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Material de apoio: Moda, culinária e esportes na Antiguidade

*Moda - Egito Antigo


As modas dos antigos egípcios eram feitas não apenas para a beleza, mas também
para o conforto. A Moda egípcia foi criada para manter a calma no deserto quente.
A indumentária no antigo Egito condensava os conceitos de simplicidade e facilidade
de movimentos. As roupas e sapatos diferenciavam-se na ornamentação de acordo com as
classes sociais mas, de forma geral, o vestuário masculino e feminino manteve as mesmas
formas básicas ao longo do tempo, ao contrário da moda dos tempos modernos.
As imagens do Período Pré-Dinástico (c. 3150 - c. 2613 a.C.) mostram homens e
mulheres das classes mais baixas com o mesmo tipo de traje: um kilt que desce da cintura
até os joelhos, provavelmente branco ou de alguma cor clara. Era feito de algodão, linho ou
linho fino e preso ao redor da cintura por uma faixa de tecido, corda de papiro ou couro.
Os egípcios das classes mais altas, no mesmo período, usavam o mesmo tipo de
roupa, só que com mais ornamentação. A egiptóloga Helen Strudwick observa como
“somente pelas joias os homens das classes mais abastadas podiam ser distinguidos de
fazendeiros e artesãos” (374). O traje feminino trazia maior diferenciação entre as classes:
as mais ricas usavam vestidos longos, colados ao corpo, com ou sem mangas. Eles eram
sustentados por alças sobre os ombros e algumas vezes cobertos por uma túnica fina.
Os estilos do Novo Império são os mais frequentemente retratados em filmes e
séries de TV que mostram o antigo Egito, independente de qual período em que se passam
as histórias. Batas com contas e vestidos (o kalasiris mencionado por Heródoto)
ornamentados com joias começam a aparecer no final do Médio Império, mas se tornaram
mais comuns no Novo Império entre as classes mais altas. Perucas elaboradas adornadas
com contas e joias também aparecem com maior frequência neste período. Os mais pobres
continuavam a vestir o kilt simples, para ambos os sexos, mas agora as mulheres
trabalhadoras aparecem com as partes superiores cobertas.
A moda feminina do período tornou-se mais elaborada do que em qualquer era
anterior. Homens e mulheres do Egito com frequência raspavam suas cabeças para evitar
piolhos e reduzir o tempo que levaria para cuidar dos cabelos. As perucas eram usadas por
ambos os sexos para proteger o escalpo e para propósitos cerimoniais.
Os calçados praticamente não existiam entre os mais pobres mas, quando esfriava
ou em terrenos mais ásperos, os pés seriam envolvidos em trapos. Entre as classes mais
altas, sandálias e chinelos estavam disponíveis, mas, tal como as classes mais baixas, o
povo em geral ficava descalço.
As mulheres foram as primeiras cultivadoras do linho e iniciaram a manufatura de
roupas. As evidências para esta afirmação são as mais antigas representações da produção
têxtil, que mostram somente mulheres trabalhando, e elas continuaram a dominar esta
função mesmo quando a indústria passou a ser dirigida por homens

*Culinária - Egito Antigo


Os egípcios eram privilegiados por terem o Nilo a sua disposição. De lá vinha a
maioria da alimentação e os principais recursos para isso. As inúmeras fazendas às
margens do rio proporcionavam ao povo uma comida rica e bem variada.
O trigo era plantado em grande quantidade e era o ingrediente base do principal
alimento egípcio: o pão. O pão era a base alimentar do povo egípcio, sendo consumido por
todas as classes sociais. Nenhuma refeição era considerada completa sem ele. O pão era
um alimento básico nutritivo e também economicamente importante: por ser um alimento
seco e autossuficiente, era altamente portátil.
A cerveja era conhecida, junto com o pão, como um alimento básico. A popularidade
da cerveja nessas regiões deveu-se em parte a razões climáticas e agrícolas, já que as
uvas eram mais difíceis de produzir na região do Nilo do que os cereais. A arte de fazer
cerveja era tipicamente dominada por mulheres, junto com todas as atividades de moagem.
Além da cerveja e do vinho, os egípcios tomavam leite e água.
Os egípcios fabricavam queijos, criavam gado, carneiros e cabras. Os vegetais
também tinham um papel importante, e as pessoas costumavam consumir alface, pepino e
feijão. O açúcar era obtido do mel e servia para adoçar alguns alimentos e bebidas. Por
acreditarem que depois da morte iriam ter as mesmas necessidades da vida, depositavam
comida nas tumbas a fim de garantir o sustento eterno.
A maior parte da população comia peixe normalmente. O Nilo transbordava de
peixes, fazendo com que os egípcios pudessem desfrutá-los frescos, secos ou salgados. A
população de classe baixa às vezes pagava por algumas espécies de aves e gado. Devido
ao seu alto valor, a carne era mais comum nas mesas dos ricos. A classe baixa geralmente
só comia carne durante alguma festa.
Algo que favorece os estudos da história egípcia é o clima seco da região que
preservou muitos exemplares de alimentos, que são principalmente encontrados em tumbas
como oferendas.

*Esportes - Egito Antigo


Arqueologicamente falando, não foi encontrada nenhuma estrutura esportiva do
período faraônico. As principais fontes usadas para estudo são, em sua maioria,
provenientes de decorações de tumbas de particulares, e as representações estudadas
estão em contexto funerário.
A autora Cintia Gama salienta a participação ativa da mulher nas atividades
esportivas, como os jogos com bola, atividade que “parece ter sido exclusivamente
feminina”, malabarismo e dança. Os homens praticavam também a dança acrobática; o
atletismo – parte da formação militar -, em uma demonstração do poder real, a natação e a
pesca no Nilo; as lutas como boxe e combates com espadas e bastões.No Antigo Império a
caça tinha aspectos simbólicos na cultura egípcia. Animais de grande porte, segundo a
crença, concediam, ao caçador, poder de vencer o mal e confirmavam a força física e
espiritual dos governantes, “pois a saúde do faraó é um duplo representativo da saúde do
Estado“, demonstrando sua capacidade em manter a ordem social e proporcionar
segurança ao povo. Assim, mostrar-se como um governante que controlasse as forças
naturais era mais uma demonstração da vitória da ordem egípcia diante do caos externo.

* Moda - Grécia Antiga


As roupas que usavam eram feitas apenas com base na sua funcionalidade, e eram
simples. Um único pedaço de tecido poderia ser estilizado e reestilizado para se adequar a
uma ocasião específica ou a uma moda. Com os verões gregos sendo brutalmente quentes,
quanto menos tecido para se lidar, melhor.
Os tecidos que os gregos usavam para suas roupas eram fabricados em casa
(frequentemente um material de lã pesada), ou feitos de linho importado. Para cada
membro da família, exceto crianças, que geralmente não vestiam nada, uma roupa consistia
em um pedaço de tecido retangular ou quadrado, alfinetes para prender e, às vezes,
sapatos e/ou chapéus. Os panos eram dobrados em volta do corpo e presos nas costuras
laterais e ombros, também sendo utilizados cintos.
O estilo e tipo das roupas dependiam de quem estava os vestindo, e o trabalho ou
função requeridos da pessoa. Existiam diversos tipos de vestuário, derivadas de uma túnica
básica. A túnica era vestida por ambos homens e mulheres, e variava em comprimento de
acordo com o trabalho e o gênero. Era geralmente amarrado na cintura, e também preso
nas costuras, dependendo do estilo de cada roupa. Um chiton era um tipo de túnica usado
por homens gregos, e feito de um linho mais leve, já que eles ficavam fora de casa com
mais frequência e assim precisariam de roupas mais confortáveis (especialmente no verão).
Podia ser posicionado acima dos dois ombros, ou só de um. Quando era posicionado em
um ombro, comumente o esquerdo, era conhecido como exomie. Esse tipo de chiton era
usado para andar a cavalo, trabalhar ou se exercitar. Um peplos (ou peplum) era um tipo de
túnica usado por mulheres. Usualmente feito de uma lã mais pesada, essa vestimenta era
feita de uma peça retangular e poderia ser drapejado e preso (com botões, alfinetes ou
broches) em diferentes jeitos para refletir diferentes estilos.
Mesmo não sendo chiques, o vestuário grego era funcional e feito para durar. De
fato, na alta costura de hoje, vemos frequentemente a influência da moda da Grécia Antiga.
O estilo "colunar" da túnica, especialmente do peplos feminino, não é incomum de ser
vestido pelas mulheres de hoje. O himation podia colocar-se de diferentes maneiras. No
caso das mulheres, havia doze combinações distintas: em alguns casos, deixava um ombro
e um braço a descoberto; noutros, cobria totalmente a parte superior do tronco, os ombros e
mesmo a cabeça. Uma mulher com a cabeça coberta era uma mulher casada. Era muito
diferente das túnicas curtas que as mulheres escravizadas vestiam ou dos vestidos de
gaze, de tecidos quase transparentes, que permitiam identificar as prostitutas, que também
costumavam usar uma maquiagem mais exagerada do que a das outras mulheres.
A moda oriental do chiton chegou a Atenas em meados do século VI a.C. e impôs-se
entre as mulheres mais abastadas pela novidade e pela sua associação ao luxo. Anos mais
tarde, provando a volatilidade da moda, recuperou-se o gosto pelo peplo, porventura como
forma de distanciamento dos costumes orientais depois das guerras contra o Império Persa.
o peplo, o chiton e o himation não eram de tons brancos imaculados, como as estátuas hoje
sugerem, mas mostrar-se-iam tingidos de diferentes cores e incorporavam padrões
bordados com motivos geométricos, florais ou animais que lhes davam um aspecto vivo.

*Esportes - Grécia Antiga

Na Grécia Antiga, o esporte desempenhava um papel significativo na sociedade. Os


gregos consideravam o corpo humano e a prática esportiva como essenciais para o
desenvolvimento físico e mental dos cidadãos. Os esportes na Grécia Antiga eram uma
parte integrante da educação e do estilo de vida dos gregos.
Os esportes na Grécia Antiga não eram apenas uma competição física, mas também
uma forma de culto aos deuses, uma expressão artística e uma maneira de promover a
amizade e o espírito de comunidade entre os gregos. Os atletas competiam nus, pois isso
era considerado uma forma de homenagear a beleza do corpo humano.
Os Jogos Olímpicos, ou, como comumente são chamados, as Olimpíadas, tiveram a
sua origem por volta da segunda metade do século VIII a.C., na antiga civilização grega.
Esses jogos estavam associados a cultos religiosos dedicados ao deus Zeus.
Os Jogos Olímpicos eram a mais importante festa pan-helênica. Deles só podiam
participar homens livres, falantes da língua grega, e em pleno gozo de seus direitos de
cidadão. Participavam atletas originários das várias cidades gregas, mesmo as mais
distantes colônias. A participação feminina era proibida, pois elas tinham uma competição
própria, a "Heraea", nome dado em homenagem a Hera, mulher de Zeus.
Após a primeira Olimpíada, ficou acertado que os Jogos seriam realizados a cada quatro
anos, durante os meses de julho ou agosto. Na primeira edição dos jogos havia apenas
uma prova, a corrida simples ou "stadion", onde o atleta percorria uma única vez a pista do
estádio
Em 708 a C., acrescentou-se o pentatlo (competição formada por cinco modalidades
atléticas incluindo luta livre, salto à distância, corrida, lançamento de disco e lançamento de
dardo) e posteriormente o pancrácio (luta similar ao boxe). Em 680 a C. foi incluída a corrida
de carros. Outras competições com animais foram incluídas, como uma corrida de cavalos
montados e outra de charretes puxadas a mulas.

*Culinária - Grécia Antiga

A culinária foi fundada sobre a "tríade mediterrânea" de cereais, azeitonas e uvas,


que tinham muitos usos e grande valor comercial, mas outros ingredientes eram tão
importantes, se não mais, para a dieta média: mais notavelmente legumes. Pesquisas
sugerem que o sistema agrícola da Grécia Antiga não poderia ter sido bem sucedido sem o
cultivo de leguminosas
Os homens da Grécia Antiga eram frequentemente treinados para a luta. É
exatamente por isso que seus exercícios e suas alimentações deveriam ser reforçadas.
Entre as especiarias que preparavam, está o peixe. O peixe era uma de suas principais
atividades econômicas e de base alimentar
A alimentação grega tradicional baseia-se em cereais, legumes, frutas e peixes, com
o uso extensivo de azeite, vinho e ervas como o alho e o orégano. Carne era consumida
com menos frequência, principalmente cordeiro e cabrito em dias festivos. Na região, a caça
sempre foi rara. Por isso, desde a Antiguidade, o consumo de carne na região é reduzido.
Médicos ancestrais, como Galeno de Pérgamo (129 a 199 d.C.), enfatizavam
métodos culinários com o emprego de ingredientes simples para enriquecer o sabor das
refeições. Pimenta, gengibre e canela estavam entre seus temperos recomendados. A
prática segue na região até hoje. Galeno receitava a seus pacientes pratos cheios de cebola
e alho para ajustar os “humores” do corpo.
A comida também era um símbolo de status social e prestígio. Certos alimentos e
pratos eram associados à elite aristocrática, enquanto outros eram mais acessíveis às
classes mais baixas. A exibição de generosidade e hospitalidade através da comida era
uma maneira de demonstrar poder e influência. Os gregos tinham uma série de tradições e
rituais associados à comida e às refeições. Isso incluía práticas religiosas, como sacrifícios
de animais e oferendas aos deuses, bem como festivais e banquetes em honra de
divindades específicas.

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