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Este semestre foi aquilatado pelo turbilhonamento de idéias e saberes que se matizaram

junto aos meus saberes...

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...em viagens que me sugeriam adaptar novos modos de pensar, transformando meus
pensamentos e me apresentando novos caminhos relacionados ao meu lugar de conforto que
sempre foi a Educação Infantil.

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Extraí de cada momento em aula encantamentos que eu ia colhendo ao ouvir colegas, ao ler
textos sugeridos em aula, poetando sobre o ser/estar docente em uma sala com alunos
adolescentes e aprendi a confiar em uma potência que talvez eu ainda não conheça, mas que
estou aberta a partir das nossas discussões em aula.

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Traduzi meus sentimentos, minhas certezas, meus medos, meus ‘pré conceitos’, conseguindo
pensar fora da minha zona de conforto e permitindo a suave morte do estar segura e
confiante e me permitir SER em outro estado, menos seguro, mais desafiador, mais turbulento
e ainda assim encantador.

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Permiti-me desfocalizar para focalizar e assim emergir sentimentos em mim de pertencimento
a este novo modo de estar na docência buscando fundir os saberes compartilhados pelos
professores nesta disciplina, com minha experiência na escola e com a vivência com os
professores que observei ao longo da minha vida escolar, profissional e familiar.

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Remontei planejamentos que VIVI ao longo da minha docência com a Educação Infantil ao
ouvir relatos do João na aula, era como se eu buscasse uma adaptação das minhas vivências
pensando e preparando novas idéias, soluções e possibilidades a partir do encantamento
reslumbrado no relato do João e assim suprimindo medos que teimavam em se manter
próximos de mim.

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Permiti-me mirar novos percursos com todas as informações que me invadiam, mobilizavam,
me tiravam o centro e havendo esses novos ventos, ou vendavais dentro de mim, as pesquisas
para minhas produções no planejamento e relatos apresentados em aula por mim foram a
fruição que há muito não me permitia.

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Minhas observações e devaneios acerca da docência e tudo aquilo que transpassa, atravessa o
SER docente, suscitaram em mim um desejo de estar buscando oportunidades de possibilitar
aos adolescentes e crianças, momentos de respiro com a arte. Na escola em que trabalho já
sanscritizamos as práticas de produções culturais ao território na qual a escola está inserida,
mas ainda assim é urgente que sejamos sempre conscientes da responsabilidade que
assumimos ao fazermos parte da vida destas pessoas, tendo a possibilidade de oferecer
vivências de outros horizontes apesar daqueles que já fazem parte cotidianamente das suas
vidas, procurando sair da zona de conflito de vida para adentrar em uma zona de fruição,
criação, encantamentos, questionamentos, debates e crescimento, buscando cada vez mais
uma aproximação dessas pessoas com a arte e o VIVER mais leve.

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Amadureci a cada aula idéias em projetos ao notar que apesar da minha enorme relutância é
possível visualisar e sentir a potência que é estar entre crianças maiores e adolescentes
buscando uma aproximação deles com a arte e todo o universo que se apresenta quando nos
permitimos poetar a docência e pra mim a arte poeta o planejamento docente.

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Para que seja possível poetar o planejamento, é imprescindível sentir o que faz brilhar o olhar
daquelas pessoas, é necessário estar inteiramente consciente da sua responsabilidade como
docente, conferir opiniões, afinar os debates, suscitar encantamentos, sempre poder
reimaginar.......

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Propor sem impor. Divisar estratégias para que todas as pessoas envolvidas no planejamento
possam verdadeiramente participar dele, que todos possam se enxergar naquilo que será
proposto, para que todos possam estar realmente presentes em cada proposta que surgir. O
planejamento como o objeto de criação coletiva.

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Povoar de conteúdos decoloniais para que suscitem discussões, ampliem seus conhecimentos.
Para que possam visualizar em suas criações e em outras do ‘mundo da arte’, um reconhecer-
se que geralmente é ocultado ou apagado por preconceitos e outras dores, para que o
amanhecer de suas vidas seja mais potente em arrebatamentos,em belezas.

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Desmarginalizar, não estar à margem, integrar, acolher, respeitar, estar junto, dentro,
permear, atravessar, vivenciar, contribuir... ser, viver arte.

Andréia Moreira

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