Você está na página 1de 15

FACULDADE PROMINAS

MARA RUBIA PEREIRA DOS SANTOS SALES

APLICAÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO INJETÁVEL PARA FINS ESTÉTICOS


FACIAIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS

MONTES CLAROS - MG

2024
FACULDADE PROMINAS

MARA RUBIA PEREIRA DOS SANTOS SALES

APLICAÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO INJETÁVEL PARA FINS ESTÉTICOS


FACIAIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS

Artigo Científico apresentado à Faculdade


Prominas , como parte das exigências
para a obtenção do título de Especialista
em Estética Avançada para Farmácia.

MONTES CLAROS - MG
2024

APLICAÇÃO DO ÁCIDO HIALURÔNICO INJETÁVEL PARA FINS


ESTÉTICOS FACIAIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS

Mara Rubia Pereira dos Santos Sales

RESUMO
O ácido hialurônico (AH) é um componente natural presente no tecido humano. O
AH reduz à medida que a idade aumenta ocorrendo as modificações estruturais
decorrentes do envelhecimento que podem ser tratadas ou retardadas com o uso do
ácido hialurônico injetável, como preenchedores de rítides, melhoraria de contornos
faciais como volume, correção de cicatriz atrófica, defeitos cutâneos como área de
dorso de mão, melhora na elasticidade da pele. No entanto o AH participa na
ativação de produção de colágeno e elastina, uma vez que ajudará no equilíbrio
hídrico da pele favorecendo assim a melhora do metabolismo. Nos últimos anos vem
se tornando mais frequentes o uso do AH devido a sua praticidade de aplicação e
boa margem de segurança,contribuindo com efeitos visíveis, imediatos e
duradouros, retardando assim alguns tipos de cirurgias plásticas. Com o avanço da
cosmetologia os cosméticos tópicos a base de ácido hialurônico também podem
contribuir contra o envelhecimento precoce aumentando a capacidade de reter água
na epiderme.O presente estudo tem por objetivo identificar as vantagens e as
possíveis complicações que podem ocorrer na aplicação do ácido hialurônico
injetável para fins estéticos,utilizando para isso uma revisão integrativa da
literatura.Consiste de uma pesquisa bibliográfica em sites de busca eletrônica
SCIELO, LILACS, PUBMED, MEDLINE, entre os anos de 2009 a 2019 nos idiomas
português e inglês.

.
Palavras chave: Palavra 1 Penetração Cutânea. Palavra 2 Cosmecêuticos. Palavra
3 Ácido Hialurônico.

INTRODUÇÃO
Em um envelhecimento facial, a formação de rugas é mais evidente. Os
componentes solares (extrínsecos), e o envelhecimento intrínseco causado pelas
forças gravitacionais e movimento de mímicas.
Considera-se ainda que o estado emocional como o estresse, ansiedade e
depressão,podem aumentar e contribuir com a aceleração do desenvolvimento de
sinais de envelhecimento cutâneo.
O ácido hialurônico (AH) vem sendo nas últimas décadas inserido em procedimentos
de estética avançada, beneficiando o organismo, tendo uma ação estimuladora da
renovação celular atuando como antioxidante e contribuindo na síntese de colágeno
e elastina e contribuindo para uma grande melhora na hidratação da pele. O AH tem
sido utilizado há mais de uma década no preenchimento de rugas, sulcos, entre
outros. Este composto é absorvido gradativamente ao longo dos meses pelo
organismo. (SALLES et al., 2009)
Busca-se responder ao seguinte questionamento: Quais são as principais vantagens
e as possíveis complicações na aplicação do ácido hialurônico injetável para fins
estéticos faciais?
A utilização de ácidos nas alterações estéticas vem se tornando cada vez mais
eficaz e frequente, principalmente, em tratamentos faciais. O AH, por sua vez, vem
sendo atualmente utilizado para preencher possíveis rugas, aperfeiçoar contornos
faciais, fazer a correção de cicatrizes irregulares, dentre outros.
O AH pode ser também adicionado aos cosméticos onde atua como antioxidante,
estimulador da renovação celular, síntese de colágeno e elastina e promovedor da
hidratação.
Com o empoderamento feminino, a mulher atualmente está sempre a procura da
melhoria da auto estima,com isso a utilização do AH injetável está cada vez mais em
constante crescimento,pois a mulher do século XXI passou a ser beneficiada,com
isso melhorando a idade a cronológica da biológica,melhorando assim sua auto
estima.
Cabe ao profissional que realiza o procedimento avaliar o paciente antes de
prescrever o uso do AH injetável uma vez que, é necessário verificar os riscos e
benefícios,e possíveis resultados além de discutir a expectativa do paciente. (EGEA
et al., 2015).
Antes de se fazer uso do ácido hialurônico injetável deve-se procurar conhecer os
pontos positivos e negativos da sua aplicação e em quais pontos pode ser aplicado.
(JUNQUEIRA; CARNEIRO; ABRAHAMSOHN, 2017)
Justifica-se essa pesquisa tendo em vista que é um assunto novo e com grande
interesse em grande parte da população devido ao aumento pela procura por esse
procedimento, além de ser um campo promissor para o profissional Biomédico
habilitado, visto que, a estética avançada é uma das áreas de atuação.
O objetivo geral desta pesquisa foi identificar através de uma revisão integrativa da
literatura as vantagens e as possíveis complicações que podem ocorrer na aplicação
do ácido hialurônico injetável para fins estéticos. E os específicos: Identificar as
principais vantagens na aplicação facial do ácido hialurônico injetável; Analisar as
complicações que podem ocorrer na aplicação do ácido hialurônico injetável para
fins estéticos faciais e as possíveis correções; Verificar quais os pontos corretos
para a aplicação do ácido hialurônico injetável.
Será realizada uma revisão bibliográfica integrativa em sites de busca eletrônica
Scientific Electronic Library Online (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS), US National Library of Medicine National Institutes
of Health (PubMed), National Library of Medicine (Medline) e Centro Latino-
Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME).
Considerar-se-á para o estudo, as publicações indexadas entre os anos de 2009 a
2019 com idiomas português e inglês. Serão lidos os resumos para verificação da
relação dos artigos com os objetivos do estudo.
Os critérios de inclusão da pesquisa são artigos, livros e periódicos com os
descritores: penetração cutânea, cosmecêuticos e ácido hialurônico injetável. Como
critérios de exclusão estão os materiais fora do período descrito.

DESENVOLVIMENTO
A pele é um órgão de revestimento composto pela epiderme camada mais
superficial formada por epitélio pavimentoso estratificado e queratinizado
considerada a principal barreira à permeação. A derme é uma camada espessa de
tecido conjuntivo, que se localiza abaixo da epiderme. Ela se conecta com a face
dos músculos subjacentes, por meio de uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a
hipoderme. (EGEA et al., 2015)
O processo de penetração das substâncias na pele ocorre através de promotores de
absorção; do estudo das características físico-químicas dos ativos e a possibilidade
de empregar seus derivados quando estes forem desfavoráveis; o uso de sistemas
veiculados de liberação tais como microemulsão, ciclodextrinas, lipossomas e a
ação de agentes promotores físicos de penetração, como iontoforese, sonoforese e
eletroporação. (MAGLIANO, 2014)
A penetração de substâncias na pele pode ser afetada tanto pela sua própria
composição estrutural quanto por alterações fisiológicas ou patológicas do órgão,
tais como espessura, temperatura, grau de hidratação, limpeza, fluxo sanguíneo e
concentração de lipídios. O estudo da penetração e permeação cutânea de
princípios ativos pela pele pode apresentar a epiderme como primeiro fator limitante,
principalmente o estrato córneo (EC), dada sua função barreira e por ser a primeira
camada de contato com o meio externo. (MAGLIANO, 2014)
A eficácia de produtos farmacêuticos ou cosméticos está relacionada tanto a sua
composição quanto ao nível de penetração destes na pele. Por essa razão, estudos
sobre a penetração cutânea de substâncias são relevantes pois ajudam na
elaboração de formas farmacêuticas de liberação, dérmicas e transdérmicas.
(FIGUEIREDO et al, 2013)
Para ocorrer a permeação, as substâncias contidas num produto cosmético devem
transpor alguns obstáculos como, por exemplo, a camada mais superficial da
epiderme, o EC. Depois de atravessá-lo, não há outra barreira à difusão nas
camadas seguintes, se a molécula não for retida ou metabolizada no caminho. Para
sofrer partição e se difundir passivamente pela interface veículo/EC, o ativo precisa
ser previamente solubilizado (NAIR et al., 2013). A permeação cutânea pode ocorrer
através de três vias: transcelular (quando atravessa diretamente através do estrato
córneo e a matriz intracelular lipídica – por dentro das células), intercelular (quando
os ativos passam entre as células da epiderme) e transanexial (pelos anexos
cutâneos).
A penetração na via transcelular ou por difusão ocorre através dos corneócitos e
matriz intercelular; Na via intercelular ou por difusão entre células a penetração
ocorre entre os corneócitos e pela matriz lipídica; por fim, a penetração pela via
transanexial ou por difusão ocorre através dos folículos pilosos, glândulas
sudoríparas e sebáceas, e anexos.
Para ultrapassar os obstáculos de permeação cutânea há a necessidade de
estratégias capazes de aumentar a eficácia das formulações de modo que estas
consigam direcionar a substância ao alvo.
O Ácido Hialurônico (AH) é constituído por um polímero carboidrato linear e orgânico
que pertencente à classe dos glicosaminoglicanos não-sulfatados. Após a década de
30 iniciou-se estudos e pesquisas , a partir do corpo vítreo de bovino. Trata-se de
um polissacarídeo composto por unidades dissacarídicas repetidas de ácido D-
glucurônico e N-acetilglucosamina (BARIL et al., 2012).
O AH é um polissacarídeo de relevante interesse na medicina devido à sua
capacidade hidratante, desse modo é considerado uma das moléculas higroscópicas
da natureza,visto que possui uma capacidade de se ligar à água em até 1000 vezes
superior ao seu volume (BARIL et al., 2012).
Essa propriedade resulta do fato deste ácido ser uma molécula carregada
negativamente e, por isso, com elevada capacidade de ligar-se a molécula de água
formando um bloco coeso com força suficiente para preencher cavidades. Encontra-
se disperso por todo o organismo humano, sendo especialmente abundante no
tecido conjuntivo, com maiores concentrações no tecido cartilaginoso, no humor
vítreo, no líquido sinovial das articulações e no cordão umbilical.
(BROMMONSCHEKEL et al. 2014)
O AH é sintetizado principalmente por fibroblastos e por uma enzima que se vincula
à membrana plasmática, que é secretada de forma direta em meio
extracelular. Possui consistência gelatinosa, espessa, com alto visco, elasticidade e
significativo grau de hidratação. (BROMMONSCHEKEL et al. 2014)
É importante ressaltar que, na pele, o AH forma a matriz fluida elasto viscosa que
envolve fibras colágenas, elásticas e estruturas intercelulares, mantendo uma matriz
geleificada quando ligado a proteínas, outros mucopolissacarídeos e água. Por essa
razão, propõe-se que a redução de seus níveis pode ser a causa do ressecamento
da pele durante o envelhecimento. O AH é Considerado uma substância que possui
uma capacidade de absorver a umidade do ar e mantê-la constante na pele, mesmo
em ambientes onde há relevante variação de umidade. (BROMMONSCHEKEL et al.
2014)
Para as articulações, o AH auxilia na lubrificação e na absorção de impacto e ainda
modula a produção de prostaglandinas, fornecendo apoio adicional a esta função
(LIMA et al., 2016).
Já no humor vítreo, age conferindo a forma esférica ao olho, ou seja, ele é
encarregado pela manutenção da homeostasia tecidual. É de grande importância
ressaltar que a maior parte do AH existente no organismo está situada na derme,
oferecendo volume, sustentação, hidratação e elasticidade a mesma.
(BROMMONSCHEKEL et al. 2014)
Atualmente, o AH na forma de gel injetável é a terapia padrão para corrigir rugas,
perdas de contorno e reposição de volume facial uma vez que ajuda a manter o
colágeno na pele, tornando-a mais firme. Estudos ressaltam que o
fotoenvelhecimento da pele pode ser acelerado pela deficiência de estrogênio e
perda do AH da derme. Na epiderme, o AH atua como umectante reduzindo a perda
da água transepidérmica e sua aplicação tópica pode resultar em hiperplasia desta
camada da pele, restaurando a espessura normal depois de um mês de terapia.
(REZENDE, 2013)
Em procedimentos estéticos injetáveis a aplicação é feita na derme superficial,
média e profunda. O nível de profundidade da aplicação depende da viscosidade do
produto, uma vez que quanto mais fluido o produto, a aplicação será feita de forma
mais superficial, e quanto mais viscoso maior será a profundidade da aplicação.É de
grande importância ressaltar de que quanto mais superficial a
injeção,maior é sua visibilidade,por essa razão a utilização do AH injetável é usado
em diferentes partes do rosto,devido a diferença do tempo de permanência e
persistência.(LIMA et al., 2016)
A Toxina Botulinica A (TBA) é produzida pelas bactérias anaeróbicas do gênero
Clostridium. Seu mecanismo de ação consiste no bloqueio da liberação de
acetilcolina do botão pré-sináptico (FREIRE; CARVALHO, 2018).
A acetilcolina tem um papel importante neste mecanismo, pois seu bloqueio impede
a contração muscular. As toxinas botulínicas são provenientes de uma mistura de
varias proteínas. Existem oito sorotipos, mas apenas de tipo A, é usada para área
cosmética. Com sua ação nos terminais nervosos colinérgicos periféricos, ela cliva
uma ou duas proteínas do aparelho de neuroexocitose, levando a inibição
temporária e reversível da liberação de neurotransmissores, o que causa a paralisia
muscular (FREIRE; CARVALHO, 2018).
Os efeitos do tratamento não são vistos imediatamente após o procedimento, o
período até o início da resposta e a duração da atividade são fatores importantes
que influenciam na satisfação do paciente com o tratamento que leva em media 24
horas para demonstrar o seu resultado. A TBA terá seu tempo de duração de acordo
com o tamanho dos músculos, concentração da substância, localização e volume a
ser aplicado. O Retorno da transmissão do impulso ocorre lentamente, a média de
três a seis meses, levando em consideração a genética do paciente e marca do
produto (FREIRE; CARVALHO, 2018).
Em 2001 no Brasil o TBA foi aprovado pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária
– (ANVISA) a Botox®, Vistabel® (Allergan Inc.) e Dysport® (Ipsen). A partir de 2015,
outras marcas vêm sendo comercializadas, tendo cada uma dessas neurotoxinas
formulações e concentrações diferentes, porem todas tem a mesma finalidade
(NESTOR et al., 2017).
A falta do conhecimento anatômico e uso de técnicas inadequadas, podem
ocasionar fraqueza local, dor, inflamação e eritema. Para obter um resultado eficaz
quando aplicado no músculo corrugador (supercílio) deve ser injetado de um a dois
centímetros da borda orbital para evitar olhar interrogativo. Na área do músculo
orbicular deverá ser superficialmente (subdérmica), com um centímetro lateral à
borda orbital, evitando diplopia (visão dupla). Portanto, deve-se levar em
consideração as particularidades de cada região da face e cuidados distintos
(FREIRE; CARVALHO, 2018).
A TBA tem como finalidade a paralisação temporária dos músculos orbiculares
laterais responsáveis pelas linhas de expressão, terço superior e inferior da face.
Quando ocorre a contração muscular da face, a pele sobrejacente também se
movimenta, formando assim as rugas dinâmicas, perpendiculares à direção da
contração muscular (FREIRE; CARVALHO, 2018).
Através de um estudo prospectivo com a aplicação do TBA em 40 mulheres, pode
ser observado o aumento da flexibilidade da pele e recuo elástico nas regiões
orbitária lateral, frontal e glabelar. Devido ao fato da TBA se espalhar de maneira
tridimensional, ele age na mecânica intramuscular na pele sobrejacente. Há relatos
prévios que ocorre uma turgência após a injeção e uma melhora da textura
intradérmica da pele (NESTOR et al., 2017).
As linhas que surgem na face muitas vezes são chamadas de expressivas. Com
ênfase na região glabela, em sua maioria são provenientes de movimentos de
tensão, como tambem do sorriso fácil na nasolabial. São nessas áreas que a TBA
atua com maior eficácia. Em uma avaliação clinica com 45 pacientes, foi injetado por
via intramuscular 0,1mL de uma determinada marca, já visualizando o resultado em
trinta minutos. Mas para uma melhor avaliação e comprovação de eficácia, foi
observado nos cinco primeiros dias e quatorze posteriores a região, chegando à
conclusão de uma melhora significativa na área aplicada (MOLINA et al., 2015).
Na administração do procedimento estético, a TBA é aplicada primeiramente
levando ao relaxamento dos músculos, facilitando a aplicação do AH, reduzindo
assim a quantidade de substância. Dessa forma, o uso simultaneamente torna-se
econômico e prolonga seu efeito (MOLINA et al., 2015).
A aplicação de técnicas combinadas para retardar o envelhecimento cutâneo, tendo
como opção AH e da TBA, foi avaliada por um estudo multicêntrico, realizado
durante um período de seis meses, usando ambas as substâncias em varias áreas
em conjunto na face, com pacientes entre 16 a 64 anos. Posteriormente foi
observada melhoria bastante visíveis. Diante disso, havendo um grande nível de
satisfação no percentual total, onde 91% ficaram surpreendidos por superar as
expectativas, chegando à conclusão que o tratamento foi bem tolerado (MOLINA et
al., 2015).
A sinergia de tratamentos de substâncias tipo AH e TBA, tem como objetivo
postergar o aparecimento das rugas, quando se trata de pacientes jovens e de
retardar, nos de mais idade. Em uma paciente com 65 anos foi ministrado TBA na
face superior reformulando as sobrancelhas e o AH para aumento do volume na
região temporal, cavidade lacrimal, face lateral e sulco nasolabial. O resultado foi
bastante significativo, tornando a aparência mais jovial (ZEIDERMAN et al., 2018).
Um fator que influencia na análise da área a ser aplicada é sua morfologia. Quando
o paciente tem mais idade, as rugas e sulcos são mais profundos. A TBA quando
utilizada individualmente é aplicada nas linhas dinâmicas e o AH nas linhas
estáticas. Quando o paciente apresentar ambas, muitas vezes proveniente do
avanço da idade ou motivos extrínsecos, o procedimento indicado é a interação de
ambas as substâncias (ZEIDERMAN et al., 2018).
Em um estudo realizado com 3 pacientes com idade de 36, 42 e 54 anos que já
apresentavam sinais de envelhecimento, foram aplicadas as substâncias em várias
áreas do rosto como lábios, no sulco nasogeniano, mandíbula, glabela e região
temporal. Após 4 meses ainda pôde ser observada a volumização nas áreas
aplicadas anteriormente sem perda significativa (ZEIDERMAN et al., 2018).
A região da face superior é uma área de maior uso de neuromodulares (TBA) com a
modelagem da sobrancelha e contorno da testa, diminuindo as linhas dinâmicas.
Seu uso em conjunto com as substâncias de enchimento (AH) no propósito do
aumento da volumetria na área, deixa uma moldagem mais agradável de aparência
mais natural (MOLINA et al., 2015).
Pesquisas realizadas pela Sociedade Americana de Cirurgia Plástica e Internacional
de Cirurgia Plástica Estética, observaram um crescente número de procedimentos
realizados da combinação do AH e TBA demostrando a segurança e eficácia. Isso
mostra cada vez mais a busca de uma população diversificada com intuíto do
rejuvenescimento e harmonia jovial (MOLINA et al., 2015).
Em maio de 2016, um grupo multinacional com líderes, como cirurgiões plásticos e
dermatologistas de várias regiões do mundo, publicaram diretrizes atualizadas para
o uso estético do AH e TBA. Avaliações como a etnia e sexo influenciam na
localização e necessidade das aplicações, onde a finalidade do tratamento é deixe
um rosto de aparecia jovial e harmônica. Morfologia asiática ou americana possui
face mais curta, as afrodescendentes buscam mais aumento labial e as europeias
buscam mais aplicações no maxilar e zigomático. Cada população com suas
preferências distintas (LIEW, 2015).
Devido à grande demanda no mercado de cosmético e à evolução através da
interação com mais de uma substância, um levantamento realizado pela Sociedade
Americana de Cirurgia Plástica de 2015, indica que dos 15,9 milhões de
procedimentos estéticos, 14,2 milhões são procedimentos minimamente invasivos
com a TBA e os AH, os quais atuam nos tecidos moles como pele e músculos e
trazem efeitos adversos reduzidos, como fraqueza muscular, edema entre outros
(LIEW, 2015).
A busca por procedimentos menos invasivos não exclui a preocupação do paciente
com relação a dor. Com isso o profissional utiliza anestésico como o
pentafluoropropano e tetrafluoroetano no local antes da aplicação da TBA e AH.
Teste prospectivo e randomizado foi realizado com 30 pacientes recebendo injeções
de neurotoxina e preenchimentos em áreas com o anestésico e sem, aonde se
chegou ao resultado que o TBA reduziu em 59% a dor e associado com o AH, 64%
menos dor (ZEIDERMAN et al., 2018).
Um estudo retrospectivo foi realizado em um consultório particular, durante um
período de 10 anos, para avaliar o grau de satisfação dos resultados obtidos das
aplicações dos pacientes que retornam dentro de 18 meses de tratamento. Tempo
esse que é concluído um ciclo de tratamento, considerando que injeções de TBA
são realizadas a cada 6 meses e 4 meses e para injeção HÁ, com intervalo de um
ano a dois para o inicio de outro ciclo de injeções. Ao final do estudo, verificou-se
que 55% dos pacientes ainda estavam em tratamento (FREIRE; CARVALHO, 2018).
Apesar das preferencias individuais de cada paciente, há sempre uma semelhança
de objetivos. Há uma grande demanda por pacientes jovens, que se
concentram na intervenção e aprimoramento precoce para evitar o envelhecimento
cutaneo. Isso leva a classe médica a um desafio de adaptação com segurança e
eficácia. Com isso há recomendação com foco em terapia combinada com TBA e
AH, conforme o estudo anatômico da forma da face, com intuito de atingir o objetivo
do paciente (ZEIDERMAN et al., 2018).

CONCLUSÃO
A aplicação injetável com ácido hialurônico tem sido um dos procedimentos mais
realizados em dermatologia nos últimos anos e tem a finalidade de manter a
proteção natural da pele, conservando a hidratação por recaptação de água na
matriz extracelular e protegendo os lipídios presentes na camada córnea da
radiação e oxidação por raios ultravioleta. O ácido hialurônico é relevante na
indústria cosmética que utiliza procedimentos práticos e produtos não invasivos para
restauração da aparência e a hidratação facial, melhorando a aparência de linhas e
rugas.
Além disso, o uso contínuo de cremes, loções por via tópica do ácido hialurônico na
hidratação e prevenção do envelhecimento é um grande aliado, pois não possui
significativos efeitos adversos por ser um polímero natural da derme humana.
A sinergia entre o AH e a TBA se dá de forma complementar. Enquanto a TBA
bloqueia a liberação de acetilcolina do botão pré-sináptico, causando uma paralisia
muscular, o AH atua repondo o volume da pele, através dos preenchedores faciais,
o que faz com que o uso dessas duas substâncias, em conjunto, cresça cada vez
mais. Outro fator que intensifica a procura por esses tratamentos é o fato de serem
minimamente invasivos, além de trazerem uma aparência mais jovial e harmônica.
Diante do exposto, pode-se concluir que o tratamento com AH e TBA, quando
realizados concomitantemente, é uma opção segura, eficaz e bastante satisfatória,
tanto para o profissional, quanto para o paciente.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, A.T.; BANEGAS, R.; BOGGIO, R.; BRAVO, B.; BRAZ, A.; CASABONA,
G.; MARTINEZ, C. Diagnóstico e tratamento dos eventos adversos do ácido
hialurônico: recomendações de consenso do painel de especialistas da América
Latina. Surgical & Cosmetic Dermatology, 2017;9(3):204-213.
ARSIWALA, S.Z. Simplificando Injetáveis para Rejuvenescimento Volumétrico da
Face. Jornal de Cirurgia Estética e Cutânea . 2018; 11 (2): 51-59.
BARIL, M.B.; FRANCO, G.F.; VIANA, R.S.; ZANIN, S.M.W. Nanotecnologia aplicada
aos cosméticos. Visão Acadêmica, 2012;13(1).
BROMMONSCHEKEL, J.; SEICK, L.; PESSOTTI, V.M.U.; CAVALCANTI, Á.S.S.;
CAVALCANTI LC,GARCIA JÚNIOR RP. Os efeitos do ácido hialurônico na
prevenção do envelhecimento cutâneo: revisão de literatura. EFDeportes.com,
Revista Digital. Buenos Aires, 2014;19(192).
EGEA, R.; AMADO, E.T.; OTA, C.C. Mecanismo de ação de injetáveis utilizados
na biomedicina estética 2015. Anais do EVINCI-UniBrasil, 2016;1(4):183-185.
FIGUEIREDO, K.A.; MENDES, R.M.B.; CARVALHO, A.L.M.; FREITAS, R.M.
Microemulsões como sistemas de liberação de fármacos para a via transdermica:
uma prospecção tecnológica. Revista GEINTEC-Gestão, Inovação e Tecnologias,
2013;3(4):036-046.
FREIRE, M.J.S; CARVALHO, A.L.G. Estudo de Face Dividida, Aleatorizado,
Controlado por Placebo, Estudo Duplo-Cego para Investigar a Administração de
Enchimento Dérmico Passivo Versus Ativo - Aesth Plast Surg (2018).
JEGASOTHY, S.; ZABOLOTNIAIA, V.; STEPHAN, B.S. Eficácia de um novo ácido
nano-hialurônico tópico em seres humanos DIPL. BIO.-ING J Clin Aesthet
Dermatol . 2014; 7 (3): 27-29
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e
atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
KAROL, A.; GUTOWSKI, M.D. Hyaluronic Acid Fillers Science and Clinical User.
Clin Plastic Surg 2016; (43): 489-496.
LIEW, S. Considerações étnicas e de gênero no uso de injetáveis faciais: pacientes
asiáticos. Plast Reconstr Surg. 2015; (136) : 22S-27S .
LIMA, C.C.; MACHADO, A.R.R.; MARSON, R.F. A utilização de implantes faciais a
base de ácido hialurônico. Rev. Conexão Eletrônica,Três Lagoas, 2016;13(1).
MAGLIANO, J. Antioxidantes de uso tópico em Dermatología. Tendencias em
Medicina, 2014;(10):91-96.
MOLINA, B.; DAVID, M.; JAIN, R.; AMSELEM, M.; RUIZ-RODRIGUEZ, R.; MA M. et
al. Patient Satisfaction and Efficacy of Full-Facial Rejuvenation Using a Combination
of Botulinum Toxin Type A and Hyaluronic Acid Filler. Dermatol Surg. 2015 ;(41):
1:S325-32.
NANDA, S.; BANSAL, S. Upper face rejuvenation using botulinum toxin and
hyaluronic acid fillers. Indiano J Dermatol Venereol Leprol. 2013 Jan-Feb; 79 (1):
32-40
NASHCHEKINA, Y.; RAYDAN, M. Noninvasive penetration of 5 nm hyaluronic acid
molecules across the epidermal barrier(in vitro) and its interaction with human. Skin
cells.Sin Res Technol, 2018;24:129-134.
NESTOR, M.; ABLON, G.; PICKETT, A. Key Parameters for the Use of
Abobotulinumtoxina in Aesthetics. Onset and Duration. Aesthet Surg J. 2017;
(37):S20-S31.
RAAB, S.; YATSKAYER, M.;, LYNCH, S.; MANCO, H.; ORESAJO, C. Oréal
Research L'e Inovação. Clinical Evaluation of a Multi-Modal Facial Serum That
Addresses Hyaluronic Acid Levels in Skin. New York, NYJ Drugs Dermatol. 2017;
16 (9): 884-890.
REZENDE, M.U.D.; CAMPOS, G.C.D.; PAILO, A.F. Current concepts in
osteoarthritis. Acta ortopedica brasileira, 2013;21(2):120-122.
SALLES; A.G.; REMIGIO, A.F.N.; SAITO, O.C.; CAMARGO, C.P.; ZACCHI, V.B.;
SAITO, P.L.; FERREIRA, M.C. Avaliação da durabilidade de preenchimento de ácido
hialurônico com ultra-som facial. Arquivos Catarinenses de Medicina v. 38, n.1,
2009. Disponível em: <http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/719.pdf >. Acesso
em: 15 jul. 2020.
ZEIDERMAN, M.R.; KELISHADI SS, T.J.P. Vapocoolant Anesthesia for Injections
of Cosmetic Facial Rejuvenation: SA Randomized, Prospective, split-face
Study Eplasty. 2018; (18): e6.
ZHANG, S.; DUAN, E. Lutando contra o envelhecimento da pele: o caminho do
banco ao cabeceira. Transplante Celular . 2018; 27 (5): 729-738.

Você também pode gostar