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1. Introdução
Neste trabalho, é feita uma descrição da estrutura atual, sua tipologia, esforços, reações,
deflexão e comportamento. São apresentadas duas propostas geométricas de solução para
elevação da altura da estrutura atual acompanhadas de cálculos analíticos e análise
computacional pelo método de elementos finitos para verificar o comportamento da estrutura
diante dos esforços e cargas esperados.
O objetivo primordial do trabalho é fazer um comparativo dos resultados obtidos nas análises
estáticas, ajudando a elucidar o problema de determinar qual das soluções propostas é a mais
adequada para a ampliação da estrutura em questão.
O projeto final da torre atual determinou uma altura de 21,5 m, um número total de 196
cantoneiras e uma massa de 4700 kg. As cantoneiras montantes laterais possuem perfil de
101,6 mm e espessura de 9,53 mm, sendo ligadas por cantoneiras de ligação internas.
A parte tronco-piramidal da torre é composta por oito módulos de estruturação, com tamanho
decrescente, de baixo para cima. Em cada uma das quatro faces laterais da torre, os montantes
de cada lado são ligados por duas cantoneiras com aba de 76,2 mm e espessura de 5 mm, em
forma de X, e estas por sua vez são conectadas indiretamente uma segunda vez (com exceção
dos dois módulos menores superiores) com o montante por cantoneiras menores, de 50,8 mm
de aba e 4,75 mm de espessura.
Na extremidade superior da torre, existe um módulo de formato em paralelepípedo, possuindo
um flange na superfície para a montagem da turbina eólica.
Nas alturas de 3,25 m e 8,3 m, existe uma estrutura de cantoneiras transversal ao eixo
longitudinal da torre, formando a base de plataformas.
Na base, o conjunto soldado do pé é chumbado no alicerce e a torre é montada a ele por
ligação parafusada. Esse pé é formado por uma chapa de base, uma cantoneira de ligação com
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a torre (soldada sobre a chapa de base e com recorte na extremidade para convergir com o
ângulo de montagem dos montantes) e uma chapa soldada de reforço.
3. Estudo comparativo das soluções propostas
3.1. Proposta 1
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A figura 2 mostra em vista mais próxima a região de adição de módulos no topo da torre, com
o flange superior para instalação da turbina inalterado em comparação com a torre atual.
3.1. Proposta 2
Esta proposta consiste na retirada da torre de sua base, na instalação no mesmo local de
módulo treliçado em forma de paralelepípedo com lado de dimensão idêntica ao do extremo
inferior da estrutura existente e montagem da torre atual sobre esse novo módulo (figura 3).
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A figura 4 mostra em vista mais próxima o novo módulo e seus pés, que serão fixos ao solo,
conforme sugere esta proposta topológica.
Esta proposta geométrica exige uma adição de massa de 2408,38 kg e um número total de 84
peças, entre cantoneiras e chapas, a serem acrescidas ao conjunto, desconsiderando os
elementos de fixação.
O módulo paralelepipédico proposto possui disposição espacial das cantoneiras semelhante à
dos módulos superiores, com longarinas transversais em forma de X, e cantoneiras de duas
polegadas de aba como reforço estrutural conectando-as com o montante vertical.
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A velocidade básica é a velocidade de uma rajada de 3 s, excedida em média uma vez a cada
50 anos, a 10 m acima do terreno em campo aberto e plano. Ela é determinada pela
localização geográfica da estrutura. Os valores de referência podem ser obtidos no mapa
mostrado na figura 5.
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Vk V0 S1 S2 S3
(1)
Onde:
V0 = velocidade básica [m/s];
S1 = fator topográfico;
S2 = fator de rugosidade e dimensões da edificação;
S3 = fator estatístico.
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para este parâmetro será doravante atribuído o valor unitário. Se a análise for feita tomando
um raio mais amplo como referência, é possível considerar a região como um morro, em
função dos declives acentuados verificáveis no relevo da localidade.
O fator de rugosidade S2 leva em consideração a combinação dos efeitos de rugosidade do
terreno, variação da velocidade do vento com a altura do terreno e dimensões da edificação ou
da parte dela a ser analisada.
A norma classifica a rugosidade do terreno em cinco categorias, conforme tabela 1.
Como tanto a altura da estrutura original quanto a das geometrias propostas fica dentro da
faixa de 20 a 50 m, a mesma se enquadra na classe B da tabela 3.
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S2 b Fr ( z )p
10 (2)
S 2 0,85 1 (27,5 ) 0,125
10
S 2 0,935
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Tabela 4 – Fator S2
Vk V0 S1 S2 S3
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A partir desse valor da velocidade característica, calcula-se a pressão dinâmica por meio da
equação (3):
q 0,613 Vk
2
(3)
Assim sendo:
q 0,613 Vk
2
q 0,613 39,083m / s
2
q 936,346 N / m2
Figura 6 – Coeficiente de Arrasto, Ca, para edificações prismáticas em vento de baixa turbulência
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A figura 11 ilustra em detalhe a parte superior da estrutura, onde acontece a deflexão máxima
em relação à posição original.
A figura 12 mostra as reações nos pés da base. Da esquerda para a direita e em sentido
horário, tem-se:
Reação de aproximadamente 10000 N (-12266 N em x, 98758 N em y e -1050 N em
z), de baixo para cima, na face oposta à que está recebendo a pressão do vento;
Reação de aproximadamente 94830 N (-11134 N em x, 93644 N em y e 9973 N em z),
de baixo para cima, na face oposta à que está recebendo a pressão do vento;
Reação de aproximadamente 53590 N (-6658 N em x, -52950 N em y e -4875 N em
z), de cima para baixo, na face que está recebendo diretamente a pressão do vento;
Reação de aproximadamente 53960 N (-7302 N em x, -53230 N em y e 4952 N em z),
de cima para baixo, na face que está recebendo diretamente a pressão do vento.
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Na simulação de tensões, conforme mostra a figura 14, observa-se que a tensão máxima na
estrutura chega aos 328 MPa.
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O valor máximo da tensão ocorre em ligação aparafusada em um dos pés da torre, como
ilustra a figura 15. Como no caso da proposta 1, essa tensão de 328 MPa ainda está longe do
limite de escoamento em função da maior resistência dos parafusos em comparação com o
aço estrutural das cantoneiras.
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A figura 17 ilustra em detalhe a parte superior da estrutura, onde acontece a deflexão máxima
em relação à posição original.
Figura 17 – Deflexão máxima no topo da estrutura da proposta 2
A figura 18 mostra as reações nos pés da base. Da esquerda para a direita e em sentido
horário, tem-se:
Reação de aproximadamente 52064 N (-9350 N em x, -51213 N em y e -816 N em z),
de baixo para cima, na face oposta à que está recebendo a pressão do vento;
Reação de aproximadamente 52200 N (-10000 N em x, -51238 N em y e -816 N em
z), de baixo para cima, na face oposta à que está recebendo a pressão do vento;
Reação de aproximadamente 10450 N (-10597 N em x, 10393 N em y e -36 N em z),
de cima para baixo, na face que está recebendo diretamente a pressão do vento;
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6. Conclusões
Diante do objetivo explicitado no começo deste trabalho de comparar as alternativas
geométricas propostas, é possível afirmar que a escolha da solução mais adequada para o
problema de elevação da altura da torre vai depender dos critérios de escolha adotados.
A tabela 6, abaixo, identifica os principais parâmetros relevantes e traça um comparativo entre
os resultados obtidos por simulação computacional para ambas as propostas.
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REFERÊNCIAS
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Utilizando Software de Perfis Tubulares de Aço. 2002, Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS).
HALLIDAY, D.; RESNICK, R. e WALKER, J. Fundamentos de Física I. LTC, Rio de Janeiro, 2002.
MERCE, Renata Nepomuceno et al. Análise de Torres Metálicas Submetidas à Ação do Vento: Um Estudo
Comparativo. 2007.
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MENIN, Renato César Gavazza. Análise Estática e Dinâmica de Torres Metálicas Estaiadas. 2002.
Dissertação (Mestrado em Estruturas e Construção Civil, Universidade Nacional de Brasília, Brasília, DF).
Norma Brasileira ABNT NBR 8800. Projetos de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e
Concreto de Edifícios. Associação Brasileira de Normas Técnicas. 2008.
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