Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ESCOLA DE NUTRIÇÃO
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS
Curso de Ciência e Tecnologia de Alimentos
PROJETO DE PESQUISA
OURO PRETO
MINAS GERAIS – BRASIL
Maio/2019
1
SUMÁRIO
RESUMO 3
INTRODUÇÃO 3
JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA 5
OBJETIVOS 6
OBJETIVOS ESPECÍFICOS 6
MATERIAIS E MÉTODOS 6
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 12
2
RESUMO
Os maiores atrativos dos chás são seus benefícios à saúde, associado à presença de
compostos com potencial antioxidante. O objetivo desse estudo será elaborar doze
formulações de chás pronto para consumo, empregando infusões de folhas desidratadas de
chás preto, verde, branco e mate. As bebidas preparadas com sucos de limão, pêssego ou sem
suco e com adição de açúcar, serão envasadas em garrafas pet (300 mL), submetidas a
tratamento térmico de pasteurização e mantidas a temperatura ambiente. Durante o
armazenamento por 56 dias, amostras dos produtos elaborados serão avaliadas no tempo zero
e a cada 14 dias, para verificar a estabilidade, por meio de medidas de cor, pH, acidez e
turbidez, além de teores de fenólicos totais e capacidade antioxidante (DPPH, ABTS e
FRAP). A comparação entre o conteúdo de fenólicos e capacidade antioxidante das diferentes
formulações dos chás também será realizada.
INTRODUÇÃO
O chá é uma das bebidas mais consumidas no mundo sendo os chás verde, branco e
preto, produzidos a partir de folhas de Camellia sinensis, largamente consumidos em países
orientais e ocidentais, respectivamente (ASOLINI et al, 2006). O consumo regular dessa
bebida pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares, inflamatórias, alguns tipos de
câncer, diabetes e até mesmo levar a perda de peso (PINTO, 2013; CARLONI et al, 2013).
Essas propriedades estão ligadas a presença de compostos antioxidantes como os polifenóis,
destacando-se os flavonoides, e no caso dos chás verdes, em maior quantidade as catequinas
(MATSUBARA e RODRIGUEZ-AMAYA, 2006; Li et al, 2012).
3
Os consumidores têm buscado, cada vez mais, alimentos saudáveis que tragam
benefícios, além de produtos mais práticos. As bebidas prontas para o consumo são utilizadas
tanto para hidratação como também para ingestão de nutrientes. De acordo com a legislação
(BRASIL, 2009), o chá pronto para consumo é a bebida obtida pela maceração, infusão ou
percolação de folhas e brotos de várias espécies de chá, podendo ser adicionado de outras
substâncias de origem vegetal e de açúcares.
A composição química dos chás varia quanto à espécie, idade das folhas, estação,
clima (umidade, temperatura, latitude) e condições de cultivo (solo, água, minerais,
fertilizantes, entre outros) (FIRMINO et al, 2015). Essas diferenças na matéria-prima refletem
no sabor, cor e teor de flavonoides (MATSUBARA e RODRIGUEZ-AMAYA, 2006).
4
tratamento térmico influencia o teor final de fenólicos das bebidas, no entanto é necessário
para estender a vida de prateleira desses alimentos (TURTURICĂ et al, 2016).
JUSTIFICATIVA/RELEVÂNCIA
Os chás possuem várias bioatividades tais como, anticâncer, antiinflamatório, antiobesidade e
antidiabetes, que são atribuídas à capacidade antioxidante dessas ervas, presentes em seus
compostos fenólicos. Várias pesquisas já foram realizadas avaliando fenólicos totais e
atividade antioxidante em infusões de chás de ervas comercializadas na forma de saches
(Asolini et al., 2006; Nakamura et al. 2013) ou folhas secas vendidas a granel (Firmino &
Miranda, 2015; Lantano et al., 2015); porém, os poucos estudos que elaboraram chás pronto
para consumo não avaliaram o potencial antioxidante dessas bebidas durante o
armazenamento.
No mercado nacional, a maioria dos chás prontos para beber é formulada com extratos de chá
preto e mate. Considerando que essas bebidas estão se tornando muito populares e o apelo à
saúde tem levado o consumidor à procura de produtos que contenham compostos bioativos,
esse estudo irá contribuir para diversificar a oferta de chás prontos para beber, difundindo
outros tipos de ervas (branca e verde), além de mostrar se os compostos bioativos e as
atividades antioxidantes dessas formulações são estáveis ao armazenamento.
OBJETIVOS
Objetivos específicos
MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 1 Formulações a serem utilizadas para o preparo de chás pronto para consumo
1 Branco Limão
2 Branco Pêssego
3 Branco -
6
4 Verde Limão
5 Verde Pêssego
6 Verde -
7 Preto Limão
8 Preto Pêssego
9 Preto -
10 Mate Limão
11 Mate Pêssego
12 Mate -
__________________________________________________________
Análises físico-químicas
7
volume de 0,6 mL do extrato apropriadamente diluído será transferido para tubos de ensaio e
adicionado de 3,0 mL de reagente Folin-Ciocalteu diluído em água destilada (1:10; v·v-1).
Após 3 min de repouso ao abrigo da luz, 2,4 mL de solução saturada de Na 2CO3 (7,5%; m·v-1)
será adicionada. A absorbância será determinada a 760 nm após 1 h de repouso em ausência
de luz. Uma curva padrão de ácido gálico será construída e os resultados expressos como mg
de ácido gálico equivalente por mL de extrato (mg AGE·mL-1).
A atividade antioxidante pelo ensaio do radical ABTS, será avaliada de acordo com
metodologia descrita por Re et al (1999), com modificações. Para a geração do cátion
cromóforo ABTS•+, será feita uma mistura de solução de ABTS 7 mmol·L -1 e persulfato de
potássio 2,45 mmol·L-1 na proporção 1:1 (v·v-1), mantida em repouso entre 12–16 h ao abrigo
da luz. A solução do cátion ABTS •+ será diluída em etanol 80% até absorbância 0,700±0,050,
lida em comprimento de onda de 734 nm. As amostras dos extratos apropriadamente diluídos
serão transferidas a tubos de ensaio, adicionados de 3,5mL de solução ABTS •+ com leitura da
absorbância realizada após 6 minutos de reação, no comprimento de onda de 734nm. A
quantificação da atividade antioxidante total será realizada a partir de uma curva analítica de
Trolox (0-0,15 µmol·L-1) nas mesmas condições das amostras, e os resultados expressos em
µmol·L-1 de Trolox por mL de amostra (TEAC - Capacidade antioxidante equivalente a
Trolox).
8
Scavenging com peróxido de hidrogênio
Será determinada de acordo com procedimento descrito por Nakamura et al., 2013. Soluções
diluídas de H2O2 4,4 mmol L-1 serão preparadas em quatro balões volumétricos de 5,0 mL
contendo solução tampão PBS 0,02 mol L-1. No primeiro, obtém-se o valor de absorbancia da
solução controle (AcH2O2) descontando o valor de A230nm de uma solução contendo
somente PBS 0,02 mol L-1. Nos outros três balões, aliquotas de 100, 200 e 300 μL do chá
recém-preparado serão adicionadas, completando o volume com água. Nesses balões os
valores de absorbancia na presença de chá (As H 2O2) serão obtidos descontando-se o valor de
A230nm de uma solução contendo a mesma aliquota de chá e PBS 0,02 mol L-1. A
porcentagem de scavenging de H2O2 atribuída aos compostos presentes nas amostras de chá
será calculada pela equação:
A avaliação do poder redutor será realizada de acordo com Yen & Chen (1995) com
modificações apresentadas por Paula et al., (2015). Alíquotas de 0,5 mL das bebidas prontas
para consumo serão adicionadas a 0,5 mL de água. Desta solução, uma alíquota de 10 μL será
adicionada de 990 μL de etanol. Em seguida, serão acrescentados 2,5 mL de PBS e 2,5 mL de
ferricianeto de potássio (1%). Os tubos serão agitados e colocados em banho-maria a 50º C
por 30 minutos. Decorrido este tempo, os tubos serão adicionados de 2,5 mL de ácido
tricloroacético (10%) e centrifugados por 10 minutos a 3000 rpm. Um volume de 2,5 mL
deste material será colocado em tubo de ensaio com 2,5 mL de água destilada e 0,5 mL de
cloreto férrico a 0,1% (p/v). As absorbâncias serão lidas em um espectrofotômetro em
comprimento de onda a 700 nm. Um padrão de BHT a 1% será empregado na mesma
concentração referente às amostras.
Análise estatística
9
a um nível de 5% (p<0,05) serão consideradas estatisticamente significativas. Todos os
ensaios serão realizados em triplicata. As análises estatísticas serão realizadas no software
SAS (versão 9.0, SAS Institute Inc., Cary, NC, USA).
Fatores Níveis
Tempo de armazenamento
0 14 28 42 56
(dias)
CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO
As atividades serão divididas entre dois bolsistas, sendo que cada um será responsável
pela análise de dois chás diferentes. Além disso, por um impedimento de tempo, espaço e de
vidraria não é possível realizar todos os ensaios de estabilidade ao mesmo tempo.
10
Período inicial Período final
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL; Decreto nº 6871, 04 de junho de 2009. Diário Oficial da União, DF, 05/06/2009
CARLONI, P., TIANO, L., PADELLA, L., BACCHETTI, T., CUSTOMU, C., KAY, A.,
DAMIANI, E. Antioxidant activity of white, green and black tea obtained from the same tea
cultivar. Food Research International, v. 53, n. 2, p. 900-908, 2013.
LANTANO, C., RINALDI, M., CAVAZZA, A., BARBANTI, D., CORRADINI, C. Effects
of alternative steeping methods on composition, antioxidant property and colour of green,
black and oolong tea infusions. Journal of Food Science and Technology, v. 52, n. 12, p.
8276-8283, 2015.
LI, S., LO, C.-Y., PAN, M.-H., LAI, C.-S., HO, C.-T. Black tea: chemical analysis and
stability. Food & Function, v. 4, n. 1, p. 10-18, 2013.
MUDASIR, A., BABA, W., UMAR, S., ASIR, G., ADIL, G., MASOODI, F. Nutraceutical
properties of the green tea polyphenols. Journal of Food Processing and Technology, v. 5,
n. 11, 2014. ISSN 2157-7110.
12
PAULA, R. A. O., SANTOS, E. S., PINTO, L. F., PAULA, F. B. A., RODRIGUES, M. R.,
SALLES, B. C. C., DUARTE, S. M. S. Determinação da atividade antioxidante In vitro das
bebidas de café e chás verde e preto. Journal of Basic and Applied Pharmaceutical
Sciencies, v. 36, n. 2, 2015. ISSN 2179-443X.
RE, R., PELLEGRINI, N., PROTEGGENTE, A., PANNALA, A., YANG, M., RICE-
EVANS, C. Antioxidant activity applying na improved ABTS radical cation decolorization
assay. Free Radical Biology and Medicine, v. 26, p. 1231-1237, 1999.
YEN, W. J., CHANG, L. W., DUH, P. D. Antioxidant activity of peanut seed test and its
antioxidative component, ethyl protocatechuate. Food Science and Technology, v. 38, n. 3,
p.193-200, 2005.
13