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O ano de 2019, foi designado pelo Partido, como o Ano da Consagração da Memória do
Dr JONAS MALHEIRO SAVIMBI-
17 anos após o seu desaparecimento físico, pelo seu percurso político dinâmico, na
história de Angola dos ùltimos 60 anos, o Dr. savimbi continua vivo, por tudo que
realizou e protagonizou mas também, pela visão incomum que sempre indicou aos
angolanos, independentemente das suas opções partidárias, os melhores caminhos para a
Liberdade e Democracia.
Dr. Jonas Malheiro SAVIMBI, Homem de Letras, traz-nos mais uma faceta deste líder
que no meio da luta, do trabalho diplomático e da orientação política, conseguia
encontrar espaço e tempo para traduzir em versos e prosa o seu pensamento e as linhas
força da sua força anímica.
Numa obra dedicada ao seu pai Loth Malheiro Savimbi, falecido nas masmorras da
PIDE em 1973 e também aos jovens militantes consequentes que deram a vida na sua
juventude no chamado da Pátria para a sua libertação, a Editora portuguesa Perspectivas
e Realidades, publicou uma colêctanea de poemas de rico teor histórico e filosófico com
o título:
O primeiro poema que o livro apresenta, escrito em Dar Es Salam, dedicado ao jovem
Arão Kunga preso e morto pela PIDE, polícia secreta do regime colonial podemos ler:
1
Crentes na liberdade dos demais
Liberdade exige mártires para durar
Foi contigo que aprendi a crer e a esperar......”
Ciente do papel incomensurável que representa a União, o companheirismo e o espírito
colectivo, em 1977, na província do Kuando Kubango, escreveu o poema Regressar
onde extraímos o seguinte trecho:
“Agora vamos regressar até Luanda
Luanda que nos acolheu e recompensou
Luanda que será o fim da nossa jornada...
Regressamos porque nunca fomos para ficar....”
A dureza da luta muitas vezes ficou impressa na nostalgia da trilogia
passado/presente/futuro para juntar forças e galvanizar esperanças.
“Entardeceu......A juventude queimada na luta
Não entardeceu outro rítmo de vida
Passou para os mais jovens, o alento na tempera da mesma lida
Mas entardeceu para a vida normal do comum
Para a família deixada só
Entardeceu para os projectos desfeitos e
As aventuras irrealizadas
Entardeceu para o amor profundo
Que fere e engana
Entardeceu...........
2
Que jamais voltaram
Para encorajar os que conpreenderam
Para apertar a mão num adeus
Para quem só nós somos os seus
Entardeceu para virmos juntos até aqui
Num tempo longo e inclemente, juntos até aqui,
Numa esperança refeita
Para um amanhã que nos pertence
Mas entardeceu
Entardeceu com a nossa aurora à vista, nossa conquista
ENTARDECEU”
Feito aos 24 de Junho de 1985, na Etalala, K. Kubangu
Este e outros quatro poemas não estão incluidos na coletânea de poemas da editora que
já referimos.
No calor da luta, a orientação política constituiu sempre uma preocupação do timoneiro.
Assim sendo, em 1976 apareceram os primeiros livros com instruções específicas aos
quadros políticos, administrativos, comandantes graduados e soldados. Eram duas obras
foemato de bolso que introduziam de uma forma muito clara as razões da resistência dos
Angolanos à invasão da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e de Cuba. A
disciplina partidária, para o sucesso dessa luta, o caracter da guerra prolongada, a
necessidade de proteger as populações. São famosos os doze pontos de atenção que
fizeram parte da memória de todos os resistentes:
As regras fundamentais da disciplina onde os 12 pontos de atenção ocupavam um lugar
de primazia:
- Falar com delicadeza
- Pagar honestamente tudo o que se comprar
- Devolver tudo o que se pedir emprestado
- Pagar tudo o que se estragar
- Não faltar respeitoàs outras pessoas
- Não estragar as culturas do povo
- Não tomar liberdade com as mulheres alheias
- Não roubar e nem desviar os bens gerais
- Não utilizar drogas
3
- Não abusar as bebidas alcoólicas
- Amar e respeitar acima de tudo o seu Partido
- Ser responsável e consciente da sua missão
4
milhares de angolanos que atenderam ao chamado do Mestre e deram o seu saber e
querer para que hoje o nosso País tenha na sua constituição a palavra DEMOCRACIA.
A obra escrita e documentada em filmes do Dr. Jonas Malheiro Savimbi é vasta e está
espalhada pelos quatro cantos deste nosso planeta. Desde as histórias da sua meninice
na família, com os colegas de Escola até à Europa onde continuou os Estudos e concluiu
a formação superior, a sua obra transcende as fronteiras restritivas e se irradia para um
círculo mais amplo. A sua luta pela independência de Angola ficou bem patente quando
na Igreja Evangélica da Kanata, no Lobito na despedida para a prosseguir com os
estudos afirmou que o grupo estava de partida para a sua capacitação com o firme
propósito de regressar á terra natal com novos conhecimentos para servir Angola e os
Angolanos.
Os possuidores do acervo e outros materiais estão bem identificados e acreditamos que
pelo seu valor histórico, pelo interesse nacional e no quadro de uma verdadeira
Reconciliação Nacional, devem ser devolvidos ao Partido para se acabar com alguns
aproveitamentos que se tem feito com esta matéria.
Só a U N I T A poderá contextualizar cada acto e cada passo da sua caminhada, a
intensidade de cada momento, o suspiro colectivo e o pranto individual-----
Ao honrarmos a memória do Mestre, curvamo-nos perante a História do nosso País e do
nosso continente, unindo o passado ao nosso presente para que as gerações vindouras
mantenham a chama da Glória e as Luzes da nossa Escola, jamais se apaguem.
O Dr. Jonas Malheiro Savimbi, merece um lugar no seio da União dos Escritores
Angolanos e uma cadeira de Honra na recém-criada Academia de Letras.
MUITO OBRIGADA
GRUPO DE TRABALHO
Adélio Chitekulo
Clarisse Kaputu
Constantino Zeferino