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Aluno: Ewerton Rodrigues Azevedo de Lira

Curso: Administração
UFRRJ.

AD1 - Formação Econômica Brasileira:

1-

O texto apresenta um fenômeno econômico e administrativo comum em contextos de


descoberta de recursos naturais, como a mineração do ouro na economia colonial.

Primeiramente, a descoberta do ouro representa uma mudança significativa na


estrutura econômica e administrativa da colônia. Esse recurso natural valioso atrai a
atenção da metrópole, Portugal, que passa a intensificar suas relações com a colônia
em função do potencial lucrativo da mineração do ouro. Como resultado, houve um
aumento expressivo dos fluxos migratórios em direção à região onde o ouro foi
descoberto, com a chegada de pessoas em busca de oportunidades econômicas.

No entanto, o foco na mineração do ouro tende a monopolizar os recursos e


investimentos, desviando a atenção e os recursos de outras atividades econômicas.
Como consequência, as demais atividades econômicas da colônia, que antes podiam
ser mais diversificadas, entram em declínio. Isso inclui setores como agricultura,
pecuária e comércio, que passam a receber menos investimentos e atenção por parte
das autoridades coloniais e dos próprios colonos, que se voltam para a busca do ouro.

O declínio dessas atividades econômicas secundárias resulta no empobrecimento das


regiões onde estavam concentradas, uma vez que a economia local dependia dessas
atividades para sustentar a população e gerar riqueza. Além disso, o aumento da
população em busca do ouro pode levar ao esgotamento dos recursos naturais, como a
terra arável, levando ao despovoamento de algumas regiões conforme as condições de
vida se tornam menos favoráveis.

Do ponto de vista administrativo, a metrópole tende a concentrar seus esforços e


recursos na região onde ocorre a mineração do ouro, em detrimento de outras regiões
da colônia. Isso pode levar a uma desigualdade administrativa e econômica entre as
diferentes áreas do território colonial, com consequências sociais e políticas
significativas.

Portanto, o texto reflete um processo complexo de transformação econômica e


administrativa desencadeado pela descoberta de recursos naturais valiosos, como o
ouro, na economia colonial, com impactos significativos nas relações entre a metrópole
e a colônia, bem como nas condições de vida das populações locais.
2-

O início da utilização da mão de obra imigrante no regime de colonato foi um fator-


chave para o início da industrialização no Brasil por várias razões:

Aumento da População Trabalhadora:

A chegada de imigrantes aumentou significativamente a disponibilidade de mão de


obra no país. Isso proporcionou uma força de trabalho mais numerosa e diversificada,
pronta para atender às demandas crescentes da indústria emergente.

Diversificação da Economia:

O regime de colonato não se limitava apenas à agricultura, mas também estava


presente em outras áreas, como a produção de bens manufaturados. Com a entrada
de imigrantes, houve uma diversificação das atividades econômicas, incluindo a criação
e operação de pequenas fábricas e oficinas.

Transferência de Conhecimento e Habilidades:

Os imigrantes muitas vezes traziam consigo conhecimentos técnicos e habilidades


especializadas que eram essenciais para o desenvolvimento da indústria. Eles
contribuíram para a transferência de tecnologia e métodos de produção mais
avançados, acelerando o processo de industrialização.

Criação de Centros Urbanos e Concentração de Indústrias:

A migração em massa para áreas urbanas, impulsionada pelo regime de colonato,


levou à formação de grandes centros urbanos onde as indústrias se concentravam.
Isso criou uma base sólida para o desenvolvimento industrial, com uma concentração
de recursos e trabalhadores qualificados.

Estímulo ao Consumo e Mercado Interno:

Com o aumento da produção industrial, também houve um aumento na


disponibilidade de bens de consumo. Isso estimulou o crescimento do mercado interno,
criando uma demanda crescente por produtos manufaturados e impulsionando ainda
mais a industrialização.
Em resumo, o início da utilização da mão de obra imigrante no regime de colonato foi
fundamental para o início da industrialização no Brasil, fornecendo os recursos
humanos, conhecimentos técnicos e estímulos econômicos necessários para o
desenvolvimento e crescimento da indústria nacional.

3-

O Convênio de Taubaté, assinado em 1906, foi uma medida tomada pelo governo
brasileiro para tentar solucionar a crise na economia cafeeira, que enfrentava uma
superprodução de café e uma consequente queda nos preços internacionais. Aqui
estão as bases do Convênio de Taubaté e seus principais efeitos para a cafeicultura:

Bases do Convênio de Taubaté:


Controle da Produção:

O Convênio propôs a intervenção do governo na economia cafeeira para controlar a


produção de café, visando reduzir os estoques excedentes que estavam pressionando
os preços.

Compra de Estoques:

O governo se comprometeu a adquirir o excedente de café não vendido pelo setor


privado, oferecendo garantias aos produtores de que seus produtos seriam comprados
a preços mínimos estabelecidos.

Manutenção dos Preços:

Além da compra de estoques, o Convênio previa a manutenção dos preços do café


por meio de intervenções governamentais no mercado, evitando uma queda excessiva
nos valores pagos aos produtores.

Financiamento de Estoques:

O governo se comprometeu a financiar a compra e armazenamento dos estoques


excedentes de café, utilizando recursos públicos para sustentar o setor cafeeiro.

Principais Efeitos para a Cafeicultura:


Estabilização dos Preços:

Inicialmente, o Convênio de Taubaté teve sucesso em estabilizar os preços do café,


aliviando a pressão sobre os produtores e evitando uma queda ainda maior nos valores
pagos pelo produto.

Endividamento do Estado:

No entanto, a implementação do Convênio exigiu grandes gastos por parte do


governo, levando a um aumento do endividamento público para financiar a compra e
armazenamento dos estoques excedentes de café.

Dependência do Estado:

A cafeicultura brasileira passou a depender cada vez mais da intervenção estatal para
garantir a estabilidade dos preços e sustentar o setor. Isso criou uma relação de
dependência entre os produtores e o governo, que se tornou responsável por manter a
viabilidade econômica da cafeicultura.

Deterioração das Finanças Públicas:

A longo prazo, o Convênio de Taubaté contribuiu para a deterioração das finanças


públicas brasileiras, uma vez que o governo se viu obrigado a arcar com os custos
crescentes do programa de intervenção na economia cafeeira.

Crise Estrutural da Cafeicultura:

Apesar dos esforços do governo, a crise estrutural da cafeicultura brasileira persiste,


uma vez que o modelo de produção monocultora e dependente das oscilações do
mercado internacional se mostrou insustentável a longo prazo.

Em resumo, o Convênio de Taubaté representou uma tentativa do governo brasileiro


de enfrentar os desafios enfrentados pela economia cafeeira, mas seus efeitos foram
limitados e contribuíram para aprofundar as fragilidades estruturais do setor.

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