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Docente: Antonio Henrique França

Discente: Luís Eduardo Ferreira Santos

Disciplina: Filosofia da Educação

Resenha Crítica do Artigo: “A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE


LIBERDADE: UMA PERSPECTIVA DECOLONIAL SOBRE A ESCOLA.”

São Luís

2023
Resenha Crítica do Artigo: “A EDUCAÇÃO COMO PRÁTICA DE
LIBERDADE: UMA PERSPECTIVA DECOLONIAL SOBRE A ESCOLA.”

Autora: LÚCIA HELENA ALVAREZ LEITE, Ano: 2019

O artigo "A Educação como Prática de Liberdade: Uma Perspectiva Decolonial


sobre a Escola", a autora Lúcia Helena Alvarez Leite propõe uma análise da escola
brasileira a partir da perspectiva decolonial, que busca romper com a lógica colonial que
impôs a cultura e o conhecimento de povos dominantes a outros povos e culturas que se
expressavam de forma distinta e, por isso, não eram reconhecidos como legítimos. O
objetivo da autora é defender uma educação que promova a conscientização, o diálogo e
a libertação dos sujeitos oprimidos, inspirada nas obras de Paulo Freire, especialmente
em “Pedagogia do Oprimido” e “Educação como Prática da Liberdade”.

Lúcia Helena Alvarez Leite desenvolve sua tese em quatro partes: na primeira,
ela define o conceito de colonialidade, criado por Aníbal Quijano, como a continuidade
da dominação presente nos sistemas coloniais, mesmo após o fim das colônias. A
colonialidade se manifesta nos padrões de poder, de saber e de ser que são impostos pela
lógica europeia, capitalista e “nortecentrada”. A autora também explica o que é a
perspectiva decolonial, que se contrapõe à colonialidade, buscando recuperar as vozes, as
memórias e as resistências dos povos subalternizados. Na segunda parte, ela faz uma
crítica à educação colonial, que se caracteriza pela imposição de uma cultura e de um
conhecimento universal e homogêneo, que nega e destrói as diversidades e as
singularidades dos sujeitos e dos grupos sociais. A educação colonial também é marcada
pela massificação, pela alienação e pela opressão dos educandos, que são tratados como
objetos e não como sujeitos do processo educativo. Na terceira parte, ela apresenta a
proposta de uma educação para a liberdade, baseada na pedagogia de Paulo Freire, que
visa à conscientização, ao diálogo e à libertação dos oprimidos. A educação para a
liberdade é uma educação problematizadora, que parte da realidade dos educandos,
reconhece seus saberes e suas culturas, e os estimula a transformar a si mesmos e ao
mundo.

A educação para a liberdade também é uma educação dialógica, que se faz na


relação horizontal entre educadores e educandos, que se reconhecem como sujeitos
históricos e culturais, capazes de criar e recriar o conhecimento. A educação para a
liberdade, por fim, é uma educação libertadora, que implica na superação da situação de
opressão, na denúncia das injustiças e no anúncio das possibilidades de uma sociedade
mais humana e solidária. Na quarta parte, a autora discute a relação entre educação e
cultura, enfatizando a importância de valorizar as diferentes expressões culturais dos
educandos, respeitando suas identidades, suas histórias e suas lutas. A autora também
defende a necessidade de uma educação intercultural, que promova o diálogo entre as
diferentes culturas, reconhecendo suas diferenças, mas também suas semelhanças e suas
complementaridades.

A autora Lúcia Helena Alvarez Leite conclui seu artigo reafirmando a


importância de uma educação como prática de liberdade, que se alinha à perspectiva
decolonial, para enfrentar os desafios da escola brasileira. A autora considera que a escola
deve ser um espaço de resistência, de emancipação e de transformação social, que
contribua para a construção de uma sociedade mais justa, democrática e plural. A autora
também reconhece as limitações e as dificuldades de implementar uma educação
decolonial na escola, diante das estruturas e das políticas que ainda reproduzem a
colonialidade. Por isso, ela aponta a necessidade de uma formação crítica e comprometida
dos educadores, que sejam capazes de questionar e de superar as práticas coloniais e de
assumir o papel de agentes de mudança. A resenha crítica do artigo de Lúcia Helena
Alvarez Leite é positiva, pois considera que a obra traz uma contribuição relevante para
o debate sobre a educação brasileira, ao propor uma análise crítica da escola a partir da
perspectiva decolonial, inspirada na pedagogia de Paulo Freire.

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