinião é o componente cognitivo de uma atitude. Ela
capacidade de introspecção será imensa e saberá como ninguém
estabelece a base para a parte mais crítica de uma atitude: o seu
apreciar o silêncio e a reflexão.
componente afetivo. O afeto é o segmento da atitude que se refere
Para o sucesso das equipes, se faz necessário que os seus inte-
grantes utilizem-se de empatia, coloquem-se no lugar dos outros, ao sentimento e às emoções e se traduz na afirmação “Não gosto
estejam receptivos ao processo de integração e, dessa forma, per- de João porque ele discrimina os outros”. Finalmente, o sentimento
pode provocar resultados no comportamento. O componente com-
mitam-se amoldar. Se não houver esse tipo de abertura, em que
cada um dos elementos ceda, a equipe será composta de pessoas portamental de uma atitude se refere à intenção de se comportar
de determinada maneira em relação a alguém ou alguma coisa. En-
que competem entre si, o que traz o retrocesso da equipe ao con-
tão, para continuar no exemplo, posso decidir evitar a presença de
ceito simplista de grupo, ou seja, apenas um agrupamento de indi-
víduos que dividem o mesmo espaço físico, mas que possuem obje- João por causa dos meus sentimentos em relação a ele.
Encarar a atitude como composta por três componentes – cog-
tivos e metas diferentes, bem como não buscam o aprimoramento
e crescimento dos outros.1 nição, afeto e comportamento – é algo muito útil para compreen-
Em todo processo onde haja interação entre as pessoas vamos der sua complexidade e as relações potenciais entre atitudes e
comportamento. Ao contrário dos valores, as atitudes são menos
desenvolver relações interpessoais.
estáveis.
1 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Eficácia no relacionamento interpessoal • Liderança – proporcionar liderança na organização. Isso sig-


A competência interpessoal é a habilidade de lidar eficazmente nifica orientar as pessoas, definir objetivos e metas, abrir novos ho-
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma rizontes, avaliar o desempenho e proporcionar retroação.
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da si-
tuação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmen- Alguns gestores pensam que o ato de delegar a tomada de
te com relações interpessoais de acordo com três critérios: decisão para um funcionário é sinônimo de perda de controle ou
Percepçãoacurada da situação interpessoal, de suas variáveis liderança. Este é um ponto que merece uma discussão maior, uma
relevantes e respectiva interrelação. vez que abrange diversos aspectos, mas o mais importante de se
Habilidade de resolver realmente os problemas de tal modo destacar é que o empowerment valoriza os funcionários e melhora
que não haja regressões. a condução dos processos internos à empresa.
Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas envolvidas
continuem trabalhando juntas tão eficientemente, pelo menos, Vantagens do empowerment
como quando começaram a resolver seus problemas. Com mencionado anteriormente, a adoção do empowerment
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- por parte das empresas traz diversos benefícios para elas, como por
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O exemplo: o aumento da motivação e da satisfação dos funcionários,
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada aumentando assim a taxa de retenção dos talentos da empresa, o
da situação interpessoal. compartilhamento das responsabilidades e tarefas, maior agilidade
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- e flexibilidade no processo de tomada de decisão, etc. Além, claro,
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em de estimular o aparecimento de novos líderes dentro das empresas.
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. Por este motivo, é cada vez maior o número de gestores que
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- preparam suas organizações para a prática do empowerment, trei-
sões de uma outra na esperança de compreendê-la. nando e doutrinando seus funcionários para que possam receber
tais responsabilidades de forma correta.
Empoderamento Para Carlos Hilsdorf, o empowerment corresponde a uma re-
Para Chiavenato, o empowerment ou empoderamento, é uma lação que envolve poder e responsabilidade, como duas faces de
ação que permite melhorar a qualidade e a produtividade dos co- uma mesma moeda. Para promovê-lo, não basta transferir verbal-
laboradores, fazendo com que o resultado do serviço prestado seja mente poder às pessoas; elas precisam ter reais condições de agir
satisfatoriamente melhor. Estas melhorias acontecem através de no pleno exercício da sua responsabilidade, desenvolvendo o que
delegação de autoridade e de responsabilidade, fomentando a co- chamamos de “ownership“, ou seja, agirem como intraempreen-
laboração sistêmica entre diferentes níveis hierárquicos e a propa- dedores e como se fossem “proprietárias” do negócio, pensando
gação de confiança entre os liderados e os líderes. como empresários.
Ele simboliza a estratégia da organização e de seus gestores de
delegar a tomada de decisão para seus colaboradores, promoven- Aplicação do empowerment
do a flexibilidade, rapidez e melhoria no processo de tomada de Segundo Hilsdorf, para uma correta implantação do empower-
decisão da empresa. ment é necessário:
O empowerment permite aos funcionários da empresa toma- 1. Um profundo compartilhamento das informações com to-
rem decisões com base em informações fornecidas pelos gestores, dos os envolvidos. A informação é o objeto que destrói a incerteza.
aumentando sua participação e responsabilidade nas atividades Ela é fundamental para a correta tomada de decisões. A Informação
da empresa. Geralmente é utilizado em organizações com cultura deve circular, de maneira clara, transparente e adaptada à condição
participativa, que utilizam equipes de trabalho autodirigidas e que e necessidade de cada equipe em particular. Algumas informações
compartilham o poder com todos os seus funcionários. gerais para o bom entendimento do negócio e do cenário devem
O empowerment está diretamente ligado ao conceito de lide- ser compartilhadas com todas as pessoas, outras mais restritas e
rança e, também, cultura organizacional. Uma vez que não se pode sigilosas, apenas com as pessoas-chave.
criar uma cultura de delegação de poder aos funcionários em uma 2. A abertura para uma real autonomia dando às pessoas não
empresa engessada e burocrática, sem uma estrutura de hábitos somente as informações, mas o apoio e a liberdade necessária para
e pensamentos preparada para isso. A empresa que pretende se agirem. É preciso confiar nestes profissionais e incentivá-los a lide-
utilizar de uma prática como o empowerment não pode ter uma rar os processos em que estão envolvidos, e sob os quais assumi-
cultura de tomada de decisões centralizada, por exemplo. ram responsabilidades. Uma cultura punitiva impede a autonomia;
erros devem ser corrigidos, não punidos. A autonomia deve guiar-
O empowerment possui quatro bases principais, que são: -se pela visão, missão e valores da empresa, assim como por seus
• Poder – dar poder às pessoas, delegando autoridade e res- objetivos e metas, dentro do contexto dos sistemas e processos em
ponsabilidade em todos os níveis da organização. Isso significa dar vigor na organização.
importância e confiar nas pessoas, dar-lhes liberdade e autonomia 3. Redução dos níveis hierárquicos e da burocracia que tor-
de ação. nam as empresas lentas e rígidas. Através da prática de empower-
• Motivação – proporcionar motivação às pessoas para incen- ment, equipes auto-gerenciadas podem atingir alta performance e
tivá-las continuamente. Isso significa reconhecer o bom desempe- buscar a excelência em níveis muito superiores aos de empresas
nho, recompensar os resultados, permitir que as pessoas partici- centralizadoras.
pem dos resultados de seu trabalho e festejem o alcance das metas. Seguindo estes 3 passos básicos, a empresa torna sua adapta-
• Desenvolvimento – dar recursos às pessoas em termos de ção mais fácil e menos traumática. Gerando um ambiente apropria-
capacitação e desenvolvimento pessoal e profissional. Isso significa do para o aprendizado dos funcionários a fim de torná-los tomado-
treinar continuamente, proporcionar informações e conhecimento, res de decisão dentro da empresa.2
ensinar continuamente novas técnicas, criar e desenvolver talentos
na organização.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Eficácia no comportamento interpessoal. ✓ Cumprir todas as tarefas. Isso não é somente uma ques-
A postura profissional é o comportamento adequado dentro tão de bom senso, mas também uma questão de comprometimen-
das organizações, na qual busca seguir os valores da empresa para to profissional. Desenvolver as tarefas que lhe são atribuídas é um
um resultado positivo. ponto positivo que acaba também sendo avaliado por gestores do
colaborador.
A importância da qualidade ✓ Ser pontual. Faça o seu trabalho de maneira correta e
As mudanças no mundo, em geral, estão cada vez mais contí- cumpra os horários planejados, mantendo sempre a pontualidade
nuas aceleradas e, principalmente, diversificadas. Isso se deve ao para os compromissos marcados.
fenômeno da globalização, aos avanços tecnológicos, à preocupa- ✓ Respeitar os demais colegas de trabalho. Não é neces-
ção com a saúde e o meio ambiente, entre outros fatores. sário ter estima por todos os colegas de trabalho, mas respeitá-lo
Tanto os profissionais como as empresas precisam adequar seu é uma obrigação. Não apenas no ambiente de trabalho, mas em
perfil para atender a essas novas mudanças, inclusive se ajus- tando demais situações cotidianas. Por isso, respeitar as diferenças e os
às exigências do mercado, cada vez maiores. Para superar osnovos limites no relacionamento com os outros é fundamental.
desafios impostos pela realidade e atender às expectativas dos ✓ Aceitar opiniões. É importante saber escutar, opinar e
clientes, as empresas precisam de profissionais competentes eque aceitar opiniões diferentes, pois essa atitude acaba levando as pes-
realizem suas atividades com qualidade. soas a também entenderem o seu ponto de vista, sem que este seja
Mas, afinal, o que é qualidade? Qualidade, na linguagem cor- imposto ao demais.
porativa, é uma das condições para se ter sucesso e, hoje em dia, ✓ Autocrítica e interesse. Ao ter uma preocupação constan-
significa um dos diferenciais competitivos mais importantes. Ou te em melhorar, dificilmente se terá problemas com relação a pos-
seja, é um conjunto de características que distinguem, de forma tura profissional, pois essa preocupação constante em melhorar é
positiva, um profissional ou uma empresa dos demais e que agre- um ponto que leva a melhoria contínua nas carreiras profissionais.
gam valor ao seu trabalho. ✓ Espera-se que todo profissional tenha um preparo básico,
Para se manter competitivo no mercado e ter um diferencial, o mas o novo profissional deve demonstrar também esforço e inte-
profissional precisa realizar suas atividades corretamente. Apenas resse incansáveis para aprender.
a qualidade técnica, porém, não assegura o lugar no mercado. O ✓ É necessário ter um ânimo permanente, disposição para
grande desafio do profissional de qualquer área de atuação é saber o trabalho e para correr atrás do que se quer.
se relacionar bem (tratar as pessoas adequadamente, mostrar-se ✓ O profissional de hoje deve demonstrar disponibilidade e
disponível e acessível, ser gentil), ter um comportamento compa- boa administração do seu tempo e das suas tarefas.
tível com as regras e valores da empresa e se comunicar bem (se ✓ Muitas organizações começam a mostrar interesse em in-
fazer entender pelos outros, escrever bem, saber ouvir). vestir na capacitação de seus funcionários, mas, para isso, é preciso
Por fim, vale ressaltar: estamos falando de um conceito dinâ- uma sólida relação de confiança mútua.
mico, ou seja, cada empresa tem o seu. Fique atento: o que re- ✓ A ética é fundamental no trabalho. Sem seriedade, nenhu-
presenta qualidade para uma empresa não necessariamente o é ma relação profissional pode dar certo.
para outra. Portanto, ao iniciar qualquer experiência profissional,
procure entender quais são as competências valorizadas naquele Há, ainda, outras características que certamente podem contar
ambiente de trabalho. Investir nelas é o primeiro passo para reali- pontos positivos na hora da contratação ou mesmo na convivência
zar suas tarefas com qualidade. diária no ambiente de trabalho: uma boa rede de contatos; per-
sistência (uma vez que a vontade, por si só, às vezes não basta);
As novas exigências cuidado com a aparência; assiduidade e pontualidade.
Aqueles que pretendem ingressar no mercado de trabalho já A Conexão Profissional, na terceira edição da série Desafios
devem ter escutado de professores, pais ou pessoas mais experien- para se tornar um bom profissional, trata de mais um dos desafios
tes que “a concorrência está cada vez mais acirrada” e que “é preci- dos recém-chegados ao mundo corporativo: a atenção aos proces-
so se preparar”, e os recém-chegados ao mundo corporativo já po- sos e às rotinas nas organizações.
dem ter constatado esse fato. Mas o que isso significa na prática? Ao integrar uma equipe de trabalho, um dos primeiros passos
Há quem ache que “se preparar” está diretamente ligado à es- a serem dados é procurar compreender a rotina da organização. Ter
colha do curso superior e ao desempenho na faculdade, mas não uma visão global das atividades que a organização desenvolve é
é de todo verdade: isso é o primeiro passo, mas não garante uma indispensável para um bom desempenho e, principalmente, para a
vaga no mercado. Dia após dia, surgem novas tecnologias e formas conquista da autonomia. Para tanto, é fundamental atenção con-
de se executar melhor uma tarefa e, com elas, relações de trabalho tínua aos processos. Com isso, você pode compreender o seu papel
que exigem uma nova postura profissional — a de desenvolver as na equipe e na organização, além de entender como os setores in-
“habilidades” necessárias para enfrentar os desafios propostos. Na teragem e qual a função e inter-relação de cada um, considerando
verdade, algumas dessas habilidades só ganharam destaque recen- o conjunto.
temente, enquanto outras apenas mudaram de foco, atualizando- Conhecer a rotina de sua equipe e da empresa permite otimizar
-se. Vejamos algumas delas: e sistematizar suas atividades. Além disso, você pode administrar
melhor o seu tempo, identificar e solucionar eventuais problemas
✓ Seja parceiro da educação. Uma boa postura profissio- nal
com mais agilidade, bem como propor alternativas para aprimorar
exige uma boa educação, ou seja, respeitar os demais, saberse
a qualidade do trabalho, sempre com o foco nos resultados.
comportar em público, honrar os compromissos e prezar pela
Sem a compreensão dos processos, é menos provável perceber
organização no ambiente de trabalho.
o seu papel na organização. Resultado: mais desperdício, menos
✓ Mantenha sempre uma boa aparência. Não é necessário
produtividade. Evite sempre trabalhar no “piloto automático”. Isso
estar sempre elegante, pois uma boa aparência significa saber usar
pode acarretar retrabalho, gasto desnecessário de energia e recur-
a roupa certa no lugar certo. Devemos saber nos vestir de acordo
sos, não-cumprimento de prazos, burocratização e baixa competiti-
com que o local de trabalho nos solicita, sabendo sempre o que é vidade. Em síntese: prejuízo para você e para a empresa.
certo e o que é errado para cada ambiente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Portanto, para satisfazer às exigências do mercado, é cada vez A inteligência acadêmica pouco tem a ver com a vida emocio-
mais importante possuir uma visão global do ambiente de trabalho. nal. As pessoas mais brilhantes podem afogar-se nos recifes das
Conhecer a rotina da organização e manter atenção aos processos paixões e dos impulsos desenfreados, pessoas com alto nível de QI
só trazem ganhos para ambas as partes: para o profissional, maior pode ser pilotos incompetentes de sua vida particular.
competitividade e possibilidade de agilizar soluções e, para a em- A aptidão emocional é uma capacidade que determina até
presa, equipes mais integradas e que falam a mesma língua. Para o onde podemos usar bem quaisquer outras aptidões que tenhamos,
conjunto, melhores resultados.3 incluindo o intelecto bruto.
Inteligência emocional: É a habilidade de lidar eficazmente
A competência interpessoal é habilidade de lidar eficazmente com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma
com relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada as necessidades de cada uma e as exigências da situação,
adequada à necessidade de cada uma delas e às exigências da si- observando as emoções e reações evidenciadas no comportamen-
tuação. Segundo C. Argyris (1968) é a habilidade de lidar eficazmen- to do outro e no seu próprio comportamento.
te com relações interpessoais de acordo com três critérios: Inteligência intrapessoal: É a habilidade de lidar com o seu
✓ Percepção acurada da situação interpessoal, de próprio comportamento. Exige autoconhecimento, controle emo-
suas variáveis relevantes e respectiva inter-relação. cional, automotivação e saber reconhecer os sentimentos quando
✓ Habilidade de resolver realmente os problemas eles ocorrem.
de tal modo que não haja regressões. Inteligência interpessoal: É a habilidade de lidar eficazmente
✓ Soluções alcançadas de tal forma que as pessoas com outras pessoas de forma adequada.
envolvidas continuem trabalhando juntas tão eficiente-
mente, pelo menos, como quando começaram a resolver ELEMENTOS BÁSICOS DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
seus problemas. • Autoconhecimento: Conhecer a si próprio, gerar autocon-
fiança, conhecer pontos positivos e negativos.
Dois componentes da competência interpessoal assumem im- • Controle Emocional: Capacidade de gerenciar as próprias
portância capital: a percepção e a habilidade propriamente dita. O emoções e impulsos.
processo da percepção precisa ser treinado para uma visão acurada • Automotivação: Capacidade de gerenciar as próprias emo-
da situação interpessoal. ções com vistas a uma meta a ser alcançada. Persistir diante de fra-
A percepção seletiva é um processo que aparece na comunica- cassos e dificuldades.
ção, pois os receptores vêm e ouvem seletivamente com base em • Reconhecer emoções nos outros: Empatia.
suas necessidades, experiências, formação, interesses, valores, etc. • Habilidade em relacionamentos interpessoais: aptidão so-
A percepção social: É o meio pelo qual a pessoa forma impres- cial
sões de uma outra na esperança de compreendê-la.
Fatores positivos do relacionamento
Novas COMPETÊNCIAS começam a ser exigidas pelas organiza- Chamamos de fatores positivos todos aqueles que, num soma-
ções, que reinventam sua dinâmica produtiva, desenvolvendo no- tório geral, irão contribuir para uma boa qualidade no atendimento
vas formas de trabalho e de resolução de conflitos. Surgem novos interno e externo. Assim, desde que cumpridos ou atendidos re-
paradigmas de relações das organizações com fornecedores, clien- quisitos básicos de valorização do outro, estaremos falando de um
tes e colaboradores. Nesse contexto, as relações humanas no am- bom relacionamento. Os níveis de relacionamento aqui devem ser
biente de trabalho tem sido foco da atenção dos gestores, para que elevados, tendo em vista sempre o direito de cada indivíduo de re-
sejam desenvolvidas habilidades e atitudes necessárias ao manejo ceber com qualidade a supressão de suas necessidades.
inteligente das relações interpessoais. O relacionamento entre pessoas é a forma como eles se tra-
tam e se comunicam. Quando os indivíduos se comunicam bem, e
DEFINIÇÃO DE COMPETÊNCIA o gostam de fazer, se diz que há um bom relacionamento entre as
Chamamos de competência a integração e a coordenação de partes. Quando se tratam mal, e pelo menos um deles não gosta de
um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes (C.H.A.) que entrar em contato com os outros, é um mau relacionamento.
na sua manifestação produzem uma atuação diferenciada.
Fatores que interferem no trabalho em equipe
C – conhecimento - SABER - Estrelismo;
H – habilidade – SABER FAZER - Ausência de comunicação e de liderança;
A - atitude - QUERER FAZER - Posturas autoritárias;
- Incapacidade de ouvir;
A COMPETÊNCIA TÉCNICA envolve o C.H.A em áreas técnicas - Falta de treinamento e de objetivos;
específicas. - Não saber “quem é quem” na equipe.
A COMPETÊNCIA INTERPESSOAL envolve o C.H.A nas relações Fatores positivos do relacionamento
interpessoais.
Comunicabilidade
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
• habilidade de expor as ideias;
Qualquer um pode zangar-se. Isso é fácil.
• clareza na comunicação verbal;
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora
• é a qualidade do ato comunicativo otimizado, no qual a men-
certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil.
sagem é transferida integral, correta, rápida e economicamente e
Aristóteles
sem “ruídos”.
Como trabalhar bem com os outros?Como entender os outros
e fazer-se entender?

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -
Objetividade • acham que estão sempre certos;
• relacionada com a clareza na informação prestada ao usuá- • tendem a colocar os outros na defensiva.
rio. • age como o “dono da verdade” - transmite a ideia de que
• é importante ser claro e direto nas informações prestadas, todos os outros são “ignorantes” e não têm nada de útil ou inte-

sem rodeios, dispensando informações desnecessárias à situação. ressante a dizer.


• quando afirma suas verdades e não admite contestação -
Eficiência transmite a mensagem de que vê a si mesmo como professor, con-
• A Administração Pública deve atender o cidadão com agili- siderando todos os outros como aprendizes.
dade, com adequada organização interna e ótimo aproveitamento • faz os ouvintes experimentarem sentimentos de inferiorida-
dos recursos disponíveis. de, o que produz um comportamento defensivo.

Presteza Habilidades necessárias ao bom relacionamento no trabalho


• Manifestação do interesse em atender às necessidades do • Habilidade de comunicar ideias de forma clara e precisa em
usuário. situações individuais e de grupo.
• Habilidade de ouvir e compreender o que os outros dizem.
Interesse • Habilidade de aceitar críticas sem fortes reações emocionais
• É importante mostrar-se interessado pelo problema/situação defensivas (tornando-se hostil ou “fechando-se”)
do cidadão-usuário. • Habilidade de dar feedback aos outros de modo útil e cons-
• Mostrar empenho para lhe apresentar as soluções. trutivo.
• O interesse na prestação do serviço está diretamente relacio- • Habilidade de percepção e consciência de necessidades, sen-
nado à presteza, à eficiência e à empatia. timentos e reações dos outros.
• Habilidade de reconhecer, diagnosticar e lidar com conflitos
Não apenas nas relações humanas assim como nas relações de e hostilidade dos outros.
trabalho, colocar-se no lugar do outro (empatia) garante maior sen- • Habilidade de modificar o meu ponto de vista e comporta-
sibilidade e interesse ao usuário do serviço público. mento no grupo em função do feedback dos outros e dos objetivos
a alcançar.
Tolerância • Tendência a procurar relacionamento mais próximo com as
• É a tendência em admitir que modos de pensar, agir e sentir pessoas, dar e receber afeto no seu grupo de trabalho.
são diferentes de pessoa para pessoa.
• É tolerante aquele que admite as diferenças e respeita à di- A empatia nas empresas
versidade.
Qual a relação entre empatia e produtividade?
Discrição “O conceito de empatia está relacionado á capacidade de ouvir
o outro de tal forma a compreender o mundo a partir de seu ponto
• Ser discreto é ter sensatez, ser reservado, recatado e des-
de vista. Não pressupõe concordância ou discordância, mas o enten-
cente.
dimento da forma de pensar, sentir e agir do interlocutor. No mo-
• Não devemos confundir com o princípio da publicidade. Os
mento em que isso ocorre de forma coletiva, a organização dialoga e
atos administrativos devem seguir o princípio da publicidade que
conhece saltos de produtividade e de satisfação das pessoas”.
significa manter a total transparência na prática dos atos da Admi-
(Silvia Dias – Diretora de RH da Alcoa)
nistração Pública.
• Ser discreto nas relações de trabalho e nas relações com o “A empatia é primordial para o desenvolvimento de lideran-
cidadão-usuário é preservar a privacidade e a individualidade, não ças e o aperfeiçoamento da gestão de pessoas, pois pressupõe o
invadir a privacidade, não espalhar detalhes da vida pessoal nem respeito ao outro; em uma dinâmica que favorece o aumento da
tampouco detalhes de assuntos que correm em segredo de justiça. produtividade”.
(Olga Lofredi – Presidente da Landmark )
Comportamento receptivo e defensivo
É quando desenvolvemos a compreensão mútua, ou seja, um
Comportamento Receptivo tipo de relacionamento onde as partes compreendem bem os va-
Significa perceber e aceitar possibilidades que a maioria das lores, deficiências e virtudes do outro. No contexto das relações
pessoas ignora ou rejeita prematuramente. humanas, pode-se afirmar que o sucesso dos relacionamentos in-
Pode ser de natureza sensorial ou psicológica. terpessoais depende do grau de compreensão entre os indivíduos.
No primeiro caso a pessoa se caracteriza por estar atento ao Quando há compreensão mútua as pessoas comunicam-se melhor
que acontece a sua volta. e conseguem resolver conflitos de modo saudável.
No segundo a característica é de pessoa de mente aberta e
sem preconceitos à novas ideias. Órgão, servidor e opinião pública
A curiosidade é inerente do comportamento receptivo. A opinião pública tem uma visão estereotipada do funcionário
público. Nesta visão, são realçados os aspectos negativos: menor
Comportamento Defensivo empenho no trabalho, descaso na prestação de serviços e acomo-
O servidor não tem comportamento receptivo quando: dação nas rotinas do emprego etc.
• parecem saber de tudo; Esta é uma visão muito antiga.
• nunca têm dúvidas; Desmistificar um estereótipo social é sabidamente uma tarefa
• que têm resposta para qualquer pergunta; de paciência e que demanda tempo. É necessária uma estratégia,
• sempre têm certeza das coisas; permanente e progressiva de esclarecimento da sociedade civil, a
• que não admitem ser contestados; fim de mostrar o porquê da existência do servidor público e sua
• têm todas as informações; necessidade. O porquê de sua necessária e constante valorização.
5

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

A Constituição de 1988 estabelece que a única maneira de pro- administrativos. Independentemente de seu perfil e função, ele é
vimento de cargos públicos efetivo é através de concurso. Atual- reiteradamente indagado pelo cidadão sobre os serviços oferecidos
mente, a maior parte do funcionalismo público de cargos efetivos é pela administração pública, bem como sobre as formas de acesso e
formada por servidores concursados, aprovados em certames que os prazos de execução.
exigem muito preparo. Atendentes, motoristas, recepcionistas, dirigentes, telefonis-
Mas,uma boa parte dos cargos comissionados, a maioria car- tas, técnicos, terceirizados, representam uma instituição aos olhos
gos de gestão, são ocupados por servidores nomeados segundo cri- do público externo.
térios de interresses políticos. Isso gera um quadro onde o servidor Tudo e todos comunicam. Cada integrante de uma organização
tem uma boa formação, mas os chefes são amadores. é um agente responsável por ajudar o cidadão a saber da existência
Além disso,há uma gama de outros funcionários selecionados de informações, ter acesso fácil e compreensão, delas se apropriar e
pelo critério “quemindica”, contratados temporariamente, ou ter- ter a possibilidade de dialogar e participar em busca da transforma-
ceirizados, ou para Consultoria e cujos contratos são renovados ção de sua própria realidade. (DUARTE, Jorge, 2007, p. 68).
inúmeras vezes equivalendo na prática a quase um cargo perma- O Estado, portanto, fala por meio de seus servidores. Ao aten-
nente. Infelizmente há ainda esses que caem de paraquedas no der o cidadão, ele é um braço do Estado em posição estratégica
serviço público. de porta-voz dos serviços disponíveis e “tradutor” de normas e
Entretanto, o que se percebe é que a cena da repartição cheia procedimentos, incumbido de adequar o conteúdo e a linguagem
de máquinas de datilografia e cadeiras com paletós sobre elas re- a cada demanda e a cada interlocutor. Além disso, também está em
pousando, hoje é tão pitoresca quanto rara. situação privilegiada para captar as impressões, críticas, dese- jos e
É claro que exames rigorosos para admissão de novos servido- necessidades do público, na medida em que o contato direto
res aumentam a qualidade do funcionalismo , mas não é só isso. É cotidiano com os cidadãos oferece subsídios para identificar fragi-
preciso estruturar carreiras no serviço público com cursos obrigató- lidades no atendimento, nos processos, na divulgação dos serviços
e na própria política.
rios e específicos para o setor público.
Lipsky (1980) destaca que esses atores têm informações que po-
Os cidadãos estão cada vez mais conscientes de que o serviço
dem indicar caminhos para aprimorar as políticas e promover a gestão
público que lhe é prestado não é gratuito: é muito caro. Pagam-
democrática dos programas. O valor estratégico da mediação que os
-se tributos de várias espécies, numa complexa configuração fiscal
servidores fazem entre o Estado e a sociedade, não só como executo-
(cumulatividade, bi-tributação, efeito cascata, guerra fiscal, etc...)
res, mas também definidores dessa relação, chama a atenção para a
que precisam arcar, inclusive, com os custos da burocracia excessi-
análise do seu papel na grande rede social interligada ao Estado.
va e da provisão para fraudes. O que alimenta o funcionamento de uma organização é o que o
A sociedade está ciente de que o serviço público deve ser efi- funcionário sabe. (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Nessa perspectiva,
ciente e de que o servidor público está ali para servir a sociedade. ele é percebido não como cumpridor de planos, mas um negocia-
O emprego público deve explorar as habilidades que fizeram o dor, capaz de incentivar o diálogo, coletivizar ideias, formular alter-
candidato ser empossado. A remuneração, a depender da carreira, nativas e articular a ação conjunta.
deve ser mantida em níveis competitivos ao da esfera privada. Mas, A complexidade dos problemas sociais requer retroalimenta-
nada disso visa a efemeridade do “status” que alguns servidores ção e aprendizagem constantes, decodificação das informações re-
públicos apreciam. Tudo visa o fim público, objetiva a satisfação das cebidas, flexibilização de regras e disseminação de conhecimento.
necessidades coletivas. Sob essa perspectiva, os servidores se revelam duplamente agen-
Uma nova política de recursos humanos é necessária. Deverá tes de comunicação pública: como agentes melhor posicionados
ser permanente e estar em constante aperfeiçoamento, produzin- para contribuir com informações e conhecimento para aprimorar
do, na ponta, servidores mais críticos, competentes, inovadores e os serviços públicos (levando informação do cidadão para o Estado
cientes de sua missão pública. Essa é a única forma de se resgatar, e deste para o cidadão) e também como agentes encarregados de
perante a sociedade, a dignidade da função, e se ganhar do público, efetivar as políticas públicas.
o reconhecimento devido. A comunicação dirigida face a face pode viabilizar soluções
Perante a sociedade, maus servidores não têm direitos - nem cotidianas para os cidadãos que solicitam atenção e esperam por
de grevar, porque são dispensáveis. Bons servidores, ao contrário, informações corretas. Além disso, Argenti (2006) afirma que a
competentes e atenciosos, tornam-se mais fortes e reconhecidos, credibilidade adquirida por meio do relacionamento com grupos
porque imprescindíveis. Não adianta simplesmente lutar pelo salá- específicos tende a surtir mais efeito que campanhas e anúncios
rio sem ter postura e ética na hora de servir.4 corporativos massivos.
As organizações públicas, e especificamente as administra-ções
O servidor na interação entre o Estado e a sociedade municipais, que desejam atingir resultados na implantação das
Ao trazer para o debate a importância de priorizar os servido- práticas de comunicação com seus cidadãos precisam utilizar com
res públicos nos processos de comunicação e relacionamento, par- eficiência o contato direto com estes, gerando interatividade e
te-se do pressuposto de que é no dia a dia, no atendimento face a contribuindo para a constituição de imagem favorável. (GERZSON;
face que o Estado mais é chamado a se posicionar. MULLER, 2009, p. 65).
E é nessa circunstância de interação direta entre os represen- Woodrow Wilson, um dos inspiradores do paradigma clássico
tantes do governo e aqueles que compõem a sociedade, que a ima- da administração pública, já em 1887, demonstrava a importância
gem construída nos demais meios de comunicação se confirma ou de aproximá-la da sociedade. Ele defendia a eliminação do anoni-
é atirada por terra. mato burocrático e a discricionariedade como formas de aumentar
A maioria das críticas ao governo é recebida pela equipe de a responsabilidade e criticava a desconfiança ilimitada nos adminis-
trabalho antes de chegar às autoridades eleitas. E quem mais exer- tradores e nas instituições públicas.
ce esse papel de “para-raios” é o servidor que trabalha em contato Considerando tais questões, abordar a comunicação pública
direto com o cidadão. Seja nos setores destinados exclusivamente sob o prisma da relação individual entre servidor e cidadão é uma
ao atendimento de reclamações e solicitações, seja na portaria, na tentativa de compreender as estratégias e os mecanismos envolvi-
rua, na obra, nas escolas, nas unidades de saúde ou nos setores dos na comunicação formal e informal e o modo como os servido-
res lidam com os interesses e as demandas dos cidadãos.
3 Fonte: www.metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com.br

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Chamar a atenção para o papel dos servidores na adequação quanto a comunicação pública direcionadas ao cidadão só se efeti-
das políticas governamentais é considerar que ações públicas não vam na ação, e o servidor que as implementa pode alterar o curso
são isentas. Elas trazem a marca dos interesses e das percepções de delas.
seus executores, o que pode causar distorções entre as necessida- Do ponto de vista comportamental, muito do que se sabe so-
des dos cidadãos e o que o Estado lhes oferece. (SKOCPOL, 1985). bre as estratégias de interação entre os servidores e os cidadãos
Busca-se, portanto, destacar a necessidade de considerar que o Es- deve-se às pesquisas empíricas desenvolvidas por Lipsky (1980). O
tado se submete não só a interesses localizados na sociedade, mas autor afirma que os servidores públicos desenvolvem um conjunto
também aos interesses de seus próprios membros. de estratégias que são postas em ação de acordo com o tipo de
Segundo Rhodes (1986), implícito à concepção de redes está o demanda existente.
argumento de que a implementação é um elemento-chave no pro- Chamado de “burocrata no nível da rua”, por Michael Lipsky
cesso político, pois os objetivos iniciais podem ser substancialmen- (1980), o servidor focado nesse estudo trata-se de um prestador
te transformados quando levados à prática. de serviços públicos, diretamente atuante na oferta desses servi-
Porém, a concepção tradicional da administração pública pres- ços e com contato pessoal com os usuários. A burocracia de nível
supõe que as políticas são implementadas tal como foram planeja- de rua (street level bureaucracy) considera que os escalões mais
das, desconsiderando o contexto e as especificidades de quem as baixos são essenciais para o funcionamento efetivo e prega que a
implementa e de quem as recebe. Focar as redes numa perspectiva aproximação ajuda a definir a relação entre Estado e sociedade.
micro possibilita perceber in loco como, de fato, a implementação (FERRAREZI, 2007).
das políticas é efetivada. Dasso Junior (2002) destaca que o papel a ser desempenhado
O distanciamento hierárquico e a falta de interação entre os pelos servidores diante da necessidade de flexibilizar procedimen-
formuladores (agentes políticos) e implementadores (agentes ad- tos burocráticos incongruentes com a realidade dos atendimentos
ministrativos) podem gerar distorções em ambos os processos, re- passa por reconstruir a capacidade analítica do Estado. É preciso
fletidas na distância entre a política planejada e a política que chega “dotar a administração pública de capacidade para dar respostas às
ao cidadão. A implementação dos programas criados nos níveis hie- demandas sociais, definidas através de processos participativos”.
rárquicos superiores pode diferir do que foi proposto, por diversos (DASSO JUNIOR, 2002, p. 13). Para isso, o autor defende a flexibili-
motivos: a falta de entendimento, a não explicitação dos objetivos, zação e redução da estrutura hierárquica, bem como a inclusão dos
os interesses políticos de quem implementa a ação, a (re)signifi- servidores na formulação e gestão das políticas.
cação em função da vivência e percepção do servidor, ou mesmo
a adaptação consciente às condições de trabalho ou às condições “O instrumento fundamental de ação do servidor é a informa-
específicas dos cidadãos atendidos. ção, o que requer capacidade de captar, transferir, disseminar e
Dentre os fatores que podem levar a essa desconexão está o utilizá-la de forma proativa e interativa.” (JUNQUEIRA; INOJOSA,
fato de que os trabalhadores que estão em suas atividades diárias 1992, p. 29). Mas, para alterar o formato instrumental de comuni-
em contato direto com os cidadãos possuem suas próprias referên- cação, é preciso vencer resistências e posições arraigadas. A cons-
cias; eles agem em respeito a elas (...). É relevante o fato de as po- trução de relacionamentos requer a superação de barreiras como
líticas públicas serem executadas no nível da rua, por funcionários a resistência de gestores e servidores historicamente acostumados
muitas vezes desconhecedores das políticas conforme o desenho com estruturas hierarquizadas e com um processo verticalizado e
original, desmotivados, sobrecarregados, trabalhando sob situação marcado pela apropriação e pelo controle da informação.
de estresse devido ao alto grau de incerteza inerente à diversida- Ao se analisar o Estado após o processo de redemocratização
de das necessidades dos clientes e aos parcos recursos disponíveis, do Brasil, é possível verificar que a incapacidade de os governos
quer para o pagamento dos salários, quer para a execução mesmo centrais darem respostas a demandas sociais cada vez mais com-
das políticas. (SCHMIDT, 2006, p. 17-18). plexas, diversas e conflitantes, cujos atores reivindicam atenção
Hogwood e Gunn (1993) listam diversas precondições para a diferenciada, resulta na descentralização administrativa.
adequada implementação das políticas públicas. Dentre outros fa- Embora tal medida, baseada no modelo da nova gestão pú-
tores, eles apontam o acordo sobre os objetivos, a perfeita comuni- blica, busque proporcionar mais flexibilidade e autonomia para
cação e coordenação e a obediência aos superiores. Considera-se, aproximar as estruturas de decisão dos cidadãos, a tendência dos
no entanto, que tais aspectos dificilmente serão totalmente atendi- governos em implementar políticas autorreferentes persiste. Veri-
dos porque os indivíduos tendem a resistir a serem tratados como fica-se uma proliferação de decisões “por um pequeno círculo que
meios. Eles interagem como seres integrais, trazendo suas próprias se localiza em instâncias enclausuradas na alta burocracia gover-
perspectivas. namental”.
(DINIZ, 1998, p. 34).
Mesmo que a formalidade burocrática vise a padronizar proce-
dimentos, os servidores têm uma certa liberdade de decisão. Sua
Assim, o desenho institucional trazido pela nova administração
adaptação às normas pode ser feita de modo a desvirtuar comple-
pública aumentou o isolamento dos decisores. (DINIZ, 2000). Via de
tamente os objetivos, ampliando ainda mais as cobranças relativas
regra, eles trabalham em gabinetes distantes dos pontos de atendi-
aos procedimentos burocráticos irrelevantes ou promovendo uma
mento e não mantêm contato frequente com os cidadãos atingidos
adaptação favorável ao cidadão, explicando os trâmites de forma
por suas decisões. Por outro lado, a maioria daqueles que mantêm
simplificada, apontando alternativas ou mesmo flexibilizando as contato cotidiano com os cidadãos no processo de implementação
normas para melhor atender cada cidadão. e disponibilização das políticas, nos balcões de atendimento, repre-
Assim, as prioridades outorgadas pelos planejadores também sentando o governo em reuniões com os diferentes grupos asso-
são influenciadas pelo poder político de instâncias do próprio po- ciativos da sociedade civil, ou executando políticas de educação,
der público. Destaca-se, então, a importância de focar a tríade go- saúde, habitação, infraestrutura e assistência social, exerce suas
verno-servidor-cidadão na comunicação pública. Entende-se, neste funções longe dos níveis hierárquicos estratégicos. Não raro, seu
caso, que o governo é o agente do primeiro escalão, responsável papel é considerado inexpressivo no modelo top-down de imple-
por grandes decisões e por formatar e planejar a implantação das mentação de políticas.
políticas públicas. Por outro lado, considera-se que tanto a política

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

A participação no gerenciamento pode criar motivação para o No enfoque da rede, ter prestígio significa ser um ator que re-
trabalho e mais independência além, é claro, de proporcionar mui- cebe mais informações do que envia. (WASSERMAN; FAUST, 1999,
tos benefícios para a instituição, que poderá entender melhor as p. 173). Sendo assim, a partir da análise das ligações é possível
demandas do cidadão, ao mesmo tempo em que o beneficia com identificar indivíduos mais bem posicionados em relação ao fluxo
um atendimento mais adequado. relacional e que, em razão desta posição, possuem maior poder de
Resolver problemas, seguidas vezes partindo do zero e utilizar influenciar a comunicação entre os indivíduos com os quais se re-
esforços em duplicata são, segundo Davenport e Prusak (1998), lacionam.
práticas comuns nas quais o conhecimento14 de soluções já criadas A análise de rede aponta o poder de influência dos atores com
não é compartilhado. Os autores destacam que há um saber oculto, base em diferentes aspectos posicionais. Ela identifica não só os
em estado latente no processo de trabalho e na mente dos tra- líderes de opinião, caracterizados como aqueles que mais influen-
balhadores, que pode ser conhecido e socializado. A transferência ciam as atividades, os relacionamentos e as informações na rede,
de conhecimento nas organizações também ocorre nas conversas mas também os membros pelos quais passam os fluxos mais in-
informais e contatos pessoais. O desafio é transformar o conheci- tensos, aqueles que mais intermedeiam contatos ou aqueles cujo
mento latente em linguagem comunicativa, de modo a incorporá-lo potencial pode ser melhor explorado; além das conexões diretas
ao processo de trabalho e ao patrimônio da instituição. e indiretas, o grau de reciprocidade; a interação dentro e entre os
Tal como destacam tais autores, se a realidade política de uma subgrupos e a coesão das relações. De forma análoga, também é
organização permite que se multipliquem enclausuradores do co- possível identificar aqueles que constituem barreiras, comprome-
nhecimento, o intercâmbio será mínimo. Eles defendem que, ao tendo o processo comunicacional.
invés de as informações serem represadas nos altos escalões ou Assim, a análise da comunicação organizacional, sob o prisma
mesmo em nível gerencial, elas tenham fluxo entre os níveis hie- das relações em rede, possibilita responder questões como: com
rárquicos e cheguem à ponta, aos funcionários que representam quem cada indivíduo busca informação sobre determinado assun-
diretamente a organização nos atendimentos cotidianos. Assim, a to; quais deles se conhecem ou quem tem acesso a quem; com que
informação constituiria não sórecurso estratégico para o planeja- frequência trocam informações; se os colegas sabem com quem bus-
mento, controle e tomada de decisão, mas também para embasar car cada tipo de informação; se utilizam tais fontes; que tipo de relação
as ações cotidianas. estabelecem. Mais que responder tais questões, a análise demonstra
como cada aspecto influencia a estrutura de relações do grupo.
Análise de redes sociais na comunicação organizacional A rede considera a dinâmica dos objetos empíricos das ciên-
A abundância de fluxos e demandas informacionais requer cias sociais e, portanto, é mutável. Ela possibilita indicar mudan- ças
reconhecer aorganização como ator social com influências mul- e permanências nos modos de comunicação e transferência de
tidirecionais. Nessa perspectiva, a rede não é apenas uma cadeia de informações, nas formas de sociabilidade, aprendizagem, autorias,
vínculos, mas também uma maneira de analisar e entender os escritas e acesso aos patrimônios culturais e de saberes das socie-
processos de comunicação no contexto das organizações de uma dades mundializadas. (MARTELETO, 2010, p. 28).
forma dinâmica e próxima da prática cotidiana, considerando-se as Com isso, as redes constituem um meio de aprimorar a comu-
relações que as constituem. nicação, respeitando a autonomia e as diferenças individuais, onde
Ao estabelecer vínculos internos e externos entre diferentes cada um constitui uma unidade em si, único em forma e posição.
conjuntos de ação, a análise das redes de comunicação possibilita Ao considerar a capacidade e os recursos informacionais de cada
estabelecer nexos explicativos entre as relações dinâmicas do sis- membro e sua competência em compartilhá-los, a rede possibilita
tema do “nós” da comunidade de comunicação com o ecossistema melhor promover articulações tanto na concepção quanto na exe-
externo do “eles” possibilitando, inclusive identificar suas dialéticas cução de suas funções.
na definição cognitiva de um campo de ação comum. (HANSEN, A comunicação no contexto das organizações como processo
2006, p. 2-3). relacional entre seus membros e destes com redes externas não é
Dentro das organizações, pode-se utilizar a metodologia de restrita às relações hierárquicas e aos meios formais. Mais que as
rede para identificar relações de cooperação e conflito, bem como
estratégias utilizadas pelos meios de comunicação institucional e
para avaliar a influência da hierarquia e de interesses individuais
mais ainda que os aspectos estritamente hierárquicos, analisar a
nas relações, as interações dentro dos setores e transetoriais, as
comunicação nesse contexto requer uma abordagem a partir dos
competências e as relações de poder. No aspecto das redes exter-
vínculos, construídos intencionalmente ou não e que estão em
nas, cabe considerar o atendimento, a captação de informações
que possibilitem adequar às demandas e as relações estabelecidas constante interação e transformação.
com outras organizações. A comunicação não é algo estanque. Ela existe a partir de uma
Se por um lado, a análise de redes sociais trabalha com os mes- rede de relações que produz múltiplos sentidos. Nessa concepção,
mos instrumentos de captação de dados utilizados pelas ciências a proposta é abordar acomunicação organizacional como um pro-
sociais: questionários, entrevista, análise documental; por outro, cesso social capaz de reconfigurar-se e reconfigurar continuamente
ela oferece novas possibilidades na análise de tais dados. a organização. Ao mesmo tempo em que ela constitui a realidade
A análise de redes sociais tem uma dimensão propriamente so- da organização, ela modifica estruturas e comportamentos.
cial e comunicacional, que permite traçar os elos, as interações e as Embora a análise de redes possibilite mapear o fluxo informal
motivações dos atores em função do convívio (concreto ou virtual) e de informações, percebe-se que os atores mais centrais são os líde-
dos interesses e dos objetivos compartilhados. (MARTELETO, 2010, res formais. Gerentes e coordenadores possuem grande influência
p.39) sobre o fluxo de informação. A unilateralidade das relações aponta
Nessa rede cujos nós são conectados pela relação que estabe- uma reduzida permeabilidade da rede ao cidadão. Os atendentes,
lecem,percebe-se que não só emissor e receptor se ajustam e se cuja função é manter contato direto com o cidadão, em geral, es-
influenciam na interação como também recebem outras influên- tão à margem. Atores periféricos, eles interagem com o ambiente
cias diretas e indiretas. A análise de redes sociais possibilita mapear externo e captam novos elementos que poderiam possibilitar a ino-
e analisar não apenas a mútua afetação, mas múltiplas afetações vação dentro da rede. No entanto, sua tímida participação no envio
decorrentes das interações intraorganizacionais e sociais mais am- de informações para os demais faz com que grande parte dessas
plas. informações se percam.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Considerando o servidor como ator com grande potencial não Por que é importante?
só para a definição e implementação de políticas públicas, como A pronúncia correta confere dignidade à mensagem que prega-
também para a participação individual do cidadão, o mapeamento mos. Permite que os ouvintes se concentrem no teor da mensagem
da rede e a análise das relações indicam a necessidade de incentivar sem ser distraídos por erros de pronúncia.
o aumento da densidade das relações e a reciprocidade dos laços. Fatores a considerar. Não há um conjunto de regras de pronún-
O histórico de reformas administrativas e a influência dos di- cia que se aplique a todos os idiomas. Muitos idiomas utilizam um
versos modelos de gestão pública emergem. A rede está inserida no alfabeto. Além do alfabeto latino, há também os alfabetos árabe,
centro da aposta de uma administração gerencialista focada em cirílico, grego e hebraico. No idioma chinês, a escrita não é feita por
metas e resultados. No entanto, a reprodução do organograma nas meio de um alfabeto, mas por meio de caracteres que podem ser
relações informais é um indicativo da influência do padrão burocrá- compostos de vários elementos.
tico de administrar. Esses caracteres geralmente representam uma palavra ou par-
Desconsiderar a ponte entre a rede intraorganizacional e a rede te de uma palavra. Embora os idiomas japonês e coreano usem ca-
extraorganizacional do órgão como elemento estratégico de acesso racteres chineses, estes podem ser pronunciados de maneiras bem
ao cidadão por meio da interação pessoal é criar uma barreira. É diferentes e nem sempre ter o mesmo significado.
por meio da interação entre as redes que elas se renovam. A troca Nos idiomas alfabéticos, a pronúncia adequada exige que se
de informações é que as torna dinâmicas e possibilita inovações. use o som correto para cada letra ou combinação de letras. Quando
o idioma segue regras coerentes, como é o caso do espanhol, do
grego e do zulu, a tarefa não é tão difícil. Contudo, as palavras es-
trangeiras incorporadas ao idioma às vezes mantêm uma pronúncia
POSTURA E ATENDIMENTO AO PÚBLICO parecida à original. Assim, determinadas letras, ou combinações de
letras, podem ser pronunciadas de diversas maneiras ou, às vezes,
Quando se fala em comunicação interna organizacional, auto- simplesmente não ser pronunciadas. Você talvez precise memo-
maticamente relaciona ao profissional de Relações Públicas, pois rizar as exceções e então usá-las regularmente ao conversar. Em
ele é o responsável pelo relacionamento da empresa com os seus chinês, a pronúncia correta exige a memorização de milhares de
diversos públicos (internos, externos e misto). caracteres. Em alguns idiomas, o significado de uma palavra muda
As organizações têm passado por diversas mudanças buscan- de acordo com a entonação. Se a pessoa não der a devida atenção
do a modernização e a sobrevivência no mundo dos negócios. Os a esse aspecto do idioma, poderá transmitir ideias erradas.
maiores objetivos dessas transformações são: tornar a empresa Se as palavras de um idioma forem compostas de sílabas, é im-
competitiva, flexível, capaz de responder as exigências do mercado, portante enfatizar a sílaba correta. Muitos idiomas que usam esse
reduzindo custos operacionais e apresentando produtos competi- tipo de estrutura têm regras bem definidas sobre a posição da sí-
tivos e de qualidade. laba tônica (aquela que soa mais forte). As palavras que fogem a
A reestruturação das organizações gerou um público interno de essas regras geralmente recebem um acento gráfico, o que torna
novo perfil. Hoje, os empregados são muito mais conscientes, relativamente fácil pronunciá-las de maneira correta. Contudo, se
responsáveis, inseridos e atentos às cobranças das empresas em houver muitas exceções às regras, o problema fica mais complica-
todos os setores. Diante desse novo modelo organizacional, é que do. Nesse caso, exige bastante memorização para se pronunciar
se propõe como atribuição do profissional de Relações Públicas ser corretamente as palavras.
o intermediador, o administrador dos relacionamentos institucio- Em alguns idiomas, é fundamental prestar bastante atenção
nais e de negócios da empresa com os seus públicos. Sendo assim, aos sinais diacríticos que aparecem acima e abaixo de determina-
fica claro que esse profissional tem seu campo de ação na política das letras, como: è, é, ô, ñ, ō, ŭ, ü, č, ç.
de relacionamento da organização. Na questão da pronúncia, é preciso evitar algumas armadilhas.
A comunicação interna, portanto, deve ser entendida como um A precisão exagerada pode dar a impressão de afetação e até de
feixe de propostas bem encadeadas, abrangentes, coisa sig- esnobismo. O mesmo acontece com as pronúncias em desuso. Tais
nificativamente maior que um simples programa de comunicação coisas apenas chamam atenção para o orador. Por outro lado, é
impressa. Para que se desenvolva em toda sua plenitude, as empre- bom evitar o outro extremo e relaxar tanto no uso da linguagem
sas estão a exigir profissionais de comunicação sistêmicos, abertos, quanto na pronúncia das palavras. Algumas dessas questões já fo-
treinados, com visões integradas e em permanente estado de aler- ram discutidas no estudo “Articulação clara”.
ta para as ameaças e oportunidades ditadas pelo meio ambiente. Em alguns idiomas, a pronúncia aceitável pode diferir de um
Percebe-se com isso, a multivariedade das funções dos Rela- país para outro — até mesmo de uma região para outra no mesmo
ções Públicas: estratégica, política, institucional, mercadológica, país. Um estrangeiro talvez fale o idioma local com sotaque. Os di-
social, comunitária, cultural, etc.; atuando sempre para cumprir os cionários às vezes admitem mais de uma pronúncia para determi-
objetivos da organização e definir suas políticas gerais de relacio- nada palavra. Especialmente se a pessoa não teve muito acesso à
namento. instrução escolar ou se a sua língua materna for outra, ela se bene-
Em vista do que foi dito sobre o profissional de Relações Públi- ficiará muito por ouvir com atenção os que falam bem o idioma lo-
cas, destaca-se como principal objetivo liderar o processo de comu- cal e imitar sua pronúncia. Como Testemunhas de Jeová queremos
nicação total da empresa, tanto no nível do entendimento, como falar de uma maneira que dignifique a mensagem que pregamos e
no nível de persuasão nos negócios. que seja prontamente entendida pelas pessoas da localidade.
No dia-a-dia, é melhor usar palavras com as quais se está bem
Pronúncia correta das palavras familiarizado. Normalmente, a pronúncia não constitui problema
Proferir as palavras corretamente. Isso envolve: numa conversa, mas ao ler em voz alta você poderá se deparar com
- Usar os sons corretos para vocalizar as palavras; palavras que não usa no cotidiano.
- Enfatizar a sílaba certa;
- Dar a devida atenção aos sinais diacríticos Maneiras de aprimorar
Muitas pessoas que têm problemas de pronúncia não se dão
conta disso.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Em primeiro lugar, quando for designado a ler em público, con- esperar que o seu interlocutor desligue o telefone. Isso garante que
sulte num dicionário as palavras que não conhece. Se não tiver prá- ele não interrompa o usuário ou o cliente. Se ele quiser comple-
tica em usar o dicionário, procure em suas páginas iniciais, ou finais, mentar alguma questão, terá tempo de retomar a conversa.
a explicação sobre as abreviaturas, as siglas e os símbolos fonéticos
usados ou, se necessário, peça que alguém o ajude a entendê-los. No atendimento telefônico, a linguagem é o fator principal para
Em alguns casos, uma palavra pode ter pronúncias diferentes, de- garantir a qualidade da comunicação. Portanto, é preciso que o
pendendo do contexto. Alguns dicionários indicam a pronúncia de atendente saiba ouvir o interlocutor e responda a suas deman- das
letras que têm sons variáveis bem como a sílaba tônica. Antes de de maneira cordial, simples, clara e objetiva. O uso correto da língua
fechar o dicionário, repita a palavra várias vezes em voz alta. portuguesa e a qualidade da dicção também são fatores im-
Uma segunda maneira de melhorar a pronúncia é ler para al- portantes para assegurar uma boa comunicação telefônica. É fun-
damental que o atendente transmita a seu interlocutor segurança,
guém que pronuncia bem as palavras e pedir-lhe que corrija seus
compromisso e credibilidade.
erros.
Além das recomendações anteriores, são citados, a seguir,
Um terceiro modo de aprimorar a pronúncia é prestar atenção
procedimentos para a excelência no atendimento telefônico:
aos bons oradores. • Identificar e utilizar o nome do interlocutor: ninguém gos-
ta de falar com um interlocutor desconhecido, por isso, o atenden-
Pronúncia de números telefonicos te da chamada deve identificar-se assim que atender ao telefone.
O número de telefone deve ser pronunciado algarismo por al- Por outro lado, deve perguntar com quem está falando e passar a
garismo. tratar o interlocutor pelo nome. Esse toque pessoal faz com que o
Deve-se dar uma pausa maior após o prefixo. interlocutor se sinta importante;
Lê-se em caso de uma sequencia de números de tres em tres • assumir a responsabilidade pela resposta: a pessoa que
algarismos, com exceção de uma sequencia de quatro numeros jun- atende ao telefone deve considerar o assunto como seu, ou seja,
tos, onde damos uma pausa a cada dois algarismos. comprometer-se e, assim, garantir ao interlocutor uma resposta
O número “6” deve ser pronunciado como “meia” e o número rápida. Por exemplo: não deve dizer “não sei”, mas “vou imediata-
“11”, que é outra exceção, deve ser pronunciado como “onze”. mente saber” ou “daremos uma resposta logo que seja possível”.
Se não for mesmo possível dar uma resposta ao assunto, o aten-
Veja abaixo os exemplos dente deverá apresentar formas alternativas para o fazer, como:
011.264.1003 – zero, onze – dois, meia, quatro – um, zero – fornecer o número do telefone direto de alguém capaz de resolver
zero, tres o problema rapidamente, indicar o e-mail ou numero da pessoa
021.271.3343 – zero, dois, um – dois, sete, um – tres, tres – responsável procurado. A pessoa que ligou deve ter a garantia de
quatro, tres que alguém confirmará a recepção do pedido ou chamada;
031.386.1198 – zero, tres, um – tres, oito, meia – onze – nove, • Não negar informações: nenhuma informação deve ser
oito negada, mas há que se identificar o interlocutor antes de a for-
necer, para confirmar a seriedade da chamada. Nessa situação, é
Exceções adequada a seguinte frase: vamos anotar esses dados e depois en-
110 -cento e dez traremos em contato com o senhor
111 – cento e onze • Não apressar a chamada: é importante dar tempo ao tem-
211 – duzentos e onze po, ouvir calmamente o que o cliente/usuário tem a dizer e mostrar
que o diálogo está sendo acompanhado com atenção, dando fee-
118 – cento e dezoito
dback, mas não interrompendo o raciocínio do interlocutor;
511 – quinhentos e onze
0001 – mil ao contrario
• Sorrir: um simples sorriso reflete-se na voz e demonstra
que o atendente é uma pessoa amável, solícita e interessada;

Atendimento telefônico
• Ser sincero: qualquer falta de sinceridade pode ser catastró-
fica: as más palavras difundem-se mais rapidamente do que as boas;
Na comunicação telefônica, é fundamental que o interlocutor • Manter o cliente informado: como, nessa forma de comunica-
se sinta acolhido e respeitado, sobretudo porque se trata da utili- ção, não se estabele o contato visual, é necessário que o atendente, se ti-
zação de um canal de comunicação a distância. É preciso, portanto, ver mesmo que desviar a atenção do telefone durante alguns segundos,
que o processo de comunicação ocorra da melhor maneira possível peça licença para interromper o diálogo e, depois, peça desculpa pela
para ambas as partes (emissor e receptor) e que as mensagens se- demora. Essa atitude é importante porque poucos segundos podem pa-
jam sempre acolhidas e contextualizadas, de modo que todos pos- recer uma eternidade para quem está do outro lado da linha;
sam receber bom atendimento ao telefone. • Ter as informações à mão: um atendente deve conservar
Alguns autores estabelecem as seguintes recomendações para a informação importante perto de si e ter sempre à mão as infor-
o atendimento telefônico: mações mais significativas de seu setor. Isso permite aumentar a
• não deixar o cliente esperando por um tempo muito longo. rapidez de resposta e demonstra o profissionalismo do atendente;
É melhor explicar o motivo de não poder atendê-lo e retornar a • Estabelecer os encaminhamentos para a pessoa que liga:
ligação em seguida; quem atende a chamada deve definir quando é que a pessoa deve
• o cliente não deve ser interrompido, e o funcionário tem de voltar a ligar (dia e hora) ou quando é que a empresa ou instituição
se empenhar em explicar corretamente produtos e serviços; vai retornar a chamada.
• atender às necessidades do cliente; se ele desejar algo que o • Todas estas recomendações envolvem as seguintes atitu-
atendente não possa fornecer, é importante oferecer alternativas; des no atendimento telefônico:
• agir com cortesia. Cumprimentar com um “bom-dia” ou • Receptividade - demonstrar paciência e disposição para
“boa-tarde”, dizer o nome e o nome da empresa ou instituição são servir, como, por exemplo, responder às dúvidas mais comuns dos
atitudes que tornam a conversa mais pessoal. Perguntar o nome do usuários como se as estivesse respondendo pela primeira vez. Da
cliente e tratá-lo pelo nome transmitem a ideia de que ele é im- mesma forma é necessário evitar que interlocutor espere por res-
portante para a empresa ou instituição. O atendente deve também postas;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

• Atenção – ouvir o interlocutor, evitando interrupções, di- A comunicação entre as pessoas é algo multíplice, haja vista,
zer palavras como “compreendo”, “entendo” e, se necessário, ano- que transmitir uma mensagem para outra pessoa e fazê-la com-
tar a mensagem do interlocutor); preender a essência da mesma é uma tarefa que envolve inúmeras
• Empatia - para personalizar o atendimento, pode-se pro- variáveis que transformam a comunicação humana em um desafio
nunciar o nome do usuário algumas vezes, mas, nunca, expressões constante para todos nós.
como “meu bem”, “meu querido, entre outras); E essa complexidade aumenta quando não há uma comunica-
• Concentração – sobretudo no que diz o interlocutor (evi- ção visual, como na comunicação por telefone, onde a voz é o único
tar distrair-se com outras pessoas, colegas ou situações, desvian- instrumento capaz de transmitir a mensagem de um emissor para
um receptor. Sendo assim, inúmeras empresas cometem erros pri-
do-se do tema da conversa, bem como evitar comer ou beber en-
mários no atendimento telefônico, por se tratar de algo de difícil
quanto se fala);
consecução.
• Comportamento ético na conversação – o que envolve Abaixo 16 dicas para aprimorar o atendimento telefônico, de
também evitar promessas que não poderão ser cumpridas.
modo a atingirmos a excelência, confira:
1 - Profissionalismo: utilize-se sempre de uma linguagem for-
Atendimento e tratamento
mal, privilegiando uma comunicação que transmita respeito e se-
O atendimento está diretamente relacionado aos negócios de
riedade. Evite brincadeiras, gírias, intimidades, etc, pois assim fa-
uma organização, suas finalidades, produtos e serviços, de acordo
zendo, você estará gerando uma imagem positiva de si mesmo por
com suas normas e regras. O atendimento estabelece, dessa forma,
conta do profissionalismo demonstrado.
uma relação entre o atendente, a organização e o cliente.
2 - Tenha cuidado com os ruídos: algo que é extremamente
A qualidade do atendimento, de modo geral, é determinada
prejudicial ao cliente são as interferências, ou seja, tudo aquilo que
por indicadores percebidos pelo próprio usuário relativamente a:
atrapalha a comunicação entre as partes (chieira, sons de aparelhos
• competência – recursos humanos capacitados e recursos tec-
nológicos adequados; eletrônicos ligados, etc.). Sendo assim, é necessário manter a linha
• confiabilidade – cumprimento de prazos e horários estabele- “limpa” para que a comunicação seja eficiente, evitando desvios.
cidos previamente; 3 - Fale no tom certo: deve-se usar um tom de voz que seja
• credibilidade – honestidade no serviço proposto; minimamente compreensível, evitando desconforto para o cliente
• segurança – sigilo das informações pessoais; que por várias vezes é obrigado a “implorar” para que o atendente
• facilidade de acesso – tanto aos serviços como ao pessoal de fale mais alto.
contato; 4 - Fale no ritmo certo: não seja ansioso para que você não
• comunicação – clareza nas instruções de utilização dos ser- cometa o erro de falar muito rapidamente, ou seja, procure encon-
viços. trar o meio termo (nem lento e nem rápido), de forma que o cliente
Fatores críticos de sucesso ao telefone: entenda perfeitamente a mensagem, que deve ser transmitida com
- A voz / respiração / ritmo do discurso clareza e objetividade.
- A escolha das palavras 5 - Tenha boa dicção: use as palavras com coerência e coesão
- A educação para que a mensagem tenha organização, evitando possíveis erros
de interpretação por parte do cliente.
Ao telefone, a sua voz é você. A pessoa que está do outro lado 6 - Tenha equilíbrio: se você estiver atendendo um cliente sem
da linha não pode ver as suas expressões faciais e gestos, mas você educação, use a inteligência, ou seja, seja paciente, ouça-o atentamen-
transmite através da voz o sentimento que está alimentando ao te, jamais seja hostil com o mesmo e tente acalmá-lo, pois assim, você
conversar com ela. As emoções positivas ou negativas, podem ser estará mantendo sua imagem intacta, haja vista, que esses “dinossau-
reveladas, tais como: ros” não precisam ser atacados, pois, eles se matam sozinhos.
• Interesse ou desinteresse, 7 - Tenha carisma: seja uma pessoa empática e sorridente para
• Confiança ou desconfiança, que o cliente se sinta valorizado pela empresa, gerando um clima
• Alerta ou cansaço, confortável e harmônico. Para isso, use suas entonações com criati-
• Calma ou agressividade, vidade, de modo a transmitir emoções inteligentes e contagiantes.
• Alegria ou tristeza, 8 - Controle o tempo: se precisar de um tempo, peça o cliente
• Descontração ou embaraço, para aguardar na linha, mas não demore uma eternidade, pois, o
• Entusiasmo ou desânimo. cliente pode se sentir desprestigiado e desligar o telefone.
9 - Atenda o telefone o mais rápido possível: o ideal é atender
O ritmo habitual da comunicação oral é de 180 palavras por o telefone no máximo até o terceiro toque, pois, é um ato que de-
minuto; ao telefone deve-se reduzir para 120 palavras por minuto monstra afabilidade e empenho em tentar entregar para o cliente
aproximadamente, tornando o discurso mais claro. a máxima eficiência.
10 - Nunca cometa o erro de dizer “alô”: o ideal é dizer o nome
A fala muito rápida dificulta a compreensão da mensagem e da organização, o nome da própria pessoa seguido ainda, das tra-
pode não ser perceptível; a fala muito lenta pode o outro a julgar dicionais saudações (bom dia, boa tarde, etc.). Além disso, quando
que não existe entusiasmo da sua parte. for encerrar a conversa lembre-se de ser amistoso, agradecendo e
reafirmando o que foi acordado.
O tratamento é a maneira como o funcionário se dirige ao 11 - Seja pró ativo: se um cliente procurar por alguém que não está
cliente e interage com ele, orientando-o, conquistando sua simpa- presente na sua empresa no momento da ligação, jamais peça a ele para
tia. Está relacionada a: ligar mais tarde, pois, essa é uma função do atendente, ou seja, a de
• Presteza – demonstração do desejo de servir, valorizando retornar a ligação quando essa pessoa estiver de volta à organização.
prontamente a solicitação do usuário;
12 - Tenha sempre papel e caneta em mãos: a organização é
• Cortesia – manifestação de respeito ao usuário e de cor- um dos princípios para um bom atendimento telefônico, haja vista,
dialidade;
que é necessário anotar o nome da pessoa e os pontos principais
• Flexibilidade – capacidade de lidar com situações não-pre- que foram abordados.
vistas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

13 – Cumpra seus compromissos: um atendente que não tem - Ao atender uma chamada externa, você deve dizer o nome da
responsabilidade de cumprir aquilo que foi acordado demonstra sua empresa seguido de bom dia, boa tarde ou boa noite.
desleixo e incompetência, comprometendo assim, a imagem da - Essa chamada externa vai solicitar um ramalou pessoa. Você
empresa. Sendo assim, se tiver que dar um recado, ou, retornar deve repetir esse número ou nome, para ter certeza de que enten-
uma ligação lembre-se de sua responsabilidade, evitando esque- deucorretamente. Em seguida diga: “ Um momento, por favor,” e
cimentos. transfira a ligação.
14 – Tenha uma postura afetuosa e prestativa: ao atender o te-
lefone, você deve demonstrar para o cliente uma postura de quem Ao transferir as ligações, forneça as informações que já possui;
realmente busca ajudá-lo, ou seja, que se importa com os proble- faça uso do seu vocabulário profissional; fale somente o necessário
mas do mesmo. Atitudes negativas como um tom de voz desinte- e evite assuntos pessoais.
ressado, melancólico e enfadado contribuem para a desmotivação Nunca faça a transferência ligeiramente, sem informar ao seu
do cliente, sendo assim, é necessário demonstrar interesse e inicia- interlocutor o que vai fazer, para quem vai transferir a ligação,
tiva para que a outra parte se sinta acolhida. mantenha-o ciente dos passos desse atendimento.
15 – Não seja impaciente: busque ouvir o cliente atentamente, Não se deve transferir uma ligação apenas para se livrar dela.
sem interrompê-lo, pois, essa atitude contribui positivamente para Deve oferecer-se para auxiliar o interlocutor, colocar-se à disposição
a identificação dos problemas existentes e consequentemente para dele, e se acontecer de não ser possível, transfira-o para quem real-
mente possa atendê-lo e resolver sua solicitação. Transferir o cliente
as possíveis soluções que os mesmos exigem.
16 – Mantenha sua linha desocupada: você já tentou ligar para de um setor para outro, quando essa ligação já tiver sido transferida
várias vezes não favorece a imagem da empresa. Nesse caso, anote a
alguma empresa e teve que esperar um longo período de tempo
situação e diga que irá retornar com as informações solicitadas.
para que a linha fosse desocupada? Pois é, é algo extremamente in-
- Se o ramal estiver ocupado quando você fizer a transferência,
conveniente e constrangedor. Por esse motivo, busque não delon-
diga à pessoaque chamou: “O ramal está ocupado. Posso anotar
gar as conversas e evite conversas pessoais, objetivando manter, na
o recado e retornar a ligação.” É importante que você não deixe
medida do possível, sua linha sempre disponível para que o cliente uma linha ocupadacom uma pessoa que estáapenas esperando a
não tenha que esperar muito tempo para ser atendido. liberação de um ramal. Isso pode congestionar as linhas do equipa-
mento, gerando perda de ligações. Mas caso essa pessoa insista em
Buscar a excelência constantemente na comunicação huma- na falar com o ramal ocupado, você deve interromper a outra ligaçãoe
é um ato fundamental para todos nós, haja vista, que estamos nos dizer: “Desculpe-me interrompersua ligação, mas há uma chama-
comunicando o tempo todo com outras pessoas. Infelizmente da urgente do (a) Sr.(a) Fulano(a) para este ramal. O (a) senhor (a)
algumas pessoas não levam esse importante ato a sério, compro- pode atender?” Se a pessoa puder atender , complete a ligação, se
metendo assim, a capacidade humana de transmitir uma simples não, diga que a outra ligação ainda está em andamento e reafirme
mensagem para outra pessoa. Sendo assim, devemos ficar atentos sua possibilidade em auxiliar.
para não repetirmos esses erros e consequentemente aumentar-
mos nossa capacidade de comunicação com nosso semelhante. Lembre-se:
Você deve ser natural, mas não deve esquecer de certas forma-
Resoluções de situações conflitantes ou problemas quanto ao lidades como, por exemplo, dizer sempre “por favor” , “Queira des-
atendimento de ligações ou transferências culpar”, “Senhor”, “Senhora”. Isso facilita a comunicação e induz a
O agente de comunicação é o cartão de visita da empresa.. Por outra pessoa a ter com você o mesmo tipo de tratamento.
isso é muito importante prestar atenção a todos os detalhes do seu A conversa: existemexpressões que nunca devem ser usadas,
trabalho. Geralmente você é a primeira pessoa a manter contato tais como girias, meias palavras, e palavras com conotação de inti-
com o público. Sua maneira de falar e agir vai contribuir muito para midade. A conversa deve ser sempre mantida em nível profissional.
a imagem que irão formar sobre sua empresa. Não esqueça: a pri-
meira impressão é a que fica. Equipamento básico
Alguns detalhes que podem passar despercebidos na rotina do Além da sala, existem outras coisas necessárias para assegurar
seu trabalho: o bom andamento do seu trabalho:
- Voz: deve ser clara, num tom agradável e o mais natural pos- - Listas telefônicas atualizadas.
sível. Assim você fala só uma vez e evita perda de tempo. - Relação dos ramais por nomes de funcionários (em ordem
- Calma:Ás vezes pode não ser fácil mas é muito importante que alfabética).
você mantenha a calma e a paciência . A pessoa que esta chamando - Relação dos númerosde telefones mais chamados.
merece ser atendida com toda a delicadeza. Não deveser apressada - Tabela de tarifas telefônicas.
ou interrompida. Mesmo que ela seja um pouco grosseira, você não - Lápis e caneta
deve responder no mesmo tom. Pelo contrário, procure acalmá-la. - Bloco para anotações
- Interesse e iniciativa: Cada pessoa que chama merece aten- - Livro de registro de defeitos.
ção especial. E você, como toda boa telefonista, deve ser sempre
simpática e demonstrar interesse em ajudar. O que você precisa saber:
- Sigilo: Na sua profissão, às vezes é preciso saber de detalhe- O seu equipamento telefônico não é apenas parte do seu ma-
simportantes sobre o assunto que será tratado. Esses detalhes são terial de trabalho. É o que há de mais importante. Por isso você
confidenciais e pertencem somente às pessoas envolvidas. Você deve saber como ele funciona. Tecnicamente, o equipamento que
deve ser discreta e manter tudo em segredo. A quebra de sigilo nas você usa é chamado de CPCT - Central Privada de Comunicação Te-
ligações telefônicas é consideradauma falta grave, sujeita às pena- lefônica, que permite você fazer ligações internas (de ramal para
lidades legais. ramal) e externas. Atualmente existem dois tipos: PABX e KS.
- PABX (Private Automatic Branch Exchange): neste sistema,
O que dizer e como dizer todas as ligaçõesinternas e a maioria das ligações para fora da em-
Aqui seguem algumas sugestões de como atender as chama- presa são feitas pelos usuários de ramais. Todas as ligações que
das externas: entram, passam pela telefonista.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

- KS (Key System): todas as ligações, sejam elas de entrada, de - CORRIJA o erro imediatamente, ou diga quando vai corrigir.
saída ou internas, são feitas sem passar pela telefonista - Diga QUEM e COMO vai corrigir o problema.
- EXPLIQUE o que ocorreu, evitando justificar.
Informações básicas adicionais - Entretanto, se tiver uma boa justificativa, JUSTIFIQUE, mas
- Ramal: são os terminais de onde saem e entram as ligações com muita prudência. O Cliente não se interessa por “justificati-
telefônicas. Eles se dividem em: vas”. Este é um problema da empresa.
* Ramais privilegiados: são os ramais de onde se podem fazer
ligações para fora sem passar pela telefonista 4ª – O Cliente não está entendendo – o que fazer?
* Ramais semi-privilegiados: nestes ramais é necessário o auxi- - Concentre-se para entender o que realmente o Cliente quer
lio da telefonista para ligar para fora. ou, exatamente, o que ele não está entendendo e o porquê.
* Ramais restritos: só fazem ligações internas. - Caso necessário, explique novamente, de outro jeito, até que
-Linha - Tronco: linha telefônica que ligaa CPCT à central Tele- o Cliente entenda.
fônica Pública. - Alguma dificuldade maior? Peça Ajuda! Chame o gerente,
- Número-Chave ou Piloto: Número que acessa automatica- o chefe, o encarregado, mas evite, na medida do possível, que o
mente as linhas que estãoem busca automática, devendo ser o úni- Cliente saia sem entender ou concordar com a resolução.
co número divulgado ao público.
- Enlace: Meio pelo qual se efetuam as ligaçõesentre ramais e 5ª – Discussão com o Cliente
linhas-tronco. Em uma discussão com o Cliente, com ou sem razão, você
- Bloqueador de Interurbanos: Aparelho que impede a realiza- sempre perde!
ção de ligações interurbanas. Uma maneira eficaz de não cair na tentação de “brigar” ou
- DDG: (Discagem Direta Gratuita), serviço interurbano fran- “discutir” com um cliente é estar consciente – sempre alerta -, de
queado, cuja cobrança das ligaçõesé feita no telefone chamado. forma que se evite SINTONIZAR na mesma frequência emocional do
- DDR : (Discagem direta a Ramal) , as chamadas externas vão Cliente, quando esta for negativa. Exemplos:
diretopara o ramal desejado, sem passar pela telefonista . Isto só é
possível em algumas CPCTs do tipo PABX. O Cliente está... Reaja de forma oposta
- Pulso : Critério de medição de uma chamada por tempo, dis-
tância e horário. Falando alto, gritando. Fale baixo, pausadamente.
- Consultores: empregados da Telems que dãoorientaçãoàs Irritado Mantenha a calma.
empresas quanto ao melhor funcionamento dos sistemas de tele-
comunicações. Desafiando Não aceite. Ignore o desafio.
- Mantenedora: empresa habilitada para prestar serviço e dar Diga-lhe que é possível resolver o
assistência às CPCTs. Ameaçando problema sem a necessidade de
- Serviço Noturno: direciona as chamadas recebidas nos horá- uma ação extrema.
rios fora do expediente para determinados ramais. Só é possível em
Diga-lhe que o compreende, que
CPCTs do tipo PBX e PABX.
Ofendendo gostaria que ele lhe desse uma
oportunidade para ajudá-lo.
Em casos onde você se depara com uma situação que repre-
sente conflito ou problema, é necessário adequar a sua reação à
6ª – Equilíbrio Emocional
cada circunstância. Abaixo alguns exemplos.
Em uma época em que manter um excelente relacionamento
com o Cliente é um pré-requisito de sucesso, ter um alto coeficien-
1ª - Um cliente chega nervoso – o que fazer?
te de IE (Inteligência Emocional) é muito importante para todos os
- Não interrompa a fala do Cliente. Deixe-o liberar a raiva.
profissionais, particularmente os que trabalham diretamente no
- Acima de tudo, mantenha-se calmo.
- Por nenhuma hipótese, sintonize com o Cliente, em um esta- atendimento a Clientes.
do de nervosismo.
Você exercerá melhor sua Inteligência Emocional à medida que:
- Jamais diga ao Cliente: “Calma, o (a) senhor (a) está muito
- For paciente e compreensivo com o Cliente.
nervoso (a), tente acalmar-se”.
- Tiver uma crescente capacidade de separar as questões pes-
- Use frases adequadas ao momento. Frases que ajudam acal-
soais dos problemas da empresa.
mar o Cliente, deixando claro que você está ali para ajudá-lo
- Entender que o foco de “fúria” do Cliente não é você, mas,
2ª – Diante de um Cliente mal-educado – o que fazer? sim, a empresa. Que você só está ali como uma espécie de “para-
-raios”.
- O tratamento deverá ser sempre positivo, independentemen-
te das circunstâncias. - Não fizer pré julgamentos dos clientes.
- Entender que cada cliente é diferente do outro.
- Não fique envolvido emocionalmente. Aprenda a entender
- Entender que para você o problema apresentado pelo cliente
que você não é o alvo.
é um entre dezenas de outros; para o cliente não, o problema é
- Reaja com mais cortesia, com suavidade, cuidando para não
parecer ironia. Quando você toma a iniciativa e age positivamente, único, é o problema dele.
- Entender que seu trabalho é este: atender o melhor possível.
coloca uma pressão psicológica no Cliente, para que ele reaja de
modo positivo. - Entender que você e a empresa dependem do cliente, não ele
de vocês.
3ª – Diante de erros ou problemas causados pela empresa - Entender que da qualidade de sua REAÇÃO vai depender o
- ADMITA o erro, sem evasivas, o mais rápido possível. futuro da relação do cliente com a empresa.
- Diga que LAMENTA muito e que fará tudo que estiver ao seu
alcance para que o problema seja resolvido.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

POSTURA DE ATENDIMENTO - (Conduta/Bom senso/Cordia- como forma de avançar no próprio negócio. Dessa maneira, estes
lidade) dois itens se tornam complementares e inter-relacionados, com de-
pendência recíproca para terem peso.
A FUGA DOS CLIENTES Para conhecermos melhor a postura de atendimento, faz-se
As pesquisas revelam que 68% dos clientes das empresas fo- necessário falar do Verdadeiro profissional do atendimento.
gem delas por problemas relacionados à postura de atendimento.
Numa escala decrescente de importância, podemos observar Os três passos do verdadeiro profissional de atendimento:
os seguintes percentuais: 01. Entender o seu VERDADEIRO PAPEL, que é o de compreen-
- 68% dos clientes fogem das empresas por problemas de pos- der e atender as necessidades dos clientes, fazer com que ele seja
tura no atendimento; bem recebido, ajudá-lo a se sentir importante e proporcioná-lo um
ambiente agradável. Este profissional é voltado completamente
- 14% fogem por não terem suas reclamações atendidas;
para a interação com o cliente, estando sempre com as suas ante-
- 9% fogem pelo preço;
nas ligadas neste, para perceber constantemente as suas necessi-
- 9% fogem por competição, mudança de endereço, morte. dades. Para este profissional, não basta apenas conhecer o produto
ou serviço, mas o mais importante é demonstrar interesse em rela-
A origem dos problemas está nos sistemas implantados nas
ção às necessidades dos clientes e atendê-las.
organizações, muitas vezes obsoletos. Estes sistemas não definem
02. Entender o lado HUMANO, conhecendo as necessidades
uma política clara de serviços, não definem o que é o próprio ser-
dos clientes, aguçando a capacidade de perceber o cliente. Para
viço e qual é o seu produto. Sem isso, existe muita dificuldade em
entender o lado humano, é necessário que este profissional tenha
satisfazer plenamente o cliente.
uma formação voltada para as pessoas e goste de lidar com gente.
Estas empresas que perdem 68% dos seus clientes, não contra-
Se espera que ele fique feliz em fazer o outro feliz, pois para este
tam profissionais com características básicas para atender o públi- profissional, a felicidade de uma pessoa começa no mesmo instante
co, não treinam estes profissionais na postura adequada, não criam
em que ela cessa a busca de sua própria felicidade para buscar a
um padrão de atendimento e este passa a ser realizado de acordo
felicidade do outro.
com as características individuais e o bom senso de cada um.
03. Entender a necessidade de manter um ESTADO DE ESPÍ-
A falta de noção clara da causa primária da perda de clientes
RITO POSITIVO, cultivando pensamentos e sentimentos positivos,
faz com que as empresas demitam os funcionários “porque eles não
para ter atitudes adequadas no momento do atendimento. Ele sabe
sabem nem atender o cliente”. Parece até que o atendimento é a
que é fundamental separar os problemas particulares do dia a dia
tarefa mais simples da empresa e que menos merece preocu-
do trabalho e, para isso, cultiva o estado de espírito antes da chega-
pação. Ao contrário, é a mais complexa e recheada de nuances que
da do cliente. O primeiro passo de cada dia, é iniciar o trabalho com
perpassam pela condição individual e por condições sistêmicas.
a consciência de que o seu principal papel é o de ajudar os clientes
a solucionarem suas necessidades. A postura é de realizar serviços
Estas condições sistêmicas estão relacionadas a:
para o cliente.
1. Falta de uma política clara de serviços;
2. Indefinição do conceito de serviços;
Os requisitos para contratação deste profissional
3. Falta de um perfil adequado para o profissional de atendi-
Para trabalhar com atendimento ao público, alguns requisitos
mento;
são essenciais ao atendente. São eles:
4. Falta de um padrão de atendimento;
- Gostar de SERVIR, de fazer o outro feliz.
5. Inexistência do follow up;
- Gostar de lidar com gente.
6. Falta de treinamento e qualificação de pessoal. - Ser extrovertido.
- Ter humildade.
Nas condições individuais, podemos encontrar a contratação
- Cultivar um estado de espírito positivo.
de pessoas com características opostas ao necessário para atender
- Satisfazer as necessidades do cliente.
ao público, como: timidez, avareza, rebeldia...
- Cuidar da aparência.
SERVIÇO E POSTURA DE ATENDIMENTO
Com estes requisitos, o sinal fica verde para o atendimento.
Observando estas duas condições principais que causam a vin-
culação ou o afastamento do cliente da empresa, podemos separar
A POSTURA pode ser entendida como a junção de todos os as-
a estrutura de uma empresa de serviços em dois itens: os serviços
pectos relacionados com a nossa expressão corporal na sua totali-
e a postura de atendimento.
dade e nossa condição emocional.
O SERVIÇO assume uma dimensão macro nas organizações e,
como tal, está diretamente relacionado ao próprio negócio.
Podemos destacar 03 pontos necessários para falarmos de
Nesta visão mais global, estão incluídas as políticas de serviços,
POSTURA. São eles:
a sua própria definição e filosofia. Aqui, também são tratados os
01. Ter uma POSTURA DE ABERTURA: que se caracteriza por
aspectos gerais da organização que dão peso ao negócio, como: o
um posicionamento de humildade, mostrando-se sempre disponí-
ambiente físico, as cores (pintura), os jardins. Este item, portan- to,
vel para atender e interagir prontamente com o cliente. Esta POS-
depende mais diretamente da empresa e está mais relacionadocom
TURA DE ABERTURA do atendente suscita alguns sentimentos posi-
as condições sistêmicas.
tivos nos clientes, como por exemplo:
a) postura do atendente de manter os ombros abertos e o
Já a POSTURA DE ATENDIMENTO, que é o tratamento dispen-
peito aberto, passa ao cliente um sentimento de receptividade e
sado às pessoas, está mais relacionado com o funcionário em si,
acolhimento;
com as suas atitudes e o seu modo de agir com os clientes. Portan-
b) deixar a cabeça meio curva e o corpo ligeiramente inclinado
to, está ligado às condições individuais.
transmite ao cliente a humildade do atendente;
É necessário unir estes dois pontos e estabelecer nas políticas
c) o olhar nos olhos e o aperto de mão firme traduzem respeito
das empresas, o treinamento, a definição de um padrão de aten-
e segurança;
dimento e de um perfil básico para o profissional de atendimento,

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

d) a fisionomia amistosa, alenta um sentimento de afetividade Esta interação pode se caracterizar por um cumprimento ver-
e calorosidade. bal, uma saudação, um aceno de cabeça ou apenas por um aceno
de mão. O objetivo com isso, é fazer o cliente sentir-se acolhido e
02. Ter SINTONIA ENTRE FALA E EXPRESSÃO CORPORAL: que se certo de estar recebendo toda a atenção necessária para satisfazer
caracteriza pela existência de uma unidade entre o que dizemos e o os seus anseios.
que expressamos no nosso corpo.
Quando fazemos isso, nos sentimos mais harmônicos e con- Alguns exemplos são:
fortáveis. Não precisamos fingir, mentir ou encobrir os nossos sen- 1. No hotel, a arrumadeira está no corredor com o carrinho de
timentos e eles fluem livremente. Dessa forma, nos sentimos mais limpeza e o hóspede sai do seu apartamento. Ela prontamente olha
livres do stress, das doenças, dos medos. para ele e diz com um sorriso: “bom dia!”.
03. As EXPRESSÕES FACIAIS: das quais podemos extrair dois as- 2. O caixa de uma loja que cumprimenta o cliente no momento
pectos: o expressivo, ligado aos estados emocionais que elas tradu- do pagamento;
zem e a identificação destes estados pelas pessoas; e a sua função 3. O frentista do posto de gasolina que se aproxima ao ver o
social que diz em que condições ocorreu a expressão, seus efeitos carro entrando no posto e faz uma sudação...
sobre o observador e quem a expressa.
Podemos concluir, entendendo que, qualquer comportamento A INVASÃO
inclui posturas e é sempre fruto da interação complexa entre o or- Mas, interagir no RAIO DE AÇÃO não tem nada a ver com INVA-
ganismo e o seu meio ambiente. SÃO DE TERRITÓRIO.
Vamos entender melhor isso.
O olhar Todo ser humano sente necessidade de definir um TERRITÓ-
Os olhos transmitem o que está na nossa alma. Através do RIO, que é um certo espaço entre si e os estranhos. Este território
olhar, podemos passar para as pessoas os nossos sentimentos mais não se configura apenas em um espaço físico demarcado, mas prin-
profundos, pois ele reflete o nosso estado de espírito. cipalmente num espaço pessoal e social, o que podemos traduzir
Ao analisar a expressão do olhar, não vamos nos prender so- como a necessidade de privacidade, de respeito, de manter uma
mente a ele, mas a fisionomia como um todo para entendermos o distância ideal entre si e os outros de acordo com cada situação.
real sentido dos olhos. Quando estes territórios são invadidos, ocorrem cortes na
Um olhar brilhante transmite ao cliente a sensação de aco- privacidade, o que normalmente traz consequências negativas.
lhimento, de interesse no atendimento das suas necessidades, de Podemos exemplificar estas invasões com algumas situações corri-
vontade de ajudar. Ao contrário, um olhar apático, traduz fraqueza queiras: uma piada muito picante contada na presença de pessoas
e desinteresse, dando ao cliente, a impressão de desgosto e dissa- estranhas a um grupo social; ficar muito próximo do outro, quase
bor pelo atendimento. se encostando nele; dar um tapinha nas costas...
Mas, você deve estar se perguntando: O que causa este brilho Nas situações de atendimento, são bastante comuns as inva-
nos nossos olhos ? A resposta é simples: sões de território pelos atendentes. Estas, na sua maioria, causam
Gostar do que faz, gostar de prestar serviços ao outro, gostar mal-estar aos clientes, pois são traduzidas por eles como atitudes
de ajudar o próximo. grosseiras e poucos sensíveis. Alguns são os exemplos destas atitu-
Para atender ao público, é preciso que haja interesse e gosto, des e situações mais comuns:
pois só assim conseguimos repassar uma sensação agradável para - Insistência para o cliente levar um item ou adquirir um bem;
o cliente. Gostar de atender o público significa gostar de atender as - Seguir o cliente por toda a loja;
necessidades dos clientes, querer ver o cliente feliz e satisfeito. - O motorista de taxi que não pára de falar com o cliente pas-
sageiro;
Como o olhar revela a atitude da mente, ele pode transmitir: - O garçom que fica de pé ao lado da mesa sugerindo pratos
01. Interesse quando: sem ser solicitado;
- Brilha; - O funcionário que cumprimenta o cliente com dois beijinhos
- Tem atenção; e tapinhas nas costas;
- Vem acompanhado de aceno de cabeça. - O funcionário que transfere a ligação ou desliga o telefone
sem avisar.
02. Desinteresse quando:
- É apático; Estas situações não cabem na postura do verdadeiro profissio-
- É imóvel, rígido; nal do atendimento.
- Não tem expressão.
O sorriso
O olhar desbloqueia o atendimento, pois quebra o gelo. O olhar O SORRISO abre portas e é considerado uma linguagem uni-
nos olhos dá credibilidade e não há como dissimular com o olhar. versal.
Imagine que você tem um exame de saúde muito importante
A aproximação - raio de ação. para receber e está apreensivo com o resultado. Você chega à clí-
A APROXIMAÇÃO do cliente está relacionada ao conceito de nica e é recebido por uma recepcionista que apresenta um sorriso
RAIO DE AÇÃO, que significa interagir com o público, independente caloroso. Com certeza você se sentirá mais seguro e mais confiante,
deste ser cliente ou não. diminuindo um pouco a tensão inicial. Neste caso, o sorriso foi in-
Esta interação ocorre dentro de um espaço físico de 3 metros terpretado como um ato de apaziguamento.
de distância do público e de um tempo imediato, ou seja, pronta- O sorriso tem a capacidade de mudar o estado de espírito das
mente. pessoas e as pesquisas revelam que as pessoas sorridentes são ava-
Além do mais, deve ocorrer independentemente do funcioná- liadas mais favoravelmente do que as não sorridentes.
rio estar ou não na sua área de trabalho. Estes requisitos para a
interação, a tornam mais eficaz.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

O sorriso é um tipo de linguagem corporal, um tipo de comu- Quando estes cuidados básicos não são tomados, o cliente se
nicação não-verbal . Como tal, expressa as emoções e geralmente questiona : “ puxa, se ele não cuida nem dele, da sua aparência
informa mais do que a linguagem falada e a escrita. Dessa forma, pessoal, como é que vai cuidar de me prestar um bom serviço ? “
podemos passar vários tipos de sentimentos e acarretar as mais A apresentação pessoal, a aparência, é um aspecto importante
diversas emoções no outro. para criar uma relação de proximidade e confiança entre o cliente
e o atendente.
Ir ao encontro do cliente
Ir ao encontro do cliente é um forte sinal de compromisso no Cumprimento caloroso
atendimento, por parte do atendente. Este item traduz a importân- O que você sente quando alguém aperta a sua mão sem fir-
cia dada ao cliente no momento de atendimento, na qual o aten- meza ?
dente faz tudo o que é possível para atender as suas necessidades, Às vezes ouvimos as pessoas comentando que se conhece al-
pois ele compreende que satisfazê-las é fundamental. Indo ao en- guém, a sua integridade moral, pela qualidade do seu aperto de
contro do cliente, o atendente demonstra o seu interesse para com mão.
ele. O aperto de mão “ frouxo “ transmite apatia, passividade, baixa
energia, desinteresse, pouca interação, falta de compromisso com
A primeira impressão o contato.
Você já deve ter ouvido milhares de vezes esta frase: A PRIMEI- Ao contrário, o cumprimento muito forte, do tipo que machuca
RA IMPRESSÃO É A QUE FICA. a mão, ao invés de trazer uma mensagem positiva, causa um mal
Você concorda com ela? estar, traduzindo hiperatividade, agressividade, invasão e desres-
No mínimo seremos obrigados a dizer que será difícil a empre- peito. O ideal é ter um cumprimento firme, que prenda toda a mão,
sa ter uma segunda chance para tentar mudar a impressão inicial, mas que a deixe livre, sem sufocá-la. Este aperto de mão demons-
se esta foi negativa, pois dificilmente o cliente irá voltar. tra interesse pelo outro, firmeza, bom nível de energia, atividade e
É muito mais difícil e também mais caro, trazer de volta o clien- compromisso com o contato.
te perdido, aquele que foi mal atendido ou que não teve os seus É importante lembrar que o cumprimento deve estar associa-
desejos satisfeitos. do ao olhar nos olhos, a cabeça erguida, os ombros e o peito aber-
Estes clientes perdem a confiança na empresa e normalmen- te tos, totalizando uma sintonia entre fala e expressão corporal.
os custos para resgatá-la, são altos. Alguns mecanismos que as Não se esqueça: apesar de haver uma forma adequada de cum-
empresas adotam são os contatos via telemarketing, mala-direta, primentar, esta jamais deverá ser mecânica e automática.
visitas, mas nem sempre são eficazes.
A maioria das empresas não têm noção da quantidade de clien- Tom de voz
tes perdidos durante a sua existência, pois elas não adotam meca- A voz é carregada de magnetismo e como tal, traz uma onda de
nismos de identificação de reclamações e/ou insatisfações destes intensa vibração. O tom de voz e a maneira como dizemos as
clientes. Assim, elas deixam escapar as armas que teriam para re- palavras, são mais importantes do que as próprias palavras.
forçar os seus processos internos e o seu sistema de trabalho. Podemos dizer ao cliente: “a sua televisão deveria sair hoje do
Quando as organizações atentam para essa importância, elas conserto, mas por falta de uma peça, ela só estará pronta na próxi-
passam a aplicar instrumentos de medição. ma semana “. De acordo com a maneira que dizemos e de acordo
Mas, estes coletores de dados nem sempre traduzem a realida- com o tom de voz que usamos, vamos perceber reações diferentes
de, pois muitas vezes trazem perguntas vagas, subjetivas ou pedem do cliente.
a opinião aberta sobre o assunto. Se dizemos isso com simpatia, naturalmente nos desculpando
Dessa forma, fica difícil mensurar e acaba-se por não colher as pela falha e assumindo uma postura de humildade, falando com
informações reais. calma e num tom amistoso e agradável, percebemos que a reação
A saída seria criar medidores que traduzissem com fatos e da- do cliente será de compreensão.
dos, as verdadeiras opiniões do cliente sobre o serviço e o produto Por outro lado, se a mesma frase é dita de forma mecânica,
adquiridos da empresa. estudada, artificial, ríspida, fria e com arrogância, poderemos ter
Apresentação pessoal um cliente reagindo com raiva, procurando o gerente, gritando...
Que imagem você acha que transmitimos ao cliente quando o As palavras são símbolos com significados próprios. A forma
atendemos com as unhas sujas, os cabelos despenteados, as rou- como elas são utilizadas também traz o seu significado e com isso,
pas mal cuidadas... ? cada palavra tem a sua vibração especial.
O atendente está na linha de frente e é responsável pelo conta- Saber escutar
to, além de representar a empresa neste momento. Para transmitir Você acha que existe diferença entre OUVIR e ESCUTAR? Se
confiabilidade, segurança, bons serviços e cuidado, se faz necessá- você respondeu que não, você errou.
rio, também, ter uma boa apresentação pessoal. Escutar é muito mais do que ouvir, pois é captar o verdadeiro
sentido, compreendendo e interpretando a essência, o conteúdo da
Alguns cuidados são essenciais para tornar este item mais com- comunicação.
pleto. São eles: O ato de ESCUTAR está diretamente relacionado com a nossa
01. Tomar um BANHO antes do trabalho diário: além da função capacidade de perceber o outro. E, para percebermos o outro, o
higiênica, também é revigorante e espanta a preguiça; cliente que está diante de nós, precisamos nos despojar das bar-
02. Cuidar sempre da HIGIENE PESSOAL: unhas limpas, cabelos reiras que atrapalham e empobrecem o processo de comunicação.
cortados e penteados, dentes cuidados, hálito agradável, axilas as- São elas:
seadas, barba feita; * os nossos PRECONCEITOS;
03. Roupas limpas e conservadas; * as DISTRAÇÕES;
04. Sapatos limpos; * os JULGAMENTOS PRÉVIOS;
05. Usar o CRACHÁ DE IDENTIFICAÇÃO, em local visível pelo * as ANTIPATIAS.
cliente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Para interagirmos e nos comunicarmos a contento, precisamos Postura inadequada


compreender o TODO, captando os estímulos que vêm do outro, A postura inadequada é abrangente, indo desde a postura físi-
fazendo uma leitura completa da situação. ca ao mais sutil comentário negativo sobre a empresa na presença
Precisamos querer escutar, assumindo uma postura de recep- do cliente.
tividade e simpatia, afinal, nós temos dois ouvidos e uma boca, o Em relação à postura física, podemos destacar como inadequa-
que nos sugere que é preciso escutar mais do que falar. do, o atendente:
Quando não sabemos escutar o cliente - interrompendo-o, fa- * se escorar nas paredes da loja ou debruçar a cabeça no seu
lando mais que ele, dividindo a atenção com outras situações - tira- birô por não estar com o cliente (esta atitude impede que ele inte-
mos dele, a oportunidade de expressar os seus verdadeiros anseios raja no raio de ação);
e necessidades e corremos o risco de aborrecê-lo, pois não iremos * mascar chicletes ou fumar no momento do atendimento;
conseguir atende-las. * cuspir ou tirar meleca na frente do cliente (estas coisas só
A mais poderosa forma de escutar é a empatia ( que vamos devem ser feitas no banheiro);
conhecer mais na frente ). Ela nos permite escutar de fato, os sen- * comer na frente do cliente (comum nas empresas que ofere-
timentos por trás do que está sendo dito, mas, para isso, é preciso cem lanches ou têm cantina);
que o atendente esteja sintonizado emocionalmente com o cliente. * gritar para pedir alguma coisa;
Esta sintonia se dá através do despojamento das barreiras que já * se coçar na frente do cliente;
falamos antes. * bocejar (revela falta de interesse no atendimento).

Agilidade Em relação aos itens mais sutis, podemos destacar:


Atender com agilidade significa ter rapidez sem perder a quali- * se achar íntimo do cliente a ponto de lhe pedir carona, por
dade do serviço prestado. exemplo;
A agilidade no atendimento transmite ao cliente a idéia de res- * receber presentes do cliente em troca de um bom serviço;
peito. Sendo ágil, o atendente reconhece a necessidade do cliente * fazer críticas a outros setores, pessoas, produtos ou serviços
em relação à utilização adequada do seu tempo. na frente do cliente;
Quando há agilidade, podemos destacar: * desmerecer ou criticar o fabricante do produto que vende,
- o atendimento personalizado; o parceiro da empresa, denegrindo a sua imagem para o cliente;
- a atenção ao assunto; * falar mau das pessoas na sua ausência e na presença do clien-
- o saber escutar o cliente; te;
- cuidar das solicitações e acompanhar o cliente durante todo o * usar o cliente como desabafo dos problemas pessoais;
seu percurso na empresa. * reclamar na frente do cliente;
* lamentar;
O calor no atendimento * colocar problemas salariais;
O atendimento caloroso evita dissabores e situações constran- * “ lavar a roupa suja “ na frente do cliente.
gedoras, além de ser a comunhão de todos os pontos estudados
sobre postura. LEMBRE-SE: A ÉTICA DO TRABALHO É SERVIR AOS OUTROS E
O atendente escolhe a condição de atender o cliente e para NÃO SE SERVIR DOS OUTROS.
isto, é preciso sempre lembrar que o cliente deseja se sentir im-
portante e respeitado. Na situação de atendimento, o cliente busca Usar chavões
ser reconhecido e, transmitindo calorosidade nas atitudes, o aten- O mau profissional utiliza-se de alguns chavões como forma de
dente satisfaz as necessidades do cliente de estima e consideração. fugir à sua responsabilidade no atendimento ao cliente. Citamos
Ao contrário, o atendimento áspero, transmite ao cliente a aqui, os mais comuns:
sensação de desagrado, descaso e desrespeito, além de retornar ao PARE E REFLITA: VOCÊ GOSTARIA DE SER COMPARADO A ESTE
atendente como um bumerangue. ATENDENTE?
O EFEITO BUMERANGUE é bastante comum em situações de * o senhor como cliente TEM QUE ENTENDER...
atendimento, pois ele reflete o nível de satisfação, ou não, do clien- * o senhor DEVERIA AGRADECER O QUE A EMPRESA FAZ PELO
te em relação ao atendente. Com este efeito, as atitudes batem e SENHOR...
voltam, ou seja, se você atende bem, o cliente se sente bem e trata * o CLIENTE É UM CHATO QUE SEMPRE QUER MAIS...
o atendente com respeito. Se este atende mal, o cliente reage de * AÍ VEM ELE DE NOVO...
forma negativa e hostil. O cliente não está na esteira da linha de
produção, merecendo ser tratado com diferenciação e apreço. Estas frases geram um bloqueio mental, dificultando a libera-
Precisamos ter em atendimento, pessoas descontraídas, que ção do lado bom da pessoa que atende o cliente.
façam do ato de atender o seu verdadeiro sentido de vida, que é Aqui, podemos ter o efeito bumerangue, que torna um círculo
SERVIR AO PRÓXIMO. vicioso na postura inadequada, pois, o atendente usa os chavões
Atitudes de apatia, frieza, desconsideração e hostilidade, re- (pensa dessa forma em relação ao cliente e a situação de atendi-
tratam bem a falta de calor do atendente. Com estas atitudes, o mento ), o cliente se aborrece e descarrega no atendente, ou sim-
atendente parece estar pedindo ao cliente que este se afaste, vá em- plesmente não volta mais.
bora, desapareça da sua frente, pois ele não é bem vindo. Assim, o Para quebrar este ciclo, é preciso haver uma mudança radical
atendente esquece que a sua MISSÃO é SERVIR e fazer o cliente FELIZ. no pensamento e postura do atendente.

As gafes no atendimento Impressões finais do cliente


Depois de conhecermos a postura correta de atendimento, Toda a postura e comportamento do atendente vai levar o
também é importante sabermos quais são as formas erradas, para cliente a criar uma impressão sobre o atendimento e, consequen-
jamais praticá-las. Quem as pratica, com certeza não é um verda- temente, sobre a empresa.
deiro profissional de atendimento. Podemos dividi-las em duas par- Duas são as formas de impressões finais mais comuns do clien-
tes, que são: te:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

1) MOMENTO DA VERDADE: através do contato direto (pes- São eles:


soal) e/ou telefônico com o atendente; 01. O tom de voz: é através dele que transmitimos interesse e
2) TELEIMAGEM: através do contato telefônico. Vamos conhe- atenção ao cliente. Ao usarmos um tom frio e distante, passamos
cê-las com mais detalhes. ao cliente, a ideia de desatenção e desinteresse.
Ao contrário, se falamos com entusiasmo, de forma decidida e
Momentos da verdade atenciosamente, satisfazemos as necessidades do cliente de sentir-
Segundo Karl Albrecht, Momento da Verdade é qualquer epi- -se assistido, valorizado, respeitado, importante.
sódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da
organização e obtem uma impressão da qualidade do seu serviço. 02. O uso de PALAVRAS ADEQUADAS: pois com elas o atenden-
O funcionário tem poucos minutos para fixar na mente do te passa a ideia de respeito pelo cliente. Aqui fica expressamente
cliente a imagem da empresa e do próprio serviço prestado. Este é PROIBIDO o uso de termos como: amor, bem, benzinho, chuchu,
o momento que separa o grande profissional dos demais. mulherzinha, queridinha, colega...
Este verdadeiro profissional trabalha em cada momento da
verdade, considerando-o único e fundamental para definir a satis- 03. As ATITUDES CORRETAS: dando ao cliente, a impressão de
fação do cliente. Ele se fundamenta na chamada TRÍADE DO ATEN- educação e respeito. São INCORRETAS as atitudes de transferir a li-
DIMENTO OU TRIÂNGULO DO ATENDIMENTO, que é composto de gação antes do cliente concluir o que iniciou a falar; passar a ligação
elementos básicos do processo de interação, que são: para a pessoa ou ramal errado ( mostrando com isso que não ouviu
o que ele disse ); desligar sem cumprimento ou saudação; dividir a
A ) a pessoa atenção com outras conversas; deixar o telefone tocar muitas vezes
A pessoa mais importante é aquela que está na sua frente. sem atender; dar risadas no telefone.
Então, podemos entender que a pessoa mais importante é o cliente
que está na frente e precisa de atenção. Aspectos psicológicos do atendente
No Momento da Verdade, o atendente se relaciona diretamen- Nós falamos sobre a importância da postura de atendimento.
te com o cliente, tentando atender a todas as suas necessidades. Porém, a base dela está nos aspectos psicológicos do atendimento.
Não existe outra forma de atender, a não ser pelo contato direto e, Vamos a eles.
portanto, a pessoa fundamental neste momento é o cliente.
Empatia
B ) a hora O termo empatia deriva da palavra grega EMPATHÉIA, que sig-
A hora mais importante das nossas vidas é o agora, o presente, nifica entrar no sentimento. Portanto, EMPATIA é a capacidade de
pois somente nele podemos atuar. nos colocarmos no lugar do outro, procurando sempre entender
O passado ficou para atrás, não podendo ser mudado e o fu- as suas necessidades, os seus anseios, os seus sentimentos. Dessa
turo não nos cabe conhecer. Então, só nos resta o presente como forma, é uma aptidão pessoal fundamental na relação atendente -
fonte de atuação. Nele, podemos agir e transformar. O aqui e agora cliente. Para conseguirmos ser empáticos, precisamos nos despojar
são os únicos momentos nos quais podemos interagir e precisamos dos nossos preconceitos e preferências, evitando julgar o outro a
fazer isto da melhor forma. partir de nossas referências e valores.
A empatia alimenta-se da autoconsciência, que significa estar-
C ) a tarefa mos abertos para conhecermos as nossas emoções. Quanto mais
Para finalizar, falamos da tarefa. A nossa tarefa mais impor- isto acontece, mais hábeis seremos na leitura dos sentimentos dos
tante diante desta pessoa mais importante para nós, na hora mais outros. Quando não temos certeza dos nossos próprios sentimen-
importante que é o aqui e o agora, é FAZER O CLIENTE FELIZ, aten- tos, dificilmente conseguimos ver os dos outros.
dendo as suas necessidades. E, a chave para perceber os sentimentos dos outros, está na
Esta tríade se configura no fundamento dos Momentos da Ver- capacidade de interpretar os canais não verbais de comunicação do
dade e, para que estes sejam plenos, é necessário que os funcioná- outro, que são: os gestos, o tom de voz, as expressões faciais...
rios de linha de frente, ou seja, que atendem os clientes, tenham Esta capacidade de empatizar-se com o outro, está ligada ao
poder de decisão. É necessário que os chefes concedam autonomia envolvimento: sentir com o outro é envolver-se. Isto requer uma
aos seus subordinados para atuarem com precisão nos Momentos atitude muito sublime que se chama HUMILDADE. Sem ela é im-
da Verdade. possível ser empático.
Quando não somos humildes, vemos as pessoas de maneira
Teleimagem deturpada, pois olhamos através dos óculos do orgulho e do egoís-
Através do telefone, o atendente transmite a TELEIMAGEM da mo, com os quais enxergamos apenas o nosso pequenino mundo.
empresa e dele mesmo. O orgulho e o egoísmo são dois males que atacam a humanida-
TELEIMAGEM, então, é a imagem que o cliente forma na sua de, impedindo-a de ser feliz.
mente ( imagem mental ) sobre quem o está atendendo e , con- Com eles, não conseguimos sair do nosso mundinho , crian-
sequentemente, sobre a empresa ( que é representada por este do uma couraça ao nosso redor para nos proteger. Com eles, nós
atendente). achamos que somos tudo o que importa e esquecemos de olhar
Quando a TELEIMAGEM é positiva, a facilidade do cliente en- para o outro e perguntar como ele está, do que ele precisa, em que
caminhar os seus negócios é maior, pois ele supõe que a empresa podemos ajudar.
é comprometida com o cliente. No entanto, se a imagem é nega- Esquecemos de perceber principalmente os seus sentimentos
tiva, vemos normalmente o cliente fugindo da empresa. Como no e necessidades. Com o orgulho e o egoísmo, nos tornamos vaidosos
atendimento telefônico, o único meio de interação com o cliente, é e passamos a ver os outros de acordo com o que estes óculos regis-
através da palavra e sendo a palavra o instrumento, faz-se necessá- tram: os nossos preconceitos, nossos valores, nossos sentimentos...
rio usá-la de forma adequada para satisfazer as exigências do clien- Sendo orgulhosos e egoístas não sabemos AMAR, não sabemos
te. Dessa forma, classificamos 03 itens básicos ligados a palavra e as repartir, não sabemos doar.
atitudes, como fundamentais na formação da TELEIMAGEM.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Só queremos tudo para nós, só “amamos” a nós mesmos, só Se o estado de espírito supõe sentimentos e pensamentos ne-
lembramos de nós. É aqui que a empatia se deteriora, quando os gativos, relacionados ao orgulho, egoísmo e vaidade, as atitudes
nossos próprios sentimentos são tão fortes que não permitem har- advindas deste estado, sofrerão as suas influências e serão:
monização com o outro e passam por cima de tudo. * Atitudes preconceituosas;
OS EGOÍSTAS E ORGULHOSOS NÃO PODEM TRABALHAR COM * Atitudes de exclusão e repulsa;
O PÚBLICO, POIS ELES NÃO TÊM CAPACIDADE DE SE COLOCAR NO * Atitudes de fechamento;
LUGAR DO OUTRO E ENTENDER OS SEUS SENTIMENTOS E NECES- * Atitudes de rejeição.
SIDADES.
É necessário haver um equilíbrio interno, uma estabilidade,
Ao contrário dos egoístas, os empáticos são altruístas, pois as para que o atendente consiga manter uma atitude positiva com os
raízes da moralidade estão na empatia. Para concluir, podemos clientes e as situações.
lembrar a frase de Saint-Exupéry no livro O Pequeno Príncipe: “Só
se vê bem com o coração; o essencial é invisível aos olhos“. Isto é O ENVOLVIMENTO
empatia. A demonstração de interesse, prestando atenção ao cliente e
voltando-se inteiramente ao seu atendimento, é o caminho para o
PERCEPÇÃO verdadeiro sentido de atender.
PERCEPÇÃO é a capacidade que temos de compreender e cap- Na área de serviços, o produto é o próprio serviço prestado,
tar as situações, o que exige sintonia e é fundamental no processo que se traduz na INTERAÇÃO do funcionário com o cliente. Um ser-
de atendimento ao público. Para percebermos melhor, precisamos viço é, então, um resultado psicológico e pessoal que depende de
passar pelo “esvaziamento” de nós mesmos, ficando assim, mais fatores relacionados com a interação com o outro. Quando o aten-
próximos do outro. Mas, como é isso? Vamos ficar vazios? É isso dente tem um envolvimento baixo com o cliente, este percebe com
mesmo. Vamos ficar vazios dos nossos preconceitos, das nossas an- clareza a sua falta de compromisso. As preocupações excessivas, o
tipatias, dos nossos medos, dos nossos bloqueios, vamos observar trabalho estafante, as pressões exacerbadas, a falta deliderança, o
as situações na sua totalidade, para entendermos melhor o que o nível de burocracia, são fatores que contribuem para uma intera-
cliente deseja. Vamos ilustrar com um exemplo real: certa vez, em ção fraca com o cliente. Esta fraqueza de envolvimento não per-
uma loja de carros, entra um senhor de aproximadamente 65 anos, mite captar a essência dos desejos do cliente, o que se traduz em
usando um chapéu de palha, camiseta rasgada e calça amarrada insatisfação. Um exemplo simples disso é a divisão de atenção por
na cintura por um barbante. Ele entrou na sala do gerente, que parte do atendente. Quando este divide a atenção no atendimento
imediatamente se levantou pedindo para ele se retirar, pois não era entre o cliente e os colegas ou outras situações, o cliente sente-se
permitido “pedir esmolas ali “. O senhor com muita paciência, desrespeitado, diminuído e ressentido. A sua impressão sobre a
retirou de um saco plástico que carregava, um “bolo“ de dinheiro e empresa é de fraqueza e o Momento da Verdade é pobre.
disse: “eu quero comprar aquele carro ali”. Esta ação traz consequências negativas como: impossibilidade
Este exemplo, apesar de extremo, é real e retrata claramente o de escutar o cliente, falta de empatia, desrespeito com o seu tem-
que podemos fazer com o outro quando pré-julgamos as situações. po, pouca agilidade, baixo compromisso com o atendimento.
Precisamos ver o TODO e não só as partes, pois o todo é muito Às vezes, a própria empresa não oferece uma estrutura ade-
mais do que a soma das partes. Ele nos diz o que é e não é harmôni- quada para o atendimento ao público, obrigando o atendente a di-
co e com ele percebemos a essência dos fatos e situações. vidir o seu trabalho entre atendimento pessoal e telefônico, quan-
Ainda falando em PERCEPÇÃO, devemos ter cuidado com a do normalmente há um fluxo grande de ambos no setor. Neste
PERCEPÇÃO SELETIVA, que é uma distorção de percepção, na qual caso, o ideal seria separar os dois tipos de atendimento, evitando
vemos, escutamos e sentimos apenas aquilo que nos interessa. Esta problemas desta espécie.
seleção age como um filtro, que deixa passar apenas o que convém. Alguns exemplos comuns de divisão de atenção são:
Esta filtragem está diretamente relacionada com a nossa condição * atender pessoalmente e interromper com o telefone
física-psíquica emocional. Como é isso? Vamos entender: * atender o telefone e interromper com o contato direto
a) Se estou com medo de passar em rua deserta e escura, a * sair para tomar café ou lanchar
sombra do galho de uma árvore pode me assustar, pois eu posso * conversar com o colega do lado sobre o final de semana, fé-
percebê-lo como um braço com uma faca para me apunhalar; rias, namorado, tudo isso no momento de atendimento ao cliente.
b) Se estou com muita fome, posso ter a sensação de um cheiro
agradável de comida; Estes exemplos, muitas vezes, soam ao cliente como um exibi-
c) Se fiz algo errado e sou repreendida, posso ouvir a parte cionismo funcional, o que não agrega valor ao trabalho. O cliente
mais amena da repreensão e reprimir a mais severa. deve ser poupado dele.

Em alguns casos, a percepção seletiva age como mecanismo de Os desafios do profissional de atendimento
defesa. Mas, nem tudo é tão fácil no trabalho de atender. Algumas si-
tuações exigem um alto grau de maturidade do atendente e é nes-
O ESTADO INTERIOR tes momentos que este profissional tem a grande oportunidade de
O ESTADO INTERIOR, como o próprio nome sugere, é a condi- mostrar o seu real valor. Aqui estão duas destas situações.
ção interna, o estado de espírito diante das situações.
A atitude de quem atende o público está diretamente rela- Encantando o cliente
cionada ao seu estado interior. Ou seja, se o atendente mantém um Fazer apenas o que está definido pela empresa como sendo o
equilíbrio interno, sem tensões ou preocupações excessivas, assuas seu padrão de atendimento, pode até satisfazer as necessidades do
atitudes serão mais positivas frente ao cliente. cliente, mas talvez não ultrapasse o normal.
Dessa forma, o estado interior está ligado aos pensamentos e Encantar o cliente é exatamente aquele algo mais que faz a
sentimentos cultivados pelo atendente. E estes, dão suporte as ati- grande diferença no atendimento.
tudes frente ao cliente.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Atuação extra O que são as relações humanas no trabalho?


A ATUAÇÃO EXTRA é uma forma de encantar o cliente que se Basicamente, uma relação humana é aquela em que ocorre a
caracteriza por atitudes ou ações do atendente, não estabelecidas interação entre duas ou mais pessoas. Quando eficiente, essa habi-
nos procedimentos de trabalho. É produzir um serviço acima da ex- lidade é trabalhada de maneira ininterrupta. Ocorre, por exemplo,
pectativa do cliente. quando:
- um líder delega atividades para a sua equipe;
Autonomia - uma reunião é convocada;
Na verdade, a autonomia não deveria estar no encantamento - um feedback é fornecido;
do cliente; ela deveria fazer parte da estrutura da empresa. Mas, - ideias são sugeridas;
nem sempre a realidade é esta. Colocamos aqui porque o consumi- - divergência estabelecem a riqueza de um debate.
dor brasileiro ainda se encanta ao encontrar numa loja, um balco-
nista que pode resolver as suas queixas sem se dirigir ao gerente. Ou seja: a todo momento as relações humanas no trabalho in-
A AUTONOMIA está diretamente relacionada ao processo de terpelam o caminho dos colaboradores.
tomada de decisão. Onde existir uma situação na qual o funcionário
precise decidir, deve haver autonomia. Qual é a importância das relações humanas no trabalho?
No atendimento ao público, é fundamental haver autonomia Anteriormente, destacamos que a falta de sintonia no convívio
do pessoal de linha de frente e é uma das condições básicas para o entre os colaboradores pode, lenta e gradualmente, evoluir para
sucesso deste tipo de trabalho. um estado crônico de estresse, desmotivação, desagregação e im-
Mas, para ter autonomia se faz necessário um mínimo de po- produtividade.
der para atuar de acordo com a situação e esse poder deve ser con-
quistado. O poder aos funcionários serve para agilizar o negócio. Às Por sua vez, exemplos de boas relações humanas no trabalho
são, de fato, soluções para minimizar as situações acima. Veja só
vezes, a falta de autonomia se relaciona com fraca liderança do
chefe. alguns deles que contribuem para um bom clima organizacional:
- respeito aos colegas e superiores;
- fofocas são erradicadas do dia a dia;
Para o cliente, a autonomia traduz a ideia de agilidade, desbu-
- paciência para saber ouvir;
rocratização, respeito, compromisso, organização.
- colaboração com os colegas;
Com ela, o cliente não é jogado de um lado para o outro , não
- ideias e sugestões sem atacar os companheiros de trabalho;
precisa passear pela empresa, ouvindo dos atendentes: “Esse as-
- respeito e acolhimento de uma cultura de respeito às dife-
sunto eu não resolvo; é só com o fulano; procure outro setor...”
renças.
A autonomia na ponta, na linha de frente, demonstra que a
empresa está totalmente voltada para o cliente, pois todo o siste- Isso significa que a importância das relações humanas no tra-
ma funciona para atendê-lo integralmente, e essa postura é vital, balho está intimamente associada à construção de um ambiente
visto que a imagem transmitida pelo atendente é a imagem que positivo, de condições favoráveis para o exercício da profissão.
será gerada no cliente em relação à organização, dessa forma, ao E não pense que o conceito é recente: em 1930, um estudo foi
atender, o atendente precisa se lembrar que naquele cargo, ele re- conduzido na fábrica de Hawthorne Works (Illinois, EUA) e apontou
presenta uma marca, uma instituição, um nome, e que todas as que pequenas mudanças, na rotina, já afetam a produtividade das
suas atitudes devem estar em conformidade com a proposta de equipes.
visão que essa organização possui, focando sempre em um atendi- Além disso, descobriu-se que as relações humanas têm eleva-
mento efetivamente eficaz e de qualidade. do impacto nessa oscilação de produção. Não à toa, essa é toda a
base estrutural da Gestão de Recursos Humanos.

Quais riscos impedem o desenvolvimento das relações huma-


NOÇÕES DE RELAÇÕES HUMANAS NO TRABALHO nas?
As consequências das más relações humanas no trabalho já
As relações humanas no trabalho ocorrem de maneira ininter- foram identificadas, até aqui. O que muitos profissionais de RH de-
rupta, a partir da interação entre duas ou mais pessoas. Essa habi- vem estar pensando, então, é: “e o que motiva esse tipo de proble-
lidade é essencial para obter um clima organizacional produtivo e ma na empresa?”
harmonioso porque gera empatia, colaboração e o alinhamento de
objetivos. Abaixo, algumas das questões associadas a esse problema se-
As relações humanas no trabalho são essenciais para o esta- rão observadas, como:
belecimento de um clima organizacional produtivo e harmonioso.
Mas que isso não seja o único motivo para a promoção e a con- Falta de empatia
tínua manutenção das boas relações humanas no trabalho: afinal, o Muitos confundem lógica e razão com a ausência de empatia
seu desequilíbrio pode gerar uma série de problemas. — um engano tremendo!
Entre os principais podemos citar a desmotivação, o estresse e Afinal de contas, é por meio da empatia que as pessoas criam
o acúmulo de conflitos internos — sintomas característicos de uma elos, afinidade e a compreensão que facilite as relações humanas
empresa desagregadora e com baixo índice de desenvolvimento. no trabalho.
Como andam as relações humanas no trabalho em sua empre- Por exemplo: funcionários empáticos avaliam todo o proces- so
sa? Que tal conferir, conosco, o impacto positivo em trabalhá-la e de trabalho e entendem como a sua etapa do fluxo impacta os
promover um clima verdadeiramente produtivo? É só seguir com profissionais responsáveis pela sequência do processo. Eles não se
esta leitura, então! limitam, exclusivamente, ao que gira em torno de suas rotinas.
Ao contrário de um profissional que, para ascender na carreira,
focam só no seu sucesso e permanece indiferente às consequências
que suas ações causam aos outros.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Desrespeito O Relacionamento interpessoal é um conceito da área da so-


Outro aspecto que influencia negativamente nas relações hu- ciologia e psicologia que significa uma relação entre duas ou mais
manas no trabalho, o desrespeito impede que exista harmonia en- pessoas. Este tipo de relacionamento é marcado pelo contexto
tre as equipes. onde ele está inserido, podendo ser um contexto familiar, escolar,
Perceba, inclusive, que isso pode acontecer em qualquer cargo de trabalho ou de comunidade.
hierárquico e a qualquer momento. Daí a importância em construir O relacionamento interpessoal é fundamental em qualquer or-
um local de trabalho cuja qualidade de vida e o bem-estar coletivo ganização, pois são as pessoas que movem os negócios, estão por
sejam enaltecidos. trás dos números, lucros e todo bom resultado, daí a importância
de se investir nas relações humanas. No contexto das organizações,
Arbitrariedade o relacionamento interpessoal é de extrema importância. Um rela-
Pessoas que se abstêm da imparcialidade geram transtornos cionamento interpessoal positivo contribui para um bom ambiente
diversos, no ambiente corporativo. Por exemplo: gestores que au- dentro da empresa, o que pode resultar em um aumento da pro-
xiliam aqueles com quem eles têm afinidade. dutividade.
Como consequência disso, o resto da equipe se sente despro- Em uma empresa é muito importante desenvolver cursos e
tegida e desvalorizada, iniciando um processo de desmotivação e atividades que estimulem as relações interpessoais a fim de melho-
uma falta de compromisso coletiva e crônica. rar a produtividade através da eficácia. Pessoas focadas produzem
mais, se cansam menos e causam menos acidentes. Por isso, o con-
Muita competitividade ceito de relacionamento interpessoal vem sendo aplicado em di-
Até como um complemento ao tópico da empatia, podemos nâmicas de grupo para auxiliar a integração entre os participantes,
apontar a competitividade como um elemento debilitante das boas para resolver conflitos e proporcionar o autoconhecimento.
relações humanas no trabalho. Estimulando as Relações Interpessoais todos saem ganhando,
Afinal, em nome de um reconhecimento maior, muitos podem a empresa em forma de produtividade e os colaboradores em for-
optar por abandonar a gentileza, o respeito e a generosidade no dia ma de autoconhecimento, o que agrega valores em sua carreira e
a dia. em sua relação com a família e a sociedade.
E, aí, os problemas podem se acumular, com o aumento de con- Trabalhar as relações interpessoais dentro das empresas é tão
flitos internos, estresse em níveis desproporcionais e uma insatisfação importante quanto à qualificação e capacitação individual, pois
que pode levar ao aumento do índice de rotatividade na empresa. quanto melhores forem as relações, maiores serão a colaboração, a
produtividade e a qualidade.
Como promover as relações humanas no trabalho?
A seguir, nós vamos destacar alguns pontos-chave que o setor Entre os relacionamentos que temos na vida, os de trabalho
de RH pode se inspirar para valorizar — continuamente — as rela- são diferenciados por dois motivos: um é que não escolhemos
ções humanas no trabalho. São eles: novos colegas, chefes, clientes ou parceiros; o outro é que, inde-
- monte um plano de carreira que envolva a todos os profis- pendentemente do grau de afinidade que temos com as pessoas no
sionais; ambiente corporativo, precisamos relacionar bem com elas para reali-
- consolide um sistema de avaliação com o feedback 360°, per- zar algo junto. A cordialidade desinteressada que oferecemos por ini-
mitindo a transparência e a autonomia para que todos tenham voz ciativa própria, sem esperar nada em troca, é um facilitador do bom
ativa na empresa; relacionamento no ambiente de trabalho. Afinal, os relacionamentos
- treine e capacite as equipes a desenvolverem a inteligência são a melhor escola para o nosso desenvolvimento pessoal.
emocional — individual e coletivamente; Chiavenato (2002), nos leva a compreender que a qualidade de
- monte uma comunicação eficaz na empresa; vida das pessoas pode aumentar através de sua constante ca-
- coíba ações que possam ferir o orgulho dos colaboradores; pacitação e de seu crescente desenvolvimento profissional, pois
- promova campanhas de conscientização e respeito à diversi- pessoas treinadas e habilitadas trabalham com mais facilidade e
dade no ambiente de trabalho; confiabilidade, prazer e felicidade, além de melhorar na qualidade
- estabeleça eventos internos que facilitem e fortaleçam a inte- e produtividade dentro das organizações também deve haver re-
ração e integração das equipes. Isso fomenta, qualitativamente, as lacionamentos interpessoais, pois o homem é um ser de relações,
relações humanas no trabalho; ninguém consegue ser autossuficiente e saber se relacionar tam-
- oriente a liderança a estimular a competitividade, para gerar en- bém é um aprendizado.
gajamento, mas sempre sob a sua supervisão para evitar os excessos. As convivências ajudam na reflexão e interiorização das pes-
soas, e também apresentam uma rejeição à sociedade egoísta em
Convém adiantar: todas essas ações devem ser planejadas e que vivemos.
executadas pelo setor de RH — sempre em conjunto com as lide- De qualquer forma, não podemos deixar de entender que uma
ranças da empresa. organização sem pessoas não teria sentido. Uma fábrica sem pes-
Pois, assim, há como realizar um monitoramento próximo e soas pára; um computador sem uma pessoa é inútil. “Em sua es-
efetivo a respeito dos resultados de cada ação promovida. Com sência, as organizações têm sua origem nas pessoas, o trabalho é
base em métricas previamente estipuladas, os profissionais conse- processado por pessoas e o produto de seu trabalho destina-se às
guem avaliar o efeito que cada campanha surtiu, podendo intensi- pessoas (LUCENA, 1990, p.52)”.
ficar ou diversificar as ações seguintes. Nesse sentido, Chiavenato (1989) fala que a integração entre
No fim das contas, promover as relações humanas no trabalho indivíduos na organização é importante porque se torna viável um
é uma necessidade. Suas ações e consequências contribuem direta- clima de cooperação, fazendo com que atinjam determinados ob-
mente com o desenvolvimento de uma empresa. jetivos juntos.
Na mesma proporção que a falta de um cuidado, nesse sen- Para Chiavenato (2000, p.47), antigamente, a área de recursos
tido, estabelece um clima desagregador à rotina, com resultados humanos se caracterizava por definir políticas para tratar as pes-
bastante problemáticos. soas de maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos
Humanos tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e
(https://www.xerpa.com.br/blog/relacoes-humanas-no-trabalho/) idênticas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Hoje, há diferenças individuais e também, há diversidade nas ser humano com capacidades que reunem à produção da empresa,
organizações. A razão é simples: quanto maior a diferença das pes- formarão uma equipe e harmoniosa em que o maior beneficiado
soas, tanto maior seu potencial de criatividade e inovação. será ele mesmo com melhoria em sua qualidade de vida, relacio-
A diversidade está em alta. As pessoas estão deixando de se- namentos com os outros e, principalmente, o cliente que sentirá
rem meros recursos produtivos para ser o capital humano da orga- isso quando adquirir o produto ou serviço da empresa gerando a
nização. O trabalho está deixando de ser individualizado, solitário fidelização que tanto se busca.
e isolado para se transformar em uma atividade grupal, solidária e O melhor negócio de uma organização ainda se chama gente,
conjunta. e ver gente integrada na organização como matéria-prima principal
Hoje, em vez de dividir, separar e isolar tornou-se importan- também é lucro, além de ser um fator primordial na geração de
te juntar e integrar para obter efeito de melhor e maior resultado resultados.
e multiplicador. As pessoas trabalham melhor e mais satisfeitas Percebe-se que a parte humana da empresa precisa estar sem-
quando o fazem juntas. Equipes, trabalho em conjunto, compar- pre em processo de educação, não a educação escolar, mas uma
tilhamento, participação, solidariedade, consenso, decisão em educação que tenha como objetivo melhorias no comportamento
equipes:essas estão sendo as palavras de ordem nas organizações ( das pessoas, nas relações do dia a dia, pois somos seres de ralações,
CHIAVENATO, 2002, p.71-72 ). não nos bastamos, precisamos sempre um do outro. Precisamos
nos relacionar e se comunicar, somos seres inacabados em proces-
Como se viu até então, as pessoas são produtos do meio em
so de educação constante, estamos em busca contínua de mudar
que vivem, têm emoções, sentimentos e agem de acordo com o
nossa realidade.
conjunto que as cercam seja no espaço físico ou social.
Algumas dicas que podem ajudar a manter boas relações inter-
pessoais no ambiente organizacional:
As Relações Humanas nas Organizações
Procure investir em sua equipe e na manutenção de relaciona-
Os indivíduos dentro da organização participam de grupos so-
mentos saudáveis.
ciais e mantêm-se em uma constante interação social. Para explicar
Evite gerar competição uns com os outros e estimule a colabo-
o comportamento humano nas organizações, a Teoria das Relações
ração entre colegas e equipes.
Humanas passou a estudar essa interação social. As relações huma- Investir no desenvolvimento de habilidades e aprimoramento
nas são as ações e atitudes desenvolvidas e através dos contatos de competências da equipe.
entre pessoas e grupos. Quando surgirem os conflitos e as diferenças, aja com cautela
Cada pessoa possui uma personalidade própria e diferenciada e não tome partido de ninguém.
que influi no comportamento e atitudes das outras com quem man- Promova a conversa e evite brigas e discussões.
tém contatos e é, por outro lado, igualmente influenciada pelas ou- Algumas Normas de Convivência:
tras. Cada pessoa procura ajustar-se às demais pessoas e grupos, Fale com as pessoas, seja comunicativo, não há nada melhor
pretendendo ser compreendida, aceita e participa, com o objetivo que chegar para uma pessoa e conversar alegremente, discutir
de entender os seus interesses e aspirações. ideias e falar sobre várias coisas.
A compreensão da natureza dessas relações humanas permite Sorria para as pessoas, é sempre bom encontrar uma pessoa
melhores resultados dos subordinados e uma atmosfera onde cada alegre, sorridente, ela te deixa mais à vontade.
pessoa é encorajada a expressar-se livre e de maneira sadia. Chame as pessoas pelo nome, nunca coloque apelido de mau
gosto nas pessoas, afinal você não gostaria que fizessem o mesmo
Com o avanço da tecnologia, o trabalho também passa a ser com você.
mais individual, cada funcionário em seu setor, isso faz com que Seja amigo e prestativo, pois ninguém quer um amigo impres-
as pessoas fiquem distantes uma das outras, aumentando o nível tável perto de si, e para que você tenha amigos e pessoas prestati-
de stress, pois não conseguem mais se relacionarem, não há mais vas, cultive isso também, seja amigo e prestativo.
tempo para o diálogo. Seja cordial, faça as coisas com boa vontade, ninguém gosta de
A comunicação hoje é tudo, saber se comunicar é fundamental pessoas que tudo que faz, é com raiva.
e para o sucesso de uma organização isso é essencial. Chiavenato Tenha mais interesse com o que as pessoas falam com você,
(2010, p.47) diz: “A informação não é tocada, palpável nem medi- seja sincero e franco, mas é claro, com toda educação sem deixar as
da, mas é um produto valioso no mundo atual porque proporciona outras pessoas desajeitadas e desconfortáveis ao seu lado.
poder”. A dificuldade de relacionamento entre as pessoas é um dos
Diante do exposto vê-se que o mundo gira em torno da comu- principais problemas vivenciados no mundo moderno, quer seja
nicação e da informação e para que uma organização tenha sucesso entre amigos, entre pessoas da família ou entre colegas de tra-
é necessário que a comunicação seja clara, direta e transparente balho. De modo geral essas desavenças surgem na interação diá- ria
assim como as relações interpessoais. entre duas ou mais pessoas, ocasionadas por divergências de ideias,
Conforme diz Chiavenato (1989, p.3): por diferenças de personalidade, objetivos ou metas ou por
As organizações são unidades sociais (e, portanto, constituídas variedade de percepções e modos de analisar uma mesma infor-
de pessoas que trabalham juntas) que existem para alcançar deter- mação ou fato.
minados objetivos. Os objetivos podem ser o lucro, as transações
comerciais, o ensino, a prestação de serviços públicos, a caridade, o Atualmente, muito tem se falado da importância das relações
lazer, etc. Nossas vidas estão intimamente ligadas às organizações, interpessoais dentro das organizações, de se humanizar o ambiente
porque tudo o que fazemos é feito dentro das organizações. de trabalho, mas afinal o que é essa tal humanização?
Os ambientes de trabalho são, pois, organizações, e nelas so- Humanizar significa respeitar o trabalhador enquanto pessoa,
bressai a interação entre as pessoas, para a promoção da formação enquanto ser humano. Significa valorizá-lo em razão da dignidade
humana. que lhe é interna. A prática da humanização deve ser observada
Romão (2002) registra: continuamente.
Hoje temos que nos preparar para viver a era emocional, onde O comportamento ético deve ser o princípio da vida da orga-
a empresa tem de mostrar ao colaborador que ele é necessário nização, uma vez que se é ético é preocupar-se com a felicidade
como funcionário profissional, e antes de qualquer coisa que é um pessoal e coletiva.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Numa sociedade em que os valores morais estão deixando de desenvolver a percepção de depender reciprocamente, administrar
existir por ações que destroem a ética e a moralidade, existe uma conflitos, a participação de projetos comuns, a ter prazer no espaço
necessidade oculta de se buscar humanizar as pessoas e conse- comum (CESAR; BIACHINI; PIASSA, 2008).
quentemente as organizações. Trabalhar as relações humanas em grupo envolve as diferen-
Diante disso, com o aumento da necessidade das empresas de ças, opiniões, conceitos, atitudes, crenças, valores, preconceitos,
gerarem resultados positivos, tem se enfatizado a importância das diante de sua profissão, enfocando aspectos de Motivação, Autoes-
relações interpessoais com vistas a melhorar o desempenho funcio- tima, Percepção, Comunicação, Colaboração, Feedback, Liderança
nal e consequentemente contribuir para a realização dos objetivos e Grupos, para um melhor conhecimento de si próprio e melhorar
organizacionais. relações com o outro.
O relacionamento interpessoal saudável, por exemplo, às ve- Muitas pessoas já perderam a noção do que é um convívio sau-
zes não encontra proteção no ambiente organizacional, gerando os dável e simplesmente se concentram em chegar à frente a qualquer
mais diversos conflitos e, portanto, “desumanizando” as organiza- custo. Como consequências naturais surgem diversos conflitos que
ções. podem comprometer o bom relacionamento dentro das institui-
ções.
Entendendo o Relacionamento Interpessoal: Relações Huma- Quando realmente queremos, as coisas acontecem. O primei-
nas ro passo para a mudança é a aceitação das nossas deficiências, da
Relacionamento interpessoal é atualmente o grande diferen- aceitação de nós mesmos. Para isso, temos que mudar nossa atitu-
cial competitivo das mais variadas organizações, ele por sua vez, de! Pergunte-se: Eu preciso mudar essa relação? Eu quero mudar
está intimamente ligado à necessidade de se ter recursos huma- essa relação? Eu posso fazer algo para transformar essa situação?
nos, mais importantes inclusive que os financeiros e tecnológicos, Eu vou fazer isso? Se a resposta for positiva para as quatro pergun-
ou seja, tem a ver com trabalho em equipe, confiança, amizade, tas, estamos preparados para mudar e reverter o quadro. Sem a
cooperação, capacidade de julgamento e sabedoria das pessoas. nossa mudança de atitude, não há mudança nos relacionamentos.
Chiavenato nos diz que antigamente, a área de recursos hu- É muito fácil querermos mudar o outro, quando na verdade, temos
manos se caracterizava por definir políticas para tratar as pessoas que começar por nós mesmos.
de maneira comum e padronizada. Os processos de Recursos Hu- Enfim, a forma como lidamos com o conflito é o que faz toda a
manos tratavam as pessoas como se todas elas fossem iguais e diferença. Todo conflito apresenta uma oportunidade de enxergar-
idênticas. Hoje, as diferenças individuais estão em alta: A área de mos o ponto de vista do outro e percebermos se faríamos o mes-
Recursos Humanos está enfatizando as diferenças individuais e a mo, caso estivéssemos no lugar dele. Se agirmos assim, os conflitos
diversidade nas organizações. A razão é simples: quanto maior a começam a ter um lado extremamente positivo, pois podem ser
diferença das pessoas, tanto maior seu potencial de criatividade e ótimas oportunidades para mudança de percepção, inovação na
inovação. empresa, cooperação entre as pessoas e, principalmente, estímulo
As mais recentes abordagens administrativas enfatizam que para que aconteça maior sinceridade nas relações interpessoais.
são as pessoas que fazem a diferença nas organizações. Em outras Cada pessoa tem uma história de vida, uma maneira de pensar
palavras, em um mundo onde a informação é rapidamente dispo- a vida e assim também o trabalho é visto de sua forma especial. Há
nibilizada e compartilhada pelas organizações, sobressaem aquelas pessoas mais dispostas a ouvir, outras nem tanto, há pessoas que
que são capazes de transformá-la rapidamente em oportunidades, se interessam em aprender constantemente, outras não, enfim as
em termos de novos produtos e serviços, antes que outras o façam. pessoas têm objetivos diferenciados e nesta situação muitas vezes
E isto pode ser conseguido não com a tecnologia simplesmente, priorizam o que melhor lhes convém e às vezes em conflito com a
mas com as pessoas que sabem utilizá-la adequadamente. São as própria empresa. Portanto:
pessoas (e não apenas a tecnologia) que fazem a diferença. A tec- O autoconhecimento e o conhecimento do outro são compo-
nologia pode ser adquirida por qualquer organização com facilida- nentes essenciais na compreensão de como a pessoa atua no traba-
de, nas repartições, setores e estabelecimentos. Bons funcionários lho, dificultando ou facilitando as relações. Dentre as dificuldades
exige um investimento muito mais longo em termos de capacitação mais observadas, destacam-se: falta de objetivos pessoais, difi-
quanto a habilidades e conhecimentos e, sobretudo, em termos de culdade em priorizar, dificuldade em ouvir (BOM SUCESSO, 1997,
confiança e comprometimento pessoal. p.38).
Os sujeitos e os diferentes cenários são universos vivos ou sis- Sem respeito pelo nosso semelhante, um bom relacionamento
temas inacabados em permanente interação e transformação e interpessoal não será possível. Por sermos seres humanos diferen-
que, para compreendê-la, não se pode desprezar essa complexi- tes uns dos outros, costumamos ver as pessoas e as situações que
dade. vivemos de forma como fazem sentido para nós, de acordo com
Entende-se que, no âmbito dos conhecimentos que envolvem nossos vícios e o hábito que temos de ver as pessoas e o mundo,
os seres humanos e suas relações com os outros e com o mundo e não somente e necessariamente da forma como a realidade se
(âmbito das Ciências Humanas e Sociais), torna-se necessário con- apresenta.
siderar motivações, desejos, crenças, ideias, ideologias, intenções. Alguém poderá explicar seu próprio comportamento ou de
Em razão disso, compreende-se que a realidade é uma construção outra pessoa sem os conceitos de amor e de ódio? Geralmente de-
social e que os sujeitos também não estão prontos e acabados, mas senvolvemos nossa própria série de conceitos para interpretar o
se transformam. Também se compreende a realidade como sendo comportamento dos outros. Precisamos saber que uma pessoa só
dinâmica e em constante transformação. Nesse processo de trans- muda quando ela mesma consegue perceber ou for convencida de
formação da realidade, observam-se posições opostas, interesses que a forma como faz ou atua, de fato, não é a mais adequada. Ou
contrários e a instalação de soluções provisórias, porém marcadas seja, a própria pessoa precisa reconhecer a necessidade de mudar.
por contradições que, sendo evidenciadas, produzem a necessida- Em primeiro lugar, além do respeito, é necessário ter no míni-
de de novas transformações. mo um conhecimento razoável sobre pessoas, e conseguir adquirir
É preciso haver abertura para o conhecimento, pensar o novo, experiências que nos façam entender que as relações interpessoais
reconstruir o velho, reinventar o pensar. A educação abrange mais devem ser boas pelo menos para que possamos nos comunicar bem
do que o saber fazer, é preciso aprender a viver com os outros, e fazer as coisas acontecer.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

A chave estrutural para que isso ocorra é oferecer o respeito Quando surgirem conflitos e as diferenças, devemos agir com
que todo o ser humano merece reunir uma boa dose de paciência e cautela e não tomar partido de ninguém. E devemos lembrar que
principalmente gostar de pessoas e de gente. todos são peças chave no sucesso do negócio. Sendo assim, promo-
Portanto, precisamos entender que relacionamento interpes- veremos a conversa e evitamos brigas e discussões. Enfim, pode-
soal é um dos quesitos de êxito e sucesso em nossas vidas. E que mos perceber, por meio desses argumentos, que o relacionamento
este relacionamento deve ser o melhor possível. interpessoal é de fundamental importância e ainda contribui signi-
Outro aspecto importante para um bom relacionamento inter- ficativamente para o sucesso de qualquer empresa.
pessoal depende de uma boa comunicação entre emissores e re-
ceptores. Qualquer informação que se pretenda transmitir de uma A Importância na Qualidade do Ambiente de Trabalho
pessoa para outra, de uma pessoa para um grupo, de um professor Passamos mais tempo em nosso ambiente de trabalho do que
para alunos, de um palestrante para ouvintes deve ser bem comu- em nosso lar, e ainda assim não nos damos conta de como é impor-
nicada e bem compreendida. Quem dá informação é o principal tante estar em um ambiente saudável, e o quanto isto depende de
responsável por uma boa comunicação. cada um. Devemos refletir sobre qual o nosso papel e a importância
Saber entender e conduzir de forma amigável nossas diferen- na qualidade do ambiente em que trabalhamos.
ças é uma habilidade essencial na forma de nos comunicar. Isto é Além de constituir responsabilidade da empresa, qualidade de
o que as pessoas fazem naturalmente quando compartilham uma vida é uma conquista pessoal. O autoconhecimento e a descober-
visão comum, desejam aprofundar suas amizades ou estabelecer ta do papel de cada um nas organizações, da postura facilitadora,
um bom relacionamento. empreendedora, passiva ou ativa, transformadora ou conformista
Provavelmente ficaríamos positivamente surpresos se efetiva- é responsabilidade de todos (BOM SUCESSO, 1997, p.47).
mente soubéssemos conviver com as diferenças e como é possível É importante que a comunicação seja clara, e é necessário que
conseguir resultados gratificantes procurando entender melhor a se tenham boas relações. É fundamental ter um bom relaciona-
nós mesmos e os outros. mento entre as pessoas, pois isso contribui não somente para uma
Enfim, podemos buscar similaridades e minimizar nossas dife- boa convivência no dia a dia, mas também para um bom clima, e
renças como seres humanos de várias maneiras. É natural que pro- influencia diretamente de forma positiva no resultado da organi-
curemos amenizar nossas diferenças com as pessoas de que gos- zação.
tamos com aquelas que simpatizamos à primeira vista, ou mesmo As organizações são compostas por pessoas, devemos conside-
compartilhamos nossos objetivos de vida. rar que, para um bom andamento do trabalho e uma boa produção,
Da mesma forma, também é natural que criemos barreiras com é necessário que as pessoas estejam bem colocadas na organiza-
pessoas que consideramos difíceis ou até mesmo, de forma ção, com oportunidades de crescimento e, principalmente, com
inexplicável, não simpatizemos. No entanto, quando não consegui- felicidade.
mos minimizar nossas diferenças com essas pessoas, está formada Fatores ambientais colaboram para a qualidade de trabalho,
a base para o conflito. pois quanto maior for à preocupação com o fator humano nas or-
ganizações, mais elevado será o resultado. Enfim, se houver investi-
Relações Humanas da Teoria à Prática mento no desenvolvimento humano de todas as pessoas da empre-
Não é possível generalizar pessoas. Somos todos diferentes em sa, as relações interpessoais saudáveis resultarão em um ambiente
cada uma de nossas relações. Porém, o mais importante é aceitar- favorável onde todos possam deixar fluir suas potencialidades. Os
mo-nos do jeito que somos tratando de destacar as qualidades que valores, aos poucos, mudam, e o empregado está sentindo o gosto
temos e modificar o que deve ser mudado. E isso se refere tanto ao de participar, de arriscar, de ganhar mais e de sobreviver a tantas
aspecto físico quanto ao aspecto psicológico. Não se pode nunca mudanças.
esquecer, que o ser humano é que faz as coisas acontecerem. Por De acordo com Bom Sucesso (1997), “No cenário idealizado de
que não tentar conhecê-lo melhor a cada dia? pleno emprego, mesmo de ótimas condições financeiras, conforto
Para evoluirmos, é importante entender definitivamente a im- e segurança, alguns trabalhadores ainda estarão dominados pelo
portância de estabelecer um bom relacionamento interpessoal. De sofrimento emocional. Outros necessitados, conseguindo o alimen-
que forma? Em primeiro lugar, “respeito ao ser humano é funda- to diário com esforço excessivo, ainda assim se declaram felizes,
mental”. Além disso, dedicarmos um bom tempo à leitura, aos estu- esperançosos.”
dos sobre o ser humano e a conhecer pessoas. Estas ações irão nos No mercado de trabalho hoje em dia, se não tivermos um bom
ajudar a desenvolver a cada dia a habilidade de saber se relacionar relacionamento com as pessoas, acabamos ficando sem emprego,
bem. É fato que, sabendo viver, comunicando-se e relacionando- pois hoje em dia, precisamos nos comunicar, ter contato com as
-se bem, será possível conseguir obter resultados com e através de pessoas. Mas muitos seres humanos são prejudicados por si mes-
pessoas. Atitude positiva e maturidade caminham sempre juntas. mo, por falta de compreensão ao outro, falta de paciência, e o prin-
É importante lembrar que: os profissionais desvalorizados ten- cipal, que é não saber lidar com as diferenças.
dem a perder o foco, se desmotivam facilmente, diminui sua produ- No nosso dia a dia, convivemos e falamos com várias pessoas
tividade, o que acaba prejudicando e muito o bom andamento da de todo lugar, outra classe social ou raça diferente da nossa, enfim,
empresa. Cada pessoa é única, com suas características e persona- vemos e convivemos com pessoas de todos os tipos, mas não é só
lidades próprias. Por isso, devemos conhecer nossos funcionários e porque ela é diferente, que não podemos ter um bom relaciona-
saber qual é o perfil comportamental de cada um, assim será mais mento, ainda mais, se esta pessoa está todos os dias do nosso lado
fácil identificar a melhor maneira de lidar individualmente ou em no trabalho.
grupo com cada um. Quando estamos reunidos em um ambiente onde há pessoas
Outra dica importante para manter relacionamentos interpes- diferentes é normal que encontremos hábitos diferentes do nosso,
soais de forma positiva para organização é investir no desenvolvimen-
sendo assim, temos que aprender a lidar e ceder aos hábitos dos
to de habilidades e aprimoramento de competências da equipe.
outros e demonstrar o nosso também.
Os conflitos podem acontecer em qualquer circunstância, prin-
O problema se instala quando essas situações não são resolvi-
cipalmente no ambiente profissional, por isso, é importante que
das ou não são percebidas pelos envolvidos, ficando “mascarados”,
chefes e gestores fiquem sempre atentos aos comportamentos do
invisíveis e internalizados nos colaboradores que acabam demons-
time.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

trando suas emoções somente quando se sentem ameaçados, in- ANEXO


justiçados ou até mesmo temerosos de perder posições ou funções CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO SERVIDOR PÚBLICO
que ocupam. CIVIL DO PODER EXECUTIVO FEDERAL
Tanto as pessoas quanto as empresas sofrem as consequências
das relações interpessoais negativas que geram desmotivação da CAPÍTULO I
equipe, queda do rendimento e da produtividade.
As trocas constantes de informações e o diálogo são essenciais SEÇÃO I
quando se busca a preservação dos relacionamentos e o trabalho DAS REGRAS DEONTOLÓGICAS
em equipe, o que acaba sendo essencial e indispensável para o bom
andamento das atividades organizacionais. Nesse sentido, o rela- I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos
cionar-se é dar e receber ao mesmo tempo, abrir-se para o novo, princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser-
buscar ser aceito e ser entendido e entender o outro. vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já
No ambiente de trabalho, onde passamos cerca de um terço de que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus
nossa vida é fundamental que saibamos viver e conviver comas atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser-
pessoas e respeitá-las em suas individualidades, caso contrário, vação da honra e da tradição dos serviços públicos.
somente o fato de pensar em ir para o trabalho passa a ser insupor- II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento
tável esta ideia. ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o
Para que o clima organizacional seja harmonioso e as pessoas legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente,
tenham um bom relacionamento interpessoal, é necessário que o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e
cada um deixe de agir de forma individualizada e egoísta, promo- o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°,
vendo relações amigáveis, construtivas e duradouras. (https://psi- da Constituição Federal.
cologado.com.br/atuacao/psicologia-organizacional/a-importan- III - A moralidade da Administração Pública não se limita à dis-
cia-da-relacao-interpessoal-no-ambiente-de-trabalho) tinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que
o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a
finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar
a moralidade do ato administrativo.
CÓDIGO DE ÉTICA DO SERVIDOR PÚBLICO (DECRETO IV- A remuneração do servidor público é custeada pelos tribu-
1171/94) tos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio, e
por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis-
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqüência, em
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil fator de legalidade.
do Poder Executivo Federal. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o disposto desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional
8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 da Lei n° e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor público.
8.429, de 2 de junho de 1992, Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua
DECRETA: vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na
vida funcional.
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servidor VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações poli-
Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. ciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública,
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso,
direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as providências nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive mediante constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integrada por três comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem a
servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou emprego negar.
permanente. VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será co- omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria
municada à Secretaria da Administração Federal da Presidência da pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
República, com a indicação dos respectivos membros titulares e su- pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito
plentes. do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes-
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedica- dos
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratarmal
da República. uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente
significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a
ITAMAR FRANCO qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o,
por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao
equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens
de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
esperanças e seus esforços para construí-los.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de solu- n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se-
ção que compete ao setor em que exerça suas funções, permitindo guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui-
a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na ção;
prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude contra a ética o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com
ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a reali-
usuários dos serviços públicos. zação do bem comum;
XI - O servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao
de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, exercício da função;
assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o descaso q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir e viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instruções
pública. superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto possí-
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de tra- vel, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre em
balho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase boa ordem.
sempre conduz à desordem nas relações humanas. s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem de
XIII - O servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or- direito;
ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabora t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública é que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente
a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento da aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos juris-
Nação. dicionados administrativos;
u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
SEÇÃO II ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mes-
DOS PRINCIPAIS DEVERES DO SERVIDOR PÚBLICO mo que observando as formalidades legais e não cometendo qual-
quer violação expressa à lei;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
emprego público de que seja titular; cumprimento.
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen-
to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações SEÇÃO III
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer ou- DAS VEDAÇÕES AO SERVIDOR PÚBLICO
tra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que
exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário; XV - E vedado ao servidor público;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri- a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, po-
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de sição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si ou
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; para outrem;
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es- b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido-
sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a seu res ou de cidadãos que deles dependam;
cargo; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
do o processo de comunicação e contato com o público; de sua profissão;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú- regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
blicos; ou material;
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res- e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu al-
peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usuá- cance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
rios do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes
público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas hie-
dano moral;
rarquicamente superiores ou inferiores;
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re-
g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo
presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutu-
de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou van-
ra em que se funda o Poder Estatal;
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de tagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa,
para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro servi-
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa-
vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações dor para o mesmo fim;
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami-
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências espe- nhar para providências;
cíficas da defesa da vida e da segurança coletiva; i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten-
l) ser assíduo e freqüente ao serviço, na certeza de que sua dimento em serviços públicos;
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa- j) desviar servidor público para atendimento a interesse parti-
mente em todo o sistema; cular;
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual- l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza-
quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi- do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
dências cabíveis; público;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito in- Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se
terno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal.
ou de terceiros; Quando não houver definição constitucional a respeito, deve-se ob-
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitual- servar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem como o
mente; regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo regras de di-
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra reito público, será serviço público; sendo regras de direito privado,
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; será serviço privado.
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a O fato de o Ente Federado ser o titular dos serviços não signifi-
empreendimentos de cunho duvidoso. ca que deva obrigatoriamente prestá-los por si. Assim, tanto poderá
prestá-los por si mesmo, como poderá promover-lhes a prestação,
CAPÍTULO II conferindo à entidades estranhas ao seu aparelho administrativo,
DAS COMISSÕES DE ÉTICA titulação para que os prestem, segundo os termos e condições fixa-
das, e, ainda, enquanto o interesse público aconselhar tal solução.
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pública Dessa forma, esses serviços podem ser delegados a outras entida-
Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qualquer des públicas ou privadas, na forma de concessão, permissão ou au-
órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo poder torização.
público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada de Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é
orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tra- a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado;
tamento com as pessoas e com o patrimônio público, competin- do- já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra-
lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento ção pública.
susceptível de censura.
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organismos ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
encarregados da execução do quadro de carreira dos servidores, os Os serviços públicos possuem quatro caracteres jurídicos fun-
registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e funda- damentais que configuram seus elementos constitutivos, quais se-
mentar promoções e para todos os demais procedimentos próprios jam:
da carreira do servidor público. - Generalidade: o serviço público deve ser prestado a todos, ou
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de seja à coletividade.
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo - Uniformidade: exige a igualdade entre os usuários do serviço
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do fal- público, assim todos eles devem ser tratados uniformemente.
toso. - Continuidade: não se pode suspender ou interromper a pres-
XXIII -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) tação do serviço público.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, en- - Regularidade: todos os serviços devem obedecer às normas
tende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, técnicas.
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza - Modicidade: o serviço deve ser prestado da maneira mais ba-
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição rata possível, de acordo com a tarifa mínima. Deve-se considerar a
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór- capacidade econômica do usuário com as exigências do mercado,
gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, as evitando que o usuário deixe de utilizá-lo por motivos de ausência
entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de de condições financeiras.
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse - Eficiência: para que o Estado preste seus serviços de maneira
do Estado. eficiente é necessário que o Poder Público atualize-se com novos
processos tecnológicos, devendo a execução ser mais proveitosa
com o menos dispêndio.

APRESENTAÇÃO PESSOAL Em caso de descumprimento de um dos elementos supra men-


cionado, o usuário do serviço tem o direito de recorrer ao Judiciário
Prezado Candidato, o tema acima supracitado já foi aborda- e exigir a correta prestação.
do anteriormente no decorrer da matéria.
REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE

A regulação de serviços públicos


SERVIÇOS PÚBLICOS: CONCEITOS, ELEMENTOS DE
Pode ser definida como sendo a atividade administrativa de-
DEFINIÇÃO, PRINCÍPIOS, CLASSIFICAÇÃO
sempenhada por pessoa jurídica de direito público que consiste no
disciplinamento, na regulamentação, na fiscalização e no controle
CONCEITO do serviço prestado por outro ente da Administração Pública ou por
Serviços públicos são aqueles serviços prestados pela Adminis- concessionário ou permissionário do serviço público, à luz de
tração, ou por quem lhe faça às vezes, mediante regras previamente poderes que lhe tenham sido, por lei, atribuídos para a busca da
estipuladas por ela para a preservação do interesse público. adequação daquele serviço, do respeito às regras fixadoras da po-
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será lítica tarifária, da harmonização, do equilíbrio e da composição dos
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um interesses de todos os envolvidos na prestação deste serviço, assim
particular a prestação do serviço público. As regras serão sempre como da aplicação de penalidades pela inobservância das regras
fixadas unilateralmente pela Administração, independentemente condutoras da sua execução.
de quem esteja executando o serviço público. Qualquer contrato A regulação do serviço público pode ocorrer sobre serviços
administrativo aos olhos do particular é contrato de adesão. executados de forma direta, outorgados a entes da administração
indireta ou para serviços objeto de delegação por concessão, per-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

missão ou autorização. Em qualquer um desses casos, a atividade Assim, em sentido amplo, pode-se dizer que serviço público é
regulatória é diversa e independente da prestação dos serviços. a atividade ou organização abrangendo todas as funções do Estado;
Desta forma é necessário que o órgão executor do serviço seja di- já em sentido estrito, são as atividades exercidas pela administra-
verso do órgão regulador, do contrário, haverá uma tendência na- ção pública.
tural a que a atividade de regulação seja deixada de lado, em detri- Portanto, a execução de serviços públicos poderá ser realizada
mento da execução, ou que aquela seja executada sem a isenção, pela administração direta, indireta ou por particulares. Oportuno
indispensável a sua adequada realização. lembrar que a administração direta é composta por órgãos, que não
têm personalidade jurídica, que não podem estar, em regra, em juí-
Regulamentação e controle zo para propor ou sofrer medidas judiciais.
A regulamentação e o controle competem ao serviço público, A administração indireta é composta por pessoas, surgindo
independente da forma de prestação de serviço público ao usuário. como exemplos: autarquias, fundações, empresas públicas, socie-
Caso o serviço não esteja sendo prestado de forma correta, o dades de economia mista.
Poder Público poderá intervir e retirar a prestação do terceiro que Por outro lado, o serviço público também pode ser executado
se responsabilizou pelo serviço. Deverá ainda exigir eficiência para por particulares, por meio de concessão, permissão, autorização.
o cumprimento do contrato.
Como a Administração goza de poder discricionário, poderão Competência
ter as cláusulas contratuais modificadas ou a delegação do serviço São de competência exclusiva do Estado, não podendo delegar
público revogada, atendendo ao interesse público. a prestação à iniciativa privada: os serviços postais e correio aéreo
O caráter do serviço público não é a produção de lucros, mas nacional.
sim servir ao público donde nasce o direito indeclinável da Adminis- Art. 21, CF Compete à União:
tração de regulamentar, fiscalizar, intervir, se não estiver realizando ()
a sua obrigação. X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional

Características jurídicas: Além desses casos, veja estes incisos ainda trazidos no mesmo
As características do serviço público envolvem alguns elemen- artigo constitucional:
tos, tais quais: elemento subjetivo, elemento formal e elemento Art. 21, CF Compete à União:
material. ()
- Elemento Subjetivo – o serviço público compete ao Estado XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão
que poderá delegar determinados serviços públicos, através de lei ou permissão:
e regime de concessão ou permissão por meio de licitação. O Estado a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens; (Re-
é responsável pela escolha dos serviços que em determinada ocasião dação dada pela Emenda Constitucional nº 8, de 15/08/95:)
serão conhecidos como serviços públicos. Exemplo: energia elétrica; b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveita-
navegação aérea e infraestrutura portuária; transporte ferroviário e mento energético dos cursos de água, em articulação com os Esta-
marítimo entre portos brasileiros e fronteiras nacionais; transporte ro- dos onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
doviário interestadual e internacional de passageiros; portos fluviais e c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura aeropor-
lacustres; serviços oficiais de estatística, geografia e geologia tuária;
- Elemento Material – o serviço público deve corresponder a d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre por-
uma atividade de interesse público. tos brasileiros e fronteiras nacionais, ou que transponham os limites
- Elemento Formal – a partir do momento em que os particula- de Estado ou Território;
res prestam serviço com o Poder Público, estamos diante do regime e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e interna-
jurídico híbrido, podendo prevalecer o Direito Público ou o Direito cional de passageiros;
Privado, dependendo do que dispuser a lei. Para ambos os casos, a f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
responsabilidade é objetiva. (os danos causados pelos seus agentes
serão indenizados pelo Estado) Titularidade não-exclusiva do Estado: os particulares podem
prestar, independentemente de concessão, são os serviços sociais.
FORMAS DE PRESTAÇÃO E MEIOS DE EXECUÇÃO Ex: serviços de saúde, educação, assistência social.

Titularidade De acordo com nossa Lei maior compete aos Estados e ao Dis-
A titularidade da prestação de um serviço público sempre será trito Federal:
da Administração Pública, somente podendo ser transferido a um Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constitui-
particular a execução do serviço público. ções e leis que adotarem, observados os princípios desta Constitui-
As regras serão sempre fixadas de forma unilateral pela Admi- ção.
nistração, independentemente de quem esteja executando o servi- § 1º - São reservadas aos Estados as competências que não lhes
ço público. sejam vedadas por esta Constituição.
Para distinguir quais serviços são públicos e quais não, deve-se § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante con-
utilizar as regras de competência dispostas na Constituição Federal. cessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada
Quando não houver definição constitucional a respeito, de- a edição de medida provisória para a sua regulamentação.
ve-se observar as regras que incidem sobre aqueles serviços, bem § 3º - Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir
como o regime jurídico ao qual a atividade se submete. Sendo re- regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões,
gras de direito público, será serviço público; sendo regras de direito constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para inte-
privado, será serviço privado. grar a organização, o planejamento e a execução de funções públi-
Desta forma, os instrumentos normativos de delegação de ser- cas de interesse comum.
viços públicos, como concessão e permissão, transferem apenas a
prestação temporária do serviço, mas nunca delegam a titularidade
do serviço público.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Ao Distrito Federal: c) Prestação Indireta por delegação: é realizada por conces-


Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, re- sionários e permissionários, após regular licitação. Se a delegação
ger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo tiver previsão em lei específica, é chamada de concessão de servi- ço
de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a público e se depender de autorização legislativa, é chamada de
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. permissão de serviço público.
§ 1º - Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legis- A prestação indireta por delegação só pode ocorrer nos cha-
lativas reservadas aos Estados e Municípios. mados serviços públicos uti singuli e a responsabilidade por danos
[...] causados é objetiva e direta das concessionárias e permissionárias,
podendo o Estado responder apenas subsidiariamente. A natureza da
O artigo 30 da Constituição Federal, traz os serviços de compe- remuneração para pelo usuário é de tarifa ou preço público.
tência dos municípios, destacando-se o disposto no inciso V. Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamen-te
Importante lembrar, que o poder de fiscalização da prestação ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de
de serviços públicos é sempre do Poder Concedente. licitação, a prestação de serviços públicos.
Parágrafo único. A lei disporá sobre:
DELEGAÇÃO I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de
As formas de delegação por concessões de serviços públicos serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua pror-
e de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se- rogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e res-
ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, pela lei cisão da concessão ou permissão;
8.987/95, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos II - os direitos dos usuários;
indispensá- veis contratos. III - política tarifária;
Vamos conferir a redação do artigo 175 da Constituição Fede- IV - a obrigação de manter serviço adequado.
ral:
Note-se que o dispositivo não faz referência à autorização de
Art. 30. Compete aos Municípios: serviço público, talvez porque os chamados serviços públicos auto-
I - legislar sobre assuntos de interesse local; rizados não sejam prestados a terceiros, mas aos próprios particu-
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber; lares beneficiários da autorização; são chamados serviços públicos,
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem porque atribuídos à titularidade exclusiva do Estado, que pode, dis-
como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de pres- cricionariamente, atribuir a sua execução ao particular que queira
tar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei; prestá-lo, não para atender à coletividade, mas às suas próprias ne-
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação cessidades.
estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de conces- Concessão de serviço público
são ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o É a delegação da prestação do serviço público feita pelo poder
de transporte coletivo, que tem caráter essencial; concedente, mediante licitação na modalidade concorrência, à pes-
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e soa jurídica ou consórcio de empresas que demonstrem capacidade
do Estado, programas de educação infantil e de ensino fundamen- de desempenho por sua conta e risco, com prazo determinado.
tal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Essa capacidade de desempenho é averiguada na fase de habi-
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e litação da licitação. Qualquer prejuízo causado a terceiros, no caso
do Estado, serviços de atendimento à saúde da população; de concessão, será de responsabilidade do concessionário – que
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territo- responde de forma objetiva (art. 37, § 6.º, da Constituição Federal)
rial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e tendo em vista a atividade estatal desenvolvida, respondendo a Ad-
da ocupação do solo urbano; ministração Direta subsidiariamente.
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, É admitida a subconcessão, nos termos previstos no contrato
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual. de concessão, desde que expressamente autorizada pelo poder
concedente. A subconcessão corresponde à transferência de par-
Formas de prestação do serviço público cela do serviço público concedido a outra empresa ou consórcio
a). Prestação Direta: É a prestação do serviço pela Administra- de empresas. É o contrato firmado por interesse da concessionária
ção Pública Direta, que pode se realizar de duas maneiras: para a execução parcial do objeto do serviço concedido.
- pessoalmente pelo Estado: quando for realizada por órgãos
públicos da administração direta. Extinção da concessão de serviço público e reversão dos bens
- com auxílio de particulares: quando for realizada licitação, São formas de extinção do contrato de concessão:
celebrando contrato de prestação de serviços. Apesar de feita por - Advento do termo contratual (art. 35, I da Lei 8987/95).
particulares, age sempre em nome do Estado, motivo pelo qual a - Encampação (art. 35, II da Lei 8987/95).
reparação de eventual dano é de responsabilidade do Estado. - Caducidade (art. 35, III da Lei 8987/95).
b) Prestação Indireta por outorga: nesse caso a prestação de servi- - Rescisão (art. 35, IV da Lei 8987/95).
ços públicos pode ser realizada por pessoa jurídica especializada criada - Anulação (art. 35, V da Lei 8987/95).
pelo Estado, se houver lei específica. Este tipo de prestação é feita pela - Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimento
Administração Pública Indireta, ou seja, pelas autarquias, fundações pú- ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual (art. 35,
blicas, associações públicas, empresas públicas e sociedades de econo- VI da Lei 8987/95).
mia mista. A responsabilidade pela reparação de danos decorrentes da
prestação de serviços, neste caso, é objetiva e do próprio prestador do Assunção (reassunção): é a retomada do serviço público pelo
serviço, mas o Estado (Administração Direta) tem responsabilidade sub- poder concedente assim que extinta a concessão.
sidiária, caso a Administração Indireta não consiga suprir a reparação do
dano. A remuneração paga pelo usuário tem natureza de taxa.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Nos termos do que estabelece o artigo 35 §2º da Lei 8.987/75: § 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser pre-
“Art. 35, § 2º - Extinta a concessão, haverá a imediata assunção cedida da verificação da inadimplência da concessionária em pro-
do serviço pelo poder concedente, procedendo-se aos levantamen- cesso administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.
tos, avaliações e liquidações necessários). § 3o Não será instaurado processo administrativo de inadim-
plência antes de comunicados à concessionária, detalhadamente,
Reversão: é o retorno de bens reversíveis (previstos no edital e os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo,
no contrato) usados durante a concessão. dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões aponta-
Nos termos do que estabelece o artigo 35 §1º da Lei 8.987/75: das e para o enquadramento, nos termos contratuais.
“Art. 35, § 1º - Extinta a concessão, retornam ao poder conce- § 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a ina-
dente todos os bens reversíveis, direitos e privilégios transferidos dimplência, a caducidade será declarada por decreto do poder con-
ao concessionário conforme previsto no edital e estabelecido no cedente, independentemente de indenização prévia, calculada no
contrato”. decurso do processo.
a) Advento do termo contratual: É uma forma de extinção dos § 5o A indenização de que trata o parágrafo anterior, será devi-
contratos de concessão por força do término do prazo inicial previs- da na forma do art. 36 desta Lei e do contrato, descontado o valor
to. Esta é a única forma de extinção natural. das multas contratuais e dos danos causados pela concessionária.
b) Encampação: É uma forma de extinção dos contratos de con- § 6o Declarada a caducidade, não resultará para o poder con-
cedente qualquer espécie de responsabilidade em relação aos en-
cessão, mediante autorização de lei específica, durante sua vigên-
cargos, ônus, obrigações ou compromissos com terceiros ou com
cia, por razões de interesse público. Tem fundamento na suprema-
empregados da concessionária.
cia do interesse público sobre o particular.
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o d) Rescisão é uma forma de extinção dos contratos de conces-
fará de forma unilateral, pois um dos atributos do ato administra-
são, durante sua vigência, por descumprimento de obrigações pelo
tivo é a autoexecutoriedade. - O concessionário terá direito à inde- poder concedente.
nização. O concessionário tem a titularidade para promovê-la, mas pre-
Nos termos do que estabelece o artigo 37 da Lei 8.987/75: cisa ir ao Poder Judiciário. Nesta hipótese, os serviços prestados
“Art. 37 - Considera-se encampação a retomada do serviço pelo pela concessionária não poderão ser interrompidos ou paralisados
poder concedente durante o prazo da concessão, por motivo de in- até decisão judicial transitada em julgado
teresse público, mediante lei autorizativa específica e após prévio Nos termos do que estabelece o artigo 39 da Lei 8.987/75:
pagamento da indenização na forma do artigo anterior” “Art. 39 - O contrato de concessão poderá ser rescindido por ini-
ciativa da concessionária, no caso de descumprimento das normas
c) Caducidade: É uma forma de extinção dos contratos de con- contratuais pelo poder concedente, mediante ação judicial especial-
cessão durante sua vigência, por descumprimento de obrigações mente intentada para esse fim”
contratuais pelo concessionário. Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput deste artigo, os
O poder concedente tem a titularidade para promovê-la e o fará serviços prestados pela concessionária não poderão ser interrom-
de forma unilateral, sem a necessidade de ir ao Poder Judiciário. pidos ou paralisados, até a decisão judicial transitada em julgado.
O concessionário não terá direito a indenização, pois cometeu
uma irregularidade, mas tem direito a um procedimento adminis- O artigo 78 da Lei 8.666/93 traz motivos que levam à rescisão
trativo no qual será garantido contraditório e ampla defesa. do contrato, tais como:
Nos termos do que estabelece o artigo 38 da Lei 8.987/75: XV- Atraso superior a 90 dias do pagamento devido pela Admi-
Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a nistração, decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parce-
critério do poder concedente, a declaração de caducidade da con- las destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade
cessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as dis- pública, grave perturbação da ordem interna ou guerra, assegurado
posições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre ao contratado o direito de optar pela suspensão do cumprimento de
as partes. suas obrigações até que seja normalizada a situação;
§ 1o A caducidade da concessão poderá ser declarada pelo po- XIV- Suspensão da execução do serviço público pela Administra-
der concedente quando: ção Pública por prazo superior a 120 dias, sem a concordância do
I - o serviço estiver sendo prestado de forma inadequada ou concessionário, salvo em caso de calamidade pública, grave pertur-
deficiente, tendo por base as normas, critérios, indicadores e parâ- bação da ordem interna ou guerra.
metros definidores da qualidade do serviço;
II - a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou dispo- O artigo 79 da Lei 8.666/93 prevê três formas de rescisão dos
sições legais ou regulamentares concernentes à concessão; contratos administrativo, sendo elas:
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tan- 1. Rescisão por ato unilateral da Administração;
to, ressalvadas as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força 2. Rescisão amigável,
maior; 3. Rescisão judicial.
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas
ou operacionais para manter a adequada prestação do serviço con- Entretanto, na lei de concessão é diferente, existindo apenas
cedido; uma forma de rescisão do contrato, ou seja, aquela promovida pelo
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por concessionário no caso de descumprimento das obrigações pelo
infrações, nos devidos prazos; poder concedente.
VI - a concessionária não atender a intimação do poder conce- e) Anulação: É uma forma de extinção os contratos de conces-
dente no sentido de regularizar a prestação do serviço; e são, durante sua vigência, por razões de ilegalidade.
VII - a concessionária não atender a intimação do poder conce- Tanto o Poder Público com o particular podem promover esta
dente para, em 180 (cento e oitenta) dias, apresentar a documenta- espécie de extinção da concessão, diferenciando-se apenas quanto
ção relativa a regularidade fiscal, no curso da concessão, na forma à forma de promovê-la. Assim, o Poder Público pode fazê-lo unilate-
do art. 29 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. ralmente e o particular tem que buscar o poder Judiciário.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

A administração pode anular seus próprios atos, quando eiva- f) como ato precário, pode ser alterado ou revogado a qualquer
dos de vícios que os tornem ilegais, porque deles não originam di- momento pela Administração, por motivo de interesse público;
reitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, g) não obstante seja de sua natureza a outorga sem prazo, tem
respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a doutrina admitido a possibilidade de fixação de prazo, hipótese
a apreciação judicial, é o que dispõe a Súmula do STF nº 473. em que a revogação antes do termo estabelecido dará ao permis-
f) Falência ou extinção da empresa concessionária e falecimen- sionário direito à indenização.
to ou incapacidade do titular, no caso de empresa individual:
- Falência: É uma forma de extinção dos contratos de conces- CLASSIFICAÇÃO
são, durante sua vigência, por falta de condições financeiras do A doutrina administrativa assim classifica os Serviços Públicos:
concessionário. - Tanto o Poder Público com o particular podem
promover esta espécie de extinção da concessão. a) Serviços delegáveis e indelegáveis:
- Incapacidade do titular, no caso de empresa individual: É uma Serviços delegáveis são aqueles que por sua natureza, ou pelo
forma de extinção dos contratos de concessão, durante sua vigên- fato de assim dispor o ordenamento jurídico, comportam ser execu-
cia, por falta de condições financeiras ou jurídicas por parte do con- tados pelo estado ou por particulares colaboradores. Ex: serviço de
cessionário. abastecimento de água e energia elétrica
Serviços indelegáveis são aqueles que só podem ser prestados
Permissão de Serviço Público pelo Estado diretamente, por seus órgãos ou agentes. Ex: serviço de
É a delegação a título precário, mediante licitação feita pelo po- segurança nacional.
der concedente à pessoa física ou jurídica que demonstrem capaci-
dade de desempenho por sua conta e risco. b) Serviços administrativos e de utilidade pública:
A Lei n. 8.987/95 é contraditória quando se refere à natureza O chamado serviço de utilidade pública é o elenco de serviços
jurídica da permissão, pois muito embora afirma que seja “precá- prestados à população ou postos à sua disposição, pelo Estado e seus
ria”, mas exige que seja precedida de “licitação”, o que pressupõe agentes, basicamente de infraestrutura e de uso geral, como correios
um contrato e um contrato de natureza não precária. e telecomunicações, fornecimento de energia, dentre outros.
Em razão disso, diverge a doutrina administrativa majoritária Ex: imprensa oficial
entende que concessão é uma espécie de contrato administrativo
c) Serviços coletivos e singulares:
destinado a transferir a execução de um serviço público para tercei-
- Coletivo (uti universi): São serviços gerais, prestados pela Ad-
ros enquanto permissão é ato administrativo unilateral e precário.
ministração à sociedade como um todo, sem destinatário determi-
Nada obstante, a Constituição Federal iguala os institutos
nado e são mantidos pelo pagamento de impostos.
quando a eles se refere - Serviços singulares (uti singuli): são os individuais onde os
Art. 223. Compete ao Poder Executivo outorgar e renovar con- usuários são determinados e são remunerados pelo pagamento de
cessão, permissão e autorização para o serviço de radiodifusão so- taxa ou tarifa.
nora e de sons e imagens, observado o princípio da complementari- Ex: serviço de telefonia domiciliar
dade dos sistemas privado, público e estatal.
[...] d) Serviços sociais e econômicos:
§ 4º O cancelamento da concessão ou permissão, antes de ven- - Serviços sociais: são os que o Estado executa para atender aos
cido o prazo, depende de decisão judicial. reclamos sociais básicos e representam; ou uma atividade propicia-
§ 5º O prazo da concessão ou permissão será de dez anos para dora de comodidade relevante; ou serviços assistenciais e proteti-
as emissoras de rádio e de quinze para as de televisão. vos. Ex: serviços de educação e saúde.
- Serviços econômicos: são aqueles que, por sua possibilidade
Autorização de lucro, representam atividades de caráter industrial ou comercial.
É um ato administrativo unilateral, discricionário e precário, Ex: serviço de fornecimento de gás canalizado.
pelo qual o Poder Público transfere por delegação a execução de
um serviço público para terceiros. O ato é precário porque não tem e). Serviços próprios
prazo certo e determinado, possibilitando o seu desfazimento a Compreendem os que se relacionam intimamente com as atri-
qualquer momento. buições do Poder Público (Ex.: segurança, polícia, higiene e saúde
O que diferencia, basicamente, a autorização da permissão é o públicas etc.) devendo ser usada a supremacia sobre os administra-
grau de precariedade. A autorização de serviço público tem preca- dos para a execução da Administração Pública. Em razão disso não
riedade acentuada e não está disciplinada na Lei n. 8.987/95. É apli- podem ser delegados a particulares. Devido a sua essência, são na
cada para execução de serviço público emergencial ou transitório maioria das vezes gratuitos ou de baixa remuneração.
Relativamente à permissão de serviço público, as suas caracte-
rísticas assim se resumem: f). Serviços impróprios
a) é contrato de adesão, precário e revogável unilateralmente Por não afetarem substancialmente as necessidades da socie-
pelo poder concedente, embora tradicionalmente seja tratada pela dade, apenas irá satisfazer alguns de seus membros, devendo ser
doutrina como ato unilateral, discricionário e precário, gratuito ou remunerado pelos seus órgãos ou entidades administrativas, como
oneroso, intuitu personae. é o caso das autarquias, sociedades de economia mista ou ainda por
b) depende sempre de licitação, conforme artigo 175 da Cons- delegação.
tituição;
c) seu objeto é a execução d e serviço público, continuando a PRINCÍPIOS
titularidade do serviço com o Poder Público; Vamos conferir os princípios fundamentais que ditam as dire-
d) o serviço é executado e m nome d o permissionário, por sua trizes do serviço público:
conta e risco; a) Princípio da continuidade da prestação do serviço público:
e) o permissionário sujeita-se à s condições estabelecidas pela Em se tratando de serviço público, o princípio mais importante é o
Administração e a sua fiscalização; da continuidade de sua prestação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Na vigência de contrato administrativo, quando o particular Princípios, elementos, características, formalização, prazo
descumpre suas obrigações, há rescisão contratual. Se a Adminis- Princípio da autonomia da vontade: é a liberdade de contra-
tração, entretanto, que descumpre suas obrigações, o particular tação. A liberdade contratual confere às partes a criação de um
não pode rescindir o contrato, tendo em vista o princípio da conti- contrato de acordo com as suas necessidades, como acontece nos
nuidade da prestação. contratos atípicos ou nos típicos, que consiste em usar modelos
Essa é a chamada “cláusula exorbitante”, que visa dar à Admi- previstos em lei
nistração Pública uma prerrogativa que não existe para o particular, Princípio da supremacia da ordem pública: primeiramente de-
colocando-a em uma posição superior em razão da supremacia do vemos saber o que significa interesse público.
interesse público. Por interesse entende-se que corresponde a uma porção de
coletividade, que destina-se ao interesse de um grupo social como
b) Princípio da mutabilidade: Fica estabelecido que a execução um todo. É esse interesse que leva ao princípio do interesse público.
do serviço público pode ser alterada, desde que para atender o in- Podemos utilizar este princípio tanto no momento da elabora-
teresse público. Assim, nem os servidores, nem os usuários de ser- ção da lei quanto à sua execução em concreto pela administração
viços públicos, nem os contratados pela administração pública, têm pública. Desta forma, permite-se que exista o bem estar social para
direito adquirido à manutenção de determinado regime jurídico. atender o interesse da coletividade.
c) Princípio da igualdade dos usuários: Esse princípio estipula
que não haverá distinção entre as pessoas interessadas em con- Princípio da força obrigatória: entende-se que o contrato é lei
tratar com a administração pública. Dessa forma, se tais pessoas entre as partes, fazendo com que seja válido e eficaz para ser cum-
possuírem condições legais de contratação, não poderão ser dife- prido por ambas as partes, que é o caso do pacta sunt servant.
renciadas. É a base do direito contratual, devendo o ordenamento con-
d) Princípio da adequação: na própria Lei 8.897/95, resta claro ferir à parte instrumentos judiciários que obrigue o contratante a
que o serviço adequado é aquele que preenche as condições de re- cumprir o contrato ou a indenizar as partes.
gularidade, continuidade, eficiência, segurança, entre outros. Dessa Pela intangibilidade do contrato, ninguém pode alterar unila-
forma, se nota que à Administração Pública e aos seus delegados é teralmente o contrato, nem sequer o juiz. Isso ocorre em virtude de
necessário que se respeite o que a legislação exige. terem as partes contratadas de livre e espontânea vontade e,
e) Princípio da obrigatoriedade: o Estado não tem a faculdade submetido a sua vontade à restrição do cumprimento contratual,
discricionária em prestar o serviço público, ele é obrigado a fazer, no entanto, em se tratando de contratos administrativos regidos
sendo, dessa maneira, um dever jurídico. pelas ordens de direito público, há exceções legais que garantem a
f) Princípio da modicidade das tarifas: significa que o valor exi- alteração unilateral do contrato.
gido do usuário a título de remuneração pelo uso do serviço deve
ser o menor possível, reduzindo-se ao estritamente necessário para Princípio da boa-fé contratual: para se chegar a perfeição do
remunerar o prestador com acréscimo de pequena margem de lu- contrato, é preciso que exista boa- fé das partes contratantes, an-
cro. Daí o nome “modicidade”, que vem de “módico”, isto é, algo tes, depois e durante o contrato, verificando se essa boa fé está
barato, acessível. sendo descumprida.
Como o princípio é aplicável também na hipótese de serviço Para tanto, deve-se observar as circunstâncias que foi celebra-
remunerado por meio de taxa, o mais apropriado seria denominá-lo do o contrato, como o nível de escolaridade entre os contratantes,
princípio da modicidade da remuneração. o momento histórico e econômico.

g) Princípio da transparência: o usuário tem direito de receber Este princípio não está expresso na Constituição, por isso, com-
do poder concedente e da concessionária informações para defesa pete ao juiz analisar o comportamento dos contratantes.
de interesses individuais ou coletivos.
Características
a) Presença do Poder Público: o Poder Público tem que estar
ATOS E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. LEI 8666/93 E presente no contrato.
b) formal: tem várias formalidades previstas pela lei;
SUAS ALTERAÇÕES E COMPLEMENTAÇÕES
c) consensual: é aquele que se aperfeiçoa na manifestação de
vontade. O que vem depois é a execução do contrato (exemplo:
NOÇÕES GERAIS contrato de compra e venda). O contrato consensual já existe desde
Os contratos administrativos são os instrumentos jurídicos ce- o momento da manifestação de vontade. O contrato administrativo
lebrado pela Administração Pública, com base em normas de direito se aperfeiçoa no momento da manifestação de vontade. Isso é di-
público, com o propósito de satisfazer as necessidades de interesse ferente do contrato real, que só se aperfeiçoa a partir do momento
público, previsto na Lei 8.666/93 (Licitações e Contratos). em que há a entrega do bem (exemplo: contrato de empréstimo).
d) Comutativo: é aquele que tem prestação e contraprestação
Os contratos administrativos serão formais, consensuais, co- equivalentes e preestabelecidas. O contrato comutativo é diferente
mutativos e, em regra, intuitu personae (em razão da pessoa). As do contrato aleatório. O contrato administrativo deve ser comuta-
normas gerais sobre contrato de trabalho são de competência da tivo: prestação e contraprestação equivalentes e preestabelecidas.
União, podendo os Estados, Distrito Federal e Municípios legislarem e) Personalíssimo: leva em consideração as qualidades pessoais
supletivamente. do contrato. A subcontratação não autorizada pela Administração
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, mesmo reconhecendo dá causa à rescisão contratual (artigo 78 da Lei 8666). Assim, pela
que a doutrina majoritária aceita a designação “contrato adminis- letra da lei, em regra não é possível subcontratação, salvo se houver
trativo”, assim o define “são relações convencionais que por força autorização expressa da Administração a esse respeito.
de lei, de cláusulas contratuais ou do objeto da relação jurídica si-
tuem a Administração em posição peculiar em prol da satisfação do Para que a administração autorize, a doutrina majoritária elen-
bem comum”. ca mais 2 (dois) requisitos, a saber:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

1) a subcontratada deve preencher os mesmos requisitos, as c) aluguel e utilização de materiais de informática – limite de
mesmas condições exigidas na licitação; 48 meses.
2) a subcontratação deve ser parcial – não é admitida a sub-
contratação total do contrato, pois se for possível a subcontrata- As concessões de serviços públicos não estão vinculadas aos
ção total estar-se-ia desestimulando as empresas a participarem da créditos orçamentários anuais, pois exigem prazos mais dilatados
concorrência, podendo optar por aguardar o vencedor e assumir o para que o contratado recupere seu investimento. Requer-se ape-
contrato como subcontratada. nas que o contrato seja firmado por tempo determinado.
Os prazos contratuais podem ser prorrogados nas seguintes si-
f) Adesão: uma das partes tem o monopólio da situação, ou tuações:
seja, define as regras. À outra parte só resta a opção de aderir ou a) alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
não. b) superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estra-
O licitante, quando vem para a licitação, já sabe que o contrato nho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condi-
é anexo do edital. Ele não poderá discutir as cláusulas contratuais. ções de execução do contrato;
Deverá aceitá-las na forma em que foram elaboradas. O monopó- c) interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo
lio da situação está nas mãos da Administração. Não há debate de de trabalho por ordem e no interesse da Administração;
cláusula contratual. d) aumento das quantidades inicialmente previstas no contra-
to, nos limites permitidos na Lei;
g) bilateral: trata-se de acordo de vontades que prevê obriga- e) impedimento de execução do contrato por fato ou ato de
ções e direitos de ambas as partes. terceiro reconhecido pela Administração em documento contem-
porâneo à sua ocorrência;
Formalização f) omissão ou atraso de providências a cargo da Administração,
Para que um contrato seja válido e eficaz ele não pode ser feito inclusive quanto aos pagamentos previstos de que resulte, direta-
de qualquer maneira, deverá respeitar algumas peculiaridades que, mente, impedimento ou retardamento na execução do contrato,
formalmente, devem seguir em seu corpo de texto. Seguem abaixo sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.
as formalidades para que seja firmado um contrato:
a) Procedimento Administrativo Próprio: é o procedimento de Alteração, revisão, prorrogação, renovação, reajuste contra-
licitação, que pode ser substituído pelo procedimento de justifica- tual, execução e inexecução, cláusulas exorbitantes, anulação, re-
ção (artigo 26 da Lei 8666). vogação, extinção e consequências.
b) Forma Escrita: o contrato administrativo deve ser formali-
zado por escrito (regra). O artigo 60, parágrafo único da Lei 8666 Alteração
estabelece que é nulo e de nenhum efeito o contrato verbal, salvo o A Administração Pública tem o dever de zelar pela eficiência
de pronta entrega, pronto pagamento ou até R$4.000,00 (exceção). dos serviços públicos e, muitas vezes, celebrado um contrato de
c) Publicação: o contrato administrativo deve ser publicado acordo com determinados padrões, posteriormente se observa que
(artigo 61, parágrafo único, 8666). Não se publica a íntegra do con- estes não mais servem ao interesse público, quer no plano dos pró-
trato, mas apenas um resumo do mesmo (extrato do contrato), do- prios interesses, quer no plano das técnicas empregadas.
cumento este que contém as principais informações do contrato. Essa alteração não pode sofrer resistência do particular contra-
Por previsão expressa da lei, a publicação é condição de eficá- tado, desde que o Poder Público observe uma cláusula correlata,
cia do contrato. O contrato não publicado é válido, mas não tem qual seja, o Equilíbrio Econômico-financeiro do contrato.
eficácia. Assim, a Administração Pública deve, em defesa do interesse
A publicação é um dever da Administração. É esta quem deve público e desde que assegurada a ampla defesa, no processo admi-
providenciar a publicação do contrato administrativo. nistrativo, promover a alteração do contrato, ainda que discordante
o contratado.
d) Instrumento de Contrato: instrumento de contrato é o docu- Por óbvio, a possibilidade de alteração do que fora pactuado
mento que define os parâmetros da relação. sempre se sujeita à existência de justa causa, presente na modifi-
Será obrigatório quando o valor do contrato for corresponden- cação da necessidade coletiva, ou do interesse público. Ao parti-
te à concorrência ou à tomada de preços. Se a hipótese for de dis- cular restará, se caso, eventual indenização pelos danos que vier a
pensa ou inexigibilidade de licitação (contratação direta) e o valor suportar.
do contrato for da concorrência ou da tomada, será obrigatório o A lei autoriza que a Administração realize modificação unila-
instrumento de contrato. O critério único, portanto, é o valor do teral no objeto do contrato para melhor adequação às finalidades
contrato. Será facultativo quando o valor do contrato for correspon- de interesse público. A alteração pode consistir na modificação do
dente ao convite, desde que possa se fazer de outra forma. O cri- projeto ou em acréscimo e diminuição na quantidade do objeto.
tério, portanto, é o valor do convite e a possibilidade de se praticar Desse modo, as alterações unilaterais podem ser modificações qua-
de outra forma. litativas ou quantitativas.
- Qualitativas: Alterações qualitativas são autorizadas quan-
Prazo
do houver modificação do projeto ou das especificações para me-
Todo contrato administrativo deve ter um prazo determinado
lhor adequação técnica aos seus objetivos (art. 65, I, a, da Lei n.
e extingue-se normalmente ao final desse prazo. A regra é que os
8.666/93), desde que não haja descaracterização do objeto descrito
contratos têm sua duração limitada em 12 meses, ou seja, um exer-
no edital licitatório. Ou seja, quando ocorrer modificação do proje-
cício financeiro. Porém, a lei prevê as seguintes exceções, em que é
to ou das especificações para melhor adequação técnica;
possível a adoção de prazo mais dilatados:
a) contratos relativos a projetos incluídos no plano plurianual – - Quantitativas: Já as alterações quantitativas são possíveis
o prazo será aquele previsto na lei que aprovou o plano, atendendo quando necessária a modificação do valor contratual em decorrên-
ao limite de quatro anos; cia de acréscimo ou diminuição na quantidade do seu objeto, nos
b) serviços de execução contínua – limite de 60 meses, poden- limites permitidos em lei (art. 65, I, b, da Lei n. 8.666/93).
do ser estendido por mais 12 meses;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

A alteração unilateral do contrato exige mudança na remunera- Prorrogação e renovação


ção do contratado, ensejando direito ao reequilíbrio econômico-fi- Prorrogação do Contrato é o fato que permite a continuidade
nanceiro. do que foi pactuado além do prazo estabelecido, e por esse motivo
Constituem cláusulas exorbitantes porque podem ser impostas pressupõe a permanência do mesmo objeto contratado inicialmen-
à revelia da concordância do contratado. te. Observe-se, todavia, que apenas nas hipóteses legais poderá o
contrato ser prorrogado, porque a prorrogação não pode ser a re-
Revisão do contrato gra, mas sim a exceção.
Os contratos administrativos podem ser alterados por decisão “Se fosse livre a prorrogabilidade dos contratos, os princípios
unilateral da Administração ou por acordo entre as partes. da igualdade e da moralidade estariam irremediavelmente atingi-
Tendo em vista que as hipóteses de alteração são taxativas, dos” (CARVALHO FILHO)
qualquer alteração fora dessas hipóteses será nula. Estas alterações A possibilidade de prorrogação do contrato e do prazo para a
devem vir acompanhadas das razões e fundamentos que lhe deram execução está prevista no art. 57 da Lei nº. 8.666/93.
origem (art. 65 da Lei 8666/93). Os contratos de prestação de serviço de forma contínua podem
ter sua duração prorrogada por sucessivos períodos iguais, com o
Hipóteses de alteração unilateral pela Administração (rol ta- mesmo contratado e o mesmo objeto, se houver cláusula prevendo
xativo): essa possibilidade, com o objetivo de obter preços e condições mais
- Quando houver modificações do projeto ou das especifica- vantajosas para a Administração, no limite máximo de sessenta me-
ções, para melhor adequação técnica aos seus objetivos (art. 65, ses, admitindo-se a prorrogação por mais doze meses, em caráter
I, “a” da Lei 8666/93): Esta hipótese não pode ser confundida com excepcional. Somente se permite a prorrogação pelo mesmo prazo
alteração do objeto, pois seria uma fraude à licitação. inicial do contrato original.
- Quando necessária a modificação do valor contratual em de- Não é exigida licitação para a prorrogação do contrato. Nos de-
corrência de acréscimo ou diminuição quantitativa do objeto, nos mais casos, o prazo da execução do contrato pode ser prorrogado
limites permitidos pela lei (art. 65, I, “b” da Lei 8666/93). de acordo com a previsão da lei, ou seja, desde que ocorram os
motivos que ela elenca:
O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições - alteração do projeto e suas especificações pela Administra-
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, ção;
serviços ou compras, até 25% do valor inicial atualizado do contrato - superveniência de fato excepcional ou imprevisível que altere
e, no caso particular de reforma de prédios ou de equipamentos, as condições de execução;
até o limite de 50% para os seus acréscimos (art. 65, § 1.º da Lei - interrupção da execução ou diminuição do ritmo de trabalho
8666/93). por ordem e interesse da Administração;
A elevação das quantidades além desses limites representa - aumento de quantidades;
fraude à licitação, não sendo admitida nem mesmo com a con- - impedimento da execução por fato ou ato de terceiro reco-
cordância do contratado. Entretanto, as supressões resultantes de nhecido pela Administração;
acordo celebrado podem ser estabelecidas (art. 65, § 2.º da Lei - omissão ou atraso de providências pela Administração.
8666/93).
Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os A renovação em todo ou em parte do contrato é vedada e ne-
encargos do contratado, a Administração deverá restabelecer, por cessita de licitação, dando oportunidade à concorrência.
aditamento, o equilíbrio econômico-financeiro inicial (art. 65, § 6.º A recontratação somente é permitida nas hipóteses de dispen-
da Lei 8666/93). Teoria da Imprevisão também está presente nas sa ou inexigibilidade de licitação.
alterações unilaterais.
Execução do contrato administrativo
Hipóteses de alteração por acordo das partes (rol taxativo): A Administração deve designar servidor para acompanhar e fis-
- Quando conveniente a substituição da garantia da execução calizar o contrato, em data anterior ao início de sua vigência. Pode,
(art. 65, II, “a” da Lei 8.666/93). ainda, contratar terceiros para assessorá-lo nos casos em que, tec-
- Quando necessária a modificação do regime de execução da nicamente, isso se fizer necessário.
obra ou serviço bem como do modo de fornecimento, em face de O fiscal do contrato deve registrar todas as ocorrências verifi-
verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais origi- cadas, inclusive o que for determinado para a correção das falhas
nários (art. 65, II, “b” da Lei 8.666/93). observadas. Se as medidas extrapolarem suas competências devem
- Quando necessária modificação da forma de pagamento, por ser comunicadas aos seus superiores em tempo hábil para a adoção
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial dos procedimentos adequados.
atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao
cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contrapresta- Regime de execução O regime de execução disciplina a forma
ção de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço (art. de apuração do valor a ser pago à empresa contratada pela presta-
65, II, “c” da Lei 8.666/93). Exemplo: Resolvem mudar a data de ção do serviço, gerando modalidades de empreitada, diretamente
pagamento, pois “cai” no feriado. influenciadas pelo critério para apuração do valor da remuneração
A Teoria da Imprevisão autoriza a modificação ou revisão das devida da contratante à contratada. Quando na modalidade de
cláusulas inicialmente pactuadas em vista de fatos supervenientes empreitada por preço global, o contrato definirá o valor devido ao
e imprevisíveis capazes de impedir ou dificultar o cumprimento do particular tendo em vista a prestação de todo o serviço; quando na
ajuste nos termos inicialmente fixados. Tem por objetivo a manu- modalidade de empreitada por preço unitário o valor será fixado
tenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato. – pelas unidades executadas.
Esta teoria só se aplica diante da álea extraordinária (riscos, prejuí- Na categoria de contrato de obras e serviços, a Lei de Licitações
zos anormais ocorridos na execução do contrato). admite a empreitada por preço global, a empreitada por preço uni-
tário, a tarefa e a empreitada integral.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Empreitada por preço global: é aquela em que se ajusta a exe- referir aos prazos contratuais (mora), como ao modo de realização
cução da obra ou serviço por preço certo e total. Ou seja, a empresa do objeto de ajuste, como a sua própria consecução. É previsto para
contratada receberá o valor certo e total para execução de toda a esse caso multas e até a rescisão do contrato, com a cobrança de
obra. Será responsável pelos quantitativos e o valor total só será perdas e danos, a suspensão provisória e a declaração de idoneida-
alterado se houver modificações de projetos ou das condições pré- de para contratar com a administração.
-estabelecidas para execução da obra, sendo as medições feitas por Quando a rescisão se dá por culpa do contratado, a Administra-
etapas dos serviços concluídos. O pagamento, no entanto, poderá ção Pública terá direito:
ser efetuado parceladamente, nas datas prefixadas, na conclusão - Assunção imediata do objeto do contrato; tratando-se de ser-
da obra ou de cada etapa, conforme ajustado entre as partes. É co- viço essencial;
mum nos contratos de empreitada por preço global a exigência da - Ocupação das instalações, material, equipamentos e, inclu-
especificação de preços unitários, tendo em vista a obrigação da sive, funcionários, para dar continuidade ao contrato em razão do
empresa contratada de aceitar acréscimos ou supressões nos quan- princípio da continuidade do serviço público essencial;
titativos dentro dos limites legais (Art. 65, § 1.º). - A administração poderá executar a garantia prestada;
- Retenção dos créditos decorrentes do contrato até os limites
Art. 65 – [...] dos danos.
§ 1° - O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condi-
ções contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas Sendo assim, o descumprimento do pactuado pelo contratado
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do leva à imposição de sanções, penalidades e à apuração da respon-
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma sabilidade civil. Vale dizer, o descumprimento total ou parcial pode
de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinquenta por ensejar a apuração de responsabilidade civil, criminal e administra-
cento) para os seus acréscimos. tiva do contratado, propiciando, ainda, a rescisão do contrato. Já a
inexecução sem culpa é a que decorre de atos ou fatos estranhos
Empreitada por preço unitário: é aquela em que se contrata à conduta da parte, retardando ou impedindo totalmente a execu-
a execução por preço certo de unidades determinadas. Ou seja, o ção do contrato. Nesses casos, seria provinda de força maior, caso
preço global é utilizado somente para avaliar o valor total da obra, fortuito, etc.
para quantidades pré-determinadas pelo Edital para cada serviço, Força maior e caso fortuito são eventos que, por sua imprevi-
que não poderão ser alteradas para essa avaliação, servindo para sibilidade e inevitabilidade, criam para o contrato impossibilidade
determinar o vencedor do certame com o menor preço. As quan- intransponível de normal execução do contrato. No caso de força
tidades medidas serão as efetivamente executadas e o valor total maior, temos uma greve que paralise os transportes ou a fabricação
da obra não é certo. Nesta modalidade o preço é ajustado por uni- de um produto de que dependa a execução do contrato. No caso
dades, que tanto podem ser metros quadrados de muro levantado, fortuito, é o evento da natureza - como, por exemplo, um tufão,
como metros cúbicos de concreto fundido. O pagamento é devido inundação.
após cada medição. A empreitada por preço unitário é muito utiliza- - Teoria do Fato do Príncipe: Trata-se de todo acontecimento
da em reformas, quando não se pode prever as quantidades certas externo ao controle de natureza geral, que abrange a coletividade.
e exatas que serão objeto do contrato. No caso de alteração unilateral das cláusulas expressas em um con-
trato, a responsabilidade deriva do próprio contrato.
Tarefa: é o regime de execução próprio para pequenas obras Portanto, na hipótese de inexecução pelo fato do príncipe há
ou para partes de uma obra maior. Refere-se, predominantemente, uma determinação estatal, geral, imprevista e imprevisível que one-
à mão de obra. A tarefa pode ser ajustada por preço certo, global ra substancialmente a execução do contrato administrativo, obri-
ou unitário, com pagamento efetuado periodicamente, após a ve- gando o poder público contratante a compensar integralmente os
rificação ou a medição pelo fiscal do órgão contratante. Em geral, o prejuízos suportados pela outra parte, a fim de possibilitar o pros-
tarefeiro só concorre com a mão de obra e os instrumentos de tra- seguimento da execução do ajuste.
balho, mas nada impede que forneça também pequenos materiais. A característica marcante do fato do príncipe é a generalidade
e a coercitividade da medida prejudicial ao contrato, além da sua
Empreitada integral: é a contratação da integralidade de um surpresa e imprevisibilidade, com agravo efetivo para o contratado.
empreendimento, compreendendo todas as etapas das obras, ser- Na teoria do fato do príncipe a administração não pode causar
viços e instalações necessárias, inclusive projeto executivo, sob in- dano ou prejuízo aos administradores, e muito menos aos seus con-
teira responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contra- tratados. A medida não objetiva fazer cessar a execução do contrato
tante em condições de ocupação. e só incide indiretamente sobre o ajustado pelas partes.

Inexecução do contrato - Teoria da imprevisão: por ela as partes possuem autorização,


É o descumprimento de suas cláusulas, total ou parcial. Cul- possibilidade para a revisão do contrato através do reconhecimento
posa ou não. Pode ocorrer por ação ou omissão, culposa ou sem de eventos novos imprevistos no contrato e que sejam imprevisí-
culpa, de qualquer das partes, caracterizando o retardamento ou o veis.
descumprimento integral do ajustado. Quaisquer dessas situações Com este entendimento aplicamos a cláusula “rebus sic standi-
podem ensejar responsabilidades para o inadimplente e até mesmo bus”, mas só é possível a utilização desta quando sobrevierem fatos
propiciar a rescisão do contrato. imprevistos e imprevisíveis - ou se previsíveis incalculáveis nas suas
Ocorre também a inexecução quando o contratado descumpre consequências desequilibrando assim o contrato celebrado, poden-
obrigações contratuais ou realiza ato que, de acordo com regimes do haver o reajuste contratual de preço - desde que isto seja men-
jurídicos, não poderia fazê-lo; quando não há mais interesse público cionado no contrato inicial.
ou conveniência a mantença do contrato. A presente teoria somente interessa aos contratos de execução
A inexecução ou inadimplência culposa é a que resulta de ação continuada ou de trato sucessivo, ou seja, de médio ou longo prazo,
ou omissão da parte, decorrente de negligência, imprudência ou uma vez que se mostraria inútil nos de consumação instantânea.
imperícia no atendimento às cláusulas contratuais. Tanto pode se

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Cláusulas Exorbitantes zações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado,


Os contratos administrativos têm como sua maior particula- nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das
ridade a busca constante pelo interesse público e a consequente obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;
sujeição aos princípios basilares do Direito Público, quais sejam, XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos de-
o da supremacia do interesse público sobre o particular e a indis- vidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou forne-
ponibilidade do interesse público. Isto acaba por fazer com que as cimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em
partes do contrato administrativo não sejam colocadas em situação caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna
de igualdade, uma vez que, conforme amplamente sabido, são con- ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela sus-
feridas à Administração Pública prerrogativas que lhe colocam em pensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normali-
patamar diferenciado, de superioridade em face do particular que zada a situação;
com ela contrata. São as chamadas “cláusulas exorbitantes”, que XVI - a não liberação, por parte da Administração, de área, lo-
constituem poderes conferidos pela lei à Administração no manejo cal ou objeto para execução de obra, serviço ou fornecimento, nos
contratual que extrapolam os limites comumente utilizados no Di- prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais es-
reito Privado. pecificadas no projeto.
As cláusulas exorbitantes - também conhecidas como cláusulas
privilégios - fazem parte dos requisitos essenciais para qualificação Equilíbrio econômico-financeiro
do contrato administrativo; buscam garantir a regular satisfação do O art. 37, XXI, da Constituição Federal, ao disciplinar a obrigato-
riedade do procedimento licitatório, prescreve que
interesse público presente no contrato administrativo. São cláusu-
“Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
las que asseguram certas desigualdades entre as partes.
serviços, compras e alienações serão contratados mediante proces-
so de licitação pública, com cláusulas que estabeleçam obrigações
Anulação, Revogação, Extinção de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta”.
Anulação: Nos termos do que estabelece o artigo 59 da Lei nº
8.666/93, o contrato administrativo revestido de ilegalidades deve- Essa alusão a “mantidas as condições efetivas da proposta” tor-
rá ser anulado pela Administração, operando retroativamente seus nou obrigatória a criação de um sistema legal de preservação da
efeitos jurídicos, isto é, tornar-se-ão nulos todos os atos praticados. margem de lucro do contratado, denominado equilíbrio econômico
Assim a invalidação de um contrato administrativo determina a -financeiro.
supressão de tudo que dele resultou (efeito ex tunc, ou seja, supres- A disciplina legislativa do tema consta da Lei n. 8.666/93 (arts.
são de seus efeitos desde o início) 57, § 1º, e 65, II, d), da Lei n. 8.987/95 (art. 9º, § 2º) e da Lei n.
Da mesma forma, é nulo o contrato administrativo decorrente 9.074/95 (art. 35).
de licitação porventura anulada por ilegalidade. A manutenção do equilíbrio econômico-financeiro por uma re-
Muito embora seja prerrogativa da Administração Pública, em lação de igualdade a ser perseguida com base na equação formada
homenagem ao Princípio da Autotutela, a nulidade contratual não pelas obrigações assumidas pelo contratante no momento do ajus-
afasta a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que te e a compensação econômica para realizar essas obrigações. Visa
já tenha executado, até a data de declaração, a não ser que o pró- assegurar uma remuneração justa ao contratante.
prio contratado tenha dado causa à anulação. Para Alexandre Mazza “A manutenção desse equilíbrio é um di-
reito constitucionalmente tutelado do contratado e decorre do prin-
Revogação do ato administrativo: Os atos administrativos po- cípio da boa-fé e também da busca pelo interesse público primário,
derão ser revogados por questões de conveniência e oportunidade, tendo como fundamentos a regra do rebus sic stantibus e a teoria
a partir do momento em que estes se tornarem inconvenientes e da imprevisão.”
inoportunos para a Administração.
Em termos práticos, a garantia do equilíbrio econômico-finan-
Extinção é o fim do vínculo obrigacional entre contratante e ceiro obriga o contratante a alterar a remuneração do contratado
contratado. Pode ser decorrente de: sempre que sobrevier circunstância excepcional capaz de tornar
a) conclusão do objeto: nesse caso, o ato administrativo que mais onerosa a execução. Assim, procura-se recompor a margem de
lucro inicialmente projetada no momento da celebração contratual.
extingue o contrato é, como visto, o recebimento definitivo;
Essa alteração remuneratória pode se dar mediante reajuste
b) término do prazo: é a regra nos contratos por tempo deter-
ou revisão.
minado. É possível a prorrogação antes do fim do prazo previsto no
contrato; Reajuste é o nome dado para a atualizar o valor remuneratório
c) anulação; ante as perdas inflacionárias ou majoração nos insumos. Normal-
d) rescisão: forma excepcional de extinção do contrato, pois mente, as regras de reajuste têm previsão contratual e são formali-
implica cessação antecipada do vínculo. Pode ser unilateral, bilate- zadas por meio de instituto denominado apostila.
ral (amigável ou consensual) e judicial. A rescisão amigável, que não O reajuste pode ocorrer nos seguintes casos:
precisa ser homologada pelo juiz, é possível nos seguintes casos, a) reajustamento contratual de preços;
previstos no art. 78: b) cláusulas rebus sic stantibus e pacta sunt servanda;
XIII - a supressão, por parte da Administração, de obras, servi- c) fato do príncipe e fato da administração;
ços ou compras, acarretando modificação do valor inicial do contra- d) caso fortuito e força maior.
to além do limite permitido no § 1.º do art. 65 desta Lei;
XIV - a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Ad- Revisão ou recomposição são alterações no valor efetivo da ta-
ministração, por prazo superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em rifa, por muitas vezes não possuem uma previsão contratual, diante
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna de circunstâncias insuscetíveis de recomposição por reajuste.
ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mes- Portanto, no reajuste é promovida uma simples atualização
mo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de inde- monetária da remuneração, ao passo que na revisão ocorre um au-
nizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobili- mento real no valor pago ao contratado

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Convênios e Terceirização. artigo tratam-se de princípios gerais, quais são: Legalidade, Impes-
Convênios e consórcios administrativos surgem no direito ad- soalidade, Moralidade, que norteiam toda a atuação administrati-
ministrativo, fundamentalmente, como instrumentos jurídicos que va, sem particularidades no tocante a licitações públicas.
permitem a cooperação de diferentes pessoas de direito público, ou Assim, visando conhecer na integra os princípios que regem as
entre estas e particulares. Estes instrumentos de cooperação pos- Licitações Públicas temos o artigo 3º da Lei 8.666/93, que assim
sibilitam a conjugação de esforços de diversos entes naquilo que, dispõe:
isoladamente, não são capazes de realizar.
Os convênios em primeiro plano - e os consórcios em menor “Art. 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princí-
grau - são os instrumentos jurídicos que permitem que União, Es- pio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajo-
tados e Municípios realizem esforços conjuntos na realização do sa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional
interesse público. Tanto nas áreas em que a Constituição indicou a sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade
competência concorrente de todos ou de dois dos entes públicos, com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da
quanto naquelas em que, embora a norma de competência indi- moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade adminis-
que um ente como responsável, a realização material da finalidade trativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento
pública diz interesse geral e, portanto, também cabe aos demais objetivo e dos que lhes são correlatos.” Grifo nosso.
cooperarem no que for possível.
No âmbito da cooperação interna da Administração, propug- Assim temos:
na-se o desenvolvimento da autonomia gerencial, inclusive de ges- - Princípio da Legalidade: Para que a administração possa atuar,
tão financeira e orçamentária, a partir da celebração de contratos não basta à inexistência de proibição legal, é necessária para tanto
de gestão, estabelecendo deveres e responsabilidades do órgão a existência de determinação ou autorização de atuação adminis-
autônomo. Em relação à gestão associada entre vários órgãos ou trativa na lei.
entidades da Administração, sua operação se observa através de Assim, a Licitação Pública possui seu embasamento na Consti-
consórcios públicos e convênios de cooperação. tuição Federal e na Lei (Lei 8.666/93), devendo todos os seus proce-
Assim, nota-se a atualidade dos convênios administrativos e dimentos obedecer o que dispõe a norma legal.
consórcios públicos no âmbito da atuação administrativa como ins- Importante ainda esclarecer que a administração pública está
trumentos de cooperação entre os diversos órgãos da Administra- obrigada, no exercício de suas atribuições, à observância não ape-
ção e destes com os particulares, com vista à realização do interesse nas dos dispositivos legais, mas também em respeito aos princípios
público. jurídicos como um todo, inclusive aos atos e normas editadas pela
própria administração pública.
LICITAÇÕES
Licitação é um procedimento administrativo, de ocorrência - Princípio da Impessoalidade: Por tal princípio temos que a Ad-
obrigatória pelas entidades do governo para celebração de contrato ministração Pública tem que manter uma posição de neutralidade
administrativo, em que, atendida a igualdade entre os participan- em relação aos seus administrados, não podendo prejudicar nem
tes, deve ser escolhida a melhor proposta dentre as apresentadas mesmo privilegiar quem quer que seja.
pelos interessados, e com elas travar determinadas relações de Pelo princípio da impessoalidade, quando aplicável as Licita-
conteúdo patrimonial, verificado o preenchimento dos requisitos ções, a impessoalidade em relação aos licitantes (particulares in-
mínimos e necessários ao bom cumprimento das obrigações que teressados em participar das licitações), não devendo os atos lici-
forem assumidas perante a Administração Pública. tatórios serem emanados com o objetivo de atender a interesses
Dessa maneira, a Licitação traz em seu bojo a ideia de disputa pessoais do agente público ou de terceiros, devendo ter a finalidade
igualitária entre os concorrentes, com a finalidade de selecionar a exclusivamente ao que dispõe a lei, de maneira eficiente e impes-
proposta mais vantajosa aos interesses da Administração, visando soal.
à celebração de um contrato administrativo, entre ela e o particular Ressalta-se ainda que o princípio da impessoalidade possui es-
vencedor da concorrência, para a realização de obras, serviços, con- treita relação com o também principio constitucional da isonomia,
cessões, permissões, alienações, compras ou locações. ou igualdade, sendo dessa forma vedadas perseguições ou benes-
Dai surge então à necessidade de regulamentar a prática licita- ses pessoais.
tória, atendendo disposição da Constituição Federal, mais precisa- - Princípio da Moralidade: A falta da moral comum impõe, nos
mente no artigo 37, inciso XXI, que assim dispõe: atos administrativos e licitatórios a presença coercitiva e obrigatória
da moral administrativa, que se constitui de um conjunto de regras
“Art. 37: XXI - ressalvados os casos especificados na legisla- e normas de conduta impostas ao administrador da coisa pública.
ção, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados Assim o legislador utilizando-se dos conceitos da Moral e dos
mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de Costumes (fonte subsidiária do Direito Positivo), como forma de
condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam impor à Administração Pública, por meio de juízo de valor, um com-
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da pro- portamento obrigatoriamente ético e moral no exercício de suas
posta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências atribuições administrativas, através do pressuposto da moralidade.
de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do
cumprimento das obrigações”. - Princípio da Publicidade: Por este principio, temos que a ad-
ministração tem o dever de oferecer transparência de todos os atos
Assim, visando à regulamentação do processo de escolha da que praticar, e de todas as informações que estejam armazenadas
melhor proposta (licitação) foi editada Lei 8.666/93, que traz a nor- em seus bancos de dados referentes aos administrados.
matização da atividade. Portanto, se a Administração Pública tem atuação na defesa e
busca aos interesses coletivos, todas as informações e atos pratica-
Princípios dos devem ser acessíveis aos cidadãos.
O artigo 3º da Lei 8.666/1993 enumera expressamente prin- Por tal razão, os atos licitatórios devem ter divulgação oficial
cípios que devem ser observados pela administração pública na como requisito de sua eficácia, salvo as exceções previstas em lei,
realização de licitações. Alguns dos princípios expressos no referido onde o sigilo deve ser mantido e preservado.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

- Principio da Probidade Administrativa: Por tal principio temos Art. 24. É dispensável a licitação:
que o agente público no exercício regular de suas funções não pode I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez
violar, ao realizar procedimento licitatório, os princípios gerais e por cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo an-
constitucionais da administração pública, que são: legalidade, da terior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra
impessoalidade, da moralidade, da eficiência, da publicidade, além ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no
de exigir do agente público atuação leal e de boa-fé nos procedi- mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitante-
mentos licitatórios em que atuar. mente;
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por
- Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tal cento) do limite previsto na alínea «a», do inciso II do artigo ante-
principio veda a Administração Pública o descumprimento das nor- rior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
mas e condições previamente estipuladas no edital, ao qual deve se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de
estar estritamente vinculado. O edital é a lei interna da licitação, maior vulto que possa ser realizada de uma só vez;
vinculando os seus termos tanto aos licitantes como a administra- III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
ção que o emitiu. IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quan-
do caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
- Princípio do Julgamento Objetivo: É o que se baseia no critério ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
indicado no edital e nos termos específicos das propostas para o serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
seu julgamento. Em linhas gerais, não pode haver qualquer discri- somente para os bens necessários ao atendimento da situação
cionariedade na apreciação das propostas pela administração, jul- emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
gando vencedora a que melhor atende aos enunciados do edital, de que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oi-
maneira objetiva. tenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos
Competência legislativa contratos;
A competência para legislar sobre matéria que trate especifi- V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e
camente de licitações, e consequentemente contratos administra- esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a
tivos, é atribuída os entes da federação: União, Estados, Municípios Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preesta-
e Distrito Federal. belecidas;
No entanto, muito embora se verifique a competencia dos en- VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico
tes mencionados em legislar sobre licitação, é de competência ex- para regular preços ou normalizar o abastecimento;
clusiva da União editar normas gerais sobre a matéria. VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou
Constituição Federal: forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competen-
tes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos
[...] bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as preços, ou dos serviços;
modalidades, para a administração pública, direta e indireta, incluí- VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
das as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, nas di- interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou en-
versas esferas de governo, e empresas sob seu controle;
tidade que integre a Administração Pública e que tenha sido cria- do
para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde
Na esfera federal, a matéria relativa as normas gerais sobre lici-
que o preço contratado seja compatível com o praticado no
tações e contratos administrativos é disciplinada pela Lei Federal nº
mercado;
8.666/93, de obrigatoriedade em todo o território nacional.
IX - quando houver possibilidade de comprometimento da se-
gurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presiden-
Dispensa e Inexigibilidade
Dispensa: a dispensa de licitação engloba hipóteses que, muito te da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;
embora exista possibilidade jurídica de competição, a lei autoriza a X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendi-
celebração direta do contrato ou mesmo determina a não realiza- mento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi-
ção do procedimento licitatório. dades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde
Nos casos em que a lei autoriza a contratação sem a realização que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo ava-
de licitação, diz que ela é dispensável. Esclarece que nessas hipó- liação prévia;
teses, a competição é viável e possível, entretanto a lei autoriza a XI - na contratação de remanescente de obra, serviço ou forne-
administração pública decidir sobre a sua ocorrência ou não, de cimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que aten-
acordo com critérios de oportunidade e conveniência, dispensar a dida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mes-
sua realização. mas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto
Entretanto, em outras situações, ha própria lei, diretamente ao preço, devidamente corrigido;
dispensa compulsoriamente a realização da licitação. Nessas hipó- XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros
teses temos que a lei denominou licitação dispensada. Neste caso perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos
não cabe a Administração Pública decidir sobre a realização ou não licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no
da licitação. Não ocorrerá a licitação porque a própria lei garantiu preço do dia;
que, mesmo sendo juridicamente possível a realização da licitação, XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida regi-
fica dispensada. mental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desen-
A Lei 8.666/93 traz o rol taxativo das situações em que a licita- volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação
ção é dispensável, mais precisamente nos termos do artigo 24 da social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável re-
referida lei. putação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

XIV - para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo ções ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas
internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quan- de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de
do as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com
o Poder Público; as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou
históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexi-
inerentes às finalidades do órgão ou entidade. dade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão
XVI - para a impressão dos diários oficiais, de formulários pa- especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.
dronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para
bem como para prestação de serviços de informática a pessoa ju- atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras
rídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que in- empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente jus-
tegrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; tificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e
XVII - para a aquisição de componentes ou peças de origem na- ratificadas pelo Comandante da Força.
cional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos XXX - na contratação de instituição ou organização, pública ou
durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de
desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for in- assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacio-
dispensável para a vigência da garantia; nal de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar
XVIII - nas compras ou contratações de serviços para o abas- e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.
tecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e XXXI - nas contratações visando ao cumprimento do disposto
seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei no 10.973, de 2 de dezembro de 2004,
duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas se- observados os princípios gerais de contratação dela constantes.
des, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, XXXII - na contratação em que houver transferência de tecnolo-
quando a exiguidade dos prazos legais puder comprometer a nor- gia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde - SUS,
malidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não no âmbito da Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme
exceda ao limite previsto na alínea “a” do inciso II do art. 23 desta elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião
Lei: da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecno-
XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, lógica.
com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quan- do XXXIII - na contratação de entidades privadas sem fins lucra-
houver necessidade de manter a padronização requerida pela tivos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias
estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, sociais de acesso à água para consumo humano e produção de ali-
mediante parecer de comissão instituída por decreto; mentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência pela seca ou falta regular de água.
física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos XXXIV - para a aquisição por pessoa jurídica de direito público
ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de servi- interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distri-
ços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado buídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha
seja compatível com o praticado no mercado. por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua
XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão,
e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de enge- desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à
nharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária
inciso I do caput do art. 23; à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transfe-
XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de ener- rência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único
gia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou au- de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha
torizado, segundo as normas da legislação específica; sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência des-
XXIII - na contratação realizada por empresa pública ou socie- ta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o pratica-
dade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para do no mercado.
a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de servi- XXXV - para a construção, a ampliação, a reforma e o aprimora-
ços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado mento de estabelecimentos penais, desde que configurada situação
no mercado. de grave e iminente risco à segurança pública.
XXIV - para a celebração de contratos de prestação de serviços § 1o Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste
com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços
esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de contratados por consórcios públicos, sociedade de economia mista,
gestão. empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na for-
XXV - na contratação realizada por Instituição Científica e Tec- ma da lei, como Agências Executivas.
nológica - ICT ou por agência de fomento para a transferência de § 2o O limite temporal de criação do órgão ou entidade que
tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de explora- integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput
ção de criação protegida. deste artigo não se aplica aos órgãos ou entidades que produzem
XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da produtos estratégicos para o SUS, no âmbito da Lei no 8.080, de
Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção
prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do nacional do SUS.
autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de § 3o A hipótese de dispensa prevista no inciso XXI do caput,
cooperação. quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá procedi-
XXVII - na contratação da coleta, processamento e comercia- mentos especiais instituídos em regulamentação específica.
lização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em § 4o Não se aplica a vedação prevista no inciso I do caput do art.
o
áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associa- 9 à hipótese prevista no inciso XXI do caput.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Da inexigibilidade de Licitação: Há inexigibilidade quando a lici- II - a de melhor técnica;


tação é juridicamente impossível. A impossibilidade jurídica de rea- III - a de técnica e preço.
lização de licitação decorre da inviabilização de competição, pelo IV - a de maior lance ou oferta - nos casos de alienação de bens
motivo de não existir a pluralidade de potenciais proponentes, e ou concessão de direito real de uso.
assim inviáveis a disputa entre licitantes. § 2o No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após
A lei 8.666/93 dispõe sobre o rol taxativo das situações em que obedecido o disposto no § 2o do art. 3o desta Lei, a classificação
é juridicamente impossível a realização da licitação, constituindo se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual
então a inexigibilidade da licitação, devidamente elencado no arti- todos os licitantes serão convocados, vedado qualquer outro pro-
go 25 da referida lei. cesso.
“Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de § 3o No caso da licitação do tipo «menor preço», entre os lici-
competição, em especial: tantes considerados qualificados a classificação se dará pela ordem
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que crescente dos preços propostos, prevalecendo, no caso de empate,
só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representan- exclusivamente o critério previsto no parágrafo anterior.
te comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a § 4o Para contratação de bens e serviços de informática, a ad-
comprovação de exclusividade ser feita através de atestado forneci- ministração observará o disposto no art. 3o da Lei no 8.248, de 23
de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em
do pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria
seu parágrafo 2o e adotando obrigatoriamente o tipo de licitação
a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Con-
«técnica e preço», permitido o emprego de outro tipo de licitação
federação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art.
§ 5o É vedada a utilização de outros tipos de licitação não pre-
13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas
vistos neste artigo.
de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de
§ 6o Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas
publicidade e divulgação; tantas propostas quantas necessárias até que se atinja a quantidade
III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico, demandada na licitação.
diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consa-
grado pela crítica especializada ou pela opinião pública. Modalidades: concorrência, tomada de preços, convite, con-
§ 1o Considera-se de notória especialização o profissional ou curso, leilão, pregão presencial e eletrônico,
empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente Modalidade de Licitação é forma específica de conduzir o pro-
de desempenho anterior, estudos, experiências, publicações, orga- cedimento licitatório, a partir de critérios pré definidos em lei. O
nização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requisitos re- valor estimado para a contratação é o principal fator de escolha da
lacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho modalidade a ser adotada pelo administrador público, exceto quan-
é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do se tratar de pregão, que não está limitado a valores.
do objeto do contrato. São modalidades de licitação:
§ 2o Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de Concorrência: De todas as modalidades de licitação existentes
dispensa, se comprovado superfaturamento, respondem solida- no ordenamento jurídico brasileiro, esta se revela a mais complexa,
riamente pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o e uma das diferenças entre as demais modalidades é possuir a fase
prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo da habilitação preliminar, logo após a abertura do procedimento.
de outras sanções legais cabíveis. Modalidade da qual podem participar quaisquer interessados
que na fase de habilitação preliminar comprovem possuir os requi-
Tipos de Licitação: menor preço, melhor técnica e técnica e sitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução do
preço. objeto da licitação.
É a modalidade exigida por lei, com regra, para a compra de
Os tipos de licitação, são em verdade os distintos critérios ob- imóveis e para a alienação de imóveis públicos, para a concessão de
jetivos utilizados para o julgamento das propostas apresentadas direito real de uso, para licitações internacionais, para a celebração
pelos licitantes. de contrato administrativo de concessão de serviços públicos e para
São os tipos de licitação previstos na Lei 8.666/93: a contratação de parcerias públicos-privadas.
a) Menor preço; O decreto nº 9.412/18 atualiza os valores da modalidade de
b) Melhor técnica; licitação para a concorrência:
c) Tecnica e preço e a) para obras e serviços de engenharia: acima de R$
d) Maior lance ou oferta. 3.300.000,00 (três milhões e trezentos mil reais)
b) para compras e serviços: acima de R$ 1.430.000,00 (um mi-
O artigo 45 da Lei Geral de Licitações assim estabelece quanto lhão, quatrocentos e trinta mil reais)
aos tipos de licitação:
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Tomada de Preço: Modalidade realizada entre interessados
Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições
conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente es- exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do
tabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusi- recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.
vamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos Na modalidade de tomada de preços, a fase da habilitação
licitantes e pelos órgãos de controle. corresponde ao próprio cadastramento exigido em lei, é prévia a
§ 1o Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, abertura do procedimento licitatório, e assim, objetivando dar cum-
exceto na modalidade concurso: primento ao princípio da competitividade entre os licitantes, os in-
I - a de menor preço - quando o critério de seleção da proposta teressados em participar do certame não cadastrados previamente
mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor têm a possibilidade de se inscreverem até o terceiro dia anterior à
o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especifica- data do recebimento das propostas, desde que satisfaçam as condi-
ções do edital ou convite e ofertar o menor preço; ções de qualificações exigidas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Ressalta-se que a modalidade de tomada de preços será ado- Seu processamento quanto às fases e lances poderá ocorrer na
tada para a celebração de contratos relativos às obras, serviços e modalidade presencial ou então por meio da utilização de recursos
compras de produtos de menor vulto do que é exigido para partici- de tecnologia da informação, chamado de pregão eletrônico. Nesta
par da modalidade de concorrência. hipótese a licitação é procedida a distância em sessão pública, por
O decreto nº 9.412/18 atualiza os valores da modalidade de meio de sistema que promova a comunicação pela internet.
licitação para a Tomada de Preço:
a) para obras e serviços de engenharia: até R$ 3.300.000,00 Habilitação, julgamento, recursos. Adjudicação e homologa-
(três milhões e trezentos mil reais) ção
b) para compras e serviços: até R$ 1.430.000,00 (um milhão, São fases da licitação o edital, a habilitação, a classificação, a
quatrocentos e trinta mil reais) homologação e a adjudicação.

Convite: Modalidade realizada entre interessados do ramo de Edital: O edital é o instrumento por meio do qual a administra-
que trata o objeto da licitação, escolhidos e convidados em número ção torna pública a realização de licitação, sendo o meio utilizado
mínimo de três pela Administração. por todas as modalidades de licitação, exceto na modalidade con-
O convite é a modalidade de licitação mais simples, sendo que vite.
a Administração escolhe quem quer convidar, entre os possíveis Além de ser o instrumento de divulgação do edital, é ainda a lei
interessados, cadastrados ou não. A divulgação deve ser feita me- interna da licitação, pois nele devem estar previstas todas as regras
diante afixação de cópia do convite em quadro de avisos do órgão que regerão o procedimento licitatório, e uma vez publicadas de-
ou entidade, localizado em lugar de ampla divulgação. vem ser seguidas, tanto pela administração quanto pelos licitantes.
Na modalidade de convite, com vistas ao princípio da competi- Assim, o edital deve descrever com detalhes o objeto a ser lici-
tividade, é possível a participação de interessados que não tenham tado, os documentos a serem trazidos no momento da habilitação,
sido formalmente convidados, mas que sejam do ramo do objeto o critério objetivo de julgamento das propostas, entre outras nor-
licitado, desde que cadastrados no órgão ou entidade licitadora. Es- mas que forem pertinentes.
ses interessados devem solicitar o convite com antecedência de até A publicação do edital deve observar um prazo mínimo de an-
24 horas da apresentação das propostas. tecedência para o recebimento das propostas ou então da realiza-
Na modalidade de Convite, para que a contratação seja possí- ção da licitação, sendo que qualquer modificação que se faça neces-
vel, são necessárias pelo menos três propostas válidas, isto é, que sário no edital exige a divulgação pela mesma forma que se deu seu
atendam a todas as exigências do ato convocatório. Não é suficiente texto inicial e original, tornando a abrir o prazo antes estabelecido
a obtenção de três propostas, é preciso para tanto que as três sejam para a apresentação das propostas, exceto quando a alteração não
válidas. Caso isso não ocorra, a Administração deve repetir o convi- afetar a formulação das propostas.
te e convidar mais um interessado, no mínimo, enquanto existirem
cadastrados não convidados nas últimas licitações, ressalvadas as Habilitação: É a fase em que a Administração Pública procura
hipóteses de limitação de mercado ou manifesto desinteresse dos averiguar as condições pessoais de cada licitante, efetuando análise com
convidados, circunstâncias estas que devem ser justifica das no pro- o objetivo de averiguar a documentação e requisitos pessoais dos licitan-
cesso de licitação. tes, tendo em vista futura contratação, e verificando ainda as condições
O decreto nº 9.412/18 atualiza os valores da modalidade de que o licitante tem de cumprir o objeto da futura contratação.
licitação para o Convite: A habilitação tem a finalidade de garantir que o licitante, futuro
a) para obras e serviços de engenharia: até R$ 330.000,00 (tre- vencedor do certame, tenha condições técnicas, financeiras e de ido-
zentos e trinta mil reais) neidade para cumprirem o objeto contratado por meio de licitação.
b) para compras e serviços: até R$ 176.000,00 (cento e setenta É possível a dispensa da fase de habilitação, em seu todo ou em
e seis mil reais) parte, nos casos da modalidade de convite, concurso, fornecimento
de bens para pronta entrega e ainda leilão.
Concurso: É a modalidade de licitação entre quaisquer inte- Cumpre ressaltar que, encerrada a fase de habilitação, o lici-
ressados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, tante aprovado para participar do certame não poderá mais desistir
mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedo- da proposta já apresentada, exceto quando houver motivo justo
res, conforme critérios constantes do edital publicado na imprensa decorrente de fato superveniente, desde que aceito pela comissão
oficial com antecedência mínima de 45 dias. da licitação.
Dessa forma, o que determina a necessidade de escolha da mo-
dalidade de licitação de Concurso, é a natureza do seu objeto, e não Classificação: É a fase em que o Poder Público analisa as pro-
o seu valor contratado. postas comerciais dos licitantes que já foram habilitados, e poste-
riormente escolhe a melhor proposta que atendem aos interesses
Leilão: É a modalidade de licitação, entre quaisquer interessa- da administração.
dos, para a venda, a quem oferecer o maio lance, igual ou superior Trata-se do julgamento das propostas apresentadas pelos li-
ao valor da avaliação de bens móveis e imóveis. citantes, que deverá sempre obediência aos critérios objetivos de
julgamento constante no edital, sendo que a responsabilidade de
Pregão: Muito embora não esteja presente no rol da Lei efetuar o julgamento, via de regra, fica a cargo da comissão de li-
8.666/93, o pregão é considerada uma das modalidades de licitação citação.
prevista na Lei Federal 10.520/2002. A etapa do julgamento, ou classificação, pode ser subdividida
É a modalidade adequada para aquisição de bens e serviços em duas fases:
comuns, assim considerados aqueles cujos padrões de desempe- - Desclassificação: A desclassificação ocorre assim que a admi-
nho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, nistração verifica a conformidade de cada proposta com os requi-
por meio de especificações usuais no mercado. sitos do edital, especificações técnicas e compatibilidade com os
preços aplicáveis no mercado. Assim, as propostas que estiverem
em desconformidade serão eliminadas, ou então, desclassificadas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

- Ordem de Classificação: as propostas já classificadas, ou seja, II - ser processadas através de sistema de registro de preços; III
que estão de acordo com os critérios estabelecidos no edital, será - submeter-se às condições de aquisição e pagamento seme-
estabelecida a ordem de classificação das propostas, de acordo com lhantes às do setor privado;
o julgamento objetivo previsto em edital e da proposta que melhor IV - ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias
atenda aos interesses da coletividade. para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economici-
Cumpre ao final esclarecer que, no caso de todos os licitantes dade;
forem inabilitados ou então todas as propostas desclassificadas, a V - balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e
administração pública poderá fixar prazo de 08 (oito) dias aos li- entidades da Administração Pública.
citantes para a apresentação de nova documentação, ou então a § 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de
correção das propostas desclassificadas, objetivando sanar as irre- mercado.
gularidades. No caso da modalidade de convite, o prazo reduz para § 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente
03 (três) dias úteis. para orientação da Administração, na imprensa oficial.
§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por
Homologação: A homologação é a fase da licitação na qual to- decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se-
dos os seus atos e procedimentos são levados ao conhecimento e guintes condições:
I - seleção feita mediante concorrência;
avaliação da autoridade que conduziu a licitação, para a confirma-
II - estipulação prévia do sistema de controle e atualização dos
ção ou não de todas as decisões tomadas. É a confirmação ou não
preços registrados;
de todos os atos praticados no procedimento licitatório, conferindo
III - validade do registro não superior a um ano.
a validade do certame licitatório.
§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Adminis-
Nesta etapa é feito o controle de legalidade do procedimento
tração a firmar as contratações que deles poderão advir, ficando-
licitatório, sendo que verificado irregularidades nas fases da licita-
-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação
ção, a autoridade competente não homologará o procedimento, relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro
remetendo o processo à comissão de licitação, para a correção das preferência em igualdade de condições.
etapas com falhas, e a repetição dos atos com vícios. § 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços,
quando possível, deverá ser informatizado.
Adjudicação: É a ultima fase que temos no procedimento da § 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço
licitação, que nada mais é do que a entrega do objeto da licitação constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse
ao vencedor. com o preço vigente no mercado.
A adjudicação é o ato pelo qual a administração pública atri- § 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
bui ao vencedor da melhor proposta o objeto ora licitado, sendo I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indi-
que esta etapa tem a finalidade única de garantir ao vencedor que, cação de marca;
quando a administração for celebrar o contrato referente ao objeto II - a definição das unidades e das quantidades a serem adqui-
licitado, assim o fará com o vencedor. ridas em função do consumo e utilização prováveis, cuja estimati-
Com a adjudicação há a efetiva liberação dos demais licitantes va será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas
perdedores de cumprimento de suas propostas, e ao contrário, vin- quantitativas de estimação;
cula o vencedor a obrigatoriedade de manter os termos propostos. III - as condições de guarda e armazenamento que não permi-
tam a deterioração do material.
Registro de Preços § 8º O recebimento de material de valor superior ao limite esta-
O Sistema de Registro de Preços não se confunde com uma das belecido no art. 23 desta Lei, para a modalidade de convite, deverá
modalidades de licitação, pois se trata de um procedimento licitató- ser confiado a uma comissão de, no mínimo, 3 (três) membros.
rio, que se efetiva por meio das modalidades de pregão ou concor-
rência, para fins de registro formal de preços relativos a serviços ou O Sistema de Registro de Preços poderá ser adotado pela Admi-
bens, concedendo à Administração Pública, no momento em que nistração Pública nas seguintes hipóteses:
entender oportuno, a possibilidade de futura contratação nos mol- a) quando, pelas características do bem ou serviço, houver ne-
des do melhor preço registrado. cessidade de contratações frequentes;
b) quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de
Segundo os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro1, ¨o entregas parceladas ou contratação de serviços remunerados por
registro de preços foi previsto no art. 15, II, da Lei 8.666/93, como unidade de medida ou em regime de tarefa;
procedimento a ser utilizado preferencialmente para as compras c) quando for conveniente a aquisição de bens ou a contrata-
efetuadas pela Administração Pública¨. ção de serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade,
O Decreto nº 7.892/2013, em seu artigo 2º, I define o Sistema ou a programas de governo; ou
de Registro de Preços como o conjunto de procedimentos para re- d) quando, pela natureza do objeto, não for possível definir
gistro formal de preços relativos à prestação de serviços e aquisição previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.
de bens, para contratações futuras.
O principal objetivo desse procedimento de registrar os preços Revogação e anulação da licitação.
é facilitar e agilizar as contratações futuras, sem que seja necessário Caso ocorra motivo superveniente suficientes e motivado pela
a realização de novo procedimento licitatório. Administração Pública com justificatívas de interesse público rele-
Vejamos o que determina o artigo 15 da Lei 8.666/93: vante para que não se proceda a contratação, poderá, mediante ato
fundamentado revogar a licitação, por meio de procedimento que
Art. 15. As compras, sempre que possível, deverão: possibilite ao contratado vendedor do certame licitatório a ampla
I - atender ao princípio da padronização, que imponha compa- defesa e o contraditório.
tibilidade de especificações técnicas e de desempenho, observadas, No entanto, a autoridade competente deverá anular a licitaçã
quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica de oficio ou por provocação de terceiros quando identificada ilega-
e garantia oferecidas; lidade dos atos licitatórios.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Esta decisão de anulação deve, obrigatoriamente ser precedida III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das
de parecer escrito e fundamentado, assegurando aos interessados definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis ele-
na manutenção da licitação o contraditório e a ampla defesa. mentos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o
A possibilidade jurídica da Administração Pública revogar e orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licita-
anular o procedimento licitatório está previsto no artigo 49 da Lei ção, dos bens ou serviços a serem licitados; e
8.666/93: IV - a autoridade competente designará, dentre os servidores
do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respec-
Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do proce- tiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebi-
dimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse mento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua
público decorrente de fato superveniente devidamente compro- classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do
vado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo certame ao licitante vencedor.
anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, § 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por
mediante parecer escrito e devidamente fundamentado. servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da adminis-
§ 1o A anulação do procedimento licitatório por motivo de ile- tração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do
galidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no órgão ou entidade promotora do evento.
parágrafo único do art. 59 desta Lei. § 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoei-
§ 2o A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas
ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei. por militares
§ 3o No caso de desfazimento do processo licitatório, fica asse- Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convoca-
gurado o contraditório e a ampla defesa. ção dos interessados e observará as seguintes regras:
§ 4o O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos I - a convocação dos interessados será efetuada por meio de
do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado
ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente,
por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de
LEI Nº 10.520/2002 E DEMAIS DISPOSIÇÕES NORMATIVAS grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art.
RELATIVAS AO PREGÃO 2º;

II - do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indi-


LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002 cação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a
íntegra do edital;
Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municí- III - do edital constarão todos os elementos definidos na forma
pios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, mo- do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento
dalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e e a minuta do contrato, quando for o caso;
serviços comuns, e dá outras providências. IV - cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à
disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- da Lei no 9.755, de 16 de dezembro de 1998;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: V - o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a
partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;
Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser VI - no dia, hora e local designados, será realizada sessão públi-
adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por ca para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu
esta Lei. representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência
Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prá-
os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempe- tica de todos os demais atos inerentes ao certame;
nho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital,
VII - aberta a sessão, os interessados ou seus representantes,
por meio de especificações usuais no mercado.
apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plena-
§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de
mente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes con-
recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamen-
tendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à
tação específica.
sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propos-
§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da
tas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de
bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos VIII - no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais bai- xo
e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores
recursos de tecnologia da informação. àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a pro-
§ 3º As bolsas a que se referem o § 2o deverão estar organi- clamação do vencedor;
zadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a IX - não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições
participação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores pro-
unificados de pregões. postas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e
Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;
I - a autoridade competente justificará a necessidade de contra- X - para julgamento e classificação das propostas, será adota-
tação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, do o critério de menor preço, observados os prazos máximos para
os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimple- fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de
mento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos desempenho e qualidade definidos no edital;
para fornecimento; XI - examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quan-
II - a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, to ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a
vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desne- respeito da sua aceitabilidade;
cessárias, limitem a competição;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

XII - encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o a que se refere o inciso XIV do art. 4o desta Lei, pelo prazo de até 5
pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os docu- (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no con-
mentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor propos- trato e das demais cominações legais.
ta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital; Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes
XIII - a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo,
está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle,
Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, e as Fa- nos termos do regulamento previsto no art. 2º.
zendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a compro- Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de
vação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.
jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira; Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na
XIV - os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.
de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Uni- Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns,
ficado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais pios, quando efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto
licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes; no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, poderão adotar
XV - verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, a modalidade de pregão, conforme regulamento específico.
o licitante será declarado vencedor; Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a
XVI - se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender vigorar acrescida do seguinte artigo:
às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subse- “Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí-
qüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e pios poderão adotar, nas licitações de registro de preços destinadas
assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a mo-
sendo o respectivo licitante declarado vencedor; dalidade do pregão, inclusive por meio eletrônico, observando-se
XVII - nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro o seguinte:
poderá negociar diretamente com o proponente para que seja ob- I - são considerados bens e serviços comuns da área da saúde,
tido preço melhor; aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sis-
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá mani- tema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade
festar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando possam ser objetivamente definidos no edital, por meio de especifi-
lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das cações usuais do mercado.
razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intima- II - quando o quantitativo total estimado para a contratação ou
dos para apresentar contra-razões em igual número de dias, que fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vencedor, admi-
começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes tir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem necessá-
assegurada vista imediata dos autos; rios para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada
XIX - o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas a ordem de classificação, desde que os referidos licitantes aceitem
dos atos insuscetíveis de aproveitamento; praticar o mesmo preço da proposta vencedora.
XX - a falta de manifestação imediata e motivada do licitante III - na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II,
importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços diferentes
objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor; da proposta vencedora, desde que se trate de objetos de qualidade
XXI - decididos os recursos, a autoridade competente fará a ad- ou desempenho superior, devidamente justificada e comprovada a
judicação do objeto da licitação ao licitante vencedor; vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite máxi-
XXII - homologada a licitação pela autoridade competente, o mo admitido.”
adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo de- Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
finido em edital; e
Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Independência e 114º da
XXIII - se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de
República.
validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o
disposto no inciso XVI.
Art. 5º É vedada a exigência de:
I - garantia de proposta; LEI COMPLEMENTAR Nº 101/2000 E SUAS ALTERAÇÕES
II - aquisição do edital pelos licitantes, como condição para par- (LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL)
ticipação no certame; e
III - pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a LEI COMPLEMENTAR Nº 101, DE 4 DE MAIO DE 2000
fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua
reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecno- Estabelece normas de finanças públicas voltadas para a respon-
logia da informação, quando for o caso. sabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
dias, se outro não estiver fixado no edital. cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua
proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar CAPÍTULO I
documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retardamen- DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
to da execução de seu objeto, não mantiver a proposta, falhar ou
fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo Art. 1º Esta Lei Complementar estabelece normas de finanças
ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e contratar com públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, com am-
a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descreden- paro no Capítulo II do Título VI da Constituição.
ciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

§ 1º A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação pla- CAPÍTULO II


nejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem des- DO PLANEJAMENTO
vios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o
cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a SEÇÃO I
obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, DO PLANO PLURIANUAL
geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dí-
vidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por Art. 3º (VETADO)
antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos
a Pagar. SEÇÃO II
§ 2º As disposições desta Lei Complementar obrigam a União, DA LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
§ 3º Nas referências: Art. 4º A lei de diretrizes orçamentárias atenderá o disposto no
I - à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, § 2o do art. 165 da Constituição e:
estão compreendidos: I - disporá também sobre:
a) o Poder Executivo, o Poder Legislativo, neste abrangidos os a) equilíbrio entre receitas e despesas;
Tribunais de Contas, o Poder Judiciário e o Ministério Público; b) critérios e forma de limitação de empenho, a ser efetivada
b) as respectivas administrações diretas, fundos, autarquias, nas hipóteses previstas na alínea b do inciso II deste artigo, no art.
fundações e empresas estatais dependentes; 9o e no inciso II do § 1o do art. 31;
II - a Estados entende-se considerado o Distrito Federal; c)(VETADO)
III - a Tribunais de Contas estão incluídos: Tribunal de Contas da d)(VETADO)
União, Tribunal de Contas do Estado e, quando houver, Tribunal de e) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos re-
Contas dos Municípios e Tribunal de Contas do Município. sultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos;
Art. 2º Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se f) demais condições e exigências para transferências de recur-
sos a entidades públicas e privadas;
como:
II -(VETADO)
I - ente da Federação: a União, cada Estado, o Distrito Federal
III -(VETADO)
e cada Município;
§ 1º Integrará o projeto de lei de diretrizes orçamentárias Ane-
II - empresa controlada: sociedade cuja maioria do capital so-
xo de Metas Fiscais, em que serão estabelecidas metas anuais, em
cial com direito a voto pertença, direta ou indiretamente, a ente da
valores correntes e constantes, relativas a receitas, despesas, re-
Federação; sultados nominal e primário e montante da dívida pública, para o
III - empresa estatal dependente: empresa controlada que re- exercício a que se referirem e para os dois seguintes.
ceba do ente controlador recursos financeiros para pagamento de § 2º O Anexo conterá, ainda:
despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluí- I - avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;
dos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de partici- II - demonstrativo das metas anuais, instruído com memória e
pação acionária; metodologia de cálculo que justifiquem os resultados pretendidos,
IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, comparando-as com as fixadas nos três exercícios anteriores, e evi-
de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de servi- denciando a consistência delas com as premissas e os objetivos da
ços, transferências correntes e outras receitas também correntes, política econômica nacional;
deduzidos: III - evolução do patrimônio líquido, também nos últimos três
a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios exercícios, destacando a origem e a aplicação dos recursos obtidos
por determinação constitucional ou legal, e as contribuições men- com a alienação de ativos;
cionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. IV - avaliação da situação financeira e atuarial:
239 da Constituição; a) dos regimes geral de previdência social e próprio dos servi-
b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por deter- dores públicos e do Fundo de Amparo ao Trabalhador;
minação constitucional; b) dos demais fundos públicos e programas estatais de natu-
c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos reza atuarial;
servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistên- V - demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia
cia social e as receitas provenientes da compensação financeira ci- de receita e da margem de expansão das despesas obrigatórias de
tada no § 9º do art. 201 da Constituição. caráter continuado.
§ 1º Serão computados no cálculo da receita corrente líquida os § 3º A lei de diretrizes orçamentárias conterá Anexo de Riscos
valores pagos e recebidos em decorrência da Lei Complementar no Fiscais, onde serão avaliados os passivos contingentes e outros ris-
87, de 13 de setembro de 1996, e do fundo previsto pelo art. 60 do cos capazes de afetar as contas públicas, informando as providên-
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. cias a serem tomadas, caso se concretizem.
§ 2º Não serão considerados na receita corrente líquida do § 4º A mensagem que encaminhar o projeto da União apre-
Distrito Federal e dos Estados do Amapá e de Roraima os recursos sentará, em anexo específico, os objetivos das políticas monetária,
recebidos da União para atendimento das despesas de que trata o creditícia e cambial, bem como os parâmetros e as projeções para
inciso V do § 1º do art. 19. seus principais agregados e variáveis, e ainda as metas de inflação,
§ 3º A receita corrente líquida será apurada somando-se as para o exercício subsequente.
receitas arrecadadas no mês em referência e nos onze anteriores,
excluídas as duplicidades. SEÇÃO III
DA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

Art. 5º O projeto de lei orçamentária anual, elaborado de forma


compatível com o plano plurianual, com a lei de diretrizes orçamen-
tárias e com as normas desta Lei Complementar:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

I - conterá, em anexo, demonstrativo da compatibilidade da Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização
programação dos orçamentos com os objetivos e metas constantes da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de re-
do documento de que trata o § 1o do art. 4o; sultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fis-
II - será acompanhado do documento a que se refere o § 6o do cais, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio
art. 165 da Constituição, bem como das medidas de compensação e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limita-
a renúncias de receita e ao aumento de despesas obrigatórias de ção de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios
caráter continuado; fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
III - conterá reserva de contingência, cuja forma de utilização § 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que
e montante, definido com base na receita corrente líquida, serão parcial, a recomposição das dotações cujos empenhos foram
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, destinada ao: limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
a)(VETADO) § 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam
b) atendimento de passivos contingentes e outros riscos e obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas desti-
eventos fiscais imprevistos. nadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei
§ 1º Todas as despesas relativas à dívida pública, mobiliária ou de diretrizes orçamentárias.
contratual, e as receitas que as atenderão, constarão da lei orça- § 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministé-
mentária anual. rio Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no
§ 2º O refinanciamento da dívida pública constará separada- caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financei-
mente na lei orçamentária e nas de crédito adicional. ros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 3º A atualização monetária do principal da dívida mobiliária (Vide ADIN 2.238-5)
refinanciada não poderá superar a variação do índice de preços pre- § 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o
visto na lei de diretrizes orçamentárias, ou em legislação específica. Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas
§ 4º É vedado consignar na lei orçamentária crédito com finali- fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão re-
dade imprecisa ou com dotação ilimitada. ferida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente nas Casas
§ 5º A lei orçamentária não consignará dotação para investi- Legislativas estaduais e municipais.
mento com duração superior a um exercício financeiro que não es- § 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada se-
teja previsto no plano plurianual ou em lei que autorize a sua inclu- mestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em reunião conjunta
são, conforme disposto no § 1o do art. 167 da Constituição. das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avalia-
§ 6º Integrarão as despesas da União, e serão incluídas na lei ção do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetária,
orçamentária, as do Banco Central do Brasil relativas a pessoal e creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas
encargos sociais, custeio administrativo, inclusive os destinados a operações e os resultados demonstrados nos balanços.
benefícios e assistência aos servidores, e a investimentos. Art. 10. A execução orçamentária e financeira identificará os
§ 7º (VETADO) beneficiários de pagamento de sentenças judiciais, por meio de
Art. 6º (VETADO) sistema de contabilidade e administração financeira, para fins de
Art. 7º O resultado do Banco Central do Brasil, apurado após observância da ordem cronológica determinada no art. 100 da
a constituição ou reversão de reservas, constitui receita do Tesou- Constituição.
ro Nacional, e será transferido até o décimo dia útil subsequente à
aprovação dos balanços semestrais. CAPÍTULO III
§ 1º O resultado negativo constituirá obrigação do Tesouro DA RECEITA PÚBLICA
para com o Banco Central do Brasil e será consignado em dotação
específica no orçamento. SEÇÃO I
§ 2º O impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo DA PREVISÃO E DA ARRECADAÇÃO
Banco Central do Brasil serão demonstrados trimestralmente, nos
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias da União. Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade
§ 3º Os balanços trimestrais do Banco Central do Brasil con- na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de to-
terão notas explicativas sobre os custos da remuneração das dis- dos os tributos da competência constitucional do ente da Federa-
ponibilidades do Tesouro Nacional e da manutenção das reservas ção.
cambiais e a rentabilidade de sua carteira de títulos, destacando os Parágrafo único. É vedada a realização de transferências volun-
de emissão da União. tárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se
refere aos impostos.
SEÇÃO IV Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técni- cas
DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E DO CUMPRIMENTO DAS e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da
METAS variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de
qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demons-
Art. 8º Até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos trativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os
termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e obser- dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cál-
vado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo culo e premissas utilizadas.
estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execu- § 1º Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só
ção mensal de desembolso.(Vide Decreto nº 4.959, de 2004)(Vide será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica
Decreto nº 5.356, de 2005) ou legal.
Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalida- § 2º O montante previsto para as receitas de operações de cré-
de específica serão utilizados exclusivamente para atender ao ob- dito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes
jeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em do projeto de lei orçamentária.(Vide ADIN 2.238-5)
que ocorrer o ingresso. § 3º O Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos
demais Poderes e do Ministério Público, no mínimo trinta dias antes

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

do prazo final para encaminhamento de suas propostas orçamentá- § 1o Para os fins desta Lei Complementar, considera-se:
rias, os estudos e as estimativas das receitas para o exercício sub- I - adequada com a lei orçamentária anual, a despesa objeto de
sequente, inclusive da corrente líquida, e as respectivas memórias dotação específica e suficiente, ou que esteja abrangida por cré-dito
de cálculo. genérico, de forma que somadas todas as despesas da mesma
Art. 13. No prazo previsto no art. 8o, as receitas previstas serão espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho,
desdobradas, pelo Poder Executivo, em metas bimestrais de arre- não sejam ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício;
cadação, com a especificação, em separado, quando cabível, das II - compatível com o plano plurianual e a lei de diretrizes orça-
medidas de combate à evasão e à sonegação, da quantidade e valo- mentárias, a despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos,
res de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa, bem como da prioridades e metas previstos nesses instrumentos e não infrinja
evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobran- qualquer de suas disposições.
ça administrativa. § 2o A estimativa de que trata o inciso I do caput será acompa-
nhada das premissas e metodologia de cálculo utilizadas.
SEÇÃO II § 3o Ressalva-se do disposto neste artigo a despesa considera-
DA RENÚNCIA DE RECEITA da irrelevante, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orça-
mentárias.
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de § 4o As normas do caput constituem condição prévia para:
natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar I - empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou
acompanhada de estimativa do impacto orçamentário-financeiro execução de obras;
no exercício em que deva iniciar sua vigência e nos dois seguintes, II - desapropriação de imóveis urbanos a que se refere o § 3o
atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias e a pelo me- do art. 182 da Constituição.
nos uma das seguintes condições:(Vide Medida Provisória nº 2.159, SUBSEÇÃO I
de 2001)(Vide Lei nº 10.276, de 2001) DA DESPESA OBRIGATÓRIA DE CARÁTER CONTINUADO
I - demonstração pelo proponente de que a renúncia foi con-
siderada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do Art. 17. Considera-se obrigatória de caráter continuado a des-
art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais previstas pesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato adminis-
no anexo próprio da lei de diretrizes orçamentárias; trativo normativo que fixem para o ente a obrigação legal de sua
II - estar acompanhada de medidas de compensação, no pe- execução por um período superior a dois exercícios.
ríodo mencionado no caput, por meio do aumento de receita, pro- § 1º Os atos que criarem ou aumentarem despesa de que trata
veniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, o caput deverão ser instruídos com a estimativa prevista no inciso
majoração ou criação de tributo ou contribuição. I do art. 16 e demonstrar a origem dos recursos para seu custeio.
§ 1o A renúncia compreende anistia, remissão, subsídio, crédi- § 2º Para efeito do atendimento do § 1º, o ato será acompa-
to presumido, concessão de isenção em caráter não geral, alteração nhado de comprovação de que a despesa criada ou aumentada não
de alíquota ou modificação de base de cálculo que implique redu- afetará as metas de resultados fiscais previstas no anexo referido
ção discriminada de tributos ou contribuições, e outros benefícios no § 1º do art. 4o, devendo seus efeitos financeiros, nos períodos
que correspondam a tratamento diferenciado. seguintes, ser compensados pelo aumento permanente de receita
ou pela redução permanente de despesa.
§ 2o Se o ato de concessão ou ampliação do incentivo ou bene- § 3º Para efeito do § 2o, considera-se aumento permanente de
fício de que trata o caput deste artigo decorrer da condição contida receita o proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base
no inciso II, o benefício só entrará em vigor quando implementadas de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
as medidas referidas no mencionado inciso. § 4º A comprovação referida no § 2o, apresentada pelo pro-
§ 3o O disposto neste artigo não se aplica: ponente, conterá as premissas e metodologia de cálculo utilizadas,
I - às alterações das alíquotas dos impostos previstos nos in- sem prejuízo do exame de compatibilidade da despesa com as de-
cisos I, II, IV e V do art. 153 da Constituição, na forma do seu § 1º; mais normas do plano plurianual e da lei de diretrizes orçamentá-
II - ao cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao rias.
dos respectivos custos de cobrança. § 5º A despesa de que trata este artigo não será executada an-
tes da implementação das medidas referidas no § 2o, as quais inte-
CAPÍTULO IV grarão o instrumento que a criar ou aumentar.
DA DESPESA PÚBLICA § 6º O disposto no § 1o não se aplica às despesas destinadas ao
serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração de pes-soal
SEÇÃO I de que trata o inciso X do art. 37 da Constituição.
DA GERAÇÃO DA DESPESA § 7º Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela
criada por prazo determinado.
Art. 15. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e le-
sivas ao patrimônio público a geração de despesa ou assunção de SEÇÃO II
obrigação que não atendam o disposto nos arts. 16 e 17. DAS DESPESAS COM PESSOAL
Art. 16. A criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação go-
vernamental que acarrete aumento da despesa será acompanhado SUBSEÇÃO I
de: DEFINIÇÕES E LIMITES
I - estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício
em que deva entrar em vigor e nos dois subseqüentes; Art. 18. Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se
II - declaração do ordenador da despesa de que o aumento tem como despesa total com pessoal: o somatório dos gastos do ente
adequação orçamentária e financeira com a lei orçamentária anual da Federação com os ativos, os inativos e os pensionistas, relativos
e compatibilidade com o plano plurianual e com a lei de diretrizes a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e
orçamentárias. de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proven- III - na esfera municipal:
tos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gra- a) 6% (seis por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de
tificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, Contas do Município, quando houver;
bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às b) 54% (cinquenta e quatro por cento) para o Executivo.
entidades de previdência. § 1o Nos Poderes Legislativo e Judiciário de cada esfera, os li-
§ 1o Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra mites serão repartidos entre seus órgãos de forma proporcional à
que se referem à substituição de servidores e empregados públicos média das despesas com pessoal, em percentual da receita corren-
serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”. te líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente
§ 2o A despesa total com pessoal será apurada somando-se a anteriores ao da publicação desta Lei Complementar.
realizada no mês em referência com as dos onze imediatamente § 2o Para efeito deste artigo entende-se como órgão:
anteriores, adotando-se o regime de competência. I - o Ministério Público;
Art. 19. Para os fins do disposto no caput do art. 169 da Consti- II - no Poder Legislativo:
tuição, a despesa total com pessoal, em cada período de apuração a) Federal, as respectivas Casas e o Tribunal de Contas da União;
e em cada ente da Federação, não poderá exceder os percentuais b) Estadual, a Assembléia Legislativa e os Tribunais de Contas;
da receita corrente líquida, a seguir discriminados: c) do Distrito Federal, a Câmara Legislativa e o Tribunal de Con-
I - União: 50% (cinqüenta por cento); tas do Distrito Federal;
II - Estados: 60% (sessenta por cento); d) Municipal, a Câmara de Vereadores e o Tribunal de Contas
III - Municípios: 60% (sessenta por cento). do Município, quando houver;
§ 1o Na verificação do atendimento dos limites definidos neste III - no Poder Judiciário:
artigo, não serão computadas as despesas: a) Federal, os tribunais referidos no art. 92 da Constituição;
I - de indenização por demissão de servidores ou empregados; b) Estadual, o Tribunal de Justiça e outros, quando houver.
II - relativas a incentivos à demissão voluntária; § 3o Os limites para as despesas com pessoal do Poder Judiciá-
rio, a cargo da União por força do inciso XIII do art. 21 da Constitui-
III - derivadas da aplicação do disposto no inciso II do § 6o do
ção, serão estabelecidos mediante aplicação da regra do § 1o.
art. 57 da Constituição;
§ 4o Nos Estados em que houver Tribunal de Contas dos Mu-
IV - decorrentes de decisão judicial e da competência de perío-
nicípios, os percentuais definidos nas alíneas a e c do inciso II do
do anterior ao da apuração a que se refere o § 2o do art. 18;
caput serão, respectivamente, acrescidos e reduzidos em 0,4%
V - com pessoal, do Distrito Federal e dos Estados do Amapá e
(quatro décimos por cento).
Roraima, custeadas com recursos transferidos pela União na forma § 5o Para os fins previstos no art. 168 da Constituição, a entrega
dos incisos XIII e XIV do art. 21 da Constituição e do art. 31 da Emen- dos recursos financeiros correspondentes à despesa total com pes-
da Constitucional no 19; soal por Poder e órgão será a resultante da aplicação dos percen-
VI - com inativos, ainda que por intermédio de fundo específi- tuais definidos neste artigo, ou aqueles fixados na lei de diretrizes
co, custeadas por recursos provenientes: orçamentárias.
a) da arrecadação de contribuições dos segurados; § 6o(VETADO)
b) da compensação financeira de que trata o § 9o do art. 201
da Constituição; SUBSEÇÃO II
c) das demais receitas diretamente arrecadadas por fundo vin- DO CONTROLE DA DESPESA TOTAL COM PESSOAL
culado a tal finalidade, inclusive o produto da alienação de bens,
direitos e ativos, bem como seu superávit financeiro. Art. 21. É nulo de pleno direito o ato que provoque aumento da
§ 2o Observado o disposto no inciso IV do § 1o, as despesas despesa com pessoal e não atenda:
com pessoal decorrentes de sentenças judiciais serão incluídas no I - as exigências dos arts. 16 e 17 desta Lei Complementar, e o
limite do respectivo Poder ou órgão referido no art. 20. disposto no inciso XIII do art. 37 e no § 1o do art. 169 da Constitui-
Art. 20. A repartição dos limites globais do art. 19 não poderá ção;
exceder os seguintes percentuais: II - o limite legal de comprometimento aplicado às despesas
I - na esfera federal: com pessoal inativo.
a) 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para o Legisla- Parágrafo único. Também é nulo de pleno direito o ato de que
tivo, incluído o Tribunal de Contas da União; resulte aumento da despesa com pessoal expedido nos cento e oi-
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; tenta dias anteriores ao final do mandato do titular do respectivo
c) 40,9% (quarenta inteiros e nove décimos por cento) para Poder ou órgão referido no art. 20.
o Executivo, destacando-se 3% (três por cento) para as despesas Art. 22. A verificação do cumprimento dos limites estabeleci-
com pessoal decorrentes do que dispõem os incisos XIII e XIV do art. dos nos arts. 19 e 20 será realizada ao final de cada quadrimestre.
21 da Constituição e o art. 31 da Emenda Constitucional no 19, Parágrafo único. Se a despesa total com pessoal exceder a 95%
repartidos de forma proporcional à média das despesas relativas (noventa e cinco por cento) do limite, são vedados ao Poder ou ór-
a cada um destes dispositivos, em percentual da receita corrente gão referido no art. 20 que houver incorrido no excesso:
líquida, verificadas nos três exercícios financeiros imediatamente I - concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de
anteriores ao da publicação desta Lei Complementar;(Vide Decreto remuneração a qualquer título, salvo os derivados de sentença ju-
nº 3.917, de 2001) dicial ou de determinação legal ou contratual, ressalvada a revisão
d) 0,6% (seis décimos por cento) para o Ministério Público da prevista no inciso X do art. 37 da Constituição;
União; II - criação de cargo, emprego ou função;
II - na esfera estadual: III - alteração de estrutura de carreira que implique aumento
a) 3% (três por cento) para o Legislativo, incluído o Tribunal de de despesa;
Contas do Estado; IV - provimento de cargo público, admissão ou contratação
b) 6% (seis por cento) para o Judiciário; de pessoal a qualquer título, ressalvada a reposição decorrente de
c) 49% (quarenta e nove por cento) para o Executivo; aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação,
d) 2% (dois por cento) para o Ministério Público dos Estados; saúde e segurança;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

V - contratação de hora extra, salvo no caso do disposto no in- CAPÍTULO V


ciso II do § 6o do art. 57 da Constituição e as situações previstas na DAS TRANSFERÊNCIAS VOLUNTÁRIAS
lei de diretrizes orçamentárias.
Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão re- Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por
ferido no art. 20, ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, transferência voluntária a entrega de recursos correntes ou de ca-
sem prejuízo das medidas previstas no art. 22, o percentual exce- pital a outro ente da Federação, a título de cooperação, auxílio ou
dente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, sen- assistência financeira, que não decorra de determinação constitu-
do pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as cional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
providências previstas nos §§ 3º e 4o do art. 169 da Constituição. § 1o São exigências para a realização de transferência voluntá-
§ 1o No caso do inciso I do § 3º do art. 169 da Constituição, o ria, além das estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:
objetivo poderá ser alcançado tanto pela extinção de cargos e fun- I - existência de dotação específica;
ções quanto pela redução dos valores a eles atribuídos.(Vide ADIN II - (VETADO)
2.238-5) III - observância do disposto no inciso X do art. 167 da Cons-
§ 2o É facultada a redução temporária da jornada de trabalho tituição;
com adequação dos vencimentos à nova carga horária. (Vide ADIN IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:
2.238-5) a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos,
§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquan- empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem
to perdurar o excesso, o ente não poderá: como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele
I - receber transferências voluntárias; recebidos;
II - obter garantia, direta ou indireta, de outro ente; b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educa-
III - contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ção e à saúde;
ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária,
das despesas com pessoal. de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, de
§ 4o As restrições do § 3o aplicam-se imediatamente se a des- inscrição em Restos a Pagar e de despesa total com pessoal;
pesa total com pessoal exceder o limite no primeiro quadrimestre d) previsão orçamentária de contrapartida.
do último ano do mandato dos titulares de Poder ou órgão referidos § 2o É vedada a utilização de recursos transferidos em finalida-
no art. 20. de diversa da pactuada.
§ 5º As restrições previstas no § 3º deste artigo não se apli- cam § 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de trans-
ao Município em caso de queda de receita real superior a 10%(dez ferências voluntárias constantes desta Lei Complementar, exce-
por cento), em comparação ao correspondente quadrimestre do tuam-se aquelas relativas a ações de educação, saúde e assistência
exercício financeiro anterior, devido a:(Incluído pela Lei Comple- social.
mentar nº 164, de 2018)Produção de efeitos
I – diminuição das transferências recebidas do Fundo de Partici-
pação dos Municípios decorrente de concessão de isenções tributá- CAPÍTULO VI
rias pela União; e(Incluído pela Lei Complementar nº 164, de 2018) DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS
Produção de efeitos PARA O SETOR PRIVADO
II – diminuição das receitas recebidas de royalties e participa-
ções especiais.(Incluído pela Lei Complementar nº 164, de 2018) Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamen-
Produção de efeitos te, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas
§ 6º O disposto no § 5º deste artigo só se aplica caso a despesa jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condi-
total com pessoal do quadrimestre vigente não ultrapasse o limite ções estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar previs-
percentual previsto no art. 19 desta Lei Complementar, considera- ta no orçamento ou em seus créditos adicionais.
da, para este cálculo, a receita corrente líquida do quadrimestre § 1o O disposto no caput aplica-se a toda a administração in-
correspondente do ano anterior atualizada monetariamente.(In- direta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no
cluído pela Lei Complementar nº 164, de 2018) Produção de efeitos exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e
o Banco Central do Brasil.
SEÇÃO III § 2o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos,
DAS DESPESAS COM A SEGURIDADE SOCIAL financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorro-
gações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a
Art. 24. Nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade so- participação em constituição ou aumento de capital.
cial poderá ser criado, majorado ou estendido sem a indicação da Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pes-
fonte de custeio total, nos termos do § 5o do art. 195 da Constitui- soa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou in-
ção, atendidas ainda as exigências do art. 17. direto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres
§ 1o É dispensada da compensação referida no art. 17 o au- não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.
mento de despesa decorrente de: Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as
I - concessão de benefício a quem satisfaça as condições de prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações
habilitação prevista na legislação pertinente; de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financia-
II - expansão quantitativa do atendimento e dos serviços pres- mentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspon-
tados; dente consignado na lei orçamentária.
III - reajustamento de valor do benefício ou serviço, a fim de Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utili-
preservar o seu valor real. zados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para
§ 2o O disposto neste artigo aplica-se a benefício ou serviço de socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que
saúde, previdência e assistência social, inclusive os destinados aos mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financia-
servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas. mentos para mudança de controle acionário.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

§ 1o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo § 1o As propostas referidas nos incisos I e II do caput e suas
de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do alterações conterão:
Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei. I - demonstração de que os limites e condições guardam coe-
§ 2o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil rência com as normas estabelecidas nesta Lei Complementar e com
de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e os objetivos da política fiscal;
de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. II - estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma
das três esferas de governo;
CAPÍTULO VII III - razões de eventual proposição de limites diferenciados por
DA DÍVIDA E DO ENDIVIDAMENTO esfera de governo;
IV - metodologia de apuração dos resultados primário e no-
SEÇÃO I minal.
DEFINIÇÕES BÁSICAS § 2o As propostas mencionadas nos incisos I e II do caput tam-
bém poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida, evi-
Art. 29. Para os efeitos desta Lei Complementar, são adotadas denciando a forma e a metodologia de sua apuração.
as seguintes definições: § 3o Os limites de que tratam os incisos I e II do caput serão
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total, fixados em percentual da receita corrente líquida para cada esfera
apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação
Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou que a integrem, constituindo, para cada um deles, limites máximos.
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização § 4o Para fins de verificação do atendimento do limite, a apu-
em prazo superior a doze meses; ração do montante da dívida consolidada será efetuada ao final de
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada por cada quadrimestre.
títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do Brasil, § 5o No prazo previsto no art. 5o, o Presidente da República
Estados e Municípios; enviará ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional, conforme o
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido caso, proposta de manutenção ou alteração dos limites e condições
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, previstos nos incisos I e II do caput.
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores § 6o Sempre que alterados os fundamentos das propostas de
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento que trata este artigo, em razão de instabilidade econômica ou alte-
mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de rações nas políticas monetária ou cambial, o Presidente da Repúbli-
derivativos financeiros; ca poderá encaminhar ao Senado Federal ou ao Congresso Nacional
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de solicitação de revisão dos limites.
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação § 7o Os precatórios judiciais não pagos durante a execução do
ou entidade a ele vinculada; orçamento em que houverem sido incluídos integram a dívida
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos consolidada, para fins de aplicação dos limites.
para pagamento do principal acrescido da atualização monetária.
§ 1o Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reco- SEÇÃO III
nhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação, sem DA RECONDUÇÃO DA DÍVIDA AOS LIMITES
prejuízo do cumprimento das exigências dos arts. 15 e 16.
§ 2o Será incluída na dívida pública consolidada da União a Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultra-
relativa à emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central passar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser
do Brasil. a ele reconduzida até o término dos três subsequentes, reduzindo
§ 3o Também integram a dívida pública consolidada as ope- o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no pri-
rações de crédito de prazo inferior a doze meses cujas receitas te- meiro.
nham constado do orçamento. § 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver
§ 4o O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não incorrido:
excederá, ao término de cada exercício financeiro, o montante do I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou
final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito au- externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinan-
torizadas no orçamento para este efeito e efetivamente realizadas, ciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;
acrescido de atualização monetária. II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívi-
da ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de em-
SEÇÃO II penho, na forma do art. 9o.
DOS LIMITES DA DÍVIDA PÚBLICA E DAS OPERAÇÕES DE § 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e en-
CRÉDITO quanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de re-
ceber transferências voluntárias da União ou do Estado.
Art. 30. No prazo de noventa dias após a publicação desta Lei § 3o As restrições do § 1o aplicam-se imediatamente se o mon-
Complementar, o Presidente da República submeterá ao: tante da dívida exceder o limite no primeiro quadrimestre do último
I - Senado Federal: proposta de limites globais para o montante ano do mandato do Chefe do Poder Executivo.
da dívida consolidada da União, Estados e Municípios, cumprindo § 4o O Ministério da Fazenda divulgará, mensalmente, a rela-
o que estabelece o inciso VI do art. 52 da Constituição, bem como ção dos entes que tenham ultrapassado os limites das dívidas con-
de limites e condições relativos aos incisos VII, VIII e IX do mesmo solidada e mobiliária.
artigo;
§ 5o As normas deste artigo serão observadas nos casos de
II - Congresso Nacional: projeto de lei que estabeleça limites
descumprimento dos limites da dívida mobiliária e das operações
para o montante da dívida mobiliária federal a que se refere o inci-
de crédito internas e externas.
so XIV do art. 48 da Constituição, acompanhado da demonstração
de sua adequação aos limites fixados para a dívida consolidada da
União, atendido o disposto no inciso I do § 1o deste artigo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

SEÇÃO IV § 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei


DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO Complementar será considerada nula, procedendo-se ao seu cance-
lamento, mediante a devolução do principal, vedados o pagamento
SUBSEÇÃO I de juros e demais encargos financeiros.
DA CONTRATAÇÃO § 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso
dos recursos, será consignada reserva específica na lei orçamentá-
Art. 32. O Ministério da Fazenda verificará o cumprimento dos ria para o exercício seguinte.
limites e condições relativos à realização de operações de crédito § 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização,
de cada ente da Federação, inclusive das empresas por eles contro- ou constituída a reserva, aplicam-se as sanções previstas nos incisos
ladas, direta ou indiretamente. do § 3o do art. 23.
§ 1o O ente interessado formalizará seu pleito fundamentan- § 4o Também se constituirá reserva, no montante equivalente
do-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos, demonstrando ao excesso, se não atendido o disposto no inciso III do art. 167 da
a relação custo-benefício, o interesse econômico e social da opera- Constituição, consideradas as disposições do § 3o do art. 32.
ção e o atendimento das seguintes condições:
I - existência de prévia e expressa autorização para a contra- SUBSEÇÃO II
tação, no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei DAS VEDAÇÕES
específica;
II - inclusão no orçamento ou em créditos adicionais dos re- Art. 34. O Banco Central do Brasil não emitirá títulos da dívida
cursos provenientes da operação, exceto no caso de operações por pública a partir de dois anos após a publicação desta Lei Comple-
antecipação de receita; mentar.
Art. 35. É vedada a realização de operação de crédito entre um
III - observância dos limites e condições fixados pelo Senado
ente da Federação, diretamente ou por intermédio de fundo, autar-
Federal;
quia, fundação ou empresa estatal dependente, e outro, inclusive
IV - autorização específica do Senado Federal, quando se tratar
suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma de
de operação de crédito externo;
novação, refinanciamento ou postergação de dívida contraída
V - atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons-
anteriormente.
tituição; § 1o Excetuam-se da vedação a que se refere o caput as opera-
VI - observância das demais restrições estabelecidas nesta Lei ções entre instituição financeira estatal e outro ente da Federação,
Complementar. inclusive suas entidades da administração indireta, que não se des-
§ 2o As operações relativas à dívida mobiliária federal autori- tinem a:
zadas, no texto da lei orçamentária ou de créditos adicionais, serão I - financiar, direta ou indiretamente, despesas correntes;
objeto de processo simplificado que atenda às suas especificidades. II - refinanciar dívidas não contraídas junto à própria instituição
§ 3o Para fins do disposto no inciso V do § 1o, considerar-se-á, concedente.
em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de § 2o O disposto no caput não impede Estados e Municípios de
crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas dispo-
observado o seguinte: nibilidades.
I - não serão computadas nas despesas de capital as realizadas Art. 36. É proibida a operação de crédito entre uma instituição
sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com financeira estatal e o ente da Federação que a controle, na qualida-
o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de de de beneficiário do empréstimo.
competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta Parágrafo único. O disposto no caput não proíbe instituição fi-
ou indireta, do ônus deste; nanceira controlada de adquirir, no mercado, títulos da dívida públi-
II - se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I ca para atender investimento de seus clientes, ou títulos da dívida
for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Fe- de emissão da União para aplicação de recursos próprios.
deração, o valor da operação será deduzido das despesas de capital; Art. 37. Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:
III - (VETADO) I - captação de recursos a título de antecipação de receita de
§ 4o Sem prejuízo das atribuições próprias do Senado Federal e tributo ou contribuição cujo fato gerador ainda não tenha ocorrido,
do Banco Central do Brasil, o Ministério da Fazenda efetuará o regis- sem prejuízo do disposto no § 7o do art. 150 da Constituição;
tro eletrônico centralizado e atualizado das dívidas públicas interna II - recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder
e externa, garantido o acesso público às informações, que incluirão: Público detenha, direta ou indiretamente, a maioria do capital social com
I - encargos e condições de contratação; direito a voto, salvo lucros e dividendos, na forma da legislação;
II - saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada III - assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou
e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias. operação assemelhada, com fornecedor de bens, mercadorias ou
§ 5o Os contratos de operação de crédito externo não conte- serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de crédito, não
rão cláusula que importe na compensação automática de débitos se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;
e créditos. IV - assunção de obrigação, sem autorização orçamentária,
§ 6o O prazo de validade da verificação dos limites e das condi- com fornecedores para pagamento a posteriori de bens e serviços.
ções de que trata este artigo e da análise realizada para a concessão
de garantia pela União será de, no mínimo, 90 (noventa) dias e, no SUBSEÇÃO III
máximo, 270 (duzentos e setenta) dias, a critério do Ministério da DAS OPERAÇÕES DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA
Fazenda. (Incluído pela Lei Complementar nº 159, de 2017) ORÇAMENTÁRIA
Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de cré-
dito com ente da Federação, exceto quando relativa à dívida mobi- Art. 38. A operação de crédito por antecipação de receita des-
liária ou à externa, deverá exigir comprovação de que a operação tina-se a atender insuficiência de caixa durante o exercício finan-
atende às condições e limites estabelecidos. ceiro e cumprirá as exigências mencionadas no art. 32 e mais as
seguintes:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

I - realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do I - não será exigida contragarantia de órgãos e entidades do
exercício; próprio ente;
II - deverá ser liquidada, com juros e outros encargos inciden- II - a contragarantia exigida pela União a Estado ou Município,
tes, até o dia dez de dezembro de cada ano; ou pelos Estados aos Municípios, poderá consistir na vinculação
III - não será autorizada se forem cobrados outros encargos de receitas tributárias diretamente arrecadadas e provenientes de
que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada transferências constitucionais, com outorga de poderes ao garan-
ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir; tidor para retê-las e empregar o respectivo valor na liquidação da
IV - estará proibida: dívida vencida.
a) enquanto existir operação anterior da mesma natureza não § 2o No caso de operação de crédito junto a organismo finan-
integralmente resgatada; ceiro internacional, ou a instituição federal de crédito e fomento
b) no último ano de mandato do Presidente, Governador ou para o repasse de recursos externos, a União só prestará garantia a
Prefeito Municipal. ente que atenda, além do disposto no § 1o, as exigências legais para
§ 1o As operações de que trata este artigo não serão computa- o recebimento de transferências voluntárias.
das para efeito do que dispõe o inciso III do art. 167 da Constituição, § 3o (VETADO)
desde que liquidadas no prazo definido no inciso II do caput. § 4o (VETADO)
§ 5o É nula a garantia concedida acima dos limites fixados pelo
§ 2o As operações de crédito por antecipação de receita reali-
Senado Federal.
zadas por Estados ou Municípios serão efetuadas mediante abertu-
§ 6o É vedado às entidades da administração indireta, inclusive
ra de crédito junto à instituição financeira vencedora em processo
suas empresas controladas e subsidiárias, conceder garantia, ainda
competitivo eletrônico promovido pelo Banco Central do Brasil.
que com recursos de fundos.
§ 3o O Banco Central do Brasil manterá sistema de acom- § 7o O disposto no § 6o não se aplica à concessão de garantia
panhamento e controle do saldo do crédito aberto e, no caso de
por:
inobservância dos limites, aplicará as sanções cabíveis à instituição I - empresa controlada a subsidiária ou controlada sua, nem à
credora. prestação de contragarantia nas mesmas condições;
II - instituição financeira a empresa nacional, nos termos da lei.
SUBSEÇÃO IV § 8o Excetua-se do disposto neste artigo a garantia prestada:
DAS OPERAÇÕES COM O BANCO CENTRAL DO BRASIL I - por instituições financeiras estatais, que se submeterão às
normas aplicáveis às instituições financeiras privadas, de acordo
Art. 39. Nas suas relações com ente da Federação, o Banco com a legislação pertinente;
Central do Brasil está sujeito às vedações constantes do art. 35 e II - pela União, na forma de lei federal, a empresas de natureza
mais às seguintes: financeira por ela controladas, direta e indiretamente, quanto às
I - compra de título da dívida, na data de sua colocação no operações de seguro de crédito à exportação.
mercado, ressalvado o disposto no § 2o deste artigo; § 9o Quando honrarem dívida de outro ente, em razão de ga-
II - permuta, ainda que temporária, por intermédio de institui- rantia prestada, a União e os Estados poderão condicionar as trans-
ção financeira ou não, de título da dívida de ente da Federação por ferências constitucionais ao ressarcimento daquele pagamento.
título da dívida pública federal, bem como a operação de compra e § 10. O ente da Federação cuja dívida tiver sido honrada pela
venda, a termo, daquele título, cujo efeito final seja semelhante à União ou por Estado, em decorrência de garantia prestada em ope-
permuta; ração de crédito, terá suspenso o acesso a novos créditos ou finan-
III - concessão de garantia. ciamentos até a total liquidação da mencionada dívida.
§ 1o O disposto no inciso II, in fine, não se aplica ao estoque de
Letras do Banco Central do Brasil, Série Especial, existente na cartei- SEÇÃO VI
ra das instituições financeiras, que pode ser refinanciado mediante DOS RESTOS A PAGAR
novas operações de venda a termo.
§ 2o O Banco Central do Brasil só poderá comprar diretamente Art. 41. (VETADO)
títulos emitidos pela União para refinanciar a dívida mobiliária fede- Art. 42. É vedado ao titular de Poder ou órgão referido no art.
ral que estiver vencendo na sua carteira. 20, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato, contrair obri-
§ 3o A operação mencionada no § 2o deverá ser realizada à gação de despesa que não possa ser cumprida integralmente den-
taxa média e condições alcançadas no dia, em leilão público. tro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte
§ 4o É vedado ao Tesouro Nacional adquirir títulos da dívida sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
pública federal existentes na carteira do Banco Central do Brasil, Parágrafo único. Na determinação da disponibilidade de caixa
ainda que com cláusula de reversão, salvo para reduzir a dívida mo- serão considerados os encargos e despesas compromissadas a pa-
biliária. gar até o final do exercício.

SEÇÃO V CAPÍTULO VIII


DA GARANTIA E DA CONTRAGARANTIA DA GESTÃO PATRIMONIAL

Art. 40. Os entes poderão conceder garantia em operações de SEÇÃO I


crédito internas ou externas, observados o disposto neste artigo, as DAS DISPONIBILIDADES DE CAIXA
normas do art. 32 e, no caso da União, também os limites e as
condições estabelecidos pelo Senado Federal. Art. 43. As disponibilidades de caixa dos entes da Federação
§ 1o A garantia estará condicionada ao oferecimento de con- serão depositadas conforme estabelece o § 3o do art. 164 da Cons-
tragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a ser concedi- tituição.
da, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a suas § 1o As disponibilidades de caixa dos regimes de previdência
obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas, social, geral e próprio dos servidores públicos, ainda que vinculadas
observado o seguinte: a fundos específicos a que se referem os arts. 249 e 250 da Cons-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

tituição, ficarão depositadas em conta separada das demais dispo- çamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio;
nibilidades de cada ente e aplicadas nas condições de mercado, o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de
com observância dos limites e condições de proteção e prudência Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos.
financeira. § 1o A transparência será assegurada também mediante: (Re-
§ 2o É vedada a aplicação das disponibilidades de que trata o dação dada pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
§ 1o em: I – incentivo à participação popular e realização de audiências
I - títulos da dívida pública estadual e municipal, bem como públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos pla-
em ações e outros papéis relativos às empresas controladas pelo nos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos; (Incluído pela Lei
respectivo ente da Federação; Complementar nº 131, de 2009).
II - empréstimos, de qualquer natureza, aos segurados e ao II - liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da
Poder Público, inclusive a suas empresas controladas. sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre
a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de
SEÇÃO II acesso público; e (Redação dada pela Lei Complementar nº 156, de
DA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO 2016)
III – adoção de sistema integrado de administração financeira
Art. 44. É vedada a aplicação da receita de capital derivada e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido
da alienação de bens e direitos que integram o patrimônio público pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A. (Incluído
para o financiamento de despesa corrente, salvo se destinada por pela Lei Complementar nº 131, de 2009) (Vide Decreto nº 7.185, de
lei aos regimes de previdência social, geral e próprio dos servidores 2010)
públicos. § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dis-
Art. 45. Observado o disposto no § 5o do art. 5o, a lei orçamen- ponibilizarão suas informações e dados contábeis, orçamentários
tária e as de créditos adicionais só incluirão novos projetos após e fiscais conforme periodicidade, formato e sistema estabelecidos
adequadamente atendidos os em andamento e contempladas as pelo órgão central de contabilidade da União, os quais deverão ser
despesas de conservação do patrimônio público, nos termos em divulgados em meio eletrônico de amplo acesso público. (Incluído
que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias. pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
Parágrafo único. O Poder Executivo de cada ente encaminhará § 3o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios encaminha-
ao Legislativo, até a data do envio do projeto de lei de diretrizes rão ao Ministério da Fazenda, nos termos e na periodicidade a se-
orçamentárias, relatório com as informações necessárias ao cum- rem definidos em instrução específica deste órgão, as informações
primento do disposto neste artigo, ao qual será dada ampla divul- necessárias para a constituição do registro eletrônico centralizado
gação. e atualizado das dívidas públicas interna e externa, de que trata o
§ 4o do art. 32. (Incluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
Art. 46. É nulo de pleno direito ato de desapropriação de imó- § 4o A inobservância do disposto nos §§ 2o e 3o ensejará as
vel urbano expedido sem o atendimento do disposto no § 3o do art. penalidades previstas no § 2o do art. 51. (Incluído pela Lei Comple-
182 da Constituição, ou prévio depósito judicial do valor da in- mentar nº 156, de 2016)
denização. § 5o Nos casos de envio conforme disposto no § 2o, para todos
os efeitos, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
SEÇÃO III cumprem o dever de ampla divulgação a que se refere o caput. (In-
cluído pela Lei Complementar nº 156, de 2016)
DAS EMPRESAS CONTROLADAS PELO SETOR PÚBLICO
§ 6o Todos os Poderes e órgãos referidos no art. 20, incluídos
autarquias, fundações públicas, empresas estatais dependentes e
Art. 47. A empresa controlada que firmar contrato de gestão
fundos, do ente da Federação devem utilizar sistemas únicos de
em que se estabeleçam objetivos e metas de desempenho, na for-
execução orçamentária e financeira, mantidos e gerenciados pelo
ma da lei, disporá de autonomia gerencial, orçamentária e finan-
Poder Executivo, resguardada a autonomia. (Incluído pela Lei Com-
ceira, sem prejuízo do disposto no inciso II do § 5o do art. 165 da
plementar nº 156, de 2016)
Constituição. Art. 48-A. Para os fins a que se refere o inciso II do parágrafo
Parágrafo único. A empresa controlada incluirá em seus balan- único do art. 48, os entes da Federação disponibilizarão a qualquer
ços trimestrais nota explicativa em que informará: pessoa física ou jurídica o acesso a informações referentes a: (Incluí-
I - fornecimento de bens e serviços ao controlador, com res- do pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
pectivos preços e condições, comparando-os com os praticados no I – quanto à despesa: todos os atos praticados pelas unidades
mercado; gestoras no decorrer da execução da despesa, no momento de sua
II - recursos recebidos do controlador, a qualquer título, espe- realização, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao
cificando valor, fonte e destinação; número do correspondente processo, ao bem fornecido ou ao ser-
III - venda de bens, prestação de serviços ou concessão de em- viço prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento
préstimos e financiamentos com preços, taxas, prazos ou condições e, quando for o caso, ao procedimento licitatório realizado; (Incluí-
diferentes dos vigentes no mercado. do pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
II – quanto à receita: o lançamento e o recebimento de toda
CAPÍTULO IX a receita das unidades gestoras, inclusive referente a recursos ex-
DA TRANSPARÊNCIA, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO traordinários. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009).
Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo
SEÇÃO I ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo Poder
DA TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para
consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade.
Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, Parágrafo único. A prestação de contas da União conterá de-
aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrôni- monstrativos do Tesouro Nacional e das agências financeiras oficiais
cos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes or- de fomento, incluído o Banco Nacional de Desenvolvimento Eco-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

nômico e Social, especificando os empréstimos e financiamentos b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação
concedidos com recursos oriundos dos orçamentos fiscal e da segu- para o exercício, a despesa liquidada e o saldo;
ridade social e, no caso das agências financeiras, avaliação circuns- II - demonstrativos da execução das:
tanciada do impacto fiscal de suas atividades no exercício. a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a
previsão inicial, a previsão atualizada para o exercício, a receita rea-
SEÇÃO II lizada no bimestre, a realizada no exercício e a previsão a realizar;
DA ESCRITURAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DAS CONTAS b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da
despesa, discriminando dotação inicial, dotação para o exercício,
Art. 50. Além de obedecer às demais normas de contabilidade despesas empenhada e liquidada, no bimestre e no exercício;
pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: c) despesas, por função e subfunção.
I - a disponibilidade de caixa constará de registro próprio, de § 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobi-
modo que os recursos vinculados a órgão, fundo ou despesa obriga- liária constarão destacadamente nas receitas de operações de cré-
tória fiquem identificados e escriturados de forma individualizada; dito e nas despesas com amortização da dívida.
II - a despesa e a assunção de compromisso serão registradas § 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita
segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter com- o ente às sanções previstas no § 2o do art. 51.
plementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa; Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos
III - as demonstrações contábeis compreenderão, isolada e relativos a:
conjuntamente, as transações e operações de cada órgão, fundo ou I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no
entidade da administração direta, autárquica e fundacional, inclusi- inciso IV do art. 2o, sua evolução, assim como a previsão de seu
ve empresa estatal dependente; desempenho até o final do exercício;
IV - as receitas e despesas previdenciárias serão apresentadas II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso
em demonstrativos financeiros e orçamentários específicos; IV do art. 50;
V - as operações de crédito, as inscrições em Restos a Pagar e III - resultados nominal e primário;
as demais formas de financiamento ou assunção de compromissos IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;
junto a terceiros, deverão ser escrituradas de modo a evidenciar o V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no
montante e a variação da dívida pública no período, detalhando, art. 20, os valores inscritos, os pagamentos realizados e o montante
pelo menos, a natureza e o tipo de credor; a pagar.
VI - a demonstração das variações patrimoniais dará destaque § 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será
à origem e ao destino dos recursos provenientes da alienação de acompanhado também de demonstrativos:
ativos. I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Cons-
§ 1o No caso das demonstrações conjuntas, excluir-se-ão as tituição, conforme o § 3o do art. 32;
operações intragovernamentais. II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social,
§ 2o A edição de normas gerais para consolidação das contas geral e próprio dos servidores públicos;
públicas caberá ao órgão central de contabilidade da União, en- III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ati-
quanto não implantado o conselho de que trata o art. 67. vos e a aplicação dos recursos dela decorrentes.
§ 3o A Administração Pública manterá sistema de custos que § 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:
permita a avaliação e o acompanhamento da gestão orçamentária, I - da limitação de empenho;
financeira e patrimonial. II - da frustração de receitas, especificando as medidas de com-
Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta bate à sonegação e à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações
de junho, a consolidação, nacional e por esfera de governo, das con- de fiscalização e cobrança.
tas dos entes da Federação relativas ao exercício anterior, e a sua
divulgação, inclusive por meio eletrônico de acesso público. SEÇÃO IV
§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao DO RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL
Poder Executivo da União nos seguintes prazos:
I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titu-
Estado, até trinta de abril; lares dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão
II - Estados, até trinta e um de maio. Fiscal, assinado pelo:
§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo im- I - Chefe do Poder Executivo;
pedirá, até que a situação seja regularizada, que o ente da Fede- II - Presidente e demais membros da Mesa Diretora ou órgão
ração receba transferências voluntárias e contrate operações de decisório equivalente, conforme regimentos internos dos órgãos do
crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal atua- Poder Legislativo;
lizado da dívida mobiliária. III - Presidente de Tribunal e demais membros de Conselho de
Administração ou órgão decisório equivalente, conforme regimen-
SEÇÃO III tos internos dos órgãos do Poder Judiciário;
DO RELATÓRIO RESUMIDO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA IV - Chefe do Ministério Público, da União e dos Estados.
Parágrafo único. O relatório também será assinado pelas auto-
Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Cons- ridades responsáveis pela administração financeira e pelo controle
tituição abrangerá todos os Poderes e o Ministério Público, será interno, bem como por outras definidas por ato próprio de cada
publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre e Poder ou órgão referido no art. 20.
composto de: Art. 55. O relatório conterá:
I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria eco- I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Comple-
nômica, as: mentar, dos seguintes montantes:
a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e
como a previsão atualizada; pensionistas;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

b) dívidas consolidada e mobiliária; gação, as ações de recuperação de créditos nas instâncias adminis-
c) concessão de garantias; trativa e judicial, bem como as demais medidas para incremento
d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita; das receitas tributárias e de contribuições.
e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;
II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se SEÇÃO VI
ultrapassado qualquer dos limites; DA FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO FISCAL
III - demonstrativos, no último quadrimestre:
a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um Art. 59. O Poder Legislativo, diretamente ou com o auxílio dos
de dezembro; Tribunais de Contas, e o sistema de controle interno de cada Po- der
b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas: e do Ministério Público, fiscalizarão o cumprimento das normas
1) liquidadas; desta Lei Complementar, com ênfase no que se refere a: (Vide ADIN
2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a 2324)
uma das condições do inciso II do art. 41; I - atingimento das metas estabelecidas na lei de diretrizes or-
3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo çamentárias;
da disponibilidade de caixa; II - limites e condições para realização de operações de crédito
4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos e inscrição em Restos a Pagar;
empenhos foram cancelados; III - medidas adotadas para o retorno da despesa total com
c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do pessoal ao respectivo limite, nos termos dos arts. 22 e 23;
inciso IV do art. 38. IV - providências tomadas, conforme o disposto no art. 31,
§ 1o O relatório dos titulares dos órgãos mencionados nos in- para recondução dos montantes das dívidas consolidada e mobiliá-
cisos II, III e IV do art. 54 conterá apenas as informações relativas ria aos respectivos limites;
à alínea a do inciso I, e os documentos referidos nos incisos II e III. V - destinação de recursos obtidos com a alienação de ativos,
§ 2o O relatório será publicado até trinta dias após o encerra- tendo em vista as restrições constitucionais e as desta Lei Comple-
mento do período a que corresponder, com amplo acesso ao públi- mentar;
co, inclusive por meio eletrônico. VI - cumprimento do limite de gastos totais dos legislativos mu-
§ 3o O descumprimento do prazo a que se refere o § 2o sujeita nicipais, quando houver.
o ente à sanção prevista no § 2o do art. 51. § 1o Os Tribunais de Contas alertarão os Poderes ou órgãos
§ 4o Os relatórios referidos nos arts. 52 e 54 deverão ser ela- referidos no art. 20 quando constatarem:
borados de forma padronizada, segundo modelos que poderão ser I - a possibilidade de ocorrência das situações previstas no in-
atualizados pelo conselho de que trata o art. 67. ciso II do art. 4o e no art. 9o;
II - que o montante da despesa total com pessoal ultrapassou
SEÇÃO V 90% (noventa por cento) do limite;
DAS PRESTAÇÕES DE CONTAS III - que os montantes das dívidas consolidada e mobiliária,
das operações de crédito e da concessão de garantia se encontram
Art. 56. As contas prestadas pelos Chefes do Poder Executivo acima de 90% (noventa por cento) dos respectivos limites;
incluirão, além das suas próprias, as dos Presidentes dos órgãos dos IV - que os gastos com inativos e pensionistas se encontram
Poderes Legislativo e Judiciário e do Chefe do Ministério Público, acima do limite definido em lei;
referidos no art. 20, as quais receberão parecer prévio, separada- V - fatos que comprometam os custos ou os resultados dos
mente, do respectivo Tribunal de Contas. (Vide ADIN 2324) programas ou indícios de irregularidades na gestão orçamentária.
§ 1o As contas do Poder Judiciário serão apresentadas no âm- § 2o Compete ainda aos Tribunais de Contas verificar os cálcu-
bito: los dos limites da despesa total com pessoal de cada Poder e órgão
I - da União, pelos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e referido no art. 20.
dos Tribunais Superiores, consolidando as dos respectivos tribunais; § 3o O Tribunal de Contas da União acompanhará o cumpri-
II - dos Estados, pelos Presidentes dos Tribunais de Justiça, con- mento do disposto nos §§ 2o, 3o e 4o do art. 39.
solidando as dos demais tribunais.
§ 2o O parecer sobre as contas dos Tribunais de Contas será CAPÍTULO X
proferido no prazo previsto no art. 57 pela comissão mista perma- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
nente referida no § 1o do art. 166 da Constituição ou equivalente
das Casas Legislativas estaduais e municipais. (Vide ADIN 2324) Art. 60. Lei estadual ou municipal poderá fixar limites inferiores
§ 3o Será dada ampla divulgação dos resultados da apreciação àqueles previstos nesta Lei Complementar para as dívidas consoli-
das contas, julgadas ou tomadas. dada e mobiliária, operações de crédito e concessão de garantias.
Art. 57. Os Tribunais de Contas emitirão parecer prévio conclu- Art. 61. Os títulos da dívida pública, desde que devidamente
sivo sobre as contas no prazo de sessenta dias do recebimento, se escriturados em sistema centralizado de liquidação e custódia, po-
outro não estiver estabelecido nas constituições estaduais ou nas derão ser oferecidos em caução para garantia de empréstimos, ou
leis orgânicas municipais. em outras transações previstas em lei, pelo seu valor econômico,
§ 1o No caso de Municípios que não sejam capitais e que te- conforme definido pelo Ministério da Fazenda.
nham menos de duzentos mil habitantes o prazo será de cento e Art. 62. Os Municípios só contribuirão para o custeio de despe-
oitenta dias. sas de competência de outros entes da Federação se houver:
§ 2o Os Tribunais de Contas não entrarão em recesso enquanto I - autorização na lei de diretrizes orçamentárias e na lei orça-
existirem contas de Poder, ou órgão referido no art. 20, pendentes mentária anual;
de parecer prévio. II - convênio, acordo, ajuste ou congênere, conforme sua le-
Art. 58. A prestação de contas evidenciará o desempenho da gislação.
arrecadação em relação à previsão, destacando as providências Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a
adotadas no âmbito da fiscalização das receitas e combate à sone- cinquenta mil habitantes optar por:

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do III - adoção de normas de consolidação das contas públicas, pa-
semestre; dronização das prestações de contas e dos relatórios e demonstra-
II - divulgar semestralmente: tivos de gestão fiscal de que trata esta Lei Complementar, normas
b) o Relatório de Gestão Fiscal; e padrões mais simples para os pequenos Municípios, bem como
c) os demonstrativos de que trata o art. 53; outros, necessários ao controle social;
III - elaborar o Anexo de Política Fiscal do plano plurianual, o IV - divulgação de análises, estudos e diagnósticos.
Anexo de Metas Fiscais e o Anexo de Riscos Fiscais da lei de dire- § 1o O conselho a que se refere o caput instituirá formas de
trizes orçamentárias e o anexo de que trata o inciso I do art. 5o a premiação e reconhecimento público aos titulares de Poder que
partir do quinto exercício seguinte ao da publicação desta Lei Com- alcançarem resultados meritórios em suas políticas de desenvolvi-
plementar. mento social, conjugados com a prática de uma gestão fiscal pauta-
§ 1o A divulgação dos relatórios e demonstrativos deverá ser da pelas normas desta Lei Complementar.
realizada em até trinta dias após o encerramento do semestre. § 2o Lei disporá sobre a composição e a forma de funciona-
§ 2o Se ultrapassados os limites relativos à despesa total com mento do conselho.
pessoal ou à dívida consolidada, enquanto perdurar esta situação, Art. 68. Na forma do art. 250 da Constituição, é criado o Fundo
o Município ficará sujeito aos mesmos prazos de verificação e de do Regime Geral de Previdência Social, vinculado ao Ministério da
retorno ao limite definidos para os demais entes. Previdência e Assistência Social, com a finalidade de prover recur-
Art. 64. A União prestará assistência técnica e cooperação fi- sos para o pagamento dos benefícios do regime geral da previdên-
nanceira aos Municípios para a modernização das respectivas admi- cia social.
nistrações tributária, financeira, patrimonial e previdenciária, com § 1o O Fundo será constituído de:
vistas ao cumprimento das normas desta Lei Complementar. I - bens móveis e imóveis, valores e rendas do Instituto Nacio-
§ 1o A assistência técnica consistirá no treinamento e desen- nal do Seguro Social não utilizados na operacionalização deste;
volvimento de recursos humanos e na transferência de tecnologia, II - bens e direitos que, a qualquer título, lhe sejam adjudicados
bem como no apoio à divulgação dos instrumentos de que trata o ou que lhe vierem a ser vinculados por força de lei;
art. 48 em meio eletrônico de amplo acesso público. III - receita das contribuições sociais para a seguridade social,
§ 2o A cooperação financeira compreenderá a doação de bens previstas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195 da Consti-
e valores, o financiamento por intermédio das instituições finan- tuição;
ceiras federais e o repasse de recursos oriundos de operações ex- IV - produto da liquidação de bens e ativos de pessoa física ou
ternas. jurídica em débito com a Previdência Social;
Art. 65. Na ocorrência de calamidade pública reconhecida pelo V - resultado da aplicação financeira de seus ativos;
Congresso Nacional, no caso da União, ou pelas Assembleias Legis- VI - recursos provenientes do orçamento da União.
lativas, na hipótese dos Estados e Municípios, enquanto perdurar a § 2o O Fundo será gerido pelo Instituto Nacional do Seguro
situação: Social, na forma da lei.
I - serão suspensas a contagem dos prazos e as disposições Art. 69. O ente da Federação que mantiver ou vier a instituir
estabelecidas nos arts. 23 , 31 e 70; regime próprio de previdência social para seus servidores conferir-
II - serão dispensados o atingimento dos resultados fiscais e a -lhe-á caráter contributivo e o organizará com base em normas de
limitação de empenho prevista no art. 9o. contabilidade e atuária que preservem seu equilíbrio financeiro e
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput no caso de esta- atuarial.
do de defesa ou de sítio, decretado na forma da Constituição. Art. 70. O Poder ou órgão referido no art. 20 cuja despesa total
Art. 66. Os prazos estabelecidos nos arts. 23, 31 e 70 serão du- com pessoal no exercício anterior ao da publicação desta Lei Com-
plicados no caso de crescimento real baixo ou negativo do Produto plementar estiver acima dos limites estabelecidos nos arts. 19 e 20
Interno Bruto (PIB) nacional, regional ou estadual por período igual deverá enquadrar-se no respectivo limite em até dois exercícios, eli-
ou superior a quatro trimestres. minando o excesso, gradualmente, à razão de, pelo menos, 50% a.a.
§ 1o Entende-se por baixo crescimento a taxa de variação real (cinquenta por cento ao ano), mediante a adoção, entre outras, das
acumulada do Produto Interno Bruto inferior a 1% (um por cento), medidas previstas nos arts. 22 e 23.
no período correspondente aos quatro últimos trimestres. Parágrafo único. A inobservância do disposto no caput, no pra-
§ 2o A taxa de variação será aquela apurada pela Fundação Ins- zo fixado, sujeita o ente às sanções previstas no § 3o do art. 23.
tituto Brasileiro de Geografia e Estatística ou outro órgão que vier a Art. 71. Ressalvada a hipótese do inciso X do art. 37 da Cons-
substituí-la, adotada a mesma metodologia para apuração dos PIB tituição, até o término do terceiro exercício financeiro seguinte à
nacional, estadual e regional.
entrada em vigor desta Lei Complementar, a despesa total com pes-
§ 3o Na hipótese do caput, continuarão a ser adotadas as me-
soal dos Poderes e órgãos referidos no art. 20 não ultrapassará, em
didas previstas no art. 22.
percentual da receita corrente líquida, a despesa verificada no exer-
§ 4o Na hipótese de se verificarem mudanças drásticas na con-
cício imediatamente anterior, acrescida de até 10% (dez por cento),
dução das políticas monetária e cambial, reconhecidas pelo Senado
se esta for inferior ao limite definido na forma do art. 20.
Federal, o prazo referido no caput do art. 31 poderá ser ampliado
Art. 72. A despesa com serviços de terceiros dos Poderes e
em até quatro quadrimestres.
Art. 67. O acompanhamento e a avaliação, de forma perma- órgãos referidos no art. 20 não poderá exceder, em percentual da
nente, da política e da operacionalidade da gestão fiscal serão reali- receita corrente líquida, a do exercício anterior à entrada em vigor
zados por conselho de gestão fiscal, constituído por representantes desta Lei Complementar, até o término do terceiro exercício seguin-
de todos os Poderes e esferas de Governo, do Ministério Público e te.
de entidades técnicas representativas da sociedade, visando a: Art. 73. As infrações dos dispositivos desta Lei Complementar
I - harmonização e coordenação entre os entes da Federação; serão punidas segundo o Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro
II - disseminação de práticas que resultem em maior eficiência de 1940 (Código Penal); a Lei no 1.079, de 10 de abril de 1950; o
na alocação e execução do gasto público, na arrecadação de recei- Decreto-Lei no 201, de 27 de fevereiro de 1967; a Lei no 8.429, de 2
tas, no controle do endividamento e na transparência da gestão de junho de 1992; e demais normas da legislação pertinente.
fiscal;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

Art. 73-A. Qualquer cidadão, partido político, associação ou 3-A administração financeira está relacionada com as finanças
sindicato é parte legítima para denunciar ao respectivo Tribunal de da empresa. Com base no exposto, assinale a alternativa que apre-
Contas e ao órgão competente do Ministério Público o descumpri- senta a função do planejamento financeiro dentro do ambiente
mento das prescrições estabelecidas nesta Lei Complementar. (In- empresarial.
cluído pela Lei Complementar nº 131, de 2009). (A) O planejamento financeiro tem o foco no mercado, identi-
Art. 73-B. Ficam estabelecidos os seguintes prazos para o cum- fica os clientes em potencial e, principalmente, deve servir de
primento das determinações dispostas nos incisos II e III do pará- base para o desenvolvimento de produtos.
grafo único do art. 48 e do art. 48-A: (Incluído pela Lei Complemen- (B) No planejamento financeiro, é possível ao administrador
tar nº 131, de 2009). financeiro selecionar, com maior margem de segurança, os ati-
I – 1 (um) ano para a União, os Estados, o Distrito Federal e vos mais rentáveis e condizentes com os negócios da empresa,
os Municípios com mais de 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído de forma a estabelecer uma rentabilidade mais satisfatória so-
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). bre os investimentos.
II – 2 (dois) anos para os Municípios que tenham entre 50.000 (C) O planejamento financeiro tem o foco em desenvolver pro-
(cinquenta mil) e 100.000 (cem mil) habitantes; (Incluído pela Lei dutos em larga escala que podem ser facilmente encontrados
Complementar nº 131, de 2009). a preços baixos.
III – 4 (quatro) anos para os Municípios que tenham até 50.000
(cinquenta mil) habitantes. (Incluído pela Lei Complementar nº 131, (D) O planejamento financeiro tem o foco em identificar inves-
de 2009). timentos a curto prazo, gerindo permanentemente o capital de
Parágrafo único. Os prazos estabelecidos neste artigo serão giro.
contados a partir da data de publicação da lei complementar que
introduziu os dispositivos referidos no caput deste artigo. (Incluído 4-O processo de análise financeira está ancorado nas variáveis
pela Lei Complementar nº 131, de 2009). compostas pelo risco, retorno e preço. As empresas lidam com a
Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos tomada de decisão de investimentos financeiros de curto, médio
previstos no art. 73-B, das determinações contidas nos incisos II e III e longo prazo com o intuito de gerar riquezas aos seus acionistas.
do parágrafo único do art. 48 e no art. 48-A sujeita o ente à sanção Especificamente em relação a variável “risco”, analise as afirmati-
prevista no inciso I do § 3o do art. 23. (Incluído pela Lei Comple- vas a seguir:
mentar nº 131, de 2009). I. A existência de risco é constatada pela variabilidade da ex-
Art. 74. Esta Lei Complementar entra em vigor na data da sua pectativa do retorno em função de um determinado ativo.
publicação. II. Quanto menor a variabilidade do retorno esperado, estima-
Art. 75. Revoga-se a Lei Complementar no 96, de 31 de maio -se maior o risco do ativo.
de 1999. III. Quanto maior a oscilação do ativo, maior será o retorno es-
perado para o investidor.
IV. Risco é a certeza da não concretização das previsões e pro-
jeções estipuladas em um determinado período.
EXERCÍCIOS
Assinale
1-Assinale a alternativa que apresenta as funções típicas do (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
gestor financeiro de uma empresa. (B) se somente as afirmativas II e IV estiverem corretas.
(A) Análise, planejamento e controle financeiro e tomadas de (C) se somente as afirmativas I, II e III estiverem corretas.
decisões de investimentos e de financiamentos. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(B) Análise de planejamento para a realização do controle dos (E) se somente as afirmativas I, III e IV estiverem corretas.
gastos estratégicos e operacionais.
(C) Análise do quantitativo financeiro aplicado nas ações eco- 5-O processo de revisão orçamentária
nômicas, sociais e políticas. (A) não contempla mudanças na visão estratégica de dada or-
(D) Análise do quadro de remuneração ao pessoal e decisões ganização.
de alterações dos ganhos. (B) não é possível, pois, um orçamento é uma ferramenta rígi-
(E) Análise, coordenação e determinação dos valores das com- da que não permite a incorporação de correções.
pras de suprimentos. (C) pode alterar as premissas que sustentam o orçamento pro-
jetado, mas não pode rever os fluxos de caixa projetados.
2-O objetivo econômico e financeiro de uma empresa é a maxi- (D) são insensíveis às grandes mudanças conjunturais ocorri-
mização de seu valor de mercado. Nesse sentido, é correto afirmar das na economia, pois, consiste em instrumento de ajuste gra-
que a empresa alcança esse objetivo dual, não impactado por choques econômicos.
(A) por meio de recebimentos e pagamentos de suas obriga- (E) pode surgir do cotejo entre o orçamento projetado e o or-
ções em dia. çamento realizado.
(B) por meio de ajustes e adaptações frequentes ao seu mer-
cado. 6- Considere as afirmações sobre Finanças Corporativas a se-
(C) por meio de geração contínua de lucro e caixa no longo pra- guir:
zo. I. O objetivo da administração financeira é maximizar o valor
(D) por meio de planejamento formulado a curto e longo prazo. unitário das ações correntes.
(E) por meio de desenvolvimento permanente de seu pessoal. II. Acionistas de uma empresa são proprietários residuais.
III. Em 2002 o Congresso dos Estados Unidos promulgou a lei
Sarbanes-Oxley com o objetivo de proteger os investidores nortea-
mericanos dos abusos corporativos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

IV. No Brasil os custos de agência são derivados principalmente (D) legalidade, que quer dizer que para ser legal, tanto as recei-
da possível convergência entre acionistas controladores e acionis- tas quanto as despesas planejadas para o ano seguinte preci-
tas não controladores. sam estar previstas no Planejamento Plurianual do Brasil.
V. Entre as regras do Novo Mercado da BM&FBovespa (atual
B3) relacionadas à estrutura de governança e aos direitos dos acio- 10- Uma forma de definir os procedimentos orçamentários do
nistas estão o tag along de 100%, free float mínimo de 25% e a setor público é via princípios consagrados entre os tratadistas do
emissão exclusiva de ações preferenciais com direito a voto. assunto. Assinale a alternativa que apresenta o princípio orçamen-
tário que é considerado inócuo e inadequado do ponto de vista da
Assinale a alternativa em que todas as afirmativas estão COR- estabilização da economia.
RETAS: (A) Equilíbrio.
(A) Apenas III e IV. (B) Exatidão.
(B) Apenas I, II e III. (C) Clareza.
(C) Apenas I, II e IV. (D) Exclusividade.
(D) Apenas I, II e V.
(E) Apenas II, III e V. 11- Princípio Orçamentário que tem sua regra de ouro tradu-
zida no artigo 167, inciso III, da Carta Magna de 1988 e que diz: “É
7- Em relação à Administração Financeira é INCORRETO afirmar vedado: a realização de operações de créditos que excedam o mon-
que: tante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante
(A) a função financeira compreende um conjunto de atividades créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, apro-
relacionadas com a gestão dos fundos movimentados por to- vados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta”. Aqui falamos de
das as áreas da organização. qual princípio orçamentário:
(B) esta função é responsável pela obtenção dos recursos ne- (A) Legalidade.
cessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a (B) Totalidade.
otimização do uso desses fundos. (C) Equilíbrio.
(C) a função financeira não é encontrada nas empresas públi- (D) Universalidade.
cas.
(D) a atividade financeira do Estado destina-se à obtenção e ao 12- “A lei orçamentária anual não poderá conter matéria estra-
emprego dos materiais e de serviços para a realização das nha à previsão da receita e à fixação da despesa”.
necessidades da coletividade, de interesse geral, atendidas por O trecho acima faz referência ao princípio orçamentário:
meio do serviço público. (A) Especificação, Especialização ou Discriminação.
(B) Exclusividade.
8- Sobre o orçamento empresarial, é correto afirmar que (C) Não Vinculação ou Não Afetação das Receitas.
(A) o orçamento é uma expressão informal e espontânea do (D) Clareza ou Objetividade.
planejamento gerencial que poderá, ou não, determinar, em
termos financeiros, os objetivos da organização e as estraté- 13- Caso certo município deixar de incluir na lei orçamentária
gias para atingi-los. anual uma determinada despesa que pretenda efetuar na execução
(B) um orçamento é um plano da organização para todo e qual- do orçamento, certamente haverá afronta ao princípio orçamentá-
quer período, de semanas a anos, e não possui vínculo com o rio da
plano estratégico da organização. (A) universalidade.
(C) a preparação do orçamento é um processo de imposição (B) unidade.
estabelecida entre o dono da empresa e o gerente, resultante (C) especialização.
de uma determinação vertical sobre a realização de receitas e (D) clareza.
despesas.
(E) exclusividade.
(D) a empresa deve elaborar um planejamento de longo prazo,
incluindo objetivos e metas da administração, antes de iniciar o
14-A legislação orçamentária estabelece alguns critérios de
processo orçamentário de um determinado período.
classificação dos dados inseridos no orçamento de modo a contri-
buir para uma melhor compreensão das suas funções. Acerca das
9- Os princípios orçamentários podem ser caracterizados como
Receitas Orçamentárias, assinale a alternativa correta.
regras estabelecidas com a finalidade de aumentar a consistência
(A) Em regra, estão previstas na LOA (Princípio da Universali-
do orçamento público federal no cumprimento de sua finalidade de
auxiliar o controle parlamentar sobre o poder executivo. Sobre dade).
esses princípios, é correto afirmar que deve ser respeitado o prin- (B)O Estado é mero agente depositário.
cípio da (C) Não integram a lei de Diretrizes orçamentárias.
(A) unidade, o que quer dizer que cada Ministério da República (D) Em geral, não têm reflexos no PL da entidade.
deve ter apenas um orçamento para ser controlado individual- (E) São consideradas de caráter temporário.
mente pelo poder legislativo.
(B) totalidade, o que quer dizer que o Governo Federal poderá 15-Sobre o orçamento público, assinale a afirmativa em que a
constituir múltiplos orçamentos, desde que estes sofram con- hipótese narrada afronta um princípio orçamentário.
solidação, de forma a permitir uma visão geral do conjunto das (A) Lei orçamentária discrimina valores detalhados ao invés de
finanças públicas. prever apenas os montantes globais de forma genérica.
(C) especificação, especialização ou discriminação, o que quer (B) Lei orçamentária dispõe sobre receitas, despesas e sobre
dizer que as receitas e as despesas planejadas devem aparecer extinção de cargos públicos na Administração Pública estadual.
apenas de forma consolidada, de tal forma que se possa via- (C) Lei orçamentária proíbe a vinculação de receitas de impos-
bilizar, com economia de recursos e eficiência, o controle dos to a órgão, fundo ou despesa nos termos da previsão consti-
recursos e sua aplicação. tucional.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

(D) Lei orçamentária é divulgada de forma ampla, transmitindo ANOTAÇÕES


a qualquer pessoa informações sobre arrecadação da receita e
execução da despesa.

GABARITO

1 A
2 C
3 B
4 D
5 E
6 B
7 C
8 D
9 B
10 A
11 C
12 B
13 A
14 A
15 B

ANOTAÇÕES

_____________________________________________________

_____________________________________________________

59

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS -

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

_____________________________________________________ _____________________________________________________

_____________________________________________________ _____________________________________________________

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
1. Conceitos básicos de operação de microcomputadores ..................................................................................................................... 01
2. Conceitos básicos de operação com arquivos em ambientes Windows ............................................................................................. 02
3. Conceitos básicos para utilização do pacote Office............................................................................................................................. 04
4. Conceitos de Internet: conceitos básicos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados a
internet; ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de busca e pesquisa ....................................... 09

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCEITOS BÁSICOS DE OPERAÇÃO DE MICROCOMPUTADORES

Hardware
Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o computador.
Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígido, monitor, scanner, etc.

Software
Software, na verdade, são os programas usados para fazer tarefas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software são
programadas em uma linguagem de computador, traduzidas em linguagem de máquina e executadas por computador.
O software pode ser categorizado em dois tipos:
– Software de sistema operacional
– Software de aplicativos em geral

• Software de sistema operacional


O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos de
software do sistema incluem sistemas operacionais como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.

• Software de aplicação
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicativos
incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc.

Para não esquecer:

HARDWARE É a parte física do computador


SOFTWARE São os programas no computador (de funcionamento e tarefas)

Periféricos
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionalidades.
Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo melhorar o
desempenho do computador, tais como design, qualidade de som, alto falantes, etc.

Tipos:

PERIFÉRICOS DE ENTRADA Utilizados para a entrada de dados;


PERIFÉRICOS DE SAÍDA Utilizados para saída/visualização de dados

• Periféricos de entrada mais comuns.


– O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos
para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular;
– Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados para uso no computador;
– O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do com-
putador.

• Periféricos de saída populares mais comuns


– Monitores, que mostra dados e informações ao usuário;
– Impressoras, que permite a impressão de dados para material físico;
– Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador;
– Fones de ouvido.

Sistema Operacional
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcionamento do computador. É a plataforma de execução do usuário. Exem-
plos de software do sistema incluem sistemas operacionais como Windows, Linux, Unix , Solaris etc.

• Aplicativos e Ferramentas
São softwares utilizados pelos usuários para execução de tarefas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access,
além de ferramentas construídas para fins específicos.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCEITOS BÁSICOS DE OPERAÇÃO COM ARQUIVOS EM AMBIENTES WINDOWS

Pasta
São estruturas que dividem o disco em várias partes de tamanhos variados as quais podem pode armazenar arquivos e outras pastas
(subpastas)1.

Arquivo
É a representação de dados/informações no computador os quais ficam dentro das pastas e possuem uma extensão que identifica o
tipo de dado que ele representa.

Extensões de arquivos

Existem vários tipos de arquivos como arquivos de textos, arquivos de som, imagem, planilhas, etc. Alguns arquivos são universais
podendo ser aberto em qualquer sistema. Mas temos outros que dependem de um programa específico como os arquivos do Corel Draw
que necessita o programa para visualizar. Nós identificamos um arquivo através de sua extensão. A extensão são aquelas letras que ficam
no final do nome do arquivo.
Exemplos:
.txt: arquivo de texto sem formatação.
.html: texto da internet.
.rtf: arquivo do WordPad.
.doc e .docx: arquivo do editor de texto Word com formatação.

É possível alterar vários tipos de arquivos, como um documento do Word (.docx) para o PDF (.pdf) como para o editor de texto do
LibreOffice (.odt). Mas atenção, tem algumas extensões que não são possíveis e caso você tente poderá deixar o arquivo inutilizável.

Nomenclatura dos arquivos e pastas


Os arquivos e pastas devem ter um nome o qual é dado no momento da criação. Os nomes podem conter até 255 caracteres (letras,
números, espaço em branco, símbolos), com exceção de / \ | > < * : “ que são reservados pelo sistema operacional.

Bibliotecas
Criadas para facilitar o gerenciamento de arquivos e pastas, são um local virtual que agregam conteúdo de múltiplos locais em um só.
Estão divididas inicialmente em 4 categorias:
1 https://docente.ifrn.edu.br/elieziosoares/disciplinas/informatica/aula-05-manipulacao-de-arquivos-e-pastas

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
– Documentos;
– Imagens;
– Músicas;
– Vídeos.

Windows Explorer
O Windows Explorer é um gerenciador de informações, arquivos, pastas e programas do sistema operacional Windows da Microsoft2.
Todo e qualquer arquivo que esteja gravado no seu computador e toda pasta que exista nele pode ser vista pelo Windows Explorer.
Possui uma interface fácil e intuitiva.
Na versão em português ele é chamado de Gerenciador de arquivo ou Explorador de arquivos.
O seu arquivo é chamado de Explorer.exe
Normalmente você o encontra na barra de tarefas ou no botão Iniciar > Programas > Acessórios.

Na parte de cima do Windows Explorer você terá acesso a muitas funções de gerenciamento como criar pastas, excluir, renomear, ex-
cluir históricos, ter acesso ao prompt de comando entre outras funcionalidades que aparecem sempre que você selecionar algum arquivo.
A coluna do lado esquerdo te dá acesso direto para tudo que você quer encontrar no computador. As pastas mais utilizadas são as de
Download, documentos e imagens.

Operações básicas com arquivos do Windows Explorer


• Criar pasta: clicar no local que quer criar a pasta e clicar com o botão direito do mouse e ir em novo > criar pasta e nomear ela. Você
pode criar uma pasta dentro de outra pasta para organizar melhor seus arquivos. Caso você queira salvar dentro de uma mesma pasta um
arquivo com o mesmo nome, só será possível se tiver extensão diferente. Ex.: maravilha.png e maravilha.doc
Independente de uma pasta estar vazia ou não, ela permanecerá no sistema mesmo que o computador seja reiniciado
• Copiar: selecione o arquivo com o mouse e clique Ctrl + C e vá para a pasta que quer colar a cópia e clique Ctrl +V. Pode também
clicar com o botão direito do mouse selecionar copiar e ir para o local que quer copiar e clicar novamente como o botão direito do mouse
e selecionar colar.
• Excluir: pode selecionar o arquivo e apertar a tecla delete ou clicar no botão direito do mouse e selecionar excluir
• Organizar: você pode organizar do jeito que quiser como, por exemplo, ícones grandes, ícones pequenos, listas, conteúdos, lista com
detalhes. Estas funções estão na barra de cima em exibir ou na mesma barra do lado direito.
• Movimentar: você pode movimentar arquivos e pastas clicando Ctrl + X no arquivo ou pasta e ir para onde você quer colar o arquivo
e Clicar Ctrl + V ou clicar com o botão direito do mouse e selecionar recortar e ir para o local de destino e clicar novamente no botão direito
do mouse e selecionar colar.

Localizando Arquivos e Pastas


No Windows Explorer tem duas:
Tem uma barra de pesquisa acima na qual você digita o arquivo ou pasta que procura ou na mesma barra tem uma opção de Pesquisar.
Clicando nesta opção terão mais opções para você refinar a sua busca.

2 https://centraldefavoritos.com.br/2019/06/05/conceitos-de-organizacao-e-de-gerenciamento-de-informacoes-arquivos-pastas-e-programas/

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Arquivos ocultos
São arquivos que normalmente são relacionados ao sistema. Eles ficam ocultos (invisíveis) por que se o usuário fizer alguma alteração,
poderá danificar o Sistema Operacional.
Apesar de estarem ocultos e não serem exibido pelo Windows Explorer na sua configuração padrão, eles ocupam espaço no disco.

CONCEITOS BÁSICOS PARA UTILIZAÇÃO DO PACOTE OFFICE

Microsoft Office

O Microsoft Office é um conjunto de aplicativos essenciais para uso pessoal e comercial, ele conta com diversas ferramentas, mas em
geral são utilizadas e cobradas em provas o Editor de Textos – Word, o Editor de Planilhas – Excel, e o Editor de Apresentações – Power-
Point. A seguir verificamos sua utilização mais comum:

Word
O Word é um editor de textos amplamente utilizado. Com ele podemos redigir cartas, comunicações, livros, apostilas, etc. Vamos
então apresentar suas principais funcionalidades.

• Área de trabalho do Word


Nesta área podemos digitar nosso texto e formata-lo de acordo com a necessidade.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
GUIA PÁGINA INICIAL FUNÇÃO

Tipo de letra

Tamanho

Aumenta / diminui tamanho

Recursos automáticos de caixa-altas


e baixas

• Iniciando um novo documento Limpa a formatação

• Marcadores
Muitas vezes queremos organizar um texto em tópicos da se-
guinte forma:

Podemos então utilizar na página inicial os botões para operar


diferentes tipos de marcadores automáticos:

A partir deste botão retornamos para a área de trabalho do


Word, onde podemos digitar nossos textos e aplicar as formatações
desejadas.
• Outros Recursos interessantes:
• Alinhamentos
Ao digitar um texto, frequentemente temos que alinhá-lo para GUIA ÍCONE FUNÇÃO
atender às necessidades. Na tabela a seguir, verificamos os alinha-
mentos automáticos disponíveis na plataforma do Word. - Mudar
Forma
Página - Mudar cor
GUIA PÁGINA TECLA DE inicial de Fundo
ALINHAMENTO
INICIAL ATALHO - Mudar cor
Justificar (arruma a direito do texto
e a esquerda de acordo Ctrl + J
com a margem - Inserir
Tabelas
Inserir
Alinhamento à direita Ctrl + G - Inserir
Imagens
Centralizar o texto Ctrl + E

Alinhamento à esquerda Ctrl + Q Verificação e


Revisão correção ortográ-
fica
• Formatação de letras (Tipos e Tamanho)
Presente em Fonte, na área de ferramentas no topo da área de
trabalho, é neste menu que podemos formatar os aspectos básicos
de nosso texto. Bem como: tipo de fonte, tamanho (ou pontuação), Arquivo Salvar
se será maiúscula ou minúscula e outros itens nos recursos auto-
máticos.
Excel
O Excel é um editor que permite a criação de tabelas para cál-
culos automáticos, análise de dados, gráficos, totais automáticos,
dentre outras funcionalidades importantes, que fazem parte do dia
a dia do uso pessoal e empresarial.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Formatação células
São exemplos de planilhas:
– Planilha de vendas;
– Planilha de custos.

Desta forma ao inserirmos dados, os valores são calculados au-


tomaticamente.

• Mas como é uma planilha de cálculo?


– Quando inseridos em alguma célula da planilha, os dados são
calculados automaticamente mediante a aplicação de fórmulas es-
pecíficas do aplicativo.
– A unidade central do Excel nada mais é que o cruzamento
entre a linha e a coluna. No exemplo coluna A, linha 2 ( A2 )

• Fórmulas básicas

ADIÇÃO =SOMA(célulaX;célulaY)
SUBTRAÇÃO =(célulaX-célulaY)
MULTIPLICAÇÃO =(célulaX*célulaY)
DIVISÃO =(célulaX/célulaY)

– Podemos também ter o intervalo A1..B3 • Fórmulas de comum interesse

MÉDIA (em um intervalo de


=MEDIA(célula X:célulaY)
células)
MÁXIMA (em um intervalo
=MAX(célula X:célulaY)
de células)
MÍNIMA (em um intervalo
=MIN(célula X:célulaY)
de células)

PowerPoint
O PowerPoint é um editor que permite a criação de apresenta-
ções personalizadas para os mais diversos fins. Existem uma série
de recursos avançados para a formatação das apresentações, aqui
– Para inserirmos dados, basta posicionarmos o cursor na cé-
veremos os princípios para a utilização do aplicativo.
lula, selecionarmos e digitarmos. Assim se dá a iniciação básica de
uma planilha.
• Área de Trabalho do PowerPoint

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Nesta tela já podemos aproveitar a área interna para escre- ver
conteúdos, redimensionar, mover as áreas delimitadas ou até
mesmo excluí-las. No exemplo a seguir, perceba que já movemos as
caixas, colocando um título na superior e um texto na caixa inferior,
também alinhamos cada caixa para ajustá-las melhor.

Percebemos agora que temos uma apresentação com quatro


slides padronizados, bastando agora editá-lo com os textos que se
fizerem necessários. Além de copiar podemos mover cada slide de
Perceba que a formatação dos textos é padronizada. O mesmo uma posição para outra utilizando o mouse.
tipo de padrão é encontrado para utilizarmos entre o PowerPoint, As Transições são recursos de apresentação bastante utilizados
o Word e o Excel, o que faz deles programas bastante parecidos, no no PowerPoint. Servem para criar breves animações automáticas
que diz respeito à formatação básica de textos. Confira no tópi-co para passagem entre elementos das apresentações.
referente ao Word, itens de formatação básica de texto como:
alinhamentos, tipos e tamanhos de letras, guias de marcadores e
recursos gerais.
Especificamente sobre o PowerPoint, um recurso amplamente
utilizado a guia Design. Nela podemos escolher temas que mudam
a aparência básica de nossos slides, melhorando a experiência no
trabalho com o programa.

Tendo passado pelos aspectos básicos da criação de uma apre-


sentação, e tendo a nossa pronta, podemos apresentá-la bastando
clicar no ícone correspondente no canto inferior direito.

Um último recurso para chamarmos atenção é a possibilidade


de acrescentar efeitos sonoros e interativos às apresentações, le-
vando a experiência dos usuários a outro nível.

Com o primeiro slide pronto basta duplicá-lo, obtendo vários Office 2013
no mesmo formato. Assim liberamos uma série de miniaturas, pe- A grande novidade do Office 2013 foi o recurso para explorar
las quais podemos navegador, alternando entre áreas de trabalho. a navegação sensível ao toque (TouchScreen), que está disponível
A edição em cada uma delas, é feita da mesma maneira, como já nas versões 32 e 64. Em equipamentos com telas sensíveis ao toque
apresentado anteriormente. (TouchScreen) pode-se explorar este recurso, mas em equipamen-
tos com telas simples funciona normalmente.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Atualizações no PowerPoint
O Office 2013 conta com uma grande integração com a nuvem, – O PowerPoint 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
desta forma documentos, configurações pessoais e aplicativos po- riores, agora com uma maior integração com dispositivos moveis,
dem ser gravados no Skydrive, permitindo acesso através de smart- além de ter aumentado o número de templates melhorado a ques-
fones diversos. tão do compartilhamento dos arquivos;
– O PowerPoint 2016 também permite a inserção de objetos
• Atualizações no Word 3D na apresentação.
– O visual foi totalmente aprimorado para permitir usuários
trabalhar com o toque na tela (TouchScreen); Office 2019
– As imagens podem ser editadas dentro do documento; O OFFICE 2019 manteve a mesma linha da Microsoft, não hou-
– O modo leitura foi aprimorado de modo que textos extensos ve uma mudança tão significativa. Agora temos mais modelos em
agora ficam disponíveis em colunas, em caso de pausa na leitura; 3D, todos os aplicativos estão integrados como dispositivos sensí-
– Pode-se iniciar do mesmo ponto parado anteriormente; veis ao toque, o que permite que se faça destaque em documentos.
– Podemos visualizar vídeos dentro do documento, bem como
editar PDF(s). • Atualizações no Word
– Houve o acréscimo de ícones, permitindo assim um melhor
• Atualizações no Excel desenvolvimento de documentos;
– Além de ter uma navegação simplificada, um novo conjunto
de gráficos e tabelas dinâmicas estão disponíveis, dando ao usuário
melhores formas de apresentar dados.
– Também está totalmente integrado à nuvem Microsoft.

• Atualizações no PowerPoint
– O visual teve melhorias significativas, o PowerPoint do Offi-
ce2013 tem um grande número de templates para uso de criação
de apresentações profissionais;
– O recurso de uso de múltiplos monitores foi aprimorado;
– Um recurso de zoom de slide foi incorporado, permitindo o
destaque de uma determinada área durante a apresentação;
– No modo apresentador é possível visualizar o próximo slide
antecipadamente;
– Estão disponíveis também o recurso de edição colaborativa
de apresentações.

Office 2016
O Office 2016 foi um sistema concebido para trabalhar junta-
mente com o Windows 10. A grande novidade foi o recurso que – Outro recurso que foi implementado foi o “Ler em voz alta”.
permite que várias pessoas trabalhem simultaneamente em um Ao clicar no botão o Word vai ler o texto para você.
mesmo projeto. Além disso, tivemos a integração com outras fer-
ramentas, tais como Skype. O pacote Office 2016 também roda em
smartfones de forma geral.

• Atualizações no Word
– No Word 2016 vários usuários podem trabalhar ao mesmo
tempo, a edição colaborativa já está presente em outros produtos,
mas no Word agora é real, de modo que é possível até acompanhar
quando outro usuário está digitando;
– Integração à nuvem da Microsoft, onde se pode acessar os
documentos em tablets e smartfones;
– É possível interagir diretamente com o Bing (mecanismo de • Atualizações no Excel
pesquisa da Microsoft, semelhante ao Google), para utilizar a pes- – Foram adicionadas novas fórmulas e gráficos. Tendo como
quisa inteligente; destaque o gráfico de mapas que permite criar uma visualização de
– É possível escrever equações como o mouse, caneta de to- algum mapa que deseja construir.
que, ou com o dedo em dispositivos touchscreen, facilitando assim
a digitação de equações.

• Atualizações no Excel
– O Excel do Office 2016 manteve as funcionalidades dos ante-
riores, mas agora com uma maior integração com dispositivos mó-
veis, além de ter aumentado o número de gráficos e melhorado a
questão do compartilhamento dos arquivos.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

CONCEITOS DE INTERNET: CONCEITOS BÁSICOS E


MODOS DE UTILIZAÇÃO DE TECNOLOGIAS, FERRAMEN-
TAS, APLICATIVOS E PROCEDIMENTOS ASSOCIADOS A
INTERNET; FERRAMENTAS E APLICATIVOS COMERCIAIS
DE NAVEGAÇÃO, DE CORREIO ELETRÔNICO, DE BUSCA E
PESQUISA

Tipos de rede de computadores


• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido.
Exemplos: casa, escritório, etc.

• Atualizações no PowerPoint
– Foram adicionadas a ferramenta transformar e a ferramenta
de zoom facilitando assim o desenvolvimento de apresentações;
– Inclusão de imagens 3D na apresentação.

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem-


plo.

Office 365
O Office 365 é uma versão que funciona como uma assinatura
semelhante ao Netflix e Spotif. Desta forma não se faz necessário
sua instalação, basta ter uma conexão com a internet e utilizar o
Word, Excel e PowerPoint. • WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que
a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
Observações importantes: mos o conceito.
– Ele é o mais atualizado dos OFFICE(s), portanto todas as me-
lhorias citadas constam nele;
– Sua atualização é frequente, pois a própria Microsoft é res-
ponsável por isso;
– No nosso caso o Word, Excel e PowerPoint estão sempre
atualizados.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Navegação e navegadores da Internet

• Internet
É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção global de computadores, celulares e outros dispositivos que se comu-
nicam.

• Procedimentos de Internet e intranet


Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensagens,
compartilhar dados, programas, baixar documentos (download), etc.

• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar web sites
para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

Internet Explorer 11

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifica-
do com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre outras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

3. Ícones para manipulação do endereço da URL


Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi-
5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa-
das por concorrentes.
6. Adicionar à barra de favoritos Vejamos:
Mozila Firefox • Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).
A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
de nosso estudo: acionado e exibe os resultados.

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página


Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:
3 Botão atualizar a página

4 Voltar para a página inicial do Firefox 1 Botão Voltar uma página

5 Barra de Endereços 2 Botão avançar uma página

6 Ver históricos e favoritos 3 Botão atualizar a página

Mostra um painel sobre os favoritos (Barra, 4 Barra de Endereço.


7
Menu e outros)
Sincronização com a conta FireFox (Vamos 5 Adicionar Favoritos
8
detalhar adiante)
6 Usuário Atual
9 Mostra menu de contexto com várias opções
Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
seguir.
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc., dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado em
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa- outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da- atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
dos seguros após o uso. nalidades.
Google Chrome • Favoritos
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi-
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e
pronto.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, • Sincronização
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
dia a dia se preferir. portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
rão disponíveis na sua conta Google.
Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado. Safari

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

• Downloads
Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes-
te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o
progresso e os downloads concluídos.
O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-
ções implementadas.
Vejamos:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Guias

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bastante comuns.


Vejamos algumas de suas funcionalidades:

• Lista de Leitura e Favoritos


No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para posterior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endereços. Para
adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e pronto.
Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para removê-
-lo, basta clicar em excluir.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.

• Histórico e Favoritos Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-
nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o e-
mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
nome do usuário;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos;
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria
das vezes, a empresa;

Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.


com.br / @editora.com.br
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas;
– Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
não enviadas;
– E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
• Pesquisar palavras e-mails que foram enviados;
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em – Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o nou de redigir;
atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po- – Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.
demos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:
• Salvando Textos e Imagens da Internet – Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão rio do e-mail;
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta. – CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
• Downloads destinatários envolvidos;
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al- – CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o mensagem;
progresso e os downloads concluídos. – Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem;

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Computação de nuvem (Cloud Computing)
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros); • Conceito de Nuvem (Cloud)
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem.

• Uso do correio eletrônico


– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail;
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra-
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima;
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera
Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas- mandas de usuários e empresas.
tante parecidas.

• Preparo e envio de mensagens

• Boas práticas para criação de mensagens


– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar A internet é a base da computação em nuvem, os servidores
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado; remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuá-
– A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao rios e às empresas.
extremo dando muitas voltas; A computação em nuvem permite que os consumidores alu-
– Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser-
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados. viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas
usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus
• Anexação de arquivos arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec-
tado no mundo.
Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em
um local chamado Data Center dentro do provedor.
A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro-
dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem,
mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas
de TI, Telecomunicações.

Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane- xar


um documento à mensagem, enviando assim juntamente com o
texto.

• Boas práticas para anexar arquivos à mensagem


– E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas
que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar;
– Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do
e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
• Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)

A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é simples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser acessados
em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, OneDrive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos responsáveis
por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem seus dados e
recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos de
praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nuvem que
podem ser contratados.

OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
va@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

Escrevendo e-mails
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos:
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destinatário do e-mail;
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma mensagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens, programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las conforme
a necessidade.

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA

Encaminhar e responder e-mails


Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a e-
mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões
indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto,
A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail, para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de
referida no item “Endereços de e-mail”. resposta ou encaminhamento.

Criar nova mensagem de e-mail

Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digita-


ção do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também
os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta
outra pessoa não estará visível aos outros destinatários.

Adicionar, abrir ou salvar anexos


A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no corpo
do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão corresponden-
te, segundo a figura abaixo:

Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
Adicionar assinatura de e-mail à mensagem
Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada
mensagem.

EXERCÍCIOS

1. (FGV-SEDUC -AM) O dispositivo de hardware que tem como


principal função a digitalização de imagens e textos, convertendo as
versões em papel para o formato digital, é denominado
(A) joystick.
(B) plotter.
(C) scanner.
(D) webcam.
(E) pendrive.

2. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) João comprou um


novo jogo para seu computador e o instalou sem que ocorressem
erros. No entanto, o jogo executou de forma lenta e apresentou
baixa resolução. Considerando esse contexto, selecione a alterna-
tiva que contém a placa de expansão que poderá ser trocada ou
adicionada para resolver o problema constatado por João.
(A) Placa de som
(B) Placa de fax modem
(C) Placa usb
(D) Placa de captura
(E) Placa de vídeo

3. (CKM-FUNDAÇÃO LIBERATO SALZANO) Há vários tipos de pe-


riféricos utilizados em um computador, como os periféricos de saída
e os de entrada. Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta
um exemplo de periférico somente de entrada.
(A) Monitor
(B) Impressora
(C) Caixa de som
(D) Headphone
(E) Mouse

4. (VUNESP-2019 – SEDUC-SP) Na rede mundial de computado-


res, Internet, os serviços de comunicação e informação são disponi-
bilizados por meio de endereços e links com formatos padronizados
URL (Uniform Resource Locator). Um exemplo de formato de ende-
reço válido na Internet é:
(A) http:@site.com.br
(B) HTML:site.estado.gov
(C) html://www.mundo.com
(D) https://meusite.org.br
Imprimir uma mensagem de e-mail (E) www.#social.*site.com
Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos-
sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao 5. (IBASE PREF. DE LINHARES – ES) Quando locamos servido-
computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo res e armazenamento compartilhados, com software disponível e
pacote Office e seus aplicativos. localizados em Data-Centers remotos, aos quais não temos acesso
presencial, chamamos esse serviço de:
(A) Computação On-Line.
(B) Computação na nuvem.
(C) Computação em Tempo Real.
(D) Computação em Block Time.
(E) Computação Visual

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
13. (IF-PB) Acerca dos sistemas operacionais Windows 7 e 8,
6. (CESPE – SEDF) Com relação aos conceitos básicos e modos assinale a alternativa INCORRETA:
de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimen- (A) O Windows 8 é o sucessor do 7, e ambos são desenvolvidos
tos associados à Internet, julgue o próximo item. pela Microsoft.
Embora exista uma série de ferramentas disponíveis na Inter-
(B) O Windows 8 apresentou uma grande revolução na interfa-
net para diversas finalidades, ainda não é possível extrair apenas o
ce do Windows. Nessa versão, o botão “iniciar” não está sem-
áudio de um vídeo armazenado na Internet, como, por exemplo, no
pre visível ao usuário.
Youtube (http://www.youtube.com).
(C) É possível executar aplicativos desenvolvidos para Windows
( ) Certo
7 dentro do Windows 8.
( ) Errado
(D) O Windows 8 possui um antivírus próprio, denominado
7. (CESP-MEC WEB DESIGNER) Na utilização de um browser, a Kapersky.
execução de JavaScripts ou de programas Java hostis pode provocar (E) O Windows 7 possui versões direcionadas para computado-
danos ao computador do usuário. res x86 e 64 bits.
( ) Certo
( ) Errado 14. (CESPE BANCO DA AMAZÔNIA) O Linux, um sistema multi-
tarefa e multiusuário, é disponível em várias distribuições, entre as
8. (FGV – SEDUC -AM) Um Assistente Técnico recebe um e-mail quais, Debian, Ubuntu, Mandriva e Fedora.
com arquivo anexo em seu computador e o antivírus acusa existên- ( ) Certo(
cia de vírus. ) Errado
Assinale a opção que indica o procedimento de segurança a ser
adotado no exemplo acima. 15. (FCC – DNOCS) - O comando Linux que lista o conteúdo de
(A) Abrir o e-mail para verificar o conteúdo, antes de enviá-lo um diretório, arquivos ou subdiretórios é o
ao administrador de rede. (A) init 0.
(B) Executar o arquivo anexo, com o objetivo de verificar o tipo (B) init 6.
de vírus. (C) exit
(C) Apagar o e-mail, sem abri-lo. (D) ls.
(D) Armazenar o e-mail na área de backup, para fins de moni- (E) cd.
toramento.
(E) Enviar o e-mail suspeito para a pasta de spam, visando a 16. (SOLUÇÃO) O Linux faz distinção de letras maiúsculas ou
analisá-lo posteriormente. minúsculas
( ) Certo(
9. (CESPE – PEFOCE) Entre os sistemas operacionais Windows ) Errado
7, Windows Vista e Windows XP, apenas este último não possui ver-
são para processadores de 64 bits. 17. (CESP -UERN) Na suíte Microsoft Office, o aplicativo
( ) Certo (A) Excel é destinado à elaboração de tabelas e planilhas eletrô-
( ) Errado nicas para cálculos numéricos, além de servir para a produção
de textos organizados por linhas e colunas identificadas por nú-
10. (CPCON – PREF, PORTALEGRE) Existem muitas versões do meros e letras.
Microsoft Windows disponíveis para os usuários. No entanto, não é (B) PowerPoint oferece uma gama de tarefas como elaboração
uma versão oficial do Microsoft Windows e gerenciamento de bancos de dados em formatos .PPT.
(A) Windows 7 (C) Word, apesar de ter sido criado para a produção de texto, é
(B) Windows 10 útil na elaboração de planilhas eletrônicas, com mais recursos
(C) Windows 8.1 que o Excel.
(D) Windows 9 (D) FrontPage é usado para o envio e recebimento de mensa-
(E) Windows Server 2012 gens de correio eletrônico.
(E) Outlook é utilizado, por usuários cadastrados, para o envio
11. (MOURA MELO – CAJAMAR) É uma versão inexistente do e recebimento de páginas web.
Windows:
(A) Windows Gold. 18. (FUNDEP – UFVJM-MG) Assinale a alternativa que apresen-
(B) Windows 8. ta uma ação que não pode ser realizada pelas opções da aba “Pági-
(C) Windows 7. na Inicial” do Word 2010.
(D) Windows XP. (A) Definir o tipo de fonte a ser usada no documento.
(B) Recortar um trecho do texto para incluí-lo em outra parte
12. (QUADRIX CRN) Nos sistemas operacionais Windows 7 e do documento.
Windows 8, qual, destas funções, a Ferramenta de Captura não exe- (C) Definir o alinhamento do texto.
cuta? (D) Inserir uma tabela no texto
(A) Capturar qualquer item da área de trabalho.
(B) Capturar uma imagem a partir de um scanner.
(C) Capturar uma janela inteira
(D) Capturar uma seção retangular da tela.
(E) Capturar um contorno à mão livre feito com o mouse ou
uma caneta eletrônica

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NOÇÕES DE INFORMÁTICA
19. (CESPE – TRE-AL) Considerando a janela do PowerPoint ANOTAÇÕES
2002 ilustrada abaixo julgue os itens a seguir, relativos a esse apli-
cativo.
A apresentação ilustrada na janela contém 22 slides ?.

( ) Certo
( ) Errado

20. (CESPE – CAIXA) O PowerPoint permite adicionar efeitos so-


noros à apresentação em elaboração.
( ) Certo
( ) Errado

GABARITO

1 C
2 E
3 E
4 D
5 B
6 ERRADO
7 CERTO
8 C
9 CERTO
10 D
11 A
12 B
13 D
14 CERTO
15 D _____________________________________________________
16 CERTO _____________________________________________________
17 A
18 D
19 CERTO
20 CERTO

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

APOSTILA DE DIREITO ADMINISTRATIVO

Sumário
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ....................................................................................... 2
ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO ........................................................................................... 6
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA .................................................................................................. 11
PODERES ADMINISTRATIVOS .......................................................................................................... 16
ATOS ADMINISTRATIVOS ................................................................................................................ 22
AGENTES PÚBLICOS ........................................................................................................................ 31
QUESTÕES FADESP.......................................................................................................................... 35

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O regime jurídico administrativo resume-se em dois aspectos: de um lado, estão as


prerrogativas, que representam alguns privilégios para a Administração dentro das
relações jurídicas; de outro, encontram-se as sujeições, que são restrições de liberdade
de ação para a Administração Pública.

Regime Jurídico-administrativo

Prerrogativas

Sujeições
As prerrogativas ou privilégios são regras, desconhecidas no direito privado, que
colocam a Administração em condições de superioridade nas relações com o particular.
São faculdades especiais que o setor público dispõe, como, por exemplo, o poder de
requisitar bens e serviços, de ocupar temporariamente imóvel alheio, de aplicar sanções
administrativas, de alterar ou rescindir unilateralmente os contratos administrativos, de
impor medidas de polícia, etc1.

Por outro lado, as sujeições ou restrições retiram ou diminuem a liberdade da


Administração quando comparada com o particular, sob pena de nulidade do ato
administrativo ou, até mesmo, de responsabilidade da autoridade que o editou. São
exemplos a necessidade de observar a finalidade pública ou de pautar-se segundo os
princípios da moralidade, legalidade e publicidade. Além desses, podemos mencionar a
sujeição à realização de concurso público para selecionar pessoal e de fazer licitação para
firmar contratos com particulares.

A base do regime jurídico administrativo encontra-se nos princípios da supremacia e da


indisponibilidade do interesse público.

Princípios basilares ou fundamentais do Direito Administrativo


✓ Supremacia do interesse público
Celso Antônio Bandeira de Mello
✓ Indisponibilidade do interesse público
✓ Supremacia do interesse público
Maria Sylvia Zanella Di Pietro
✓ Legalidade

1
Di Pietro, 2014, p. 62.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Princípios da Administração

Os princípios administrativos são os valores, as diretrizes, os mandamentos mais


gerais que orientam a elaboração das leis administrativas, direcionam a atuação da
Administração Pública e condicionam a validade de todos os atos administrativos.

Os princípios podem ser expressos, quando estão previstos taxativamente em uma


norma jurídica de caráter geral, ou implícitos, quando não constam taxativamente em
uma norma jurídica, decorrendo, portanto, da jurisprudência ou da doutrina.

Tendo como referência unicamente a Constituição, são princípios previstos


expressamente para a administração pública direta e indireta – autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista –, de qualquer dos Poderes
– Legislativo, Executivo e Judiciário – da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência –
LIMPE.

Por outro lado, os princípios implícitos não constam taxativamente em uma norma
jurídica geral, decorrendo de elaboração doutrinária e jurisprudencial.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Princípios expressos na Constituição Federal

Legalidade: a lei é a base do Estado Democrático de Direito, constituindo a base da


atuação administrativa. Os agentes públicos só podem atuar quando a lei
autorizar ou determinar.

Impessoalidade: esse princípio possui quatro aplicações principais. Na


primeira, ele representa o princípio da finalidade, ou seja, a atuação
administrativa deve ter por objetivo o interesse público. Na segunda aplicação,
ele se traduz no princípio da isonomia, isto é, a Administração deve atender
a todos os administrados sem discriminações, pois não se pode favorecer
pessoas ou se utilizar de perseguições indevidas. Além disso, a impessoalidade
determina a vedação de promoção pessoal, uma vez que os agentes públicos
atuam em nome do Estado. Por fim, este princípio é fundamento para o
reconhecimento dos casos de impedimento e suspeição, com a finalidade de
afastar dos processos administrativos e judiciais as autoridades que não poderão
L julgar com imparcialidade.
I
M Moralidade: impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos
P que devem estar presentes em sua conduta.
E Publicidade: relaciona-se com a exigência de publicação de determinados atos
em órgãos oficiais como requisito de eficácia e com o dever de transparência da
Administração Pública.

Eficiência: é o princípio constitucional expresso mais “novo”, pois foi incluído


na CF pela EC 19/1998. Exige uma atuação da Administração Pública com
excelência, fornecendo serviços públicos de qualidade à população, com o menor
custo possível (desde que mantidos os padrões de qualidade) e no menor tempo.
A eficiência se relaciona com o agente público, que deve desempenhar suas
atribuições com qualidade; e com a forma de organizar, estruturar e disciplinar
a administração pública, que deve ser a mais racional possível, permitindo que
se alcancem os melhores resultados na prestação dos serviços públicos.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Supremacia do interesse público sobre o privado: trata das prerrogativas


do poder público, isto é, os poderes conferidos à Administração, que lhe
asseguram a posição de superioridade perante o administrado, aplicando-se
somente nas relações em que a Administração atua em prol do interesse da
coletividade.
Indisponibilidade do interesse público: representa as sujeições da
Administração, ou seja, são limitações e restrições impostas ao poder público
com o intuito de evitar que ela atue de forma lesiva aos interesses públicos ou
de modo ofensivo aos direitos fundamentais dos administrados.
Razoabilidade e proporcionalidade: em regra, esses dois princípios são
tratados como se fossem um só. Eles buscam limitar a atuação discricionária dos
agentes públicos, evitando decisões exageradas ou desarrazoadas. Qualquer
limitação ou penalidade deve ser aplicada com bom senso, dentro de parâmetros
aceitáveis pela população em geral. Com efeito, qualquer restrição deve ser
aplicada em equilíbrio com os fins de interesse público desejados.
Controle ou tutela: fundamenta o controle da Administração Direta sobre a
Indireta, com o objetivo de garantir que as entidades administrativas cumpram
o princípio da especialidade. Por conseguinte, as entidades administrativas
encontram-se vinculadas aos órgãos da Administração Central, assegurando o
desenvolvimento de suas finalidades.
Autotutela: representa o controle que a Administração pode realizar sobre os
Princípios Implícitos

seus próprios atos. Nos termos da Súmula 473 do STF, a Administração pode
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada,
em todos os casos, a apreciação judicial.
Motivação: representa que o administrador deve indicar os fundamentos de
fato e de direito que o levam a adotar qualquer decisão no âmbito da
Administração Pública, demonstrando a correlação lógica entre a situação
ocorrida e as providências adotadas. Dessa forma, a motivação serve de
fundamento para examinar a finalidade, a legalidade e a moralidade da conduta
administrativa.
Continuidade do serviço público: os serviços públicos devem ser prestados
de maneira contínua, ou seja, sem parar. Isso porque é justamente pelos
serviços públicos que o Estado desempenha suas funções essenciais ou
necessárias à coletividade. Por conseguinte, os serviços públicos não podem ser
interrompidos, devendo, ao contrário, ter normal continuidade.
Contraditório e ampla defesa: assegura aos litigantes e aos acusados as
formas para que possam se defender, contestar e apresentar provas para defesa
de seus direitos.
Especialidade: reflete a ideia de descentralização administrativa, em que se
criam entidades para o desempenho de finalidades específicas. Dessa forma, é a
lei que define as áreas de atuação das entidades da Administração Indireta, não
podendo um mero ato administrativo modificar a finalidade dessas entidades.
Segurança jurídica: tem a finalidade de assegurar a estabilidade das relações
jurídicas já consolidadas, diante da inevitável evolução do Direito, tanto em nível
legislativo quanto jurisprudencial. Possui diversas aplicações, como a proteção
ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada. Fundamenta,
ainda, os institutos da prescrição e decadência administrativa.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

ESTADO, GOVERNO E ADMINISTRAÇÃO

O Estado é um ente personalizado, que se apresenta exteriormente, nas relações


internacionais com outros Estados soberanos, e, internamente, como pessoa jurídica de
direito público, capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem pública.

De acordo com Hely Lopes Meirelles, apresentando os ensinamentos de outros


doutrinadores, o conceito de Estado varia segundo o ângulo em que é considerado:
sociológico – é corporação territorial dotada de um poder de mando originário
(Jellinek); político – é comunidade de homens, fixada sobre um território, com poder
superior de ação, de mando e de coerção (Malberg); e constitucional – é pessoa
jurídica territorial soberana (Biscaretti di Ruffia).

Nesse contexto, o Estado é constituído de três elementos originários e


indissociáveis:

✓ Povo: é o seu componente humano, demográfico;

✓ Território: a sua base física, geográfica;

✓ Governo soberano: o elemento condutor do Estado, que detém e exerce o


poder absoluto de autodeterminação e auto-organização emanado do Povo.

A evolução institucional, a partir das correntes liberais, substituiu o poder quase ilimitado
dos reis e monarcas (absolutismo) para dar lugar ao que chamamos de Estado de Direito,
que, segundo José dos Santos Carvalho Filho, se baseia na regra de que, ao mesmo
tempo em que o Estado cria o direito, deve sujeitar-se a ele.

Com efeito, a ideia de Estado de Direito se traduziu, originalmente, na relação de três


postulados fundamentais2: a generalização do princípio da legalidade; a
universalidade de jurisdição e a tripartição dos poderes.

Segundo o princípio da legalidade, a atuação estatal exige autorização legislativa


para as suas ações ou omissões. Em outras palavras, a atividade do Estado deve se
realizar em estrita observância ao que estabelece a lei.

A universalização de jurisdição, por sua vez, significa que todos os atos estatais
devem submeter-se a controles que permitam a responsabilização dos sujeitos que
atuarem de modo inadequado.

Por fim, a tripartição dos poderes consiste na dissociação da atuação estatal, gerando
a diferenciação de competências (funções), atribuídas a órgãos diversos. Dessa forma,
nenhum órgão estatal possui poder ilimitado, estando sujeito ao sistema de freios e
contrapesos que gera o equilíbrio aos chamados três poderes: Legislativo, Executivo
e Judiciário.

2
Justen Filho, 2014, p. 100.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Poderes/Funções do Estado

De acordo com a Constituição Federal de 1988, são poderes da União, independentes


e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (art. 2º).

A cada um desses poderes foi atribuída uma função principal. Dessa forma, o Poder
Legislativo se encarrega da função legislativa (normativa); o Poder Judiciário
desempenha a função jurisdicional; e o Poder Executivo exerce a função administrativa.

A função legislativa (normativa, legiferante) pode ser entendida como aquela em que
o Estado edita atos jurídicos primários, de caráter geral (aplicável a sujeitos
indeterminados) e abstrato (possuem uma previsão hipotética, aplicando-se a todos
os casos concretos que se enquadrarem na situação nela prevista), que inovam na
ordem jurídica, com fundamento na própria Constituição.

A função jurisdicional, por sua vez, consiste na resolução de controvérsias com a


força jurídica da definitividade. Trata-se de ato subsidiário dos atos primários, em que
o Estado é chamado a decidir litígios decorrentes de conflitos na aplicação da lei.

Finalmente, a função administrativa consiste na execução das leis. De forma mais


técnica, ocorre quando o Estado, no interior de uma estrutura hierárquica,
desenvolve atos complementares à lei, ou, excepcionalmente, à Constituição, com a
finalidade de lhes dar aplicação.

Formas de Estado

A partir da organização política do território, podemos falar em Estado unitário e


Estado federado (complexo ou composto).

A característica do Estado unitário é a centralização política, pois existe um único


poder político central sobre todo o território nacional e sobre toda a população o qual
controla todas as coletividades regionais e locais.

O Estado federado, por outro lado, é marcado pela descentralização política, em que
ocorre a convivência de diferentes entidades políticas autônomas, distribuídas
regionalmente, em um mesmo território.

Vale destacar que não existe subordinação ou hierarquia entre os entes federados. O
que ocorre é coordenação, sendo que cada ente possui autonomia política,
financeira e administrativa.

Governo

O governo se relaciona com a função política de comando, de coordenação, de


direção e de fixação de planos e diretrizes para a atuação estatal (as chamadas
políticas públicas).

Enquanto o governo é formado pelos órgãos governamentais superiores, com funções


eminentemente políticas, de fixação de diretrizes e elaboração de planos de ação; a
administração pública, em sentido estrito, é formada pelos órgãos e entidades
administrativas, subalternos, que desempenham funções de execução das decisões e
dos planos governamentais.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Sistema de governo

O sistema de governo representa o modo como se dá a relação entre o Poder


Legislativo e o Poder Executivo no exercício das funções governamentais, sendo
classificado em dois tipos: presidencialismo e parlamentarismo.

No sistema presidencialista, as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo


encontram-se nas mãos de uma única pessoa, chamada de Presidente da República.

Assim, a característica do presidencialismo é o predomínio da divisão dos


Poderes, que devem ser independentes e harmônicos entre si.

Por outro lado, o sistema parlamentarista é marcado pela colaboração entre os


Poderes Executivo e Legislativo. Nesse caso, as funções de Chefe de Estado e Chefe
de Governo são exercidas por pessoas distintas. A chefia de Estado cabe ao Presidente
da República ou monarca, enquanto a chefia de Governo é exercida pelo Primeiro
Ministro ou Conselho de Ministros.

Forma de governo

A forma de governo representa a maneira como se dá a instituição e a transmissão


do poder na sociedade e como se dá a relação entre governantes e governados3.
Podemos caracterizar duas formas de governo distintas: república e monarquia.

São características da forma republicana de governo: eletividade, temporalidade no


exercício do poder, representatividade popular e responsabilidade do governante
(dever de prestar contas).

As características da monarquia, por outro lado, são: hereditariedade, vitaliciedade,


inexistência de representação popular, irresponsabilidade do governante
(ausência do dever de prestar contas).

Administração Pública
Administração pública em sentido amplo e em sentido estrito

Em sentido amplo, a Administração Pública abrange (a) os órgãos governamentais, ou


simplesmente Governo, superiores, que exercem suas funções eminentemente
políticas, isto é, de comando, direção, fixação de diretrizes e elaboração de planos de
ação; e (b) os órgãos e pessoas jurídicas que exercem a função meramente
administrativa, ou seja, são encarregados da execução das decisões e dos planos
governamentais.

Por outro lado, em sentido estrito, a expressão abrange somente os órgãos e


entidades administrativas que exercem a função administrativa. Ou seja, no
sentido estrito, só encontramos os órgãos e pessoas jurídicas responsáveis pela
execução dos planos de governo, isto é, os responsáveis por desenvolver a função
administrativa.

3
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 17.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Administração pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico

Em sentido subjetivo, formal ou orgânico, a Administração Pública4 abrange os


sujeitos que desempenham a função administrativa. Assim, esse critério considera
“quem” realiza a atividade administrativa, ou seja, o conjunto de agentes, órgãos e
pessoas jurídicas aos quais é atribuído o exercício da função administrativa.
Administração pública em sentido objetivo, material ou funcional

A administração pública em sentido objetivo, material ou funcional corresponde às


diversas atividades finalísticas compreendidas na função administrativa. Ou seja, trata-
se do conjunto de atividades consideradas próprias da função administrativa. Nesse
contexto, considera-se o objeto ou “o que” é realizado, e não “quem”.

Existem quatro atividades dessa natureza, todas disciplinadas por regras e princípios
administrativos:

➢ Fomento: abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada


de interesse ou utilidade pública, ocorrendo por meio de auxílios financeiros
ou subvenções, financiamentos sob condições especiais, favores fiscais, repasses
de recursos, benefícios, etc.

➢ Polícia administrativa ou poder de polícia: corresponde à atividade pela qual a


Administração impõe restrições, limitações ou condicionamentos ao exercício das
atividades privadas em prol do interesse coletivo.

➢ Serviço público: toda atividade concreta e imediata que a Administração Pública


executa, direta ou indiretamente, para satisfazer a necessidades coletivas, com
regime jurídico predominantemente público.

➢ Intervenção administrativa: em sentido amplo, a intervenção compreende três


espécies de atividades: (i) a regulamentação e a fiscalização da atividade
econômica de natureza privada (intervenção indireta); (ii) a atuação direta do
Estado no domínio econômico (intervenção direta), o que ocorre normalmente
por meio das empresas estatais; e (iii) as atividades de intervenção na
propriedade privada, mediante atos concretos incidentes sobre destinatários
específicos (desapropriação, servidão administrativa, tombamento, ocupação
temporária, etc.).
Atividades-meio e atividades-fim da Administração

A função administrativa alcança também o conjunto de atividades relacionadas com o


aparelhamento humano e material das entidades, assim como ao seu
aprimoramento e manutenção, representando as atividades-meio da Administração.
São exemplos a nomeação de servidores, a aquisição de bens, a celebração de contratos de
manutenção das instalações, etc.

O professor Gustavo Barchet inclui também como atividade-meio a edição de atos


normativos pelas autoridades administrativas.

4
Normalmente, os autores escrevem “Administração Pública”, com letras iniciais maiúsculas, para designar o
sentido subjetivo, ou seja, os sujeitos que desempenham a função administrativa. Por outro lado,

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Além dos atos normativos, também se enquadram nas atividades-meio as decisões


que resolvam litígios na esfera administrativa.

Concluindo o tema, podemos dizer que a função administrativa compreende as quatro


atividades finalísticas – fomento, polícia administrativa, serviços públicos e
intervenção administrativa – e as atividades-meio – atividades acessórias como (i) a
composição, a manutenção e o aparelhamento material e humano; (ii) a edição de atos
normativos; (iii) decisões administrativas que solucionem conflitos, sem força de
definitividade.

“administração pública”, com letras iniciais minúsculas, representa o sentido material, isto é, o conjunto de
atividades consideradas próprias da função administrativa.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

CENTRALIZAÇÃO/DESCENTRALIZAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO

A centralização ocorre quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio
de seus órgãos e agentes da Administração direta. Assim, os serviços são prestados
pelos órgãos despersonalizados integrantes da própria pessoa política.

A descentralização administrativa, por sua vez, envolve pelo menos duas pessoas
distintas: o Estado (União, DF, estados ou municípios) e a pessoa que executará o
serviço5.

Existem duas formas de descentralização:

• por outorga (descentralização por serviços, técnica ou funcional);


e

• por delegação (descentralização por colaboração).

Além das formas apresentadas acima, podemos falar, ainda, na descentralização


territorial ou geográfica.

Diferentemente da descentralização, a desconcentração ocorre exclusivamente dentro


de uma mesma pessoa jurídica, constituindo uma técnica administrativa utilizada para
distribuir internamente as competências. Por meio da desconcentração é que surgem
os órgãos públicos.

Assim, podemos falar em três formas de desconcentração: (1) em razão da matéria;


(2) por hierarquia (ou grau); e (3) territorial ou geográfica.

O inverso dessa técnica administrativa é a concentração, isto é, a situação em que a


pessoa jurídica integrante da Administração Pública extingue seus órgãos até então
existentes, reunindo em um número menor de unidades as respectivas competências6.

5
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 23.
6
Alexandrino e Paulo, 2011, p. 27.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Exige-se lei para criar ou


autorizar a criação de outra
entidade

Dá origem a Administração
Por outorga indireta (autarquias, fundações
públicas, EP e SEM)
(por serviços,
técnica ou Transfere a titularidade do
funcional) serviço
DESCENTRALIZAÇÃO
Presunção de definitividade
Duas pessoas
jurídicas distintas Tutela ou controle finalístico

Não há hierarquia Ato administrativo -


autorização de serviço público
Por colaboração
(precariedade)
ou por
Especialização delegação
Contrato - concessão ou
permissão (prazo determinado)
Territorial ou Capacidade administrativa
geográfica genérica

DESCONCENTRAÇÃO Em razão da matéria


(Saúde, Educação, Previdência, etc.)

Mesma pessoa jurídica

Há hierarquia (controle Por hierarquia


hierárquico)
(ministério, superintendência,
delegacia, etc.)
Técnica administrativa

Dá origem aos órgãos Territorial ou geográfica


públicos (Norte, Sul, Nordeste, etc.)

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

ADMINISTRAÇÃO DIRETA

A administração direta é composta pelos poderes que compõem as pessoas jurídicas


de Direito Público com capacidade política ou administrativa. Nesse contexto, incluem-
se na Administração direta a Presidência da República, os Ministérios, a Advocacia-Geral
da União, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, o Tribunal de Contas da União,
os Tribunais do Poder Judiciário (STF, STJ, TSE, TST, etc.) e o Ministério Público.

Esses órgãos são centros de competências despersonalizados, ou seja, não possuem


personalidade ou capacidade jurídica própria. Por fim, cabe destacar que a atuação dos
órgãos, por meio de seus agentes, é imputada à entidade estatal a que pertencem.

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

A administração indireta é composta por entidades ou pessoas administrativas, que


possuem personalidade jurídica própria e autonomia, podendo ser de direito público ou
de direito privado. O tipo de personalidade jurídica decorre do tipo de criação da
entidade: quando criada diretamente por lei específica, serão de direito público; por
outro lado, serão de direito privado quando forem criados pelo registro de seu ato
constitutivo, após receberem autorização legislativa para tal.

Dessa forma, a administração indireta é composta pelas seguintes entidades:


autarquias, fundações públicas, sociedade de economia mista e empresas
públicas.

Personalidade
Entidade Forma de criação
jurídica
Autarquia Criada por lei
Direito público
Fundação pública (de direito público) Criada por lei
Fundação pública (de direito privado) Criação autorizada em lei
Direito privado
Empresa pública Criação autorizada em lei
Sociedade de economia mista Criação autorizada em lei

Autarquias

As autarquias representam uma extensão da Administração direta, pois, em regra,


realizam atividades típicas de Estado, que só podem ser realizadas por entidades de
direito público. Assim, elas são a personificação de um serviço retirado da administração
direta. Elas são criadas para fins de especialização da administração pública, pois
desempenham um serviço específico, com maior autonomia em relação ao Poder
central.

Elas não se submetem ao controle hierárquico, mas estão vinculadas à pessoa política
que a criou, normalmente por intermédio do ministério da área correspondente.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Agências reguladoras
As agências reguladoras são autarquias sob regime especial, integrantes da
administração indireta, criadas por lei, dotadas de autonomia financeira e orçamentária,
organizadas em colegiado cujos membros detém mandato fixo, com a finalidade de
regular e fiscalizar as atividades de prestação de serviços públicos. Não estão
subordinadas a nenhum outro órgão público, sofrendo apenas a supervisão ministerial
da área em que atuam.

Agências executivas
A agência executiva é apenas uma qualificação especial dada à autarquia ou fundação
pública que celebra o contrato de gestão com o respectivo órgão supervisor (e que tenha
um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em
andamento), não se trata, portanto, de uma nova entidade da Administração
indireta.

Fundações públicas

Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo conceituam fundação pública como a entidade


da administração indireta instituída pelo poder público mediante a personificação de
um patrimônio que, dependendo da forma de criação, adquire personalidade jurídica
de direito público ou personalidade jurídica de direito privado, à qual a lei atribui
competências administrativas específicas, a serem definidas em lei complementar (sua
vocação teórica são atividades de interesse social).

Com efeito, podemos resumir suas características da seguinte forma7: criação por lei ou
autorizada por lei específica; personalidade jurídica própria, patrimônio próprio e
autonomia administrativa. Ademais, elas estão sujeitas à tutela ou controle finalístico
do ministério da área correspondente e estão sujeitas à fiscalização do Ministério Público
quanto à legalidade de sua atuação.

Por fim, as fundações públicas compreendem um patrimônio personalizado, afetado a


um fim público.

Empresas públicas e sociedades de economia mista

Em comum, as duas formas de entidade administrativa são de direito privado, sob


regime jurídico híbrido; ambas são criadas através de registro do ato constitutivo, após
autorização legislativa para tal; as duas são criadas para o desempenho de atividade
econômica de produção ou comercialização de bens, ou para a prestação de serviços
públicos.

Entretanto, o capital, a forma jurídica e o foro processual diferem em cada caso.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

O quadro abaixo resume essas diferenças:

Dimensões Empresa Pública Sociedade de Economia


Mista
Forma Jurídica Capital totalmente público. Admite capital público e
privado, mas a maioria do
capital com direito a voto
é público.
Composição do Qualquer forma admitida pelo Somente na forma de
ordenamento jurídico (civil, sociedade anônima (S/A).
capital
comercial, S/A, etc.) ou até mesmo
formas inéditas (somente para a
União).
Foro processual Com algumas exceções, as causas em Tramitam na justiça
(somente para as que as empresas públicas federais estadual.
entidades federais) forem interessadas tramitam na
Justiça Federal.

7
Adaptado de Paludo, 2013, p. 33.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

PODERES ADMINISTRATIVOS

CONCEITO DE PODER ADMINISTRATIVO

Conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica confere aos agentes
administrativos para o fim de permitir que o Estado alcance seus fins 8. Assim, embora
o vocábulo poder dê ideia de faculdade, o certo é que se trata de um poder-dever,
pois ao mesmo tempo em que representam prerrogativas próprias das autoridades, eles
representam um dever de atuação, uma obrigação.

A doutrina menciona vários poderes: discricionário, vinculado, hierárquico, disciplinar,


normativo e de polícia.

Poder vinculado e poder discricionário

O poder vinculado ou regrado ocorre quando a lei, ao outorgar determinada


competência ao agente público, não deixa nenhuma margem de liberdade para o seu
exercício. Assim, quando se deparar com a situação prevista na lei, caberá ao agente
decidir exatamente na forma prevista na lei.

Diversamente, no poder discricionário, o agente público possui alguma margem de


liberdade de atuação. No caso em concreto, o agente poderá fazer o seu juízo de
conveniência e oportunidade e decidirá com base no mérito administrativo.

Poder hierárquico

Segundo Hely Lopes Meirelles, o poder hierárquico “é o de que dispõe o Executivo para
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus
agentes, estabelecendo a relação de subordinação entre os servidores do seu quadro
de pessoal”.

Nesse contexto, o poder hierárquico tem por objetivo:

→ dar ordens;

→ rever atos;

→ avocar atribuições;

→ delegar competências; e

→ fiscalizar.

8
Carvalho Filho, 2014, p. 51.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Prosseguindo, enfatizamos que não se pode confundir subordinação com vinculação. O


poder hierárquico se aplica nas relações de subordinação, permitindo o exercício de
todas as formas de controle. Por outro lado, a vinculação gera uma forma de controle
restrita, em geral sob o aspecto político. O controle decorrente da vinculação só pode
ocorrer quando expressamente previsto em lei.

Poder disciplinar

O poder disciplinar é o poder-dever de punir internamente as infrações funcionais dos


servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da
Administração.

Não podemos confundir “poder disciplinar” com poder punitivo do Estado. Este último
pode se referir à capacidade punitiva do Estado contra os crimes e contravenções
penais, sendo competência do Poder Judiciário; ou, no direito administrativo, pode
designar a capacidade punitiva da Administração Pública que se expressa no poder
disciplinar ou no poder de polícia9.

Vale dizer, o poder punitivo, no âmbito administrativo, se manifesta no poder


disciplinar e no poder de polícia. Os poderes disciplinar e de polícia distinguem-se por
atuarem em campos distintos. O poder de polícia se insere na esfera privada,
permitindo que se apliquem restrições ou condicionamentos nas atividades privadas.
Assim, o vínculo entre a Administração e o particular é geral, ou seja, é o mesmo que
ocorre com toda a coletividade. Por outro lado, o poder disciplinar permite a aplicação
de punições em decorrência de infrações relacionadas com atividades exercidas no
âmbito da própria Administração Pública.

O exercício do poder disciplinar é em parte vinculado e em parte discricionário.

Isso, pois pode-se dizer que é vinculada a competência para instaurar o


procedimento administrativo para apurar a falta e, se comprovado o ilícito
administrativo, a autoridade é obrigada a responsabilizar o agente faltoso.

Por outro lado, em regra, é discricionária a competência para tipificação da falta e


para a escolha e gradação da penalidade.

Por fim, é importante tecer alguns comentários sobre o direito de defesa e a motivação
dos atos de aplicação de penalidades.

Antes da aplicação de qualquer medida de caráter punitivo, deve a autoridade


competente proporcionar o contraditório e a ampla defesa do interessado.

Finalmente, todo ato de aplicação de penalidade deve ser motivado. Não há nenhuma
exceção dessa regra. Sempre que decidir punir alguém, a autoridade administrativa

9
Alguns autores utilizam a expressão “poder punitivo do Estado” para se referir apenas ao exercício da
capacidade punitiva em decorrência de crimes e contravenções penais. Nesse caso, o poder punitivo é realizado
pelo Poder Judiciário e não pela Administração Pública. Adotamos, todavia, a designação de Lucas Rocha
Furtado, que utiliza a expressão para designar a capacidade punitiva tanto no Direito Penal quanto no Direito
Administrativo, que, neste último caso, apresenta-se no poder disciplinar e no poder de polícia (Furtado, 2012,
pp. 576-577).

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

deve expor os motivos da punição. A motivação se destina a evidenciar a conformação


da penalidade com a falta, sendo pressuposto do direito de defesa do administrado.

Poder regulamentar

É o poder conferido ao chefe do Poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos),


para a edição de normas complementares à lei, permitindo a sua fiel execução. Essas
“normas complementares à lei” são atos administrativos normativos, que, quando
editados pelo chefe do Poder Executivo, revestem-se na forma de decreto.

A competência para o exercício do poder regulamentar está prevista no art. 84, IV, da
CF, sendo atribuição privativa do Presidente da República. Vale dizer que se trata de
competência indelegável, ou seja, o Presidente da República não pode delegá-la aos
ministros de Estado ou outras autoridades. Com efeito, em decorrência do princípio da
simetria, esse poder se aplica aos demais chefes do Poder Executivo (governadores e
prefeitos).

Neste momento, é importante informar que os atos normativos dividem-se em primários


e secundários. Os atos normativos primários encontram fundamento direto na
Constituição e, por conseguinte, podem inovar na ordem jurídica.

Os atos normativos secundários, por sua vez, encontram fundamento nos atos
normativos primários e, por conseguinte, estão delimitados por estes. Dessa forma, os
atos normativos secundários não podem inovar na ordem jurídica. Vale dizer, os atos
secundários possuem caráter infralegal e, portanto, estão subordinados aos limites da
lei.

Poder de polícia

De todos os poderes administrativos, o que merece maior atenção é o poder de polícia,


pois se trata de uma atividade fim da administração, de elevada importância para a
preservação do interesse público.

A definição legal do poder de polícia encontra-se no Código Tributário Nacional, nos


seguintes termos:

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública


que, limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a
prática de ato ou abstenção de fato, em razão de intêresse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina
da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas
dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à
tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos
individuais ou coletivos.

Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia


quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei
aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Para Hely Lopes Meirelles, o poder de polícia é “a faculdade de que dispõe a


Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades, e
direitos individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado”.

Atos por meio dos quais se expressa o poder de polícia


Fernanda Marinela classifica o poder de polícia como preventivo, repressivo e
fiscalizador.

No exercício do poder de polícia administrativa preventiva, encontram-se os atos


normativos, a exemplo dos regulamentos e portarias. São disposições genéricas e
abstratas que delimitam a atividade privada e o interesse do particular, em razão do
interesse coletivo.

Com efeito, a polícia administrativa repressiva se apresenta na prática de atos


específicos subordinados à lei e aos regulamentos.

Por fim, a função fiscalizadora do poder de polícia tem o objetivo de prevenir eventuais
lesões aos administrados.

Polícia administrativa e polícia judiciária


A polícia administrativa atua sobre os bens, direitos e atividades que serão
restringidas ou condicionadas em benefício da coletividade. Por outro lado, a polícia
judiciária atua sobre os indivíduos suspeitos do cometimento de ilícitos penais.

Além disso, a polícia administrativa atua sobre os ilícitos administrativos


(descumprimento de normas de trânsito, condicionamentos para o exercício de
atividade profissional ou comercial, etc.); por outro lado, a polícia judiciária age sobre
os ilícitos penais (crimes e contravenções).

A polícia administrativa é exercida por toda a Administração Pública de direito


público com competência fiscalizatória, enquanto a polícia judiciária é exercida por
órgãos de segurança (polícias civil e militar).

Por fim, a atividade de polícia administrativa é predominantemente preventiva,


enquanto a polícia judiciária é predominantemente repressiva, em que pese existam
atividades repressivas naquela e preventivas nesta.

Ciclo do poder de polícia


O ciclo de polícia é composto das seguintes fases:

a) legislação ou ordem de polícia: representa a edição de normas que condicionam


ou restringem direitos;

b) consentimento de polícia: corresponde à anuência prévia da Administração, que


possibilita ao particular exercer a atividade privada, aplicando-se aos casos em que
a ordem de polícia exige prévia controle do poder público (licenças e autorizações).

c) fiscalização de polícia: verificação do cumprimento das normas constantes na


ordem de polícia ou dos requisitos previstos no consentimento;

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d) sanção de polícia: é a imposição de coerções ao infrator das ordens de polícia ou


dos requisitos previstos no consentimento.

Delegação dos atos de polícia


A expressão delegação, nesse caso, é usada em sentido impróprio, representando a
transferência da atividade para outra entidade.

Nesse contexto, é possível a delegação a entidades administrativas de direito público


(autarquias e fundações públicas).

Por outro lado, em relação à delegação para entidades de direito privado, há bastante
discussão. Tratando-se de entidades administrativas de direito privado (empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações de direito privado), há os seguintes
entendimentos:

▪ para a doutrina majoritária: não pode;

▪ para o STJ: pode, mas somente as atividades de consentimento e de


fiscalização;

▪ para o STF: não pode.

Por outro lado, há consenso de que não é possível a delegação do poder de polícia para
particulares. Nesse caso, é possível delegar apenas atividades materiais (ex.:
demolição) e preparatórias (ex.: instalação de equipamentos), mediante contratos
administrativos).

Atributos do poder de polícia


Segundo Hely Lopes Meirelles, são atributos do poder de polícia:

a) discricionariedade;

b) autoexecutoriedade; e

c) coercibilidade.

A discricionariedade deve ser analisada em linhas gerais, pois, em casos específicos


o poder de polícia administrativa poderá se expressar de forma vinculada. Assim, a
discricionariedade se apresenta no momento da escolha do que se deve fiscalizar e, no
caso em concreto, na escolha de uma sanção ou medida dentre diversas previstas em
lei.

Existem situações, porém, que o poder de polícia se tornará vinculado. Por exemplo, na
concessão de licença para construir, estando presentes todos os requisitos previstos em
lei, o agente público é obrigado a conceder o a licença ao particular.

A autoexecutoriedade é “a faculdade de a Administração decidir e executar


diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário”.

Segundo a Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro a autoexecutoriedade não está presente
em todas as medidas de polícia. Para ser aplicada, é necessário que a lei a autorize
expressamente, ou que se trate de medida urgente. Conclui a autora, por fim, que

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a exigibilidade está presente em todas as medidas de polícia, mas a executoriedade


não.

O último atributo é a coercibilidade, que é a característica que torna o ato obrigatório


independentemente da vontade do administrado.

Praticamente não há diferença entre autoexecutoriedade e coercibilidade, ao ponto de


a Prof. Di Pietro afirmar que10:

A coercibilidade é indissociável da autoexecutoriedade. O ato de polícia


só é autoexecutório porque dotado de força coercitiva. Aliás, a
autoexecutoriedade, tal como conceituamos, não se distingue da
coercibilidade, definida por Hely Lopes Meirelles (2003:134) como “a
imposição coativa das medidas adotadas pela Administração.

Por fim, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo ensinam que nem todos os atos de polícia
ostentam o atributo de autoexecutoriedade e coercibilidade. Assim, os atos preventivos
(como a obtenção de licenças ou autorizações) e alguns atos repressivos (como a
cobrança de multa não paga espontaneamente) não gozam a autoexecutoriedade e
coercibilidade.

USO E ABUSO DE PODER

O princípio da supremacia do interesse público justifica o exercício dos poderes


administrativos na estrita medida em que sejam necessários ao atingimento dos
fins públicos.

Dessa forma, o exercício ilegítimo das prerrogativas previstas no ordenamento jurídico


à Administração Pública se caracteriza, de forma genérica, como abuso de poder.

O reconhecimento do abuso de poder pode se expressar tanto na conduta comissiva (no


fazer) quanto na conduta omissiva (deixar de fazer). Portanto, em qualquer uma dessas
situações o ato é arbitrário, ilícito e nulo, retirando-se a legitimidade da conduta do
agente público, colocando-o na ilegalidade e, até mesmo, no crime de abuso de
autoridade, conforme o caso.

O abuso de poder desdobra-se em duas categorias:

a) excesso de poder: quando o agente público atua fora dos limites de sua
esfera de competência;

b) desvio de poder (desvio de finalidade): quando o agente atua dentro de sua


esfera de competência, porém de forma contrária à finalidade explícita ou
implícita na lei que determinou ou autorizou o ato. Nesse caso, será desvio de
poder a tanto conduta contrária à finalidade geral (interesse público, finalidade
mediata) quanto à finalidade específica (imediata).

Dessa forma, o excesso de poder se relaciona com o elemento da competência;


enquanto o desvio de poder se refere ao elemento da finalidade.

10
Di Pietro, 2014, p. 128.

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ATOS ADMINISTRATIVOS

CONCEITO

O conceito de ato administrativo, em geral, envolve a manifestação ou declaração


da vontade da Administração Pública, quando atua na qualidade de Poder Público,
ou de particulares no exercício das prerrogativas públicas, com o objetivo direto
de produzir efeitos jurídicos, tendo como finalidade o interesse público e sob
regime jurídico de direito público.

REQUISITOS, ELEMENTOS OU ASPECTOS DE VALIDADE

Representam os pressupostos de validade dos atos administrativos.

Os autores costumam se basear no art. 2º da Lei 4.717/1965 (Lei da Ação Popular) para
apresentar os seguintes elementos dos atos administrativos: competência;
finalidade; forma; motivo; e objeto11. Esse é posicionamento dominante,
prevalecente, portanto, nas bancas de concurso.

Em rápidas palavras, podemos definir cada um desses elementos da seguinte forma:

a) competência: poder legal conferido ao agente para o desempenho de suas


atribuições;
b) finalidade: o ato administrativo deve se destinar ao interesse público (finalidade
geral) e ao objetivo diretamente previsto na lei (finalidade específica);
c) forma: é o modo de exteriorização do ato;
d) motivo: situação de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica o ato;
e) objeto: também chamado de conteúdo, é aquilo que o ato determina, é a alteração
no mundo jurídico que o ato se propõe a processar, ou seja, o efeito jurídico do ato.

ATRIBUTOS

Os atributos, também chamados de características, dos atos administrativos são as


qualidades que os diferem dos atos privados. São, portanto, as características que
permitem afirmar que o ato se submete o ao regime jurídico de direito público.

Apesar das divergências, existem quatro atributos dos atos administrativos:

11
Nesse sentido: Meirelles (2013, p. 161); Carvalho Filho (2014, pp. 106-121); Alexandrino e Paulo (2011, p. 442).

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a) presunção de legitimidade ou veracidade;

b) imperatividade;

c) autoexecutoriedade;

d) tipicidade (Maria Sylvia Zanella Di Pietro).

Presunção de legitimidade ou veracidade


Pela legitimidade pressupõe-se, até que se prove o contrário, que os atos foram
editados em conformidade com a lei. A veracidade, por sua vez, significa que os fatos
alegados pela Administração presumem-se verdadeiros.

A presunção de veracidade, gera três consequências:

a) enquanto não se for decretada a invalidade, os atos produzirão os seus


efeitos e devem ser, portanto, cumpridos. Assim, enquanto a própria
Administração ou o Poder Judiciário não invalidarem o ato, ele deverá ser
cumprido. A Lei 8.112/1990 apresenta uma exceção, permitindo que um servidor
deixe de cumprir uma ordem quando for manifestamente ilegal;

b) inversão do ônus da prova: a presunção de legitimidade é relativa (iuris


tantum), pois admite prova em contrário. Porém, a decorrência deste atributo é
a inversão do ônus da prova, uma vez que caberá ao administrado provar a
ilegalidade do ato administrativo;

c) a nulidade só poderá ser decretada pelo Poder Judiciário quando houver


pedido da pessoa: aqui, vamos apresentar os ensinamentos de Maria Sylvia
Zanella Di Pietro12:

[...] o Judiciário não pode apreciar ex officio a validade do ato; sabe-


se que, em relação ao ato jurídico privado, o artigo 168 do CC determina
que as nulidades absolutas podem ser alegadas por qualquer interessado ou
pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir, e devem ser
pronunciados pelo juiz, quando conhecer do ato ou dos seus efeitos; o
mesmo não ocorre em relação ao ato administrativo, cuja nulidade só pode
ser decretada pelo Judiciário a pedido da pessoa interessada.

Imperatividade
Pela imperatividade os atos administrativos impõem obrigações a terceiros,
independentemente de concordância. Com efeito, a imperatividade depende, sempre,
de expressa previsão legal.

A imperatividade pode ser chamada de poder extroverso do Estado, significando que


o Poder Público pode editar atos que vão além da esfera jurídica do sujeito emitente,
adentrando na esfera jurídica de terceiros, constituindo unilateralmente obrigações.

12
Di Pietro, 2014, p. 208.

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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL

Autoexecutoriedade
A autoexecutoriedade consiste na possibilidade que certos atos ensejam de imediata
e direta execução pela Administração, sem necessidade de ordem judicial. Permite,
inclusive, o uso da força para colocar em prática as decisões administrativas.

O Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello não fala em autoexecutoriedade. Para o


doutrinador, existem, na verdade, dois atributos distintos: a exigibilidade e a
executoriedade. Pela primeira, a Administração impele o administrado por meios
indiretos de coação. Na executoriedade, por outro lado, a Administração, por seus
próprios meios, compele o administrado.

Em síntese, a exigibilidade ocorre somente por meios indiretos, enquanto a


executoriedade é mais forte, possibilitando a coação direta ou material para a
observância da lei.

Tipicidade
O atributo da tipicidade é descrito na obra de Maria Sylvia Zanella Di Pietro. De acordo
com a doutrinadora, a tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve
corresponder a figuras previamente definidas em lei como aptas a produzir
determinados resultados.

Este atributo está relacionado com o princípio da legalidade, determinando que a


Administração só pode agir quando houver lei determinando ou autorizando. Logo, para
cada finalidade que a Administração pretenda alcançar, deve existir um ato definido
em lei.

CLASSIFICAÇÃO

Atos gerais e individuais


Os atos gerais ou normativos são aqueles que não possuem destinatários
determinados. Eles apresentam hipóteses genéricas de aplicação, que alcançará todos
os sujeitos que nelas se enquadrarem. Tendo em vista a “generalidade e abstração” que
possuem, esses atos são também chamados de atos normativos.

Os atos individuais ou especiais são aqueles que se dirigem a destinatários certos,


determináveis.

A Prof. Maria Di Pietro apresenta as seguintes características


dos atos gerais ou normativos quando comparados com os
individuais:

a) o ato normativo não pode ser impugnado, na via judicial, diretamente pela pessoa
lesada (somente as pessoas legitimadas no art. 103 da CF podem propor
inconstitucionalidade de ato normativo);

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b) o ato normativo tem precedência hierárquica sobre o ato individual (por exemplo,
existindo conflitos entre um ato individual e outro geral produzidos por decreto,
deverá prevalecer o ato geral, pois os atos normativos prevalecem sobre os
específicos);
c) o ato normativo é sempre revogável; ao passo que o ato individual sofre uma série
de limitações em que não será possível revogá-los (por exemplo, os atos individuais
que geram direitos subjetivos a favor do administrado não podem ser revogados13);
d) o ato normativo não pode ser impugnado, administrativamente, por meio de
recursos administrativos, ao contrário do que ocorre com os atos individuais, que
admitem recursos administrativos.

Atos internos e externos


Os atos internos são aqueles que se destinam a produzir efeitos no interior da
Administração Pública, alcançando seus órgãos e agentes.

Esses atos, em regra, não geram direitos adquiridos e podem, por conseguinte, ser
revogados a qualquer tempo. Também não dependem de publicação oficial, bastando a
cientificação direta aos destinatários ou a divulgação regulamentar da repartição.

Os atos externos, por outro lado, são todos aqueles que alcançam os administrados,
os contratantes ou, em alguns casos, os próprios servidores, provendo sobre os seus
direitos, obrigações, negócios ou conduta perante a Administração. Esses atos devem
ser publicados oficialmente, dado o interesse público no seu conhecimento.

Atos de império, de gestão e de expediente


Os atos de império são aqueles praticados com todas as prerrogativas e privilégios de
autoridade e impostos de maneira unilateral e coercitivamente ao particular,
independentemente de autorização judicial.

Os atos de gestão são aqueles praticados em situação de igualdade com os


particulares, para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público e para a
gestão de seus serviços. São atos desempenhados para a administração dos serviços
públicos. É o tipo de ato que se iguala com o Direito Privado e, por conseguinte, devem
ser enquadrados no grupo de atos da administração e não propriamente nos atos
administrativos.

Por fim, os atos de expediente são atos internos da Administração Pública que se
destinam a dar andamentos aos processos e papéis que se realizam no interior das
repartições públicas. Caracterizam-se pela ausência de conteúdo decisório, pelo trâmite
rotineiro de atividades realizadas nas entidades e órgãos públicos.

13
Nesse sentido, a Súmula 473 do STF determina que a revogação dos atos administrativos deve respeitar os
direitos adquiridos.

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Atos vinculados e discricionários


Os atos vinculados são aqueles praticados sem margem de liberdade de decisão, uma
vez que a lei determinou, o único comportamento possível a ser obrigatoriamente
adotado é sempre aquele em que se configure a situação objetiva prevista na lei14.

Os atos discricionários, por outro lado, ocorrem quando a lei deixa uma margem de
liberdade para o agente público. Enquanto nos atos vinculados todos os requisitos do
ato estão rigidamente previstos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), nos
atos discricionários há margem para que o agente faça a valoração do motivo e a
escolha do objeto, conforme o seu juízo de conveniência e oportunidade.

Simples, complexo e composto


O ato simples é que aquele que resulta da manifestação de vontade de um único órgão,
seja ele unipessoal ou colegiado. Não importa o número de agentes que participa do
ato, mas sim que se trate de uma vontade unitária. Dessa forma, será ato administrativo
simples tanto o despacho de um chefe de seção como a decisão de um conselho de
contribuintes.

O ato complexo, por sua vez, é o que necessita da conjugação de vontade de dois ou
mais diferentes órgãos ou autoridades. Apesar da conjugação de vontades, trata-se de
ato único.

Por fim, o ato composto é aquele produzido pela manifestação de vontade de apenas
um órgão da Administração, mas que depende de outro ato que o aprove para produzir
seus efeitos jurídicos (condição de exequibilidade).

Assim, no ato composto teremos dois atos: o principal e o acessório ou


instrumental. Essa é uma diferença importante, pois o ato complexo é um único ato,
mas que depende da manifestação de vontade de mais de um órgão administrativo;
enquanto o ato composto é formado por dois atos.

Cumpre frisar que o ato acessório pode ser prévio (funcionando como uma autorização) ou
posterior (com a função de dar eficácia ou exequibilidade ao ato principal).

Válido, nulo, anulável e inexistente


O ato válido é aquele praticado com observância de todos os requisitos legais, relativos
à competência, à forma, à finalidade, ao motivo e ao objeto.

O ato nulo, ao contrário, é aquele que sofre de vício insanável em algum dos seus
requisitos de validade, não sendo possível, portanto, a sua correção. Logo, ele será
anulado por ato da Administração ou do Poder Judiciário.

O ato anulável, por sua vez, é aquele que apresenta algum vício sanável, ou seja, que
é passível de convalidação pela própria Administração, desde que não seja lesivo ao
patrimônio público nem cause prejuízos a terceiros.

Por fim, o ato inexistente é aquele que possui apenas aparência de manifestação de
vontade da Administração, mas não chega a se aperfeiçoar como ato administrativo.

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Além disso, Celso Antônio Bandeira de Mello também considera como ato inexistente
aqueles juridicamente impossíveis, como a ordem para que um agente cometa um
crime.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS

a) atos negociais: são aqueles em que a manifestação de vontade da Administração


coincide com determinado interesse particular, são atos em que não se faz
presente a imperatividade ou autoexecutoriedade do particular;

b) atos enunciativos: é o ato pelo qual a Administração declara um fato ou profere


uma opinião, sem que tal manifestação, por si só, produza consequênciasjurídicas;

c) atos punitivos: são os atos pelos quais a Administração aplica sanções aos seus
agentes e aos administrados em decorrência de ilícitos administrativos;

d) atos normativos: são os atos gerais e abstratos. Um ato administrativo geral


é aquele que têm destinatários indeterminados, como a portaria que dispõe
sobre o horário de funcionamento de um órgão público – ela se aplica a todas as
pessoas que tiverem interesse em se deslocar ao órgão. O ato abstrato é aquele
que se aplica a uma situação hipotética;

e) atos ordinários: são atos administrativos internos, destinados a estabelecer


normas de conduta para os agentes públicos, sem causar efeitos externos é esfera
administrativa. Decorrem do poder hierárquico.

EXTINÇÃO E CONVALIDAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Anulação
A anulação, também chamada de invalidação, é o desfazimento do ato administrativo
em virtude de ilegalidade.

Como a ilegalidade atinge desde a origem do ato, a sua invalidação possui efeitos
retroativos (ex tunc).

Além disso, a anulação dos atos administrativos é um poder-dever da Administração,


podendo realizá-la diretamente, por meio de seu poder de autotutela já consagrada nas
súmulas 346 e 476 do STF. De acordo com a primeira, “A Administração Pública pode
declarar a nulidade dos seus próprios atos” e, pela segunda, “A Administração pode
anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais,
porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a
apreciação judicial”.

A anulação também pode ser realizada pelo Poder Judiciário por meio da devida ação
com essa finalidade.

14
Alexandrino e Paulo, 2011, pp. 420-421.

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Em regra, a anulação é obrigação da Administração, ou seja, constatada a ilegalidade,


o agente público deve promover a anulação do ato administrativo. Todavia, a doutrina
entende que é possível deixar de anular um ato quando os prejuízos da anulação foram
maiores que a sua manutenção. Além disso, há casos em que a segurança jurídica e a
boa-fé fundamentam a manutenção do ato.

Sempre que existir a anulação de um ato, devem ser resguardados os efeitos já


produzidos em relação aos terceiros de boa-fé. Não se trata de direito adquirido, uma
vez que não se adquire direito de um ato ilegal. Porém, os efeitos já produzidos,
mas que afetaram terceiros de boa-fé, não devem ser invalidados.

Revogação
A revogação é a supressão de um ato administrativo válido e discricionário por motivo
de interesse público superveniente, que o tornou inconveniente ou inoportuno15. Trata-
se, portanto, da extinção de um ato administrativo por conveniência e oportunidade da
Administração.

Na revogação não há ilegalidade. Por isso, o Poder Judiciário16 não pode revogar um ato
praticado pela Administração. Também em virtude da legalidade do ato, a revogação
possui efeitos ex nunc (a partir de agora). Isso quer dizer que seus efeitos não
retroagem. Tudo que foi realizado até a data da revogação permanece válido.

Nem todo ato administrativo é passível de revogação, existindo diversas limitações,


conforme ensina a doutrina.

Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, não são passíveis de


revogação:

a) atos vinculados: precisamente porque não se fala em


conveniência e oportunidade no momento da edição do ato e, por conseguinte,
também não se falará na hora de sua revogação;
b) atos que exauriram os seus efeitos: como a revogação não retroage, mas apenas
impede que o ato continue a produzir efeitos, se o ato já se exauriu, não há mais que
falar em revogação. Por exemplo, se a Administração concedeu uma licença ao
agente público para tratar de interesses particulares, após o término do prazo da
licença, não se poderá mais revogá-la, pois seus efeitos já exauriram;
c) quando já se exauriu a competência relativamente ao objeto do ato: suponha que
o administrado tenha recorrido de um ato administrativo e que o recurso já esteja
sob apreciação da autoridade superior, a autoridade que praticou o ato deixou de
ser competente para revogá-lo;

15
Barchet, 2008.
16
O Poder Judiciário poderá revogar os seus próprios atos quando atuar no exercício da função atípica de
administrar.

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d) os meros atos administrativos: como as certidões, atestados, votos, porque os


efeitos deles decorrentes são estabelecidos em lei;
e) atos que integram um procedimento: a cada novo ato ocorre a preclusão com
relação ao ato anterior. Ou seja, ultrapassada uma fase do procedimento, não se
pode mais revogar a anterior;
f) atos que geram direito adquirido: isso consta expressamente na Súmula 473 do STF.

Cassação
A cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude de descumprimento pelo
beneficiário das condições que deveria manter, ou seja, ocorre quando o administrado
comete alguma falta. Funciona, na verdade, como uma sanção contra o administrado
por descumprir alguma condição necessária para usufruir de um benefício.

Caducidade
A caducidade é a forma de extinção do ato administrativo em decorrência de invalidade ou
ilegalidade superveniente. Assim, a caducidade ocorre quando uma legislação nova
– ou seja, que surgiu após a prática do ato – torna-o inválido.

Convalidação
A convalidação representa a possibilidade de “corrigir” ou “regularizar” um ato
administrativo, possuindo efeitos retroativos (ex tunc). Portanto, não se trata de forma
de extinção. Assim, a convalidação tem por objetivo manter os efeitos já produzidos
pelo ato e permitir que ele permaneça no mundo jurídico.

São quatro condições para a convalidação de um ato segundo a Lei 9.784/1999: (1)
que isso não acarrete lesão ao interesse público; (2) que não cause prejuízo a terceiros;
(3) que os defeitos dos atos sejam sanáveis; (4) decisão discricionária (“poderão”)
acerca da conveniência e oportunidade de convalidar o ato (no lugar de anulá-lo).

Existem apenas dois tipos de vícios considerados sanáveis:

a) vício decorrente da competência (desde que não se trate de competência


exclusiva) – se o subordinado, sem delegação, praticar um ato que era de
competência não exclusiva de seu superior, será possível convalidar o ato;

b) vício decorrente da forma (desde que não se trata de forma essencial) – por
exemplo, se, para punir um agente, a lei determina a motivação, a sua ausência
constitui vício de forma essencial, insanável portanto. Porém, quando o agente
determina a realização de um serviço por meio de portaria, quando deveria fazê-
lo por ordem de serviço, não se trata de forma essencial e, por conseguinte, é
possível convalidar o ato.

A convalidação pode abranger atos discricionários e vinculados, pois não se trata de


controle de mérito, mas tão somente de legalidade.

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DECADÊNCIA ADMINISTRATIVA

A lei 9.784/1999 admite uma hipótese de convalidação que não é propriamente um


“ato”, mas sim uma omissão da administração que impede, após um lapso
temporal, a invalidação do ato administrativo.

Segundo a Lei 9.784/1999 (art. 55), “O direito da Administração de anular os atos


administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco
anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé”.

Trata-se de prazo decadencial, ou seja, que não admite interrupções nem


suspensões. A interrupção se refere à inutilização do tempo já transcorrido, ou seja,
quando se interrompe um prazo, dever-se-á reiniciar a sua contagem. A suspensão, por
sua vez, trata da suspensão temporária da contagem do tempo, porém, cessado o
motivo da suspensão, continua-se contando de onde parou.

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AGENTES PÚBLICOS

CONCEITO

Para José dos Santos Carvalho Filho o conceito de agentes públicos possui sentido
amplo, representando o conjunto de pessoas que, a qualquer título, exercem a função
pública como prepostos do Estado. Já Hely Lopes Meirelles conceitua agentes públicos
como “todas as pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício
de alguma função estatal”.

Essa concepção ampla de agente público encontra-se positivada na Lei de Improbidade


Administrativa (Lei 8.429/1992), que apresenta o seguinte conceito:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas
entidades mencionadas no artigo anterior.

CLASSIFICAÇÃO OU ESPÉCIES

A partir do conceito amplo de agentes públicos, a doutrina apresenta diversas espécies


de agentes públicos. Como em outros assuntos do Direito Administrativo, não há
consenso entre os juristas e as classificações possíveis.

Porém, a classificação mais adotada é a de Hely Lopes Meirelles, que apresenta as


seguintes espécies de agentes públicos:

Agentes políticos
Os agentes políticos são os componentes do governo em seus primeiros escalões para
o exercício de atribuições constitucionais.

Esses agentes atuam com plena liberdade funcional desempenhando suas atribuições
com prerrogativas e responsabilidades próprias, prevista na Constituição e em leis
especiais. Em regra, a atuação dos agentes políticos se relaciona com as funções de
governo ou de função política.

Nesse contexto, estão nessa categoria:

a) os chefes do Poder Executivo (Presidente, governadores e prefeitos);

b) os auxiliares imediatos do chefe do Poder Executivo (ministros e secretários


estaduais e municipais);

c) os membros das corporações legislativas (senadores, deputados e vereadores).

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Agentes administrativos
Os agentes administrativos são aqueles que prestam serviços ao Estado e às entidades
da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga
pelos cofres públicos. Caracterizam-se pelo exercício da atividade como profissão,
dentro de uma estrutura hierarquizada.

Segundo Hely Lopes Meirelles, os agentes administrativos constituem a imensa massa


de prestadores de serviços à Administração Direta e Indireta, subdividindo-se em três
grupos:

a) os servidores públicos (também chamados de servidores estatutários ou


servidores em sentido estrito): são os titulares de cargo público, efetivo ou em
comissão, que se submetem ao regime jurídico estatutário (vínculo de natureza
legal);

b) os empregados públicos (também chamados de servidores empregados ou


servidores celetistas): são os titulares de emprego público, contratados sobre o
regime da legislação trabalhista (Consolidação das Leis do Trabalho - CLT), cujo
vínculo com a Administração possui natureza contratual (contrato de trabalho),
com predomínio das regras de direito privado;

c) os servidores temporários: contratados com base no art. 37, IX, da CF, por tempo
determinado para “atender a necessidade temporária de excepcional interesse
público”. Os temporários não possuem cargo nem emprego público, exercendo
apenas uma função pública. O vínculo com a Administração Pública é contratual,
mas não se trata de regime celetista. Na verdade, trata-se de regime jurídico
especial, disciplinado em lei de cada unidade da federação.

Agentes honoríficos
Os agentes honoríficos são cidadãos convocados, designados ou nomeados para prestar
ao Estado, transitoriamente, determinados serviços relevantes, em razão de sua
condição cívica, de sua honorolidade ou de sua notória capacidade profissional, mas
sem possuir qualquer vínculo empregatício ou estatutário e, normalmente, sem
remuneração.

Agentes delegados
Os agentes delegados são particulares – pessoas físicas ou jurídicas – que recebem a
incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam em
nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a
permanente fiscalização do delegante17. Esses agentes não são representantes do
Estado, mas são colaboradores do Poder Público.

Agentes credenciados
Os agentes credenciados são aqueles que recebem da Administração Pública a
incumbência de representá-la em determinado ato ou para praticar alguma atividade
específica, mediante remuneração do Poder Público credenciante.

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AGENTE DE FATO

Os agentes de fato designam um grupo de agentes que, mesmo sem ter uma investidura
normal e regular, executam função pública em nome do Estado. A expressão “agentes
de fato” serve para diferenciá-los dos “agentes de direito”. Segundo José dos Santos
Carvalho Filho, o ponto marcante dos agentes de fato é que o desempenho da função
pública deriva de situação excepcional, sem prévio enquadramento legal, mas que pode
ocorrer no âmbito da Administração, em decorrência da grande variedade de situações
que ocorrem na sociedade.

Dessa forma, os agentes de fato diferenciam-se em duas categorias:

a) agentes necessários: são aqueles que atuam em situações excepcionais, como, por
exemplo, em uma calamidade pública ou outra situação emergencial, colaborando
com o Poder Público, como se fossem agentes de direito;
b) agentes putativos: são os que desempenham atividade pública na presunção de
legitimidade, porém em caso que a investidura do agente não se deu dentro do
procedimento legalmente exigido.

CARGO, EMPREGO E FUNÇÃO PÚBLICA

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello, os cargos públicos são “as mais simples
e indivisíveis unidades de competência a serem expressadas por um agente, previstas
em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de Direito
Público e criados por lei [...]”18.

Os titulares dos cargos públicos são os servidores públicos, que são agentes
administrativos submetidos ao regime estatutário. Dessa forma, os cargos públicos
representam o lugar ou posição jurídica ocupada pelo servidor público nas pessoas
jurídicas de Direito Público – administração direta, autarquias e fundações públicas.

Os empregos públicos, por outro lado, diferem-se dos cargos públicos por designarem
a unidade de atribuições em que o vínculo é celetista, possuindo, portanto, a natureza
trabalhista e contratual, regido predominantemente por regras de Direito Privado.
Dessa forma, os empregos públicos designam, em regra, as unidades de atribuições e
responsabilidades ocupadas pelos empregados públicos das pessoas administrativas de
direito privado: empresas públicas e sociedades de economia mista.

Para todo cargo ou emprego público corresponde uma ou mais funções públicas, isto é,
o conjunto de atribuições conferidas aos órgãos, aos cargos aos empregos ou

17
Meirelles, 2013, p. 83.
18
Em continuação, o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta uma exceção à exigência de lei para a
criação de cargos públicos, representada pelos cargos dos serviços auxiliares do Poder Legislativo, que são
criados por meio de resolução, da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, conforme o caso (CF, art. 51,
IV; e 52, XIII) - Bandeira de Mello, 2014, p. 259. Apesar dessa ressalva, as bancas de concurso costumam
considerar como verdadeira a afirmativa de que os cargos só podem ser criados por lei.

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diretamente aos agentes públicos. Dessa forma, todo cargo ou emprego público possui
alguma função. Todavia, existem casos em que a função não é atribuída a nenhum
cargo ou emprego público, ou seja, existem funções que não possuem cargo ou
emprego público.

Responsabilidade civil, criminal e administrativa

Pelos seus atos, um servidor poderá ser responsabilidade nas seguintes esferas, que
são, em regra, independentes entre si:

a) civil: decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em


prejuízo ao erário ou a terceiros.

b) criminal (penal): abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor,


nessa qualidade.

c) administrativa: resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho


do cargo ou função.

Em regra, as instâncias são independentes. Assim, um servidor público pode ser


responsabilizado na esfera civil, mas absolvido penal e administrativamente. Poderia
ainda ser responsabilizado em todas as instâncias. Portanto, cada uma delas é
independente, o que significa dizer que não há impedimento de alguém sofrer sanções
cumulativamente em mais de uma instância, ao mesmo tempo em que pode ser
absolvido em uma/duas, sem contaminação das demais.

Contudo, há exceções, ou seja, há casos em que a decisão na esfera penal gera efeitos
(vincula as demais). São elas:

(i) a condenação penal invariavelmente gera a responsabilização civil e


administrativa pelo mesmo fato;

(ii) a absolvição penal que negue a existência do fato ou sua autoria enseja
a absolvição civil e administrativa.

Todavia, se a absolvição penal ocorrer por outros motivos (exemplo: ausência de


provas) não haverá vinculação das outras instâncias.

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QUESTÕES FADESP

Vamos abordar todas as questões da Fadesp sobre os temas previstos


no edital. Contudo, nem todos os assuntos do edital foram exigidos pela
banca, motivo pelo qual não teremos questões sobre “Estado, governo e
administração pública” e de “agentes públicos”.
Há disponível mais questões da banca, entretanto sobre assuntos que
não estão no edital para Oficial da PM-PA, motivo pelo qual não serão
resolvidas neste resumo.

Princípios Administrativos

1. (Fadesp – Auxiliar Técnico/CREA-PA/2014) O princípio básico que determina


que agentes públicos, no desempenho de suas atividades, devem atender ao
interesse público de forma objetiva, impedindo discriminações e privilégios
indevidamente dispensados a particulares, bem como a promoção pessoal de
agentes ou autoridades, denomina-se princípio da
a) eficiência.
b) legalidade.
c) moralidade.
d) impessoalidade.
Comentário:
a) o princípio da eficiência determina que a Administração Pública deverá agir
com produtividade e economicidade, buscando prestar serviços públicos de
qualidade e com menor custo – ERRADA;
b) a legalidade impõe a atuação administrativa pautada nas normas legais. Ao
poder público só é possível fazer o que estiver autorizado/determinado em lei,
ao mesmo tempo em que os órgãos administrativos só podem impor
obrigações aos particulares quando houver previsão legal – ERRADA;
c) a moralidade significa que os agentes públicos devem agir de forma honesta
e pautada na ética e boa conduta – ERRADA;
d) a impessoalidade possui várias aplicações, basicamente determinando que
os agentes públicos não façam favorecimentos ou discriminações indevidos,
nem se aproveitem da atividade pública para a promoção pessoal – CORRETA.
Gabarito: alternativa D.

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2. (Fadesp – Auxiliar Administrativo/Prefeitura de Jacareacanga/2012) A


legalidade, a impessoalidade, a publicidade, a moralidade e a eficiência são princípios
constitucionais da administração pública, da mesma forma que a
a) hierarquia e a motivação.
b) interdisciplinaridade e a motivação.
c) autotutela e a interdisciplinaridade.
d) motivação e a isonomia.
Comentário: existem vários princípios administrativos. Os princípios expressos
na Constituição Federal são os da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência. Além desses, ainda existem os princípios implícitos,
que são vários, muitos deles decorrentes da Constituição Federal.
A motivação não é um princípio expresso para a Administração Pública (não
consta no art. 37, caput, da Constituição Federal. Contudo, trata-se de um
princípio constitucional para o Poder Judiciário, nos termos do art. 93, X, da
Constituição Federal: “as decisões administrativas dos tribunais serão
motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da
maioria absoluta de seus membros”.
A isonomia, por outro lado, é um princípio implícito que decorre do princípio da
impessoalidade, assim como de alguns dispositivos da Constituição. Por
exemplo, o art. 37, II, exige a prévia realização de concurso público para a
investidura em cargo ou emprego público; o art. 37, XXI, exige a realização de
licitação pública para as contratações administrativas.
Dessa forma, podemos concluir que a letra D apresenta princípios
constitucionais).
Gabarito: alternativa D.

Poderes Administrativos

3. (Fadesp – Auxiliar Técnico/CREA-PA/2014) A faculdade de que dispõe a


Administração Pública para restringir interesses privados, limitando o uso de bens,
atividades e direitos de particulares em favor do interesse público, decorre do poder
a) de polícia.
b) disciplinar.
c) hierárquico.
d) regulamentar.
Comentário: os poderes administrativos são as prerrogativas do Poder Público
utilizadas para o atingimento dos interesses da sociedade. Basicamente, os

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poderes administrativos são os seguintes: discricionário, vinculado,disciplinar,


hierárquico, normativo/regulamentar e de polícia.
Nessa linha, o poder de polícia representa a prerrogativa de poder público para
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades, e direitos individuais,
em benefício da coletividade ou do próprio Estado.
Gabarito: alternativa A.

Atos administrativos

4. (Fadesp – Auxiliar Técnico/CREA-PA/2014) São atributos do ato administrativo:


a) conteúdo, motivo e objeto.
b) finalidade, autoexecutoriedade e forma.
c) legitimidade, tipicidade e coercibilidade.
d) imperatividade, competência e exigibilidade.
Comentário: os atributos, também chamados de características, dos atos
administrativos são as qualidades que os diferem dos atos privados. São,
portanto, as características que permitem afirmar que o ato se submete o ao
regime jurídico de direito público.
Apesar das divergências doutrinárias, existem quatro atributos dos atos
administrativos:
▪ presunção de legitimidade ou veracidade;
▪ imperatividade;
▪ autoexecutoriedade (ou exigibilidade e executoriedade na visão de Celso
Antônio Bandeira de Mello);
▪ tipicidade (descrito por Maria Sylvia Zanella Di Pietro).
Agora vejamos cada uma das alternativas:
a) conteúdo, motivo e objeto são requisitos (não são atributos) dos atos
administrativos – ERRADA;
b) finalidade e forma correspondem a requisitos dos atos. Por outro lado, a
autoexecutoriedade é um atributo – ERRADA;
c) aqui temos dois atributos mencionados acima: a legitimidade e a tipicidade.
Além disso, temos na alternativa a coercibilidade, que nada mais é do que a
possibilidade de uso da força para colocar em prática as decisões
administrativas – o que corresponde exatamente à característica da
autoexecutoriedade (possibilidade que certos atos ensejam de imediata e direta

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execução pela Administração, sem necessidade de ordem judicial. Permite,


inclusive, o uso da força para a execução) – CORRETA;
d) fechando as alternativas, temos a imperatividade e a exigibilidade como
atributos do ato, ao passo que a competência é um requisito – ERRADA.
Gabarito: alternativa C.

5. (Fadesp – Analista Jurídico/MPE-PA/2012) A respeito dos atos administrativos,


assinale a alternativa correta.
a) Atos de império são aqueles que se destinam a dar andamento aos processos e
papéis que tramitam pelas repartições públicas, com vistas a decisão de mérito pela
autoridade competente.
b) Atos de expediente são aqueles que a administração pratica sem usar a sua
supremacia sobre os destinatários, como ocorre nos atos de pura administração dos
bens e serviços públicos.
c) Atos de expediente são aqueles que se destinam a dar andamento aos processos
e papéis que tramitam pelas repartições públicas, com vistas a decisão de mérito pela
autoridade competente.
d) Atos de gestão são aqueles que a administração pratica usando sua supremacia
sobre o administrado ou servidor e lhes impõe obrigatório atendimento.
Comentário: é sempre bom poder relembrar as definições, não é mesmo?
▪ atos de império: são aqueles praticados com todas as prerrogativas e
privilégios de autoridade e impostos de maneira unilateral e
coercitivamente ao particular, independentemente de autorização judicial;
▪ atos de expediente: são atos internos da Administração Pública que se
destinam a dar andamentos aos processos e papéis que se realizam no
interior das repartições públicas, com o objetivo de alcançar a decisão final
de mérito. Caracterizam-se pela ausência de conteúdo decisório, pelo
trâmite rotineiro de atividades realizadas nas entidades e órgãos públicos;
▪ atos de gestão: são aqueles praticados em situação de igualdade com os
particulares, para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público
e para a gestão de seus serviços. São atos desempenhados para a
administração dos serviços públicos.
Desse modo, a alternativa A versa sobre os atos de expediente (ERRADA), a
alternativa B fala dos atos de gestão (ERRADA) e a alternativa D trata dos atos
de império (ERRADA).
Sendo assim, correta a alternativa C.
Gabarito: alternativa C.

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6. (Fadesp – Técnico em TI e Comunicação/CREA-PA/2010) Quanto à liberdade


da Administração, os atos administrativos podem ser classificados em:
a) de império ou livres.
b) simples ou complexos
c) de expediente ou de gestão.
d) vinculados ou discricionários.
Comentário: os atos administrativos podem ser classificados em
▪ gerais ou individuais: versam sobre os destinatários dos atos;
▪ internos ou externos: falam sobre o “local” em que os atos produzem seus
efeitos, no interior da Administração Pública ou alcançando os
administrados, os contratantes ou, em alguns casos, os próprios
servidores, provendo sobre os seus direitos, obrigações, negócios ou
conduta perante a Administração;
▪ de império, de gestão ou de expediente: indicam a situação de
superioridade, de igualdade ou de ausência de poder decisório no ato;
▪ vinculados ou discricionários: dizem respeito à margem de liberdade
concedida ao agente para a decisão do ato;
▪ simples, complexos ou compostos: versam sobre a formação de vontade
do ato;
▪ válidos, nulos, anuláveis ou inexistentes: falam sobre a eficácia do ato.
Posto isso, podemos afirmar que, quanto à liberdade da Administração, os atos
administrativos podem ser classificados em vinculados ou discricionários
(alternativa D).
Gabarito: alternativa D.

Organização Administrativa

7. (Fadesp – Analista Jurídico/MPE-PA/2012) A respeito da Sociedade de


Economia Mista, é correto afirmar que;
a) possui natureza jurídica de direito público.
b) é constituída por capital exclusivamente público
c) possui natureza jurídica de direito privado.
d) possui capital exclusivamente privado.
Comentário: as sociedades de economia mista (SEM) são pessoas jurídicas de
direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por
autorização legal, sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário

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pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de


atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de
serviços públicos.
Assim já podemos assinalar a alternativa C como nosso gabarito.
Por óbvio, a alternativa A está errada, visto que é o inverso do nosso gabarito.
Finalmente, as alternativas B e D estão erradas, pois no caso das sociedades
de economia mista podem ser conjugados recursos de pessoas de direito
público ou de outras pessoas administrativas com recursos de particulares. No
entanto, o controle acionário da entidade deve permanecer que o ente
instituidor, logo a maioria do capital votante sempre pertencerá ao ente que
instituiu a entidade.
Gabarito: alternativa C.

8. (Fadesp – Analista Jurídico/MPE-PA/2012) Possuem personalidade jurídica de


direito público interno:
a) União, Estados, sociedades de economia mista.
b) Municípios, Distrito Federal, autarquias, inclusive as associações públicas.
c) Estados, Municípios, empresas públicas.
d) Empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias.
Comentário: nossa resposta é encontrada no Código Civil, mais precisamente
no art. 41. Lá vemos o seguinte texto:
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas;
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito
público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber,
quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.

Agora vejamos as alternativas:


a) União, Estados, sociedades de economia mista (possuem personalidade
jurídica de direito privado) – ERRADA;
b) Municípios, Distrito Federal, autarquias, inclusive as associações públicas –
CORRETA;

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c) Estados, Municípios, empresas públicas (possuem personalidade jurídica de


direito privado) – ERRADA;
d) Empresas públicas, sociedades de economia mista (possuem personalidade
jurídica de direito privado), autarquias – ERRADA.
Gabarito: alternativa B.

9. (Fadesp – Técnico em TI e Comunicação/CREA-PA/2010) O Conselho


Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado do Pará – CREA/PA é
um órgão da Administração Pública, assim considerado.
a) autarquia.
b) empresa pública.
c) sociedade de economia mista
d) organização social de interesse privado.
Comentário: os conselhos de fiscalização de profissão, com exceção da OAB,
possuem natureza autárquica, uma vez que exercem poder de polícia, que é
atividade típica de Estado.
Gabarito: alternativa A.

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