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A colonização do Sul do Brasil.

CONCOLATTO, Natalia1

Resumo: O presente texto traz reflexões acerca do artigo: Um olhar sobre a


colonização da fronteira sul, que apresenta uma serie que informações a respeito do
imigrante e dos povos nativos da região. No texto apontei alguns destes aspectos,
destacando a importância fundamental de observar o papel dos indígenas, caboclos e
negros para a construção cultural da região. Para além, abordei a realidade dos
imigrantes europeus, que vinham para o Brasil e aportavam nas terras da fronteira, em
busca de uma realidade prometida, muitas vezes irreal, de uma melhor qualidade de
vida, ou ainda fugindo da fome e da violência, sujeitavam-se ao desconhecido. Hoje
todos estes povos, os que vieram antes, os que imigraram depois, construíram um
conglomerado cultural, que dá origem a população habitante deste lugar, além disso
deixaram seu legado nas estruturas econômicas, e agrícolas tão presentes dentro de todo
o território da região sul.
A colonização do sul do Brasil, é marcada por intensos momentos, pautados
pelos conflitos culturais e sociais que abrangem a região, é fato que quando falamos de
colonização lembramos automaticamente dos imigrantes europeus, alemães e italianos
que criaram morada na região.

Porém muito antes destes processos colonizadores, habitavam neste território


populações nativas indígenas, negros, caboclos, povos que que até hoje são excluídos,
marginalizados e inferiorizados. As relações entre grupos, no entanto, por mais que um
possa se impor ao outro, são relações em que ocorrem negociações, mesmo que isso
não seja desejado ou cogitado pelo grupo que se impõe. (RADIN,2016 p.147)

A perspectiva do branqueamento da população, e também a defesa eugenista,


popularizou os incentivos para a colonização de imigrantes europeus dentro do território
do sul do país. A colonização de diferentes áreas da fronteira se deu a partir de um ideal
de colonizador. No contexto da passagem para o século XX, acreditava-se que as
populações autóctones ou do “sertão”, por serem consideradas inferiores, estavam
fadadas ao desaparecimento. (RADIN,2016 p.148)

A ideia de progresso nesse período estava diretamente associada ao sucesso da


colonização europeia na região, para além é muito importante destacar, que as
populações, originarias, assim como negros e caboclos, perderam suas terras, e foram
renegadas do ponto de vista civil e estatal.

1
Discente do Programa de Pós-Graduação Mestrado em História da Universidade Federal da Fronteira
Sul campus Chapecó. E-mail: historiaaimee@gmail.com
As causas da emigração geralmente são diversas; as guerras, a instabilidade
política, a falta de oportunidade de trabalho e a escassez de terras aparecem como as
mais correntes (RADIN,2016 p.152). Enquanto de um lado caboclos, negros e indígenas
sofriam com a desapropriação do território e com a chegada das companhias
colonizadoras, do outro estavam os imigrantes europeus, que sonhavam com uma terra
farta e abundante, uma vida melhor, um laço de esperança no meio da tristeza de deixar
seu país, suas tradições e sua família.

As empresas colonizadoras, formaram sistemas econômicos pautados nas


pequenas propriedades agrícolas, e para além trouxeram novas modalidades de trabalho
como por exemplo a exploração dos produtos naturais como a floresta e a erva mate, e
o início da industrialização da região. Tais sistemas, refletiram na constituição
econômica atual, principalmente quando falamos da agricultura familiar tão presente na
região da fronteira sul.

Importante salientar, que dentro desta região estão presentes uma serie de grupos
étnicos, cada qual com sua singularidade e cultura. Ao longo das décadas cada um
destes, bebeu da fonte do outro, e hoje podemos ver isso nas diferentes concepções
culturais e socias que embasam a bagagem de cada habitante da região.

Por fim o texto traz reflexões muito relevantes, quando aborda as relações
colonizadoras, e as consequências geradas de tais movimentos. Ainda, poderá entender
melhor como o tema das migrações continua sendo atual e perceberá as razões que
fazem as pessoas migrarem para outras regiões agrícolas do país ou para as cidades.
(RADIN,2016 p.165).

Deste modo, é possível compreender que quando se trata de imigrantes, e da


colonização da região sul, os reflexos destes movimentos são visíveis e latentes, tanto
do ponto de vista econômico, quanto do ponto de vista cultural. Entender os
movimentos históricos presentes nas regiões e microrregiões é observar com olhar
atento e respeitoso aqueles que habitaram este território antes de nós, compreendendo e
conservando a memória e o imaginário social deste povos.

Referência: RADIN, José Carlos. Um olhar sobre a colonização da fronteira


sul. História da Fronteira Sul. Chapecó: Ed. UFFS, p. 146-166, 2016.

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