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EDITADO PELO CENTRO DE PUBLICAÇÕES

DA IGREJA METODISTA WESLEYANA


Rua Venância, Nº 17 - Xerém
Duque de Caxias - RJ, CEP 25250-589

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Diretoria de Ministérios
Rosana Nerci Pinheiro Sá

Coordenador Geral da Rede Start


Fernandinho Araújo

Líderes Gerais do Start Kids


Rafael Gonçalves de Melo
Priscila Beloni Pereira Melo

Líderes Gerais do Conexão Pré Adolescentes


Valcir Machado Dias Júnior
Mônica Regina Ramos Dias

Coordenador Geral da Rede Move


André Andrade Santos

Líder Geral do Ministério de Adoração


André Andrade Santos
Líder Geral do Ministério com Adolescentes
Marcelo Souza Silva
Líder Geral do Ministério com Jovens
Guilherme Zacher

Coordenador Geral da Rede Master


Newton Carvalho dos Santos Júnior

Líder Geral do Ministério com Homens


Hamilton Cardoso
Líder Geral do Ministério com Mulheres
Noeli Lima
Líder Geral do Ministério 60+
Marta Braz da Hora Pinheiro
Líder Geral do Ministério com Casais
Newton Carvalho dos Santos Júnior
POR QUE FALAR DA IGREJA?

PRIORIDADE E PROPÓSITO DA IGREJA


PRIORIDADE DA IGREJA: A GLÓRIA DE DEUS.

Deus sempre falou à sua Igreja, sobre a Igreja, e os interessados em conhecer os


propósitos de Deus, sempre pararam para ouvir, pensar e colocar em prática o que
Deus estava lhes apresentando. Fosse ela o povo de Deus que se reunia no Antigo
Testamento em tendas e templos, fosse a Igreja manifesta a partir do livro de Atos dos
apóstolos. Nessa fala sempre houve o propósito, da parte de Deus, de dar direção
para que Seu povo pudesse cumprir sua missão.

A Igreja, em primeiro lugar, existe para a glória de Deus. Essa história começa com
Abraão, porque em Gênesis, do capítulo um ao onze, vemos Deus falando a todos os
homens, a todas as raças, povos e nações. Mas em Gênesis, a partir do capítulo 12,
passamos a ver um Deus que separa uma família com propósito de fazer dela o seu
povo. Um povo o qual Deus deu leis cerimoniais, civis e morais, para cumprir seus
propósitos.

No Novo Testamento, Paulo vai dizer que essa Igreja não é formada por homens e
nem mulheres, judeus e nem gregos, gentios nem romanos, mas essa Igreja é católica,
universal. Ela não tem cor, não se separa por poder aquisitivo, não faz acepção de
pessoas, ela é formada por aqueles que confessam que Jesus é o Senhor e Salvador
de suas vidas. A visão de Deus é ter uma igreja espalhada pela face da Terra, relevante
e cumprindo o seu propósito.

Seja a Igreja um povo escolhido por Deus, como no Antigo Testamento, seja a Igreja
revestida de poder, como em Atos 2, ela existe para glória de Deus. Ela sempre será a
Igreja que estará na eternidade com o nosso Deus para romper e vencer todas as eras,
tempos e triunfando possa existir eternamente glorificando o nome de Jesus.

POR QUE FALAR DA IGREJA? 3


PROPÓSITO DA IGREJA: EVANGELIZAR AS NAÇÕES.

Em segundo lugar, a Igreja existe para evangelização dos povos. É a grande comissão
manifesta em Mateus 28, versículos 18-19, que Jesus diz: “todo poder me foi dado no
céus e na terra [...] vão e façam discípulos de todas as nações, ensinando as pessoas a obe-
decerem em tudo aquilo que eu vos ensinei”.

Quando uma Igreja deixa de comunicar o Evangelho, ela deixa de ser uma Igreja
divina, cristocêntrica, que cumpre o propósito da sua existência. Na Igreja que desco-
bre seu propósito, o evangelho está intrínseco no seu dia-a-dia, na sua vida, em seus
programas, em suas metas, é o seu foco.

O apóstolo Paulo nos escreveu: “Como, porém, invocarão aquele em quem não cre-
ram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem
pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: “Quão formosos são
os pés dos que anunciam coisas boas!” Mas nem todos obedeceram ao evangelho. Pois
Isaías diz: “Senhor, quem creu em nossa pregação?”

POR QUE FALAR DE IGREJA?


PRIMEIRO POR DIREÇÃO DIVINA

No Antigo Testamento, Israel como povo de Deus, recebeu direção ao construir al-
tares, na entrega dos sacrifícios, na sua forma de culto, na instituição dos seus cele-
brantes. Deus planejou tudo, desenhou e entregou, nos mínimos detalhes, ao homem.

Quando olhamos para o Antigo Testamento o que vemos é um Deus se relacionan-


do com o seu povo, a sua igreja. Mas vemos também um Deus interessado que essa
igreja se relacione com ele. Quando olhamos para o culto do Antigo Testamento, por
exemplo, o culto mosaico, o culto do tabernáculo, é um culto formal, cheio de rituais.
Agora, mesmo no Antigo Testamento, esse culto passa por uma grande reforma du-
rante o reinado de Davi. Na gestão de Davi são inseridos nos cultos instrumentos de
cordas, percusões, dança, turnos de celebrações, manifestação de alegria e júbilo na
presença de Deus. Veja que eles estão debaixo de uma antiga aliança, mas, mesmo
com isso, o culto muda de forma e ele ganha uma nova perspectiva para que a Igreja
possa ser relevante, atendendo as gerações nas suas muitas mudanças.

No Novo testamento, a Igreja ganha uma definição, uma forma, uma materializa-
ção. O culto que estava limitado a um dia da semana passa a acontecer todos os dias.
Agora o culto que estava restrito a um tabernáculo, acontece onde tem adorador(es)
que adoram a Deus em espírito e em verdade. Agora essa Igreja que estava condicio-
nada a ser dirigida por homens, como os sacerdotes e os levitas, se trasnforma numa

4 MANUAL DE TRANSIÇÃO SAUDÁVEL


Igreja em que o sacerdócio é universal. Paulo vai dizer que quando nos reunírmos,
precisamos que uns tenham cânticos, outros Palavra, outros orações. Encontramos a
máxima de Jesus que disse “onde encontramos dois ou três unidos no meu de Jesus,
Ele estaria presente”.

De Gênesis a Apocalipse a Bíblia vai falar sobre a igreja triunfante reunida na pre-
sença do cordeiro de Deus celebrando a sua grande vitória. Por isso falamos sobre
igreja.

SEGUNDO PORQUE O MUNDO ESTÁ EM CONSTANTE MUDANÇAS

Falamos sobre a igreja porque o mundo mudou e continua mudando. Quando nós
olhamos nessa perspectiva, de uma Igreja que precisa ser conversada, de uma igreja
que precisa dialogada, de uma igreja que precisa ser analisada, encontramos respaldo
no mundo que muda constantemente. Por exemplo: há 50 anos a Igreja não tinha
os “inimigos” que ela tem hoje, que disputam a atenção, como a TV e a internet e as
muitas outras distrações. Precisamos falar sobre igreja para que nós possamos estar
preparados para lidar com esses inimigos. Para que possamos nos educar e educar o
outros também a respeito de como se comportar diante desses “inimigos”.

As gerações estão se distanciando cada vez mais uma das outras, e se nós qui-
sermos alcançarmos todas essas gerações precisaremos rever os nossos métodos, as
nossas formas, a nossa linguagem, a nossa abordagem, o nosso perfil de Igreja. E isso
é bíblico. Veja quando Paulo está em Atenas, a maneira com a qual ele se posiciona
diante da cultura daquela cidade é diferente da sua postura nas outras cidades. E esse
método de estudar a igreja, de olhar para igreja, de falar sobre igreja nos leva a plena
convicção de que a Bíblia nos desafia a isso: a estudar as culturas, as épocas, a gera-
ções e partir pra cima sabendo que “as portas do inferno não prevalecerão contra a
igreja do Senhor.”

Pr. Agnaldo Valadares


Secretário Geral de Educação Cristã

POR QUE FALAR DA IGREJA? 5


MINISTÉRIOS
MINISTÉRIOS
Ministérios:
Propósitos e Estruturas -
1º Ciclo 2022 9
1
Diretoria Ministérios
Propósito e Estrutura 13
CAPÍTULO

Rede Start 16

Crianças – Start Kids 18

Pré-Adolescentes – Conexão 26
1

Move 31
CAPÍTULO

Adolescentes – Fire 34

Jovens – Move 40

W Music 46

Rede Master 52

Ministério De Homens 55

Ministério De Mulheres 64

Ministério 60+ 71

Ministério De Casais 76
M I N I S T É R I O S

PROPÓSITOS E ESTRUTURAS
1º CICLO 2022

Transformar-se é um ato de coragem!

Uma transição se constrói, uma transformação ocorre como um processo, uma


nova cultura conta com pessoas, práticas e com o tempo.

Pastores, Missionárias e Missionários, vocacionados ministerialmente, sabem bem


o que é isso e vivenciam isso todos os dias.

Um dos nossos objetivos neste capítulo é compartilhar: Quem somos (como estru-
tura e propósito)? Como estamos? Aonde queremos chegar? Em quanto tempo?

Prepare-se para apaixonar-se ainda mais por esta obra incrível que reflete junto
com outras ações o cumprimento da MISSÃO DA IGREJA DE CRISTO NA TERRA:
“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do
Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho
mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Amém.” Mateus 28:19-20

DE: Departamentos PARA: Ministérios


Quem somos? Como Estamos? Aonde Queremos Chegar?
E em quanto Tempo?

Essas são respostas que buscamos em um processo de transformação em qual-


quer esfera que ela aconteça. E, provavelmente, é uma das expectativas desta leitura.

PROPÓSITOS E ESTRUTURAS 9
1. Quem somos? Esta questão nos ajuda a pensar e agir de forma estruturada,
equilibrada, inovadora e ousada também. O melhor de tudo é adicionarmos:
Quem somos em Deus? Porque aqui nos achegamos à Sua vontade e tudo tem
outra perspectiva.

2. Como Estamos? Aqui é aquela parada para percepções, reflexões e até algumas
conclusões. Neste momento pensamos mais racionalmente. Quais são as nos-
sas forças, vitórias, conquistas e, também, o que falta em nós, nossas fragilida-
des e limitações. O que ganhamos e perdemos em nossa jornada. Esta avaliação
nos fornecerá informações valiosas para o próximo passo.

3. Onde Queremos Chegar? Bom, aqui somos convidados para imaginar o futuro.
Apontar e construir este futuro visualizando-o a partir do hoje, tendo conside-
rado os aprendizados e saldos do que concluímos. Quanto melhor fizermos a
reflexão de como estamos, maior será a probabilidade de se construir pontes
para onde queremos chegar. Por exemplo: Ponto A para Ponto B.

4. Em quanto tempo? Bem, o “futuro chama o tempo para conversar mais sério”
e a gente fala de prazos, datas e cronograma. Em nossa realidade, estamos
no sexênio de um ciclo novo de transformações não é mesmo? Mas a dica é
fasearmos, ano a ano... pois há ajustes a serem feitos no cronograma vivo de
nossas vidas.

E precisamos medir, avaliar e seguir. Planejar, implantar e transicionar abrangem


todas as opções acima.

INÍCIO DA FORMAÇÃO DO TIME


A PRIMEIRA REUNIÃO DO TIME – TODOS EM VOLTA DA MESA

O ano de 2022 acabara de começar... Primeira Reunião com a Secretaria Geral de Edu-
cação Cristã (SEGEC) e, sentados à mesa, encontravam-se sonhadores curiosos pelo
que estava por vir. Sem dúvida, um dos muitos times de liderança desta denominação
cinquentenária, perfis diferentes, teólogos, administradores, doutores, pedagogos,
gente simples, de sorrisos largos, alguns mais introvertidos, outros mais expansivos,
experiências incríveis, homens e mulheres... a maioria improváveis que Deus escolheu
a dedo por pura GRAÇA!

Sotaques e regiões distintas, mas que unidos por UM SÓ PROPÓSITO: UM NOVO


CICLO, precisavam apontar para o futuro com ações no presente, serem destemidos
e prudentes, inovadores e preservadores incondicionais de princípios, instigariam a
reinvenção e também a otimização do que já possuíam, ampliariam a visão sistêmica,

10 MINISTÉRIOS
geográfica e se aproximariam da realidade de cada macro região para procurar absor-
ver as necessidades e o momento em que estão e auxiliar no processo da transição
saudável, com o objetivo de fazer algo que contribua com o desenvolvimento dos
ministérios e o crescimento das igrejas locais.

A PRIMEIRA MINISTRAÇÃO

Chegaram como grupo, mas já na primeira ministração da Palavra inicia-se um pro-


cesso de transformação e uma equipe se estrutura. Era nítida a presença impactante
durante Palavra ministrada naquele dia... a Igreja Simples, Jesus lavando os pés dos
discípulos e voltando para a mesa... o Espírito Santo invadiu o ambiente de tal forma
que quando o medo tentou ter espaço logo foi dissipado dando lugar apenas ao te-
mor, pois naquele momento ficou muito claro que estar ali não tinha nada a ver com
capacidades, competências e sim com Ele, que se manifestaria na unidade da equipe,
na nossa dependência em nossos pontos fracos e na certeza de que toda competência
veio d’Ele e é para Ele.

Uma admiração e amor os conectava para algo maior. O desafio era gigante e che-
gava a assustá-los algumas vezes. Ao mesmo tempo o ordinário dá lugar ao EXTRAor-
dinário. Aquilo que só quem atende a um chamado sente e consegue descrever um
pouco do que sente... do poder do próprio Espírito que nos impulsiona a prosseguir. E
o time com propósitos vai tomando forma!

TUDO ACONTECENDO SIMULTANEAMENTE

Ao mesmo tempo em que os cenários e as necessidades se tornavam mais claros,


havia abertura para nos conhecermos, pois corações e ouvidos estavam abertos de
forma genuína e podiam aproveitar cada contribuição e perspectiva que chegava até o
time, somando, multiplicando, mas também dividindo e subtraindo. Todo ambiente de
co-criação precisa dar espaço para contribuições convergentes e divergentes. Líderes
sendo liderados de forma colaborativa em prol de um propósito maior!

As primeiras diretrizes da missão para a transição eram dadas e inspiravam mais ain-
da. Sim, várias vezes a dúvida pairava... o novo tem disso! Habitue-se, pois em sua igreja
local e em sua região também acontece isso durante processos de criação de algo novo.

Sempre que alguns ficavam atônitos, bem assustados, Deus usava alguém para
voltarem ao eixo, à praticidade e lembrava ao time que Ele estava no controle e é o
patrocinador do projeto.

“Vivemos tão intensamente até aqui e estamos ainda mais apaixonados do que na
primeira reunião”, disse Rosana Sá, Diretora Geral de Ministérios. Avançamos mais do

1º CICLO 2022 11
que imaginávamos e ainda há muito por fazer, mas agradecemos a Deus porque esta-
mos construindo um novo ciclo com propósitos sustentáveis e extraordinários.

Temos sido edificados por encontrar tantos lideres voluntários nas regiões, nas
igrejas locais, que servem com alegria e realizam-se nos seus chamados. Tem sido
lindo ver o agir de Deus. Muitos pastores e missionários(as) têm superado a ausência
de recursos, distâncias, abraçado a visão e feito a diferença, unindo-se e atuando em
suas igrejas locais e região. Temos visto muitos avanços. A Deus toda glória! A vocês,
meus queridos e amadas: honra e nossa gratidão!

Você é co-autor e co-autora nesta transição saudável, pois você conhece a sua rea-
lidade e a partir dela o Senhor te usará como resposta e edificação para esta geração!

O futuro chegou e agora?


Vamos construí-lo, juntos!

12 MINISTÉRIOS
D I R E T O R I A M I N I S T É R I O S

PROPÓSITO E ESTRUTURA

Acreditamos que todos, sem exceção, potencialmente possuem dons dados pelo
Espírito Santo e que são expressos concretamente na comunidade da fé e na socieda-
de em geral (ver 1 Coríntios 12.7; Efésios 4.7–16) através do serviço, dos ministérios.

Ministério é o serviço cristão realizado para melhor utilização e otimização dos


dons concedidos pelo Espírito Santo à Igreja de Cristo.

São identificados e organizados por vocação, gênero, necessidades, afinidades e/


ou ciclos de vida.

1º. CICLO – FASE 1: ATUAR NO APOIO À TRANSIÇÃO DE


DEPARTAMENTOS PARA MINISTÉRIOS
ESTRUTURA

Conselho Geral

Secretário Geral de
Educação Cristã

GCEU Ministérios IWE CPIMW

Coordenação Coordenação Coordenação Coordenação


Rede Master Rede MOVE Rede Start Rede Plus

Criação das Redes de Coordenação Ministeriais.

PROPÓSITO E ESTRUTURA 13
DIRETORIA GERAL DE MINISTÉRIOS

• Rede Start: Kids (crianças) e Conexão (Pré-Adolescentes)

• Rede Move: Fire (Adolescentes), Move (Jovens) e WMusic (Adoração)

• Rede Master: Homens, Mulheres, Casais e 60+

• Rede Plus: Os demais Ministérios

A Diretoria Geral de Ministérios é a área da Secretaria de Educação Cristã, que


atua com as redes ministeriais buscando entender as necessidades de cada ministério
e quais as opções para melhor funcionalidade.

MISSÃO

Estruturar ambientes de capacitação, comunicação, funcionalidade e sinergia entre os


ministérios, redes e o cuidado com a pessoa do líder voluntário, seu desenvolvimento
e mentoreamento.

PROPÓSITO

Equipar e inspirar de forma intencional, bíblica, e transformacional, a ativação de dons


e talentos em cada cristão na igreja local e sua inserção nos ministérios, proporcio-
nando frutificação, crescimento e ambientes saudáveis, multigeracionais e proféticos.

VISÃO DE FUTURO

Ser referência em apoio à funcionalidade e frutificação dos dons e ministérios através


das redes ao considerar as realidades em que estão inseridas.

Ser referência no cuidado e pastoreio dos líderes voluntários de forma intencional, cons-
tante e bíblica, inspirando-os pelo exemplo e mentoria ao auto-cuidado e amor ao próximo.

OBJETIVOS

• Apoiar a transição de nossa denominação para ministérios considerando as rea-


lidades regionais e locais.
• Produzir materiais de capacitação por ministério e temas.
• Criar indicadores que sejam norteadores de ações gerais e atuem nas necessida-
des das demandas locais e regionais.
• Capacitar Mentoreamento de Líderes de Ministérios
• Implantar Cultura de Cuidado da Pessoa do Líder Voluntário e de Feedback
• Criar Programa de Desenvolvimento de Líderes de Ministério

14 MINISTÉRIOS
REDE START

É a rede de mentoria, apoio e ativação profética e ministerial para os coordenadores,


líderes e voluntários do ministério com crianças e do ministério com pré-adolescentes
e para ativação e fortalecimento dos projetos e ações das bases de ministério, contri-
buindo também para o processo de transição da fase infantil para fase da pré-adoles-
cência de forma saudável.

MISSÃO:
Ativar, mentorear e discipular cada líder no desenvolvimento da sua atuação, na ativa-
ção das bases do ministério infantil e de pré-adolescentes de forma intencional, bíblica
e profética.

PROPÓSITO:
Desenvolver e empoderar uma liderança intencional que ative o seu chamado por
meio dos dons e ministérios na igreja, família e sociedade.

VISÃO DE FUTURO:
Ser uma referência na ativação e multiplicação de igrejas multigeracionais e formação
de uma liderança, intencional, voluntária, profética, criativa e discipuladora.

“Ativando a geração de crianças e pré-adolescentes para um START no


relacionamento com Jesus e sua palavra, e uma CONEXÃO diária com o
poder Sobrenatural do Espirito Santo.”

16 MINISTÉRIOS
M I N I S T É R I O

CRIANÇAS – START KIDS

START KIDS é a marca do ministério com crianças de 0 a 9 anos. Start é o início de


uma jornada de desenvolvimento da fase infantil até a chegada da fase da Pré-adoles-
cência, onde as crianças a partir de 10 anos são enviadas para o Ministério Conexão, e
a partir dessa transição são desafiadas a se conectar a uma nova fase de crescimento
na vida cristã.

MISSÃO:
Receber, Cuidar e Discipular cada criança em seu desenvolvimento bíblico, espiritual,
familiar e social, para um relacionamento intencional e fiel com Cristo, amando a Deus
e amando ao próximo baseado nos ensinamentos da Bíblia e na ativação profética dos
dons.

PROPÓSITO:
Ensinar com ludicidade cada criança de forma Intencional, Bíblica e Profética a com-
prometer-se com os princípios bíblicos, estimulando-a para que seja firme e prota-
gonista em seu ambiente geracional, incentivando ações de voluntariado e liderança
em cada criança para exercer o seu chamado por meio dos dons na igreja, família e
sociedade.

VISÃO DE FUTURO:
Ser uma referência de igreja geracional e liderança intencional, voluntária, profética
criativa e discipuladora, que evangeliza com ludicidade e ensina com princípios bíblicos
e valores cristãos, proporcionando uma transição saudável para a pré-adolescência.

18 MINISTÉRIOS
OBJETIVOS:
Implantação de BASES ministeriais, que são áreas estratégicas do ministério que pre-
cisam ser AATIVADA. Cada BASE é formada por ESTRUTURAS COMPARTILHADAS
que contém diversos projetos, programas e ações intencionais que visam a implanta-
ção da visão, o fortalecimento do propósito e a ativação da missão do ministério na
igreja local, na cidade e nas famílias.

• BASES do Ministério

• GESTÃO

• COMUNICAÇÃO

• EDUCAÇÃO

• COMUNHÃO

• CELEBRAÇÃO

• DISCIPULADO

• INCLUSÃO

• SOCIAL

OBJETIVO DE CADA BASE

• Gestão de Base: promover a organização da gestão de ministério: estratégias,


planejamento e financeiro. Gestão de formação de equipe: treinamentos, con-
ferências, seminários, cursos e encontros de alinhamento e gestão de conteúdo:
roteiro de atividades, produção de projetos, planner e calendário de programa-
ções.

• Comunhão de Base: promover ações e projetos de desenvolvimento da comu-


nhão em eventos, retiros espirituais, GCEU e integração.

• Educação de Base: promover ações e projetos de desenvolvimento na educa-


ção bíblica, teológica, ministerial, financeira e cidadã.

• Discipulado de Base: promover ações e projetos de Discipulado de aconselha-


mento, consolidação, relacionamento, proteção e evangelismo.

• Celebração de Base: promover ações e projetos de Celebração de cultos sema-


nais, oração, adoração, teatro e dança.

CRIANÇAS – START KIDS 19


• Social de Base: promover ações e projetos sociais de missões, saúde, esporte,
tecnologia, serviços e campanhas.

• Inclusão de Base: promover ações e projetos de inclusão em libras, acessibilida-


de e deficiências.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Fortalecimento da Marca Start KIDS como identidade visual do ministério

• Desenvolvimento da Turminha do Wesley como ferramenta lúdica de evangelis-


mo e aprendizagem bíblica.

• Equipar uma equipe de líderes e voluntários para atuar em programações, culto


de celebração Kids e Escola Bíblica.

• Promoção da igreja Multigeracional, destacando estrutura, funcionalidade e re-


sultado.

• Desenvolvimento de um ambiente bíblico, profético e intencional.

• Ativação das 4 Bases de prioridade do ministério: Comunhão, Educação, Cele-


bração e Discipulado.

• Conscientizar as famílias da importância do ministério com crianças e suas ativi-


dades.

• Fortalecimento do Ministério na redes sociais e impressos.

• Transição do Conceito de Salinha para Culto KIDS no espaço START.

• Implantação da Robótica Kids como ferramenta de evangelismo e ensino bíblico


intencional.

• Desenvolvimentos dos projetos e ações das bases ministeriais de Comunhão,


Educação, Celebração, Discipulado, Social e Inclusão.

• Organizar o ministério em faixas etárias

ᴥ Baby até 1 anos e 11 meses

ᴥ Maternal, 2 a 3 anos

ᴥ Jardim 4 a 5 anos

ᴥ Primários 6 a 7 anos

ᴥ Plugados 8 a 9 anos

20 MINISTÉRIOS
ATRIBUIÇÕES PERSONALIZADAS DO LÍDER DO MINISTÉRIO COM CRIANÇAS

• Divulgar a marca START Kids na igreja, cidade e na família.

• Divulgar a Turminha do Wesley como ferramenta lúdica

• Selecionar, montar e orientar uma equipe de líderes e voluntários

• Implantar a igreja Multigeracional nos cultos semanais com apoio do Pastor

• Incentivar a visão profética do sobrenatural de Deus na vida das crianças

• Incentivar a ativação das 4 Bases de prioridade do ministério: Comunhão, Educa-


ção, Celebração e Discipulado.

• Produzir materiais visuais que estimulem a promoção do ministério para os pais

• Fortalecer o Ministério nas redes sociais (com frequência) e impressos.

• Desenvolver encontros de orientação e aconselhamento para família, pais e


mães.

• Preparar Espaço físico, lúdico e intencional para realização dos Cultos

• Transacionar de Conceito de Salinha para Culto KIDs no espaço START.

• Implantação da Robótica Kids como ferramenta de evangelismo e ensino bíblico


intencional.

• Desenvolver projetos e ações das bases ministeriais de Comunhão, Educação,


Celebração, Discipulado, Social e Inclusão.

• Divulgar a literatura do currículo infantil da editora CPIMW para promoção da


educação cristã

• Promover encontros de treinamento e alinhamento da equipe de voluntários

• Aplicar o calendário de datas comemorativas e desenvolver projetos para datas


específicas.

• Praticar uma liderança Intencional, discipuladora, criativa, bíblica e profética.

• Organizar o ministério em faixas etárias

ᴥ Baby até 1 anos e 11 meses

ᴥ Maternal 2 a 3 anos

ᴥ Jardim 4 a 5 anos

ᴥ Primários 6 a 7 anos

CRIANÇAS – START KIDS 21


ᴥ Plugados 8 a 9 anos

ESTRATÉGIAS E FERRAMENTAS
MINISTÉRIO COM CRIANÇAS

Base Ministerial EDUCAÇÃO


LAB ATIVE. (Projetos, ações e Ideias)

1. Escola Bíblica Dinâmica

2. Academia Kids

3. Escola de Voluntários Kids

4. Culinária Kids

5. Oficina de Artes

6. Olimpíadas Bíblicas

7. Teologia Kids

Base Ministerial EDUCAÇÃO


LAB LIST de Ferramentas

1. Livro Pastoreando o coração da criança de Tedd Tripp_Editora Fiel

2. Livro Educação por princípios de Alcione Souza_Editora aecep

3. Livro Princípios do Ensino de Sam Doherty_Editora Apec

4. Livro Campo De Batalha Da Mente Para Crianças de Joyce Meyer_Editora Bello

5. Livro Educação Cristã na Infância de Vanessa de Magalhães_Editora ADSantos

6. Livro Ensinando a Fé Cristã às Crianças de Telma Bueno_Editora CPAD

7. Livro Por que as Crianças Precisam da Educação Cristã de Douglas Wilson_Edi-


tora Monergismo

8. Livro As 5 Linguagens Do Amor Das Crianças Livro de Gary Chapman_Editora


Mundo Cristão

9. Bíblia De Recursos Para O Ministério Com Crianças_Editora Hagnos

10. Bíblia NTLH - Estudo Kids - Mundo de Otávio_Editora SBB

22 MINISTÉRIOS
11. A Bíblia Para Minecrafters_Editora bvbooks

12. Canal no Youtube /OMUNDODEOTAVIO

13. Canal no Youtube /OMundodeOlívia

14. Canal no Youtube /SuperbookBrasil

15. Siga /institutowesleyano/

16. Siga /clubinhojesusevida/

17. Siga /criancavemcommanual.oficial/

Base Ministerial DISCIPULADO


LAB ATIVE. (Projetos, ações e Ideias)

1. Esquadrão da Proteção

2. Gabinete Coletivo

3. PenseKIDS

4. Plug 9

5. GD Grupo Discipulador

6. Devocional Pais e filhos

7. Mãos que oram

8. #ProtejaMAIS

Base Ministerial DISCIPULADO


LAB LIST de Ferramentas

1. Livro Como Flechas de Luciano e Kelly Subirá_Editora EDILAN.

2. Livro Pais Intencionais de Lucas e Jackeline Hayashi_Editora Quatro Ventos


Ltda

3. Livro Espiritualidade em família de Michelle Anthony_Editora Mundo Cristao

4. Livro Manual de Prevenção à Violência Sexual Infantil de Carolina Vargas_Edi-


tora CPIMW

5. Livro Evangelização e Discipulado Infantil de Débora Ferreira_Editora CPAD

6. Histórias para o Discipulado Infantil de Tânia Adel_Editora ADSantos

CRIANÇAS – START KIDS 23


7. Livro A formação de um discípulo de Keith Phillips_Editora Vida

8. Livro Pastoreando as Crianças desta geração de Claudia Guimarães_Editora


Vida

9. Livro Pescadores de Crianças de Charles H. Spurgeon_Editora Penkal

10. Discipulado Infantil Teologia e Prática de Jean Porto dos Santos_Editora Betel

11. Almanaque Turma do Wesley_Editora CPIMW

24 MINISTÉRIOS
M I N I S T É R I O

PRÉ-ADOLESCENTES –
CONEXÃO

CONEXÃO é a marca do ministério com Pré-adolescentes de 10 a 13 anos. Conexão


é a ligação, união e vínculo de uma experiência profética, bíblica e intencional do pré-
-adolescente no desenvolvimento da sua maturidade.

MINISTÉRIO COM PRÉ-ADOLESCENTES

MISSÃO:
Receber, potencializar e discipular cada pré-adolescente em seu desenvolvimento bí-
blico, espiritual, familiar e social, para um relacionamento intencional e fiel com Cristo,
amando a Deus e ao próximo com base nos ensinamentos da Bíblia e na aplicação
profética dos dons.

PROPÓSITO:
Ativar cada pré-adolescente de forma Intencional, Bíblica e profética a comprome-
ter-se com os princípios bíblicos, tornando-se firme e atuante em seu ambiente ge-
racional, desenvolvendo ações de voluntariado e liderança, para cumprimento do seu
chamado por meio do exercício dos dons na igreja, família e sociedade.

26 MINISTÉRIOS
VISÃO DE FUTURO:
Ser uma referência de igreja geracional e liderança intencional, voluntária, profética
criativa e discipuladora, que evangeliza, ensina com princípios bíblicos e valores cris-
tãos, proporcionando uma transição saudável para a adolescência.

OBJETIVOS:
Implantação de BASES ministeriais que são áreas estratégicas do ministério que pre-
cisam ser ATIVADAS. Cada BASE é formada por ESTRUTURAS COMPARTILHADAS
que contém diversos projetos, programas e ações intencionais que visam a implanta-
ção da visão, o fortalecimento do proposito e a ativação da missão do ministério na
igreja local, na cidade e nas famílias.

• BASES do Ministério

• GESTÃO

• COMUNICAÇÃO

• EDUCAÇÃO

• COMUNHÃO

• CELEBRAÇÃO

• DISCIPULADO

• INCLUSÃO

• SOCIAL

OBJETIVO DE BASE

• Gestão de Base: promover a organização da gestão de ministério: estratégias,


planejamento e financeiro. Gestão de formação de equipe: treinamentos, con-
ferências, seminários, cursos e encontros de alinhamento e gestão de conteúdo:
roteiro de atividades, produção de projetos, planner e calendário de programa-
ções.

• Comunhão de Base: promover ações e projetos de desenvolvimento da comu-


nhão em eventos, retiros espirituais, GCEU e integração.

PRÉ-ADOLESCENTES – CONEXÃO 27
• Educação de Base: promover ações e projetos de desenvolvimento na educação
bíblica, teológica, ministerial, financeira e cidadã.

• Discipulado de Base: promover ações e projetos de Discipulado de aconselha-


mento, consolidação, relacionamento, proteção e evangelismo.

• Celebração de Base: promover ações e projetos de Celebração de cultos sema-


nais, oração, adoração, teatro e dança.

• Social de Base: promover ações e projetos sociais de missões, saúde, esporte,


tecnologia, serviços e campanhas.

• Inclusão de Base: promover ações e projetos de inclusão em libras, acessibilida-


de e deficiências.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Fortalecer a Marca CONEXÃO como identidade visual do ministério

• Equipar uma equipe de líderes e voluntários para atuar em programações, culto


de celebração CONEXÃO e Escola Bíblica.

• Promover a igreja Multigeracional, destacando, estrutura, funcionalidade e re-


sultado.

• Desenvolver um ambiente saudável, bíblico, profético e intencional para pré-a-


dolescentes e também dar enfoque a sua identidade e chamado.

• Ativar as 4 Bases de prioridade do ministério: Comunhão, Educação, Celebra-


ção e Discipulado.

• Conscientizar as famílias da importância do ministério com pré-adolescentes e


suas atividades.

• Fortalecer o Ministério nas redes sociais (frequência) e impressos.

• Transicionar do Conceito de Salinha para Culto Geracional no espaço apropriado


para essa geração.

• Desenvolver projetos e ações das bases ministeriais de Comunhão, Educação,


Celebração, Discipulado, Social e Inclusão.

28 MINISTÉRIOS
ATRIBUIÇÕES DO LÍDER DO MINISTÉRIO COM PRÉ-
ADOLESCENTES

• Divulgar a marca CONEXÃO na igreja, cidade e na família.

• Selecionar, montar e orientar uma equipe de líderes e voluntários

• Implantar a igreja Multigeracional nos cultos semanais com apoio do Pastor

• Incentivar a visão profética do sobrenatural de Deus na vida dos Pré-Adolescen-


tes

• Incentivar a ativação das 4 Bases de prioridade do ministério: Comunhão, Educa-


ção, Celebração e Discipulado.

• Produzir materiais visuais que estimulem a promoção do ministério para os pais

• Fortalecer o Ministério na redes sociais e impressos.

• Desenvolver encontros de orientação e aconselhamento para família, pais e


mães.

• Preparar Espaço físico, criativo e intencional para realização dos Cultos

• Facilitar a transição do Conceito de Salinha para Culto Geracional com Pré-Ado-


lescente.

• Desenvolver projetos e ações das bases ministeriais de Comunhão, Educação,


Celebração, Discipulado, Social e Inclusão.

• Divulgar a literatura do currículo para pré-adolescente da editora CPIMW para


promoção da educação cristã

• Promover encontros de treinamento e alinhamento da equipe de voluntários

• Aplicar o calendário de datas comemorativas e desenvolver projetos para datas


específicas.

• Praticar uma liderança Intencional, discipuladora, criativa, bíblica e profética.

PRÉ-ADOLESCENTES – CONEXÃO 29
MOVE

É a rede de mentoria, apoio, ativação profética e ministerial para os coordenadores,


líderes e voluntários dos ministérios com adolescentes, jovens e de música.

A NOSSA MISSÃO:
(POR QUE NÓS EXISTIMOS?)

Potencializar a força jovem e ajudar artistas a fortalecer sua identidade em Cristo,


reconhecer o seu propósito no Reino de Deus, desenvolver seus talentos e habilida-
des para servir em suas igrejas, famílias e sociedade, glorificando a Deus em tudo e
fazendo a diferença nesta geração

PROPÓSITO:
(O QUE BUSCAMOS ALCANÇAR?)

Ser um movimento que mostra a sua força e identidade em Cristo no exercício do seu
chamado e vocação, vivendo seu propósito e em unidade com o fim exclusivo de tor-
nar o nome de Jesus conhecido para salvação de todo aquele que n’Ele crer.

VISÃO DE FUTURO:
(COMO QUEREMOS SER RECONHECIDOS?)

Ser um movimento relevante e estruturado de ARTISTAS, JOVENS E ADOLESCEN-


TES que são resposta para as tendências desse tempo em todos os ambientes em que
estiverem. Reconhecidos discípulos de Cristo, com bases bíblicas para suas decisões
práticas, ocupando as esferas de influência desta geração e deixando um legado para
as gerações futuras.

move 31
OBJETIVOS:
(O QUE FAZER PARA CUMPRIR NOSSA MISSÃO?)

• Incentivar o crescimento espiritual e a unidade

• Promover projetos que disseminem a visão e a unidade

• Identificar e Potencializar os dons e talentos

• Apoiar, equipar, qualificar e potencializar o artista, jovens e adolescentes das


igrejas locais

• Inspirar, cuidar e mentorear as lideranças de jovens, adolescentes e música.

ESTRATÉGIAS
1. Conhecer e mapear a realidade dos ministérios na igreja local e seu entorno
(entender para atender e servir)

2. Apoiar e inspirar as lideranças dos ministérios geral e regional

3. Elaborar um planejamento para o cuidado dos liderados e membros da equipe

4. Desenvolver projetos que visam a unidade e integração dos ministérios da rede


em âmbito nacional e internacional.

32 MINISTÉRIOS
M I N I S T É R I O

ADOLESCENTES – FIRE

FAIXA ETÁRIA: A PARTIR DOS 14 ANOS.


A adolescência é uma fase de transições e desafios. Líderes de adolescentes são sem-
pre desafiados a permanecerem atentos às mudanças que os adolescentes enfrentam
e como reagem individual e coletivamente.

Eles estão sempre antenados, mudanças e novidades que acontecem no mundo


chegam rapidamente em suas mãos na tela de um celular. Nós desejamos colocar no
coração de nossos adolescentes o mesmo ardor que queimou no coração de John
Wesley.

NOSSA MISSÃO:
Formar adolescentes fiéis a Deus e a Sua Palavra, Inspirando-os a serem modelos
para os demais. Fortalecer e reconectar o padrão de família em seus corações e criar
um ambiente onde eles possam ter a experiência do Coração aquecido, serem trans-
formados e transformarem outros.

Nossa missão é Formar, Inspirar, Reconectar e possibilitar a Experiência

PROPÓSITO:
Criar uma cultura de cuidado que leve o adolescente a exercer a comunhão com
seus irmãos, criando vínculos e laços para a vida e a importância do compartilhar uns

34 MINISTÉRIOS
com os outros, espalhando assim as boas novas de Cristo e mostrando seu amor as
pessoas.

Mostrar que o servir é uma ferramenta que aproxima e nos faz exercer na prática
os dons que Jesus colocou em nós. Formar um ambiente de ensino que os leve à com-
preensão de uma adoração que seja real, e a experiências com Jesus.

Nossa declaração de propósito é baseada nos cinco propósitos de Rick Warren,


escritos no livro uma igreja com propósitos – Comunhão, Discipulado, Evangelismo,
Serviço e Ensino

VISÃO DE FUTURO:
Ser referência em preparo e apoio aos adolescentes para serem universitários ou o
que desejarem ser, permanecendo firmes na fé e no testemunho de Cristo, sendo luz
e referência em qualquer esfera da sociedade que estiverem inseridos. Curados emo-
cionalmente e com compreensão da paternidade divina. Gerando jovens despertados
para intencionalidade de suas ações e liderança. Um cuidado orgânico, natural e com
frutos.

OBJETIVOS:

• Orientar e discipular os adolescentes

• Relacionamentos fortes entre os adolescentes e entre os líderes e os adolescen-


tes

• Aproximar-se das famílias e entender a realidade para apoiar os adolescentes que


tem pais separados, não possuem um dos pais, ou tenham outra situação que
gere cuidado e atenção.

• Desenvolver adolescentes, formando-os e preparando-os, para que eles tenham


oportunidade de trabalhar na equipe do ministério Fire.

• Programar com intencionalidade cada ação com eles.

• Gerar vínculos verdadeiros. Criar com sua equipe de adolescentes uma rotina de
encontros fora dos cultos, tornando o relacionamento mais orgânico e natural.

ADOLESCENTES – FIRE 35
ATRIBUIÇÕES DO LÍDER
Formar Equipe na Igreja Local - O líder precisa formar sua equipe que será composta
de:

1. Co-Líder – Será uma espécie de Líder em Treinamento. Precisa ser um adoles-


cente para que seja treinado como líder. Não podemos fazer programações sem
perder a referência do Adolescente. Ele precisa ter voz.

2. Diretor(a) de Programação (Estruturar a programação dos encontros periódi-


cos, acompanhar o desenvolvimento e avaliar cada encontro a fim de manter os
pontos positivos e corrigir o necessário)

3. Financeiro (contas a pagar e receber) - controle da movimentação financeira

4. Integração e Acolhimento (identificar as pessoas, registrar, criar vínculos, sis-


tematizar e criar base de dados para relacionamento e geração de vínculos sau-
dáveis)

5. Comunicação e Conexão (produzir conteúdo direcionado ao público alvo de


cada ministério e/ou ações comunicar com qualidade a fim de que as pessoas
se sintam percebidas e não bombardeadas, promova interação e analise a re-
ceptividade e engajamento)

Conhecer e mapear a realidade do ministério na igreja local e seu entorno (entender para
atender e servir) - Entender o que acontece na localidade onde vivem. Que tipo de
programações acontecem na igreja, qual a característica das famílias dos adolescentes
da igreja local.

Elaborar um Planejamento e Plano de Ação para o Ministério como um todo em sin-


tonia com o ministério pastoral da igreja local. - Seja intencional com seu ministério.
Olhe para onde caminha a igreja local e junto com a visão estabelecida para a igreja
pelo seu pastor, defina sua visão para o ministério de adolescentes

Elaborar um Planejamento para o Cuidado dos Liderados/Membros da Equipe - Um


líder que conhece o ambiente onde está inserido precisa pensar em como crescer e
avançar neste ambiente. Planeje ações de curto, médio e longo prazo. Você precisa
pensar se quer trazer de volta adolescentes que saíram, ou se vai investir em evan-
gelismos, ou se seu foco será um culto e um ambiente para eles na igreja. Para isso é
preciso planejamento.

Definir e aplicar parâmetros (estabelecer indicadores) e avaliar a funcionalidade


do ministério. Gerar informações quantitativas e qualitativas a fim de manter e/ou
alterar rotas de sua liderança - O líder deve fazer avaliações constantes. Gerar pes-

36 MINISTÉRIOS
quisa e indicativos de que seu trabalho tem alcançado os objetivos propostos. Colher
entre os adolescentes suas opiniões sobre programações, Gceu e cuidado. Mapear e
entender a região onde vivem e onde a igreja está inserida. Assim facilitará a aplicação
de seu planejamento e a verificação da constante evolução.

Identificar as redes de apoio disponíveis ao seu ministério, conectar-se efetivamen-


te à elas e atuar de forma colaborativa - O Líder deve estar ciente de que há uma
rede de cuidado próxima a ele. Tendo seu coordenador da Rede como primeira pessoa
a quem recorrer em caso de dificuldade por ser seu líder direto. Caso seja necessário,
procurar seu pastor local e os apoios regionais da Rede.

ESTRATÉGIAS E SUGESTÕES PARA O


FUNCIONAMENTO DO MINISTÉRIO

• Encontro semanal dos adolescentes num ambiente deles, onde cantem, preguem
e desenvolvam seus dons;

• Conectá-los a um Gceu. O pequeno grupo é o melhor ambiente para crescimen-


to e desenvolvimento dos seus adolescentes, além de comunhão, no pequeno
grupo eles terão um cuidado mais aproximado;

• Criar um ministério de louvor, artes (dança, teatro) formado por adolescentes.


É bom colocá-los para aprenderem e exercerem ministérios que já existem na
igreja. Assim vão aprendendo e crescendo com isso;

• Programar passeios e momentos de lazer é muito necessário. Não resuma sua


atuação com eles a realização de cultos. Crie um ambiente de comunhão entre
eles;

• Retiro dos adolescentes traz um fortalecimento espiritual muito significativo.

• Crie o “Fora da Rotina” e movimente sua igreja num ambiente de brincadeira e


jogos. Onde o intuito é criar laços. Este momento pode ter oração e palavra dire-
cionada, mostrando o objetivo do encontro.

SUGESTÃO DE LITERATURA

• Ministério com Jovens – Pr. Marcos Madaleno – é uma boa leitura para quem
quer entender da rede de Jovens;

• Faaaaalaaa Galera Jesus Copy – 50 dias copiando Jesus – Pr. Douglas Gonçalves;

ADOLESCENTES – FIRE 37
• Criative-se – Pr. Marcos Madaleno

• O custo do discipulado – Jonas Madureira

• Relacionamento Discipulador – Diogo Carvalho

• 37 qualidades de um líder que ninguém esquece – Pr. Jousé Gonçalves

• Enraizado – Os lugares escondidos onde Deus desenvolve você – Banning Liebs-


cher

38 MINISTÉRIOS
M I N I S T É R I O

JOVENS – MOVE

PÚBLICO-ALVO: JOVENS A PARTIR DE 18 ANOS.


A juventude é uma das fases mais desafiadoras da vida. É bem nessa fase que se aflo-
ram questões acerca da vida e elas surgem com muito mais peso e responsabilidade:
a dúvida da carreira a ser escolhida, os desafios da inserção no mercado de trabalho,
da vida acadêmica, conflitos de responsabilidade financeira, entre muitos outros, são
inseguranças que a maioria dos jovens enfrentam.

Adicionado a tudo isso, o fator emocional tem destaque nos conflitos internos e de
relacionamentos. Nesse período, escolhas de namoro com enfoque no casamento e o
desejo de construir uma família se inicia para muitos jovens. Opa! Para alguns, o lidar
com as frustrações por deslikes ou decisões mal feitas também vem à tona. E aqui vai
uma reflexão para a igreja: “o que nós podemos fazer para contribuir positivamente
para o crescimento destes jovens?”.

Assim, depois de muita reflexão, oração, pé no chão, base na Palavra, criatividade,


regado de amor aos jovens, nasceu o Move, a marca do ministério com jovens.

A NOSSA MISSÃO:
(POR QUE NÓS EXISTIMOS?)

Elevar o jovem ao crescimento espiritual, fortalecer suas bases e estimular um am-


biente para experiências dele com Cristo, com a igreja e pessoas que vivem realidades
similares a sua, para que seus conflitos sejam entendidos e clarificados. Como conse-

40 MINISTÉRIOS
quência, que seus próximos passos sejam sempre mais seguros e pautados no querer
de Deus para sua vida.

PROPÓSITO:
(O QUE BUSCAMOS ALCANÇAR?)

Ser uma juventude que gera vida em todos os ambientes que estiver inserida. Que
busca ativar e potencializar em cada jovem experiências profundas para que cresçam
em Deus e transformem esta geração à luz da palavra.

Uma juventude MOVIDA para gerar VIDA!

VISÃO DE FUTURO:
(COMO QUEREMOS SER RECONHECIDOS?)

Ser reconhecido pela sociedade, pela comunidade local, pelos jovens e demais gera-
ções que convivemos por proporcionarmos um ambiente incrível, simples, moderno
e estruturado em bases bíblicas e sólidas que é capaz de dar suporte e repostas aos
jovens e às suas demandas, com escuta ativa, acolhedora, cuidado e pastoreio mútuo,
potencializando-os a frutificarem em seus dons e talentos, estimulando-os ao conhe-
cimento e amor a Deus e engajando-os ao serviço ao próximo, vivendo o evangelho
em sua plenitude.

OBJETIVOS:
(O QUE FAZER PARA CUMPRIR NOSSA MISSÃO?)

• Incentivar o crescimento espiritual na vida do jovem Cristão, através de vigílias,


encontros de oração em montes e participação em cultos de ensino e escolas
bíblicas.

• Promover atividades complementares fora do ambiente eclesiástico para favore-


cer a comunhão entre a juventude.

• Acolher o jovem cristão em todas as suas questões à luz da palavra.

• Ajudar a lidar com os desafios que a juventude trás na vida acadêmica, profissio-
nal e social e a vencer estes desafios em Deus.

jovens – move 41
• Potencializar o jovem, levando-o a alcançar níveis mais elevados e profundos
com Deus e no que deseja envolver-se.

• Incentivar o jovem a viver uma vida pura, longe das imoralidades que o mundo
tem a oferecer, clarificando os benefícios de esperar em Deus e por suas pro-
messas.

• Despertar os dons e talentos no jovem e encaminhá-lo a áreas ministeriais com o


intuito de gerar novos obreiros cada vez mais capacitados para a obra de Deus.

• Inspirar o jovem a ser parte ativa da igreja local, trabalhando no seu nicho (entre
jovens), porém em outros ministérios também, envolvendo-se de forma multige-
racional uma vez que a vida é vivida com várias gerações simultâneas.

ATRIBUIÇÕES
FORMAR EQUIPE LOCAL!

Composta por cinco pilares (Podendo ser ampliado de acordo com as necessidades e
demandas da igreja local).

• Secretaria: ponte entre líderes e liderados, contato com recém-chegados ao mi-


nistério e relatórios de atividades.

• Direção de Cultos: elabora o roteiro das programações, contato com envolvidos


nas estruturas de atividades, responsável pela equipe de ornamentação, etc. Sua
função é garantir que a atividade, culto ou evento aconteça do modo mais orga-
nizado possível.

• Comunicação: gestão de redes sociais, captação de áudio, imagens e vídeos,


criação de conteúdos digitais.

• Administração: controle de caixa do ministério, se existir a necessidade; contato


com fornecedores para alguma atividade, se existir a necessidade; contabilidade
de arrecadações de ofertas e/ou lucros de cantinas, se existir a necessidade.

• Evangelismo: direção de atividades evangelísticas; acompanhamento de novos


membros; recepção e cuidado com as pessoas que chegam a qualquer atividade
MOVE.

42 MINISTÉRIOS
Observe se reconhece na liderança de jovens algumas características: responsabili-
dade, bons relacionamentos, comunica-se bem, criatividade e disponibilidade. Ser uma
pessoa sonhadora poderá levar essa liderança a outros patamares também.

1. Conhecer e mapear a realidade do ministério na igreja local e seu entorno (en-


tender para atender e servir)

2. Elaborar um planejamento para o ministério como um todo, em sintonia com o


ministério pastoral da igreja local. Andar lado a lado com seu pastor

3. Elaborar um planejamento para o cuidado dos liderado/membros da equipe

4. Definir e aplicar parâmetros (estabelecer indicadores) e avaliar funcionalidade


de ministério. Gerar informações quantitativas e qualitativas a fim de manter e/
ou alterar rotas da sua liderança.

5. Identificar as redes de apoio disponíveis ao seu ministério, conectar-se efetiva-


mente com elas e atuar de forma colaborativa.

ESTRATÉGIAS, REFLEXÕES E SUGESTÃO DE LEITURAS


É necessário que o(a) líder de jovens tenha criatividade e dinamismo e, acima de tudo,
jamais deixe suas programações restritas apenas a atividades de culto. Por vezes,
encontramos líderes se questionando da falta de engajamento de sua juventude, e
quando paramos para analisar suas ações, percebemos que a programação pode estar
sendo metódica e restrita às quatro paredes do templo.

O jovem tem vida e vigor e estas características precisam ser potencializadas. Lem-
bre-se que o jovem tem muito acesso ao que o mundo tem a oferecer na roda de ami-
gos, trabalho, escola ou faculdade, e nem sempre este jovem tem maturidade e força
para suportar estes banquetes que o mundo oferece. Por isto, é fundamental que o
ministério crie todos os tipos de ambientes saudáveis possíveis dentro do contexto
cristão. Como as atividades abaixo, por exemplo:

• GCEU: os pequenos grupos trazem comunhão e proximidade

• MOVE PLAY: Futebol que pode acontecer duas vezes ao mês. Neste dia de co-
munhão e diversão uma palavra pode ser trazida por algum jovem, e em seguida
uma boa conversa e interação pode ser cultivada.

• MOVE ADVENTURE: Um passeio a algum local escolhido pela própria juventu-


de, que pode acontecer uma vez ao mês. O diretor de programação/culto pode
programar para que os jovens levem jogos, bola, etc. Está e uma rica oportuni-
dade de comunhão.

jovens – move 43
• Resenha MOVE: A resenha é um encontro que acontece na igreja com dois lou-
vores e uma breve palavra de 20 a 30 minutos. A ideia é ser uma atividade mais
informal. Ao final da atividade, jogos de tabuleiro, ou até mesmo vídeo games,
podem ser colocados em lugares específicos. Cada jovem pode levar algo para
um lanche no final. E o mais importante: a comunhão precisa ser cultivada!

• Culto MOVE: O conhecido mas RENOVADO culto de jovens com uma progra-
mação (louvores, palavra, teatros etc.) direcionada ao publico jovem.

• Encontros de líderes: É essencial que o(a) líder do ministério de jovens promova


pelo menos um encontro mensal com sua equipe de líderes.

• Leituras indicadas:

ᴥ Ministério com jovens – Marcos Madaleno.

ᴥ Criative-se – Marcos Madaleno.

ᴥ Deus te fez de PROPÓSITO – Douglas Gonçalves.

44 MINISTÉRIOS
M I N I S T É R I O

W MUSIC

A NOSSA MISSÃO:
(POR QUE NÓS EXISTIMOS?)

Zelar pela excelência da música e pelo conhecimento bíblico no louvor e adoração com
a finalidade de realizar a proclamação do evangelho através da música e das artes.

PROPÓSITO:
(O QUE BUSCAMOS ALCANÇAR?)

Direcionar e qualificar nas áreas do louvor e adoração, estimular a criatividade dos


artistas, promover a formação do músico com princípios bíblicos para se tornarem
músicos habilitados e servirem com excelência.

VISÃO DE FUTURO:
(COMO QUEREMOS SER RECONHECIDOS?)

Ser uma igreja de referência em excelência musical e saúde bíblica na área do louvor
e da adoração. Ser uma referência de produção artística que influencie o mundo ex-
pressando a nossa cosmovisão cristã.

46 MINISTÉRIOS
OBJETIVOS:
(O QUE FAZER PARA CUMPRIR NOSSA MISSÃO?)

• Criar curso ministerial de música para leigos

• Criar curso com especialização em música pelo IWE

• Criar cursos com temas e demandas específicas referentes a equipes de louvor

• Oferecer ferramentas de apoio aos músicos da igreja local

• Inspirar, cuidar e mentorear as lideranças de música.

ATRIBUIÇÕES
1 – PRÓPOSITO DA EQUIPE DE MÚSICA LOCAL!

Ser uma equipe cujo propósito e desejo é levar as pessoas a Deus em adoração abne-
gada, discreta e com habilidade. Ser músicos separados com o propósito de liderar o
povo de Deus na adoração.

2 – OS VOLUNTÁRIOS DO MINISTÉRIO DA MÚSICA DEVERÃO SE COMPROMETER EM:

• Cristãos nascidos de novo, exibindo uma caminhada saudável e crescente


como adoradores de Jesus, que estão liderando outros na adoração ao nosso
Deus - Um incrédulo é incapaz de adorar a Deus e, portanto, liderar a adoração.
Não se pode liderar outros onde ainda não se esteve. Não estamos apenas ten-
tando construir uma banda; também estamos formando uma equipe de adora-
dores.

• Ter comunhão regular com Deus - Tendo tempo para conhecê-Lo mais através
de Sua Palavra, oração, adoração pessoal, etc. a culminação de uma semana vi-
vida em adoração. Deve ser um estilo de vida, de louvar continuamente nosso
Criador e submeter-se à Sua vontade.

• Ser espiritualmente maduro e obediente à Palavra de Deus – querendo ou não,


todos os envolvidos no ministério de adoração e/ou “à frente” durante um culto,
são vistos pela congregação como líderes e, como tal, devem exemplificar uma
caminhada crescente com Cristo, tanto dentro como fora dos muros da igreja.
A equipe de louvor recebe muita atenção por causa da própria natureza do que
fazemos. É um papel muito público e de responsabilidade. E se não for controla-
do, pode ser fácil começar a acreditar que somos especiais ou melhores do que

W Music 47
aqueles que lideramos. Segue-se então que devemos nos esforçar para viver
vidas dignas da posição e visibilidade que Deus nos concedeu.

• Adorar enquanto lidera a adoração – Devemos liderar pelo exemplo, direcio-


nando nossos corações e paixão para Ele, em expressões físicas e autênticas de
adoração. A preparação é uma grande parte disso. Se você está lutando para
seguir os acordes ou ler as letras de sua partitura, seu foco não estará em Deus.

• Submeter-se à liderança pastoral da igreja - A natureza deste ministério tam-


bém requer um forte compromisso com as pessoas desta igreja. Devemos nos
lembrar de sempre vir com uma atitude de servo.

• Comunicar de forma eficaz - Tem dúvidas? Tem uma nova ideia? Fica distraído
ou frustrado? Algo te incomodando? Fale à liderança. Informe o líder da equipe
sobre quaisquer preocupações, mudanças no cronograma, possíveis ausências,
emergências ou doenças. Tenha o número do celular do líder da equipe em seu
celular. Estamos aqui para servir e equipá-lo para crescer e ter sucesso como um
seguidor apaixonado de Jesus.

• Músicos habilidosos – Assim como alguns são chamados para alcançar e outros
não, alguns são chamados para liderar o culto musical e outros não. Há exemplos
bíblicos em que indivíduos foram separados para liderar o povo na adoração
porque eram habilidosos. Em espírito de oração, considere se esta é sua área de
vocação. O ministério de música não é o lugar para você aprender a tocar seu
instrumento ou aprender a cantar.

• Esteja comprometido com a excelência musical – aprenda sua música, aprimore


suas habilidades continuamente. Cresça e pratique suas habilidades, pois Deus
merece o nosso melhor. Não estamos procurando a perfeição, pois isso não é
necessário para servir a Deus, mas esperamos que você seja proficiente e esteja
sempre preparado. Você tem que estar disposto a dar a Ele o seu melhor. Prati-
que em casa e leve o compromisso a sério. Lembre-se de que notas erradas, can-
to ruim e música abaixo da média podem distrair os outros de se concentrarem
em Deus tão facilmente quanto alguém que está ‘se exibindo’ ou se apresentan-
do. Isso também pode interromper o movimento do Espírito Santo em um culto
de adoração. E certamente não queremos limitar o que Deus fará simplesmente
porque não podemos lidar com isso musicalmente.

• Comprometa-se com os ensaios – os programados para o domingo de manhã


serão obrigados a comparecer ao ensaio durante a semana. Nosso objetivo é nos
desenvolver como músicos, como uma equipe e crescer como líderes de adora-
ção. Até músicos profissionais entendem a importância de ensaiar juntos.

48 MINISTÉRIOS
• Esteja preparado – venha para os ensaios e cultos preparado musicalmente,
ouvindo e praticando músicas com antecedência, e tendo todas as suas músicas
prontas e em ordem. Isso também inclui ser pontual – chegue cedo o suficiente
para configurar o equipamento de maneira que a equipe possa começar pronta-
mente no horário planejado. Ser pontual reflete seu nível de comprometimento.
Entendemos que imprevistos acontecem, portanto, entre em contato com o líder
da equipe quando acontecer de última hora e interferir em um ensaio ou culto.

• Ser alguém que “joga” em prol do time – Faça o seu melhor para estar presente,
pronto e preparado. Conheça e apoie seus companheiros de banda. Trabalhe
com as diferenças com gentileza. Jogue seletivamente. Algumas pessoas são
músicos e/ou vocalistas muito talentosos, mas por uma razão ou outra (alcance
vocal, estilo musical, personalidade, etc.) Observe que nem todos os músicos ou
solistas talentosos são necessariamente bons membros da equipe.

• Ter o apoio de sua família – é importante que sua família apoie seu envolvi-
mento neste ministério e aceite o compromisso de tempo necessário, que não
é insignificante. Sua família deve sempre ser sua prioridade ao considerar seu
envolvimento em qualquer ministério.

• Ser humilde – a música é divertida e as pessoas adoram. Como resultado, é in-


crivelmente fácil focar em nós mesmos e na música quando as coisas soam muito
bem ou quando a adoração foi especialmente emocionante durante um culto.
Lembre-se sempre daquele que lhe deu o seu talento. Uma atitude de humildade
é essencial.

• Ser ensinável – nossos talentos sempre podem ser desenvolvidos e aprimora-


dos, e devemos estar dispostos a aceitar humildemente a orientação e a crítica
construtiva dos outros e aprender com isso. Participe de um seminário ou confe-
rência de adoração para crescer musicalmente e espiritualmente.

• Ser um reflexo de Cristo – pedimos que, a qualquer momento durante o seu


envolvimento, se você sentir que sua vida ou conduta pessoal não está refletindo
o que o caráter de Cristo, que você voluntariamente se demita até que a situação
mude.

• Ser equilibrado no vestir - esteja atento a sua aparência. Esteja confortável, mas
de maneira apropriada. Pergunte a si mesmo – o que eu visto distrai os outros
da adoração a Jesus? Seria considerado inadequado por alguns? Vai chamar a
atenção para mim? Se sim, repense sua roupa.

• (Somente para novos membros) Compreenda que o período de experiência re-


quererá compromisso – aqueles convidados a ingressar no ministério de música

W Music 49
estarão em um período de experiência de 4 semanas durante o qual deverão
comparecer a todos os ensaios, mesmo que não estejam programados para lide-
rar. Isto permitirá tempo suficiente para aprender as músicas e o estilo de lide-
rança da equipe e do líder da equipe. É também um indicador do compromisso
da pessoa com este ministério.

3 – TER UM PROCESSO DE AUDIÇÃO E SELEÇÃO PARA NOVOS MEMBROS

4 – ESTAR DE ACORDO COM O MANUAL OFICIAL DO MINISTÉRIO DE LOUVOR

5 – ESTAR EM SINTONIA COM A VISÃO DO PASTOR DA IGREJA LOCAL

6 – TER UM PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL E MUSICAL DEFINIDO.

LEITURA INDICADA

• A música na Igreja – Donald P. Hustad

• Curso Vida Nova de Teologia Básica – Louvor e Adoração – Bob Kauflin

• Adoração Bíblica – Russel Shedd

• O coração do artista – Rory Noland.

50 MINISTÉRIOS
REDE MASTER

É a Rede de mentoria, apoio, ativação profética e ministerial para os coordenadores,


líderes e voluntários dos ministérios com homens, mulheres, casais e 60+.

MISSÃO:
Estruturar e impulsionar ambientes saudáveis para Homens, Mulheres, Casais e 60+,
com ações que os conectem a Deus, a si mesmos e a outros, vivam a palavra e trans-
bordem a fé cristã em todas as áreas, refletindo no convívio multigeracional e na
frutificação.

PROPÓSITO:
Inspirar, treinar, potencializar e mentorear Líderes Regionais e Locais, a fim de que
desenvolvam com excelência a liderança dos Ministérios de Homens, Mulheres, casais
e 60+

VISÃO DE FUTURO:
Ser uma Referência no Discipulado, Treinamento e potencialização de Homens, Mu-
lheres, Casais e 60+. Sendo reconhecida como uma Rede que inspira o convívio mul-
tigeracional saudável e profético.

OBJETIVOS:
1. Dar suporte efetivo à transição saudável do anterior departamento de adultos
aos ministérios de Homens e Mulheres, Casais e 60+

2. Promover a Unidade da Liderança dos Ministérios de Homens, Mulheres, Ca-


sais e 60+

52 MINISTÉRIOS
3. Inspirar e Equipar as Lideranças Regionais e Locais através de Treinamentos,
Vídeos, Textos e outros conteúdos.

4. Mentorear a Liderança com vistas ao desenvolvimento de ministérios de exce-


lência

5. Ser um suporte que ofereça ajuda para as Regiões e Igrejas locais.

6. Ser guardiã da Visão fornecida pela SGEC através da Coordenação Geral de


Ministérios

7. Apoiar os Homens a implementar ministérios nas igrejas locais e regiões

8. Apoiar Mulheres para uma vida de bem-estar, significado e alegria de ser trans-
formada em Deus.

9. Contribuir com a redução da negligência e combate contra a violência contra a


pessoa idosa e disseminar o acolhimento e atenção ao idoso e seus cuidadores,
reduzindo o preconceito e ampliando sua qualidade de vida em Deus e no con-
vívio da igreja local e em família.

10. Evidenciar assuntos relevantes para casamentos saudáveis com prevenção,


orientação, intervenção e restauração pela palavra.

REDE MASTER 53
R E D E M A S T E R

MINISTÉRIO DE HOMENS

O homem tem um papel importante na sociedade e na família. Um dos nossos de-


safios é proporcionar, na igreja, ambientes para o cultivo de amizades verdadeiras,
relacionamentos saudáveis para homens em vários ciclos de suas vidas, podendo ter
e ser uma rede de apoio para outros homens. Ainda em nossos dias, homens morrem
por não cuidarem de sua saúde e, no campo emocional, o percentual de descuido é
ainda maior. Há um ministério de homens de honra surgindo para marcar esta geração.
Famílias inteiras sendo transformadas pela influência deste homem que, ao aproximar-
-se de Deus, será instrumento poderoso de bem-estar próprio e a tantos que com ele
convivem.

MISSÃO:
Estruturar e impulsionar ambientes saudáveis e confiáveis para Homens, com ações
que os conectem a Deus, a si mesmos e a outros, para que vivam a Palavra e transbor-
dem a fé cristã em todas as áreas, refletindo a Hombridade Bíblica como pais, maridos,
filhos e cidadãos em todas as esferas da sociedade.

PROPÓSITO:
Inspirar, treinar, potencializar e mentorear Líderes Regionais e Locais, a fim de que
desenvolvam com excelência a liderança dos Ministérios de Homens em seus diversos
desafios.

ministério de Homens 55
VISÃO DE FUTURO:
Ser uma referência no Discipulado, Treinamento e Potencialização de Homens. Ser
reconhecido como um Ministério que inspira o homem a buscar a Hombridade Bíblica.

OBJETIVOS:
1. Promover e conscientizar sobre a importância do trabalho com homens na
atualidade.

2. Inspirar líderes a levar o homem ao confronto em temas específicos do universo


masculino, que possam impedi-lo de frutificar em sua hombridade bíblica: imo-
ralidade, sexualidade, pornografia, violência, caráter, instabilidade emocional,
liberdade financeira, etc...

3. Equipar as Lideranças Regionais e Locais através de Treinamentos, Vídeos, Tex-


tos e comunicações.

4. Mentorear as Lideranças Regionais, com vistas ao desenvolvimento e motiva-


ção de líderes locais, levando-os a desenvolverem um trabalho de excelência
em suas igrejas.

5. Disseminar e atuar como guardiões da Visão fornecida pela SGEC através da


Coordenação Geral de Ministérios.

6. Proporcionar momentos de lazer e comunhão. Incentivar a participação e aco-


lher não cristãos.

7. Proporcionar um ambiente seguro de confissão e transformação de caráter;


incutir e estimular a vida abundante da hombridade bíblica.

8. Proporcionar ambientes para experiências espirituais de grande impacto e con-


fronto ao pecado, apoiando a libertação e a frutificação do homem.

ATRIBUIÇÕES DO LIDER
1. Formar Equipe na igreja local. Nos ministérios em início, atuar com uma forma-
ção de equipe básica, ágil e flexível para atender as seguintes áreas:

ᴥ Finanças: cuidar dos orçamentos, pagamentos e arrecadações do ministério;

ᴥ Comunicação: divulgação de eventos, cuidar das redes sociais e promover


engajamento;

ᴥ Integração: Promover a inclusão, comunhão e registros de pessoas

56 MINISTÉRIOS
2. Mapear e Conhecer a realidade do ministério na igreja local e seu entorno
(entender para atender e servir).

3. Elaborar um Planejamento para o Ministério como um todo, em sintonia com o


ministério pastoral da igreja local.

4. Elaborar um Planejamento para o Cuidado dos Liderados/Membros da Equi-


pe.

5. Definir e aplicar parâmetros (estabelecer indicadores) e avaliar a funcionalida-


de do ministério. Gerar informações quantitativas e qualitativas a fim de manter
e/ou alterar rotas de sua liderança.

6. Identificar as redes de apoio disponíveis ao seu ministério, conectar-se efeti-


vamente à elas e atuar de forma colaborativa.

ESTRATÉGIAS PARA ATUAÇÃO COM OS HOMENS

• Encontros mensais para comunhão, que poderá ser um bate-papo ou palestra


com tema específico, cultos com temas voltados ao universo masculino ou até
mesmo uma confraternização (festa de aniversariantes, por exemplo).

ᴥ Importante: mesclar as atividades, mas cada líder deve avaliar a atividade


que desperta maior atenção dos homens e priorizá-la.

• A escolha do dia da realização também é muito estratégica. Deve-se definir o


melhor dia do mês e manter fielmente a periodicidade mensal da atividade.

• Dependendo da cultura e realidade da igreja, o chamado “grupo dos varões” (con-


junto musical) é uma ótima oportunidade para conectar homens ao Ministério.

• Realizar retiros espirituais (Coração Abrasado) no mínimo 1 vez ao ano.

• Realizar festividade para comemorar aniversário do Ministério como, por exem-


plo, um culto de celebração.

• Aproveitar os encontros mensais para enfatizar ou conscientizar sobre datas im-


portantes: Dia do Homem, Dia dos Pais, Novembro Azul, Setembro Amarelo, etc.

• Implementar GCEU de Homens.

• Criar grupo de visita a homens novos convertidos ou que estejam desanimados.

ministério de Homens 57
• Criar uma forma de atendimento virtual, seja por WhatsApp, Meet, Zoom, Tele-
gram, etc., que alcance homens com necessidades diversas, mas que não querem
se expor pessoalmente.

• Curso para Homens (pode-se iniciar com o curso Homem ao Máximo da Univer-
sidade da Família).

• Realizar pelo menos uma vez ao ano um Congresso ou Conferência com temas
específicos para o público masculino.

TEMAS INTENCIONAIS PARA ATUAR COM OS HOMENS

• HOMBRIDADE BÍBLICA: Estudo dos princípios bíblicos relacionados ao homem


- caráter

• IMORALIDADE: Eventos e cursos que visem levar o homem a uma transforma-


ção de mente, levando-a cativa a Cristo

• VÍCIOS DIVERSOS: Promover cursos e eventos de combate ao vício em jogos,


pornografia, drogas, etc.

• CASAMENTO E FAMÍLIA: Conscientizar o homem de seu papel bíblico como


marido, pai, filho, provedor, líder e sacerdote.

• CIDADANIA: Conscientizar o homem cristão de seu papel na Sociedade.

• LAZER: Conscientizar o homem da necessidade de se ter momentos de lazer,


seja a sós ou com a família.

• SAÚDE FÍSICA: Conscientizar o homem sobre a necessidade de prevenção de


doenças. Ex.: próstata, coração, etc.

• DESCONSTRUÇÃO DA MASCULINIDADE: Entender o debate atual sobre as


ideologias em evidência como: masculinidade tóxica, Feminismo e ideologia de
gênero - chamar profissionais cristãos para debaterem o assunto.

• VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: FÍSICA, VERBAL E PSICOLÓGICA: O que a bíblia


diz sobre isso e como o índice cresce entre os evangélicos. A ausência de genti-
leza como falta de conhecimento e/ou falta do domínio próprio e da valorização
da educação e cordialidade nos relacionamentos familiares mais frequentes.

• CONVÍVIO COM AS VÁRIAS GERAÇÕES: A vida é multigeracional. Conhecer


a sua geração e as outras. Ciclos de vida e perfis diferentes precisam ser respei-
tados.

58 MINISTÉRIOS
• PODER E AUTORIDADE: Relações diferenciadas que precisam ser entendidas.
Abuso de poder e autoridade respeitosa.

• EMOÇÃO MASCULINA - HD DO CORAÇÃO: Acessar o coração do homem:


suas emoções, seus medos, seus dramas e conflitos. Perdão e Gratidão.

• SAÚDE FINANCEIRA: Princípios bíblicos e práticos sobre a vida financeira do


homem. O comportamento dele em relação ao dinheiro, patrimônio, aquisição,
concerto das coisas de casa, sonhos, projetos, situação financeira atual vs. de-
sejada.

• ETARISMO: Preconceitos pela idade, seja por ser mais velho ou mais novo. O
que fazer?

• POSICIONAMENTO DIGITAL DO HOMEM MODERNO: Como o homem está


nas redes sociais? Conhece e utiliza de forma saudável? Prioridades, gestão do
tempo e uso consciente são temas importantes.

SUGESTÃO DE LITERATURA
T. D. Jakes tem uma mensagem urgente para todos
os homens de nossos dias!

Nunca na história da igreja houve uma época


em que Deus incomodou com tamanha urgência o
coração dos homens para que eles se tornassem
tudo o que foram criados para ser, e para que rea-
lizassem tudo o que foram criados para realizar.
Nunca na história da igreja houve um tempo em
que os homens - cristãos e não cristãos - ficaram
tão confusos sobre quem são e qual é o propósito
da vida. Este livro contém uma obra poderosa de cura, de restauração à masculinida-
de, à força e ao propósito que o homem recebeu de Deus. Cada palavra traspassa o
coração e acende as chamas da masculinidade. À medida que prosseguir na leitura,
você sentirá a mão de Jesus - firme, porém gentil - assumindo as limitações e amarras
que compõem a sua mortalha e que o prenderam numa vala de desejos incompletos e
sonhos frustrados. Como Lázaro, você recebeu a ordem de vir para a luz - para tudo o
que Deus planejou para você desde a fundação do mundo. E, quando fizer isso, sentirá
a empolgação das palavras de seu Salvador e Senhor quando ele ordenar: “Tirem as
faixas dele e deixem-no ir”!

Um livro para todos os homens... que toda mulher também deve ler.

ministério de Homens 59
A masculinidade está em crise. E esta percepção de que os homens tem cuidado
tão mal da própria masculinidade não foi vislumbra-
da de repente. É resultado de um movimento sorra-
teiro, uma descaracterização que cresce ano após
ano.

Fabrini Viguier mostra até que ponto o homem


atual está distanciado do propósito divino para sua
vida e para sua masculinidade.

LIVROS CRISTÃOS PARA HOMENS


CASADOS
A Bíblia deixa claro que o marido é o cabeça do lar, mas por vários fatores muitos ho-
mens não conseguem exercer este ministério conforme a Palavra de Deus determina.

Há vários livros cristãos para homens que vão te ensinar a desfrutar do casamento
santo, se tornando quem Deus te criou para ser: líder que dá a vida por sua esposa,
assim como Jesus deu sua vida pela Igreja.

• Maridos e Pais – Derek Prince – Redescubra o propósito do Criador para os ho-


mens com lições para se tornar um bom marido e um pai bem-sucedido.

• Homens de Verdade – Richard D. Phillips – Esta obra aborda sobre a masculi-


nidade, ensinando os leitores a serem piedosos, maridos amorosos, bons pais e
bons amigos.

• Casais Piedosos – Stephen Davey – Aprenda sobre submissão e beleza física ou


questões como masculinidade e renúncia pessoal, um livro perfeito para o casal.

• Perdão Total no Casamento – Maurício Zágari – Quer uma união duradoura e


feliz? O perdão deve fazer parte do dia a dia do casal.

• Um Casal Segundo o Coração de Deus – Jim e Elizabeth George – Neste livro


os autores mostram que viver o felizes para sempre é possível sim quando Deus
está presente no relacionamento.

LIVROS CRISTÃOS SOBRE PATERNIDADE

• Pai Herói – Max Lucado – Repleto de história e de reflexões inspiradoras, este


livro mostra o significado e o poder da figura paterna na vida familiar.

60 MINISTÉRIOS
• Pais Corajosos – John MacArthur – Descubra quais são as chaves para uma lide-
rança eficaz no lar para criar filhos nos caminhos do Senhor.

• Pai, Um Homem de Valor – Hernandes Dias Lopes – Um pai de verdade é um


homem que faz a diferença na vida dos filhos e é exemplo para eles.

• Pais Modernos Valores Eternos – Melissa Trevathan e Sissy Goff – Aprenda es-
tratégias claras e possíveis para que os pais possam instruir os filhos de maneira
a formar neles um caráter íntegro.

• Não Existem Filhos Perfeitos – Jill Savage & Kathy Kock – O que fazer quando as
expectativas sobre os filhos é frustrada? Aprenda com lições práticas.

SEJA UM HOMEM DE DEUS NO TRABALHO E NA SOCIEDADE


Ser um homem cristão não está apenas ligado à família e igreja, mas em todas as áreas
da sua vida.

LIVROS CRISTÃOS PARA HOMENS SOBRE TRABALHO

Separamos alguns livros cristãos para homens que vão nortear o seu trabalho e sua
vida como cidadão. Os homens são definidos pelo trabalho que exercem, e nesse
contexto, podemos dizer que a profissão de cada um também faz parte do propósito
de Deus.

ALGUNS LIVROS INTERESSANTES:

• Deus é Dono do Meu Negócio – Stanley Tam & Ken Anderson – Nesta obra você
aprenderá a deixar Deus controlar tudo de sua vida, incluindo o trabalho.

• Como Integrar Fé e Trabalho – Timothy Keller – Seu propósito e sua carreira


profissional podem caminhar juntas e este livro vai te ajudar a fazer isso.

• Ética nas pequenas coisas – Elizabeth Gomes – Esta obra traz orientações sim-
ples pra quem quer agir com coerência dentro da ética cristã.

• Descubra o seu destino – Tiago Brunet – Neste livro você aprenderá a usar as
chaves que abrem as portas para o seu futuro profissional

• Formigas – William Douglas e Davi Lago – O autor traz lições importantes sobre
trabalhar e descansar

ministério de Homens 61
SEJA UM HOMEM CRISTÃO COMPROMETIDO 
Leve a Graça de Deus para todas as áreas da sua vida com lições práticas e muito
conhecimento sobre o que é cristianismo e como aplicá-lo. Por isso, separamos outras
três dicas de livros cristãos para homens.

• O Homem Que Deus Usa – Textos de vários autores que desafiam a todos que
queiram, de fato, ser úteis ao Senhor da Igreja.

• O Evangelho na Vida – Timothy Keller – A graça de Deus transforma tudo e você


aprenderá como aplicar o cristianismo em todas as áreas da sua vida.

• Do bem ou de Deus? – John Bevere – Este livro para homens cristãos ensina
como se envolver com Deus em um nível que transformará cada aspecto de sua
vida.

62 MINISTÉRIOS
R E D E M A S T E R

MINISTÉRIO DE MULHERES

A Mulher foi criada por Deus para ser singular, expressão de Sua imagem e semelhan-
ça, com propósito, dons e atribuições essenciais na formação do caráter da humani-
dade, pois desde o ventre tem o poder da influência e do direcionamento. A mulher
que compreende seu propósito em Cristo e deixa-se encher do Espírito Santo, tem sua
vida impactada e transformada e transborda por onde passa. É agente de transforma-
ção em seu lar, sociedade, igreja, relacionamentos, impacta sua geração e as futuras.

O ministério de mulheres existe para potencializar e reposicionar mulheres na fé


genuína, gerando sabedoria, discernimento do Espírito, maturidade, saúde emocional,
criatividade, alegria, abundância e serviço cristão.

Numa sociedade pós-moderna faz-se necessário que o ministério de mulheres seja


100% Cristocêntrico e atuante, que proteja, oriente e de fato promova ambiente de
“empoderamento” pelo Poder do Alto e Conhecimento da Palavra para responder às
demandas deste tempo, preservando-as e encorajando-as, por meio da Palavra, a vi-
ver a plenitude da vida cristã em todas as áreas de sua vida (corpo, alma e espírito) e a
rejeitarem as distorções ofertadas ilusoriamente por este mundo que, todos os dias e
por todos os meios, impõe desafios e padrões desejando torná-las menos do que são.
Deus é a própria força da mulher que n’Ele crê!

MISSÃO:
Encorajar, discipular e apoiar mulheres a reconhecer quem são em Cristo. Proporcio-
nar ambientes saudáveis de fortalecimento para que possam suprir suas necessidades
espirituais, físicas, emocionais, ministeriais e sociais, fortalecendo e ativando suas po-
tencialidades para que frutifiquem e influenciem esta geração, deixando um legado de
amor e transformação por onde passam.

64 MINISTÉRIOS
PROPÓSITO:
Encorajar e apoiar mulheres a ativar seu pleno potencial em Cristo, conectando-as a
Deus, a si mesmas e a outras mulheres para que se fortaleçam e, através de uma vida
abundante, imersa na Palavra e no conhecimento pleno da vontade de Deus, sejam
relevantes, tenham relacionamentos multigeracionais saudáveis e sejam intencionais e
proféticas.

VISÃO DE FUTURO:
Ser referência no cuidado, amor e fortalecimento da mulher que reconhece seu real
valor em Cristo, em várias fases e ciclos de sua vida, para que viva a plenitude do evan-
gelho guiada pelas verdades da Palavra de Deus no poder do Espírito Santo.

OBJETIVOS:
1. Disseminar e consolidar a visão do ministério de mulheres no âmbito Geral,
Regional e Local.

2. Dar suporte ao pleno desenvolvimento e compreensão da visão dos ministérios.

3. Conectar mulheres por meio de ambientes de interesse multigeracional.

4. Oferecer ambientes de treinamento e capacitação contínuos, visando ao de-


senvolvimento de um ministério de excelência.

5. Potencializar a igreja local por meio do desenvolvimento dos dons e talentos


ministeriais.

6. Mentorear líderes de mulheres.

7. Formar Equipe na igreja local.

ᴥ Finanças: ter um olhar administrativo e financeiro, otimizando os recursos,


aquisições, doações, compras, etc.

ᴥ Comunicação: divulgação de eventos, cuidar das redes sociais e promover


engajamento;

ᴥ Integração: Promover a inclusão, comunhão e registros de pessoas.

8. Conhecer e mapear a realidade do ministério na igreja local e seu entorno (en-


tender para atender e servir).

MINISTÉRIO DE MULHERES 65
9. Elaborar um Planejamento para o Ministério como um todo em sintonia com o
ministério pastoral da igreja local.

10. Elaborar um Planejamento para o Cuidado dos Liderados/Membros da Equipe.

11. Definir e aplicar parâmetros (estabelecer indicadores) e avaliar a funciona-


lidade do ministério. Gerar informações quantitativas e qualitativas, a fim de
manter e/ou alterar rotas de sua liderança.

12. Identificar as redes de apoio disponíveis ao seu ministério, conectar-se efeti-


vamente à elas e atuar de forma colaborativa.

ESTRATÉGIAS PARA O MINISTÉRIO


DESENVOLVIMENTO DE BRAÇOS: visando alcançar e cuidar bem de todas as mu-
lheres da Igreja e bem como uma estratégia de evangelismo, pois todos eles visam
grupos de interesses que podem se estender para a comunidade. Para isto, é preciso
multiplicar a liderança, delegar funções, e desenvolver pessoas no exercício de seu
ministério, dom e chamado, acontecendo de maneira natural, através da proposta dos
“braços” e extensões, para um maior alcance:

EXEMPLOS:

1. MATERNIDADE: Um grupo que cuida das gestantes, com acompanhamento


através de dicas, bate-papo, palestras dentro de suas necessidades desde o iní-
cio da gestação até seus primeiros trinta dias de vida, fechando este ciclo com
um culto do bebê em nome do ministério, com a produção e entrega de uma
lembrança como memorial.

2. MÃES QUE ORAM: Encontros semanais com duração de uma hora, com ob-
jetivo de orar, compartilhar e ministrar sobre criação de filhos e o poder da
oração.

3. ENTRE ELAS: Com objetivo de acompanhar as noivas com palestras, acon-


selhamento, apoio em oração, auxílio e dicas para os preparativos. Acompa-
nhamento até o primeiro ano de casada, com encontros mensais com café da
manhã.

4. NÃO ESTOU SÓ: Tem como objetivo acompanhar mulheres que passaram pelo
divórcio, separação ou viuvez, com aconselhamento, apoio em oração, auxílio
mútuo e fortalecimento, com encontros mensais.

66 MINISTÉRIOS
CULTOS E ENCONTROS TEMÁTICOS: visando a celebração e o desenvolvimento na
adoração e fortalecimento dos relacionamentos, podendo-se realizar para dentro da
igreja e também para a comunidade em volta da igreja.

Seguem algumas ideias para potencializar ainda mais: “DIA DA MULHER”; “CULTO
RETRÔ”; “ANOS SESSENTA”; “CULTO DE GALA”; “CULTO PINK”; “INCONFORMA-
DAS”; “DEEPER”; “START”; “MULHER MARAVILHA”; “FESTA DA PRIMAVERA”;
“PIQUENIQUE NO PARQUE”; “MULHERES NO PEDAL”; “CHÁ DAS 5H”; “TPM
(Tempo Para MMulheres” com dicas e oficinas de beleza e auto cuidado, entre ou-
tros.

IMERSÕES: Uma manhã ou até mesmo um dia inteiro para se abordar temas mais
específicos. Imersões é uma oportunidade de se abordar por exemplo um livro que
queira que todas as mulheres tenham acesso, organizando palestras durante o dia
baseadas nos capítulos do livro desejado.

SPA (Saradas Para Amar): programação realizada em um dia inteiro, com o objetivo
de cuidar do corpo, da alma e do espírito com palestras que abordem cura interior,
libertação, perdão, paternidade, submissão e restauração familiar e beleza.

RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO: Retiro de avivamento podendo ser realizado


para o público específico de mulheres, com temas de palestras que visam um cresci-
mento com direções claras e definidas no manual do Encontro.

GCEU (Grupo de Crescimento, Evangelização e Unidade) de Mulheres: conhecido


também como: PGs, Células ou grupos familiares, é um grupo de 7 a 15 pessoas que
se encontram semanalmente em uma mesma casa, com uma hora e meia de duração,
num mesmo horário, com o objetivo de cuidado, serviço e multiplicação, com líderes
formados pelo pastor através da EFL (Escola de Formação de Líderes), tendo como
integrantes: líder que conduzirá a carta pastoral; anfitriã, que é a dona da casa; uma
secretária, que cuidará da presença, aniversariantes, escala de lanche, entre outros; e
a Samaritana, que é o braço da ação social visando suprir e acompanhar os membros
em suas carências.

Importante atuar em sintonia com a visão pastoral local, o sucesso do GCEU de mu-
lheres acontecerá em parceria de amor e submissão à visão pastoral.

CURSOS DE FORMAÇÃO: cursos a serem realizados semanalmente dentro de um


período de início e fim mensurável, com uma média de 2h30 por aula, visando um
maior aprofundamento na palavra, bem como nos assuntos que dizem respeito à iden-
tidade da mulher, família, sociedade e vontade de Deus.

MINISTÉRIO DE MULHERES 67
SUGESTÃO DE TEMAS:
Um item importante a ser considerado na estratégia com o ministério de mulheres é a
definição dos temas que serão utilizados. Pense que os temas deverão ser RESPOS-
TAS às NECESSIDADES das mulheres de sua igreja local, das mulheres que deseja
atingir, do grupo que deseja aproximar.

O tema atrai, une, mobiliza internamente às mulheres e desloca as participantes


até a ação, evento, encontro. O tema precisa comunicar, “mostrar para que veio”, dar
o tom da atuação, pois despertará o interesse e deve ser escolhido com cuidado, de
forma intencional, criativa e divulgado com toda antecedência.

Pense sempre: tem que ser intencional e promover a feminilidade e a identidade bíbli-
cas entre mulheres adultas e também nas jovens mulheres de sua igreja, família, ami-
gos e sociedade. Também deve potencializar mulheres, tornando-as livres em Cristo
Jesus para viverem uma vida plena e abençoada em todas as áreas de suas vidas:

• EMPODERAMENTO NO ESPÍRITO SANTO / FEMININA OU FEMINISTA

• MATERNIDADE / CRIAÇÃO DE FILHOS / ADOÇÃO

• MULHERES SÁBIAS À LUZ DA PALAVRA / TOLAS OU EDIFICADORAS

• AUTORIDADE E SUBMISSÃO / VENCENDO JESABEL

• LIBERTAÇÃO / CURA INTERIOR / PERDÃO / DEPENDÊNCIA EMOCIONAL

• VENCENDO O PECADO E O MUNDO

• SEXUALIDADE / SEXO / PORNOGRAFIA FEMININA

• EMPREENDEDORISMO / FORMAÇÃO CONTINUADA

• AUTOCUIDADO / BELEZA FEMININA / NUTRIÇÃO / MODA

• ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA / COMPULSÃO /

SUGESTÃO DE LITERATURA:

• AMAR COMO SE NUNCA TIVESSE SIDO FERIDO / Jentezen Franklin - Ed.


Chara

• AS CINCO LINGUAGENS DO AMOR e as CINCO LINGUAGENS DO PERDÃO /


Gary Chapman - Ed. Mundo Cristão

68 MINISTÉRIOS
• SOS DOS PAIS 500 dicas para EDUCAR SEM ENLOUQUECER - Cris poli - Ed.
Mundo Cristão

• Os caminhos sobrenaturais da Realeza / Kris Vallotton & Bill Jhonson - bvbooks

• FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS / Drumond Lacerda - Ed. Drumond La-


cerda l

• LIDERANÇA CORAJOSA e o líder 360° / Jhon C. Maxwell - Ed. Thomas Nelson


Brasil

• CRIATIVE-SE /Marcos Madaleno - Rede Inspire

• MULHER ÚNICA / UDF (Universidade da Família)

• CURADAS PARA CURAR / Marleide & Sâmela

• VISÃO E PRÁTICA DOS PEQUENOS GRUPOS NA PERSPECTIVA WESLEYANA


/ Gilberto Geraldo .

• Temperamentos Transformados pelo Espírito, Tim Lahaye

MINISTÉRIO DE MULHERES 69
R E D E M A S T E R

MINISTÉRIO 60+

Envelhecer é inevitável, mas requer coragem, estrutura e apoio. O etarismo existe e


é o preconceito com a pessoa idosa que hoje ocorre até com as pessoas mais jovens.
Você sabia que a NEGLIGÊNCIA é a maior forma de violência contra a pessoa idosa?

Deus, em sua excelsa sabedoria, nos criou para vivermos de forma abundante em
todos as fases da nossa vida. Ser 60+ é viver uma etapa com novos desafios, mas
muito recompensadora. Faz-se necessário como igreja criarmos ambientes sem pre-
conceitos e de muito amor, honrar e provocar sorrisos largos com aqueles que estão
por perto. Somos inspirados e desafiados a desenvolver um ministério com enfoque
em duas óticas: a de ENTENDER para ATENDER as necessidades dos 60+ de cada
igreja local, família e região, para que os mesmos vivam com alegria, leveza e plenitude
e tenham experiências extraordinárias com Cristo nesta etapa especial de suas vidas.

MISSÃO:
O ministério 60+ tem como missão despertar e encorajar homens e mulheres, com
sessenta anos ou mais, a descobrirem seu potencial nas mãos do Senhor, entendendo
a importância da sua contribuição na família, igreja, sociedade e mundo.

PROPÓSITO:
Ativar um ambiente de amor, acolhimento e desenvolvimento. Desenvolver um mi-
nistério relevante para os 60+ das nossas igrejas, com enfoque no cuidado e honra,
atentando e atendendo suas necessidades e particularidades, ajudando-os a serem
edificados e fortalecidos no Senhor. Inspirando-os a viverem uma vida plena em Cristo
e com as outras gerações.

MINISTÉRIO 60+ 71
VISÃO DE FUTURO:
Ser reconhecida como uma denominação referência em acolhimento e cuidado à pes-
soa idosa, que combate todo e qualquer tipo de violência e que promove ações que
geram bem-estar, longevidade e convívio intergeracional de qualidade, amor, alegria
e honra.

OBJETIVOS:

• Identificar e integrar todos os membros da igreja local, pertencentes à terceira


idade, criando condições para promover acolhimento, conexão e participação
efetiva no ministério e Corpo de Cristo.

• Promover ações que auxiliem os 60+ a desenvolverem capacidades e habilidades


não exploradas ou paralisadas (físicas, motoras, emocionais e espirituais).

• Conscientizá-los que devido a crescente expectativa de vida do 60+, com a


garantia embasada na palavra de Deus, tem a promessa de serem frutíferos,
ampliando a visão de que há muito para ser produzido através de suas vidas e
potencialidades.

• Direcionar pastores e líderes a olharem com carinho e cuidado para os 60+ das
suas igrejas, Impulsionando e lembrando-os de quem são, o que já realizaram e o
quanto ainda são capazes de realizar em Cristo e por Cristo.

• Identificar entre parentes, vizinhos e sociedade pessoas idosas e cuidadores e


trazê-las ao convívio saudável e de bem-estar do ministério 60+ local.

• Criar rotinas constantes e frequentes incentivando qualidade de tempo, vida e


bem estar com os 60+

• Lembrar sempre que a idade é um item de observação, que a pessoa com 60


anos ou mais precisa ser vista em sua realidade de vida de maneira total.

• Gerar conscientização, proximidade e ações com cuidadores, familiares e técni-


cos que se desgastam naturalmente quando o cuidado é intenso e ininterrupto
por muito tempo.

• Atuar em parcerias com equipes técnicas na área da saúde e psicologia como


apoio direto ao ministério e à própria pessoa idosa.

72 MINISTÉRIOS
ATRIBUIÇÕES DO LÍDER
1. Formar Equipe na igreja local. Nos ministérios em início, atuar com uma forma-
ção de equipe básica, ágil e flexível para atender as seguintes áreas:

2. Finanças: (contas a pagar e receber) - controle da movimentação financeira

ᴥ Comunicação: divulgação de eventos, cuidar das redes sociais e promover


engajamento;

ᴥ Integração: Promover a inclusão, comunhão e registros de pessoas

ᴥ Inclusão Digital: ajude-os a conectarem-se

ᴥ Equipe técnica: Psicólogos, Médicos, Fisioterapeutas, Artesãos, Educadores


Físicos, Consultores Financeiros, Personal Organizer, Professores de Idiomas,
entre outros (atrelados aos seus projetos)

3. Conhecer e mapear a realidade do ministério na igreja local e seu entorno (en-


tender para atender e servir).

4. Elaborar um Planejamento para o Ministério como um todo em sintonia com o


ministério pastoral da igreja local.

5. Elaborar um Planejamento para o Cuidado dos Liderados/Membros da Equipe.

6. Definir e aplicar parâmetros (estabelecer indicadores) e avaliar a funcionalida-


de do ministério. Gerar informações quantitativas e qualitativas a fim de manter
e/ou alterar rotas de sua liderança.

7. Identificar as redes de apoio disponíveis ao seu ministério, conectar-se efeti-


vamente a elas e atuar de forma colaborativa.

ESTRATÉGIAS PARA ATUAÇÃO COM OS 60+

• Encontros ou cultos mensais;

• Encontros semanais de artesanato ou atividade física;

• Chás mensais;

• Retiros Espirituais;

• Criação de Coral, Gceu e classe de EBD dos 60+;

• Passeios e viagens;

• Culto de aniversário do Ministério;

MINISTÉRIO 60+ 73
• Curso de inclusão digital;

• Mentoria reversa: o mais novo ser mentor do mais experiente;

• Trabalhar a comemoração do dia do idoso na igreja local (01 de outubro);

• Estruturar uma campanha de tempo com as pessoas idosas onde outras gera-
ções possam dedicar tempo de qualidade com alegria e atenção a eles durante a
semana e relatar como foi essa experiência, essa troca.

SUGESTÕES DE TEMAS PARA PALESTRAS

• Conscientizando os filhos para maior responsabilidade e ajuda aos cuidadores;

• Curtindo a beça minha aposentadoria;

• O perdão e a gratidão, não a murmuração;

• Rejeitando o preconceito;

• Plano de aposentadoria, pós carreira;

• Sonhos e projetos ainda dão tempo;

• Minha sexualidade após os 60+;

• Como cuidar do meu corpo em relação à menopausa, andropausa e à impotência


sexual;

• Os novos 60+;

• Como envelhecer bem.

SUGESTÕES DE LEITURAS

• Nearing Home – Autor Billy Graham

• Como viver bem na melhor idade – Autor: Eli Bento Corrêa

• Papai fez 80: Arquitetura saudável cuidados no lar e prevenção de acidentes na


3ª e 4ª idade – Autora: Fabiana Cerato

• 60+ desafios e oportunidades para a terceira idade – Autora: Jaqueline Dias


Cabral Teixeira (org.)

• 3ª idade dinâmica – Autor: Samuel Rodrigues de Souza

• Uma Espiritualidade do viver – Autor: Henri J. M. Nouwen

74 MINISTÉRIOS
R E D E M A S T E R

MINISTÉRIO DE CASAIS

A família foi a primeira instituição criada por Deus, seu início se deu através da União
entre um Homem e uma Mulher.

Em nossos dias, o Matrimônio vem sofrendo muitos ataques.

O Ministério com Casais é uma ferramenta poderosa nas mãos de Deus em favor
das Famílias. Através desse Ministério, os Casais serão Discipulados e equipados para
viverem plenamente os propósitos de Deus.

MISSÃO:
Discipular Casais de forma dinâmica e intencional. Aconselhar, orientar, intervir e atuar
na prevenção, manutenção e restauração de vidas, individualmente e enquanto casal,
apoiando-os e levando-os a um ambiente no qual possam ter experiências profundas
com Cristo demonstrando isto na vida em casal e em família.

PROPÓSITO:
Contribuir para que casais sejam fortalecidos e restaurados, casamentos se tornem
saudáveis e vivam a Palavra, experimentem o Poder de Deus, sendo seu lar um am-
biente cristão de amor, perdão, respeito, paz e segurança, onde famílias glorificam a
Deus com seus testemunhos.

Inspirar casais a serem líderes de ministérios locais e regionais e a desenvolverem


com excelência uma liderança de influência e relevância que resgate vidas para a glória
do Senhor.

76 MINISTÉRIOS
VISÃO DE FUTURO:
Ser um ambiente de referência no discipulado e treinamento de Casais em vários ci-
clos, para que vivam o evangelho em sua plenitude e o apliquem individualmente, na
vida a dois e em família.

Inspirar o Casamento Saudável e a Paternidade Bíblica, atuando na prevenção,


manutenção e restauração dos relacionamentos à luz da Palavra.

OBJETIVOS:
1. Promover e conscientizar a importância da atuação consistente e constante
com Casais em vários ciclos do casamento.

2. Resgatar indivíduos e casais a viverem um vida Cristocêntrica e aplicarem os


princípios da Palavra em seus relacionamentos conjugais e familiares.

3. Inspirar líderes a levar Casais a viverem Um casamento Saudável e à Paternida-


de Bíblica.

4. Equipar as Lideranças Regionais e Locais através de Treinamentos, Vídeos, Tex-


tos e comunicações.

5. Mentorear as Lideranças Regionais, com vistas ao desenvolvimento e motiva-


ção de líderes locais, levando-os a desenvolverem um trabalho de excelência
em suas igrejas.

6. Proporcionar momentos de lazer e comunhão. Incentivar a participação e aco-


lher não cristãos.

7. Proporcionar ambientes para experiências espirituais de grande impacto para


Casais.

ATRIBUIÇÕES DO LÍDER
1. Formar Equipe na igreja local. Nos ministérios em início atuar com uma forma-
ção de equipe básica, ágil e flexível para atender as seguintes áreas:

ᴥ Finanças: cuidar das finanças do ministério;

ᴥ Comunicação: divulgação de eventos, cuidar das redes sociais e promover


engajamento;

ᴥ Integração: Promover a inclusão, comunhão e registros de pessoas.

MINISTÉRIO DE CASAIS 77
2. Conhecer e mapear a realidade do ministério na igreja local e seu entorno (en-
tender para atender e servir).

3. Elaborar um Planejamento para o Ministério como um todo, em sintonia com o


ministério pastoral da igreja local.

4. Elaborar um Planejamento para o Cuidado dos Liderados/Membros da Equipe.

5. Definir e aplicar parâmetros (estabelecer indicadores) e avaliar a funcionalida-


de do ministério. Gerar informações quantitativas e qualitativas a fim de manter
e/ou alterar rotas de sua liderança.

6. Identificar as redes de apoio disponíveis ao seu ministério, conectar-se efeti-


vamente à elas e atuar de forma colaborativa.

OBS.: O ministério precisa ser liderado por um Casal

ESTRATÉGIAS E TEMAS PARA A


IGREJA LOCAL DESENVOLVER

• Papo de Casais: Encontro Mensal com propósito de promover comunhão e edi-


ficação entre os casais através de uma programação informal.

• Curso Casais Saudáveis: O Curso Casais Saudáveis tem Duração de 13 Semanas


e atende por Turma de 06 a 08 Casais com um encontro Semanal. O material é
Fornecido pelo CPIMW.

• Retiros: Os Retiros aos Finais de semana tem o propósito de Edificar casais e


Famílias através de Ministrações específicas e Também proporcionar Lazer e Co-
munhão

• Family Day: Um dia separado para o Lazer em Família em um sítio ou Parque.

• SEMANA DA FAMÍLIA: Cultos com programação voltada para a família, desde


os Louvores, decoração do Templo e Ministrações.

• A SAÚDE FINANCEIRA DA FAMÍLIA: Palestra sobre saúde financeira na Famí-


lia, que poderá ser realizado em um papo de casais.

• COMO CRIAR FILHOS SEGUNDO A BÍBLIA: Palestra sobre Paternidade Bíbli-


ca.

• RELACIONAMENTO COM FILHOS ADULTOS SOLTEIROS E/OU CASADOS

78 MINISTÉRIOS
• SOGROS, GENROS E NORAS: Trazer insumos emocionais, relacionais e bíblicos
sobre os relacionamentos saudáveis e nocivos com filhos adultos solteiros, com
ou sem filhos.

• Relacionamentos com Noras e Genros – Sogros e Sogras

OBS: Os principais Temas voltados para o ministério com casais são


contemplados no Curso Casais Saudáveis

SUGESTÃO DE LITERATURA
CCS - CURSOS CASAIS SAUDÁVEIS - CPIMW

Em um Tempo onde o Matrimônio tem sofrido


constantes bombardeios do Inferno, o Curso Ca-
sais Saudáveis apresenta uma perspectiva Bíblica
para um Casamento Saudável.

O Curso é organizado em 13 Lições que de-


verão ser Ministradas em um encontro Semanal.

LUCIANO SUBIRÁ - O PROPÓSITO DA FAMÍLIA - EDITORA VIDA

O que Deus Tinha em mente quando projetou a fa-


mília?

Nessa obra o Pastor Luciano Subirá aborda com


profundidade o Tema e traz uma série de aponta-
mentos para que a família cumpra plenamente os
propósitos do Senhor.

MINISTÉRIO DE CASAIS 79
JOSUÉ CAMPANHA - FAMÍLIA S/A

De forma prática e pedagógica, o Pastor Josué Cam-


panhã ensina sobre a importância do planejamento fa-
miliar.

Além de princípios teóricos, o livro apresenta um


passo a passo de como fazer um bom planejamento
familiar.

TEMPERAMENTOS TRANSFORMADOS
PELO ESPÍRITO – TIM LAHAYE

80 MINISTÉRIOS
GCEU
GCEU
A relevância dos pequenos
grupos na igreja 85
2
Deus tem uma visão
para a igreja 86
CAPÍTULO

Razões para se ter uma igreja


organizada em pequenos
grupos 88
2

As vantagens dos pequenos


grupos na igreja 90
CAPÍTULO

Os objetivos dos pequenos


grupos 91

Principais características de um
pequeno grupo 92

Funções de pessoas em um
pequeno grupo 93

Liderança no pequeno grupo 93

Os valores do pequeno grupo 94


G C E U

GRUPOS DE CRESCIMENTO
EVANGELIZAÇÃO E UNIDADE

A RELEVÂNCIA DOS PEQUENOS GRUPOS NA IGREJA


“Pequenos Grupos” é uma expressão forte que traduz um dos sinônimos de ser igreja!
Vai além da junção das palavras pequenos + grupos no plural é muito mais que uma
estratégia de atuação, de um movimento passageiro... É um processo virtuoso e vigo-
roso de crescimento sustentável de uma igreja viva e relevante.

Nosso convite aqui é que você leia com coração e mente abertos, para que diante
da realidade que vive possa avançar e prosperar em seu ministério, seja você pastor,
líder ou membro de uma igreja local, tenha certeza o pequeno grupo tem muito a
ver com você, pois tem tudo a ver com o Reino. Sua perspectiva e influência para a
implantação, manutenção e avanço dos Pequenos Grupos com certeza poderão ser
diferentes mediante o que Deus tem confiando em sua vida e ministério.

O convite aqui está além da leitura do que preparamos com muito amor, conte
com a companhia de todos e tenha certeza que já somos muitos, que acreditam para
compor o time de apaixonados e inspirados por esta visão de vidas transformadas pelo
poder do acolhimento, cuidado e amor.

Grupos de Crescimento Evangelização e Unidade 85


DEUS TEM UMA VISÃO PARA A IGREJA
Em Hebreus, no capítulo 11, encontramos uma lista de homens que creram na visão
dada por Deus a eles. Utilizando as palavras do texto, eles creram na promessa e, por
isso, dedicaram toda sua vida em razão dessa promessa divina. Não somente creram,
mas também viram pela fé. Certamente Deus tem uma visão para a igreja. Jesus decla-
rou em Mateus 16.18-19 o seguinte: “E eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do Hades não poderão vencê-la. Eu lhe darei as chaves
do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar
na terra terá sido desligado nos céus.”

A igreja não é um lugar de resistência, na verdade, a igreja é um ambiente, um ins-


trumento de conquista. O que não vai resistir são as portas do inferno, a igreja conti-
nuará avançando. A igreja não é um monumento, a igreja é um movimento transforma-
dor de vidas, famílias, cidades. A igreja se move, ela não é estática. Jesus nos ordenou
em Mateus 28.19 o seguinte: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, bati-
zando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o
que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos”. Pode ser que
você esteja pensando agora: “Isto é chover no molhado! Você está falando algo que
eu já sei de cor e salteado”. Sim, mas a ordem é clara e específica! Agora, precisamos
nos perguntar: “Por que nós não praticamos? Por que nós não implementamos isto na
vida cotidiana da igreja? Por que que nós transformamos o “Ide” em atividades pon-
tuais da igreja, como os evangelismos e atividades missionárias, e não como atividades
naturais da igreja”. O natural da vida da igreja é ir, e não vir. Natural na vida da igreja
é fazer discípulos. Nós dizemos às pessoas que elas precisam ganhar almas, mas nós
não ensinamos como fazê-lo. Nós não as treinamos, instruímos e comissionamos para
fazer. E, como consequência disso, nós temos muitas pessoas com o desejo enorme
de contribuir na obra de Deus, mas que contribuem pouco para a edificação da igreja
no que diz respeito ao seu fortalecimento na cidade e na localidade em que ela está
presente. Elas amam a Deus e amam as pessoas, mas não sabem como canalizar isso.
Então, o Pequeno Grupo é esse lugar que potencializa o indivíduo, o direciona e o ca-
pacita para cumprir o “ide”, e não somente “ir”, mas “fazer”. Ir é só uma parte da ordem,
para completar a ordem é preciso fazer discípulos. “Ir”, é só “ir”. Não resolve nada.

Jesus ordenou de maneira específica quais seriam as prioridades da igreja: ir, fazer,
batizar e ensinar. Se cumprirmos essas quatro ordens aplicando-as na vida da igreja
através dos Pequenos Grupos, é inevitável que a nossa igreja não somente cresça, mas
que as pessoas cresçam. Lembre-se: “a igreja não cresce, são as pessoas que amadu-
recem e se tornam capazes para fazer discípulos”. Os Pequenos Grupos sempre darão

86 GCEU
os seus frutos no tempo certo se cumprirmos essas quatro ordens. Jesus não mudou
o foco desde o início do seu ministério. Nós vemos essas quatro ordens em todos os
evangelhos. Ao longo dos anos podemos perceber o distanciamento da igreja cristã
quanto a essas ordens de Jesus. A igreja trocou o “ide” pelo “vinde”. A igreja trocou o
“fazer discípulos” pelo “ganhar almas”. O batismo tornou-se parte de um ritual, e não
a inclusão no corpo de Cristo. O batismo é a inclusão definitiva desse indivíduo na
vida da igreja e no processo de desenvolvimento de um discípulo que faz discípulos.
O batismo deve apontar imediatamente para a capacitação, treinamento, inspiração
e identificação dos seus dons e ministérios para a edificação da igreja. E por fim, o
“ensinando-os a guardar” se tornou simplesmente uma aula de informações, ao invés
de um discipulado de transformação. Diante disso, podemos afirmar que Deus tem
uma visão para a sua igreja: as portas do inferno não prevalecerão contra ela. A visão
de Deus para a igreja é que ela tem a ordem de ir, fazer, batizar e ensinar, e isso seria
realizado através dos Pequenos Grupos, através do relacionamento.

Estamos indo? Estamos fazendo discípulos? Estamos batizando? Estamos ensinan-


do? Estas são algumas perguntas que devemos nos fazer. Então, o crescimento da
igreja é algo natural. Nós não fazemos crescer. Nós simplesmente tiramos as coisas
que nos impedem de crescer. Em Atos 2.41, diz: “Os que aceitaram a mensagem foram
batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas”. Agora vejamos
Atos 2.46-47: “Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão
em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração,
louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os
dias os que iam sendo salvos”. Veja bem, Deus fazia isso em resposta a uma atividade,
uma atitude da igreja. Muitas pessoas pegam esse texto e dizem que quem dá o cres-
cimento é Deus. De fato, é Deus. Mas Deus só dá o crescimento em resposta a forma
de viver da igreja. Em Atos 4.4, diz: “Mas, muitos dos que tinham ouvido a mensagem
creram, chegando o número dos homens que creram a perto de cinco mil”. Em Atos 5.42:
“Todos os dias, no templo e de casa em casa, não deixavam de ensinar e proclamar que
Jesus é o Cristo”. E em Atos 11.19-21: “Os que tinham sido dispersos por causa da perse-
guição desencadeada com a morte de Estêvão chegaram até à Fenícia, Chipre e Antioquia,
anunciando a mensagem apenas aos judeus. Alguns deles, todavia, cipriotas e cireneus,
foram a Antioquia e começaram a falar também aos gregos, contando-lhes as boas novas a
respeito do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles, e muitos creram e se conver-
teram ao Senhor”. Essa é a atividade da igreja que vai, da igreja que sai, da igreja que
busca, da igreja que está na casa, da igreja que está no templo, da igreja que parte o
pão, da igreja que está na comunidade.

Grupos de Crescimento Evangelização e Unidade 87


RAZÕES PARA SE TER UMA IGREJA ORGANIZADA EM
PEQUENOS GRUPOS
PORQUE É BÍBLICO

Podemos ver, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, os Pequenos Grupos


sendo aplicados, desenvolvidos e bem-sucedidos na vida da igreja, ou do povo Israel.
No conselho de Jetro, em Êxodo 18.21, encontraremos a organização do povo para
que ele pudesse caminhar debaixo da direção de Moisés e, então, haveria pessoas res-
ponsáveis por mil, cem, cinquenta e dez. Podemos ver também, no livro de Josué 7.14,
na disciplina de Acã, o próprio Deus tratando com Pequenos Grupos (clãs, famílias, os
homens). No livro de Atos podemos ver inúmeros Pequenos Grupos.

PROMOVEM RELACIONAMENTO E UM AMBIENTE DE CUIDADO.

A bíblia diz, em Atos 2.42: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e


no partir do pão, e nas orações”. A igreja do primeiro século possuía quatro ambientes
onde os valores de relacionamento e cuidado eram desenvolvidos. Eram eles: Doutri-
na dos apóstolos (ensino); comunhão (partilhar da vida com suas demandas e conquis-
tas); partir do pão (ambiente de satisfação, onde necessidades físicas eram supridas);
nas orações (onde a fé era desenvolvida). A igreja, apenas em suas programações e
cultos, não é capaz de promover um ambiente de cuidado mútuo, apesar de muito
serviço realizado. Principalmente os novos membros, que precisam de um ambiente
de acompanhamento por meio de um relacionamento que promova cuidado, com-
preensão e crescimento. Porém, até mesmo os membros mais maduros, também tem
necessidade de um ambiente onde possam compartilhar suas esperiências e valores
cristãos, bem como seus hábitos, hobbies e relacionamentos. Assim sendo, o Pequeno
Grupo torna-se um lugar informal de pertencimento para os que chegam, cuidado
mútuo para todos os que estão presentes e exercício de dons e ministérios que podem
ser aproveitados na igreja. A igreja cresce porque as pessoas crescem!

PROMOVE MATURIDADE ESPIRITUAL E TAMBÉM MATURIDADE EMOCIONAL.

Os Pequenos Grupos oferecem aos que estão integrados à vida da igreja um ambiente
de serviço cristão e desenvolvimento por meio dos relacionamentos. Em Provérbios
27.17, lemos: “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro”. No Pe-
queno Grupo, dons são ativados e ministérios desenvolvidos por meio do cuidado de
pessoas, administração bíblica de conflitos e discipulado. Também é possível promover
um ambiente de cura e libertação, tendo em vista que cada componente do Pequeno
Grupo vai se revelando na relação com o grupo e em relação ao mesmo. Identificam-se
pontos fortes e fracos de membros, e até mesmo da liderança, possibilitando o ajuste

88 GCEU
e o desenvolvimento pessoal e relacional, tendo como fonte dessa transformação a
palavra de Deus, seus princípios e valores. As pessoas não são afrontadas, mas con-
frontadas. Não são acusadas, mas convencidas e convertidas em discípulos de Cristo.

OS PEQUENOS GRUPOS COMO VISÃO DA IGREJA

Em Efésios 3.10, diz: “A intenção dessa graça era que agora, mediante a igreja, a multifor-
me sabedoria de Deus se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celes-
tiais”. Diante desta palavra, podemos afirmar que os cristãos do primeiro século viviam
uma cultura de Pequenos Grupos. Não era algo opcional, era uma forma de viver
como igreja. O culto era participativo e não havia espectadores. Segundo Colossenses
3.16, na igreja primitiva havia relacionamento. Vemos que em 1 Coríntios 14.26, na
igreja primitiva, havia uma dinâmica no culto. Em todo o Novo Testamento podemos
encontrar essa cultura dos Pequenos Grupos da igreja primitiva. O Pequeno Grupo é
a extensão da igreja. A igreja se desenvolvia a partir das casas, dos Pequenos Grupos,
e assim eles se instruíam, ensinavam e inspiravam mutuamente. Podemos afirmar que
as marcas dos Pequenos Grupos são evidentes na eclesiologia, e sua principal carac-
terística é o relacionamento. Dessa forma, os Pequenos Grupos não são uma parte
integrante de uma igreja, eles são a igreja nas casas.

AS GRANDES CELEBRAÇÕES E OS PEQUENOS GRUPOS

Com o aumento dos discípulos, cada vez mais a igreja precisou adaptar-se para reunir-
-se de forma a receber o mesmo ensino que, até então, partilhavam de casa em casa.
Por isso, uma igreja organizada em Pequenos Grupos possui como braços as grandes
celebrações. Ao passo que os Pequenos Grupos são agentes multiplicadores, as cele-
brações são os agentes evangelizadores e de concentração. As celebrações fornecem
aos discípulos a experiência de pertencimento. O discípulo participa dos Pequenos
Grupos onde é cuidado e discipulado, mas é através das grandes celebrações que
ele vive a experiência de pertencimento. As celebrações também dão ao discípulo a
oportunidade de servir em algum ministério específico da igreja. As celebrações coo-
peram para que mais pessoas desejem fazer parte da igreja. Um culto dinâmico, linear,
faz toda diferença. Ninguém gosta de que, enquanto assiste vídeos no YouTube ou
ouve uma música no Spotify, seja interrompido com anúncios. Da mesma maneira é na
igreja. As celebrações precisam ser inspiradoras. As grandes celebrações, ou seja, os
cultos públicos, celebram a vida de Deus e sua poderosa expressão como igreja. Quan-
do a igreja se reúne como um todo uns dançam, outros cantam cânticos, uns pregam,
isto é, há uma grande festa. Toda igreja organizada em Pequeno Grupo também é uma
igreja preocupada em ter um culto acolhedor, inspirador e que faz com que as pessoas
desejem voltar na próxima semana.

Grupos de Crescimento Evangelização e Unidade 89


AS VANTAGENS DOS PEQUENOS GRUPOS NA IGREJA
1 - OS PEQUENOS GRUPOS SÃO MÓVEIS E VERSÁTEIS.

As reuniões podem acontecer em diversos ambientes. Em uma escola, em uma casa,


em um escritório, nas praças, em qualquer lugar onde seja possível um encontro de
maneira periódica. Com a pandemia, muitos Pequenos Grupos de várias igrejas se
encontraram no ambiente on-line.

2 - OS PEQUENOS GRUPOS SÃO FLEXÍVEIS.

É possível fazer uma reunião de forma presencial ou até mesmo de forma on-line. É
possível também fazer essas reuniões em dias diferentes. Tem Pequenos Grupos que
se reúnem na terça, outros que acontecem na quarta, ainda outros na quinta, e assim
sucessivamente.

3 - OS PEQUENOS GRUPOS SÃO INCLUSIVOS.

Quando o convidado é levado a um Pequeno Grupo, a possibilidade de ele criar vín-


culos e relacionamentos profundos é muito maior do que se você levá-lo a um culto.
É claro que ele vai gostar do culto, é claro que ele vai gostar de estar com você. Mas
quando você o leva a um Pequeno Grupo, ali ele tem uma liberdade maior de se
expressar e criar vínculos. Se um dia, por acaso, você não puder comparecer a uma
reunião do Pequeno Grupo, sem dúvida este convidado irá sem você, pois estará co-
nectado àquele Pequeno Grupo.

4 - OS PEQUENOS GRUPOS FACILITAM A IDENTIFICAÇÃO PESSOAL.

Através do Pequeno Grupo, a igreja consegue identificar aquelas pessoas que estão
nos visitando. As pessoas as identificam e as integram na igreja.

5 - OS PEQUENOS GRUPOS PODEM CRESCER E MULTIPLICAR.

No momento em que um Pequeno Grupo começa a se tornar um grande grupo, é hora


de multiplicar. Ele precisa se multiplicar, mas não de qualquer maneira, é necessário a
preparação.

6 - OS PEQUENOS GRUPOS FACILITAM A EVANGELIZAÇÃO.

Na Bíblia, podemos ver como cinco mil pessoas foram facilmente alcançadas e incluí-
das na vida da igreja. Felipe convidou a Natanael para conhecer Jesus, e a sua vida foi
transformada para sempre.

90 GCEU
7 - OS PEQUENOS GRUPOS NÃO EXIGEM UMA AUTORIDADE ECLESIÁSTICA.

Nos Pequenos Grupos a liderança é exercida de forma livre. Não é um cargo, mas sim,
um encargo, uma responsabilidade. Não precisa ser pastor, presbítero, diácono, evan-
gelista ou missionária para ser um líder de um GCEU. O que um Pequeno Grupo exige
é que existam líderes que foram formados, treinados e enviados para ensinar pessoas.
Nos Pequenos Grupos não estão os diplomados, mas os formados.

8 - OS PEQUENOS GRUPOS PODEM ADAPTAR-SE A ESTRUTURAS INSTITUCIONAIS.

Lembrando que toda adaptação sugere uma modificação da forma e do propósito, e é


melhor olhar para o Pequeno Grupo como componente essencial da igreja e não como
algo paralelo.

“NÃO BASTA APENAS TREINARMOS PESSOAS PARA GANHAREM


ALMAS OU FAZEREM DISCÍPULOS, O QUE NÓS PRECISAMOS É DE
PESSOAS QUE AMAM TANTO A DEUS A PONTO DE FAZER O QUE ELE
NOS ORDENOU: IR FAZER DISCÍPULOS”. (PR. FABIANO DE SOUZA)

OS OBJETIVOS DOS PEQUENOS GRUPOS


Antes de iniciarmos esta aula, quero pensar com você sobre a diferença entre uma
igreja com Pequenos Grupos e uma igreja em Pequenos Grupos. Uma igreja com Pe-
queno Grupo o tem apenas como uma opção, por exemplo: você pode estar em um
Pequeno Grupo ou estar em um ensaio de algum ministério. Com esse pensamento
você vai fazer com que os Pequenos Grupos concorram espaço com os demais minis-
térios. Um dos principais motivos para se ter Pequenos Grupos na igreja é a conscien-
tização de missão para os membros. Por outro lado, numa igreja em Pequenos Grupos
as pessoas chegam através dos Pequenos Grupos. Ou quando elas chegam na igreja,
são conduzidas a um Pequeno Grupo. Então, a forma a qual essa pessoa é pastoreada,
discipulada e orientada é a partir do Pequeno Grupo, o qual está correlacionado à su-
pervisão e coordenação do pastor da igreja. Desta forma, todos crescem e são nutri-
dos de maneira saudável. Entendido isto, vamos aos objetivos dos Pequenos Grupos.

Um Pequeno Grupo é composto de sete a quinze pessoas que se reúnem se-


manalmente em uma casa ou um espaço determinado e, principalmente, distinto do
prédio da igreja. É claro que há algumas exceções quanto a isso, mas eles, os Peque-
nos Grupos, precisam estar nas ruas, nas casas, eles devem viver a igreja e serem a
igreja nas casas, vivendo a comunhão e visando a multiplicação. Todo Pequeno Grupo
visa a multiplicação (crescer e multiplicar). O Pequeno Grupo não é uma reunião de
oração, apesar de ter oração. Ele não é um ambiente onde as pessoas vão pra buscar

Grupos de Crescimento Evangelização e Unidade 91


alguma benção, mas pra serem discipuladas. Um Pequeno Grupo também não é um
grupo de estudos bíblicos, apesar de ter estudos bíblicos. Mas o Pequeno Grupo é
um compartilhar de princípios bíblicos. O Pequeno Grupo não é um discipulado onde
buscam desenvolvimento pessoal e liderança, apesar de ser importante. Um Pequeno
Grupo não é um grupo de apoio aonde as pessoas vão para contar a suas dificuldades
simplesmente, apesar de isso ser importante. Um Pequeno Grupo também não é um
ponto de pregação, a estrutura é diferente. Desta forma, podemos dizer que o Peque-
no Grupo é um conjunto de fatores que cumpre o mesmo propósito, que é frutificar.
Em João 15.16, diz: “(…) eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim
de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome”.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE UM PEQUENO GRUPO


1 - OS PEQUENOS GRUPOS TÊM A VISÃO DA MULTIPLICAÇÃO.

Entendemos que, para atender os objetivos do Pequeno Grupo, o número de mem-


bros precisa ser de sete a quinze pessoas. Ao chegar à marca de quinze pessoas,
ele precisa necessariamente multiplicar, e assim, ter dois grupos com sete pessoas. É
claro que não precisamos ser rígidos quanto aos números. Pode ser que um Pequeno
Grupo, nessa multiplicação, tenha nove pessoas e o outro menos. Mas talvez o que
tem menos pessoas é aquele com maior potencial. O contexto da multiplicação é o
potencial, o quanto aquele grupo é capaz de se multiplicar.

2 - OS PEQUENOS GRUPOS TÊM COMUNHÃO.

A grande marca do Pequeno Grupo é a comunhão. Comunhão não é somente com co-
mida. A palavra grega “Koinonia” se refere a uma comunhão com corpo, alma e espírito.
Tem a ver com a sua própria provisão. No Pequeno Grupo, cada um provê um para o
outro e sustenta um ao outro. Vida em comunidade.

3 - OS PEQUENOS GRUPOS COMPARTILHAM A VIDA DA IGREJA LOCAL.

Os temas são da igreja local. Os Pequenos Grupos compartilham a igreja local, eles não
estão à parte. Eles desejam estar nas grandes celebrações e participam de todas as
atividades da igreja. Quando estamos desenvolvendo uma atividade evangelística na ci-
dade, os Pequenos Grupos são ferramentas poderosas de desenvolvimento de pessoas.
Então, inevitavelmente, a vida da igreja local é compartilhada nos Pequenos Grupos.

4 - OS PEQUENOS GRUPOS SÃO ABERTOS.

Os Pequenos Grupos não são de um ministério em específico. Eles são abertos para
todos que desejam participar. Os membros do ministério de louvor podem participar
do Pequeno Grupo de outro ministério da igreja.

92 GCEU
5 - OS PEQUENOS GRUPOS TÊM UM LUGAR FIXO.

Um Pequeno Grupo não é feito de casa em casa sem um endereço fixo. Ele está em
uma mesma casa. Isso gera um comprometimento da parte daqueles que estão fazen-
do parte do Pequeno Grupo e daqueles que estão visitando.

6 - OS PEQUENOS GRUPOS TÊM LANCHE.

Comida gera relacionamento, gera comunhão. Além disso, é bíblico. Podemos ver no
livro de Atos que eles partiam o pão de casa em casa. É óbvio que não precisamos
fazer um banquete após uma reunião do Pequeno Grupo, mas um simples lanchinho
faz toda diferença.

7 - OS PEQUENOS GRUPOS GERAM O DESENVOLVIMENTO DAS PESSOAS.

Os Pequenos Grupos também geram desenvolvimento de lideranças, de pessoas. E


nós precisamos aprender e ministrar às pessoas que elas podem e devem liderar ou-
tras pessoas. Por isso, é muito importante nós trabalharmos nas pessoas a sua poten-
cialidade.

FUNÇÕES DE PESSOAS EM UM PEQUENO GRUPO


1. LÍDER. É aquele que ouve a todos e dirige o grupo a uma conclusão.

2. ANFITRIÃO. É aquele que abre as portas de sua casa, ou mesmo aquele que
conseguiu um espaço para que as reuniões pudessem ser realizadas.

3. SECRETÁRIO. É a pessoa que fica responsável pela organização, que lembra


dos aniversariantes, etc.

LIDERANÇA NO PEQUENO GRUPO


Muitas pessoas imaginam que o Pequeno Grupo é um ambiente onde se junta gente,
como se fosse um celeiro. Mas, na verdade, um Pequeno Grupo é um ambiente de de-
senvolvimento de liderança. Assim como em uma casa há muitas colunas que lhe dão
sustentação, assim são os líderes na igreja local. Esses líderes são formados na Escola
de Formação de Líderes (EFL), mas são identificados no Pequeno Grupo. Muitas vezes
a pessoa não tem a oportunidade de contribuir em um culto público, seja louvando,
pregando, ou fazendo qualquer outra coisa, mas ela pode fazer isto no Pequeno Gru-
po. Ponderado isto, vamos para a nossa lição de hoje: os valores do Pequeno Grupo.

Grupos de Crescimento Evangelização e Unidade 93


OS VALORES DO PEQUENO GRUPO
1 - O PEQUENO GRUPO É UM ORGANISMO.

Se nós entendemos que o Pequeno Grupo é um organismo, então o que pode impedir
este organismo de crescer? Bom, a falta de alimento, a falta de um ambiente propício ao
seu desenvolvimento e a falta de oportunidade de poder vivenciar a prioridade, podem
ser um dos causadores do impedimento desse crescimento. E não é que não funciona,
mas talvez ele esteja em um ambiente sem condições de se desenvolver. O Pequeno
Grupo precisa de nutrição, de oportunidade e prioridade para crescer. A agenda da igre-
ja local diz muito sobre o crescimento e o desenvolvimento do Pequeno Grupo.

No organismo, os crentes estão vinculados. Em Efésios 4.16, diz: “Do qual todo o
corpo, bem ajustado, e ligado pelo auxílio de todas as juntas, segundo a justa operação de
cada parte, faz o aumento do corpo, para sua edificação em amor”. É necessário que haja
integração e comprometimento. Em um organismo, os membros têm funções; em uma
orparticipae os membros tem cargos. Quem conhece sua função não precisa que o
digam o tempo todo o que tem de ser feito, ele vai fazer. Quem tem cargo é obrigado
a fazer. Em um organismo, cada membro tem um ministério; na organização, os mem-
bros tem mandatos. No organismo, todos sabem o que devem fazer e o farão sempre,
não importa se é em um grande grupo ou em um Pequeno Grupo; na organização, o
mandato tem fim. Em um organismo, a autoridade vem através do reconhecimento
dos dons; na organização, vem pelo currículo. No organismo, a pessoa não está em
uma função porque ela tem um extenso currículo que a qualifica, mas porque ela ma-
nifesta aquela liderança onde está. No organismo, a vida é essencial; na organização,
o que é essencial é a estrutura.

2 - TODO CRISTÃO É UM MINISTRO DO REINO DE DEUS.

Todos na igreja são ministros e sacerdotes de Deus. Eles manifestam a vida da igreja
onde quer que estejam.

3 - CADA CASA É UMA EXTENSÃO DA IGREJA.

Não permita que o seu Pequeno Grupo se desvincule da igreja local. Não permita que
pessoas do seu Pequeno Grupo não vivam também a vida da igreja. Fique atento para
que as pessoas participem e vivam a vida da igreja.

4 - FAZER DISCÍPULOS É O ALVO DE TODO PEQUENO GRUPO.

Um Pequeno Grupo não vive simplesmente para se multiplicar, mas sim, para se mul-
tiplicar em outros. Nós precisamos de discípulos que fazem discípulos.

94 GCEU
IGREJA
IGREJAGERACIONAL
GERACIONAL
Uma Igreja Multigeracional
(que pensa em todas as
gerações) 99

Ambiente Intencional 100

Culto Geracional
3
100

Ativando Gerações em
faixas etárias 101
CAPÍTULO

Ativando as crianças 102

Roteiro do Culto KIDS 107


3

Ativando os Pré-Adolescentes 108

Roteiro do Culto de
CAPÍTULO

Celebração para
Pré-Adolescentes 109

Igreja Multigeracional para


Crianças e Pré-Adolescentes 110

Ativando Adolescentes 110

Ativando os Jovens 111

Igreja Multigeracional na
Prática 112
IGREJA GERACIONAL

A igreja precisa oferecer um ambiente intencional a todas as gerações, e cada líder


precisa atuar de modo criativo, profético, bíblico e discipulador.

O teu reino é reino eterno, e o teu domínio permanece de geração em


geração. O Senhor é fiel em todas as suas promessas e é bondoso em tudo
o que faz. Salmos 145.13

A proposta de um ambiente geracional começa na infância até a transição para a


pré-adolescência, seguindo os ciclos de gerações, adolescência, juventude, idade adul-
ta e 60+. Cada geração tem sua particularidade relacional, social e cultural, mesclada
com uma necessidade espiritual e o senso de identidade e pertencimento no ambiente
da igreja local.

Pensando na peculiaridade cultural das gerações, que é compreendida por com-


portamentos, tradições e conhecimentos específicos, incluindo a linguagem, o gosto
alimentar, a forma de se conectar com a igreja, gosto musical, desenvolvimento de
artes, vestimenta, entre inúmeros outros aspectos, nosso desafio é criar um ambiente
geracional capaz de comunicar com diversas gerações de forma intencional.

Na sua Pré-adolescência, Jesus assumiu o protagonismo da sua missão, de maneira


que ouvia e questionava aos mestres da lei acerca dos ensinamentos sobre Deus e o
que estava escrito na Bíblia. De modo intencional, Jesus revela a importância do rela-
cionamento geracional, pois crescia em conhecimento e estatura, assumindo um papel
de maturidade e desenvolvimento (Lucas 2.46-52).

UMA IGREJA MULTIGERACIONAL


(QUE PENSA EM TODAS AS GERAÇÕES)
Contextualizando, a palavra MULTI significa MUITOS. Multi-geracional, portanto, são
várias gerações sendo assistidas pela igreja local com a finalidade de crescimento re-

IGREJA GERACIONAL 99
lacional entre crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens, homens, mulheres e
idosos.

“Ora, o corpo não é um só membro, mas muitos.” (1 Coríntios 12.14)

AMBIENTE INTENCIONAL
Uma igreja Multi-Geracional compreende a particularidade de cada geração, perfil,
culturas e estilos de adoração e celebração. A igreja Multi-Geracional é baseada nos
princípios bíblicos e ativação profética, desenvolvendo uma organização personaliza-
da por faixas etárias, ou seja, da criança à terceira idade propomos um ambiente de
integração e relacionamentos saudáveis.

No ambiente geracional, o adolescente não se sentirá recriminado pela sua forma


de vestir, de falar, ou por causa do estilo musical de que gosta. O ancião não se sentirá
ameaçado, encostado, deixado de lado.

Um exemplo disto é o episódio em que Jesus repreende Seus discípulos, quando


tentavam impedir que as crianças chegassem a Ele. Não as impeçam, deixem-nas vir
a mim. Jesus estabelece um princípio de cuidado geracional, ele traz as crianças para
perto, e proporciona para elas um olhar de amor.

Jesus curou um senhora idosa, sogra de Pedro, revelando assim o seu amor ge-
racional (Lucas 4.38,39). E ainda vemos Jesus discipulando um Jovem rico (Marcos
10.17-31).

CULTO GERACIONAL
Estrutura: O nosso maior desafio não é a falta de estruturas, recursos ou espaços
para implantação de um culto geracional com crianças, adolescentes, pré-adolescente
ou jovens. O nosso maior desafio é a ativação de uma visão profética, por meio da
qual nosso coração é incendiado e conduzido a uma experiência única com o poder
sobrenatural do Espírito Santo, nos impulsionando a viver buscando primeiro o reino
de Deus e a sua justiça e todas as outras coisas, recursos, estruturas e espaços se-
rão acrescentados e viveremos uma colheita extraordinária. Portanto, não precisamos
inicialmente de uma mega estrutura, mas sim de um espaço para ser transformado e
organizando para receber as gerações em um ambiente criativo.

Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas


essas coisas serão acrescentadas a vocês. Mateus 6.33

100 IGREJA GERACIONAL


COMECE PELO QUE VOCÊ TEM!

Você tem uma sala, mesmo que pequena? Comece por ela, seja criativo, transforme a
sala em um espaço geracional. Para as crianças, pinte uma parede de uma cor diferen-
te, coloque as cadeiras em forma de igreja, faça um mini púlpito, compre uma ilumina-
ção colorida, crie efeitos e expectativa, e a partir disto faça uma mega inauguração:
NÃO É mais SALINHA, agora é CULTO KIDS no Espaço START.

Para os pré-adolescentes, adolescentes e jovens, organize um ambiente inspirador,


compre o famoso latão como púlpito criativo, explore fitas e efeitos em led, crie ex-
pectativa com uma boa iluminação em um clima criativo.

Para a terceira idade (60+), prepare um ambiente acolhedor, comece com encon-
tros informais, um café da manhã de comunhão, chá da tarde com testemunhos e
troca de experiências, um sábado de atividades criativas, palestras, oficinas, cursos de
artesanato, tecnologia e atividades físicas. A partir disto, prepare a inauguração para
um encontro de celebração que pode iniciar com frequência mensal e seguindo até o
ideal de frequência semanal. Os idosos gostam de se sentir importantes e valorizados
como parte da igreja. Este culto geracional 60+ é a ativação para fortificar o relacio-
namento entre eles e a valorização da igreja no desenvolvimento espiritual e social de
cada participante do 60+.

Voluntários: Não há necessidade de formar uma grande equipe para a implantação


do culto geracional. O passo inicial é ter um coração voluntário e apaixonado por uma
visão profética, que se movimenta como um referencial, contagiando outros para so-
mar no avanço dessa visão. Na igreja multigeracional, não tem ajudantes, mas pessoas
comprometidas com a missão.

Mensagem: As Gerações aprendem de forma diferente. Para cada público, com uma
linguagem específica, a forma de se comunicar é desenvolvida de forma personalizada,
de acordo com a idade e a cultura. No culto geracional, a mensagem precisa ser con-
textualizada e alinhada a um proposito definido para alcançar o seu público.

ATIVANDO GERAÇÕES EM FAIXAS ETÁRIAS


A proposta do pequeno grupo, o nosso GCEU, é desenvolver comunhão por meio
de relacionamentos saudáveis, portanto, isso se tornará mais intencional se organiza-
do também por idades, ou seja, GCEU’s geracionais, com crianças, pré-adolescentes,
adolescentes, jovens, casais, homens, mulheres e idosos. Além disso, a Escola Bíblica,
grupos de Discipulado e os cultos de celebração, são ferramentas de implantação da
visão de cuidado com as gerações.

IGREJA GERACIONAL 101


ATIVANDO AS CRIANÇAS
Crianças de 0 à 9 anos são assistidas e ativadas para viverem uma experiência, diver-
tida, bíblica e profética no seu ambiente geracional. São divididas em 5 faixas etárias.

• Baby: até 1 anos e 11 meses

• Maternal: 2 a 3 anos

• Jardim: 4 a 5 anos

• Primários: 6 a 7 anos

• Plugados: 8 a 9 anos

CARACTERÍSTICAS DE
ESTRATÉGIAS
DESENVOLVIMENTO DO BABY
Crescimento geral menos acelerado, Pegando, apalpando, ela está
maior e melhor coordenação muscular. descobrindo o tamanho, a forma e a
mobilidade de tudo no seu mundo.
Mostra interesse por toda espécie de
atividade. Repetir rotinas, horários; mesmo lugar
para os jogos e atividades.
Usa da imitação.
Deixá-la com outras crianças.
Compreende o significado das palavras.
Proporcionar oportunidades para ouvir
Maior capacidade de contato social. músicas.

Capaz de distinguir sons repetidos e Guardar “com” ela os seus brinquedos e


rítmicos. roupas.

Tem rudimentar noção de espaço. Não repreender se a criança não


compreendeu o que não pode fazer.
Não dispõe ainda da compreensão de
causas e consequências. Compreender que a criança considera
ainda seus brinquedos como parte dela
É egocêntrica. e os defende como tais.

102 IGREJA GERACIONAL


CARACTERÍSTICAS DE
DESENVOLVIMENTO DO MATERNAL: ESTRATÉGIAS
2 A 3 ANOS
Melhor coordenação motora, tanto para A criança necessita de espaço para
flexão como para extensão. Controle do correr e pular. Deixar ao seu alcance
polegar. tesoura sem ponta.

Maior progresso na linguagem. Conversar normalmente com a criança.


Não imitar a fala infantil.
Interdependência das atividades mentais
e motoras. Oferecer espaços para o faz-de-conta.

Aprende, ainda, principalmente por Ter paciência, pois é uma condição


imitação. normal do crescimento. Evitar as
oportunidades de alternativas: pôr o
Maior desenvolvimento da inteligência e assunto em termos definidos, falar clara
poder de dedução. e simplesmente com ela.

Memória mais desenvolvida. Dar oportunidades de dramatizar.

Negativismo acentuado. Solicitar que descreva gravuras.

Habilidade maior para expressar


emoções.

Capaz de dramatizar (3 anos).

Observação de detalhes.

Atenção mais desenvolvida.

IGREJA GERACIONAL 103


CARACTERÍSTICAS DE
DESENVOLVIMENTO DO JARDIM: ESTRATÉGIAS
4 A 5 ANOS
Melhor coordenação dos músculos Oferecer brinquedos para que possa
grandes. Pequenos músculos das mãos exercitar seus sentidos e músculos.
mais desenvolvidos.
Contar histórias, ora reais ora fictícias,
Capacidade para concentrar a atenção para que ela aprenda as diferenças.
durante 15 – 20 minutos, aos 4 anos.
Responder sempre às perguntas.
Imaginação muito fértil.
Ajudar a aceitar os limites necessários.
Tem senso de iniciativa; percebe que
pode planejar, ter e executar ideias. Dar oportunidade para compartilhar
experiências com a família.
Afetuosa – Curiosa.

É capaz de concentrar a atenção por


períodos mais longos, 20–40 minutos,
a partir dos 5 anos.

É mais segura de si mesma, tem


capacidade de autocrítica.

Aparece o interesse pelo mundo


fora do lar.

104 IGREJA GERACIONAL


CARACTERÍSTICAS DE
DESENVOLVIMENTO DO PRIMÁRIOS: ESTRATÉGIAS
6 A 7 ANOS
Maior amadurecimento neuromuscular. Dar tempo para completar as tarefas.

Vocabulário até 2.500 palavras. Dar oportunidades para usar a iniciativa,


deixando-a agir por si mesma.
Faz perguntas sobre tudo que a rodeia.
Encorajar a criança a tomar lugar em
Tem iniciativa. grupos, mas não forçar.

Distingue melhor a realidade da fantasia. Contar e fazer contar histórias.

Curiosidade sexual mais acentuada. Evitar chamar a atenção, procurar


colocar a criança à vontade. Evitar
Período de transição entre discussões.
individualismo e participação em
grupos maiores.

Mostra algum grau de pensamento


abstrato.

Aumenta o poder de concentração


da atenção.

Conhece e usa palavras descritivas


e de ação.

Maior capacidade de compreender,


discutir e enfrentar situações
emocionais.

IGREJA GERACIONAL 105


CARACTERÍSTICAS DE
DESENVOLVIMENTO DO PLUGADOS: ESTRATÉGIAS
8 A 9 ANOS
Bom controle de grandes e pequenos Possibilitar recreação variada.
músculos, apresenta aumento
acentuado da força manual. Orientar quanto à competição.

Coordenação visual e motora quase Procurar desenvolver atitude científica:


igual à do adulto. fato vs. opinião.

Aprecia medir força física e habilidade Dar oportunidade para organizar


com os outros. atividades/eventos.

Apresenta maior habilidade em Orientar para estabelecer seus próprios


generalizar e em pensamento crítico. objetivos e avaliar seu crescimento e
sucesso.
Interesse em explorar e experimentar.
Conversar, discutir suas opiniões,
Está apta a planejar com antecedência. trocando ideias e sugestões.

Pronta a assumir maiores Incentivar o diálogo com os colegas e


responsabilidades. outras pessoas.

Capaz de definir e compreender Orientá-la e apoiá-la em suas


palavras abstratas. iniciativas, deixando-a assumir suas
responsabilidades.
Capacidade para generalizações
mais rápidas, segue mais facilmente
argumentos lógicos.

Maior sociabilidade.

Nova visão do mundo, mostrando


maturidade progressiva.

106 IGREJA GERACIONAL


ROTEIRO DO CULTO KIDS

• Estação da Criatividade (jogos, dinâmicas e interação com as crianças)

• Cronômetro Criativo (contagem regressiva para iniciar o culto kids, de 2 ou 5


min.)

• Palavra de Boas-Vindas com Leitura Bíblica (saudação para iniciar o culto)

• Oração Profética de Joelhos (momento para conectar a criança com o Espírito


Santo)

• Momento da Adoração (louvores de adoração e louvores infantis)

• Momento da Oferta (Ministração e Oração pelas ofertas)

• Momento On Vip (Gratidão aos Visitantes presentes)

• Cronômetro Criativo (Divisão Kids crianças de 2 a 5 anos / Plug crianças de 6 a


9 anos)

• Hora dos Testemunhos (Participação das crianças tocando instrumentos e com-


partilhando experiências na semana)

• Mensagem Bíblica (momento para ministração da palavra e aplicação bíblica)

• Convite Especial (Apelo para aceitar a Jesus com plano da salvação e Oração)

• Oração Profética (Ministração profética na vida das crianças)

• Presente para Compartilhar/Despedida (lembrancinha para levar pra casa, para


compartilhar a mensagem)

• (O Lanche pode ser no início ou no final da Celebração)

Na Igreja Multigeracional, as crianças vivem o mover profético e


sobrenatural do poder e da palavra de Deus. Os Cultos de Celebração Kids
são inspiradores e sempre com um roteiro dinâmico e integrado a uma
experiência com o Espírito Santo.

LEMBRETE

Se você não tem um espaço para iniciar o culto Kids simultâneo ao culto
de celebração dos adultos, encontre próximo da igreja um espaço, esco-
la ou casa de um irmão disponível para receber as crianças, ou organize
uma dinâmica de um culto para as crianças em um dia da semana no
templo principal.

IGREJA GERACIONAL 107


ATIVANDO OS PRÉ-ADOLESCENTES
Pré-adolescentes de 10 a 13 anos são assistidos e ativados para viverem uma expe-
riência relacional, bíblica e profética no seu ambiente geracional. Segundo o Instituto
Infanto-juvenil, a Pré-adolescência é uma etapa de transição. Além do início das mu-
danças hormonais – que vão perdurar por toda a adolescência – a pré-adolescência é
um período de grande atividade cerebral, com uma verdadeira explosão de conexões
neurais, além de contar com uma guinada na curva de crescimento.

Com tudo isso, é natural que os pré-adolescentes estejam, com frequência, cansa-
dos, impacientes – e famintos.

“Não é do dia para a noite que surgem espinhas ou pêlos no corpo do pré-adoles-
cente. Da mesma forma, a transição interna é um processo, mas se os pais não ficam
atentos pode parecer repentino quando um belo dia o filho diz que não quer mais ir
para o sítio da família no fim de semana, ou pede para a mãe deixá-lo na esquina da
escola – sem direito a beijinho de despedida”, analisa Marcia Belmiro.

Essas mudanças (tanto físicas quanto comportamentais) são naturais e saudáveis,


mas para os pais pode ser difícil aceitar que não há mais uma criança ali. Por isso,
muitas vezes os pais – em geral sem se dar conta disso, ou com as melhores intenções
– reprimem ou ignoram os sinais dados pelo filho. Quando isso acontece, a conexão
entre pais e filhos se perde, e pode demorar anos para que seja recuperada.

“A ideia do senso comum de ‘deixar pra lá’, já que nessa idade eles ‘são assim mes-
mo’, não resolve as questões. Quando um bebê nasce, seus pais explicam o mundo a
ele: o que pode e o que não pode, como é esperado que ele se comporte. Mas quando
esse bebê cresce, é preciso reexplicar o mundo, que mudou e se expandiu, acompa-
nhando as novas possibilidades que se apresentam ao pré-adolescente”, avalia Marcia.

Nessa situação, o que funciona é estar atento às mudanças e estabelecer um diá-


logo sincero e constante – diferente do diálogo que existia na infância – fazendo as
intervenções necessárias a cada nova situação que se apresenta.

Marcia faz um convite à reflexão: “A pré-adolescência pode ser vista como o pre-
núncio à grande tempestade chamada adolescência, ou pode ser vivida como uma
fase única e especial na vida do filho, com descobertas e conquistas fundamentais
para a constituição da identidade desse indivíduo. Cabe aos pais escolher como que-
rem enxergá-la.”

108 IGREJA GERACIONAL


LEMBRETE:

Desenvolva a escuta saudável;

Identifique a hora ideal de conversar;

Tenha paciência;

Compreenda as necessidades dos pré-adolescentes;

Não imponha, dialogue com discipulado;

Seja participativo;

Não force a situação;

Não seja repetitivo, isto irrita e fecha as portas;

Desenvolva a empatia;

Ensine pelo exemplo.

Para conversar com os pré-adolescentes, é importante que os líderes desenvolvam


uma relação de confiança e identifiquem os assuntos que eles mais gostam.

ROTEIRO DO CULTO DE CELEBRAÇÃO


PARA PRÉ-ADOLESCENTES

• Momento ON VIP (jogos, dinâmicas e interação com os amigos e visitantes)

• Cronômetro Criativo (contagem regressiva para iniciar o culto, de 2 ou 5 min.)

• Palavra de Boas-Vindas com Leitura Bíblica (saudação para iniciar o culto)

• Oração Profética de Joelhos (momento para conectar com o Espírito Santo ou


um tema específico de intercessão)

• Momento da Adoração (louvores de adoração)

• Momento da Oferta (Ministração e Oração pelas ofertas)

• Mensagem Bíblica (momento para ministração da palavra e aplicação bíblica)

• Convite Especial (Apelo para aceitar a Jesus com plano da salvação e Oração)

• Oração Profética (Ministração profética na vida das crianças)

• Momento On Vip (Gratidão aos Visitantes presente)

• (O Lanche pode ser no início ou no final da Celebração)

IGREJA GERACIONAL 109


IGREJA MULTIGERACIONAL PARA CRIANÇAS
E PRÉ-ADOLESCENTES
CURIOSIDADES

Diaconato KIDS ou Teen (Sempre acompanhado por um discipulador adulto): Res-


ponsável por recolher as ofertas, ajudar na organização dos cultos, arrumação das
cadeiras, verificação das portas e água. Ministra a palavra de oferta e ora.

Voluntário KIDS ou Voluntário Teen (Sempre acompanhado por um discipulador


adulto): Responsável pelas boas vindas, integração de visitantes, e ajuda em tudo que
for solicitado.

Pregador KIDS ou Teen (Sempre acompanhado por um discipulador adulto): Ministra


a palavra e participa de forma efetiva no culto do dia.

ATIVANDO ADOLESCENTES
A CRIAÇÃO DE “ADOLESCENTES”

É importante que você saiba que a ideia de “adolescência” foi criada há somente se-
tenta anos. A palavra “adolescente” não existia antes da Segunda Guerra Mundial.
Não havia uma categoria para seres humanos entre a infância e a vida adulta. Você
era uma criança e depois você era um jovem adulto. Há somente cem anos, você teria
uma responsabilidade decisiva aos treze anos de idade na fazenda ou na empresa do
seu pai – ou na cozinha e na sala de tecelagem da sua mãe. Você seria treinado para
um trabalho remunerado ou para um empreendimento familiar até os dezessete anos,
estaria casado até os vinte e seria um marido e um pai responsável – ou uma esposa
e mãe – até o os vinte e poucos. Talvez seja difícil para você imaginar esse cenário. E
eu não estou dizendo que podemos voltar para essa época ou que devemos querer
voltar. Meu objetivo é que você seja liberto pela verdade. A verdade libertará você. A
verdade é que você não precisa se encaixar nas expectativas contemporâneas que a
sua cultura ou seus colegas impõe. Poucos adolescentes têm consciência da história.
Essa ignorância conduz a um tipo de escravidão. A maioria dos adolescentes é escrava
das expectativas de seus colegas e das grandes indústrias que vendem suas roupas,
música, tecnologias e entretenimento. Essa escravidão é tão agradável – e tão con-
sistentemente recompensada – que a possibilidade de se libertar da conformidade à
cultura adolescente raramente passa pela sua cabeça. Se conscientizar historicamente
que outras possibilidades existem, pode libertá-lo para um estilo de vida radical em
tempos de guerra, em nome de Jesus. (Blog /voltemosaoevangelho)

110 IGREJA GERACIONAL


O QUE “ADOLESCENTE” SIGNIFICAVA HÁ SETENTA ANOS

Em 1944, a revista Life cobriu o novo fenômeno Teen. Segundo o artigo, há um perío-
do na vida de toda moça americana em que a coisa mais importante do mundo é fazer
parte da multidão e agir e falar exatamente como eles. Essa é a adolescência. Esse
não é um princípio muito invejável para o significado de “adolescente”. As coisas não
mudaram muito nos últimos sessenta anos. Um adolescente escreveu para o jornal da
minha cidade natal: A maioria dos meus amigos não se sentem confortáveis com as
roupas mais populares, mas usam mesmo assim. Chamar atenção nem sempre vale a
pena. A sociedade diz para sermos diferentes e, ao mesmo tempo, para sermos iguais.
Como se vestir para agradar a si mesmo, aos seus pais e aos seus colegas? Não é pos-
sível. Adolescentes acabam abrindo mão de seus valores para se encaixar. Se preten-
demos sobreviver ao ensino médio ou até ao ensino fundamental, sem perturbações,
precisamos nos vestir para agradar nossos colegas. Seremos os próximos líderes desta
nação. Precisamos enxergar no que nós nos tornamos, e mudar. (Minneapolis StarTri-
bune, 16 de novembro de 2002; A23). Não é fácil ser um adolescente cristão. Você
desesperadamente quer que as pessoas gostem de você. Ser rejeitado pelos amigos
pode ser devastador. Mas como essa jovem moça, você sabe, no fundo do coração,
que viver para fazer com que as pessoas gostem de você é escravidão. E se você per-
tence a Jesus, essa escravidão pode ser um tormento pior do que a rejeição. (Blog /
voltemosaoevangelho)

O modelo de igreja multigeracional oferece oportunidades relevantes e transfor-


madoras para todas as idades. Ativando dons e ministérios de forma intencional e
profética para que os participantes da geração sejam mais ativos na experiência dos
cultos e atividades.

A igreja multigeracional para adolescentes nasce no ambiente de GCEU (pequeno


grupo), um encontro de discipulado, escola bíblica ou reunião de amigos. A partir disto,
essa geração é ativada para experimentar um ambiente de celebração onde eles são
os protagonistas nas boas-vindas, no louvor, na organização do roteiro de culto, nas
atividades de interação.

ATIVANDO OS JOVENS
A IGREJA MULTI-GERACIONAL E A JUVENTUDE!

Por muito tempo, paradigmas acerca de como manter a juventude envolvida com a
vida da igreja foram o grande desafio que muitos líderes enfrentaram. Isto variando
entre muito intensa ou totalmente desconectada, partindo do pressuposto de que
esta faixa etária é uma das mais voláteis em relação ao envolvimento com a igreja.

IGREJA GERACIONAL 111


Nossa missão sempre foi trazer todos para dentro desta comunhão sem, de maneira
alguma, aceitar perder até mesmo aqueles que não sabem que estão perdidos. E, ao
longo da caminhada, conseguimos encontrar chaves que nos levam ao caminho que
desejamos. A começar com a forma que incentivamos a juventude a se reunir. Era mui-
to comum, a um tempo atrás, que a juventude fizesse constantes cultos e congressos
de jovens para jovens em épocas selecionadas do ano e que este momento seria o
grande evento da juventude que teria a responsabilidade de ali ganhar almas, conso-
lidar o grupo, fortalecer a comunhão, etc. Porém, hoje entendemos que podemos ir
muito além disto. Nosso intuito é ser uma juventude que viva a vida da igreja todos os
dias do ano, que trabalhe para estar engajada com as atividades da igreja em tempo
integral e, acima de tudo, que pense em encontros, atividades e celebrações sempre
para a atualidade, e nunca para um futuro próximo. Temos visto o extraordinário em
igrejas que tem optado por abrir suas atividades fora das paredes da igreja. Seja com
passeios, encontros, pequenos grupos, etc. E é claro, quando os cultos acontecem
dentro deste modelo, ele já não tem mais a missão de ser um culto que tem a obriga-
ção de cumprir propósitos de consolidação, estruturação, etc. Este encontro passa a
ser um encontro de pessoas já conectadas e consolidadas que, juntas, cultuam a Deus
para que seu reino seja expandido.

(Guilherme Zacher)

IGREJA MULTIGERACIONAL NA PRÁTICA


EXPERIÊNCIA 1

Desde que começamos a viver a igreja multigeracional, temos sido impactados. Po-
demos ver as crianças envolvidas no serviço cristão, louvando e orando nos cultos, o
compromisso em convidar outros amigos para viver o que elas tem vivido e a alegria
de estar em um momento e lugar em que elas sintam pertencimento, compreendam
a mensagem na sua linguagem e vivenciem experiências únicas. O impacto também é
grande nas famílias, vendo seus filhos crescendo em um ambiente saudável e pensado
para elas. Aqui na IMW Industrial 1, em Contagem/MG, temos colhido frutos e des-
frutado de uma grande Graça ao viver a igreja multigeracional.

(Carol Freitas de Oliveira)


EXPERIÊNCIA 2

Chegamos na família Metodista Wesleyana Central de Petrópolis no ano de 2002.


Tínhamos apenas 1 filho e fazíamos questão dele estar no Culto KIDS. Passaram-se al-
guns anos e veio nosso segundo filho, ele também frequentava o culto KIDS e, nestes

112 IGREJA GERACIONAL


anos de igreja, vivenciamos muitas etapas da vida cristã de nossos filhos, até que uma
nova visão chegou em nossa igreja e nossos filhos estão vivendo um tempo precioso.
Foi trazido para eles uma igreja Multigeracional, onde eles têm liberdade de expressar
sua adoração ao Senhor, ser eles mesmos. Hoje, temos a oportunidade de caminhar
com eles na igreja de Adolescentes, de Pré-adolescentes e também no Start, porque
tivemos 1 menina. Olhando para trás, vemos o quanto a igreja Multigeracional foi um
presente para a igreja e nossas vidas. Os adolescentes estão sendo atraídos por esta
visão, todos os Sábados nos reunimos às 16h para o culto Fire. Eles adoram, oram
e choram na presença do Senhor. Temos experimentado batismo no Espírito Santo,
cura e libertação, e muitas conversões. A Igreja Multigeracional hoje é uma realidade
em nossa igreja. Muitas famílias estão chegando porque encontraram uma igreja forte
para seus filhos, estamos vivendo um tempo novo de Deus para todas as gerações.

Carlos Alessandro Mendes e Priscila Ferreira De Oliveira Mendes.


EXPERIÊNCIA 3

Vivemos tempos diferentes, com líderes ousados e com uma visão totalmente fora da
caixinha, mas quem disse que pensar diferente e ser ousado está errado? Meu nome
é Juliano, congrego na IMW Central de Petrópolis a 8 anos. Hoje sou Asp. a pastor e
tenho a honra de liderar os adolescentes de nossa igreja, junto aos nossos conselhei-
ros. Confesso que quando me foi feito o convite de pastorear essa galera, a resposta
que veio de pronto era: “não, não quero esse desafio”. Orei e me deixei ser conduzindo
pelo Espírito Santo, aceitei o desafio e hoje vejo que foi um presente de Deus para
minha vida. Estar com tamanha responsabilidade nas mãos e ver o que Deus tem feito
em nosso meio é fantástico. Isso seria impossível se não fosse no trilho de uma visão
de igreja multigeracional. Temos nosso tempo dedicado aos adolescentes de maneira
mais aplicada, podemos ver o tamanho da importância que eles mesmos dão ao terem
seu espaço, ao serem reconhecidos como igreja de hoje. Podemos ver um resultado de
sementes que foram plantadas e já têm dado frutos extraordinários. A igreja de hoje,
do amanhã e de sempre é uma igreja com visão para todas as gerações, onde podemos
caminhar juntos, cuidando e acompanhando de perto com mais carinho e atenção.
Agradeço a Deus por sermos a igreja de Cristo em todas as gerações.

(Juliano Felisbino Gonçalves)


EXPERIÊNCIA 4

Olá! Me chamo Rosângela. Graça e paz a todos os irmãos. Venho por meio deste
pequeno texto testemunhar da maravilhosa graça de servir ao Senhor no Ministério
Infantil. Em 2019, fui escolhida para aprender com as crianças sobre o Reino de Deus,
e ensiná-las as escrituras. Digo aprender, porque foi observando elas que me tornei

IGREJA GERACIONAL 113


mais próxima de Deus. A pureza, inocência e todos os adjetivos que as crianças carre-
gam, sempre refletia em mim. Lembro-me bem quando, em um momento de oração,
algumas crianças pediam para serem jogador de futebol, médica, policial, etc. Porém,
uma criança que nos visitava olhou para mim e disse: “hoje só quero, sabe o quê? Que
Jesus tire a dor do meu avô” (ele se encontrava muito debilitado). Oramos por todos
os pedidos de oração e, nesse dia, em lágrimas, fui ministrada através da vida daquela
criança. “Jesus nos convida a chorar com os que choram”. Então logo pensei: por isso,
delas é o Reino! Atualmente, estou no ministério infantil na IMW Salviano Santos
Caicó, com o pastor Carlos e sua esposa Lídia, professoras e auxiliares nessa linda
missão de ensinar a palavra de Deus para nossas crianças, a futura geração metodista.
Elas amam conhecer as histórias da bíblia e já testemunham do poder da oração. Sou
grata ao Senhor, e peço que continue conosco nessa caminhada, pois, sem Ele, nada
podemos fazer.

Rosângela Medeiros.
EXPERIÊNCIA 5

Ao aceitar o desafio de sermos os próximos conselheiros de pré adolescentes, com


muito temor, logo propomos ao nosso pastor que o departamento, assim chamado
na época, fosse transformado em igreja pré-adolescente. Como acompanhávamos de
perto as nossas filhas, vimos que essa geração seria confrontada cada vez mais cedo
para se posicionar em sua identidade, em seu papel na família, em seu lugar na socie-
dade e o mais importante, em sua vida com Deus.

Os desafios foram muitos: maturidade, estrutura, disponibilidade, pessoas dispos-


tas, entre outros. Não tínhamos experiência, mas observamos outros líderes apai-
xonados e fomos buscar de Deus o que Ele queria para esse tempo. Quanto mais
avançávamos nessa proposta de igreja com eles, mais tínhamos certeza que Deus
estava movendo uma geração de pré adolescentes para que, quando chegassem na
adolescência e juventude, estivessem menos inseguros, mais maduros e firmes para
viverem os desafios que já tinham e que estavam por vir na vida deles. E hoje, para a
glória de Deus, já podemos ver essa realidade na vida de muitos.

Vimos pré adolescentes, entre 10 e 13 anos, comprometidos com a Palavra e pre-


gando em sua igreja, comprometidos com o louvor e ministrando na sua igreja, com-
prometidos com a intercessão e orando na sua igreja. Vimos relacionamentos com os
pais sendo restaurados, libertação, batismo com o Espírito Santo, cura, vidas sendo
totalmente entregues a Deus, desejando e passando pelo batismo nas águas e dando
frutos na igreja pré-adolescente.

Nossa motivação é vê-los firmes na vida cristã, arrependidos do pecado, perdoan-


do e pedindo perdão, sendo ousados e corajosos em Deus, buscando permanecer

114 IGREJA GERACIONAL


discípulos de Jesus, dando bons frutos em sua geração. Daí a importância da igreja
multigeracional, alinhar seus membros com a vontade de Deus e o que Ele quer fazer
nesse tempo. Só uma igreja que tem esse olhar para todas as idades está vivendo o
que Deus tem revelado. Ainda temos muitos desafios pela frente, porém, nos sentimos
honrados e privilegiados em fazer parte de uma igreja com essa visão. Somos gratos
a Deus, a nossa liderança que nos chamou e àqueles que estão nos discipulando e
motivando a continuar.

(Valcir e Mônica Dias)


EXPERIÊNCIA 6

A visão da igreja multigeracional nasceu em nosso coração há alguns anos atrás, ob-
servando as faixas etárias dentro da igreja e percebendo que era necessário ensinar
“corações”, não apenas aprender “histórias bíblicas”.

Começamos a potencializar as habilidades das crianças com a dependência de


Deus, passamos a trabalhar intencionalmente o coração delas (Salmos 51.10), trazen-
do cada uma para um relacionamento íntimo com Deus, e acreditando que mesmo
com pouca idade elas poderiam dar frutos. Ampliamos nossa visão para as crianças
que não eram de famílias cristãs, pois sabemos que elas também podem ser alcança-
das conhecendo o sobrenatural de Deus, por meio de Jesus, e seu sacrifício na cruz,
que nos trouxe a garantia de que esse presente é para todo aquele que n’Ele crer. E
as crianças creem!

A constância do trabalho foi indispensável para que as crianças pudessem ter ex-
periências profundas com Deus. Os desafios foram numerosos para nós, mas não para
o nosso Deus. A estrutura, os recursos financeiros, até mesmo pessoas que enten-
dessem a visão, mas tudo encaramos como oportunidade (em tudo dai graças). Hoje,
temos uma linda igreja Kids, o espaço START KIDS! Deus ouviu a nossas orações!

É necessário olhar para vida das crianças com as lentes de Deus, não esquecendo
que são pequenas e não “mini-adultos”, porém não são pequenas demais para receber
Jesus: “Mas Jesus lhes ordenou: “Deixai vir a mim as crianças, não as impeçais, pois
o Reino dos céus pertence aos que se tornam semelhantes a elas” (Mt 19.14). Usamos
todos os recursos disponíveis, apreciados pelas crianças, para ajudá-las a conhecer
mais de Deus.

Em nossa caminhada, vimos crianças que apreenderam a ler após ganharem uma
bíblia, passarem a cantar no louvor, ser intercessoras, pregadoras da palavra dentro
da escola; pequenos grupos ficaram cheios de crianças por convite delas, e muitos
permanecem na igreja local até hoje.

IGREJA GERACIONAL 115


Algo que ficou marcado pra nós nos últimos tempos foi uma linda criança de nos-
sa igreja que, após um trabalho intencional sobre a data de 31 de Outubro (quando
comemoramos a Reforma protestante e não o Halloween!), foi à escola usando uma
camiseta com os dizeres em letras garrafais: “31/10 comemoramos a Reforma Pro-
testante”. Admiramos sua coragem e oramos para que ela seja sempre ousada em sua
vida cristã.

Nos alegra hoje perceber que vale muito a pena investir em gerações, pois temos
adolescentes que ministramos quando crianças e que estão trilhando caminhos be-
líssimos no esporte, nos estudos, jovens que se tornaram missionários, ministros de
louvor, ministro de crianças, etc.

Decidimos juntos compartilhar essa visão não só entre as crianças, mas entre líde-
res e voluntários que exercem esse chamado de ministrar às crianças, e podemos dizer
que depois de alguns anos o movimento tem sido incrível. Deus seja louvado!

Ebenézer, e disse: Até aqui nos ajudou o SENHOR.” (1 Samuel 7.12b)

(Priscilla Beloni e Rafael Melo)


EXPERIÊNCIA 7

“Uma geração contará à outra a grandiosidade dos teus feitos; eles anunciarão os teus
atos poderosos.” (Salmos 145.4). Os pré-adolescentes de Itaquera, da 3º região, estão
desenvolvendo suas habilidades e competências a partir da experiência da igreja mul-
tigeracional. Dessa forma, eles encontram sua identidade e percebem que fazem parte
fundamental da igreja, bem como no serviço ao reino. Ao serem desafiados a esta rea-
lidade, temos visto o comprometimento, o crescimento, a multiplicação e, sobretudo, o
relacionamento com Deus sendo estreitado de maneira a influenciar família e amigos.
Hoje, boa parte dos pré-adolescentes está envolvida em outros ministérios da igreja,
porque entenderam que servir não tem idade. Cada um encontrou prazer no trabalho
e entendeu o privilégio que é servir, tendo como exemplo o próprio Jesus, que aos 12
anos estava no templo. “Depois de três dias o encontraram no templo, sentado entre
os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos os que o ouviam ficavam
maravilhados com o seu entendimento e com as suas respostas.” (Lucas 2.46-47).
Portanto, acreditamos que potencializar o direcionamento multigeracional eleva o po-
tencial da igreja nesta geração que precisa, e quer, ser útil. E, principalmente, necessita
ter um encontro com Deus, de maneira profética. E, assim, se relacionar ainda mais
profundamente com Ele e permanecer nos Seus caminhos.

(Adriana Leal Leite de Moraes)

116 IGREJA GERACIONAL


EXPERIÊNCIA 8

O mundo mudou e a nossa forma de se comunicar também! Hoje, cada vez mais preci-
samos ser INTENCIONAIS em alcançarmos a GERAÇÃO ALPHA (nascidos a partir de
2010). Nosso objetivo como igreja multigeracional não é fazer a criança ou o pré-ado-
lescente saber apenas histórias bíblicas, mas sim saírem das igrejas DISCIPULADOS,
MARCADOS pelo amor de Deus para que possam IMPACTAR as ESFERAS da socie-
dade, tornando-se REFERENCIAIS e fazendo o nome de JESUS conhecido. Somos um
centro de avivalistas mirins que cuidam do CORPO, ALMA, ESPÍRITO e DISCIPULAM
vidas. Creio que não existe Espírito Santo Júnior e que Ele é REAL e se MANIFESTA
a todos!

QUER MARCAR ESSA GERAÇÃO? Entregue a Deus o seu MELHOR sem se


importar com mais nada e sinta o CHEIRO sobrenatural no seu ministério.

(Melina Machado)
EXPERIÊNCIA 9

Minha experiência com a igreja Multigeracional é de crescimento. Na igreja que con-


grego, IMW Central de Mantiquira, essa concepção foi acontecendo e fui envolvido
no processo. As crianças sempre tiveram um lugar em nossa igreja e, com o passar
do tempo, isto foi sendo bem desenvolvido e elas estavam avançando. Só que nossos
adolescentes estavam saindo. Vivemos um ano com um congresso de adolescentes
muito bom, no caso, 2016. A partir de 2017, tive a oportunidade de me tornar conse-
lheiro e, juntamente com isso, surgia um projeto de um espaço para os adolescentes
cultuarem. No começo, tínhamos uns 15 a 20 adolescentes. A criação deste espaço
foi fundamental para eles e para os pré-adolescentes, que cultuavam juntos neste
espaço na época. Juntamente com isso, criamos um trabalho às segundas para os
adolescentes, com a cara deles, do jeito deles. Essa igreja para todas as gerações me
impacta. Saímos de 20 adolescentes para mais de 100. O que espero que as pessoas
entendam é que ninguém quer individualizar os adolescentes ou os pré-adolescentes
ou outra idade qualquer. Quando temos uma igreja Multigeracional, melhoramos o
cuidado intencional.

Hoje temos líderes que saíram dos adolescentes e avançam de forma


madura na juventude. E assim vamos crescendo, dando
uma atenção de forma Multigeracional.

(Pastor Marcelo Souza)

IGREJA GERACIONAL 117


EXPERIÊNCIA 10

As transições são naturais e inevitáveis na vida de qualquer pessoa, seja pela idade,
maturidade, profissão, ambições pessoais, etc. Mas elas também acontecem na vida
relacional. E a transição relacional na fase do jovem cristão que começou a namorar,
noivou ou acabou de casar é muito necessária. E o motivo é muito evidente: é fácil
encontrar jovens que estão passando por esse período e acabam se afastando da
igreja e se desviando dos caminhos do Senhor. Nessa fase, a mentalidade muda e
eles se tornam mais maduros, as responsabilidades aumentam e ao mesmo tempo as
tentações e as oportunidades crescem. Contudo, o que acaba gerando o afastamento
desses jovens é a falta de ter pessoas (outros casais) que estejam passando pela mes-
ma etapa de vida que eles; as mesmas conversas sobre casamento, os desafios da vida
a dois, a vontade de formar uma família sadia, sonhos e projetos novos que aparecem
nessa fase e como eles podem vencer em Cristo todos esses desafios. Nesse contex-
to, o “Together” nasceu como resposta de Deus para dar continuidade às transições
naturais de uma igreja multigeracional, um ministério que trabalha a importância de
uma vida a três: Homem - Mulher - Deus, desde o namoro, passando pelo noivado,
casamento e a vida de casados até 5 anos.

Nossa missão é gerar um ambiente propício à:

• Comunhão desses jovens casais, para que eles tenham com quem conversar
sobre os desafios;

• Cultos com a proposta de ministrar uma palavra de Deus, entendendo o perío-


do de vida deles;

• Pequenos grupos para jovens casais (GCEU);

• Atividades que incentivem também o amor, com tempo de qualidade entre o


casal, tudo pautado na palavra de Deus.

Dessa forma, não apenas evitamos o afastamento dessas pessoas do Evangelho,


mas contribuímos para que elas não desistam dos seus sonhos e para que sejam cura-
das emocionalmente, contribuindo mutuamente e sendo ativados em seus dons e mi-
nistérios.

(Raphael Maciel Diniz)

118 IGREJA GERACIONAL


CULTO
CULTODEDECELEBRAÇÃO
CELEBRAÇÃO
4 CAPÍTULO

Prioridade e Propósito da Igreja 123

Por que Falar de Igreja? 124

Por que Falar de Culto


4

de Celebração? 127
CAPÍTULO

O seu Culto Precisa ser um


Culto Inspirador 128

Por que um Culto Inspirador? 129

Elementos para um
Culto Bem-Sucedido 132

Elementos da Celebração 133

Os Ministros 136

O Final do Culto 137


POR QUE FALAR DA IGREJA?

PRIORIDADE E PROPÓSITO DA IGREJA


1 – PRIORIDADE DA IGREJA: A GLÓRIA DE DEUS.

Deus sempre falou à Igreja e sobre Igreja e aqueles que sempre estiveram interessa-
dos pelos planos de Deus pararam para ouvir o que Deus estava pensando sobre a
igreja, seja ela o povo de Deus que se reunia no Antigo Testamento, seja ela a Igreja
manifesta a partir de Atos quando ela precisa cumprir uma missão dada ela nos pro-
pósitos definidos para ela.

A Igreja, em primeiro lugar, existe para a glória de Deus. Essa história começa com
Abraão, porque em Gênesis até o capítulo 11 nós vemos Deus falando a todos os
homens, a todas as raças, povos e nações. Mas em Gênesis a partir do capítulo 12
,nós vemos que Deus separa uma família com propósito de fazer desta família o seu
povo, e a partir de então começa a saga de um Deus que se relaciona com um povo
específico criado para uma nação, um povo que tem leis cerimoniais, civis e morais.

A partir do Novo Testamento, Paulo vai dizer que essa Igreja não é formada por
homens e nem mulheres, judeus e nem gregos, nem por gentios nem por romanos,
mas essa Igreja é católica, ou seja, ela se manifesta em toda a face da Terra para que
ela possa ser relevante e cumpra o propósito de Deus.

Seja a Igreja um povo escolhido por Deus como no Antigo Testamento a partir de
Abraão, seja a Igreja revestida de poder como em Atos, essa Igreja existe para glória
de Deus. É a Igreja que estará na eternidade com o nosso Deus para romper e ven-
cer todas as eras, tempos e triunfando ela possa existir eternamente e glorificando o
nome de Deus.

2 – PROPÓSITO DA IGREJA: EVANGELIZAR AS NAÇÕES.

É a grande comissão manifesta em Mateus 28, a partir do versículo 18 que Jesus diz:
todo poder me foi dado no céus e na terra. Se você conhece essa relação de Jesus

POR QUE FALAR DA IGREJA? 123


com a sua missão, você sabe que até então Ele tinha plena convicção que Ele veio para
fazer a vontade do Pai e agora Ele nos comissiona também a fazer a vontade do Pai e
assim como ele cumpriu ele também espera que nós compramos. E agora que Ele tem
poder e autoridade, Ele vai dizer então: “vão e façam discípulos de todas as nações,
ensinando as pessoas a obedecerem em tudo aquilo que eu vos ensinei”.

Quando uma Igreja deixe de comunicar o Evangelho, ela deixa de ser uma Igreja di-
vina, cristocêntrica, ela se perde no propósito. E esse evangelho está intrínseco no dia
a dia da Igreja, seja quando ela prega uma Evangelho de arrependimento, ou quando
ela em si mesmo se arrepende, talvez no caminho que ela se perdeu na sua história,
e se posiciona.

POR QUE FALAR DE IGREJA?


1 – DIREÇÃO DIVINA.

Porque a Igreja no Antigo Testamento, como povo de Deus, recebe direção quando
o constrói altares para que ali haja um encontro de Deus com homem. Quando ela
recebe diretrizes para o seu culto, para entrega dos sacrifícios, para a maneira que
essa igreja se relaciona com Deus, e a maneira também a qual Deus vai se relacionar
com a sua igreja.

Nós quando olhamos para o Antigo Testamento nós vemos Deus se relacionando
com o seu povo, a sua igreja, Mas vemos também Deus interessado nessa igreja que
precisa relacionar com ele. Quando olhamos para o culto do Antigo Testamento, por
exemplo, o culto mosaico, da época de Moisés, o culto do tabernáculo é um culto
informal, cheio de rituais. Agora mesmo no Antigo Testamento, esse culto passa por
uma grande reforma na gestão de Davi. Na gestão de Davi, nós vamos presenciar a
dança, a manifestação de alegria de celebração na presença de Deus.

Nós vemos os turnos sendo estabelecidos para que 24h00 por dia os levitas pos-
sam adorar e servir ao Senhor. Veja que eles estão debaixo de uma antiga aliança, mas
mesmo debaixo de uma antiga aliança, o culto muda de forma e ele ganha uma nova
perspectiva para que ela possa ser uma igreja relevante atendendo a gerações na suas
muitas mudanças.

No Novo testamento, a Igreja ganha uma definição, uma forma, uma materializa-
ção. Agora o culto que estava limitado a um dia, acontece todos os dias. Agora o culto
que estava restrito a um tabernáculo, acontece onde tem um adorador que adora a
Deus em espírito e em verdade. Agora essa Igreja que estava condicionada a ser diri-
gida por homens, como os sacerdotes e os levitas, nós encontramos uma Igreja onde
sacerdócio é universal. Paulo vai dizer que quando nós nos reuníamos nós não preci-

124 CULTO DE CELEBRAÇÃO


samos de uns que tem um cânticos, outros tem uma palavra, outros tenho a oração.
Nós encontramos a máxima de Jesus que diz “onde encontramos dois ou três unidos
no meu de Jesus, Ele estaria presente”.

De Gênesis a Apocalipse a Bíblia vai falar sobre a igreja triunfante reunida na pre-
sença do cordeiro de Deus celebrando a sua grande vitória. Por isso falamos sobre
igreja.

2 – PORQUE O MUNDO ESTÁ EM CONSTANTE MUDANÇAS.

Nós falamos igreja porque o mundo mudou e continua mudando. Quando nós olha-
mos nessa perspectiva de uma Igreja que precisa ser conversada, de uma igreja que
precisa dialogada, de uma igreja que precisa ser analisada, nós encontramos respaldo
no mundo que muda constantemente. Por exemplo: há 50 anos a Igreja não tinha
os “inimigos” que ela tem hoje que disputam a atenção, como a TV e a internet. Nós
precisamos falar sobre igreja para que nós possamos estar preparados para lidar com
esses inimigos. Para que possamos nos educar e educar os outros também a respeito
de como se comportar diante desses “inimigos”.

A gerações estão se distanciando cada vez mais uma das outras, e se nós quiser-
mos alcançarmos todas essas gerações nós precisamos rever os nossos métodos, as
nossas formas, a nossa linguagem, a nossa abordagem, o nosso perfil de Igreja. E isso é
bíblico. Veja quando Paulo está em Atenas, a maneira a qual ele se posiciona diante da
cultura daquela cidade É diferente da sua postura nas outras cidades. E esse método
de estudar a igreja, de olhar para igreja, de falar sobre igreja nos leva a plena convicção
de que a Bíblia nos desafia isso: a estudar as culturas, as épocas, a gerações e partir
pra cima disso.

POR QUE FALAR DA IGREJA? 125


O CULTO DE CELEBRAÇÃO

Todos os dias cultos são organizados e dirigidos em diversos lugares do mundo e


são voltados a inúmeros deuses. Mas o culto de celebração a Deus tem um princípio
bíblico, um caminho, uma forma e propósitos diferentes dos demais. Dessa maneira,
precisamos estudar para que a igreja local possa oferecer a Deus o melhor culto.

O culto de celebração é uma ação de suma importância entre o povo de Deus. É


um tema bíblico no Antigo e no Novo Testamento, e faz parte da nossa vida como
cristãos.

Os cristãos, na condição de verdadeiros adoradores, devem entregar a melhor ce-


lebração. Temos essa condição pois não estamos sozinhos nessa dinâmica, temos o
Espírito Santo de Deus que nos dirige e nos faz discernir todas as coisas e nos orienta
a respeito de um culto cristocêntrico, que deve ser dirigido a Pessoa certa e da forma
certa.

Nós precisamos fazer o melhor, fazer com que nosso culto seja de excelência pois
o nosso Deus é digno de receber o melhor de nós.

O apóstolo Paulo quando escreve a igreja de Corinto está preocupado com o culto
que está acontecendo naquela igreja, e por isso ele traz algumas diretrizes.

“Quando vocês se reunirem, quando tiver pessoas falando em línguas que


não seja mais de três pessoas falando em língua e aquele que estiver ali,
aquele universo não for comum à ele, que ele consiga discernir o que está
acontecendo no culto” (1 Coríntios 14:23-25).

Paulo fala da revelação, da profecia, e dos dons espirituais que se manifestam no


meio da igreja para a edificação do corpo de Cristo (1 Coríntios 14:26-27).

Jesus disse: “onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome eu estarei pre-
sente no meio de vocês” (Mateus 18:20). Isso é um culto, e não uma adoração, pois a

126 CULTO DE CELEBRAÇÃO


adoração não está limitada a um número mínimo de pessoas, a adoração acontece no
nosso interior, é em espírito e em verdade, disse Jesus a mulher samaritana (João 4:23).

É dessa forma que se identifica um adorador. O verdadeiro adorador não se impor-


ta se é em Jerusalém ou em Samaria. Não é mais uma questão geográfica, é questão
de posicionamento de uma pessoa diante de Deus. É uma questão de propósito, de
intencionalidade.

Veja o que Jesus vai dizer sobre manifestar a sua presença no meio do seu povo:
”onde estiver dois ou três”. Jesus está falando de culto.

O culto é quando uma pessoa faz uma oração, um faz o cântico, outro a Palavra,
é um GCEU, pequeno grupo, é a partir de dois ou três que se faz esse momento de
Celebração e encontro com Deus, Jesus garante que ele estaria presente no meio
dessas pessoas.

POR QUE FALAR DE CULTO DE CELEBRAÇÃO?


1 – PORQUE O CULTO DE CELEBRAÇÃO É UM TEMA BÍBLICO.

Os primeiros cultos aconteceram sobre a direção de Deus a Moisés que tinham leis
cerimoniais que precisavam ser seguidas a risca. Depois encontramos Davi trazendo
um novo conceito para o culto, ele por exemplo, organiza os cantores em turnos para
que vinte e quatro horas por dia pudesse haver adoração no meio do povo judeu.

Quando chegamos no Novo Testamento, Paulo vai dizer que, um tenha o cântico,
que outro tenha a Palavra, que outro tenha oração. Paulo organiza o culto.

Nós falamos de culto porque ele é bíblico. Quando o apóstolo Paulo fala a igreja
de Roma, ele diz: “eu rogo a vocês, meus irmãos, que apresenteis os vossos corpos como
sacrifício vivo, santo e agradável a Deus” (Romanos 12:1). Aqui ele está falando de culto,
seja ele pessoal ou congregacional. Quando observamos a Bíblia tratando desse tema,
devemos nos preocupar.

2 - DEVEMOS FALAR DE CULTO POIS É UM AMBIENTE DE CHEGADA PARA AS PESSOAS


QUE ESTÃO CHEGANDO NO REINO DE DEUS.

Muitos que estão na igreja chegaram pelo culto de celebração. Os ambientes de che-
gada ampliaram, e além do culto de celebração temos os nossos cursos de formação
de homens, mulheres, casais e noivos. Além desses, temos os pequenos grupos, os
retiros espirituais, os cultos transmitidos ao vivo, as plataformas digitais, e temos tam-
bém as nossas formas de evangelizar nas ruas, o evangelismo pessoal, no trabalho,

O CULTO DE CELEBRAÇÃO 127


em casa. Mas como igreja, o culto de celebração é um dos ambientes principais de
chegada.

Nossa preocupação deve ser com que tipo de culto nós estamos organizando.
Como ele vai ser dirigido, programado e planejado para acontecer, e se aconteceu
tudo dentro da proposta que está sendo passada.

Em muitas igrejas o único ambiente de chegada é o culto de celebração, por isso


precisamos pensar em um culto de qualidade, um culto onde nós tenhamos uma apre-
sentação máxima de todos os dons que recebemos, para exultar, glorificar o nome de
Deus, e comunicar o evangelho de Cristo.

3 – PORQUE O CULTO TEM QUE TER UM PROPÓSITO.

Por que as pessoas se reúnem na sua igreja? Por que você se reúne com seu irmão na
igreja que você congrega? Qual é o propósito do culto de domingo a noite, ou do culto
de domingo pela manhã, ou outro dia da semana?

Por que você está organizando culto de ação de graças, culto de festividade de
ministério, departamentos e todas as organizações que nós temos dentro da Igreja?
Por que está sendo organizado o culto de aniversário do templo, da existência dessa
igreja, dessa denominação?

O culto tem que ter propósito!

Porque todas as vezes que nós não definimos propósito, nos perdemos. E quando
nos perdemos geralmente os resultados não são bons.

Principalmente para os que estão envolvidos, isso gera insatisfação, tristeza, senti-
mento de não ter feito o melhor, de não ter entregue o melhor.

Temos muitas razões para falar e nos preocupar com os cultos de celebração. Nós
temos muitos motivos para investir tempo na organização do culto de celebração,
porque ele tem um papel significativo dentro de uma igreja relevante.

Agora, quando falamos de culto:

O SEU CULTO PRECISA SER UM CULTO INSPIRADOR


As pessoas que vão em uma reunião dominical, ou a outro culto da semana que você
organizou precisam ser inspiradas.

Inspirar - Ato de soprar ar no pulmão de alguém.

128 CULTO DE CELEBRAÇÃO


Isso é inspiração! Quando você sopra ar nos pulmões de alguém, isso é vida. As
pessoa que está aguardando com expectativa ou que decidiu domingo a noite estar
na igreja, e você que é o pastor ou o líder de música, introdutor, diácono, voluntário
trabalhando em várias áreas, qual é o seu papel nesse culto? O seu papel é inspirar as
pessoas, inspirar a amar mais a Deus.

O culto é esse ambiente onde as pessoas precisam ir e elas precisam voltar mais
apaixonadas por Deus. A oração, o louvor, a pregação deve conduzir a pessoa a amar
mais a Deus.

Você não deve falar o que é conveniente ao homem, mas o que é conveniente a
Deus. Então quando você se preocupa em ensinar as pessoas a amar mais a Deus, o
Espírito Santo é o seu aliado, e o capacita para você soprar esse sopro de vida sobre
a vida de alguém.

POR QUE UM CULTO INSPIRADOR?


1 - PORQUE EM PRIMEIRO LUGAR, DEUS ESTÁ PRESENTE NESSE CULTO.

E se Deus está presente há vida, há inspiração para as pessoas. Elas são inspiradas a
continuar sua jornada de vida, profissional e familiar. Quando Deus está presente há
vida nesse lugar.

Em todos os ambientes em que Jesus chegou passou haver vida e quando não
havia vida ele se retirava. Em Nazaré procuraram tirar-lhe a vida, a Bíblia diz que Jesus
saiu e foi embora, pois ali não era um ambiente de vida (Lucas 4:29-30).

O culto de celebração precisa ser um ambiente inspirador porque Deus


está presente nele.

2 - PORQUE VIVEMOS TEMPOS DIFÍCEIS.

A jornada da vida tem sido pesada, E muitas pessoas tem vindo de ambientes sobre-
carregados, de competitividade, de amargura, ira, tristeza, mágoa, egoísmo, egocen-
trismo.

Essas pessoas estão saindo desses ambientes pra ir para um ambiente onde elas
esperam que e as ensinem a viver. Viver amando a Deus sobre todas as coisas, com
prazer pela vida.

As vezes fico olhando para esses públicos que Deus me dá a oportunidade de mi-
nistrar e fico tentando interpretar de onde essas pessoas estão vindo. Muitas vezes
consigo fazer uma leitura por ser pastor de uma igreja local. E algumas dessas pessoas

O CULTO DE CELEBRAÇÃO 129


vem de casamentos destruídos, relacionamentos familiares onde os lares são cheios
de contenda, brigas, intrigas. Muitas delas vêm de um mercado competitivo, onde para
sobreviver tem que se brigar por promoção, preço e produto. Muitas vêm de lugares
de dores, enfermidades e sofrimentos, e todas essas pessoas sentam em bancos e
cadeiras todas as semanas em vários dias para serem ministradas.

Qual é o seu papel? Colocar um fardo maior nos ombros dessas pessoas? Não! Seu
papel é soprar nos pulmões delas, em um ambiente inspirador para que ela saia dali
com fôlego de vida e volte para casa onde seu casamento talvez não mude naquela
noite, mas ela sairá uma pessoa inspirada à continuar acreditando em seu casamento.

O culto é um ambiente de resposta, cura, milagre, de solução e transformação, por


isso nós precisamos investir nele.

3 - PRECISA SER INSPIRADOR PORQUE ASSIM IRÁ ATRAIR MAIS PESSOAS A CRISTO.

Se não é um culto inspirador nem quem esteve ali quer voltar, mas se é um culto ins-
pirador, aqueles que investiram para estar ali, vão querer voltar e levar outras pessoas
com eles. Vão querer compartilhar o que foi bom com outras pessoas também. Por
isso você deve investir em um culto inspirador, onde as pessoas saiam querendo mais,
e querendo compartilhar mais com outras pessoas.

Ela chega no trabalho na segunda de manhã e as pessoas estão compartilhando de


coisas rotineiras da vida e, de repente, essa pessoa lembra da experiência que ela teve
com Deus e compartilha. Então as pessoas ouvem, e quando estiverem precisando
de um ambiente onde Deus manifesta sua presença, vão lembrar do lugar onde essa
pessoa esteve e que fez tão bem à ela.

Quando você investe no culto inspirador, está investindo para que outras pessoas
venham e participem com você e chegue a outros níveis. Sua maior preocupação com
o seu culto é que ele deve ser um culto inspirador para as pessoas. Tudo começa
quando você tem esse desejo em seu coração.

Davi no Salmos 23:5 diz: “enche meu cálice e faz transbordar”. Você precisa contagiar
quem está a direita e a esquerda, o culto precisa influenciar aqueles que estão a nossa
volta.

Devemos planejar o culto antes, deixando que o desejo em nosso coração possa
dominar as pessoas.

130 CULTO DE CELEBRAÇÃO


COMO CONSTRUIR UM CULTO
BEM-SUCEDIDO

O culto ele tem uma finalidade que é engrandecer o nome do Senhor através glorificar
a Deus e comunicar o Evangelho de Cristo.

1 – O PROPÓSITO DO CULTO.

Nós nos reuníamos é para glorificar a Deus e não para receber uma benção, benção.
“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas
lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:33).

Então, a primeira questão que precisa ser vista quando nós falamos do sucesso do
culto de celebração a Deus é no propósito que estabelecemos quando nós estamos
indo para o culto, organizando um culto, dirigindo um culto e tendo participação em
um culto. Qual é o seu propósito em primeiro lugar? É glorificar a Deus? Então você
deu primeiro passo para que o culto seja um corpo bem sucedido.

2 – COMUNICAR O EVANGELHO DE CRISTO.

A Igreja existe para glória de Deus e evangelização das nações. Os nossos cultos tam-
bém devem ser um ambiente onde o Evangelho de Cristo é pregado, onde o Reino de
Deus é anunciado, onde tem pessoas se arrependendo de seus pecados, e converten-
do ao Senhor, porque é igreja também se reúne para levar as pessoas até o encontro
com Deus.

COMO CONSTRUIR UM CULTO BEM-SUCEDIDO 131


ELEMENTOS PARA UM CULTO BEM-SUCEDIDO
1 – PLANEJAMENTO.

O culto precisa ser planejado. Deve-se ter a escala dos pregadores, aqueles que farão
o momento ofertório, aqueles que irão abrir o culto. Assim todo mês teremos uma
direção, uma diretriz de como os cultos irão acontecer.

Quem planeja o culto, ainda que haja um imprevisto, ele tem uma rota, ele tem um
destino, ele tem um caminho sobre ele, e não se perde.

2 – ESCALA DOS MINISTROS.

São aqueles que irão conduzir o louvor ministrado com voz, aqueles que não fazer
oração, quem vai pregar. E colocar cada pessoa, com o seu dom e talento, na sua área
ministerial.

Deve se pensar também sobre a proposta do culto, se o culto é mais jovem, estra-
tegicamente coloque aquele bom mas avivado, e assim sucessivamente.

Nem todos os pastores tem o dom de ministrar a palavra no momento ofertório,


de orar momento de clamor, agora, a outros que quando você proporciona eles o mo-
mento de intercessão, eles consegue arrebanhar igreja e levar a presença do Senhor
em clamor, intercessão e em busca de um Deus vivo, porque ele tem aquela afinidade
com o ministério de interceção e você está falando com aquilo que mexe com ele. E
assim é para todas as áreas: louvor, pregação, etc. Então quando você olha para o seu
grupo, para sua congregação, você vai escolher aquele que comunica melhor, que é há
uma conexão com a congregação para que o seu culto seja bem sucedido.

3 – RECEPÇÃO.

A recepção começa no estacionamento, na calçada, lado de fora. Quando você tem


essa preocupação de colocar as pessoas certas nesses lugares, as pessoas que estão
chegando se sentem amadas.

Já no estacionamento você prepara o ambiente para um grande culto de celebra-


ção, onde agrada a Deus. A pessoa é inserida nesse ambiente abençoado.

Quando você cuida desses ambientes de chegada, ali o seu culto começa
bem sucedido.

Dizem que nos 10 primeiros minutos com a pessoa você tem a oportunidade de
ganha-la ou perde-la, agora imagine os 10 primeiro minutos do culto da sua igreja:
você tem ganhado ou perdido as pessoas?

132 CULTO DE CELEBRAÇÃO


Como é a recepção no estacionamento? Na porta de entrada do templo? As boas-
-vindas no culto? O primeiro louvor? Se você cuida desses momentos, a pregação, os
louvores serão muito mais recebidos por cada um deles. Esses primeiros minutos são
chaves.

4 – O AMBIENTE.

O ambiente o qual você introduz as pessoas é de suma importância. Eu sei que muitas
das nossas igrejas não tem mais estrutura para um bom espaço de convivência, uma
para de alimentação, um pátio, mas isso não nos impede de criarmos um cantinho,
uma área pequena especial.

Muitas pessoas tem preconceito com as paredes pretas do púlpito, mas há um es-
tudo neurolinguístico que isso facilita a concentração, isso destaca os coloridos para
na transmissão on- line você tenha uma qualidade melhor de imagem, isso facilita
com que o pregador esteja concentrado no público está diante dele. Existe números
fatores.

E o ambiente tem tudo haver com isso, com essa estrutura que você está criando
para que o seu culto seja bem-sucedido. E nós precisamos pensar nessas coisas.

ELEMENTOS DA CELEBRAÇÃO
1 – RECEPÇÃO.

O culto começa no estacionamento. Começa quando o primeiro ministro chega.

2 – ORAÇÃO.

Nós não podemos iniciar um culto sem oração. A oração é essencial, fundamental,
para um culto bem sucedido. A oração, em nome de Jesus, é o elemento bombástico
para destruir todas as barreiras empecilhos que há no coração das pessoas, porque
elas tão vindo de ambientes pesados, de situações difíceis. E quando aquele que vai
orar tem esse discernimento, ele adora, ele celebra, ele repreende os espíritos contrá-
rios, ele leva a Igreja estar diante desse ambiente favorável para igreja possa romper
e crescer.

3 – ADORAÇÃO.

Adoração em forma de música, em forma de oração que exalta Senhor, em forma de


ministros que estão adorando servindo ao Senhor. Tudo que acontece no culto precisa
ser transformado em uma forma de adorar a Deus. O culto precisa desse ambiente
de adoração.

COMO CONSTRUIR UM CULTO BEM-SUCEDIDO 133


4 – OFERTA.

Os nossos cultos precisam ter um tempo de qualidade para que possamos ensinar
congregação a como lidar com a sua vida financeira, a como administrar o seu dinheiro.
Nós precisamos extrair da Bíblia personagens, elementos, episódios, as histórias que
envolvem a questão de vida financeira. Não é porque a igreja precisa de dinheiro, mas
a coligação precisa aprender a ser fiel a Deus a sua vida financeira para que ela possa
ser próspera. A igreja que não ensinam seus membros a ofertar ao Senhor, essa igreja
está falhando no papel de levar as pessoas a ter sabedoria em uma das áreas que mais
tem escravizado as pessoas.

5 – COMUNHÃO.

Todo culto precisa de comunhão, e eu acredito que é por isso que muitos pregadores
se tornam chatos e provoca as vezes a congregação dizendo: “vire para o seu irmão”.
Mas talvez seja o único momento de comunhão no culto quando você se dirige al-
guém.

Comunhão significa “comum”. É quando a congregação junta ficar de pé, é quando


a congregação junta adora o senhor, e quando a congregação junta celebra ouvindo
a palavra de Deus recebendo em seu coração. Isso vai trazendo a comunhão dentro
da igreja.

6 – PREGAÇÃO.

Precisamos ter um tempo adequado para a ministração da palavra do Senhor. Nós não
podemos tomar o tempo todo com cânticos de adoração, oração, e na hora da palavra
espreme-la e deixar um tempo escasso. A palavra tem que ter o seu lugar para que
essa igreja seja relevante.

134 CULTO DE CELEBRAÇÃO


LUZ, CÂMERA, AÇÃO! O CULTO
VAI COMEÇAR!

Todos que servem na igreja são ministros, e o apóstolo Paulo afirma que os ministros
são servos.

1 – DIRETOR DE CULTO.

Você precisa ter um diretor de culto e não um dirigente. O Dirigente é aquela pessoa
que sobe no púlpito e fica apresentando as próximas participações e os participantes.
Agora, o diretor é aquela figura que nem aparece. Sabe aqueles filmes que por trás
das câmeras e distante do cenário tem alguém que está dizendo por que os atores
vão fazer, Como que cada técnico deve proceder, qual é o corte de cada câmera deve
ter? Então qualquer diferença entre um dirigente e um diretor, é que um dirigente
ele sobe no púlpito, um diretor ele fica fora do Porto dirigindo tudo aquilo que está
acontecendo.

O diretor do culto ele começa trabalhar bem antes do dia do culto. Algumas reu-
niões da igreja qual eu sou pastor o diretor estabelece o roteiro do culto 30 dias antes
do culto acontecer e depois ele só vai ajustando algumas coisas.

O dirigente do culto ele se preocupa a partir da primeira oração do culto, enquanto


o diretor do culto se preocupa com a sonoplastia, com as câmeras, com os ministros
que estarão participando daquele culto. Esse diretor tem um papel fundamental. Se
você não tem um diretor de culto, separe uma pessoa e e diga pra ela o que você quer.

2 – O LÍDER DOS VOLUNTÁRIOS.

Os voluntários são aqueles que atuam no estacionamento, na porta de entrada, nos


banheiros, nos corredores. Na parte interna e externa da igreja. Você prestam líder
para coordenar essas pessoas. Esse líder precisa ter aquela visão ampla, ser pró ativo,
sabe liderar. Ele está sempre atento a tudo, a todas as necessidades.

LUZ, CÂMERA, AÇÃO! O CULTO VAI COMEÇAR! 135


3 – O ROTEIRISTA.

O roteirista é aquele que recebe o roteiro do diretor e durante o culto ele vai acompa-
nhar o roteiro para que tudo aconteça dentro do tempo e da maneira planejada.

O roteirista é a pessoa que fica responsável por orientar as pessoas que terão
uma participação no culto, informar-las do tempo que elas terão para realizar a sua
atividade.

4 – O TÉCNICOS.

Técnicos de som, técnicos de operação de câmeras (Se o seu culto tem a transmissão
ao vivo, se não tem pelo menos que tenha a fotografia), técnicos iluminação, técnico
de operação dos slides.

5 – OS MINISTROS QUE ESTARÃO NO ALTAR.

Você precisa de uma pessoa que fará uma oração e leitura de um versículo bíblico no
início do culto. Os ministros de louvor tem um papel de levar a Igreja a adoração. Se
não tiver tempo adequado não cai muito bem cada integrante do ministério de louvor
falar à Igreja, ministrar à Igreja, o bom é você concentrar a conexão com a igreja na
mão de um ministro que naquela noite foi escalado e se preparou para conduzir o
momento de adoração.

Você também vai precisar de uma pessoa que faça conexão com as pessoas que
estão na celebração pela primeira e segunda vez. Ao identificarmos nós a conectamos.

O ministro do momento ofertório precisa ter habilidade, estar bem preparado, que
o senhor levantou pra ministrar nesta área. Leve ele para o altar e deixe ele fazer aqui-
lo que Deus a chamou para fazer com excelência.

6 – O PREGADOR.

O pregador precisa estar preparado. Comunicar as verdades bíblicas com clareza.

OS MINISTROS
Esses ministros do culto precisam estar consciente de seus papéis, dar importância
deles na participação do culto e da dedicação que eles precisam ter. Com essa parti-
cipação tamanha é a relevância.

Você que é um culto relevante, um culto transformador, esses ministros que terão
oportunidade, estarão atuando uns nos bastidores outros na frente, esses ministros
precisam estar bem preparados para executar aquilo que está sendo confiado a eles.

136 CULTO DE CELEBRAÇÃO


O FINAL DO CULTO
Todo culto tem que terminar lá em cima. Seu objetivo não era inspirar as pessoas?
Então você teve vários momentos no culto para fazer isso: oração, músicas, pregação
da palavra, conexão com aqueles que estão pela primeira vez na celebração. Então
nesse momento você não pode deixar o nível cair. Quem for terminar tem que termi-
nar com nível lá em cima também. Um clima de glorificação ao Senhor, de exaltação
e de celebração.

Depois da pregação não pode haver uma outra pregação, isso é anti ético, isso
cansa os ouvintes. Não pode haver também os anúncios, porque isso quebra o clima.
Os avisos tiram aquele momento de inspiração que a pessoa teve, desvia foco para
outras áreas. Até porque a linguagem que nós usamos na pregação é muito paterna,
fraternal, porque o pai está falando é o filho, o Espírito Santo está ministrando o cora-
ção da pessoa. E geralmente os avisos tem uma linguagem comercial. Assim você tira
a pessoa de um ambiente fraternal e migra ela para o ambiente comercial. Não é assim
que temos que terminar uma celebração.

O culto precisa ser terminado desejando que as pessoas tem uma semana de ben-
ção, uma noite de benção, um dia de benção, que tudo dê certo na vida deles. Esse
momento é para abençoar e profetizar sobre as pessoas.

O culto precisa ser terminado com a benção apostólica e incentivando os irmãos


comprimento em uns aos outros gerando assim uma comunhão. Os técnicos da so-
noplastia podem colocar um louvor bem baixinho aqui os irmãos saio desse ambiente
com expectativas para próxima celebração.

Pr. Agnaldo Valadares

LUZ, CÂMERA, AÇÃO! O CULTO VAI COMEÇAR! 137


RETIRO DO CORAÇÃO
RETIRO DO CORAÇÃOABRASADO
ABRASADO
Algumas Normas Para Um
Abençoado E Impactante
Retiro 141

Peniel, Vendo
Deus Face A Face 150
5
Restauração Familiar 156

Autoridade Espiritual 163


CAPÍTULO

Libertação 169

A Nova Vida Em Cristo 176

Santidade Como Estilo


5

De Vida 181

Cura Da Alma
CAPÍTULO

187

Os Notáveis Feitos da Cruz 197

Nossa Igreja, Nossa Herança 201

Bendita Esperança 205

Batismo Com o Espírito Santo 211

Minha Missão, Minha Paixão 214

Gceu – Pequenos Grupos


Wesleyanos 218
ALGUMAS NORMAS PARA UM
ABENÇOADO E IMPACTANTE
RETIRO

1. Ninguém deve ser obrigado ou coagido a fazer o Retiro;

2. Não se deve usar material de outra denominação, de outro ministério no Retiro.

3. Deve-se dar maior atenção aos novos convertidos, esforçando-se a comunicar-


-se com eles sem dificultar seu entendimento dos estudos bíblicos e ministra-
ções.

4. Não se deve convidar preletores de outras denominações e nem crentes de pou-


ca experiência e maturidade espiritual;

5. Jamais se deve substituir a Escola Bíblica Dominical pelo Retiro do Coração


Abrasado;

6. Não vamos endeusar o retiro, sacraliza-lo e nem mesmo discriminar de nenhuma


forma quem não quiser participar do mesmo;

7. Todo o movimento financeiro do Retiro deve ser relatado por escrito à junta
diaconal, ao pastor e ao SD;

8. No retiro cada participante deve informar sua condição de saúde, se toma me-
dicamentos, se pode se ausentar por certo período etc. Se possível que haja um
médico ou alguém habilitado da área de saúde no Retiro. Em caso de crise deve-
-se levar a pessoa ao posto de saúde mais próximo.

9. Menores de idade apenas se acompanhados pelos pais ou responsáveis legais;

10. Pessoas de outras denominações, apenas se recomendadas por escrito por suas
respectivas igrejas.

ALGUMAS NORMAS PARA UM ABENÇOADO E IMPACTANTE RETIRO 141


APRESENTAÇÃO
A elaboração deste Manual decorreu da necessidade de mantermos e conservarmos
com integridade a visão sobre a realização do Retiro Espiritual do Coração Abrasado
na Igreja Metodista Wesleyana.

Deus está sarando a sua igreja e promovendo um grande avivamento, e os Retiros


Espirituais do Coração Abrasado têm servido de excelente instrumento para esse avi-
vamento dos últimos dias.

O conteúdo deste Manual serve somente como um orientador na busca de um


Retiro com qualidade. Lembre-se: tudo é muito simples e sincero. A diferença está na
vida dos organizadores, na experiência pessoal e na Palavra pregada com poder.

Todas as instruções aqui contidas devem ser seguidas por todos aqueles que que-
rem um novo mover de Deus em seus ministérios e que objetivam uma unção multi-
plicadora - gerando abundantemente, para a casa do Senhor, novas vidas cheias do
Espírito Santo de Deus.

Creio que este Manual trará luz a seu entendimento, e não faltarão desafios para
que você levante uma geração debaixo de muito êxito.

PRÉ-REQUISITOS PARA TRABALHAR

• Ser preferencialmente membro da igreja local;

• Ser batizado nas águas;

• Ter participado do Retiro;

• Participar das reuniões de oração e jejuar pela vida de cada participante e pelos
motivos listados abaixo. Sugestão de 21 dias de oração e jejum;

• Se dispor a servir em amor e obediência na função que lhe for designada, cola-
borando sempre com a sua liderança e seus companheiros;

• Se comprometer a obedecer às regras de comportamento durante o Retiro


Espiritual do Coração Abrasado e ao seu papel de intercessor, se dispondo a
permanecer em oração, inclusive em seus momentos de folga;

• Entender o objetivo do Retiro Espiritual do Coração Abrasado, que é a restau-


ração, libertação e cura de vidas e que elas contam com o seu amor, empenho
e intercessão;

• Recolher à tesouraria o valor da taxa de inscrição no prazo estipulado pela


coordenação.

142 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


• Não será permitido, em hipótese alguma, a participação de pessoas que não
participem efetivamente das orações.

• Participar das reuniões de preparação e avaliação do evento, de acordo com a


convocação da coordenação.

MOTIVOS DE ORAÇÃO

• Coordenação Geral;

• Supervisão Espiritual;

• Supervisão Geral;

• Tesouraria/Secretaria;

• Local do Retiro;

• Equipe de Correios;

• Igreja

• Famílias (participantes e trabalhadores)

• Pastores e Líderes da Igreja

• Equipe de Cozinha

• Equipe de Transporte;

• Equipe de Stand by;

• Equipe de Apoio;

• Equipe de Intercessão;

• Equipe de Recepção;

• Equipe Médica;

• Sonoplastia;

• Cura Divina

• Batismo no Espírito Santo

ALGUMAS NORMAS PARA UM ABENÇOADO E IMPACTANTE RETIRO 143


ORGANOGRAMA DO RETIRO

Intercessão
Supervisão
Espiritual
Palestrantes

Equipe de
Cozinha

Equipe de
Correio

Coordenação Secretaria/ Equipe de


Presidente
Geral Tesouraria Apoio

Supervisão Equipe de
Geral Médica

Stand By

Mídia

Sonoplastia

PRESIDENTE:

• Deve ser o Pastor da Igreja;

• Delegar responsabilidade aos líderes;

• Definir as equipes que irão trabalhar em conjunto com a Coordenação Geral;

• Escolher os preletores;

COORDENADOR(A) GERAL:

• Definir as equipes que irão trabalhar no Retiro juntamente com o Presidente;

• Ir ao Local para verificar as providências necessárias;

• Definir Programação;

144 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


• Estabelecer cronograma (início das orações e jejum, reuniões administrativas,
etc.);

• Supervisionar o andamento de todas as equipes, interferindo, caso necessário;

• Comunicar as regras do Retiro para os participantes;

• Definir o cardápio em conjunto com a Supervisão Geral e líder da Cozinha;

• Coordenar todas as compras em conjunto com a Tesouraria;

• Emitir Relatório Geral do Retiro, incluindo a parte financeira, para ser encami-
nhado à Junta Diaconal da Igreja.

SUPERVISOR(A) GERAL:

• Coordenar e supervisionar todas as equipes, com exceção da equipe de inter-


cessão;

• Distribuir e controlar o material para as equipes;

• Receber e conferir, com apoio da secretaria, o material entregue (crachás, co-


letes, toalhas, cases, material da cozinha, caixas das equipes, sobra de material)

• Supervisionar embarque e desembarque dos ônibus;

• Auxiliar a Coordenação Geral;

• Substituir a Coordenação Geral em seus impedimentos.

SUPERVISOR(A) ESPIRITUAL:

• Coordenar o período de preparação espiritual para o Retiro (oração e jejum,


vigílias e ministrações, etc.);

• Supervisionar a equipe de Intercessão;

• Reunir obrigatoriamente com líderes e equipes para avaliação ao final de cada


dia;

• É responsável por toda parte espiritual do Retiro.

SECRETARIA:

• Realizar as inscrições, entregando-lhes recibo do investimento;

• Emitir relatório das inscrições;

ALGUMAS NORMAS PARA UM ABENÇOADO E IMPACTANTE RETIRO 145


• Confeccionar as placas de tempo das ministrações;

• Confirmar pagamento das inscrições e repassar os valores para tesouraria;

• Entregar relação dos participantes para as equipes de Correio e Apoio;

• Acompanhar o embarque para atualização da lista dos participantes e repassar


imediatamente às equipes de Correio, Apoio e Supervisão Geral;

• Confeccionar listas para os dormitórios para entregar ao líder do apoio e cor-


reios, coordenação e supervisão geral;

• Confeccionar etiquetas para as bagagens;

TESOUREIRO(A):

• Elaborar relatório das movimentações financeiras do Retiro;

• Elaborar Planilha de Custos;

• Administrar os recursos financeiros com orientação da Supervisão Geral.

• Apresentar prestação de contas das movimentações financeiras do Retiro para


o presidente.

EQUIPE DE INTERCESSÃO:

• Jejuar pelo menos 2 semanas antes do Retiro;

• Orar e ungir as dependências do local e cada integrante das equipes;

• Recepcionar todos os participantes na chegada;

• Não se ausentar do local das ministrações, salvo com autorização do seu líder;

• Controlar o tempo das ministrantes, através das placas de indicativa de tempo;

• Servir água e café aos participantes, coordenador, ministrantes e sonoplasta


durante as ministrações;

• Observar a Escala de Intercessão e não abandonar o seu posto durante o ho-


rário de plantão;

• Repor material de apoio que fica no auditório (balas, água, café, copos, lenços);

• Organizar as cadeiras do auditório;

• Auxiliar o Presidente, Coordenador Geral e Supervisor Espiritual, substituindo-


-os, se necessário, na condução do período de oração;

146 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


EQUIPE DE APOIO:

• Manter sempre limpo e organizado todo recinto do evento;

• Providenciar a fixação dos cartazes de indicação e mensagens no local do Re-


tiro;

• Recepcionar e acomodar as bagagens dos participantes;

• Auxiliar, quando solicitado, todas as equipes;

• Movimentar cadeiras, conforme solicitação da Coordenação;

• Colocar identificação das camas;

EQUIPE DE CORREIOS:

• Providenciar sacolas para as cartas;

• Cobrar cartas das equipes, Coordenadores, Presidentes, etc.

• Telefonar para todos os contatos da ficha de inscrição, solicitando correspon-


dências e convidando para o Culto de Celebração;

• Fazer o possível para que ninguém fique sem receber correspondência da fa-
mília e/ou amigos;

• Recepcionar as pessoas que irão entregar os presentes com a maior delicadeza


possível;

• Prestar Relatório diário para a Coordenação, quanto ao andamento do trabalho;

• Montar sacolas de presentes e brindes.

EQUIPE DE COZINHA:

• Preparar as refeições de acordo com o cardápio elaborado e aprovado;

• Fazer as compras dos mantimentos e material de limpeza, sob a orientação da


supervisão geral;

• Manter a cozinha constantemente limpa e organizada;

• Cuidar da manipulação dos alimentos, observando os cuidados com a higiene;

• Utilizar sempre o avental, touca e luvas;

• Para os ministrantes, sonoplastas, membros do louvor, coordenação e pastores,


as refeições serão livres;

ALGUMAS NORMAS PARA UM ABENÇOADO E IMPACTANTE RETIRO 147


EQUIPE MÉDICA OU DE
PRIMEIROS SOCORROS:

• Preparar uma farmácia com todo o material de primeiros socorros;

• Preencher Planilha de Controle de Medicação, relacionando nome e o horário


do remédio a ser tomado (a responsabilidade de tomar o remédio é do partici-
pante, a equipe médica irá apenas auxiliar no controle de horário);

• Prestar o atendimento necessário;

• Comunicar imediatamente à Coordenação algum caso mais grave;

EXEMPLO DE MAPA DE CONTROLE DE MEDICAÇÃO

NOME MEDICAMENTO HORÁRIO

EQUIPE DE SONOPLASTIA E LOUVOR:

• Cuidar da sonorização do ambiente, inclusive no refeitório;

• Vistoriar o local com antecedência para levantamento do material necessário e


equipamentos;

• Verificar com os palestrantes a escolha das músicas, sugerindo, inclusive, alguns


louvores relacionados com o tema;

• Preparar CD com músicas específicas para as ministrações e momentos livres;

EQUIPE DE TRANSPORTE/STAND-BY:

• Ajudar no transporte do material para o Local do evento;

• Ajudar na compra de suprimentos antes e durante o evento;

• Dar suporte à equipe de Correios;

148 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


• Fazer cumprir as solicitações da Supervisão Geral;

EQUIPE DE MÍDIA E COMUNICAÇÃO:

• Realizar cobertura fotográfica e tirar a foto oficial do Retiro;

• Confeccionar Crachás para todos os participantes;

• Data Show de acordo com as necessidades dos palestrantes;

• Confeccionar Cartazes com mensagens a serem fixadas nas dependências do


Retiro e demais impressos necessários;

PROGRAMAÇÃO DO RETIRO
1º Dia/Noite
1ª Palestra: “Peniel, Vendo Deus face a face”

2º Dia/Manhã
2ª Palestra: “Restauração Familiar”
3ª Palestra: “Autoridade Espiritual”
4ª Palestra: “Libertação”

2º Dia/Tarde
5ª Palestra: “Nova Vida em Cristo”
6ª Palestra: “Santidade como Estilo de Vida”
7ª Palestra: “Cura da Alma”

2º Dia/Noite
8ª Palestra: “Os Notáveis Feitos da Cruz”

3º Dia/Manhã
9ª Palestra: “Nossa Igreja, Nossa Herança”
10ª Palestra: “Bendita Esperança”
11ª Palestra: “Batismo com Espírito Santo”

3º Dia/Tarde:
Momento Surpresa: “Correio”

3º Dia/Pós-Retiro:
12ª Palestra: “Minha Missão, Minha Visão”
13ª Palestra: “A Relevância do GCEU”

ALGUMAS NORMAS PARA UM ABENÇOADO E IMPACTANTE RETIRO 149


PENIEL, VENDO
DEUS FACE A FACE

INTRODUÇÃO

• Peniel é lugar reservado para uma experiência com Deus (Gn 32.30).

• É um lugar de quebrantamento; onde você sentirá profunda dor pelos pecados.

• É um lugar de confronto; onde Deus mostrará quem você realmente é.

• É um lugar de arrependimento; onde você descobrirá a maldade do seu pecado.

• É um lugar de se ouvir a voz de Deus; e você jamais esquecerá Peniel.

PRINCIPAIS OBJETIVOS EM PENIEL

1. Arrependimento – nossa natureza pecaminosa nos torna soberbos e arrogan-


tes; portanto, precisamos de arrependimento e humildade.

2. Levar ao propósito certo – Passamos a vida fazendo coisas que Deus não man-
dou fazer (escolhas erradas) e deixando de fazer aquilo que agrada a Deus.

3. Buscar a face do Senhor – precisamos aprender com a mudança de Jacó. Em


Peniel, sua vida foi mudada – desde o seu nome (Jacó virou Israel), até o seu
caráter (antes enganador). A dor sentida por Jacó em Peniel, redundou em uma
vida de graça e de paz. Portanto; em Peniel, ao ser tocado pela dor que traz
cura, você receberá cura e uma nova identidade (2Co 5.17).

4. Mostrar o real estado de sua vida – temos a tendência de achar que nossa vida
está bem; porém, Deus irá mostrar se estamos realmente bem ou não.

150 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


(O palestrante deve fazer um breve relato sobre a experiência de Jacó
em Peniel – o antes e depois de Peniel – e, a partir do relato, mostrar que
buscar a Deus em Peniel representa o passo fundamental para a cura e a
mudança de vida).

ACONTECIMENTOS MARCANTES EM PENIEL


SOMOS CONFRONTADOS PELA PALAVRA DE DEUS (HB 4.12)

Sabemos que o pecado dá legalidade para Satanás entrar em uma vida. Ao entrar,
Satanás inicia sua tarefa de “Roubar, matar e destruir” (Jo 10.10).

O objetivo do confronto é provocar genuíno arrependimento dos pecados cometi-


dos, abrindo caminho para cura e libertação (At 3.19).

Em Peniel você será confrontado com os princípios divinos que você quebrou.
Você poderá avaliar a sua vida como Deus a avalia (Sl 51.7-12).

SOMOS CONDUZIDOS AO ARREPENDIMENTO (PV 28.13)

Não devemos pensar que podemos nos arrepender pela metade. Genuíno arrependi-
mento só é possível com coração inteiro (2Cr 7.14).

Não podemos olhar o sangue de Jesus, como um recurso para ser utilizado sem
responsabilidade (1Jo 1.6-7; Hb 6.4-6).

Precisamos ser genuínos e sinceros diante do arrependimento (1Jo 1.8-9); pois


jamais conseguiremos enganar a Deus (Sl 139).

O arrependimento só é autêntico, quando produz dor. Somente sentindo a dor


provocada pelo pecado cometido, somos perdoados, limpos e curados (Sl 32.3-5).

Arrependimento é constatação do pecado e decisão de não mais o praticar (Sl


51.2-3). E a renúncia ao pecado quebra o domínio do diabo (Cl 2.12-15).

SOMOS DESMASCARADOS EM NOSSOS PECADOS (AP 22.15)

• Você tem o hábito de mentir? (Ef 4.25; Zc 8.16-17)

• Conta piadas indecentes? (1Co 15.33; Pv 26.18-19)

• Tem omitido pecado (de roubo, sonegação de impostos, etc.)? (Ef 4.28)

• Tem tratado o cônjuge e os filhos com violência e agressão? (Ef 4.31-32)

• Tem cobiçado bens de outrem (cônjuge, emprego, casa, etc.)? (Mc 10.19).

PENIEL, VENDO DEUS FACE A FACE 151


• Tem se prostituído, se masturbado, tido pensamentos impuros, traído seu côn-
juge, fornicado (imoralidade sexual)? (1Co 6.9-10)

• Tem sido sensual, indecente, defraudador? (1Co 6.18)

• Tem sido grosseiro no falar, maledicente, brigão? (Cl 3.8-9)

• Tem sido glutão, insubmisso, rebelde, desobediente?

Não importa o mal que você tenha feito, ou o pecado que tenha cometido; Deus
te aceita em Peniel.

Os males causados por uma alma doente, podem se converter em graves enfer-
midades morais e físicas (1Co 11.29-30). Só conseguimos ser totalmente curados e
libertos se confessarmos tudo (Tg 5.16). Você não pode confessar pela metade. Você
precisa confessar os pecados que te acusam por dentro - desde a infância até o dia de
hoje. Lembre-se: Em Peniel, você define e fortalece sua aliança com Jesus.

O processo de arrependimento começa por meio de um quebrantamento diante de


Deus – com dores profundas, por termos ofendido ao Pai. Não se trata de remorso;
mas de quebrantamento interior, no coração desejoso de voltar ao caminho correto,
de acordo com a vontade do Pai (assim como fez o filho pródigo).

Observe:

Quando um marido trai uma esposa e chega em casa confessando o que ela faz? Sua
reação é a melhor possível? É indiferente? Claro que não. Ela fica completamente in-
satisfeita. Assim é quando pecamos contra Deus. Ele sente dor, fica triste.

Você precisa sentir dor e pesar pelo seu pecado e confessar tudo ao Senhor (Sl
51.1-4). O verdadeiro arrependimento acontece quando nos damos conta das perdas
que o nosso pecado nos causou (valores morais, espirituais, materiais, afetivos); e que
precisamos fazer tudo para recuperar os valores perdidos.

Somos comparados com alguns exemplos bíblicos e confrontados


por causa de nossos pecados: (pergunte quantos querem ser segundo o
coração de Deus).

Davi era um homem segundo o coração de Deus. Este homem, com todas as suas
características naturais, foi colocado no trono por uma decisão do Senhor (Deus nos
faz ser quem Ele deseja que sejamos). E para alguém ser o rei tinha que enfrentar a
guerra e voltar vencedor.

152 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


Na vida cristã, nosso desafio não é travar batalhas físicas; mas enfrentar batalhas
espirituais (Ef 6.10-18). Na verdade, todos são chamados para esta guerra; mas só é
aprovado quem enfrentar e vencer suas batalhas. Às vezes, sabemos o que Deus quer
para nós, mas desistimos de lutar. Muitas pessoas caem porque se tornam negligentes,
deixam de vigiar e desistem de lutar. Não podemos ser apanhados de surpresa (Mt
26.41).

Temos um inimigo que não dorme, não descansa que, traça planos diários para nos
derrotar. Mas a Bíblia assim nos adverte: “não deis lugar ao diabo” (Ef 4.27). Portanto,
não podemos baixar nossas armas espirituais; pois se subestimarmos o inimigo, somos
vencidos. Geralmente, somos vencidos quando nos acomodamos e deixamos de fazer
a vontade de Deus; pois não há descanso nesta guerra.

Davi venceu guerras e destruiu um gigante, mas se deixou enganar pelos sentimen-
tos e saiu do propósito de Deus. Ele instruiu e treinou soldados, mas não foi para a
guerra. Davi ficou em casa dormindo até à tarde (2Sm 11.2). Ao ficar fora do campo de
batalha, Davi se tornou vulnerável e caiu na cilada do diabo, adulterando com a mulher
de Urias, um de seus guerreiros. Urias foi mais nobre, pois se recusou a ficar em casa,
sabendo que seus companheiros estavam no campo de guerra.

Enquanto o povo estava na guerra, Davi estava de férias sendo envolvido e ven-
cido por cobiça e adultério. Ao invés de guerrear, Davi ficou no palácio. Qual é o seu
palácio (o lugar que você escolheu para descansar)?

O pecado é como uma bola de neve: começa pequeno e depois causa terríveis
danos. O adultério trouxe desgraça para a vida de Davi. Ele planejou a morte de Urias,
desviou o foco da visão de Deus e permitiu que a maldição se instalasse em sua família
(incesto, homicídio, imoralidade e traição entre seus filhos).

Davi esqueceu sua necessidade de lutar e manter sua comunhão com Deus. Quan-
do isto acontece conosco, a carne começa a se impor, buscando comodidade. Então
Satanás se aproveita disso, para lançar sementes causadoras do pecado (insatisfação,
murmuração, orgulho, vaidade e muitas outras). Se o pecado tiver domínio sobre nós,
Satanás conseguirá nos derrubar, pois qualquer pecado não coberto pelo sangue de
Jesus dá legalidade a Satanás para sobre a nossa vida.

Satanás trabalha em nossas preferências tentando nos fazer parar. Os argumentos


que o diabo usa devem ser quebrados agora, liberando nossa vida para tudo o que
Deus quer fazer.

Muitas preferências entram pelas janelas da alma. Esta geração tem sua mente
contaminada por olhos carregados de adultério. O que Deus quer de nós? Que seja-
mos livres (1Jo 2.15-16).

PENIEL, VENDO DEUS FACE A FACE 153


Na época de Isaías, o povo estava contaminado pelo que falava. Isaías teve seus
lábios purificados (Is 6.7). Temos que fazer diferença. Se somos santos, o povo perce-
berá nossos lábios purificados. Deus só enviou Isaías depois que seus lábios foram pu-
rificados. Deus só nos usará quando formos purificados. Ele mesmo trará cura a nós.

O pecado nunca é instantâneo. Ele é progressivo. Temos que renunciá-lo, pois ele
quer nos seduzir sempre. Davi olhou pecaminosamente, alimentou o pecado e conta-
minou-se. Às vezes o lugar onde vivemos é o objeto de nossa contaminação. Quantos
de nós já estamos contaminados? Nunca transfira seus pecados, confesse sempre,
pois o Salmo 42.7 diz que um abismo chama outro abismo.

Qual a consequência do pecado? (Rm 6.23). A bênção é obstruída, perdida. Davi


sofreu derrota na família, nas finanças, nas guerras e na paz. Os argumentos do diabo
voltaram. A maldição se instalou em sua família (2Sm 12 e 13).

Às vezes erramos e pecamos, mas não nos arrependemos. Enquanto não confes-
sarmos que erramos não há arrependimento genuíno. Precisamos nos arrepender, pois
Deus nos ama e abomina o pecado.

Davi perdeu a paz. A nossa intranquilidade pode ser sinal de pecado. O pecado
é perdoado, mas algumas consequências perduram. “Pequei contra Deus!” Esta foi a
visão de Davi: Eu feri a vontade de Deus. “Confessei-te” (em hebraico: fiz declaração
pública e ordenada — “um após outro” (Sl 32.5).

Pecado tem nome. Não basta dizer: “Ah, eu pequei muito”! Pois o pecado deve ser
chamado pelo nome. O Espírito Santo vai trazer consciência a você. Hoje é Peniel. É
um encontro face a face com Deus, onde você vai lutar e prevalecer.

CONCLUSÃO
No início talvez o pecado pareça prazeroso; mas, após a sua prática, se inicia um
processo de angústia e peso insuportável, com perdas e destruição. O único meio de
livramento é a confissão, com arrependimento e fé no sacrifício de Jesus Cristo. A
Bíblia diz que “O que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as
confessa e deixa, alcançará misericórdia” (Pv 28.13).

Existe um tempo de aparências – nele, dizemos que está tudo bem quando tudo
vai mal. Mas a alegria só é devolvida, quando confessamos nosso pecado. Na verdade,
o pecado nos tira do centro das decisões, já não sabemos decidir. Deus quer que ve-
jamos os atropelos do passado para que possamos romper com eles.

Davi se arrependeu! O que é arrependimento? Não é remorso. No remorso há choro,


há sofrimento, mas depois volta e faz tudo de novo (Hb 12.16-17). No arrependimento

154 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


há entrega total rendição total, não há contra-argumento. O arrependimento não é res-
sentimento, é uma dor profunda que vem por se reconhecer que pecou contra o Senhor,
que foi cometido um ato terrível. É não querer nunca mais voltar a cometer o ato (Lucas
15.21).

Para a mudança acontecer tem que haver arrependimento. O arrependimento nos


faz decidir nunca mais voltar ao pecado. Todas às vezes que recebemos a proposta de
pecado (tentação), nos lembramos da dor do nosso arrependimento e dizemos “não”
ao pecado (Sl 51.4).

Deus ama o pecador, mas odeia o pecado. Portanto, Sua Palavra se opõe a qual-
quer pessoa tolerante para com o pecado (1Co 5.2).

Somos santos que odiamos e aborrecemos o pecado. Deus quer que cresçamos
com Ele, é preciso ter arrependimento. Quando o pecado é lembrado com dor, há
cura. Em Peniel você terá um encontro face a face com Deus. Chore em Sua presen-
ça. Hoje é dia de romper com o passado. Jesus deseja riscar o escrito da dívida que é
contra nós (Cl 2.12-15).

INSTRUÇÕES PARA O PALESTRANTE:

1. Comunique que este é um tempo entre os retirantes e Deus: podem chorar,


gritar, arrepender-se em Sua presença.

2. Os pecados que vierem à lembrança deverão ser confessados – um a um, nome


por nome – sem esconder um sequer.

3. Deixe a música tocando e ore por entre o povo. Os intercessores devem ter
lenços de papel nas mãos para auxiliarem aqueles que necessitarem caso este-
jam chorando.

4. Após o tempo de quebrantamento, orar por todos e por tudo que ainda irá
acontecer nos dias vindouros do Retiro.

PENIEL, VENDO DEUS FACE A FACE 155


RESTAURAÇÃO FAMILIAR

A família é um sistema no qual se conjugam valores, crenças, conhecimentos e práti-


cas. A família tem recebido profundos impactos por causa de mudanças ocorridas na
esfera cultural. Percebe-se que estes impactos são, entre outros motivos, provenien-
tes de :

• Liberação sexual,

• Movimento feminista,

• Aprovação do divórcio,

• Urbanização desenfreada,

O PROPÓSITO DE DEUS PARA A FAMÍLIA


Em primeiro lugar, a família foi instituída por Deus para o nosso maior bem e a nossa
mais plena felicidade.

A família é ideia de Deus. Nasceu no coração de Deus, no céu, na eternidade. O


mesmo Deus que instituiu a família estabeleceu princípios para governá-la. Deus criou
o homem e a mulher, instituiu o casamento e uniu-os numa relação de plena comu-
nhão emocional, espiritual e física.

O casamento, segundo o preceito de Deus, é heterossexual, monogâmico e indis-


solúvel. Consequentemente, a relação entre homem e homem, entre mulher e mulher
está em aberta oposição aos preceitos divinos. No casamento deve prevalecer o amor
e a fidelidade, a fim de que a intimidade física seja desfrutada com pureza e deleite.
Só dentro dessa perspectiva, a família pode cumprir seu papel e dar ao mundo uma
descendência santa.

156 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


Dificilmente alguém será plenamente feliz se sua família está em ruínas. Os ho-
mens bem sucedidos normalmente tem uma boa base familiar. Não tem como viver
alheio à família, se em casa está ruim tudo estará ruim também.

Em segundo lugar, Deus criou a família com um propósito específico no mundo. A


família tem o papel de criar filhos no temor de Deus, para cumprir no mundo seu man-
dato cultural e espiritual. Mesmo vivendo numa sociedade decadente, a família deve ser
governada pela santidade. Nossos filhos são herança de Deus e devem merecer nossa
maior atenção. Os filhos são como flechas na mão do guerreiro. Os pais carregam os
filhos e depois os lançam para longe, na direção do projeto de Deus.

Em terceiro lugar, a família é um presente de Deus que devemos cuidar com o


máximo cuidado. Seria uma consumada insensatez gastarmos nosso tempo correndo
atrás de coisas, relegando nossa família a um plano secundário. Nenhum sucesso com-
pensa o fracasso da família. Construir o sucesso pessoal sobre os escombros da família
é loucura. Devemos dedicar o melhor do nosso tempo e o melhor dos nossos recursos
na formação espiritual, moral e intelectual da família. Investir na família é investir em
nós mesmos. Quando a família vai bem, a igreja é edificada. Quando a família vai bem,
a Pátria é bem-aventurada. Quando a família vai bem, os céus se alegram com a terra.

PAPÉIS DADOS POR DEUS DENTRO DA FAMÍLIA


Dentro desta estrutura do propósito Divino, consideremos os papéis que Deus atri-
buiu aos homens, mulheres e filhos.

• Cristo - cabeça do marido - O Senhor da família

• Marido - cabeça da mulher e autoridade principal sobre os filhos

• Esposa - Ajudadora do marido e autoridade secundária sobre os filhos

• Filhos - Obediências aos pais

HOMENS: ESPOSOS E PAIS

A responsabilidade dos esposos é bem resumida em Ef 5.25. O esposo tem que co-
locar as necessidades de sua esposa acima das suas próprias, mostrando devoção
desprendida aos melhores interesses da “parte mais frágil” que necessita da sua prote-
ção. Ele tem que trabalhar honestamente para prover as necessidades da família (2Ts
3.10-11; 1Tm 5.8).

Os pais são especialmente instruídos por Deus para preparar seus filhos na ins-
trução e na disciplina do Senhor (Ef 6.4). Este é um trabalho sério e, às vezes, difícil,

RESTAURAÇÃO FAMILIAR 157


mas com resultados eternos! Os espíritos de seus filhos existirão eternamente, ou na
presença de Deus ou separados dele. A maior meta de um pai para seus filhos deveria
sempre ser a salvação eterna dele.

MULHERES: ESPOSAS E MÃES

Uma esposa tem um papel muito desafiador no plano de Deus. Ela tem que comple-
mentar seu esposo como uma auxiliar submissa, que partilha com ele as experiências
da vida. As pressões da sociedade moderna para rejeitar a autoridade masculina não
obstante, a mulher devota aceita seu papel como aquela que é cuidadosamente sub-
missa ao seu esposo (Ef 5.22-24; 1Pe 3.1-2). As mulheres de hoje em dia que rejeitam
este papel dado por Deus estão na realidade difamando a palavra Dele (Tt 2.5).

Deus instrui as mulheres para mostrarem terna afeição aos seus esposos e filhos,
e a serem honestas e fiéis donas de casa (Tt 2.4-5). Apesar dos esforços de algumas
pessoas para desvalorizar o papel das mulheres que são dedicadas a suas famílias,
Deus tem em alta estima a mulher que é uma boa dona de casa e uma amorosa espo-
sa e mãe. Tais mulheres devotas são também dignas de respeito e apreciação de seus
esposos e filhos (Pv 31.11-12,28).

FILHOS: SEGUIDORES OBEDIENTES

Deus também definiu o papel dos filhos. Paulo revelou em Ef 6.1-2 que os filhos de-
verão:

1. Honrar seus pais. Os pais que sustentam, instruem e preparam seus filhos de-
vem ser honrados. Jesus mostrou que esta honra inclui prover as necessidades
dos pais idosos (Mt 15.3-6).

2. Obedecer a seus pais. Deus colocou os pais nesta posição de autoridade e os


filhos têm que respeitá-los. Muitas pessoas consideram a rebeldia de uma crian-
ça como uma parte comum e esperada do “crescimento”, mas Deus coloca-a na
lista com outros terríveis pecados contra ele (2Tm 3.2-5).

AS PRIORIDADES REVELADAS NA PALAVRA DE DEUS


Um dos grandes problemas dos lares cristãos desfeitos está no entendimento erra-
do das prioridades. Precisamos conhecer as prioridades estabelecidas na Palavra de
Deus, e obedecê-las se queremos ter vitória nas nossas vidas em particular e da nossa
Família. As prioridades estabelecidas por Deus são:

• Deus (Mt 6.33)

158 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


• Família (Gn 2.24)

• Sustento (Gn 3.19)

• Ministério, atividade religiosas, igreja, missões, e outros.

Obviamente não estamos dizendo que não podemos realizar todas estas quatro
prioridades juntas. O que estamos dizendo é que a ordem de prioridades deve ser
seguida nesta sequência. Isso significa que não devo me envolver tanto na obra mi-
nisterial em prejuízo da minha família, e assim por diante. Muitas pessoas confundem
o executar as atividades religiosas, como que estando colocando Deus em primeiro
lugar nas suas vidas.

PRIORIDADES DENTRO DA FAMÍLIA

• Pessoas antes das coisas;

• Lar antes da profissão;

• Esposa(o) antes dos filhos;

• Filhos antes dos amigos;

• Esposa(o) antes de si mesmo;

• Coisas espirituais antes de coisas materiais.

A pouca diferenciação entre os membros da família leva a uma confusão de pa-


péis que provoca perturbações na estrutura hierárquica da família, com inversões nas
quais os filhos se tornam pai e os pais se tornam filhos, ou são todos irmãos, sem haver
uma divisão nítida de papéis.

INFLUÊNCIAS DO PRESENTE SÉCULO NA FAMÍLIA


1. Perda do referencial - A família sempre foi o lugar do “eterno retorno”. Podía-
mos sair para trabalhar, estudar, viajar e nos divertir, mas sabíamos que tínha-
mos um lar para onde, ao voltar, tudo se ajustaria novamente a uma normalida-
de tranquilizadora. A modernidade trouxe outras alternativas.

O indivíduo ampliou o seu mundo e de uma visão intra-lar, passou a cultivar


uma visão exo-lar ou extra-lar. A casa já não mais é acolhedora. A família passou
a ser o epicentro de abalos morais e relacionais que expulsavam o indivíduo
para fora - num sentindo inverso de sua vocação - instigado que era pelas ten-

RESTAURAÇÃO FAMILIAR 159


tações advindas do poder desmantelador das seduções da modernidade sobre
sua vida.

2. Superficialidade - A perda do referencial familiar - numa transição sutil do


poder de influência, principalmente sobre os mais novos membros da família
(crianças, adolescentes e jovens) - transição esta do poder de coerção da família
para o poder liberalizador da sociedade, da mídia e do dinheiro, fez com que
surgisse uma era de relacionamentos superficiais, descartáveis, bem ao gosto
de cada um e de interesses menos nobres. Esta superficialidade gerou novos
relacionamentos intra-lar dos tipos: “cada-qual-vive-como-quer” e “ninguém-é-
-de-ninguém”, onde relacionamentos frios, distantes, vivendo-se sob a sombra
do amor e da comunhão do passado, vão transformar a residência em mero
dormitório ou lugar de passagem para voltar a ganhar o mundo de fora no dia
seguinte.

3. Descompromisso - Nessa modernidade detentora de novos valores, os mem-


bros da família passam a ter compromisso somente com a sua satisfação pes-
soal. O hedonismo marcante dos nossos dias - em que a satisfação e o prazer
pessoais precisam ser alcançados a qualquer custo - é também decorrente des-
sa modernidade que, ao promover uma superficialidade de relacionamentos,
também impõem um total descompromisso para com o outro. O próximo, como
alvo de atenção humanitária e cristã, como no exemplo do “Bom Samaritano”
(Lc 10.25-37) ou do ensino de “amar ao próximo como a si mesmo” (Mc 12.28-
34), passou a ser “o inimigo”, “o competidor”, “o frustrador de sonhos”. Ninguém
quer se comprometer com nada nem com ninguém. Já temos problemas demais
para resolver.

4. Competitividade - Então, estes tempos modernos nos jogam dentro do cruel


alçapão da competitividade. Temos que ser bons para prevalecer. Mais que isto,
temos que ser os melhores. E isto não só com relação ao mercado de trabalho,
mas também em todos os demais aspectos da vida: cultura, sociedade, esportes
e até família. Foi deflagrado um processo de competição geral em que estamos
sempre nos medindo, comparando, batendo com o outro para conferir quem
sabe, quem faz e acontece e quem é o melhor. Então o outro deixa de ser par-
ceiro para ser adversário. E a vida vai se tornando cada vez mais árida e atroz.

A modernidade, com sua herança nem sempre bendita, precisa ser avaliada face
aos problemas enfrentados pelas famílias de nossos dias a fim de que não haja
maiores prejuízos do que os que já estão ocorrendo.

160 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


5. A falta de afeto familiar - O que é afeto? Em primeiro lugar só não gosta de afe-
to aquele que é portador de deformações psicológicas. Afeto são as demons-
trações de carinho, apreço, enfim é amor expresso em gestos, palavras e atos,
não custam nada e podem ser perfeitamente cultivadas no lar. Todos gostam
de se sentirem queridos, até os animas. Mas vemos que muitos não têm afeto
dentro de seus lares e buscam satisfazer esta necessidade em outros lugares.

EXPRESSÕES DE DESENVOLVIMENTO AFETIVO:

1. O esposo deve demonstrar afeto para com a esposa tanto em palavras, gestos
ou atos concretos (Pv 31:29), elogio do esposo. Esta não é a expressão do ma-
rido “mandão”.

2. O esposo exaltando a beleza física e espiritual da esposa (Ct 4.1 -a esposa deve
cooperar). Em Cantares vemos o relacionamento entre esposo e esposa, como
servos de Deus. Ct 1.16 - a esposa ao marido. Ct 2.8 - o esposo à esposa.

Num ambiente de afeto os cônjuges se sentem valorizados, a esposa pode dizer o


que esta em Ct 7.10-11. O elogio faz bem ao espirito, alma e corpo.

Falta de afeto traz doenças, dos nervos, coração, aparelho digestivo e outros, traz
prejuízo financeiro; mas o desenvolvimento afetivo não custa nada. Expressões como,
“gosto de você”, parece que estão fora de moda, até entre os casais cristãos; será que
depois de crente perdeu a sensibilidade? Não precisa de afeto? Como servos de Deus
precisamos e podemos dar afeto, puro e sincero.

CURA E RESTAURAÇÃO DA FAMÍLIA

Nós falamos sobre o ideal de Deus para as famílias e sobre algumas influências nega-
tivas. Talvez sua família não tem vivido o projeto que Deus planejou para ela e seu lar
tem sido marcado pela mágoa, rancor, ódio, contendas e etc.

Mas Deus quer restaurar a sua família e curar as feridas que foram abertas no
decorrer do tempo. Para que aconteça a cura e restauração da família é necessário o
perdão. O processo do perdão deve ocorrer da seguinte forma:

1. Rejeite as ideias de vingança (Rm 12.17,21)

Normalmente queremos vingança contra aqueles que nos fizeram mal, mas a
bíblia nos mostra o exemplo de Cristo que devemos seguir (1Pe 2.21-23; Is
53.7).

2. Tome iniciativa para solução do problema (Mt 5.23-24)

RESTAURAÇÃO FAMILIAR 161


Nós devemos iniciar o perdão em nossos lares. Neste momento, Deus está
trabalhando na sua vida, sendo assim Ele espera que você tome a iniciativa para
que o seu lar seja restaurado.

3. Evite desculpas e racionalização como:

• Ninguém é perfeito, errar é humano (por isto precisamos pedir perdão).

• A ofensa foi pequena (pequenas ofensas não resolvidas se tornam grandes pro-
blemas).

• Aconteceu há tanto tempo (o tempo não cura tudo).

• O outro estava mais errado do que eu (devemos nos concentrar no nosso erro
e não no erro dos outros).

• Eu estava errado, mas você também (acabamos ferindo ainda mais o relaciona-
mento).

• A pessoa não vai me entender (a palavra branda desvia o furor).

• Vou deixar para depois (aproveite as oportunidades agora).

4. Exemplos de famílias restauradas:

• Filho Pródigo (Lc 15.20-24)

• Jacó e Esaú (Gn 27.45; 33.4)

• José (Gn 37.2-5; 50.20-21)

CONCLUSÃO
Deus pode e quer restaurar a sua família para que possam viver segundo o propósito
que Ele estabeleceu. Mas, para isto, é necessário o perdão e independente do culpado
pelo que tem acontecido em sua casa, Deus espera que você tome a iniciativa para
que seu lar seja restaurado.

Coloque sua família diante de Deus, seja um intercessor de sua casa. Ore liberando
o perdão e abençoando o seu lar.

162 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


AUTORIDADE ESPIRITUAL

TODA AUTORIDADE PROCEDE DE DEUS


Somente Deus é autoridade absoluta, todos os demais agentes que exercem autorida-
de no universo possuem autoridade delegada por Deus. Pais, educadores, magistra-
dos, pastores, por exemplo, são figuras, agentes detentores da autoridade delegada
por Ele. Observe bem o que o apostolo Paulo afirma: Todo homem esteja sujeito às
autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as auto-
ridades que existem foram por Ele instituídas. De modo que aquele que se opõe à autori-
dade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação.
(Rm 13.1,2)

A figura de autoridade não está acima do bem e do mal, visto que responderá pelo
modo como exerce a autoridade delegada. Leia Mt 24.45-51. Como Jesus e o apóstolo
Paulo, devemos reconhecer o princípio da autoridade e nos submetermos em obediên-
cia aqueles a quem Deus estabeleceu como figura de autoridade para exercer governo
e liderança sobre nós. Assim devemos reconhecer que o fundamento da autoridade é
genuinamente espiritual, porque a autoridade procede de Deus.

QUAL O VERDADEIRO PROPÓSITO DO EXERCÍCIO DA AUTORIDADE À LUZ DAS


ESCRITURAS?

1. A autoridade é estabelecida para exercer governo. Deus, em sua soberania es-


tabeleceu para administrar sua criação uma estrutura de governo na qual há uma
ordem composta por figuras de autoridade. Esta ordem é constituída por uma
cadeia de comando na qual a figura de autoridade tem um papel importantíssimo.
Todos os seres humanos, sem exceção, estão sujeitos a esta cadeia de comando
estabelecida na sociedade, na família, na igreja, nas relações de trabalho, etc.

2. A autoridade é estabelecida para oferecer serviço. É importante dizer aqui que


a figura de autoridade no modelo divino não é de um líder “empoderado”, au-
tocrático e ditador, mas sim um servo. Toda pessoa revestida de autoridade bi-

AUTORIDADE ESPIRITUAL 163


blicamente, falando é um ministro, um servo. (Rm 13) Há no mundo uma clara
subversão deste princípio arquitetado por satanás. No mundo as pessoas querem
posição de autoridade para exercer poder. Em Mt 20.20-28 vemos sinais desta
subversão presente na mente e no coração de pelo menos dois dos discípulos de
Jesus. Como percebemos, o desejo por posição não é uma coisa nova na igreja.
Jesus então ensina a seus discípulos que a posição de autoridade não é uma po-
sição de status e privilégio, mas de serviço

3. A autoridade é estabelecida para manutenção da ordem. Como consequência


da subversão dos valores morais e Bíblicos podemos perceber uma evidente
desordem no mundo que é visivelmente contrastante com o quadro da criação
pintado no livro de Gêneses no capitulo 1.

Esta desordem é produzida pelo desequilíbrio que o pecado trouxe para à criação.
Para garantir as condições de vida neste planeta, Deus, em sua longanimidade, cons-
tituiu o governo humano. Imagine um País ou uma cidade sem governo, sem leis, sem
poder judiciário, sem polícia, seria o caos. Deus espera que as autoridades usem de rigor
contra o mal, contra a injustiça. (Rm 13.4). Todavia é preciso saber exercer a disciplina.
A Bíblia nunca foi a favor da prática de maus tratos, pelo contrário, basta atentar para o
que diz o sábio Salomão, em Pv 19.18 e Paulo, em Gl 6.1.

QUAL DEVE SER NOSSA POSTURA EM RELAÇÃO AOS QUE EXERCEM OU OCUPAM
POSIÇÃO DE AUTORIDADE?

Devemos nos reger pelo princípio da autoridade que nos a segura que toda autoridade
é delegada por Deus. Sendo assim nossa postura em relação a figura de autoridade
deve ser orientada pelo próprio Deus. Vejamos então o que a Bíblica nos recomenda
quanto a isto:

1. Devemos ser submissos às autoridades – Submeter é reconhecer a autoridade


do outro. A insubmissão produz rebelião, e a rebelião é como pecado de feitiçaria
(1Sm 15.23). Uma pessoa em rebeldia está exposta aos poderes das trevas e de
toda forma de ocultismo. Lembre-se: Satanás é a personificação da rebeldia, o seu
nome quer dizer adversário.

2. Devemos ser obedientes às autoridades – Obediência é diferente de sub-


missão. Segundo Watchman Nee, submissão é atitude e obediência é um ato.
Submissão sempre, obediência nem sempre. Há uma condição em que o cren-
te pode desobedecer uma ordem sem deixar de ser submisso, é quando esta
ordem, claramente, contraria a vontade de Deus. Neste caso, com todo amor
e respeito, fazemos como os discípulos fizeram em relação a determinação das
autoridades de Jerusalém (At 4.18-20).

164 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


3. Devemos valorizar a posição de autoridade (Rm 13.5-7) - Neste texto Paulo
sugere qual deve ser nossa atitude em relação às figuras de autoridade. Segun-
do ele devemos nos submeter a elas não só por medo, mas sobretudo por uma
questão de consciência. Devemos ter consciência do valor e da importância da
estrutura de autoridade, pois sem ela o caos seria eminente.

Em seguida, ele sugere também como valorizar o papel da autoridade propondo


3 níveis pelo quais podemos fazer isto: 1) Pagando os impostos devidos a ela; 2)
Pela demonstração de respeito; 3) Finalmente, por meio da Honra a que faz por
merecer. Estes princípios devem ser aplicados em todas as áreas da vida não só
no contexto social e político, mas também em casa e na Igreja.

4. Devemos orar e interceder em favor dos que estão revestidos de autoridade


- Na primeira carta escrita a Timóteo o apóstolo Paulo nos exorta a mantermos
um compromisso diário de oração em favor dos que se acham investidos de
autoridade. (1Tm 2.1-4) A cobertura de oração é fundamental para o exercício
da autoridade em todos os contextos da vida. Lembre-se autoridade é uma
questão espiritual.

CUIDADOS A SEREM TOMADOS PELOS QUE EXERCESSEM AUTORIDADE.

Qual deve ser nossa postura no exercício da autoridade? Entendemos até aqui, que a
autoridade vem de Deus; sendo assim os que a exercem não podem usurpa-la e usa-la
com o fim de se manterem no poder, e, os que estão debaixo dela devem submeter-se
a autoridade reconhecendo sua legitimidade. Não podemos esquecer também que
todos nós estamos de certa forma ao mesmo tempo exercendo autoridade e também
ao mesmo tempo, debaixo de autoridade. Não se esqueça, somente Deus é autorida-
de absoluta. Segue alguns cuidados que devemos tomar no exercício da autoridade:

1. Cuidado com o amor ao poder - A missão de exercer autoridade nos confere


naturalmente o poder. Cuidado! Não se deixe levar pelo amor ao poder. Há uma
frase muito conhecida que diz: “o poder atrai, seduz, embriaga e depois mata”.

2. Cuidado com o autoritarismo - Quando desconhecemos o verdadeiro propó-


sito do exercício da autoridade nos tornamos autoritários, ditadores e tiranos.
Uma autoridade legitima não esquece que é servo, sua missão é servir.

3. Cuidado com o abuso de poder - Devemos nos lembrar que o poder conferido
à figura de autoridade não é para oprimir, ferir e massacrar o outro. O poder
visa capacitar para suprir, edificar e proteger. Uma das formas mais comum
de abuso de poder é o uso do poder para benefício próprio. Lembre-se que a
figura de autoridade está sujeita ao mais duro e severo julgamento (Lc 12.48).

AUTORIDADE ESPIRITUAL 165


4. Não se esqueça de que a submissão é o meio eficaz de legitimar a autorida-
de - A autoridade exige submissão não só dos outros, mas, principalmente, de
quem a exerce. Quando uma figura de autoridade não é submissa a autoridade
que está sobre ela, ela perde o direito de exercer autoridade delegada e se tor-
na um tirano rebelado. O centurião que rogou a Jesus pela cura de seu servo foi
atendido porque evocou o poder da autoridade legitimada pela submissão. (Lc
8.7-10). À medida que nos sujeitamos a autoridade, nossa autoridade se torna
legítima e eficaz. “Por que sou homem sujeito a autoridade”- disse o centurião.
Lembre-se a submissão credencia e legitima o uso da autoridade (Tg 4.7).

A SÍNDROME DE CORÉ (NM 16.1-4; JD 1.1-16)

O que fazer quando o espírito de Rebeldia se manifesta? É possível encontrar na igreja


pessoas com o mesmo comportamento de Coré? Na Epístola de Judas vemos o Espí-
rito Santo, detectando o espírito de rebeldia na igreja, o que ele chama “A contradição
de Coré”. Coré era um homem influente, tinha bom argumento e montou uma boa
estratégia, pois conseguiu convencer 250 líderes de várias tribos, príncipes e outros
renomados dentre os filhos de Israel.

Foi uma situação muito séria que ocorreu e que, talvez numa proporção menor,
vem acontecendo no meio do povo de Deus. É sempre um momento muito crítico na
história de uma igreja quando o espírito de deslealdade se manifesta; porque se não
for reprimido de um modo justo, é certo que virão consequências desastrosas.

Em todo o caso, sabemos que os grandes chefes desses movimentos são homens
persuasivos, capazes de manejar segundo a sua própria vontade a multidão incons-
tante.

Foram 250 homens que ficaram descontentes com a sua posição e ambicionaram
o lugar de Arão.

AS ESTRATÉGIAS USADAS POR CORÉ E SEUS SEGUIDORES

1. Coré questionou o estilo de liderança de Moisés - Deram a entender que Moi-


sés e Aräo agiam como Ditadores, não respeitando os anseios do povo. Porque
só Arão podia ser o sumo-sacerdote? O que eles não deram conta é que o ho-
mem não pode receber coisa alguma se lhe não for dada do céu. Na parte final
de Nm 16.3 vemos que Coré ainda julga Moisés de se colocar acima do povo.

2. Ocultou sua ambição, através de uma suposta defesa do povo (Nm 16.3) -
Aparentemente o discurso era verdadeiro e modesto, eles estavam fazendo a
coisa certa com a motivação errada. Note que suas afirmações são verdadeiras:

166 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


Toda a congregação é santa / Cada membro do povo de Deus é santo / O Se-
nhor está no meio do Seu povo.

A verdadeira motivação de Coré não era se preocupar com os interesses do


povo, mas levar o povo a ver que o que Moisés e Arão faziam qualquer um po-
dia fazer e o que eles ensinavam todos já sabiam. Há pessoas que quando não
se sobressaem, resolvem tornar advogados das causas do povo, sendo o que
eles estão tentando fazer, é depor o líder.

3. Não se contentou com o lugar que Deus havia lhe posto - Às vezes Deus vai
nos colocar na mesma posição até o fim de nossas vidas. Alguns líderes rejeitam
posições superiores, pois entendem que Deus os quer no mesmo lugar. Coré
queria estar em uma posição que Deus não o havia colocado.

Não tem nada errado em querer crescer, aliás isso é natural no ser humano, o
problema é querer estar num lugar do outro. Havia em Coré um desejo ardente
pelo poder. Ele queria subir até onde estava Moises para depois ser o detentor
sozinho do poder.

A REBELDIA NÃO ERA APENAS CONTRA MOISÉS, MAS CONTRA DEUS (NM 16.11)

Toda rebeldia, em última instância desemboca em Deus. Moisés chama-lhes a atenção


de que eles estavam se levantando contra o Senhor. Foi Deus quem os colocou na-
quela posição de liderança. Em nenhum momento Moisés reivindicou aquela posição
para Deus.

Nm 16.5 - Depois de ter ficado abalado, Moisés falou a Coré e a toda congrega-
ção, pedindo que cada um dos 250 trouxesse os seus incensários para que o Senhor
pudesse apontar quem é que deveria servi-Lo como sumo-sacerdote. O Senhor faria
a escolha.

Com isso Moisés colocou Coré, os 250 homens com ele e ele próprio face a face
com o Senhor. Pois quando o líder vira réu, quem deve julgá-lo é alguém superior e
neste caso só havia o Senhor.

O RESULTADO DE QUEM SE REBELA (NM 16.28-33)

Coré, Datã e Abirão com suas famílias e seus pertences foram tragados pela terra e
os demais foram mortos com fogo que caiu do céu quando eles estavam oferecendo
incenso ao Senhor, somente Arão foi livre das chamas.

AUTORIDADE ESPIRITUAL 167


CONCLUSÃO
Talvez você tenha pessoa sob a sua liderança que questiona a sua função, ou quem
sabe ele acha que tem até mais condição do que você e às vezes tem mesmo, e para
isso tem exposto as suas fraquezas, tem recusado obedecer as suas ordens, e isso
tem te entristecido muito, a ponto de dar vontade de abandonar o seu chamado. Faça
como Moisés, transfira para o Senhor esta causa, ela não é sua, e você verá o que
Deus vai fazer.

Talvez o espírito de Coré tenha te atingido e você precisa pedir perdão, para que
não aconteça contigo o que aconteceu com eles. Ao invés de morte que venha vida a
você e ao seu ministério.

168 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


LIBERTAÇÃO

OBJETIVO

• Levar cada pessoa a entender o que é libertação;

• Entender o que é maldição na bíblia;

• Entender a ação de Satanás na vida do ser humano;

• Entender as áreas de ação dos poderes das trevas;

• Saber o que fazer para ser liberto dos poderes das trevas;

• Saber quebrar todos os vínculos com os poderes das trevas;

• Ter uma vida liberta pelo poder de Jesus Cristo.

O QUE É LIBERTAÇÃO?
A libertação é um acontecimento extraordinário, sobrenatural, que normalmente não
pode ser explicados pela ciência ou por causas naturais, mas que é explicado pela fé,
como a intervenção de Deus no corpo ou na vida dos homens e no curso da história.

Podemos chamar de liberto aquele que não pertence a outro senhor, senão o Se-
nhor Jesus Cristo, aquele que tem uma aliança com Deus. A libertação ocorre quando
alguém se livra da tutela de outro senhor, que não o Senhor Jesus Cristo (exílio, per-
seguição, domínio). É a rendição e a submissão do homem ao poder de Deus de livre e
espontânea vontade tornando-se liberto de todos os grandes poderes deste mundo.

A libertação não é um acontecimento sem uma causa, desde que sua causa é a
vontade direta de Deus. Esta ação ou interferência de Deus no mundo não pode se
realizar sem a vontade do homem, pois Deus em Sua soberania concedeu a humani-
dade o livre arbítrio. Para que haja libertação é necessário que a pessoa deseje ser
liberto.

LIBERTAÇÃO 169
A BÍBLIA NOS GARANTE A LIBERTAÇÃO

A libertação é e ensinada nas Escrituras Sagradas. O Senhor Jesus desenvolveu o


ministério de libertação (Mt 8.16-17; Is 61.1-3). Deus através do ministério do Espírito
Santo continua libertando através da Igreja (At 5.16; 8.7).

A proclamação do Evangelho e a implantação do Reino de Deus tem como parte


de sua ação a ordem do Senhor a seus discípulos para curar os enfermos e libertar os
oprimidos (Lc 9.1-2; 10.1,8,9,19).

Não existe enfermidade, doença, moléstia ou opressão, por mais difícil o estado do
doente, que o Senhor não possa curar e libertar. O Senhor Jesus venceu a morte e o
inferno (1Co 15.55-57).

QUEM PODE LIBERTAR O SER HUMANO?

Jesus - A libertação só existe na pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo. Não
existe libertação sem Jesus Cristo, pois Ele é a fonte de toda libertação. A libertação
acontece na vida daqueles que reconhecem a soberania de Jesus (2Co 3.17; Gl 5.1).

No entanto, a igreja é instrumento de Deus para a libertação em nome de Jesus,


pois Cristo delegou esta função à igreja. Como Igreja do Senhor Jesus Cristo, os mem-
bros do Corpo de Cristo na terra devem crer e exercer o ministério de libertação aos
oprimidos.

As Escrituras deixam claro que é a intenção e o desejo do Senhor Jesus Cristo que
a Igreja dê continuidade ao seu ministério terreno e que Deus concedeu aos discípulos
do Senhor Jesus autoridade e poder tanto para curar, libertar e para operar milagres
e maravilhas (Mc 16.17-18).

Nem mesmo a perseguição aos discípulos em Jerusalém pôde impedir a dissemi-


nação do evangelho do Senhor Jesus Cristo através da pregação, da libertação dos
endemoniados e do ministério de cura aos enfermos (At 8.5-7).

Deus concedeu poder, autoridade e dons a sua Igreja. O poder de Deus e dos seus
servos é infinitamente maior do que poder de Satanás e de seus seguidores. No con-
fronto entre os servos de Deus e os servos das trevas, os crentes devem se lembrar
das palavras do Apóstolo João: “Filhinhos, sois de Deus, e já os tendes vencido; porque
maior é o que está em vós do que o que está no mundo.” (1 Jo 4.4).

DE QUE SOMOS LIVRES?

1. Somos livres do pecado - O pecado escraviza o ser humano levando-o a morte


e corrompe o ser interior de cada pessoa, mas em Cristo somos livres da escra-
vidão do pecado.

170 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


2. Somos livre da morte - A consequência da prática do pecado na vida do ser
humano é a morte. Ela é o trágico resultado para todos aqueles que vivem es-
cravos e não apenas a morte física, mas, sobretudo, a morte espiritual ou morte
eterna.

Em Cristo, por mais que venhamos a morrer fisicamente, nós passamos a ter
acesso à vida eterna, Ele nos livra da segunda morte.

3. Somos livres dos poderes das trevas – Somos livres de demônios que agem na
vida das pessoas para tirar a vida, espíritos do mal que vem para matar, roubar
e destruir. Cristo nos traz liberdade sobre estes espíritos.

O QUE SÃO DEMÔNIOS?


São seres angelicais, maus, que provavelmente seguiram a Satanás na rebelião e são
subalternos a ele. Usam seus poderes extraordinários, porém limitados, para se opo-
rem a Deus e à Sua obra.

São espíritos que habitam lugares onde há legalidade ou são dedicados para a invo-
cação dos mesmos. A bíblia nos fala de anjos caídos (Ez 28.1-19; Ap 12.7-9).

Os demônios são seres espirituais (Mc 5.2). Há muitos “demônios”, mas existe um
único “diabo”.

O QUE ACONTECE COM AS PESSOAS OPRIMIDAS E POSSESSAS POR DEMÔNIOS OU


ESPÍRITOS IMUNDOS?

Opressão é a presença de demônios em determinados ambientes e sua influência dire-


ta ou indireta sobre as pessoas. Toda e qualquer ação maligna somente ocorre quando
se dá lugar as forças das trevas e a ação de Satanás (1Pe 5.8). Há nas Escrituras diver-
sas referências à opressão demoníaca (1Sm 16.23; 18.10; Dn 4.33; Lc 4.18-19).

Se a opressão maligna é a presença de demônios, dos poderes das trevas em torno


da pessoa opressa, a possessão demoníaca é a presença de um ou mais demônios dentro
dela, ao que chamamos endemoniamento (Mt 15.21-28; Mt 17.14-18; Mc 5.1-13).

Na opressão a ação maligna é de fora para dentro, já na possessão a ação maligna


é de dentro para fora, o que demonstra que os demônios não só estão oprimindo a
vida da pessoa, mas que eles já controlam a vida da pessoa. Em ambos os casos os
demônios assediam as pessoas exercendo pressão sobre elas (opressão) ou domínio
(endemoniamento) levando-as à exaustão, à depressão, a diversas doenças e enfermi-
dades e mesmo a agressão física sobre si mesmo ou ao próximo; podendo até chegar
ao suicídio ou ao assassinato.

LIBERTAÇÃO 171
Embora a opressão ou possessão maligna seja questionada por muitas pessoas e
até por teólogos, a verdade é que os demônios existem e exercem influência sobre as
pessoas e entram em outras, passando a controlá-las. O endemoniado gadareno é um
exemplo claro da perda da lucides, do convívio familiar, das relações de amizade. (Mt.
8.28, Mc. 5.1, Lc. 8.26).

A possessão tira o homem de sua sanidade, contudo o Senhor Jesus ao libertá-lo o


cura de todas as suas feridas trazendo-o a saúde perfeita. Mc. 5. 15 – “E foram ter com
Jesus, e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito
juízo, e temeram”.

A opressão e possessão demoníaca pode:

1. Levar o possesso a loucura como o caso de Gadara (Mc 5.1-13) - No encontro


de Jesus com o endemoniado gadareno, o texto relata que o homem endemo-
niado estava nu e agia como um lunático, mas ao ser liberto as pessoas “viram
o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e
temeram.” (Mc 5.15).

2. Levar a prostituição - Como o caso de Maria Madalena possuída por sete de-
mônios (Lc 8.2);

3. Desenvolver casos de “enfermidades” como “epilepsia” (Mc 9.17-29) - Nos


casos bíblicos, em que as pessoas endemoniadas também estavam enfermas,
ao serem libertas, como consequência elas foram curadas (Mt 17.15-18; 28).

É importante frisarmos que a expulsão de demônios por si só não pode ser


entendida como cura. É verdade que existe uma relação muito próxima entre a
cura de uma pessoa que estivera endemoniada e sua cura ao ser liberta. Porém
não podemos afirmar que toda pessoa enferma e que estiver endemoniada será
curada somente por ser liberta; isto só ocorrerá se a enfermidade for de origem
satânica, isto é, se a doença foi causada pelo endemoniamento.

Problemas ocorrem quando as pessoas ensinam ou lidam com toda enfermida-


de como se ela fosse causada pelos demônios. Como vimos alguns textos ensi-
nam que os demônios podem causar enfermidades às pessoas, como também,
atormentá-las terrivelmente. Mas Jesus e a Igreja primitiva, os quais são nossos
modelos e referenciais, não tratavam todas as doenças e enfermidades como
resultados de possessão ou atividade de demônios.

Os endemoniados eram tratados de forma diferente daqueles que padeciam


por muitas enfermidades (Mt 8.14-16).

4. Fazer a pessoa ficar muda e surda – Mt 12.2.

172 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


5. Levar as pessoas a ficarem encurvadas - Como o caso da “mulher encurvada”
que era possuída por um espírito de enfermidade (Lc 13.10-13).

6. Seduzir e enganar – 2Co 11.14-15; 2Ts 2.9-12.

7. Afligir, atacar e perseguir – 2Co 12.7; 2Ts 2.18; Ap 2.10;

O QUE É DIABO?
“Diabo” é a transliteração do vocábulo grego “diábolos”, nome sempre usado no sin-
gular, que significa “acusador” e é aplicado nas Escrituras exclusivamente a Satanás.
Como já citamos acima, há muitos “demônios”, mas um só “diabo”.

JESUS E OS DISCÍPULOS AFIRMAM A EXISTÊNCIA DE DEMÔNIOS

• Jesus deixou claro em seu ministério sua existência (Mt 12.27-28);

• Jesus confrontou os demônios e os expulsou (Mt 10.28-32);

• Os discípulos se confrontaram com demônios em sua missão (Lc 10.17);

• O apóstolo Paulo reconheceu sua existência (At 16.14-18; 1Co 10.20-21);

• Tiago também cita a existência de demônios (Tg 2.19);

QUANTOS DEMÔNIOS PODEM POSSUIR UM CORPO?

A Bíblia afirma que uma pessoa pode ser possuída por um demônio ou até mesmo por
uma legião de demônios (Mc 5.9).

No exército romano uma legião de soldados quando estava completa totalizava o


número de 6.000 (seis mil homens). No texto de Marcos há uma referência especifica
que diz que havia naquele lugar uma manada de 2.000 (dois mil) porcos que foram
destruídos por aqueles demônios. O texto de Lucas 8.30 afirma que aqueles demônios
estavam em grande número, ou seja, eram em grande quantidade, números, muitos;

O QUE É MALDIÇÃO?

• Ato ou efeito de amaldiçoar ou maldizer;

• Maldizer é praguejar contra, amaldiçoar;

• Maldito é aquele ou aquilo que se lançou maldição;

• Locuções previamente formadas encerrando desgraças e insucessos;

LIBERTAÇÃO 173
• Chamamento de sofrimento ou desgraça sobre alguém (Gn 27.12; Rm 3.14);

• Pode surgir em decorrência de um trabalho ou obra de feitiçaria ou de macum-


baria realizada;

• Pode ser fruto de pactos feitos com demônios;

• Pode ser consequência de consagrações feitas a entidades demoníacas;

COMO AS MALDIÇÕES SÃO QUEBRADAS?

Através da pessoa bendita de nosso Senhor Jesus Cristo que nos salvou das maldi-
ções, fazendo-se maldição por nós (Gl 3.10-13). Sem Cristo as maldições nunca aca-
bam, pois sem Ele não há ruptura com tais práticas.

PROMESSAS QUE A BÍBLIA AFIRMA

• Não há condenação para os que estão em Cristo (Rm 8.1);

• As coisas velhas se passaram (2Co 5.7);

• Passamos da morte para a vida (Jo 5.8);

• Somos purificados pelo sangue de Jesus (1Jo 1.7);

• Fomos resgatados da maldição (Gl 3.13);

• Fomos sarados de nossas feridas (1Pe 2.24);

• Somos livres de todo o mal (Jo 8.36);

• A maldição sem causa não virá (Pv 26.2);

A LIBERTAÇÃO NÃO CESSOU (HB 13.8)


Nós encontramos o mandamento e a promessa do Senhor Jesus em Mc 16.15-18.
Deus em sua infinita misericórdia deseja nos conceder a vitória sobre a carne, sobre
o mundo e sobre o diabo, porém Deus escolheu agir em parceria com o ser humano.

A libertação divina não cessou porque o Senhor é o mesmo e é desejo de Deus


continuar a diminuir o sofrimento libertando, salvando e curando. O Senhor é miseri-
cordioso e bom e sua compaixão, e em sua essência, pois Deus é amor.

174 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


Deus não muda, Sua Palavra não muda, Suas promessas não mudam, elas são as mes-
mas para todos em todas as épocas. Por isso, todo aquele que Nele crê deve atentar fir-
memente para Sua Palavra, estreitar seu relacionamento com Ele e exercer a fé.

Deus Pai já concedeu aos que crêem Nele seus dois bens mais preciosos: Seu Filho
para morrer na cruz em nosso lugar e seu Santo Espírito para habitar em nós. Será que
Ele também não nos concederá a libertação?

PASSOS PARA RECEBER A LIBERTAÇÃO

1. Sentir necessidade – reconheça que precisa de libertação (Sl 5.13).

2. Arrepender-se dos pecados cometidos.

3. Não ter medo do processo de libertação – o medo amarra você, impedindo a


sua libertação (2Tm 1.7; 1Jo 4.4).

4. Lutar pela sua libertação – se os demônios tentarem dificultar a libertação,


lute; não deixe que sua mente fique vagando, pense em sua necessidade de
libertação (Ef 6.12).

CONCLUSÃO
O SENHOR JESUS DECLARA: “Vinde a mim todos os que estais cansados e oprimidos
e eu vos aliviarei” (Mt 11.28)

SÓ JESUS CRISTO LIBERTA!

INSTRUÇÃO PARA OS PALESTRANTES:

1. Ministre oração de LIBERTAÇÃO repreendendo todos os demônios;

2. Ministre oração contra qualquer tipo de maldição.

LIBERTAÇÃO 175
A NOVA VIDA EM CRISTO

“E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já


passaram; eis que se fizeram novas”.

INTRODUÇÃO
Entendemos o que é a nova vida em Cristo quando analisamos o estado do homem
após a queda dos nossos primeiros pais (Adão e Eva). Ao criar o homem Deus tinha um
propósito. O propósito de Deus é ter uma família de filhos semelhantes a Seu Filho,
para sua glória (Ef 1.4-5; Rm 8.29; Hb 2.10).

Satanás não quer que o propósito de Deus se realize e por isso incita o homem à
rebelião. Adão voluntariamente pecou, e então o pecado entrou no mundo trazendo
morte a todos os homens (Rm 5.12). Adão, o pai da raça humana transmitiu sua natu-
reza depravada e corrompeu toda a humanidade, de forma que o homem é inclinado
ao pecado (Rm 3.23; Ef 2.1,5; Cl 2.13).

John Wesley, ao ser perguntado em que sentido o pecado de Adão é imputado a


toda a humanidade, respondeu que em Adão todos morrem, isto é: 1) Nosso corpo
tornou-se mortal; 2) Nossa alma morreu, ou seja, separou-se de Deus. Portanto, so-
mos filhos da ira, sujeitos à morte eterna (Rm 5.18; Ef 2.3). (Assim Cremos pp.222-228)

O QUE É A NOVA VIDA EM CRISTO?


A nova vida em Cristo é o novo nascimento, “nascer da vontade de Deus”. (Jo 1.13;
3.3,7). “É a grande obra que Deus por meio do Espírito opera em nós, renovando-nos
a natureza decaída”. (John Wesley)

Quando temos um encontro com Jesus e entregamos a nossa vida a Ele, nos tornamos
novas criaturas, nossos pecados foram perdoados e a nossa identidade foi mudada (2Co

176 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


5.17). O novo nascimento é uma necessidade de todos os homens, de todas as idades e
em todas as épocas, pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.

COMO SE DÁ O PROCESSO DO NOVO NASCIMENTO?

Podemos ressaltar neste processo dois aspectos que possibilitam a efetivação do


novo nascimento:

• Ação divina - O novo nascimento é uma ação que envolve as três pessoas da
trindade: O Pai entra com o seu querer soberano. É Dele o ato iniciador de
salvar o homem (Tg 1.17-19). O Filho é o doador da vida. (Jo 5.21, 24-25). O
Espírito Santo é quem convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. (Jo
16.8). Ele é o agente que opera a obra de regeneração na vida da pessoa (Tg
3.5). (Assim Cremos p. 252)

• A resposta humana - A salvação é pela graça (favor divino), por meio da fé (fa-
tor humano), o homem precisa crer antes de ser salvo. Crer que Jesus é o filho
de Deus, que Ele é Deus (Jo 1.1). Crer que Ele é o único mediador entre Deus
e os homens (1Tm 2.5). Crer que Ele é o caminho, a verdade e a vida. (Jo 14.6).
Crer que Ele morreu por nós (Rm 5.8) (Assim Cremos pp 253-254)

O processo do novo nascimento começa quando o homem se arrepende dos seus


pecados e crê em Jesus e o aceita como Salvador e Senhor de sua vida. Ao reconhecer
que é pecador, o Espírito de Deus começa a trabalhar em sua vida, convencendo-o
do seu estado pecaminoso que desagrada a Deus e que está sujeito a condenação
eterna. Ele leva o homem ao arrependimento, a obter o perdão divino, a justificação
dos seus pecados e assim inicia o processo de salvação.

DESENVOLVENDO A NOVA VIDA EM CRISTO

A Palavra de Deus expressa: “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fil
2.12). O cristão é chamado para ser pró-ativo, para a promoção da vida espiritual em
si mesma, para a realização das virtudes da vida cristã, para uma aplicação pessoal da
salvação. (2Pe 1.5-7)

• A redenção (ou salvação) - não é o fim do propósito de Deus. A nova vida que
recebemos de Deus é o meio que corrige o desvio provocado pelo pecado. A
salvação do homem não é o propósito final de Deus. O propósito de Deus é
ter uma família formada por homens e mulheres feitos conforme a Sua imagem
(Gn 1.26).

A NOVA VIDA EM CRISTO 177


• Restaurando a imagem de Deus no homem - A restauração da imagem de Deus
só é possível através de Cristo, porque Cristo é a imagem perfeita de Deus e o
pecador precisa agora tornar-se mais semelhante a Cristo. Lemos em Cl 1.15
que Ele é a imagem do Deus invisível; e em Rm 8.29 que Deus nos predestinou
para sermos; Conforme a imagem de Seu Filho. (1Jo 3.2; 2Co 3.18)

Aspectos da imagem a ser restaurados.

1. Natureza espiritual – Sendo Deus de natureza espiritual (Jo 4.24), deu ao ho-
mem a mesma natureza para que tivesse comunhão com o Criador. Não co-
nhecemos a Deus por meios dos cinco sentidos físicos, senão por meio de Sua
revelação ao nosso espírito.

2. Responsabilidade moral - O homem é responsável por todos os seus atos.


Ele foi dotado de poder intelectual, afeto natural e liberdade moral (Cl 3.10; Ef
4.24).

3. No exercício da autoridade - Ao criar o homem delegou-lhe autoridade sobre


certas áreas específicas da criação. (Sl 8.5-8; Lc 7.8; 9.1-2)

QUAL É O ALVO DAQUELE QUE JÁ NASCEU DE NOVO?

O alvo daquele que já nasceu de novo é ser conforme a imagem de Cristo. (Rm 8.29).
O apóstolo Paulo vivia esse objetivo: “Prossigo para conquistar aquilo para o que tam-
bém fui conquistado por Cristo Jesus”. (Fl 3.12-14).

Na carta aos Efésios Paulo confirma o aperfeiçoamento dos santos “até que todos
cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de
homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo”. (Ef. 4.12-13)

John Wesley, em seu sermão intitulado “Sobre a realização da nossa própria salva-
ção”, faz o seguinte comentário: “Toda a experiência, bem como a Escritura, mostram
que esta salvação é instantânea ou gradual. Começa no momento… Deste momento
em diante, ela gradualmente se desenvolve como um grão de mostarda”. (Assim Cre-
mos p.241). O nosso alvo é desenvolver a nova vida até alcançar a estatura do varão
perfeito (1Jo 2.6; 1Pe 2.21) - Ser parecidos com Jesus.

1. Ser santo como Jesus (Jo 17.19) - “Sede santo porque eu sou santo”. Santidade
é o clamor do coração de Deus para o seu povo. Santidade não é um assunto
que desperte interesse para a igreja de nossos dias. Por isso o assunto da san-
tidade pessoal tem pedido a sua relevância para muitos desta geração. Falar
de santidade é falar do pecado, do arrependimento, da renúncia e de mudança

178 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


de vida e estas práticas estão sendo esquecidas em nossos púlpitos. Deus não
muda, a santificação deve ser o foco da vida cristã.

2. Ser manso como Jesus (Mt 11.29) - A mansidão foi um dos atributos mais visí-
vel na vida do Senhor. Ele próprio ensinou a Seus discípulos: “Aprendei de mim,
que sou manso e humilde de coração”. “Bem-aventurados os mansos, porque
herdarão a terra” (Mt 5.5). Aquele que é uma nova criatura em Cristo deve ter
sua vida adornada com mansidão. A Bíblia recomenda: “Revesti-vos, pois, como
eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignida-
de, humildade, mansidão, longanimidade” (Cl 3.12).

3. Amar como Jesus (Jo 15.12) - O amor de Cristo é conhecido pela sua entrega
de vida “Se entregou pela igreja” (Ef 5.25). “Ainda que eu falasse as línguas dos
homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como
o sino que tine”. (1Co 13.1). Amar como Jesus amou é abrir mão da sua glória,
para livrar a muitos da vergonha eterna. Amar como Jesus amou é aceitar sofrer
para aliviar o sofrimento de muitos.

4. Perdoar como Jesus (Cl 3.13) - O perdão é uma das forças mais poderosas
do mundo. Sem ele, permanecemos feridos, aleijados e escravizados. Com ele,
podemos ser curados, fortalecidos e libertos (Ef 4.32). Perdoar é liberar ou
cancelar alguém de uma obrigação. Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como
nós temos perdoado aos nossos devedores; (Mt 6.12). Quem não perdoa não
pode orar. O perdão é o caminho da cura das feridas (Mt 18.35). Em todos os
aspectos da nossa vida devemos ser como Jesus.

VIVENDO A NOVA VIDA


Quem domina a nossa vida? O Espírito ou a carne? Como estamos vivendo a nova
vida?

• Agora somos filhos de Deus, não nascemos da carne, mas do Espírito (Jo 1.13).

• Agora nenhuma condenação há, pois estamos Cristo Jesus (Rm 8.1).

• Agora somos novas criaturas, as coisas velhas já passaram. (2Co 5.17).

• Os que são de Cristo Jesus crucificam a carne com suas paixões e cobiças (Gl
5.24).

• Os que são de Cristo Jesus consideram-se mortos para o pecado (Rm 6.6).

• Os que são de Cristo mortificam as obras da carne (Rm 8.13).

A NOVA VIDA EM CRISTO 179


• Os que são de Cristo andam em Espírito e não cedem as paixões carnais (Gl
5.16).

• Os que são de Cristo desfrutam do fruto do Espírito (Gl 5.22-23).

• Os que são de Cristo “permanecem firmes na fé e não voltam de novo a julgo


de servidão”.

• Os que são de Cristo amam os seus irmãos, perdoam as ofensas sofridas.

• Os que são de Cristo são obedientes têm fome e sede de justiça.

• Os que são de Cristo renunciam o pecado e buscam viver em santidade, pois


seu maior prazer é agradar aquele que o comprou com precioso sangue.

180 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


SANTIDADE COMO ESTILO
DE VIDA

INTRODUÇÃO
Santidade como estilo de vida, é o desejo, o dever e o testemunho de todo crente
verdadeiramente convertido a Cristo, e nascido de novo. No presente estudo veremos
como esta dádiva preciosa nos é dada e como podemos preservá-la até que tenhamos
acabado a carreira e adentrado a eternidade com Cristo.

DEFINIÇÃO DE SANTIDADE
Na Bíblia, a palavra hebraica geralmente traduzida por santo é a palavra “kadosh”, que
corresponde à palavra grega “hágios”, cujas palavras na origem significam separado.

Primariamente o termo bíblico se refere à separação de dias e objetos do uso


comum para o serviço sagrado, como por exemplo, o sábado, os vasos, os móveis e
utensílios, o pão da preposição, os altares de incenso e de bronze que eram separados
para o uso exclusivo no tabernáculo, e ao próprio tabernáculo separado para uso ex-
clusivo no serviço sagrado (Êx 29.34,37; 30.29,35-37; 31.14-15).

Também se refere à separação de pessoas, como por exemplo, os sacerdotes se-


parados para cuidar do sagrado; e de forma mais abrangente à própria nação de Israel,
separada das demais nações para servir a Deus (Êx 19.6).

No sentido da redenção, santidade é uma das bênçãos da salvação que caracteri-


zam o pertencimento à família de Deus (Ef 2.19; 1Pe 2.9).

No sentido qualitativo, santidade também se refere à qualidade ou característica


de quem pode ser considerado santo, dotado de virtudes, inocência, piedade e pu-

SANTIDADE COMO ESTILO DE VIDA 181


reza. Neste sentido, o conceito de santidade está intrinsecamente relacionado com a
piedade e a fé (2 Co 7.1).

SANTIDADE É UM DOM DA GRAÇA DE DEUS E


NÃO UM MÉRITO HUMANO

Na nova Aliança, a santidade de Deus nos é dada em Jesus Cristo que veio a este
mundo nos mostrar a face do Pai (Cl 1.15), e nos salvar dos nossos pecados (Rm 3.23-
24). É uma das bênçãos da Salvação, como já citado, que nos é dada graciosamente
pela fé em Cristo, juntamente com a justificação (Rm 4.25; 5.1,16-18) e a regeneração
(Tt 3.5). É um dom a ser vivido, como estilo de vida, na luz e no poder do Espírito Santo
de Deus (Hb 12.14).

No momento em que nos convertemos a Cristo mediante a pregação do Evangelho


e a obra do Espírito Santo que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo, nos
tornamos santos para Deus, isto é, separados, tirados do reino das trevas e transpor-
tados para o reino da luz do Filho do amor de Deus, Jesus Cristo (Cl 1.13-14). Também
nos tornamos templo do Espírito que vem habitar em nós e nos ensinar o caminho da
santidade por meio da Palavra de Deus (Rm 8.9-10; 1 Co 6.19).

No entanto, no curso da vida cristã, para que se permaneça santo, a santidade


precisa ser cultivada e desenvolvida até completar a carreira no combate contra a na-
tureza pecaminosa que ainda se faz presente, como veremos no próximo tópico. Nes-
te sentido, conforme consta do nosso Manual de Doutrinas, Assim Cremos, p. 279:
“a graça de Deus se faz presente capacitando este homem nascido de novo a viver,
crescer e desenvolver a sua salvação, fazendo uso de todo o seu esforço e capacidade
para permanecer salvo. ”

A SANTIDADE DEVE SER BUSCADA

“Quando nascemos novamente, começa a nossa santificação, nossa santidade interior


e exterior; daí para frente devemos crescer, gradualmente, ‘naquele que é o cabeça’
(... até atingir a plena estatura de Cristo” (Assim Cremos, p 281, apud John Wesley)

Ter a santidade como estilo de vida não é fácil! Significa abdicar de práticas con-
sideradas abomináveis diante de Deus. Isto requer muito esforço pessoal, renúncia,
consagração e trabalho, tanto quanto fé, isto é, agir em total dependência do Espírito
Santo.

Visto que Deus é perfeitamente Santo também chama e espera que os Seus filhos
vivam em santidade, isto é, que não se deixem corromper pelos valores deste mun-
do, como por exemplo, adultério, fornicação, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria,
inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios,

182 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas (Gl 5.19-21). Mas que busquem
os frutos do Espírito Santo como “amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bon-
dade, fé, mansidão, temperança” (Gl 5.22), e se comprometam com tudo aquilo que
é tido como “santo”, no sentido de ser honesto, limpo, louvável, correto, benigno, de
boa fama (Fp 4.8).

Como diz J.C.Ryle em seu livro SANTIDADE:

A verdadeira santidade, jamais devemos esquecer, não consiste meramente


de sensações e impressões internas. Envolve muito mais do que lágrimas,
suspiros e demonstração física, ou um pulso mais acelerado e um apego
apaixonado aos nossos pregadores favoritos e ao nosso próprio grupo
religioso, ou uma prontidão para debater com qualquer pessoa que não
concorde conosco. Antes, é algo da “imagem de Cristo”, que pode ser
visto e observado por outras pessoas em nossa vida particular, em nossos
hábitos, em nosso caráter e em nossas ações - Rm 8.29.
(RYLE, 2002. p. 10)

Os escritores sagrados são insistentes em alertar sobre a necessidade de empenho


do crente na busca por santidade: (1Pe 1.15; Lv 19.2; Jo 17.17; 2Co 7.1; Lv 11.44; Jr
29.13; 1Ts 4.3-4). Não é fácil, mas é possível porque quando nos propomos viver em
santidade como estilo de vida, o próprio Espírito Santo nos capacita.

OS MEIOS DA GRAÇA PARA A SANTIDADE

Visto que a santificação é um processo no qual o crente precisa ser perseverante na


dependência do Espírito Santo, Deus providenciou meios da graça que ajudam o cren-
te na sua perseverança e crescimento em santidade, entre os quais temos a Oração, a
Palavra e a Comunidade cristã.

• Oração - A oração é considerada tanto um meio público quanto particular da


graça, que ajuda o crente no seu crescimento em santidade; porque através a
oração particular, nós confessamos os nossos pecados e a nossa disposição de
abandona-los; adoramos, contemplamos a face de Deus, intercedemos, com-
batemos contra os principados e potestades, e somos revestidos do poder do
Espírito Santo (1 Ts 5.17; Ef 6.18).

• Leitura bíblica, meditação e autoexame - A leitura pessoal das Escrituras,


meditação e autoexame são meios particulares da graça que muito ajudam o
crente no seu crescimento em santidade; porque esses meios contribuem sig-
nificativamente para o maior conhecimento do caráter de Cristo, melhor autoa-

SANTIDADE COMO ESTILO DE VIDA 183


valiação de como estamos em relação ao que Deus espera e ao mesmo tempo
nos fortalece espiritualmente para prosseguirmos no crescimento em santidade
(Jo 17.17; Sl 19.14; 49.3; 104.34; 119.97,99,113,163).

Segundo Ryle:

“Essa é a razão fundamental pela qual tantos cristãos professos nunca


parecem avançar. São descuidados e indisciplinados no tocante às suas
orações particulares. Leem pouco as suas Bíblias, e o seu espírito quase
não tem vivacidade. Não dedicam tempo para a prática do autoexame e
para a calma meditação acerca do estado de suas almas”.
(RYLE, 2002. p 126)

• Congregação - A congregação é um dos meios públicos da graça que ajuda o


crente a crescer em santidade, porque na congregação dos santos há a adora-
ção regular, a oração coletiva com o povo de Deus, o louvor público, a pregação
da Palavra de Deus e a ordenança da Ceia do Senhor; além da oportunidade de
estreitamento dos laços de comunhão entre os membros do Corpo de Cristo,
da ministração mútua dos dons como expressão da multiforme graça de Deus
e do encorajamento mútuo na perseverança cristã (At 2.40-47; Hb 10.22-25).

ATITUDES QUE AJUDAM A MANTER A SANTIDADE

Visto que Santidade como estilo de vida é uma obra do Espírito Santo em parceria
com a resposta humana, requer-se do crente, no processo de santificação, que tome
atitudes positivas à luz do conhecimento da vontade de Deus. Algumas atitudes que
ajudam na manutenção e crescimento em santidade como estilo de vida são:

• Vigilância - Uma atitude importante que ajuda na manutenção da santidade


como estilo de vida é a vigilância quanto à conduta do crente tanto nas grandes
quanto nas pequenas questões da vida diária. Nosso temperamento, o uso que
fazemos da língua, o cumprimento das diversas relações na vida, o emprego que
fazemos do tempo. Cada uma e todas essas coisas devem ser efetuadas sob
vigilância, se queremos prosperar em santidade como estilo de vida (Mt 26.41;
Mc 13.37; 1 Co 16.13; 1 Pe 4.7; 1 Pe 5.8).

• Cuidar dos sentimentos - Cuidar dos sentimentos é essencial para a manuten-


ção da santidade do crente como estilo de vida. Muitas vezes somos afetados
pela dor dos maus tratos, da injustiça e até perseguições por nos portarmos de

184 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


forma contrária aos interesses pecaminosos do mundo (2 Tm 3.12; 1Pe 4.4).
Mas isto deve ser motivo de regozijo para o verdadeiro cristão (Mt 5.12).

Assim, é importante cuidarmos dos nossos sentimentos nos desvencilhando de


todo sentimento de autocomiseração, mágoa, amargura e incredulidade, visto
que já é esperado que no mundo o verdadeiro cristão sofra tribulações por
causa da sua fé e piedade (Ef 4.31; Hb 12.15; Tg 3.14,16; 1 Pe 3.8).

• Cuidar dos relacionamentos diversos - Outra atitude importante para a manu-


tenção da santidade como estilo de vida é a cautela do crente sobre as pessoas
com quem andam e as amizades que formam.

Talvez nada afete tanto o caráter de um indivíduo como as pessoas com quem ele
anda. Adquirimos os modos e os hábitos daqueles com quem vivemos e falamos, e,
infelizmente, absorvemos deles muito mais mal do que bem. As doenças são infeccio-
sas, mas a saúde não. Ora, se um cristão professo deliberadamente resolve ser amigo
íntimo daqueles que não são amigos de Deus, que se apeguem ao mundo, sem dúvida
a sua alma será prejudicada nesse processo.

Já é bastante difícil servir a Cristo, sob quaisquer circunstâncias, em um mundo como


o nosso; será ainda mais difícil servi-Lo, se formos amigos dos ímpios e dos que não dão
atenção a Deus. É muito importante cuidarmos para que os nossos relacionamentos
mais profundos sejam com aqueles que verdadeiramente amam a Deus e prezam por
viver segundo o Seu caráter, para que assim possamos ser influenciados positivamente
na manutenção e crescimento em santidade (1 Co 15.33; Tg 4.4).

OS FRUTOS DA SANTIDADE
A santidade é frutuosa. Assim, como quando na incredulidade o homem produz frutos
pecaminosos dos quais deveria se envergonhar, pois o fim deles é a morte; uma vez
nascido de novo pela conversão a Cristo, este homem passa a produzir fruto de santi-
dade em direção à vida eterna. Alguns frutos de santidade:

• Glorificação do nome do Senhor - O crente santo produz frutos dignos de


arrependimento. A sua conduta e o seu testemunho tornam-se motivos de glo-
rificação do nome do Senhor no meio em que vive; contribuindo assim para
que outros que ainda estão em trevas conheçam a Cristo e sejam alcançados
pela graça de Deus por meio da pregação do Evangelho cujo poder salvador e
transformador mostra-se evidente em sua conduta em santidade (Mt 3.8; 5.16;
7.15-23; Fp 1.11).

SANTIDADE COMO ESTILO DE VIDA 185


• Segurança espiritual - A carreira cristã é uma maratona que se inicia no ato
da conversão e se estende até a eternidade. Nesta caminhada se dá também
o processo da santificação ao qual o crente é submetido e exortado a deixar
todo o embaraço e o pecado que o assedia e a prosseguir com perseverança
na carreira proposta, olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé.

A santidade produz segurança pela paz da consciência tranquila e pela testifica-


ção do Espírito Santo que exorta, conduz e capacita o crente a ser perseverante
no caminho de santidade. Neste processo o crente é aperfeiçoado de glória
em glória e enriquecido nas virtudes cristãs que lhes proporcionam segurança
espiritual (Rm 6.21,22; 2Co 3.18; Gl 5.22,23; Ef 5.9; Hb 12.1-3,11; 2Pe 1.3-11).

• Contemplar a face do Senhor - O pecado afasta o homem de Deus (Rm 3.23),


mas uma vez salvo e feito membro da família de Deus o crente passa a desfru-
tar da relação que o filho tem com o Pai e da assimilação do Seu caráter. Visto
que o Pai é Santo requer-se dos que buscam a Sua face que também busquem
a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.

Assim como ocorrera com Isaías, quando buscamos a face de Deus e contempla-
mos a Sua santidade, somos confrontados com a nossa pecaminosidade; mas também,
mediante a confissão dos nossos pecados e arrependimento somo alcançados por Sua
graça purificadora, hoje o sangue de Jesus, e assim somos perdoados e santificados.
Isto posto faz-se necessário permanecer buscando a santificação para continuarmos
desfrutando da face de Deus aqui na terra e posteriormente na eternidade (Hb 12.14).

CONCLUSÃO
Santidade como estilo de vida é possível não por causa de alguma capacidade ou mé-
rito humano, mas por causa de Cristo. Somente por meio de Cristo é que o pecador
alcança a salvação e as bênçãos que a acompanham, entre as quais está a santidade.

Santidade é a obra que Cristo efetua nos corações dos crentes, através do Espírito
que Ele lhe proporciona no íntimo. Resulta da comunhão vital com Cristo. É o fruto de
um ramo vivo da Videira Verdadeira.

Se nós queremos viver em santidade como estilo de vida, obviamente precisamos


permanecer em Cristo. Ele mesmo disse: “permanecei em mim, e eu permanecerei em
vós... Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto ...” (Jo 15.4-5).

186 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


CURA DA ALMA

Jesus disse o seguinte: Eu estou deixando-lhes uma dádiva – paz de espírito e de


coração! E a paz que eu dou não é frágil como a paz que o mundo dá. Portanto não
se aflijam não tenham medo (Jo 14.27). Em Isaías 53.05 vemos como a Bíblia prediz a
obra de Jesus: “... ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nos-
sas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras
fomos sarados”.

Jesus quer salvar-nos de nossos pecados (cura espiritual) quer que tenhamos paz
(cura interior) quer que fiquemos livres de dores e doenças (cura física). Ele quer que
todo nosso ser seja perfeito.

• Cura Espiritual (espírito) = Perdão dos Pecados

• Cura Emocional (alma) = Paz de mente e coração

• Cura Física (corpo) = Libertação de doenças e dores

PERCEBENDO A DOR DE LEMBRANÇAS


Se ao lembrar-se de um assunto sente-se dor, é porque a ferida ainda não cicatrizou.
Dor na alma se apresenta de diversas formas: nojo, raiva, angústia, ansiedade, medo,
vergonha, etc.

Exemplos:

• Sinto muita inveja, ou raiva, do meu irmão (que minha mãe preferia).

• Sinto nojo de sexo (lembra que foi estuprada).

Em 1 Sm 16.1, Deus fala claramente que havia rejeitado Saul. Deus rejeitou a Saul
por este ter rejeitado a palavra do Senhor (1 Sm 15.26). Samuel declara que Deus já
havia colocado outro em seu lugar no reino (1 Sm 15.28).

CURA DA ALMA 187


Quando continuamos lendo a respeito da relação criada entre Saul e Davi verifica-
remos que a partir de determinado tempo começa a perseguição, a inveja, a raiva (1
Sm 18.7 a 10). A situação só vem a piorar a partir do momento que um espirito imundo
se apodera de Saul.

PERCEBENDO “COMPORTAMENTOS LIMITADORES” OU


SINTOMAS
Podemos classificar como “limitador” um comportamento pouco sadio na área em
que fomos feridos.

• Exemplo 1 – Embora não sinta raiva do meu irmão que era preferido da minha
mãe, não tenho muito assunto para conversar com ele; entre nós há uma certa
indiferença visível.

• Exemplo 2 – Embora não sinta nojo (ou raiva) ao lembrar do estupro, não con-
sigo manter firme um relacionamento afetivo e ter prazer sexual.

Alguns comportamentos que podem expressar feridas na alma:

COMPORTAMENTO
FERIDAS
LIMITADOR
Viver ameaçando Medo, insegurança, amargura, rancor
Viver chantageando Manipulação, espirito de Jezabel
Sentir-se constantemente
Baixa autoestima, ausência de propósito
confuso
Jamais admitir erros Auto justificação (culpa dos outros), vaidade
Racionalizar todas as
Reprimir as emoções
situações
Sentir prazer no infortúnio do
Baixa autoestima, mágoa
outro
Desqualificar o sucesso do
Inferioridade (ninguém pode ser melhor)
outro
Não ter sonhos, aspirações Baixa autoestima, medo do fracasso.
Falta de Planejamento Medo do fracasso
Desconfiar sempre e de todos Medo, insegurança, trauma por traição
Ser hipocondríaco Autocomiseração
Ser ciumento Baixo autoestima, espirito possessivo

188 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


COMPORTAMENTO
FERIDAS
LIMITADOR
Ser triste Ausência de propósito, angústia, falta de paz
Alegria extremada
“Mascarar” os sentimentos
(superficialidade)
Comparar compulsivamente Baixa autoestima, Inferioridade
Possuir dinheiro e não Mesquinhes, sentimento de inferioridade, Medo
usufruir dele de retornar a uma vida de privação
Gastar o que não tem Inveja, Desejo de suprir o vazio da vida
Baixa autoestima (todos são superiores), receio de
Ter dificuldade para dizer não
não ser aceito
Sentir-se sem mérito diante
Baixa autoestima
de elogios
Viver sob angústia Tristeza, Medo, insegurança.
Ter vontade enfraquecida Baixa autoestima, medo, insegurança.
Pensar que o mundo arquiteta
Autocomiseração, sentimento de perseguição
contra si
Ter timidez paralisante Medo, Insegurança.
Ter pesadelos constantes Trauma, falta de paz, insegurança
Não ter prazer sexual no
Baixa autoestima. Não se dá direito ao prazer.
casamento
Baixa autoestima, egoísmo, distúrbio emocional,
Masturbar-se
falta de relacionamentos saudáveis, prazer
compulsivamente
solitário (não consegue envolver-se).

O PROPÓSITO DE DEUS
1. Nos dar a paz que supera o medo (Jo 14. 1; 14. 27) - Aquele que recebeu a
Cristo como Senhor e Salvador é nova criatura, não pode viver sob o jugo de
escravidão. Muitos foram salvos, mas ainda não se apropriaram de todas as
bênçãos que acompanham a condição de filho de Deus.

Por esta razão Jesus disse aos discípulos que estavam entristecidos com a no-
tícia de sua morte e ressurreição, especialmente de sua morte e ausência. “Dei-
xo-vos a paz.” Não temais, não estejais presos e escravizados pelo medo; mas
sede livres em Cristo.

CURA DA ALMA 189


2. Nos dar a mente de Cristo - Junto com a paz interior está a necessidade de
obter a mente de Cristo (1Co 2. 16). Isto quer dizer que no nível dos nossos
pensamentos somos também restaurados, na medida que a Palavra de Deus vai
sendo é incorporada ao nosso pensar, pela leitura, meditação e memorização
vamos sendo curados de pensamentos imundos, pensamentos maldosos, pen-
samentos que maquinam ciúmes e contendas.

Em Rm 12.2 lemos o seguinte: “E não vos conformeis com este século, mas
transformai-vos pela renovação da vossa mente...”. A cura interior é a renova-
ção de nossa mente. Com a renovação da nossa mente, jamais aceitaremos ser
escravos da própria alma. A sua alma precisa estar livre (Jo 8.32), para viver a
abundância prometida por Jesus. É ver o nosso coração com os olhos de Deus.

3. Nos santificar totalmente a Ele - Nós avançamos no caminho da cura interior


quando nos dispomos a nos consagrar a Deus, a entrega do nosso corpo, do
nosso ser, diariamente, como sacrifício vivo e santo a Deus, este é recebido pelo
Senhor no seu altar.

A partir desta disposição pessoal, o Espírito Santo, que não violenta a nossa von-
tade, começa a operar num nível profundo e interior (1Ts 5. 23).

TRATANDO O NOSSO SER INTERIOR

Vimos algo do que Deus espera de nós; mas precisamos reconhecer que temos impe-
dimentos internos que interferem neste processo. Um exemplo é o caso de pessoas
que se convertem e rapidamente conseguem crescer em Cristo, amadurecer na fé,
e rápido frutificam. Outras se convertem, mas vivem se envolvendo em pecado, se
frustram espiritualmente, e o seu crescimento é muito demorado.

A razão está em questões interiores, feridas emocionais, heranças espirituais fami-


liares, enfim limitações recebidas em sua história de vida. Assim, precisamos reconhe-
cer que todos precisam, ao se converter, ser tratado no seu espírito, alma e corpo, de
modo a deixa as coisas que para trás ficam, e encaminhar na direção da estatura do
varão perfeito em Cristo.

Existem outros fatores que podem limitar o crescimento espiritual e emocional,


tais como: A falta de um discipulado continuo e maduro, mentoreamento, ausência de
oportunidades para desenvolver o potencial, meio de convívio, etc.

O QUE PODE TER FERIDO VOCÊ:

1. Rejeição - É o sentimento que Saul aceitou quando foi rejeitado por Deus. Este
sentimento provoca uma baixa autoestima. O sentimento de rejeição é provo-
cado por diversos fatores tais como:

190 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


• O nome próprio - Ex.: Novalgina de Almeida, ou mesmo um outro nome não tão
esquisito, mas a pessoa que o tem se sente humilhado.

• Apelidos - referindo-se a possíveis deformações (orelhudo, baleia, etc.)

• Xingamentos - palavrões.

• Morte(s) dos pais - Inconscientemente a pessoa toma como rejeição a si.

• Suicídio de um dos pais

• Gravidez indesejada - Talvez você seja fruto do relacionamento da mãe com o


namorado que a abandonou.

• Rejeição do pai - quando soube que a mulher estava grávida, rejeitando a ela e
a criança.

• Divórcio dos pais

• Vícios dos pais - O pai ou a mãe foram alcoólatras, drogados, prostitutos, e isso
trouxe muitos traumas, muitas mágoas, e até vergonha para os filhos.

• Preferência dos pais - O pai dá preferência a um filho e esquece do outro filho.

• Abandono da mãe - A mãe que deixa o filho com a avó ou com o pai, para ir
trabalhar em outra cidade ou morar com outro homem ou vice- versa.

• Carência afetiva - O pai e/ou mãe nunca lhe disseram que o amava, nunca lhe
fizeram carinho.

• Desinteresse - ausência do pai ou da mãe (através de excesso de trabalho, des-


canso).

• Rejeição no casamento – Ex.: O marido rejeita a esposa por estar gorda, adulté-
rio, humilhações, etc.

• Profecias auto-realizadoras – Os pais lançaram palavras de maldição sobre os


filhos (burro, prostituta, gay, vagabundo, dizendo que os filhos não deveriam ter
nascido, não prestam para nada, não valem nada, não vão dar para nada).

• Discriminação - racial, sexual, cultural.

2. Auto-rejeição - Muitas vezes temos visto pessoas que não aceitam sua aparên-
cia física. Causadores de auto-rejeição:

• Deficiência física.

• Magreza excessiva.

CURA DA ALMA 191


• Obesidade.

• Seios grandes, pênis aparentemente pequeno demais.

• Cravos e espinhas em excesso, especialmente na adolescência.

• Doenças constantes.

• Se sentir muito feio.

• Cabelos lisos, crespos.

• Cor.

3. Culpa - Comportamentos que foram reprovados e lançados sobre a pessoa.


Ou ainda atos reprováveis como vício, homossexualismo, abuso sexual, geram
imensas culpas que tornam-se um grande peso a ser carregado por quem pra-
ticou ou viveu.

Um diretor de hospital de doentes mentais declarou que se ele pudesse abolir


a culpa do interior dos seus pacientes 90% deles poderiam ter alta do hospital,
tamanho o poder de escravizar e oprimir que este sentimento tem.

Sentimentos de culpa mais recorrentes:

• Por ter abortado ou ter pago o aborto de alguém.

• Por homicídio.

• Por espancar filhos ou irmãos mais novos, etc.

• Por roubar.

• Por ter enganado.

• Por não ter cuidado dos filhos.

• Por ter usado alguém sexualmente.

• Por ter sido alguém de programa.

• Por ter abusado sexualmente ou ter estuprado alguém.

• Por não ser mais virgem.

• Por ter sido homossexual.

• Por ter adulterado. Etc.

4. Abusos sexuais - Tais abusos ocorrem, na sua maioria, na infância, e são per-
petuados, quase sempre, dentro de casa por parentes próximos. Estes aconte-

192 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


cimentos ocasionam dificuldades de relacionamentos afetivos, culpas e podem
gerar desvios sexuais.

Abusos de vizinhos, pai, mãe, tio (a), primo (a), empregada, etc. A maioria dos
abusos sexuais, no mundo, acontece no seio familiar, por parentes próximos.

5. Desvios sexuais - A origem pode ser os já citados abusos, ou distúrbios psicoló-


gicos, mas também opressão de espíritos imundos, conforme a própria Palavra
de Deus mostra. (2Tm 2.26; 1Jo 3. 8). Estas razões geram desvios de todo tipo,
como:

• Erotismo demasiado - Pessoas que levam todos os assuntos para o sentido da


sexualidade.

• Narcisismo - Admiração exagerada pelo próprio corpo, às vezes gerando indife-


rença pelo sexo oposto.

• Exibicionismo - Obsessão de exibir os órgãos genitais.

• Pedofilia - Atração sexual por criança.

• Homossexualismo - Atração sexual por pessoas do mesmo sexo. (Lv 18.22; Rm


1.27).

COMO OBTER A CURA?

A cura interior envolve a Psicoterapia mais a operação de Deus. Jesus é o maior dos
médicos – o maior psicólogo que pode haver. Somente Ele pode curar-nos integral-
mente. Ele sofreu com todo o pecado, com toda a amargura e com todas as enfer-
midades da humanidade. Ele sabe exatamente o que você sofre. Na cruz Ele sofreu
espiritualmente, emocionalmente e fisicamente.

Ele deseja sarar nossas tristezas e mágoas. Onde havia confusão de espírito, Ele
quer introduzir serenidade. Onde houver medo, Ele quer trazer segurança. Ele está
ansioso para conceder-nos uma mente sã. Ele quer restabelecer relacionamentos des-
truídos; quer reerguer casamentos desmoronados.

1. Admita que precisa de cura - Você precisa querer ser curado. Se você reco-
nhece que o já ensinado até aqui aplica-se à sua vida, ou seja, você sente culpa
atormentadora ou você tem lembranças amargas, que conscientemente você
reconhece ser um impedimento no seu crescimento espiritual, então, se você
quiser, pode ficar plenamente curado disto pelo poder da Cruz (Is 53.5; Cl 1.13-
14).

CURA DA ALMA 193


2. Acredite que qualquer comportamento pode ser modificado - Você precisa
crer, e desejar que seus sentimentos imaturos e seu comportamento pecamino-
so podem ser mudados por Deus. Não basta querer, é necessário mostrar que
quer mudar, buscando ajuda de seu pastor e pessoas mais experientes e, em
alguns casos, de um conselheiro cristão habilitado para atender casos como o
seu. A verdade é que Deus pode tocar no nosso passado, tocando e perdoando
a lembrança dos episódios que nos atormentam (Hb 10.17).

Jesus andando na Galiléia curou a muitos, mas não curou a todos, pois alguns
não foram curados porque não tinham fé. Devemos partir do pressuposto que
Deus quer curar a todos. No caso de cura da alma, estas podem ser curadas
porque foram causadas por atos cometidos por nós, ou cometidos contra nós,
e em ambos os casos o remédio é um só, o amor e o perdão que vem de Deus.
Veremos mais a frente este caso.

3. Se arrependa e confesse seus erros - Você precisa se arrepender e confessar


estes atos que o Espírito Santo está mostrando como condenados por Deus.
Entre as atitudes que demonstram que você deseja a cura está a decisão de
meditar, orar e pedir que o Espírito Santo traga a sua memória os pecados co-
metidos que não foram confessados e que precisam do perdão de Deus.

bom pensar deste momento como uma cirurgia espiritual, na qual Jesus, pelo
seu espírito, vai mostrando os tumores em seu interior. E na medida que vão
vindo a tona nós vamos confessando e depositando isto aos pés de Jesus (1Jo
1. 9-10).

4. Você precisa claramente confessar a Cristo como seu Senhor e Salvador - A


cura de Deus se oferece aos nascidos de novo pela água e o espírito. Nascer em
família crente, nascer em uma igreja evangélica, ser filho, ou neto de pessoas
consagradas a Deus, não faz de você um filho de Deus, nascido da água e do
espírito (Jo 3.5). A salvação é experiência pessoal e intransferível (Rm 10.9).

5. Liberar perdão para aqueles que causaram feridas em sua vida - Perdoar a
todos os que o ofenderam e pedir perdão a quem ofendeu, em tudo que Deus
lhe tem trazido a lembrança.

COMO PERDOAR E PEDIR PERDÃO?

• Ore (peça perdão a Deus) e disponha-se a perdoar

• Pesquise na Bíblia os textos que falam sobre perdoar e perdoado.

• Faça uma lista das pessoas a quem você deve pedir perdão.

194 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


• Pense bem nas palavras que vai usar ao pedir perdão.

1. Evite racionalizações (mecanismos de desculpas)

• Ninguém é perfeito - errar é humano.

• A ofensa foi tão pequena, tão boba. Eu é que sou muito sensível.

• Aconteceu há tanto tempo atrás.

• A outra pessoa estava mais errada do que eu.

• As coisas tem melhorado entre nós.

• A pessoa não vai me entender. O que ele vai pensar de mim?

• Envolve dinheiro, o que eu não tenho.

• A pessoa já se mudou.

• Vou fazer mais tarde.

• Nunca mais farei isso. Basta minha disposição.

2. Maneiras erradas de pedir perdão

• Desculpe-me qualquer coisa, ou simplesmente desculpe-me.

• Desculpe-me, foi sem querer.

• Eu estava errado, mas você também estava.

• Se eu estava errado, desculpe-me.

3. Maneira certa de pedir perdão

• Eu estava errada. Quero que você me perdoe. Você perdoa?

4. Quanto ao círculo da confissão

• Não envolva outras pessoas (Pv 25.9)

• Ofensa pública - perdão público

• Ofensa particular - perdão particular

• Não dê detalhes vergonhosos (Ef 5.12)

• Seja breve e claro. Não se justifique.

CURA DA ALMA 195


CONCLUSÃO
Não ponha algemas em pessoas na relação espiritual, pois conservar rancor contra
alguém é manter-se preso e dar legalidade a Satanás na nossa vida e no nosso relacio-
namento com aquela pessoa.

Jesus lhe perdoa, perdoe você também. Muitas vezes a pessoa que nos magoou
nem tem consciência disto, e as vezes nem eram crentes.

INSTRUÇÃO PARA OS PALESTRANTES:

1. Deve haver um tempo em que o ministrador ore por todos.

2. Após a ministração, estimule um momento de abraçar-se, demonstrarem amor


uns pelos outros. Somos todos pecadores, curados e libertos pelo sangue de
Jesus.

196 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


OS NOTÁVEIS
FEITOS DA CRUZ

INTRODUÇÃO
A morte de Jesus é a revelação máxima do amor de Deus por nós. No Panteão gre-
go1, frequentemente os deuses se enfureciam contra os seres humanos e, esta ira, só
poderia ser aplacada com sacrifícios humanos. Mas a Bíblia nos mostra que na Cruz, o
nosso Senhor Jesus, foi o próprio Deus que fez a reconciliação, ou seja, Deus crucifica
e é crucificado.

1. A questão do Pecado - O primeiro casal (Adão e Eva) pecou. Ambos desobe-


deceram a Deus, pois comeram do fruto proibido. Portanto, pecado é a trans-
gressão aos mandamentos de Deus (1Jo 3.4). Isso afastou o ser humano de
Deus e abriu brechas para uma série de desgraças na vida da humanidade. A
humanidade vive distante da glória de Deus (Rm 3.23). Como consequência
do pecado, vieram as doenças físicas e emocionais, a morte física e espiritual,
maldições, misérias, perda da comunhão com Deus, sofrimento e conflitos com
outros semelhantes.

2. A Vinda de Jesus, o Salvador - Uma palavra fiel e digna toda aceitação é a de


que Cristo veio ao mundo para salvar pecadores. Em Lucas 19.10 está escrito:
“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido”. Ele pagou o preço que
era devido para livrar-nos da maldição da lei e da escravidão de Satanás e do
pecado. Mas para realizar esta grande salvação era necessário o sacrifício. Este
sacrifício aconteceu com Sua morte na cruz.

1 Templo dedicado ao conjunto de deuses entre os antigos gregos e romanos. Conjunto de deuses de uma religião
politeísta.

OS NOTÁVEIS FEITOS DA CRUZ 197


3. A morte de cruz era:

• Dolorosa – havia um adágio popular nos tempos de Jesus que dizia que quem
morria crucificada, morria mil mortes2. Vários açoites e os pregos fixados nas
mãos e nos pés, tornavam a morte mais dolorosa.

• Ultrajante - a pessoa era açoitada, cuspida, despida e tinha que carregar a cruz.

• Maldita - Dt 21.23 já revelava que quem era pendurado no madeiro era maldi-
to. Paulo assevera este ensino em Gl 3.13.

4. A morte de Jesus na cruz tem vários aspectos teológicos:

O Professor George Eldon Ladd3 traz os seguintes aspectos teológicos da morte


de Jesus:

• Expiatória – O pecado trouxe a ira de Deus sobre a humanidade, ou seja, uma


reação de Deus de afastamento e desapontamento, pois Ele não pode conviver
com pecado (Is 59.1-2). Jesus morreu como um Cordeiro imolado, que aplacou
esta ira de Deus (1Co 5.7). Para quem aceita a Jesus como Salvador, Deus o
olha sob a ótica da morte de Cristo. Com isso, a sua ira é aplacada.

• Substitutiva – Cristo morreu por nós. Como pecadores, éramos nós que me-
recíamos o castigo da pena de morte, pois somente através do sangue é que
havia remissão de pecado. Mas Jesus deu a vida Dele por nós. Ele tomou o
nosso lugar (Rm 5.8)

• Redentora - Quando os primeiros seres humanos (Adão e Eva) pecaram, eles


se tornaram escravos do pecado. Viveram presos ao pecado. Foram proprieda-
des do pecado. Mas na cruz, Cristo nos comprou, nos adquiriu (1Co 6.19-20).
Através da cruz, mudamos de propriedade, pois agora somos de Jesus. Agora
triunfamos sobre os poderes que nos mantinha escravos: Lei, Pecado, Morte e
Poderes do Mal (Cl 2.15).

O Professor Ladd4 faz um resumo, mostrando que na cruz Jesus nos proporcionou
a JUSTIFICAÇÃO e a RECONCILIAÇÃO.

• Justificação - é um termo forense que denota ato judicial onde se profere a


absolvição, excluindo toda possibilidade de condenação. Uma pessoa justifica-
da por Deus, através da morte de Jesus na cruz, não traz mais o peso da con-
2 hernadesdiaslopes.com.br/portal/a-humilhacao-de-cristo-o-filho-de-deus
3 Teologia do Novo Testamento – George Eldon Ladd – Editora Hagnos
4 Teologia do Novo Testamento – George Eldon Ladd – Editora Hagnos

198 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


denação e ainda tem direito a todos os privilégios como se não tivesse pecado
anteriormente (Rm 8.33, 1Co 6.1 e 2Co 5.19).

• Reconciliação - é a restauração da pessoa justificada ao relacionamento com


Deus. Já que o pecado afastou o ser humano de Deus, através da Cruz, Jesus
nos aproximou, nos reconciliou. O apóstolo Paulo, em Gálatas 6.14, diz que
“longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo”. Claro
que ele não se referia a uma cruz de madeira ou metal (crucifixo) para ser objeto
de idolatria, veneração, blasfêmia e profanação. Mas ele está falando dos bene-
fícios que a morte de Jesus, na cruz, trouxe aos homens:

5. Olhando a cruz mais de perto

Na cruz, o Deus Eterno se identifica conosco. O Dr. Elben Lens Cesar fala que a
cruz aponta para a incapacidade humana de salvar-se e de satisfazer a vontade divina.
Na verdade, não foi a cruz e nem os soldados romanos que mataram a Jesus, foram os
nossos pecados (Is 53.5).

A missióloga Bráulia Ribeiro5 afirma que ao pé da cruz, percebemos quem de fato


nós somos: pecadores. Ao pé da cruz não há desculpas que agradem a justiça de
Deus. Ao pé da cruz somos responsabilizados pelos nossos erros. Não importa a nossa
origem, criação e realidade, pois ao pé da cruz, percebemos que Cristo morreu para
nos dar nova vida, novo fôlego, nova história. Ao pé da cruz nós vivemos o paraíso na
terra. Já desfrutamos da vida eterna.

Usamos hoje em dia uma cruz vazia. Vazia de imagem, mas cheia de significados.
A cruz nos recorda o amor divino e é sinal de reconciliação. Quando observamos o
formato da cruz, nos lembramos de que:

• Madeiro horizontal - Deus estava abraçando toda a humanidade. Aqueles que


O buscarem, Nele encontrarão salvação. Ele morreu de braços abertos. Aberto
a todo pecador que se arrepende.

• Madeiro vertical - aponta para o nosso destino, que é o céu. A base do ma-
deiro, encravado na terra, nos mostra nossa origem e humanidade, mas aponta
para o céu.

6. Benefícios da morte de Jesus na cruz: O apóstolo Paulo narra em Ef 1.3: “Ben-


dito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas
as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo”. Portanto, há uma série de
bênçãos espirituais em Cristo:

5 Revista Ultimato – Artigo – A proposta política da cruz

OS NOTÁVEIS FEITOS DA CRUZ 199


• Salvação eterna - Viveremos eternamente no Céu, na presença de Deus e em
companhia de anjos e dos santos do Antigo e Novo Testamento. Conhecere-
mos Deus face a face (Ap 22.4). Seremos, para sempre, consolados de nossas
aflições (Ap 21.3-5). Importante lembrar que o ser humano não pode ser refor-
mado, mas ele precisa nascer de novo (Jo 3.3) para desfrutar da vida eterna.

• Vida abundante - Quando aceitamos a Jesus, e isso com sinceridade, o Reino


de Deus se manifesta em nós e através de Deus. A justiça, paz e alegria fazem
parte de nossa vida (Rm 14.17). O pecado cega e, por isso, em pecado, vivemos
uma vida de escravidão e miséria. Analise a vida de um viciado e veja se há vida
nele?

• Perdão dos Pecados - O pecado traz a separação de Deus, escravidão a si mes-


mo e conflito com os semelhantes. Em Cristo, recebemos o perdão e andamos
em novidade de vida. Por isso, as maldições (hereditárias ou não) são anuladas
neste perdão divino. Sobre mim está a bênção do Senhor. Não carregamos mais
a culpa pelos nossos erros, pois eles foram perdoados na cruz. Mas é preciso
arrepender-me profundamente dos pecados. Não há exceções. Pecado não fica
velho, não caduca, não perde a validade. É o homem, ontem, hoje e sempre, que
precisa confessar e abandonar os pecados (1Jo 1.9).

• Libertação - Cristo Jesus veio para nos libertar de tudo o que nos escraviza,
porque, muitas vezes, somos dominados pelo vício do jogo, da bebida, da se-
xualidade desenfreada, das drogas, da gula e dos sentimentos desordenados. O
apóstolo Paulo diz em Gl 5.1 que “é para a liberdade que Cristo nos libertou. Ficai,
pois, firmes e não vos deixeis amarrar de novo ao jugo da escravidão”.

• Triunfo - Em Dt 28.1-14, encontramos uma série de bênçãos que nos acom-


panham em nossa carreira cristã de obediência e fé. Mas o triunfo também é
espiritual sobre os poderes do mal e sobre os vícios. Em Cristo, somos mais
fortes que o medo, os traumas, a mágoa, o ódio, inferno. Não precisamos mais
temer as obras de feitiçaria, pois nenhum encantamento tem força contra um
cristão autêntico (2Co 5.17).

• Selo do Espírito Santo - O selo era a marca do anel do rei que garantia o des-
tino e autenticidade da carta. Somos selados pelo Espírito Santo. O Espírito
Santo é a marca de Deus em nós e que nos garante salvação (Ef 1.13; 4.30)

• Herança de sermos filhos de Deus - Gl 4.4-7 “Deus enviou seu Filho, nascido
de mulher, nascido debaixo de lei, para resgatar os que estavam debaixo de lei, a
fim de recebermos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou aos nossos
corações o Espírito de seu Filho que clama: Aba, Pai. Portanto já não és mais servo,
mas filho; e se és filho, és também herdeiro por Deus”.

200 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


NOSSA IGREJA,
NOSSA HERANÇA

INTRODUÇÃO
Considerando que amar a igreja é um ensino bíblico, e que em certo sentido, somos o
que herdamos das gerações passadas, esta palestra visa apresentar a importância de
nossa herança e porque somos metodistas wesleyanos.

O NOVO TESTAMENTO NOS ENSINA A


AMAR A IGREJA ONDE ESTAMOS

• Cristo amou e ama a Igreja, nós devemos amar também (Ef 5.25).

• Não podemos desprezar ou menosprezar a Igreja (1Co 11.22).

• Paulo fala de seu amor às igrejas. Em Fp 1.3, ele se alegrava sempre que se
lembrava da igreja. E aqui se trata de uma igreja local, visível.

• Somos exortados em Hebreus a congregar, nos reunir com a igreja (Hb 10.25).

• Em 1Ts 1.8, Paulo admite dar sua própria vida por uma Igreja Local.

UM POUCO DE NOSSA EMPOLGANTE HISTÓRIA

Fazemos parte do maior despertamento e avivamento espiritual, no que tange a du-


ração e extensão, depois do livro de Atos dos Apóstolos. O Avivamento espiritual do
século 18 nunca terminou, apesar de ter vivido momentos de maior e menor poder,
tem em média hoje 100 milhões de crentes no mundo, que são de origem wesleyana,
chamados de “povo wesleyano”,

Na década de 1960 o Brasil experimentou o “grande avivamento wesleyano”, se-


melhante àquele vivido entre os anos de 1739-1791 na Inglaterra. Assim como Deus

NOSSA IGREJA, NOSSA HERANÇA 201


usou grandemente pessoas como John Wesley, Charles S. Wesley, George Whitefield,
Suzana Wesley, leigos e clérigos, do mesmo modo foi na vida e ministério o Espírito
Santo levantou homens e mulheres no Brasil nesta década com sede desse avivamen-
to, bem no estilo do avivamento wesleyano do Século XVIII.

A nossa igreja, Metodista Wesleyana, nasceu então no dia 05 de janeiro de 1967 na


cidade de Nova Friburgo, Rio de Janeiro. Em nosso Estatuto estão os nomes dos fun-
dadores. A História registra que este marco, na verdade, foi uma resposta do próprio
Deus, atendendo ao anseio de um povo que havia sido alcançado pelo poderoso evan-
gelho de Jesus Cristo e que não se conformava com o formalismo, com a religiosidade,
com a frieza, com o ecumenismo, com a escassez dos dons espirituais, com o libera-
lismo teológico, etc que naquela década ameaçava e esfriava o metodismo brasileiro.

O GRITO DE 67

Um grito por mais poder espiritual, pelo batismo com o Espírito Santo como uma ex-
periência distinta do novo nascimento, pela manifestação dos dons espirituais, dons
como os de curar, de falar e interpretar línguas, de profetizar, como todos os demais
dons de poder, um grito por mais oração, por mais santidade, até na maneira de se ves-
tir, de falar, etc, um grito por uma teologia centrada na Bíblia, por mais participação de
leigos e crentes na pregação, contra a teologia liberal que se afastou da Bíblia, enfim
por um despertamento pentecostal, marcou o sentimento dos primeiros metodistas
wesleyanos no final da década de 60. Que esse grito ainda hoje se faça ouvir.

O TERMO OU A EXPRESSÃO “METODISTA WESLEYANO”.

O termo “Wesleyana” ou “Wesleyano”, não se refere a um culto, veneração ou coisa


parecida a uma personalidade, a uma pessoa da história, ainda que essa pessoa tenha
marcado pelo poder, pela piedade e pelas e obras de amor. Não somos “wesleyólatras”,
somos wesleyanos. Não adoramos o pregador do séc. XVIII, John Wesley, fundador
do metodismo.

Todavia honramos e recebemos seu legado e sua herança. O Estilo de vida de san-
tidade bíblica adotado por Wesley e pelos primeiros metodistas, nós o tomamos como
nossa herança. Não adoramos Wesley, assim como os batistas não adoram o batismo
e nem a João Batista, assim como os presbiterianos não adoram os presbíteros, os lu-
teranos não adoram Lutero, assim como os assembleianos não adoram a assembleia e
nem os congregacionais adoram a congregação, etc. Adoramos ao trino Deus: Pai, Filho
e Espírito Santo.

202 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


WESLEYANOS, RECEBAMOS NOSSA HERANÇA HISTÓRICA

Recebemos a nossa herança histórica e teológica do avivamento wesleyano enten-


dendo que tanto no século XVIII como em 67, esses avivamentos na Inglaterra e no
Brasil, resgatam o devido valor e obra do Espírito Santo na tradição cristã; Percebemos
contornos genuinamente pentecostais nesse avivamento e nos sentimos convocados
por Deus a continuar com essa ênfase na obra do Santo Espírito de Deus, que nos
reveste de poder através de seu batismo poderoso.

Recebemos também nossa herança histórica de honrar e dar a primazia às Es-


crituras, à Bíblia, que está acima e julga tanto a tradição e a razão, como também a
experiência. Recebemos nossa herança de valorizar o leigo, irmãos e irmãs que não
possuindo ordenação nem curso teológico também são sacerdotes de Deus e podem
pregar e ensinar (1Pe 2.9).

Recebemos nossa herança de fazer obras de misericórdia, obras sociais, socorrer


os famintos, os excluídos e praticar o amor. Não cremos em santidade sem amor. Rece-
bemos ainda nossa herança missionária que nos diz para sair das quatro paredes, afinal
como disse John Wesley: “O Mundo é nossa paróquia (igreja, templo)”.

Recebemos nossa herança de louvor e adoração, afinal os irmãos Wesley com-


puseram milhares de hinos em louvor a Deus; Uma adoração bíblica e centrada em
Cristo. Recebemos toda a boa herança wesleyana, afirmando, todavia, nossa opção
por ser cristocêntricos, pentecostais, bíblicos, históricos. Jamais tradicionalistas, for-
malistas ou fanáticos.

Esses são apenas alguns aspectos de nossa herança. Não é possível escrever tudo.

APLICAÇÕES:

1. Alguém disse “Um povo que não conhece sua história está condenado a repetir
os mesmos erros”. A história não pode ser desprezada.

2. Como registrado em nossa Revista da EBD, “Assim Cremos”: “A Igreja Metodista


Wesleyana não é uma aventura de um grupo de iludidos ou rebeldes, revolta-
dos com tudo e com todos que se achavam donos da verdade e ansiavam por
poder e dinheiro”.

3. Você está numa denominação séria que possui uma linda história. Valorize isso.

4. Ame sua igreja e denominação. Amar a igreja visível é ensinamento bíblico.

5. Foi o Espírito Santo que trouxe você. Você não esta conosco por acaso.

6. A Igreja Metodista Wesleyana, ramo do metodismo histórico do Século XVIII,


nasceu na década de 60 através de um sopro e chamado do Espírito Santo para

NOSSA IGREJA, NOSSA HERANÇA 203


um avivamento pentecostal de santidade. Naquele ambiente de frieza espiri-
tual, “Não saímos de nenhum lugar, fomos convidados a nos retirar”.

7. A Igreja Metodista Wesleyana não guarda mágoa e nem está ressentida pelo
que aconteceu na década de 60, já perdoou. Entende que foi um agir de Deus
na época. Hoje a IMW tem plena comunhão com todos os metodistas brasilei-
ros.

8. A Igreja Metodista Wesleyana não possui donos ou coronéis. Temos nossos


Concílios Gerais que são Assembleias onde, pastores e ovelhas, elegem seus
Bispos e releem seus Estatutos. O dono da Igreja é Jesus. Você esta numa Igreja
Séria. Alegre-se por isso.

TODO WESLEYANO PRECISA TER E LER:

• Bíblia Sagrada;

• Manual de Doutrinas: Assim Cremos, CP Edições;

• Revistas da EBD: Assim Cremos, Volumes 1 e 2, CP Edições;

• Estatuto da IMW.

204 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


BENDITA ESPERANÇA

Esperança diz respeito a algo futuro, podemos definir como uma expectativa de que
futuramente algo irá acontecer. E o evangelho de Cristo traz esperança para todos
aqueles que confiam nele, inclusive aqueles que já perderam tudo e não tem mais
nenhum tipo de expectativa em sua vida.

A bíblia nos fala que vale a pena depositar a nossa esperança em Deus e confiar Nele
porque, se assim o fizermos, nós seremos bem-aventurados (Sl 146.3-5; Jr 17.7).

Mas a vida que Cristo nos propõe não se limita apenas ao plano terreno, mas, em
especial, ao plano celestial. Sendo assim, nossa maior esperança não é terrena, antes
ela é celestial. No entanto, isto não significa que não devamos ter qualquer tipo de
esperança ou expectativa em Deus em nossa vida terrena.

Por isto, podemos dividir a esperança em Cristo em duas fases: a esperança terre-
na e a esperança celestial.

ESPERANÇA TERRENA
Apesar de ser uma esperança secundária, não quer dizer que não seja importante.
Quantos viveram momentos terríveis em suas vidas e isto fez com que seus planos e
projetos futuros para sua família, ministério, trabalho, etc. fossem apagados? Vivem
sem qualquer tipo de expectativa, como se Deus não pudesse mudar a situação de
sua vida.

Quando Cristo entra em nossas vidas, nós passamos a entender que mesmo que
as lutas venham sobre nós e tentem nos desanimar, ainda assim, há um Deus podero-
so que pode restaurar os relacionamentos que foram quebrados, os ministérios que
foram destruídos, os sonhos que morreram, nos dando nova vida.

Vemos alguns exemplos de pessoas que tiveram suas esperanças terrenas renova-
das por Deus.

BENDITA ESPERANÇA 205


• Abraão e Sara (Gn 15.3-6) – Sara era estéril e idosa demais para ter filhos. Que
esperança ela poderia ter de ser mãe? Nenhuma. Mas Deus faz uma promessa
a Abraão e a partir daquela palavra ele passa a ter esperança de que ele teria
um filho.

• Mulher do fluxo de sangue (Mc 5.25-29) – Esta mulher estava há 12 anos


lutando contra uma enfermidade e havia gastado tudo o que tinha e nenhum
médico pôde solucionar seu problema. Pelas leis judaicas esta mulher era con-
siderada imunda e deveria ser excluída do convívio com a sociedade, mas ao
encontrar-se com Jesus esta mulher pôde voltar para a sua família.

• Pedro (Lc 22.54-62; Jo 21.15-17) – Pedro era aquele discípulo impetuoso ca-
paz de dizer que jamais abandonaria o Senhor, mesmo se todos os outros o
abandonassem. Mas ele acaba fazendo o que imaginou que não faria e chora
amargamente por seu ato. Para nós, Pedro seria um exemplo de alguém que
cometeu um grave delito e nunca mais serviria para o ministério, mas Jesus vai
ter com Pedro e o pede para apascentar as suas ovelhas.

Todas as situações negativas que vivenciamos podem matar nossos sonhos, sejam
nossas próprias falhas ou algo que foi feito contra nós. Por vezes vivemos sem qual-
quer tipo de expectativas em relação à nossas próprias vidas.

Quantos não têm esperança de ter sua família restaurada? Ou não têm esperança
de ter seu ministério reconstruído? Ou ainda não tem qualquer esperança de que pode
viver em plena comunhão com Cristo?

Mas quando nos voltamos para aquele que se entregou por nós, que nos oferece
perdão pelas nossas falhas, nossas esperanças são renovadas. Em Ez 37, nós vemos
a visão que o profeta teve e a situação da nação. No versículo 11, vemos que a espe-
rança da nação havia perecido, mas o Senhor manda Ezequiel profetizar sobre aqueles
ossos secos, pois Ele daria vida àquela nação.

Assim como Deus fez com a nação de Israel, Ele quer fazer na sua vida. Se os seus
sonhos morreram, se sua esperança se acabou, o Senhor quer restaurá-los hoje.

ESPERANÇA CELESTIAL
Nós precisamos entender que o ser humano difere das demais criaturas, pois tem a
capacidade de acreditar que existe vida após a morte. Desde os tempos mais remotos,
independente da cultura ou religião; sempre os povos se preocuparam com o que
entendemos por eternidade.

206 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


O fato é que dentro de cada um de nós, há um sentimento que persiste em dizer
que não fomos criados para ter uma vida tão breve. Ao que parece, tem a ver com o
que Salomão disse em Ec 3.11:

“Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no
coração do homem”.

A REALIDADE DA MORTE

Enquanto não se manifesta a vida eterna, temos que lidar com a certeza da morte, por
isso mesmo ela continua sendo nossa inimiga, mas que finalmente será vencida (1Co
15.26). A morte nos traz a sensação do quanto somos vulneráveis, e de quanto a nossa
vida é breve sobre a terra, como bem descreve Salomão em Eclesiastes 12.3-7.

CRISTO TEM A SOLUÇÃO

Por outro lado, encontramos Cristo revogando esta sentença que pesa sobre a huma-
nidade, uma vez que Ele veio para banir a morte (Jo 11.25).

O apóstolo Paulo dispendeu bastante tempo para nos mostrar a realidade da ressur-
reição, o que nos leva a encararmos a vida com esperança. Entendo que ao sentirmos a
morte aproximar-se de nossa casa, uma boa alternativa é nos determos na leitura e na
meditação de 1Co 15. Aqui o apóstolo demonstra tanta convicção sobre a ressurreição
dos mortos, a tal ponto de desafiar a morte, e assim se expressa:

“Onde está ó morte o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado e a


força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio
de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15.57)

Diante disso, um cristão convicto pode fazer declarações como esta:

“O inverno está sobre a minha cabeça, mas a primavera eterna em meu coração.
Quanto mais me aproximo do fim, mais claro eu ouço ao redor de mim as sinfonias imor-
tais que me convidam” (Vitor Hugo, do livro cinco minutos antes e depois da morte,
Isak Burger, pág. 116).

TEMPORAL X ETERNO

É impressionante vermos o apego do homem às coisas terrenas, em detrimento dos


valores eternos. Ao que parece, vivem o estilo dos contemporâneos do profeta Isaías,
porquanto estavam inclinado ao aqui e o agora (Is 22.13)

BENDITA ESPERANÇA 207


Enquanto isso, a recomendação bíblica é que tenhamos uma postura diferente,
visto que as coisas efêmeras se dissipam, e podem comprometer o que realmente tem
valor (1Jo 2.17).

ACUMULANDO RIQUEZAS ETERNAS

Ninguém, melhor do que Jesus para nos falar dos valores eternos. Portanto, em todo o
tempo Ele procurou persuadir os homens a que rompessem com a tendência de vive-
rem em função do que é terreno, mas que priorizassem as riquezas eternas (Mt 6.20).

A recomendação de Jesus à igreja de Laodicéia fora para que ela abrisse mão da rique-
za deste mundo, e optasse por adquirir a que Ele tinha para oferecer-lhe (Ap 3.18).

Qualquer igreja que inverter esta ordem, perdeu o seu foco, e está à beira do abis-
mo. Por esta razão não somos favoráveis à chamada “Teologia da Prosperidade”, tal
qual ela é ensinada.

Vejamos o que a frase a seguir nos diz: “Qualquer igreja que coloca no lugar da sal-
vação soberana, estratégias humanas para atrair pessoas, é uma igreja prostituta” (C. H.
Spurgeon)

COMO PRESERVAR AS RIQUEZAS ETERNAS

Enquanto estivermos na terra, os perigos vão estar sempre nos rondando. Por esta
razão, é que os detentores de riquezas procuram assegurar os seus bens, redobrando
os seus cuidados para não perde-los. Porém, todos que alcançaram os dons celestiais,
têm o dever de zelar pelo que lhe fora confiado. Assim sendo, somos advertidos a
vigiar em todo o tempo, e guardar cuidadosamente o que já alcançamos (Ap 3.11).

ALGUMAS PROVIDÊNCIAS A SEREM TOMADAS:

• Manter a vida devocional sempre em dia - Levar a sério a vida de oração e medi-
tação na Palavra.

• Vigiar - Contra as astúcias do diabo, para não cair em suas armadilhas.

• Auto avaliação - Desenvolver este hábito, e para tanto pedir a ajuda do Espírito
Santo.

UM VISLUMBRE DA GLÓRIA ETERNA

O livro de apocalipse, que é o epílogo das sagradas Escrituras, de antemão já diz res-
peito à razão de sua existência (Ap 1.1-2).

208 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


• O que João Viu - Além das coisas que ocorrerão sobre a terra como parte do
juízo de Deus sobre os que rejeitaram a sua salvação; o apóstolo João presen-
ciou as maravilhas dos céus, conforme ele descreve a partir do capítulo quatro
(Ap 4.1-3). Usando figuras de linguagem para tentar descrever as maravilhas
dos céus, esta visão segue por todo o livro, afim de que tenhamos um vislumbre
da Glória celeste.

• O que João ouviu - Na realidade, o apóstolo ouviu a voz de Deus, que mani-
festava os seus propósitos para com a sua criação, e mormente para com os
habitantes da terra com quem terá de tratar consoante às suas obras.

Mas também ouviu as vozes dos seres angelicais que exaltavam o Cordeiro (Ap
5.9), ouviu o clamor das almas que estavam debaixo do altar (Ap 6.10). Entre tantas
coisas que João ouviu, estão estas que selam o desfecho final, conforme os planos de
Deus (Ap 21.5-7).

• O que a Igreja precisa ouvir - Os salvos desfrutarão de tudo que Cristo con-
quistou para eles por meio de seu sacrifício. Para que tenhamos uma ideia,
vejamos algumas das inúmeras promessas divinas aos que se mantiverem fiéis
até o final:

• Ap 2.7 - Jesus não só restaurou o direito de voltar ao paraíso mas também o de


alimentar-se da árvore da vida. Aleluia!

• Ap 3.5 - Aqui temos uma tríplice promessa, as quais nos falam da real situação
do salvo, onde confirma o seu estado de pureza; de sua segurança eterna e da
apresentação que Cristo fará ao Pai e aos anjos daqueles que perseveraram em
segui-lo.

• Ap 3.21 – Os que se mantiverem fiéis até o final, reinarão com Cristo.

MOTIVAÇÕES CORRETAS

A convicção de uma cidade celestial fora o que motivou servos de Deus de todas as
épocas a sofrerem, por terem a certeza que valeria a pena (Hb 11.8-10).

Diante da certeza do que nos aguarda nos céus, é uma loucura achar que o evan-
gelho deve ser vivido em função das coisas terrenas, tão somente. Esta é a razão que
levou Paulo a fazer uma declaração tão enfática: “Se esperamos em Cristo só nesta vida,
somos os mais infelizes de todos os homens” (1Co 15.19)

BENDITA ESPERANÇA 209


Por mais que imaginemos das maravilhas existentes no céu, assim mesmo seremos
surpreendidos, pois é isto que Paulo disse, não obstante ele ter desfrutado de expe-
riências de arrebatamento até o terceiro céu (1Co 2.9).

A grande necessidade da Igreja da atualidade é o seu engajamento com as coisas


do céu. “Quanto mais do céu existe em nossas vidas, menos da terra cobiçaremos” (C. H.
Spurgeon)

Ao invés de ficarmos enfatizando que não é apropriado para o cristão viver sofren-
do; devemos sim, ensinar que provações e lutas podem nos sobrevir, mas que elas tem
a sua compensação, desde que nos mantenhamos firmes até o fim.

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eternos


peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.17).

210 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


BATISMO COM O
ESPÍRITO SANTO

INTRODUÇÃO
Sem dúvidas para nós que recebemos a Jesus Cristo como o nosso Senhor e Salvador
e membros da IMW, o batismo com o Espírito Santo é uma experiência de revestimen-
to de poder do Espírito Santo.

O batismo com o Espírito Santo, ato da graça de Deus, é uma experiência de re-
vestimento de poder recebida pela fé para testemunho do Evangelho de nosso Senhor
Jesus Cristo. Como real evidência do batismo, manifestam-se as línguas estranhas (Lc
3.16; 24.49; At 1.8; 2.5-13; 10.44).

O batismo com o Espírito Santo é um ato da graça de Deus pela qual Ele vem sobre
o crente e o enche plenamente. É a vinda do Espírito Santo para encher e apoderar-se
do filho de Deus como propriedade exclusivamente sua. O Espírito outorga os seus va-
riados ministérios de acordo com sua vontade, dando ao crente poder para testemunhar
de Cristo e por Cristo, na proclamação do seu Evangelho (At 1.8; 2.4; 8.5-8; 13.17).

Você está aqui neste retiro, recebendo ministrações poderosas e pode ser que na
sua mente há uma dúvida com relação ao batismo com o Espírito Santo. Será que o
Batismo com o Espírito Santo é só para quem está no Retiro do Coração Abrasado? É
um dos alvos dos líderes deste Retiro?

Vamos lhe dar a resposta dentro da Bíblia (Jl 2.28-29):

“E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e


vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos,
os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas,
naqueles dias, derramarei o meu Espírito.”

BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO 211


O Batismo com o Espírito Santo é para todos que professam a fé em Jesus Cristo.
Também não é um alvo dos líderes deste retiro e da Igreja do Senhor, embora deseja-
mos que todos sejam batizados com o Espírito Santo. Vemos nas Sagradas Escrituras
que é um dos alvos de Cristo (Mt 3.11). Jesus Cristo mesmo trabalhou concedendo
aos seus discípulos o Espírito Santo (Jo 20.21-22).

O PROPÓSITO DO BATISMO COM O


ESPÍRITO SANTO
Ao olharmos novamente para o texto de Atos 1.8 vemos que é perceptível que o
propósito primário é poder para testemunhar, para o serviço ao Senhor. Muitos tem
a experiência da conversão, e ficam tão impactados com a nova vida em Cristo que
saem testemunhando sem estarem cheios do poder do Espírito Santo na vida deles.
Com isto, se trava uma batalha espiritual e a falta da espera deste enchimento, ba-
tismo, faz com que alguns abandonam tudo aquilo que vivenciaram ao receber Jesus
Cristo na vida deles.

A ideia de serviço é tão clara na Bíblia que encontramos diversos versículos falando
sobre isto (1Co 12.7; At 10.38).

OS RESULTADOS DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Se não houvesse resultados do batismo com o Espírito Santo não haveria o porquê
buscar então. Mas os resultados são verdadeiros e eficazes para quem deseja servir a
Deus de forma completa. Vejamos alguns resultados:

• Uma nova Dinâmica de Vida - O pastor Carlos Roberto Coutinho Romolo es-
crevendo sobre a Doutrina do Espírito Santo no Manual de Doutrina da Igreja
Metodista Wesleyana, diz o seguinte: “Entre tantos sinais, vemos a alegria da
presença de Deus de uma maneira mais intensa, um fervor pelo evangelismo e
pelas coisas de Deus, um desejo muito intenso pela oração e pela leitura bíblica,
comunhão, etc.”

• Conhecimento sobre o Pecado, Justiça e Juízo - Quando estamos cheios do


Espírito Santo estamos em vantagem na questão do aprendizado (Jo 14.26).
Assim sendo, teremos um convencimento dado por Ele sobre estas questões
tão difíceis na vida dos seres humanos: pecado, justiça e juízo (Jo 16.8).

• Maior Resultado na Pregação do Evangelho - A Igreja do Senhor após a des-


cida do Espírito Santo cresceu de maneira grandiosa. As pessoas ao verem o

212 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


derramar do Espírito na vida daqueles que o buscavam perguntaram: “Que fa-
remos, homens irmãos?” (At 2.37b)

Mediante a uma pergunta é necessário se ter uma resposta e o apóstolo Pedro


responde (At 2.38-41).

REQUISITOS PARA RECEBER O BATISMO


COM O ESPÍRITO SANTO

Estamos chegando ao momento em que estaremos buscando o batismo com o Espí-


rito Santo, porém vamos apresentar alguns requisitos:

1. Ter Aceitado Jesus Como o Seu Senhor e Salvador - Sabemos que Deus não
faz acepção de pessoas, portanto, não existe uma classe especial ou distinta de
pessoas, raças, cor ou língua que será alcançada por pertencer a este grupo dis-
tinto. Quando olhamos o texto de Atos 2.38, vemos que um dos pré-requisitos
é aceitar Jesus como Salvador.

2. Buscar, Pedir - Aprendemos na Palavra do Senhor mais de uma vez a buscar e


a pedir. Vejamos os seguintes textos:

• Mt 7.7 - “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á”.

• Jr 29.12-13 - “Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E


buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso cora-
ção.”

• Lc 11.13 - “Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos,
quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?”

CONCLUSÃO
Todos nós precisamos ser cheios do Espírito Santo, não importa se somos novos con-
vertidos ou não. Há uma orientação bíblica para cada um de nós:

“E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do


Espírito.” (Ef 5.18)

Você aceitou a Jesus Cristo como o Senhor e Salvador da sua vida? Quer o Batismo
com o Espírito Santo?

Então comece a pedir.

BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO 213


MINHA MISSÃO,
MINHA PAIXÃO

INTRODUÇÃO
A missão de Deus é amar o mundo e mostrar ao mundo o Seu amor. O sinal mais claro
do amor de Deus pelo mundo é Seu filho Jesus Cristo. Ele tornou-se homem como
nós, viveu e morreu, e Deus o ressuscitou para que pudesse mostrar a paixão divina
em favor de toda criatura. A missão de Deus é que constitui a nossa paixão! Ela deve
ser ardente, como um fogo que nos arde no coração por Deus e pelas almas.

Creio que a chave principal de tudo é o amor incondicional de Deus em nos amar,
independente daquilo que somos e de onde viemos. Ele vai ao nosso encontro e nos
escolhe para uma tarefa que outros não poderão fazer por nós.

Somente quem experimentou esse amor incondicional de Deus é capaz de realizar


esta tarefa. Esse amor é tão forte, que nos move a compartilhá-lo com os outros que
tanto necessitam dele! A medida que exercitamos esse amor, nos apaixonamos pela
missão e compreendemos o propósito de Deus.

“Eu vos escolhi a vós...”

Quando Deus nos escolhe e passamos a entender e aceitar o Seu amor, Ele co-
meça a trabalhar em nós de uma forma toda especial e à medida que entregamos as
nossas vidas e deixamos o Espírito Santo trabalhar em nós, certamente não seremos
os mesmos, os nossos olhos serão abertos, começamos a ver as vidas carentes desse
amor, cada dia nos apaixonamos mais por Jesus, vemos os desafios à nossa volta e
cumprimos a nossa missão que é levar o amor de Deus aqueles que ainda não o co-
nhecem.

214 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


Não tem como fazer missões sem primeiro estarmos apaixonados por Jesus! Só
amamos as almas perdidas se primeiro amarmos a Deus. O que mais precisamos hoje
é ter uma experiência, um encontro, um entendimento real do verdadeiro amor de
Deus. Sem esta experiência não há como fazer missões e nem se apaixonar por uma
tarefa tão sublime.

A maior dificuldade de fazer missões hoje, não é a falta de recursos financeiros,


e sim a falta de pessoas que amam verdadeiramente a Deus. Infelizmente o número
de pessoas que se dispõe para a missão é muito baixo mediante o clamor do mundo.

O que nos leva à paixão por missões é saber que foi Jesus que nos escolheu, isso
nos motiva, nos entusiasma, nos leva mais além, crendo que não podemos nos calar
diante do que já conhecemos e experimentamos do Seu amor. Temos que levar a
mensagem do Evangelho pleno a todos os seres humanos, no poder do Espírito Santo,
fazendo discípulos de Cristo em todas as nações, afim de que estes também façam
novos discípulos.

Isso é tarefa nossa, não podemos deixar esta paixão se apagar de nossos corações.
Que este sentimento seja levado a um alto grau de intensidade, um amor ardente, uma
inclinação afetiva, uma dedicação dominante, um despertar muito vivo por Cristo e
sua obra.

“... e vos designei para que vades...”

É impossível aproximar-se do coração do mestre, sem aproximar-se da missão do


mestre. Para fazer missões, é preciso ter paixão:

• Por Jesus e as suas obras (conhecendo-o de verdade e o que Ele fez);

• Pelas vidas e as suas necessidades (missão e os desafios).

Precisamos entender que a compaixão de Deus pelas vidas não nos permite fazer
opções exclusivistas ou seletivas que nos proporcionem um ministério tranquilo. O
foco de nossa missão deve ser tão abrangente quanto o de Jesus, senão poderemos
cair na armadilha da comodidade. Todos nós cristãos, sem exceção, somos chamados
à missão. Ela tem que nos acompanhar todos os dias, precisa ser nosso estilo de vida.
Portanto, missões não se trata de um alto esforço, mas sim de uma maneira de viver.
Não se trata de nos acomodarmos a este século, mas sim de nos mantermos fiéis ao
chamado, afinal foi “Ele que nos escolheu”.

A base da missão é Cristológica. Embora, muitas vezes, os aspectos para a tarefa


missionária sejam embasados em necessidades específicas dos campos, mas a missão,

MINHA MISSÃO, MINHA PAIXÃO 215


segundo Mt 28.18, tem uma fundamentação primordialmente Cristocêntrica. O “Fazer
discípulos de todas as nações”, tem sua razão de ser na autoridade do Jesus ressurreto,
que reina na igreja como filho de Deus e filho do homem.

Num mundo evangélico dominado por uma preocupação quase que doentia com
estatísticas e relatórios e não pela salvação das almas, as palavras de Jesus soam meio
que deslocadas, “...ensinando-as a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado”.

Esta tarefa é intransferível, a ordem nos foi dada e a missão envolve responsabili-
dade e consequências. A missão só será realizada quando a paixão for a razão da nossa
motivação ao serviço Daquele que disse: “... eu vos escolhi e vos designei para que vades
e deis frutos...”. Isso é para todos que amam a Jesus Cristo!!!

“... e deis frutos...”

Quando obedecemos ao que temos aprendido com o Mestre, não há como não
frutificar! Quando esta intimidade com Deus é real, somos impulsionados a ir onde
os pecadores estão. Um coração cheio do amor de Deus é capaz de se lançar e ser
testemunha do poder de Deus em sua vida, e com certeza o Espírito Santo o encherá
de coragem e ousadia para ir até os confins da terra ou onde o Senhor o quiser usar.
A nossa missão jamais deverá ser apenas uma missão de “venha e veja”. Ela tem que
ser missão de “vá e fale”.

Jesus ouvia o Pai e tudo que o Pai dizia acerca dessas coisas então Ele falava (João
5.19; 14.10-11), o que Ele fazia era dar testemunho do Pai. Por isso, o Pai agiu por meio
Dele. A nossa missão é falar daquilo que temos ouvido de Deus. Fala e não te cales!!!

Jesus estava em missão com o Pai e, conclamou cada um de seus seguidores a


unir-se a Ele nesse relacionamento de amor, de poder e de propósito. Não se esqueça
de quão maravilhosa é essa realidade. Em sua missão, nada pode ser mais precioso que
seguir a Deus, da maneira como Jesus o fez.

“...e o vosso fruto permaneça...”

A missão precisa ser completa, além de dar fruto, esse fruto precisa permanecer!
A expressão “até à consumação dos séculos” em Mt 28.20, marca não somente a pre-
sença de Jesus entre os seus discípulos e entre nós, mas também nos assegura que
a tarefa estará acabada até a sua volta. Isso quer dizer que Deus nos confiou a con-
tinuação e a consolidação da tarefa. O mais importante é que o fruto já está pronto
aguardando a volta do Rei Jesus!

216 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


O que nos alegra é que a nossa geração tem experimentado o maior envolvimento
em missões do que em qualquer outra época. Fizemos mais nos últimos séculos pela
evangelização do mundo que em todos os séculos anteriores desde a era apostólica.
Mesmo assim, ainda existem cerca de dois bilhões de pessoas que precisam ser alcan-
çadas pela mensagem salvadora do evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ainda
há povos não alcançados, sem uma testemunha do amor de Deus por eles. A missão
continua, precisamos de vidas prontas a enfrentar os maiores desafios contemporâ-
neos à proclamação do evangelho.

É tempo de interceder por missões, sem oração não tem como fazer missões. Creio
que a nossa omissão em interceder seja uma das piores causas do atraso da missão.
“A grande tragédia da vida não são as orações não respondidas, mas as que não foram
feitas” (F.B. Meyer).

Que possamos tomar posição firme em interceder, para que portas se abram, por
novos obreiros, pelos missionários que estão no campo, por salvação de almas, para
o fortalecimento na fé dos novos convertidos, por aqueles que sofrem perseguição
e não têm liberdade para testemunhar da sua fé, por despertamento da igreja, entre
outros. Há muito a ser alcançado!!!

O maior investimento que podemos fazer nos dias de hoje é contribuir com libera-
lidade para missões. O nosso foco muitas vezes tem sido roubado e somos envolvidos
com o consumismo que o inimigo tenta incutir-nos, tirando o alvo no que precisamos
investir. Devemos despertar as crianças, adolescentes, jovens, adultos, aposentados,
idosos, etc... e toda igreja a se entregarem de corpo e alma à obra missionária, pois o
fim está próximo!

Que possamos estar prontos a ser resposta às nossas orações. A quem enviarei?
Que tenhamos a alegria de responder: “Eis-me aqui, Senhor!”

CONCLUSÃO
Entendemos que a missão é urgente e a paixão só virá na prática. Quanto mais nos
envolvemos na missão, mais nos comprometemos na realização da obra missionária,
pois esta é a nossa tarefa.

Que esse amor seja como um fogo ardente em nossos corações, por Deus e pelas
almas que perecem! Viver apaixonados pela missão de Deus é reconhecer, no lugar
onde vivemos, as necessidades e anseios das pessoas e anunciar a boa nova da Sal-
vação. Que o Espírito Santo nos inquiete, até que nos rendamos em obediência ao
chamado do Senhor!!!

MINHA MISSÃO, MINHA PAIXÃO 217


GCEU – PEQUENOS GRUPOS
WESLEYANOS

Em nossa denominação os pequenos grupos ou células receberam a nomenclatura de


GCEU (Grupo de Crescimento, Evangelização e Unidade).

Cremos que o CRESCIMENTO do cristão e da comunidade acontece pelo discipu-


lado, sendo esse o caminho para um crescimento bíblico e saudável. Fazer discípulos é
uma ordenança (“ide, fazei discípulos entre todas as nações” Mt 28.19). Não queremos
apenas fazer convertidos que frequentem a igreja, queremos fazer discípulos de Cris-
to. Pessoas que tenham o caráter Dele, que pensem como Ele e que vivam segundo
o propósito Dele.

A EVANGELIZAÇÃO é o principal objetivo do GCEU. Entendemos que essa é


nossa principal missão, acompanhada pelo discipulado. Também entendemos que a
melhor estratégia para evangelizar essa geração é por meio dos relacionamentos, e
neste sentido, pretendemos fazer de cada GCEU o lugar para se levar um amigo, fami-
liar não crente ou desviado. A ideia é proporcionar um ambiente de relacionamentos
saudáveis, onde compartilhamos nossas experiências com Cristo, procurando levar
outros a também terem a experiência da salvação.

A UNIDADE será uma consequência natural de uma comunidade que está com-
prometida com a evangelização e o discipulado através dos pequenos grupos. A unida-
de se efetivará pelo ambiente de comunhão que é criado em cada encontro de GCEU.
Nos reunimos ao redor de uma mesa não só para compartilhar o pão, mas também
para compartilhar alegrias, necessidades e nossos sonhos. Esta não é uma prática
nova, a igreja primitiva já fazia uso dela:

“Todos os dias, unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão
e participavam das refeições com alegria e humildade”. At 2.46

218 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


NOSSA VISÃO

Que cada membro seja um líder (visão do sacerdócio universal de todos


os crentes); e que cada casa seja uma extensão da igreja, para que
possamos conquistar toda cidade para Cristo, através dos GCEUs que se
multiplicarão todo ano.

O QUE É UM GCEU? PRINCÍPIOS PRÁTICOS


GCEU é um pequeno grupo de 07 a 15 pessoas (1.1), que se reúnem semanalmente
(1.2), em uma casa ou espaço (1.3), para serem e viverem a igreja, com o objetivo de
evangelização, discipulado, comunhão e serviço cristão (1.4), visando a multiplicação
(1.5).

UM PEQUENO GRUPO DE 07 A 15 PESSOAS:

Quinze pessoas é o número máximo capaz de permitir a mutualidade, a participação,


o discipulado, o cuidado e o acompanhamento espiritual. Um GCEU ao chegar a 15
membros efetivos, precisa estar pronto para se multiplicar, com um líder em treina-
mento e uma casa já escolhida para acolher o novo grupo.

QUE SE REÚNE SEMANALMENTE:

As reuniões dos GCEUs precisam ser periódicas e regulares, e uma vez por semana
tem se mostrado a melhor alternativa para a integração das pessoas e o desenvolvi-
mento do grupo.

EM UMA CASA OU ESPAÇO:

É aconselhável que as reuniões aconteçam num ambiente distinto do prédio da igreja.


O mais adequado é que seja em uma casa. É possível que os pequenos grupos se
reúnam em um restaurante, em uma escola ou em outros lugares públicos; todavia, a
experiência tem comprovado que os grupos que se reúnem nos lares alcançam me-
lhores resultados.

PARA JUNTOS PRATICAREM...

Os GCEUs têm cinco objetivos:

• A evangelização: O primeiro objetivo de um GCEU precisa ser a evangelização.


Quando escolhemos as casas para a realização dessas reuniões temos a inten-
ção de atrair para lá pessoas que teriam dificuldades de entrarem em um tem-

GCEU – PEQUENOS GRUPOS WESLEYANOS 219


plo. Como o ambiente de uma casa é totalmente informal, torna-se mais fácil
expor a pessoa ao poder da Palavra ministrada nos pequenos grupos. Para que
haja êxito no projeto, é preciso que todos os membros de um GCEU se compro-
metam a levar seus amigos, parentes e vizinhos não crentes para as reuniões.

• O discipulado: É no ambiente de pequenos grupos que se viabiliza a melhor


oportunidade para o discipulado. Discipular alguém é acompanhar essa pessoa
em sua caminhada espiritual, visando moldá-la a exemplo de Cristo. No GCEU
o discipulado é vivido e praticado integralmente. O líder do GCEU tem a missão
de acompanhar espiritualmente todos os membros de seu grupo, cuidando de-
les como um pastor cuida de suas ovelhas. Por sua vez, esse líder será sempre
acompanhado por um discipulador (supervisor), que lhe prestará auxilio pasto-
ral.

Cada supervisor será discipulado por um coordenador de área ou pelo próprio


pastor; desta forma, objetivamos colocar em prática o discipulado contínuo dos
membros, para que todos sejam acompanhados durante sua caminhada terrena.

• A comunhão: Um dos grandes benefícios do GCEU é a unidade que se esta-


belece entre seus membros por meio da comunhão. A comunhão é terceiro
objetivo do grupo. As igrejas organizadas em pequenos grupos experimentam
o poder da comunhão e da unidade entre os irmãos; o que naturalmente resul-
tará em crescimento numérico. Os membros de um pequeno grupo tornam-se
verdadeiros irmãos e esse ambiente de comunhão é altamente atrativo para as
pessoas e um grande facilitador para o anuncio do Evangelho.

• O serviço: Servir é uma das principais missões de nossa jornada cristã. Enten-
demos que todos os cristãos foram agraciados por Deus com algum dom, com
o qual ele irá servir a Igreja e aos irmãos. Entendemos ainda que um pequeno
grupo é o melhor lugar para que todos os cristãos possam desenvolver seus
dons e servir ao reino.

Num grande culto, geralmente não há espaço para oportunidades, mas nos
pequenos grupos, todos podem se envolver: um fará o lanche, outro o louvor,
outro compartilhará um testemunho, outro um texto bíblico, outro orará pelos
enfermos e outro conduzirá a reunião. Através do grupo surgirão oportunida-
des para visitas, ação social, confraternização, servir um aos outros (com seus
dons, talentos e dotes profissionais) e socorrer os necessitados. Nos pequenos
grupos, todos encontrarão alguma função ou atividade correspondente ao seu
dom espiritual. Isso é bíblico. Paulo já fazia menção ao serviço:

220 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


“Portanto, meus irmãos, o que é que deve ser feito? Quando vocês se reúnem
na igreja, um irmão tem um hino para cantar; outro, alguma coisa para ensinar;
outro, uma revelação de Deus; outro, uma mensagem em línguas estranhas; e
ainda outro, a interpretação dessa mensagem. Que tudo isso seja feito para o
crescimento espiritual da igreja”. 1Co 14.26

• A multiplicação: Uma importante estratégia para o êxito do projeto dos peque-


nos grupos é a multiplicação. Quando se inicia um GCEU é preciso apontar esse
objetivo: “A Multiplicação”. É pelo poder da multiplicação que poderemos alcan-
çar um grande número de lares, por todos os bairros e ruas de nossas cidades.
Nosso sonho é que em cada rua do nosso bairro exista, no mínimo, um GCEU.

Sem a estratégia de multiplicação um pequeno grupo estagnará, murchará, de-


finhando até fechar. Tenho vivido isso na prática: em meu ministério pastoral tive a
oportunidade de ver muitos pequenos grupos crescerem vertiginosamente, mas como
não estavam programados para a multiplicação, cresceram (chegando a mais de 30
pessoas por reuniões), permaneceram grandes por algum tempo (em média conse-
guem se manter por até dois anos), começaram a reduzir os participantes gradativa-
mente (30, 25, 20, 15, 10, 5), até deixarem de existir.

Quando um grupo não se multiplica, ele perde seu objetivo principal, se torna
apenas um local de comunhão. Multiplicação é o resultado de quem entendeu que
um GCEU é o lugar de evangelização, discipulado a comunhão e o serviço. Quando a
intenção da reunião é apenas ajuntar crentes para uma confraternização ou reunião
social, isso deixou de ser um grupo de crescimento.

Nós proclamamos e afirmamos que o crescimento dos pequenos grupos precisa


ser integral. É preciso crescer numericamente e espiritualmente. Para dentro (comu-
nhão) e para fora (evangelização e discipulado). Se a multiplicação não for um dos prin-
cipais objetivos dos GCEUs, dificilmente experimentaremos a benção de alcançarmos
todas as ruas e todos os bairros de nossa cidade para Cristo.

O QUE GCEU NÃO É

• Não é apenas uma reunião social, embora haja sociabilidade entre as pessoas
do grupo.

• Não é apenas uma reunião doméstica ou igreja em casa, embora tais grupos
possam na maioria reunir em casa.

• Não é apenas um lugar de caridade, embora possamos socorrer uns aos outros.

GCEU – PEQUENOS GRUPOS WESLEYANOS 221


• Não é apenas uma reunião de oração a noite inteira, embora tenhamos um
tempo de oração.

• Não é apenas outro culto da igreja, embora possa haver cânticos de hinos, ora-
ção e ministração da bíblia na maioria das reuniões.

• Não é apenas um ponto de pregação, nem seu líder apenas um dirigente de cul-
to. A maneira de funcionamento dos GCEUs vai muito além, como poderemos
verificar no desenvolvimento desta ministração.

• Não é outro programa da igreja, é o programa da igreja (oficial aprovado pelo


Conselho Geral para toda denominação).

• Não é inovação, como teremos a oportunidade de examinar melhor a ver que


esta prática já era utilizada pela igreja primitiva.

• Não é substituição para as reuniões normais da igreja, muito pelo contrário, se


constitui quando bem utilizado, numa poderosa alavanca de apoio para tornar
maiores e melhores reuniões gerais da igreja. Normalmente os membros dos
pequenos grupos são os mais fiéis participantes das reuniões de adoração no
tempo.

PEQUENOS GRUPOS NA IGREJA PRIMITIVA

Após a subida de Jesus ao céu, os discípulos retornaram do monte das Oliveiras e re-
uniram-se em uma casa em Jerusalém, onde realizaram a primeira reunião:

• “Então os apóstolos desceram o monte das Oliveiras e voltaram para Jerusalém


(o monte fica mais ou menos a um quilômetro da cidade). Quando chegaram à
cidade, eles foram até a sala onde estavam hospedados”. At 1.12,13a

Quando o Espírito Santo desceu sobre os primeiros discípulos, no dia de Pentecos-


te, eles estavam reunidos em uma casa:

• “Quando chegou o dia de Pentecostes, todos os seguidores de Jesus estavam


reunidos no mesmo lugar. De repente, veio do céu um barulho que parecia o
de um vento soprando muito forte e esse barulho encheu toda a casa onde
estavam sentados”. At 2.1,2

Em todo livro de Atos, encontraremos diversas menções as reuniões dos primeiros


cristãos, sempre indicando que elas aconteciam nas casas dos discípulos:

222 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


• “E todos continuavam firmes, seguindo os ensinamentos dos apóstolos, viven-
do em amor cristão, partindo o pão juntos e fazendo orações (...) Todos os dias,
unidos, se reuniam no pátio do Templo. E nas suas casas partiam o pão e parti-
cipavam das refeições com alegria e humildade”. At 4.42,46

• “Quando Pedro entendeu o que havia acontecido, foi para a casa de Maria, a
mãe de João Marcos. Muitas pessoas estavam reunidas ali, orando”. At 12.12

Quando Lídia se converteu a Cristo, na cidade de Filipos, ela constrangeu Paulo a


reunir os irmãos em sua casa:

• “Ela e as pessoas da sua casa foram batizadas. Depois Lídia nos convidou, dizen-
do: – Venham ficar na minha casa, se é que vocês acham que, de fato, eu creio
no Senhor. Assim ela nos convenceu a ficar na casa dela.”. At 16.15

Usar as casas para a evangelização e o discipulado era uma estratégia comum para
Paulo:

• “Vocês também sabem que fiz tudo para ajudar vocês, anunciando o evangelho
e ensinando publicamente e nas casas.”. At 20.20

• “Havendo-lhe eles marcado um dia, vieram em grande número ao encontro de


Paulo na sua própria residência. Então, desde a manhã até à tarde, lhes fez
uma exposição em testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a
respeito de Jesus, tanto pela lei de Moisés como pelos profetas (...) Durante
dois anos Paulo morou ali numa casa alugada e recebia todos os que iam vê-lo”.
At 28.23a,30.

Ao finalizar a carta aos Romanos, Paulo agradeceu ao casal Priscila e Áquila, e fez
menção a igreja que se reunia na casa deles:

• “Mando saudações a Priscila e ao seu marido Áquila, meus companheiros no


serviço de Cristo Jesus (...) Saudações também à igreja que se reúne na casa
deles”. Rm 16.3,5a

• Há também um relato de diversas comunidades que se reuniam nas casas de


Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas, Filólogo, Júlia, Nereu e Olimpas
(Rm 16.13-15) e também de reuniões na casa de Gaio (Rm 16.23).

Por mais de trezentos anos a igreja se reuniu na casa dos discípulos. Era no am-
biente doméstico e familiar que o Evangelho era compartilhado. Não havia templos,

GCEU – PEQUENOS GRUPOS WESLEYANOS 223


apenas casas. As casas também não eram grandes, é possível que as comunidades
domesticas não reunissem mais que 20 pessoas.

Foi nesse ambiente que quase todo o globo terrestre foi alcançado pela mensagem
do Evangelho até o quarto século de nossa era. Os primeiros templos religiosos só
foram erigidos após a conversão de Constantino, que ocorreu no ano de 312 d.C. Até
então, as igrejas viviam exclusivamente num ambiente doméstico.

É isso que objetivamos com nossos GCEUs: promover nos lares a edificação dos
discípulos e nos encontrarmos nos grandes cultos de celebração para festejarmos
juntos nossa salvação.

PEQUENOS GRUPOS: UMA IDEIA WESLEYANA

Os pequenos grupos são uma estratégia eficiente para ganhar multidões e cuidar bem
de cada pessoa. É importante ressaltar que John Wesley foi, depois dos tempos pri-
mitivos, o idealizador dos pequenos grupos. Se Lutero é o principal responsável pela
reforma soteriológica da igreja, Wesley é o principal responsável pela reforma eclesio-
lógica (vida prática da igreja). Lutero foi muito feliz ao levantar o debate sobre o “sa-
cerdócio universal de todos os crentes”, mas quem colocou isso em prática foi Wesley,
por meio dos pequenos grupos.

Quando João Wesley faleceu, em 1791, sua comunidade estava organizada em


mais de 12 mil pequenos grupos, por toda Inglaterra e Nova Inglaterra (EUA). Ele é o
melhor exemplo do homem que sonhou com as multidões e entendeu que a melhor
forma de alcança-las e pastoreá-las era por meio dos pequenos grupos.

Cremos que esses são os últimos dias da história da humanidade; acreditamos que
somos a geração do arrebatamento, como também somos a igreja que fará a última
colheita, e essa colheita será abundante. Para essa grande colheita, entendemos que
os GCEUs são uma eficiente ferramenta e a estratégia bíblica para fazer discípulos
entre todas as nações, como Wesley fez em seus dias.

Quando nos voltamos para a estratégia dos pequenos grupos, nada mais estamos
fazendo do que voltando às origens wesleyanas. O que Wesley chamava de classes,
nós hoje chamamos de GCEU.

A ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DOS GCEUS

GCEU é um grupo de 07 a 15 pessoas, conduzido por três líderes (líder, líder em trei-
namento e secretário).

224 RETIRO DO CORAÇÃO ABRASADO


Com cinco GCEUs, forma-se um setor que é liderado por um supervisor. Com cin-
co setores, tem-se uma área, que será liderada por um coordenador. Com cinco áreas,
forma-se uma rede, que será pastoreada por um pastor ajudante (pastor de rede).

Os pastores ajudantes estarão diretamente subordinados ao pastor titular da igre-


ja. Uma igreja poderá ter tantas redes quantas conseguirem organizar. O pastor titular
é o mentor dos pastores ajudantes.

IGREJA EM GCEU OU COM GCEU?

Igreja em GCEU é aquela que elegeu os pequenos grupos como seu programa princi-
pal de evangelização, discipulado, comunhão, serviço e multiplicação, e ao redor desse
programa ela se organiza. A prioridade da igreja são os pequenos grupos, e ela não
permite que nada concorra com a programação dos GCEUs.

Ser uma igreja em GCEU não significa extinguir os departamentos e ministérios,


mas adequá-los para cumprir a grande comissão por meio dos pequenos grupos.

Os GCEUs não substituem os departamentos e ministérios. Em cada igreja pode-


-se ter uma rede de GCEUs de crianças, de adolescentes, de jovens, de casados, de
terceira idade, de homens e de mulheres. Eles se edificam em pequenos grupos e se
encontrarão nas grandes reuniões de celebração.

Para a implantação dos GCEUs não precisamos desmontar uma estrutura já exis-
tente; nem descartar aquilo que está dando certo. Apenas adequar as estruturas para
que a igreja local possa cumprir a grande comissão e o grande mandamento por meio
dos pequenos grupos.

Ser uma igreja em pequenos grupos é voltar a forma orgânica da igreja primitiva e
as origens do Metodismo.

Cremos que, por meio dos GCEUs, nossa igreja alcançará as multidões, cumprindo
sua principal missão, e cuidará bem de cada alma alcançada.

Acreditamos que os pequenos grupos são a estratégia bíblica para fazermos a


maior colheita de almas de todos os tempos.

Pequenos grupos são odres novos para o vinho novo.

GCEU – PEQUENOS GRUPOS WESLEYANOS 225

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