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LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTROTÉCNICA

ÁREA DEPARTAMENTAL DE ENGENHARIA

ELECTROTÉCNICA ENERGIA E AUTOMAÇÃO

PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

PROJETO DE UMA INSTALAÇÃO DE


UTILIZAÇÃO (2ª PARTE)

PROFESSORES: FILIPE BARATA / LUÍS ELVAS


EMAIL: FILIPE.BARATA@ISEL.PT / LUIS.ELVAS@ISEL.PT
5º CANALIZAÇÃO DE ENTRADA
Dimensionar a secção dos condutores de entrada a partir da corrente
estipulada

“Condutores isolados em condutas circulares


(tubos) embebidas nos elementos da
construção, em alvenaria.”

Utilização de condutores isolados a policloreto de


vinilo (PVC) dos tipos H07V-R ou H07V-U com
uma secção que regulamentarmente não pode
ser inferior a 6 mm2.

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5º CANALIZAÇÃO DE ENTRADA
Secção do Intensidade da
condutor (mm2) corrente (A)
1,5 17,5
2,5 24
4 32
Correntes admissíveis, em 6 41
amperes para dois condutores 10 57
carregados isolados a policloreto de 16 76
vinilo (PVC). 25 101
35 125
50 151
70 192
95 232
120 269

Exemplos:
Para uma corrente estipulada de 30A a secção mínima do condutor deverá ser de 6 mm2,
porque a secção mínima nas entradas é de 6 mm2 segundo as RTIEBT.
Para uma corrente estipulada de 45A a secção mínima do condutor deverá ser de 10 mm2.
Para uma corrente estipulada de 60A a secção mínima do condutor deverá ser de 16 mm2.

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5º CANALIZAÇÃO DE ENTRADA
Dimensionar o diâmetro do tubo de entrada, a partir do número de
condutores e respetivas secções
Exemplo:
Suponhamos uma
alimentação monofásica com
uma corrente estipulada de
45A, logo a secção mínima
do condutor será de 10 mm2.
Consultando a tabela ao
lado, verificamos que o
diâmetro do tubo seria de 25
mm para 3 condutores (Fase,
Neutro e PE) de 10 mm2 no
entanto, como segundo as
RTIEBT nas entradas
(monofásicas ou trifásicas)
destinadas a alimentar locais
residenciais ou de uso
profissional não podem ser
empregues canalizações
com tubos de diâmetro
nominal inferior a 32 mm, o
tubo a usar terá de ter 32 mm
e não 25 mm de ø.

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5º CANALIZAÇÃO DE ENTRADA
A identificação dos condutores de
uma instalação elétrica é feita
utilizando cores bem definidas no
isolamento dos condutores. São
as seguintes as cores utilizadas:

Condutores de fase F:
› preto, castanho, cinzento

Condutor neutro N:
› azul claro

Condutor de proteção PE:


› verde/amarelo

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6º ESQUEMA UNIFILAR DO QUADRO DE ENTRADA
Fazer o esquema unifilar do quadro elétrico de entrada

Fazer o esquema unifilar do quadro elétrico de entrada, com diâmetros de tubos,


número de condutores, secções e disjuntores.

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QUADRO DE ENTRADA MONOFÁSICO DE UMA HABITAÇÃO

Circuitos de saída

1 – Iluminação
2 – Iluminação
3 – Iluminação

10A 10A 10A 6A 16A16A 16A 16A 4 – Sinalização


5 – Tomadas
6 – Tomadas
7 – Máquina de lavar

1 2 3 4 5 6 7 8 8 – Termoacumulador

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QUADRO DE ENTRADA MONOFÁSICO DE UMA HABITAÇÃO
- Os quadros devem ser equipados com barramentos de fase, de neutro e de terra ou ligador de
terra devidamente identificado.

-Todos os circuitos deverão ser dotados de condutor de proteção (PE)

- Secção mínima dos condutores:


Sinalização e comando: 0,5 mm2
Iluminação e estores elétricos: 1,5 mm2
Tomadas, termoacumulador, máquinas de lavar/secar, climatização ambiente, portão
elétrico, banheira de hidromassagem: 2,5 mm2
Fogão (Placa elétrica)/forno: 4 mm2 ou 6 mm2

- Disjuntores

Intensidades estipuladas : 6 – 10 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40 – 50 e 63A


Poderes de corte estipulados normalizados: 1,5 – 3 – 4,5 – 6 – 10 kA
Os aparelhos de corte e proteção contra sobreintensidades dos circuitos de saída dos quadros
devem ter os seguintes calibres:
Circuito de saída 1,5 2,5 4 6
(mm )2

Disjuntor (A) 10 16 20 32

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APARELHO DIFERENCIAL
Princípio de funcionamento de um aparelho diferencial

Existem dois tipos de aparelhos diferenciais: o interruptor diferencial (ID ) e o disjuntor


diferencial (DD ou DDR – disjuntor diferencial residual).

O interruptor diferencial tem apenas uma proteção diferencial, contra as correntes de fuga, enquanto
que o disjuntor diferencial tem, para além da proteção diferencial, uma proteção magnetotérmica,
isto é, contra sobrecargas e curtos-circuitos.

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APARELHO DIFERENCIAL
Portanto o disjuntor é mais completo do que o interruptor, protegendo simultaneamente contra
sobreintensidades e contra choques elétricos, sendo o interruptor utilizado quando as outras
proteções (contra sobrecargas e curtos-circuitos) já estão previstas por outros órgãos de proteção.

Fabricam-se aparelhos diferenciais para instalações elétricas monofásicas e para instalações elétricas
trifásicas.

O princípio de funcionamento do aparelho diferencial monofásico baseia-se na comparação entre a


corrente na fase e a corrente no neutro, atuando quando a diferença entre elas excede um dado
valor, indicando que há defeito no circuito e que esse defeito pode ser perigoso. Com efeito, nem
todas as correntes de fuga são perigosas, pois podem originar tensões de contacto inferiores aos
valores limites de 25V ou de 50V (consoante o tipo de local da canalização) e, nessa situação o
diferencial não deverá disparar.

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APARELHO DIFERENCIAL

A Figura representa o princípio de funcionamento


de um aparelho diferencial monofásico. Se o
circuito estiver em perfeitas condições, a corrente
na fase, IF, é igual à corrente no neutro IN. Como
as bobinas são iguais, a excitação do núcleo será
nula e portanto nada acontece. Se houver uma
fuga de corrente Id, por defeito no recetor, então
teremos IF ≠ IN .
Se IF – IN > Ir (intensidade de regulação do
diferencial), então a excitação do núcleo será
diferente de zero, pois que Φ1 ≠ Φ2 e nesse caso
o fluxo na bobina B excita-a, produzindo uma
força eletromotriz induzida e e que é aplicada ao
disparador D que desliga o interruptor do circuito.

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INSTALAÇÕES TIPO C
Na Figura, representa-se um aparelho diferencial monofásico integrado numa instalação TT, como proteção
de pessoas contra choques elétricos.

Ligação direta das massas à


terra e emprego de um aparelho
de corte automático – aparelho
de proteção diferencial residual
(DDR). Quando há um defeito
(Id), forma-se uma tensão de
contacto Uc. Se o utilizador tocar
no invólucro metálico é
percorrido por uma corrente Ih =
Uc / Rh .
Se Id > In (sensibilidade do
diferencial), o diferencial dispara.

Se Id < In, o diferencial não dispara e o utilizador é percorrido por Ih = Uc / Rh, que não é perigosa para o
utilizador. Em condições normais, Uc e Ih não serão perigosos, porque o diferencial deverá disparar antes.
Nota: Rh é a resistência elétrica do corpo humano, correspondente ao trajeto da corrente pelo corpo.

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APARELHO DIFERENCIAL
Na Figura está representado o princípio de
funcionamento do aparelho diferencial trifásico. Neste
caso, as três fases e o neutro passam por dentro do
núcleo ferromagnético. Se não houver qualquer defeito, a
soma vetorial das correntes nas fases e no neutro será
zero, o que quer dizer que o fluxo resultante também
será zero, pelo que a tensão induzida U na bobina B será
0.
Deste modo, não haverá qualquer ação desta bobina
sobre o disparador e, portanto, sobre o interruptor.
Logo que haja uma fuga de corrente, o sistema trifásico
de correntes fica desequilibrado, passa a haver um fluxo
no núcleo, produzindo uma força eletromotriz induzida
na bobina B, que é aplicada ao disparador, fazendo
desligar o interruptor desde que Id > Ir (intensidade de
regulação).

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APARELHO DIFERENCIAL
Na Figura apresenta-se
um fluxograma que
permite determinar qual o
tipo de defeito que está
na origem do disparo de
um aparelho de proteção
do Quadro Elétrico.

Em conclusão, ao cortar a
alimentação quando há
correntes de fuga, o aparelho
diferencial protege o
utilizador que manuseie
recetores onde ocorram
correntes de fuga.

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APARELHO DIFERENCIAL
Seleção da sensibilidade do aparelho diferencial Tensão limite
convencional de
Corrente residual - Valor máximo da Valor máximo da
contacto UL= 50 V
Sensibilidade diferencial resistência de terra resistência de terra
estipulada (IΔn) UL= 50 V UL= 25 V Aplicável às
instalações em
Baixa 20 A 2,5 Ω 1,25 Ω
locais de habitação,
sensibilidade
10 A 5Ω 2,5 Ω tipo industrial,
comercial e outros
5A 10 Ω 5Ω
não classificados
3A 17 Ω 8,3 Ω como locais
especiais.
1A 50 Ω 25 Ω
Média 500 mA 100 Ω 50 Ω
sensibilidade
300 mA 167 Ω 83,3 Ω Tensão limite
convencional de
100 mA 500 Ω 250 Ω
contacto UL= 25 V
Alta 30 mA 1670 Ω 833 Ω
sensibilidade Aplicável às
12 mA 4170 Ω 2083 Ω
instalações e locais
6 mA 8330 Ω 4167 Ω especiais.

Valores máximos da resistência de terra em função da sensibilidade do aparelho de


protecção diferencial, por exemplo, se for de 500mA:
R x In ≤ 50V R ≤ 50 / 0,5 R ≤ 100 Ω
R x In ≤ 25V R ≤ 25 / 0,5 R ≤ 50 Ω

NOTA: Na medida do possível a resistência de terra não deve exceder 100 Ω.

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APARELHO DIFERENCIAL
- No que se refere ao regime de neutro, para estas instalações, o esquema de ligações típico é o
esquema TT (ligação das massas à terra em associação com o aparelho diferencial).
- A proteção de pessoas contra contactos indirectos é tipicamente realizada por meio de aparelhos
diferenciais (*) (ID – Interruptor diferencial ou DDR – Disjuntor diferencial) de sensibilidade
adequada.
A seleção da sensibilidade (IΔn) do aparelho diferencial deve ter em conta os valores máximos da
resistência de terra previsível e ainda as tensões limite convencionais (UL=25V cozinhas, casas de
banho, locais húmidos e molhados em geral - UL=50V para os restantes casos).

- Para a proteção contra sobretensões usa-se um N F


descarregador de sobretensões (DST) a instalar à
entrada da instalação (a montante ou a jusante do
dispositivo diferencial).
-É uma proteção recomendada quando as instalações
forem alimentadas por redes aéreas de distribuição em BT
(condutores nus ou torçadas) e quando a segurança de
bens e/ou a continuidade de serviço forem relevantes. PE

(*)Correntes estipuladas dos diferenciais In de 25, 40,


63, 80, 100A

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PORMENORES TÉCNICOS

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PORMENORES TÉCNICOS

A localização dos interruptores, comutadores e tomadas obedece também a normas


mínimas:
- Os interruptores/comutadores devem ser colocados em posição tal que não fiquem tapados
pelas portas, quando estas abrem, e estarem situadas a uma altura uniforme compreendida
entre 1,10m e 1,20m (à altura das maçanetas das portas).

- As tomadas nas divisões principais devem ser instaladas a uma altura uniforme situada entre
0,05m e 0,30m; as tomadas de cozinha, entre 1,10m e 1,20m; as tomadas nas casas de banho
entre 1,50m e 1,60m.
- Todo o material deverá ser de qualidade comprovada (marcação CE)

Traçado das canalizações

As canalizações instaladas nas paredes, embebidas ou à


vista, devem ser sempre estabelecidas em traçados
verticais ou horizontais (não são permitidas diagonais).

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DOMÓTICA

O objetivo é conceber um sistema de controlo capaz de integrar todas


as áreas técnicas do edifício, com o intuito de maximizar o grau
de eficiência energética, segurança e conforto. A interação entre as
diversas áreas técnicas permite gerir o edifício de uma forma mais
eficiente e por isso mais adequada.

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