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Marili Junqueira*
Nayara Amorim**
Introdução
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Professora Adjunta no Departamento de Ciências Sociais da Faculdade de Artes, Filosofia e
Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). E-mail: marili@fafcs.ufu.br
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Graduanda em Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
E-mail: amorim.ncr@hotmail.com
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fluência cultural exercida por esse grupo étnico se dá por meio de alterações
na economia, sobretudo no processo de industrialização e diversificação do
comércio e no campo da educação e da política.
Este artigo utiliza como fontes documentais os jornais, as Atas e os
Decretos da Câmara Municipal de Uberlândia, os levantamentos bibliográ-
ficos pertinentes e as entrevistas com a comunidade sírio-libanesa de Uber-
lândia, que possibilitaram e direcionaram este projeto. Os depoimentos,
segundo Abreu (1998), podem contribuir para a recuperação da memória
das cidades. A partir dela, ou de seus registros, podem-se atingir momentos
urbanos que já passaram e formas espaciais que já desapareceram.
A busca pela legitimação da memória e do resgate do acontecer
social é um meio de o arquiteto urbanista construir e modificar o cenário
urbano, sem desconsiderar a população para qual se constrói uma im-
portante premissa projetual. O estudo sociológico vem contribuir para o
processo de reconhecimento e entendimento dos grupos que constituem
o ambiente urbano, desvendando a invisibilidade de algumas partes que
compõe o todo. Este estudo é o primeiro passo para a constatação das in-
fluências que os imigrantes árabes exerceram no cenário urbano particular
de Uberlândia.
Assim, pretende-se, por meio da memória do acontecer social dos
imigrantes sírios e libaneses que vieram para Uberlândia, desvendar suas
influências culturais, econômicas, sociais e políticas na construção e na trans-
formação do cenário urbano.
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tes, longe ou do centro, ou da capital, ou muitas vezes do pró-
prio estado, construindo a popularidade dos ‘turcos’ Brasil afora
(TRUZZI, 1997, p. 92).
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A Atração populacional
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disponíveis e concentram seus esforços naquelas poucas localida-
des que possuem laços fortes [...] (TILLY, 1990, s.d.).
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Nós doamos uma verba para ser construída uma escola com de-
terminado número de salas, dentro de um padrão, na ocasião,
adequado, né, o terreno já pertencia a prefeitura. Onde está situa-
do o Grupo Escolar Messias Pedreiro antes era uma caixa-d’água,
uma, um tratamento de água de Uberlândia. Isso foi, é, desativa-
do, então existia esse terreno, e o prefeito nos mostrou o terreno,
perguntou se o terreno era adequado, nós concordamos com o
local e fizemos a doação em dinheiro para que fosse construída
uma escola com determinado número de aprendizes por sala, com
ampliação para área de esportes [...] (PEDREIRO, S. Entrevista
[18 de out.,2000], GASSANI, 2001, p. 81-82. Entrevista conce-
dida a Ibrahim Gassani e Nadime Gassani).
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grantes nas profissões liberais, como uma alternativa para ascensão econô-
mica e contribuiu para diversificar a sua influência nos diversos setores da
economia e da sociedade em geral.
A questão feminina
Meu avó quando veio, veio sozinho, deixou minha avó com meus
tios e meu pai, para trás. Depois, muito levado, ele estava até
ficando noivo por aqui. Aí a colônia disse para ele se você não for
buscar sua esposa e filhos vamos contar para ela o que está aconte-
cendo [...].Minha avó chegou no Porto de Santos, sem falar uma
palavra em português, com os filhos, eram sete, e procurando ele.
Como ninguém entendia o que ela falava, chamaram um árabe, a
sorte é que ele sabia que meu avó tinha vindo para Uberlândia, aí
deram um jeito de trazer ela pra cá (CECILIO, C. entrevista [24
de março, 2011]. Entrevista concedida a Nayara Amorim).
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Considerações finais
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Referências
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Fonte Oral
CECILIO, Carla. Entrevista realizada em 24 de março de 2011.
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