Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Orientações de Pacientes da
Universidade Federal de Juiz de Fora
Organização
Prof.ª Mônica Barros Costa
Colaboradores
Antonio Paulo André de Castro
Bruno Feital Barbosa Motta
Christiane Chaves Augusto Leite Simão
Layla de Souza Pires
Luciana dos Santos Soares
Samuel de Castro Braga
Vera Hotz
Prof.a Dra. Darcília M. N. da Costa
Prof.a Dra. Mônica Barros Costa
Autores/Pacientes:
Reitor
Cleuza Pinto da Rocha
Henrique Duque de Miranda
Emanuel Castor
Chaves Filho
Helio Gonçalves
Vice-Reitor
Maria Aparecida Raimundo
José Luiz Rezende Pereira
Marília Cleide Toledo Alvim
Sônia Cristina Maciel
Terezinha de Jesus Silva Castor
Terezinha Sinfronio
Supervisão e organização:
Equipe multidisciplinar do projeto de Extensão
“Educação em Diabetes” da UFJF
Diretor da Editora UFJF/
Supervisão e organização: Presidente do Conselho Editorial
Antonio Paulo André de Castro Antenor Salzer Rodrigues
Bruno Feital Barbosa Motta Conselho Editorial
Layla de Souza Pires Afonso Celso Carvalho Rodrigues
Luciana dos Santos Soares Fabrício Alvim Carvalho
Samuel de Castro Braga Frederico Braida
Vera Hotz Henrique Nogueira Reis
Prof.a Dr.a Darcília M. N. da Costa Rogerio Casagrande
Prof.a Dr.a Mônica Barros Costa Sueli Maria dos Reis Santos
Editora UFJF
Rua Benjamin Constant, 790. Centro - Juiz de Fora - MG. CEP: 36015-400
Fone/Fax: (32) 3229-7645 | (32) 3229-7646
secretaria@editoraufjf.com.br | distribuicao.editora@ufjf.edu.br | www.editoraufjf.com.br
E
sse manual foi construído a
partir de depoimentos de pa-
cientes atendidos no Ambula-
tório de Diabetes Mellitus do Serviço
de Endocrinologia da Faculdade de
Medicina da Universidade Federal de
Juiz de Fora (UFJF). Foram colhidos
os depoimentos de todos os parti-
cipantes que, posteriormente, foram
transcritos visando a elaboração des-
te manual. Durante todo o proces-
so, a coordenação foi realizada por
membros da equipe multiprofissional
que desenvolve projeto de extensão
universitária na área de Educação em
Diabetes no Hospital Universitário da
UFJF que incluiu médico, enfermeiro,
educador físico, nutricionista, psicó- diabetes e a aprenderem a conviver
logo e jornalista. com ela. E as crianças de hoje que
Nosso objetivo é oferecer aos podem ter diabetes e a família não
portadores de diabetes mellitus e às sabe como combater! Eu acho que
suas famílias textos que auxiliem na as famílias devem falar e conversar
convivência e no cuidado com esta para poder ajudar. A gente sabe que
doença. a diabetes não tem cura e somente,
“Eu tenho uma história muito às vezes, uma melhora: a gente tem
grande no que diz respeito ao dia- que correr atrás e batalhar e apren-
betes, o que ela me provocou, como der a cuidar da gente.” (Helio)
eu controlo, como eu vivo... A gente
contar a história da gente serve para
as outras pessoas entenderem o
A
Editora da Universidade Fede-
ral de Juiz de Fora (EDUFJF)
tem o prazer de distribuir a
cartilha Eu controlo meu diabetes.
Este impresso faz parte do projeto
social da EDUFJF e é distribuído gra-
tuitamente, além de estar disponível
no site da editora para acesso sem
qualquer ônus financeiro.
E os adoçantes? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Capítulo 5: Os Medicamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Os Antidiabéticos Orais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Cuidados de Armazenamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
A insulina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Tipos de Insulina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
O cigarro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Q
uando se recebe o diagnós-
tico de diabetes as reações
podem ser variadas, como:
• Susto;
• Preocupação;
• Negação;
• Conformismo;
• Sensação de desafio por estar
diante de algo novo.
[9
10 ]
D
iabetes: afinal qual é o pro- do hormônio e com isso a glicose se
blema com o organismo? acumula no sangue e afeta vários ór-
Quando nos alimentamos, gãos do corpo.
estamos absorvendo nutrientes dos
alimentos, como, por exemplo, o Quantos tipos de diabetes exis-
carboidrato que será quebrado em tem?
glicose (açúcar). Uma parte dessa Os tipos de diabetes mais co-
glicose será utilizada pelas nossas muns são tipo 1 e tipo 2:
células e a outra irá para o fígado,
onde será formada uma reserva para Diabetes mellitus tipo 1:
ser utilizada quando necessário. • Acomete principalmente crian-
A glicose deve entrar na célula ças e adolescentes e, ocasio-
para produzir energia para o nosso nalmente, adultos;
corpo. Para que isso aconteça, é • Geralmente aparece em pesso-
necessária a presença do hormônio as magras;
chamado insulina, produzido pelo • É considerado autoimune: há
pâncreas. lesão das células do pâncreas
Nos portadores de diabetes, este e com isso não há produção de
órgão não é capaz de produzir insuli- insulina;
na ou, apesar da produção, as célu- • Os sintomas aparecem abrup-
las possuem resistência à utilização tamente;
[ 11
12 ]
O
que representa a alimen-
tação para o diabético?
Grupo 1: Carboidratos
É o grupo do arroz, pão, batata e
macarrão. Devemos dar preferência
aos grãos integrais. Recomenda-se
[ 13
http://www.ibb.unesp.br/Museu_Escola/2_qualidade_vida_hu-
mana/Museu2_qualidade_corpo_digestorio3.htm
14 ]
[ 15
16 ]
Q
ual a diferença entre ativida- Como o exercício físico ajuda no
de física e exercício físico? tratamento do diabetes?
São muitos os benefícios propor-
Atividade Física cionados pelo exercício físico. Veja-
Geralmente, corresponde às nos- mos alguns:
sas atividades do dia a dia, como: • Ajuda na redução do açúcar (gli-
• Varrer, lavar, cozinhar, capinar, cose) no sangue;
podar uma árvore, cuidar da • Promoção do bem-estar físico;
horta, cuidar do jardim, dentre • Auxilia o tratamento não só do
outros. diabetes, mas também de ou-
tras doenças, como hiperten-
Exercício Físico são arterial e doenças das arti-
É uma atividade física programa- culações;
da, na qual a quantidade e a inten- • Ajuda no controle da ansiedade;
sidade do esforço são determinados • Ajuda a melhorar as dores no
previamente, além de serem de- corpo;
finidos os dias da semana em que • Quando realizado em grupo,
devem ser feitos. São exemplos de amplia a rede de contatos so-
exercício físico: ciais.;
• Caminhada, Bicicleta, Hidrogi- • Promove bem-estar físico e
nástica e musculação (academia). mental.
[ 17
18 ]
[ 19
O
s Antidiabéticos Orais Elas aumentam a secreção de in-
O uso de medicamentos sulina em células do pâncreas. São
pela pessoa que tem diabe- elas: a glibenclamida, a glimepirida e
tes não serve apenas para abaixar ou a gliclazida e a clorpropamida
manter os níveis glicêmicos dentro da • Glinidas:
normalidade. Eles possuem também Também aumentam a secreção
a importante função de diminuir ao de insulina pelo pâncreas, principal-
máximo as complicações crônicas mente após as refeições. São elas a
causadas pelo diabetes mellitus. repaglinida e a nateglinida.
Atualmente, além da dieta e dos • Biguanidas:
exercícios físicos, existem várias Reduzem a produção hepática de
medicações para manter o controle glicose melhorando a resposta dos
glicêmico. tecidos à insulina. Corresponde à
metformina.
Tipos de Antidiabéticos Orais • Glitazonas:
Os antidiabéticos orais são classifi- Promovem a melhora da sensibili-
cados de acordo com seu mecanis- dade à insulina em vários tecidos do
mo de ação. É muito importante a organismo. São a rosiglitazona e a
orientação médica para a escolha do pioglitazona.
medicamento adequado para cada • Gliptinas:
pessoa. Os principais grupos de me- Aumentam a produção e a secre-
dicamentos usados por via oral são: ção de insulina. São elas: vildaglipti-
• Sulfonilureias: na, sitagliptina e saxagliptina.
20 ]
[ 21
22 ]
Canetas Injetoras
A insulina pode ser apli-
cada também através do
uso de canetas injetoras.
Estes dispositivos podem
ser descartáveis ou reu-
tilizáveis e auxiliam, prin-
cipalmente, os pacientes
que fazem uso de múlti-
plas doses diárias de in-
sulina.
FRENTE COsTAs
[ 23
24 ]
H
ipoglicemia: causas, sinto- Sintomas
mas e prevenção
Os principais sintomas da hipoglice-
A hipoglicemia é um even-
mia são:
to com sintomas indesejáveis e pe-
• Tremores, sudorese fria, taquicardia
rigosos, mais comum em pacientes
• Dificuldade de raciocínio, sono-
que usam insulina.
lência
Quando os níveis de glicose no
• Visão turva, mal-estar, fraqueza,
sangue caem abaixo de 50 mg/dL,
enjoo
geralmente, aparecem os sintomas
• Convulsões e coma
de hipoglicemia, porém, esse valor
pode variar de pessoa para pessoa.
Prevenção
Causas • Alimente-se regularmente (isto
A hipoglicemia pode acontecer em é, a cada três horas);
algumas situações como: • Evite exercícios extenuantes;
• Intervalos prolongados entre as • Tome medicação no horário
refeições. certo;
• Exercício não programado ou • Evite estresse;
extenuante. • Fique atento à dose de insulina;
• Dose excessiva de insulina ou • Esteja sempre com um alimen-
de antidiabético oral. to para ingerir caso os sintomas
• Erro na dosagem de insulina. apareçam;
[ 25
26 ]
[ 27
O
que se entende por auto- e a qualidade do controle glicêmico.
monitorização da glice- De uma maneira geral, a frequência
mia? da automonitorização é definida em
A automonitorização da glicemia função do tipo de diabetes:
consiste na prática em que o pacien- • diabetes tipo 1: 3 a 6 vezes ao
te diabético mede, regularmente, a dia
sua própria glicemia através do uso • diabetes tipo 2: 2 a 3 vezes ao
do glicosímetro. Os glicosímetros dia
são aparelhos portáteis, que permi-
tem a dosagem da glicose no san- Quais os benefícios da automo-
gue retirado, geralmente, dos vasos nitorização?
(capilares) da ponta dos dedos. A medida frequente dos níveis de
glicose no sangue é uma ferramen-
Quando a automonitorização é ta de grande valia para o portador
necessária? de diabetes. Através da automo-
O plano de monitorização mais ade- nitorização é possível ao paciente
quado para cada paciente é deter- diabético:
minado pelo médico endocrinologis- • Evitar possíveis episódios de hi-
ta, levando em conta fatores como poglicemia ou de hiperglicemia;
a presença de complicações do dia- • Fazer ajustes nos hábitos de
betes, o tipo de medicação utilizada vida e na dose das medicações;
28 ]
Glicosímetro
Quanto aos aparelhos, recomenda-
-se:
• Armazenar na caixa ao final de
cada uso;
• Não guardar em locais úmidos
ou expostos ao sol.
[ 29
P
ara se sentir bem é importante • Seguir as orientações do médi-
que o diabético tome algumas co e do professor de Educação
atitudes, muitas delas, bastan- Física;
te simples: • Usar roupas e calçados ade-
quadas ao exercício que será
Medidas gerais praticado;
• Seguir as orientações da equipe • Dar preferência aos exercícios
de saúde; prazerosos e bem orientados.
• Entender a importância do tra-
tamento; Medicamentos
• Manter hábitos de vida saudá- • Fazer o uso da medicação de
veis; forma correta;
• Solicitar ajuda de familiares ou • Não aumentar, diminuir ou sus-
dos profissionais de saúde, pender o medicamento por
quando necessário. conta própria;
• Fazer a automonitorização da
Cuidados com a alimentação glicemia.
• Comer alimentos saudáveis e
variados; Cuidados com o corpo
• Seguir a dieta prescrita pelo nu- • Verificar se existem feridas ou
tricionista; lesões, principalmente nos pés;
• Alimentar-se na hora certa, con- • Notar se as feridas estão demo-
forme orientado pelo médico e rando a cicatrizar;
pelo nutricionista; • Manter cuidados específicos
• Evitar bebidas alcoólicas; com os olhos, os rins, os pés, os
• Praticar exercícios físicos; dentes, o coração e o cérebro.
30 ]
P
ara finalizar, um recado do que foi onde [sic.] adquiri o diabetes.
nosso grupo de pacientes. Mas eu aceitei bem a doença porque
Esperamos que ele possa quando fui ao médico e ele me disse
servir de ajuda e apoio a todos os que eu poderia ter vários problemas
diabéticos na sua luta diária pelo mais tarde, eu assumi o compromis-
bom controle da doença. so e tentei não fazer nada de errado.
Procuro manter o tratamento direiti-
nho.” (Cleusa)
“Procuro fazer uma boa alimenta-
ção, comer mais verduras, tomar os “Eu acho que cuidar em saúde
remédios direitinho. Eu estou sentin- depende tanto da parte médica
do que isto está fazendo muito bem como da parte da família: a família
para mim.” (Marilia) deve ajudar. Nós mesmos, os dia-
béticos, também devemos nos aju-
“Eu convivo até bem com a diabe- dar uns aos outros. A doença já é
tes. Cuido da minha alimentação. Te- difícil e quem está tendo dificulda-
nho muita vontade de comer doce, de de enfrentamento vai ficar ain-
mas sei que não devo comer.” (Tere- da mais chateado. A raiva para ele
zinha Sinfrônio) vai ser pior, pois quanto mais rai-
va, mais mal ele sente. Tem que ter
“A minha diabetes foi mais na par- carinho, atenção... A doença não
te de stress. Fui criada e tive uma é só remédio que a gente toma.
vida até boa, porque comia muita Tem que ter o amor, a dedicação
verdura, corria no campo, tinha boa e o cuidado. Para mim foi assim.”
alimentação, era mais verdura... Tudo (Sonia)
era da roça: o que a gente plantava,
comia. Eu acho que depois que “pe- “Ajuda muito quando a gente tem
guei” idade e não me cuidava, não ia um acompanhamento frequente,
ao médico, não fazia nada e só co- porque a gente aprende a cuidar de
mia coisa que não devia, então acho nós mesmos e se torna responsável
[ 31
“Não sabia que ele (meu marido) o médico, a nutricionista para fazer
tinha diabetes até a hora que des- um cardápio para me alimentar direi-
cobriu. A partir daquele dia, eu o to. A diabetes, hoje, está me propor-
acompanho sempre. A vida conti- cionando uma vida muito melhor do
nua e graças a Deus, Deus me deu que era antes.” (Helio)
saúde e força, vou levando a vida
e acompanhando o marido, há 45 Você não está sozinho
anos.” (Terezinha Castor) nessa luta.
32 ]