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SÓ A GRAÇA – Efésios 2.

1-10

Introdução

Hoje é o dia primeiro do mês de outubro. Início de um novo mês. Mas não só isso: no mês de
outubro é conhecido como o mês da Reforma. Pois foi no dia 31 de outubro de 1517, há exatos
505 anos, que o, naquela ocasião, monge agostiniano, Martinho Lutero afixou na porta do Castelo
de Wittenberg suas famosas 95 teses contra as indulgências.

A chamada Reforma Protestante foi um movimento de reforma e purificação da Igreja, que havia,
durante toda a Idade Média, se tornado inteiramente corrupta. Essa reforma e purificação se deu
quando os reformadores retornaram à Sagrada Escritura, tomando-a como única autoridade, única
regra de fé e prática, e suficiente para a salvação; que havia sido completamente abandonada por
séculos, sendo substituída por dogmas, doutrinas e tradições de homens.

Uma das perguntas que atormentava os homens e mulheres daqueles tempos – e de todos os
tempos, na verdade – era: como pecadores podem ser salvos? A igreja de Roma respondia que
Deus iniciava o processo de salvação e o homem tinha a responsabilidade de continuar e concluir,
isso, mediante obras de caridade, peregrinações, confissão auricular, rezas, compra de indulgência
e etc.

Os reformadores, olhando para a Escritura Sagrada, responderam que os pecadores são salvos
por causa da graça de Deus, do seu favor imerecido, exclusivamente; por meio da fé, que, assim
como a graça, é dom de Deus. Segundo eles, Deus é quem inicia e completa a salvação de
pecadores, de modo que toda a obra da salvação é atribuída somente à Sua graça soberana – só
a graça.

TEMA: SÓ A GRAÇA

- E tentaremos entender essa questão à luz deste texto da carta de Paulo aos Efésios, a partir de
dois pontos:

1. NOSSA SITUAÇÃO ANTES DA GRAÇA

a. Estávamos mortos
b. Estávamos escravizados
c. Estávamos condenados

2. NOSSA SITUAÇÃO DEPOIS DA GRAÇA

a. O que Deus fez


b. Por que Deus faz

1. NOSSA SITUAÇÃO ANTES DA GRAÇA

1Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, 2nos
quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da
potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência. 3Entre eles também
nós todos andamos no passado, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade
da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais
(Efésios 2.1-3).
- Antes de nós olharmos detalhadamente para a descrição que Paulo faz aqui da condição humana
sem Deus, precisamos saber com clareza que a descrição que Paulo faz nestes versículos é uma
descrição de todas as pessoas.
> Paulo não está retratando um segmento degradado e decadente da sociedade, e nem mesmo o
paganismo extremamente corrupto dos seus próprios dias. Não, este é o diagnóstico do homem
caído na sociedade caída em todos os lugares.
> Temos aqui o conceito do apóstolo quanto a todos os homens sem Deus. É um quadro da
condição humana universal.
>> É uma condensação, em três versículos, dos três primeiros capítulos da sua carta aos Romanos,
em que ele desenvolve uma tese sobre o pecado e a culpa, inicialmente dos pagãos, depois, dos
judeus, e então da totalidade da raça humana.

- E aqui podemos destacar três verdades sobre o ser humano não-regenerado, o que nos inclui
também, até Deus ter misericórdia de nós e nos alcançar com a sua graça.

a. Estávamos mortos:

1Ele lhes deu vida, quando vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados 2nos
quais vocês andaram noutro tempo (vs. 1-2a).
- Essa é uma declaração real da condição espiritual de todas as pessoas fora de Cristo. E a sua
origem é achada nas transgressões e pecados.

- Temos aqui duas palavras parecem ter sido cuidadosamente escolhidas para relatar de modo
compreensivo o mal humano – transgressões e pecados.
> Transgressão ou delito, no grego παραπτωμα (paraptõma), significa literalmente: deslize ou
desvio da verdade e justiça – significa desvio do caminho certo.
>> Pecado, no grego αμαρτια (hamartia), significa: errar o alvo, errar ou desviar-se do caminho de
retidão e honra, desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus.
> Juntas, as duas palavras englobam todos os nossos pecados, tanto de ação (que cometemos
conscientes) e omissão (que cometemos por negligência).
>> John Stott firma que diante de Deus somos tanto rebeldes quanto fracassados.
> E o resultado é que estamos mortos ou alheios a vida de Deus, que é a verdadeira vida.
>> Pois a vida eterna é a comunhão com o Deus vivo, e a morte espiritual é a separação dele que
o pecado inevitavelmente traz.

- Calvino afirma que a intenção de Paulo com estas palavras não é apenas dizer que vivemos sob
o risco de morte, mas que esta morte é uma morte real e presente pela qual todos fomos
subjugados. Ele prossegue:

“Como a morte espiritual não é outra coisa senão o estado de alienação em que a alma subsiste
em relação a Deus, já nascemos todos mortos, bem como vivemos mortos, até que nos tornamos
participantes da vida de Cristo” (CALVINO, João. Gálatas, Efésios, Filipenses e Colossenses. 1 ed.
São José dos Campos, SP: Editora FIEL, p. 234).

- Por causa dos nossos delitos e pecados, por causa das nossas transgressões, nós estávamos
espiritual e verdadeiramente mortos. E essa ainda é a condição daqueles que vivem distantes de
Cristo.

- A implicação desta afirmação é muito profunda e até mesmo aparentemente contraditória. Pois
existem muitas pessoas que não professam a fé cristã e que até mesmo repudiam declaradamente
o nome de Jesus Cristo e parecem estar bem vivas.
> Com suas mentes lúcidas, corpos vigorosos – quiçá até mais saudáveis que os nossos; com sua
aparência invejável e até mesmo fama.

- Será que devemos dizer que essas pessoas, se Cristo não as salvou, estão de fato mortas?
> Sim, devemos dizer exatamente isto - que elas estão mortas, apesar de aparentemente vivias -
e devemos dizê-lo com segurança. Porque na esfera que é de suprema importância (que não é o
corpo, nem a mente, nem a aparência, nem a fama, mas, sim, a alma), elas não têm vida.
>> Essas pessoas estão cegas à glória de Jesus Cristo, e surdas à voz do Espírito Santo. Não têm
amor por Deus, nenhuma consciência sensível da sua realidade pessoal.
>> Essas pessoas estão tão indiferentes a Cristo quanto um cadáver. Por isso, não devemos hesitar
em afirmar que uma vida sem Deus (por mais sadia física e mentalmente que seja) é uma morte
em vida, e que as pessoas que assim vivem estão mortas enquanto ainda vivem.

b. Estávamos escravizados

“nos quais vocês andaram noutro tempo, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe
da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (v. 2).
- A expressão “andar” traz às nossas mentes a ideia de liberdade, a ideia de um passeio agradável
com tempo para desfrutar as belezas do nosso planeta – é até uma imagem poética.
> Contudo, não é esta a ideia aqui: não há qualquer liberdade aqui, mas a transmite a ideia de uma
escravidão pavorosa a forças que nos controlavam por completo.
>> Quais eram essas forças que nos mantinham cativos – e ainda hoje mantém milhares de
pessoas cativas?

- “...segundo o curso deste mundo...” → Segundo John Stott: "as duas palavras, 'século' e
'mundo' expressam todo um sistema de valores sociais que está alienado de Deus. Permeia, e até
mesmo domina, a sociedade não-cristã, e subjuga as pessoas ao cativeiro" (STOTT, John. A
mensagem de Efésios. 2 ed. São Paulo: ABU Editora, 2007, p. 47).
> Nós todos éramos iguais até que Jesus nos libertasse.
- Além da cultura, o nosso segundo cativeiro foi diabo, que aqui é chamado de “o príncipe da
potestade do ar”.
> Calvino afirma que aqui Paulo “explica que a causa de nossa corrupção deve ser encontrada no
domínio que o diabo exerce sobre nós” ((CALVINO, João. Gálatas, Efésios, Filipenses e
Colossenses. 1 ed. São José dos Campos, SP: Editora FIEL, p. 235).
> E Paulo completa o que ele quer dizer: “do espírito que agora atua nos filhos da
desobediência”.
>> Notemos ainda o fato de que esse “príncipe” ou “espírito”, se diz que ele “atua”, ou seja, Satanás
jamais descansa.

- Por fim, a terceira influência que nos mantém na escravidão: “segundo as inclinações da nossa
carne” (v.3) → ou seja, a nossa natureza humana caída e egocêntrica.
> O que Paulo está nos dizendo aqui é que a carne, ou a natureza humana caída e depravada,
produz maus desejos. Estes, por sua vez, a fim de alcançar seus fins, conduzem a todo tipo de
maquinações hostis (cf. Cl 1.21), a autojustiça e/ou a planos e cogitações imorais, que finalmente
resultam em obras de impiedade.

- Tiago corrobora essa tese em sua carta:

14Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz.
15Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez
consumado, gera a morte (Tg 1.14-15).

- Assim, pois, antes de Jesus Cristo nos libertar, estávamos sujeitos a influências opressoras tanto
internas como externas: por fora estava o mundo, a cultura secular prevalecente; por dentro estava
a carne, nossa natureza caída, profundamente ligada ao egocentrismo); e além desses dois,
operando ativamente através destas influências, havia aquele espírito maligno, o diabo, o príncipe
do reino das trevas, que nos mantinha em cativeiro.
- Aqui precisamos abrir um parêntese: afirmar isso não significa dizer que podemos transferir toda
a culpa da nossa escravidão para o mundo, para o diabo e para a carne, sem aceitarmos
pessoalmente nenhuma responsabilidade.
> Ao contrário, antes tínhamos nos tornado rebeldes, de modo consciente e voluntário, contra a
autoridade amorosa de Deus, e assim caímos sob o domínio de Satanás.

c. Estávamos condenados

- Não somente estávamos escravizados, mas também estávamos condenados: “...e éramos por
natureza filhos da ira, como também os demais” (v. 3b).
- Agora devemos considerar com cuidado o que Paulo quer dizer com estas palavras, e procurar
esclarecer os mal-entendidos.
> Primeiro, a ira de Deus. A ira de Deus não é como a do homem. Não é mau humor, como se ele
pudesse perder a cabeça a qualquer momento. Sua ira nunca é intempestiva, visto ser ela a reação
divina a apenas uma situação, a saber: o mal.
>> A ira de Deus é a hostilidade pessoal, reta, e constante de Deus contra o mal, sua recusa firme
de ceder o mínimo que seja para o mal, e sua resolução de, pelo contrário, condená-lo.
> Segundo, por natureza filhos da ira: Paulo está ensinando aqui que nossa própria natureza
humana depravada e decaída merece, em si mesma, a ira e o julgamento de Deus.
>> A expressão por natureza filhos da ira é um resumo de Romanos 5.12-14. Ali seu argumento de
que “a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” não é somente que todos
herdaram uma natureza pecaminosa que os levou a pecar e, portanto, a morrer, mas, sim, que
“todos pecaram” em Adão e com ele.
>> Em resumo, Paulo está dizendo que não podemos fazer de Adão o nosso bode expiatório e
culpá-lo por nosso pecado, por nossa culpa e por nossa condenação. Nós também estamos em
Adão, pois pode ser dito com veracidade que nele e com ele incorremos na culpa e morremos.

➔ A morte, a escravidão e a condenação: estes são os três conceitos que Paulo junta para
retratar nossa condição humana perdida. Ele está dizendo que fora de Cristo o homem está
morto por causa dos delitos e pecados, escravizado pelo mundo, pela carne e pelo diabo, e
condenado sob a ira de Deus.
➔ É por não reconhecerem a gravidade da condição humana que tantas pessoas buscam
soluções com remédios superficiais.

2. NOSSA SITUAÇÃO DEPOIS DA GRAÇA

4Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, 5e
estando nós mortos em nossas transgressões, nos deu vida juntamente com Cristo — pela
graça vocês são salvos — 6e juntamente com ele nos ressuscitou e com ele nos fez assentar
nas regiões celestiais em Cristo Jesus. 7Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros
a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus (Efésios 2.4-
7).

- O versículo 4 começa com uma conjunção adversativa "Mas Deus..." - estas duas palavras
contrapõem à condição desesperadora da humanidade caída a iniciativa graciosa e a ação
soberana de Deus.
> Nós éramos objetos da ira de Deus, conforme lemos nos versículos anteriores, “mas Deus... por
causa do grande amor com que nos amou” teve misericórdia de nós;
>> Nós erámos escravos, numa situação de desonra e incapacidade, “mas Deus” nos ressuscitou
juntamente com Cristo e nos colocou à sua própria mão direita, numa posição de honra e poder –
Deus então agiu para inverter a nossa condição no pecado.

- Vejamos duas verdades que são pronunciadas nesses versículos:


a. O que Deus fez

- O que Deus fez? Numa palavra: Deus nos salvou! Tanto no versículo 5 como no 8 a mesma
declaração é feita: "Pela graça vocês são salvos".

- A palavra aqui traduzida por “salvos” enfatiza as consequências permanentes da ação salvadora
de Deus no passado.
> É como se Paulo dissesse: “Vocês são pessoas que foram salvas e permanecem salvas para
sempre” – enfatizando que a salvação não é um evento que acontecerá no futuro, mas que
aconteceu no passado, quando a graça de Deus nos alcançou;
>> Que ela permanece na presente vida – não pode ser perdida – e se consumará, no sentido de
se confirmará, no futuro.

- E Paulo prossegue, agora usando mais três verbos, que retomam e descrevem o que Deus fez
por Cristo e.
> Primeiro, Deus "nos deu vida juntamente com Cristo” (v. 5); depois, "juntamente com ele
[Cristo] nos ressuscitou” (v. 6a) e, por fim, "com ele nos fez assentar nas regiões celestiais"
(v. 6b).
> Esses três verbos – deu vida, ressuscitou e fez assentar - referem-se aos três eventos históricos
sucessivos na carreira salvífica de Jesus: ressurreição, a ascensão e a exaltação.
>> Mas o interessante, é que agora Paulo não está escrevendo a respeito de Cristo, mas, sim, a
respeito de nós. Ou seja, ele está afirmando, não que Deus vivificou, ressuscitou e exaltou a Cristo,
mas, sim, que nos vivificou, nos ressuscitou e nos exaltou com Cristo.

- Isto é o que chamamos em teologia de união mística com Cristo.


> O que está sendo dito aqui é que os cristãos, em virtude da sua união com Cristo, realmente
compartilharam da sua ressurreição, ascensão e exaltação.
>> É o testemunho de uma experiência viva, de que Cristo nos deu, por um lado, uma vida nova
(com uma consciência sensível da realidade de Deus e um amor por ele e pelo seu povo) e, por
outro, uma vida de vitória (com o mal cada vez mais debaixo dos nossos pés). Estávamos mortos,
mas fomos tornados espiritualmente vivos e alertas. Estávamos no cativeiro, mas fomos
entronizados.

b. Por que Deus o fez

8Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de
Deus; 9não de obras, para que ninguém se glorie. 10Pois somos feitura dele, criados em
Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos
nelas (Efésios 2.8-10).

- A ênfase principal destes versículos é que o que levou Deus a agir em nosso favor não foi algo
em nós (algum suposto mérito) mas, sim, algo nele mesmo (seu próprio favor que não merecíamos).

- Por que, pois, Deus agiu? Pelo que Deus foi movido?
> Deus foi movido exclusivamente pela sua pura misericórdia, pelo seu amor, pela sua graça e por
sua bondade!
> Mais ainda: “7Deus fez isso para mostrar nos tempos vindouros a suprema riqueza da sua
graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus” (v. 7).
>> Ao ressuscitar a Cristo, demonstrou “a suprema grandeza do seu poder” (1.19-20); mas aos
nos ressuscitar e exaltar demonstrou também “a suprema riqueza da sua graça", e continuará a
fazer assim por toda a eternidade.
>> Nós, portanto, como testemunhas vivas da sua bondade, exibiremos às pessoas de fora, sem
chamar a atenção para nós mesmos, aquele a quem devemos a nossa salvação.
- “8Porque pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de
Deus” (v. 8) → Aqui temos três palavras fundamentais das boas novas cristãs — a salvação, a
graça e a fé.
> A salvação é mais do que o perdão. É a libertação da morte, da escravidão e da ira descritas nos
versículos 1-3.
>> A graça é a misericórdia de Deus, livre e imerecida, para conosco, e a fé é a confiança humilde
com que nós a recebemos.

- E para reforçar esta declaração positiva de que fomos salvos somente pela graça de Deus por
meio da confiança em Cristo, Paulo acrescenta duas negações que se equilibram:
1. A primeira: “e isto não vem de vocês, é dom de Deus” (v. 8);
2. A segunda: “não de obras, para que ninguém se glorie” (v. 9).

- Quando Paulo nos diz que somos salvos pela graça de Deus mediante a fé e que “isto” não vem
de nós, mas é dom de Deus, ele está nos dizendo que a salvação e a fé não são uma realização
humana (“isto não vem de vós”) nem são uma recompensa por quaisquer dos nossos atos de
religião ou de caridade (“não de obras”).
> Não há, então, lugar para o mérito humano, também não há lugar para a arrogância humana. A
salvação é dom exclusivamente de Deus, “para que ninguém se glorie” (v. 9).
>> A salvação é exclusivamente pela graça (sola gratia) – é obra exclusiva de Deus.
>> E mesmo a fé, que é o meio pelo qual recebemos a salvação, é dom de Deus, não uma obra
nossa.

- Paulo conclui sua exposição: “Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas
obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (v. 10).

- Paulo já havia declarado que a salvação não é nossa realização. Agora, não apenas declara o
oposto, ou seja, que é realização de Deus, mas vai além: afirma que a salvação é a criação, a nova
criação.

- É preciso dizer, ainda, uma última coisa:


> Algumas pessoas que não entendem a doutrina bíblica da salvação somente pela graça, afirmam
que esta doutrina somente nos encoraja a viver no pecado.
> Essas pessoas estão inteiramente enganadas: as boas obras são indispensáveis para a salvação
— não como sua base ou meio, mas, sim, como sua consequência e evidência.
>> Não somos salvos por causa de obras (vs. 8-9) mas, sim, somos criados em Cristo Jesus para
boas obras (v. 10); boas obras estas que Deus de antemão preparou, segundo o seu desígnio,
numa eternidade passada e para as quais nos criou, a fim de que continuadamente andássemos
nelas.

Aplicações:

1. Gratidão a Deus pela obra da salvação!

2. Ouvir o chamado de Deus e, pela fé, receber esta obra maravilhosa!

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