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G1
A Evolução da Indumentária Feminina Europeia:
A Saia e o Vestido
Fernanda Bruno
Disciplina:
Turma:
1AC
Rio de Janeiro
Setembro, 2022
Esse estudo tem o objetivo de traçar uma linha temporal da indumentária feminina na Europa.
Teremos como foco a evolução da saia, do seu início como um simples retângulo de tecido atado em
volta do corpo até as criações de Charles Worth no fin de siécle.
Elegemos algumas peças para representar a passagem do tempo, e faz-se necessário reconhecer a
limitação deste recorte. Primeiro analisaremos uma estátua da civilização minoana, uma descoberta
que desafia a noção de linearidade pré-concebida sobre a Antiguidade. Estudaremos então um
exemplo de túnica grega, que, por mais que tenha sido uma cultura relativamente estável ao longo
dos anos, representa um período específico na longeva Grécia Antiga. Seguiremos para a primeira
peça que obtivemos vestígios arqueológicos, a vestimenta de uma Rainha franca. Com isso podemos
aferir tecidos e métodos de manufatura não apenas deduzidos de escritos, mas analisar o objeto em si.
Faremos uma passagem pelo reinado de Luís XIV para posteriormente analisar uma robe à la
française do suntuoso período Rococó. Terminamos nossa análise no fin de siécle, com um traje de
passeio assinado por Charles Worth, extremamente simples se comparado com as extravagâncias que
o antecederam, representando o começo de uma revolução no estilo de vida das mulheres.
Encerramos nosso estudo na década de 1890, um período em que a moda vitoriana sofreu mudanças
drásticas para refletir o começo de um novo estilo de vida das mulheres. A anquinha, foi lentamente
desaparecendo e substituída por bustle pads feitos de restos de
tecidos e algodão que ressaltam a silhueta de forma mais
delicada. Foi nessa época que as mulheres começaram a
praticar esportes e atividades físicas mais assiduamente. O
ciclismo é o exemplo de uma atividade que se popularizou
rapidamente pela década e representou uma cultura que
desafiava as noções vigentes de feminilidade, pautadas por
sedentarismo e fragilidade. Nos aprofundaremos na saia de
passeio ou walking skirt, uma peça relativamente simples, se
comparada às extravagâncias que a precederam. A
complexidade da saia drapeada, característica principal do
vestuário anterior, transferiu-se para o corpete, acompanhado
de mangas bufantes que enfatizavam a parte superior do traje.
Vale ressaltar que por mais que a saia tenha ganho mobilidade
e praticidade, a presença do espartilho ainda era marcante,
mantendo uma silhueta em forma de ampulheta. A saia de
passeio é uma peça versátil e cotidiana, utilizada em trajes
informais e diurnos: caminhadas, piqueniques e pedaladas. É
importante destacar a diferença no tecido entre as saias
diurnas anteriores: antes feitas de materiais rígidos e pesados
que faziam barulho com o movimento. A seda mudou do tafetá para tipos mais macios e menos
ruidosos.
Referências
- Desrosiers, S. & Rast-Eicher, A. (2012). Luxurious Merovingian Textiles Excavated from Burials in
the Saint Denis Basilica, France in the 6th-7th Century
- Laver, J. A Roupa e a Moda: uma história concisa. 1ª edição. São Paulo. Companhia das Letras, 1989
- Köhler, C. História do Vestuário. 3ª edição. São Paulo. Martins Fontes, 2009
Figura 1: Estátua minóica da deusa das serpentes, Acervo do Museu Arqueológico de Heraclião
Figura 3: Desrosiers & Rast-Eicher (2012). Luxurious Merovingian Textiles Excavated from Burials in the Saint
Denis Basilica.
Figura 5: Traje de passeio de Charles Worth, Acervo do Instituto de Indumentária do Museu Metropolitan