Universidade de Brasília

Instituto de Relações Internacionais

Curso de Especialização em Relações Internacionais – 2018
Disciplina: Marcos Teóricos e Analíticos das Relações Internacionais Contemporâneas 1
Professor: Fidel Pérez Flores

EMENTA DA DISCIPLINA
A noção de teoria. Formação histórica do sistema de Estados nacionais. A construção do
campo das Relações Internacionais. A tradição realista. O realismo estrutural. A tradição
liberal. O institucionalismo neoliberal. A sociedade internacional. Debates metodológicos.

OBJETIVOS
Geral
• Reconhecer conceitos e ferramentas analíticas relevantes das Relações
Internacionais como um campo disciplinar voltado para a compreensão da política
global contemporânea.

Específicos
• Identificar conceitos e perguntas que estruturam as contribuições de distintas
abordagens teóricas das Relações Internacionais e o contexto histórico do qual
emergem.
• Refletir sobre a historicidade do sistema de Estados nacionais e a construção das
Relações Internacionais como um campo de estudos.
• Reconhecer as contribuições teóricas associadas às tradições de pensamento realista,
liberal e à noção de sociedade internacional.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Introdução e apresentação da disciplina.
2. O sistema de Estados nacionais e a emergência do campo das Relações Internacionais.
3. A tradição realista no estudo das relações internacionais.
4. O realismo estrutural.
5. A tradição liberal no estudo das relações internacionais.
6. O institucionalismo neoliberal.
7. O enfoque da sociedade internacional.
8. Debates metodológicos.

METODOLOGIA DE ENSINO
O curso será ministrado mediante aulas expositivas. Haverá incentivo à discussão junto aos
alunos em torno das leituras obrigatórias contempladas para cada sessão, que incluem
textos introdutórios de referência sobre as principais abordagens teóricas do campo das
Relações Internacionais, assim como extratos de obras originais que se tornaram influentes
nos debates na disciplina. Leituras complementares são também sugeridas para aprofundar
na reflexão sobre os vários caminhos e implicações que produz o esforço de construção
sistemática de marcos teóricos e analíticos sobre as relações internacionais
contemporâneas.
A avaliação do desempenho dos alunos será feita mediante prova escrita a ser respondida
em casa. As perguntas e instruções específicas serão apresentadas na última sessão.

LEITURAS OBRIGATÓRIAS E COMPLEMENTARES

1. Introdução: teorias e marcos analíticos

Leituras sugeridas:

BURCHILL, Scott et al. Theories of International Relations. 3. ed. London: Macmillan,

2005.
Capítulo 1 (p. 1 – 28)

DA ROCHA, Antonio Jorge Ramalho. Relações Internacionais: teorias e agendas.

Brasília: IBRI, 2002.
Capítulo 2 (p. 39-67)

VIOTTI, Paul R.; KAUPPI, Mark V. International Relations Theory. 5 ed. Boston:
Pearson, 2011.
Capítulo 1 (p. 1-36)

2. A formação histórica do sistema de Estados e a invenção das RI

Leituras obrigatórias:

JACKSON, Robert; SORENSEN, Georg. Introdução às relações internacionais. 2. ed.

Rio de Janeiro: Zahar, 2013.
Capítulo 1 (p. 19-58)

JATOBÁ, Daniel. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2013.
Capítulo 1 (p. 5 – 16)

Leituras complementares:

ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. São Paulo: Companhia das Letras,

2008.

GUILHOT, Nicolas. Introduction: One Discipline, Many Histories. In: GUILHOT,

Nicolas (Org.). . The invention of international relations theory: realism, the Rockefeller
Foundation, and the 1954 Conference on Theory. New York: Columbia University
Press, 2011. p. 1–32.

KNUTSEN, Torbjørn L. “The Great War, the big League and the twenty years’ crisis”.
In: A History of International Relations Theory. 3 ed. Manchester: Manchester
University Press, 2016, pp. 242 – 277.
 PARMAR, Inderjeet. American Hegemony, the Rockefeller Foundation, and the Rise of
Academic International Relations in the United States. In: GUILHOT, NICOLAS
(Org.). . The invention of international relations theory: realism, the Rockefeller
Foundation, and the 1954 Conference on Theory. Columbia University Press, 2011. p.
182–209.

SPRUYT, Hendrik. The Sovereign State and Its Competitors: An Analysis of Systems
Change. Reprint edition ed. Princeton, N.J.: Princeton University Press, 1996.

3. A tradição realista no estudo das relações internacionais.

Leituras obrigatórias:

JACKSON, Robert; SORENSEN, Georg. Introdução às relações internacionais. 2. ed.

Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
Capítulo 3 (p. 101-150)

MORGENTHAU, Hans J. Politics Among Nations: The Struggle for Power and Peace.
6. ed. New York: Knopf, 1985.
Capítulo 1 (p. 3 – 17)

Leituras complementares:

JATOBÁ, Daniel. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2013.
Capítulo 2.1.1

GILHOT, Nocolas. The Realist Gambit: Postwar American Political Science and the
birth of IR Theory. In: GILHOT, NOCOLAS (Org.). The invention of international
relations theory: realism, the Rockefeller Foundation, and the 1954 Conference on
Theory. New York: Columbia University Press, 2011. p. 128–162.

4. O realismo estrutural

Leitura obrigatória:

WALTZ, Kenneth N. Theory of International Politics. Waveland Pr Inc, 1979.

Capítulo 4 (pp. 60-78)

Leituras complementares:

DONNELY, Jack. Realism. In: BURCHILL, SCOTT et al. (Org.). Theories of

international relations. 3. ed. London: Macmillan, 2005. p. 29–54.

SNYDER, Jack. Tensions Within Realism: 1954 and After. In: GUILHOT, NICOLAS
(Org.). . The invention of international relations theory: realism, the Rockefeller
 Foundation, and the 1954 Conference on Theory. [S.l.]: Columbia University Press,
2011. p. 54–78.

5. A tradição liberal no estudo das relações internacionais

Leituras obrigatórias:

JACKSON, Robert; SORENSEN, Georg. Introdução às relações internacionais. 2. ed.

Rio de Janeiro: Zahar, 2007.
Capítulo 4 (pp. 151 – 194)

Leituras complementares

KNUTSEN, Torbjørn L. A History of International Relations Theory. 3 ed. Manchester:

Manchester University Press, 2016.
Capítulo 5 (128 – 168)

JATOBÁ, Daniel. Teoria das Relações Internacionais. São Paulo: Saraiva, 2013.
Capítulo 2.2

6. Interdependência e institucionalismo neoliberal

Leitura obrigatória:

KEOHANE, Robert; NYE, Joseph. Power and Interdependence. 4. ed. New York:
Longman, 2012.
Captítulos 1 e 2 (pp. 1-31)

Leituras complementares:

BURCHILL, Scott. Liberalism. In: BURCHILL, SCOTT et al. (Org.). Theories of

international relations. 3. ed. London: Macmillan, 2005. p. 55–83.

KRASNER, Stephen D. International regimes. Cornell University Press, 1983.

7. Os teóricos da sociedade internacional (Escola Inglesa)

Leituras obrigatórias:

JACKSON, Robert; SORENSEN, Georg. Introdução às relações internacionais. Rio de

Janeiro: Zahar, 2007.
Capítulo 5 (pp. 195 – 240)
 BULL, Hedley. The Anarchical Society. 3rd edition ed. New York: Columbia University
Press, 2002.
Capítulos 1 – 2 (pp. 1 – 51)

Leituras complementares:

WIGHT, Martin. International Theory: The Three Traditions. New York: Holmes &
Meier Pub, 1992.

LINKLATER, Andrew. The English School. In: BURCHILL, SCOTT et al. (Org.). .
Theories of International Relations. 3. ed. London: Macmillan, 2005. p. 84–109.

8. Debates metodológicos

Leituras obrigatórias:

JACKSON, Patrick Thaddeus. The Conduct of Inquiry in International Relations:

Philosophy of Science and Its Implications for the Study of World Politics. Routledge,
2010.
Capítulo 1 (pp. 1-23)

BULL, Hedley. International theory: The case for a classical approach. World politics, v.
18, n. 03, p. 361–377, 1966.

Leituras complementares:

KNUTSEN, Torbjorn (2016). “Changes in International Relations and the Second Great
Debate”. In: KNUTSEN, Torbjørn L. A History of International Relations Theory: 3rd
edition. 3 edition ed. Manchester: Manchester University Press, 2016, pp. 355-358

KRATOCHWIL, Friedrich. History, action and identity: Revisiting the “second”great

debate and assessing its importance for social theory. European Journal of International
Relations, v. 12, n. 1, p. 5–29, 2006.