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GENEALOGIA TEOLÓGICA DA ECONOMIA E

GOVERNO NO PENSAMENTO DE GIORGIO


AGAMBEN

Programa de bolsas de iniciação científica - UNIBIC / UNISINOS


Bolsista: Joel Decothé Junior; Orientador: Castor Bartolomé Ruiz

1. Objetivos 2. Tema central


a. No marco do objetivo geral, o bolsista pesquisará, a. São amplamente conhecidas as teses jurídico-
na obra de Agamben, a correlação que Agamben políticas de Agamben, porém há poucos estudos
estabelece entre economia e governo da vida, tendo sobre a genealogia da economia moderna e a
como referência o conceito teológico da economia biopolítica tal e como é desenvolvida pelo autor. A
trinitária e seus desdobramentos na economia trilogia que o autor escreveu sobre o Homo sacer teve
política moderna. uma sequência em obras importantes em que
b. O projeto visa habilitar o aluno na pesquisa do Agamben desenvolveu amplas pesquisas sobre
método genealógico implementado por Agamben linguagem e (bio)política, cujos desdobramentos
como modo de construção de uma filosofia crítica. ainda cabe serem explorados. Dentre as categorias
Capacitar o bolsista no conhecimento das pesquisas que ele desenvolveu destacamos para este projeto a
filosóficas de Agamben em relação à genealogia noção de “Genealogia teológica da economia e
teológica da economia e do governo modernos; governo” O objetivo principal é o de contribuir na
pesquisar as implicações do conceito de sacralidade pesquisa de elementos conceituais para a construção
da vida humana em relação ao estado de exceção de um discurso crítico sobre o governo e cuidado da
como dispositivo biopolítico. vida; ou seja, um discurso crítico sobre governo a
partir da genealogia de suas práticas.

A pesquisa sobre a genealogia – ou, como se dizia, sobre a natureza – do poder no


Ocidente, iniciada há mais de dez anos com o Homo sacer, chega assim a um
desenlace, em todo caso decisivo. A dupla estrutura da máquina governamental,
que em Estado de exceção apareceu na correlação entre auctoritas e potestas,
assume aqui a forma da articulação entre Reino e Governo e, por fim, questiona a
própria relação – que no início não foi levada em conta – entre oikonomia e Glória,
entre o poder como governo e gestão eficaz e o poder como realeza cerimonial e
litúrgica, dois aspectos que curiosamente foram menosprezados tanto pelos
filósofos da política quanto pelos politólogos. Giorgio Agamben

3. Metodologia
O projeto de pesquisa se desenvolverá seguindo a metodologia habitual das ciências humanas em geral e da filosofia em
particular, a saber, o estudo das obras principais do pensador, Giorgio Agamben, proposto no projeto de pesquisa e de
alguns comentadores principais. O estudo deverá ajudar a desenvolver a capacidade analítica e de síntese do bolsista, de
modo a aferir os principais conceitos, as teses desenvolvidas nas obras e correlacionar com o tema proposto numa
reflexão crítico conceitual a ser desenvolvidos ao longo da investigação.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Homo sacer: O pode soberano e a vida nua I. Belo Horizonte: UFMG, 2010.
AGAMBEN, Giorgio. Estado de exceção. Homo sacer II. São Paulo: Boitempo, 2004.
AGAMBEN, Giorgio. O que resta de Auschwitz: o arquivo e a testemunha (Homo sacer III). São Paulo: Boitempo, 2008.
AGAMBEN, Giorgio. O reino e a glória: uma genealogia da economia e do governo: homo sacer, II, 2. São Paulo: Boitempo, 2011.
AGAMBEN, Giorgio. Il tempo che resta. Um comento Allá Lettera ai Romani. Torino: Bollati Boringhieri, 2000.
GAMABEN, Giorgio. Profanações. São Paulo: Boitempo, 2004.
AGAMBEN, Giorgio. Signatura rerum. sobre el método. Barcelona: Editorial Anagrama, 2010.
CASTRO, Edgardo. Introdução a Giorgio Agamben. Uma arqueologia da potência. São Paulo: Autêntica, 2012.
NASCIMENTO, Daniel Arruda. Do fim da experiência ao fim do jurídico: percurso de Giorgio Agamben. São Paulo: LibersArs, 2012.
NEUTZLING, Inácio, e RUIZ, Castor Bartolomé. O (Des) governo biopolítico da vida humana. São Leopoldo: Leira, 2010.
RUIZ, Castor Bartolomé. A sacralidade da vida na exceção soberana, a testemunha e sua linguagem. (RE)leituras biopolíticas da obra
de Giorgio Agamben. Cadernos IHU, ano 10, n. 39, 2012.

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