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Ciências da comunicação | 1º semestre

História da comunicação - Prof. Vanessa Ribeiro-Rodrigues

Sensibilidade em Foco: O Mundo Transformador do


Fotojornalismo no World Press Photo

Lia Sottomayor a22306192


Índice

1. Lista das obras expostas..................................................................................................................... 3

2. Exposição World Press Photo no Fórum Maia................................................................................ 4

2.1 Fotografias selecionadas ...................................................................................................... 5

3. Sensibilidade em Foco: O Mundo Transformador do Fotojornalismo no World Press Photo... 6

4. Conclusão............................................................................................................................................. 9

5. Revisão Bibliográfica........................................................................................................................ 10

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Lista das fotografias World Press Photo 2023
“Casa dos Golden Gays” Hannah Reyes Morales (Filipinas, 1990)

“O Grande Esquecimento” Lee-Ann Olwage (África do Sul, 1986)

“Campeões do Mundo” Tomás Francisco Cuesta (Argentina, 1996)

“O Rio Morto” Jonas Kakó (Alemanha, 1992)

“Inundações Australianas em Infravermelho” Chad Ajamian (Austrália, 1996)

“Alpaqueiros” Alessandro Cinque (Itália, 1998)

“Sem Título” Ahmad Halabisaz (Irão, 1984)

“Antes Que Acabe” M’hammed Kilito (Marrocos, 1981)

“A Última Viagem Nómada” Jonathan Fontaine (França, 1983)

“Mulher, Vida, Liberdade” (projeto de vídeo criado com fotografias) Anónimo

“O Preço da Paz no Afeganistão” Mads Nissen (Dinamarca, 1979)

“Funeral de Shireen Abu Akleh” Maya Levin (EUA, 1984)

“Derramamento de Petróleo em Lima” Musuk Nolte (Peru / México, 1988)

“Não Consigo Ouvir os Pássaros” Fabiola Ferrero (Venezuela, 1991)

“Belo Veneno” Cristopher Rogel Blanquet (México, 1984)

“A Viagem de Maria” Carlos Barria (Argentina, 1979)

“A Voz de Nova Iorque é Drill” Ashely Peña (EUA / República Dominicana, 2000)

“Recuperar os Mortos” Mauk Kham Wah (Myanmar, 1995)

“Feridas da Guerra” Emilio Morenatti (Espanha, 1969)

“Ataque Aéreo à Maternidade de Mariupol” Evgeniy Maloletka (Ucrânia, 1987)

“O Cerco de Mariupol” Evgeniy Maloletka (Ucrânia, 1987)

“Yana e Victor” Alkis Konstantinidis (Grécia, 1984)

“Parte de Mim” Nadia Shira Cohen (EUA, 1977)

“Morte de uma Nação” Kimberly dela Cruz (Filipinas, 1990)

“Em Mutação”1 Johanna Alarcón (Equador, 1992)

“Luz Ténue no Edifício Inacabado” Weimin Chu (China, 1990)

“Aqui, As Portas Não Me Conhecem” Mohamed Mahdy (Egito, 1996)

“Transição Net Zero” Simone Tramonte (Itália, 1976)

“Águas Agitadas” Anush Babajanyan (Arménia, 1983)

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Projeto de vídeo criado com fotografias
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Exposição World Press Photo no Forum Maia

Na passada sexta-feira, dia 17 de novembro, visitamos o Fórum da Maia que recebeu a exposição
World Press Photo, entre 28 de outubro e 19 de novembro. O concurso anual contou com mais de 60.000
fotografias, submetidas por 3.752 fotojornalistas e fotógrafos documentais oriundos de 127 países, e
posteriormente avaliadas por um Júri Independente. A exposição releva a importância dos 17 Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) integrados na Agenda 2030, que propõem “um plano
compartilhado de paz e prosperidade para as pessoas e o planeta, agora e no futuro.” (THE 17 GOALS |
Sustainable Development, s.d.). A competição mundial espelha a necessidade do fotojornalismo
documental na contemporaneidade. Pois, ao contar, pela ótica da câmara, expõem realidades
aparentemente ocultas.
Ao chegar ao Fórum somos apresentados a um resumo do amadurecimento da organização, que nos
explicita 63 anos de História. Um caso representativo é a Foto do Ano de 19572 de Douglas Martin, que
representa a persistência do racismo nas relações sociais da época.
Ao longo da exposição deste ano foram utilizados, como pano de fundo os cinco continentes e como objeto
de estudo algumas das fragilidades das diversas nações, “com destaque para os impactos da guerra na
população civil, a emergência climática e o papel global do fotojornalismo”. Ademais foram atribuídos, o
título de vencedor regional a 24 candidatos e 6 menções honrosas.
O âmbito deste ensaio será refletir sobre o papel dos media e do fotojornalismo face aos conflitos
armados, perceber de que modo a agenda mediática pode impactar a nossa visão e, consequentemente, a
visibilidade destes fenómenos Além de se relacionar com a carência de uma consciência humana
comunitária. Com o intuito de concluir de que forma este tipo de exposições podem incitar à sensibilização
e a uma compreensão mais aprofunda das temáticas que sustentam. Deste modo selecionei duas fotografias
que servirão como objeto de caso deste ensaio.

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A referida foto está presente no link seguinte: https://encrypted-
tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTaAAgbKM_2VJXKzUpsr3shib_E3jbo85ZsGos8_3tc8g&s
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(Yana and Victor | World Press Photo, 2022)

(Retrieving the Dead | World Press Photo, 2022).

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Sensibilidade em Foco: O Mundo Transformador do Fotojornalismo no World Press Photo

Conhecer o progresso do fotojornalismo no mundo, ao longo dos anos, permite-nos compreender a


História e como esta se molda por meio de fenómenos. Por conseguinte, a prática sofre mutações até
atingir o modelo que World Press Photo nos apresenta. Primordialmente a sua jornada emerge enquanto
meio de moldar a opinião pública, devido à sua carga realista, capaz de imortalizar o momento e de levar
o expectador a revivê-lo. — “A câmera traz o espectador para perto, para demasiado perto;” (Sontag,
2002, p.72).

A evolução desta prática jornalística assumiu uma das suas primeiras formas com fotógrafos como
Roger Fenton. Aquando da Guerra da Crimeia, foi eleito “o fotógrafo “oficial” dessa guerra, enviado
para a Crimeia no início de 1855 pelo governo britânico, sob instigação do príncipe Albert.” (Sontag,
2002, p.55). Num panorama documental Fenton exibe uma perspetiva mitigada do conflito, com o
objetivo “transmitir uma outra impressão, mais positiva, dessa guerra cada vez mais impopular.”
(Sontag, 2002, p.56). A insatisfação da população devia-se a um artigo publicado no The Times por
William Howard Russell, relatando as más condições em que as tropas britânicas se encontravam. As
imagens captadas por Roger Fenton, usadas meio de uma propaganda positivista a favor do governo
britânico, permitiram "acalmar a opinião pública, cujo descontentamento, em Janeiro de 1855, levara à
demissão do primeiro-ministro George Hamilton-Gordon” (Fernandes, 2021).

É neste seguimento que reconhecemos a existência de uma agenda mediática, capaz de manipular
e polarizar a perceção pública. Embora este conceito se pratique desde cedo, só é empiricamente
comprovado na década de 60. A agenda setting designa a “capacidade que os mass media têm de
influenciar muitos aspetos de nossas agendas política, social e cultural”. (McCombs, 2004). O construir
progressivo das opiniões, por parte dos media, influencia o modo como percecionamos o mundo, espelho
do conteúdo que lemos, ouvimos e assimilamos como nosso. Na atualidade, e devido à era digital, que
impulsiona o disseminar de informação em massa, somos influenciados por uma constante de estímulos.
Assim como, pelas quantidades indesejadas de um determinado tema e a abordagem que o apresenta, “é o
dramatismo, o choque e o sensacionalismo oferecido pelas ações terroristas que consolida e aumenta as
audiências e tiragens dos principais meios de comunicação social” (Faria, 2007). Deste modo, enquanto
temos acesso a todo o tipo de informação, “para ampliar o nosso repertório de conhecimento, temas
muito complexos costumam ser tratados de maneira muito superficial” (Polido, 2022) e acabamos por ser
prejudicados por esse mesmo fator, que nos leva a diminuir ou não considerar certas temáticas — “os
martírios da guerra — graças à tevê — se transformaram em uma banalidade de todas as noites.”
(Sontag, 2002, p.122).

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Tomemos como exemplo a guerra da Ucrânia, que na atualidade, é uma temática fortemente
debatida e apresentada na comunicação social. Denota-se, que maior parte da linguagem utilizada não é
gerida, de forma que esta problemática seja compreendida de um modo autêntico e imparcial. “Nos
últimos dias, o regulador russo da comunicação social apertou ainda mais o cerco à cobertura mediática
do conflito: proibiu o uso de expressões como “guerra”, “invasão” ou “ataque” (Expresso, 2022). Ao
não compreender a temática na sua globalidade podemos acabar por concluir precipitadamente uma
realidade distinta à vivida no confronto.

Um dos aspetos que tive em consideração ao longo da exposição foi a crueza com que a
informação estava disponibilizada, ao contrário de meios como a televisão e os jornais. A exibição
apresenta-se sem eufemismo, transparecendo a verdade dos conflitos bélicos, capaz de levar o expectador
a uma reflexão mais instruída destas temáticas.

Foi a fotografia de “Yana e Victor” (Alkis Konstantinidis, 2022), que, no que diz respeito aos
conflitos armados, me fez parar de questionar quem é o responsável e começar a ponderar sobre quem sofre
as repercussões. As consequências para a população são devastadoras e afetam várias áreas do seu
quotidiano, sendo, portanto, um tema sensibilizador que exige o nosso olhar atento. A imagem retrata a
morte de Victor Gubarev, captada pela câmara de Alkis Konstantinidis, enquanto a sua filha Yana Bachek é
consolada pela mãe e pelo parceiro.
A expressão de Bachek, exprime o impacto emocional da perda e emoções genuínas nomeadamente
o desgosto e o luto no seu rosto. De tal forma, que me leva a repensar o tema pela sua vertente mais humana,
deixando de lado as estatísticas divulgadas pelas fontes de informação, e começando a considerar as pessoas
e as suas vidas pelo seu significado primeiro.
São imagens como estas que deixam uma marca indelével na história da comunicação, pois tornam-
se documentação histórica fulcral à compreensão dos acontecimentos presentes, nas palavras de Sousa: “os
temas fotodocumentalísticos são tendencialmente intemporais, abordando todos os assuntos que estejam
relacionados com a vida à superfície da Terra e tenham significado para o Homem” (Sousa, P.J. (2002)
Fotojornalismo. p.09).
A meu ver, frequentar exposições como o World Press Photo, estimula o pensamento crítico e
incita-nos a observar o que nos rodeia, a fim de conhecer e compreender as complexidades dos
fenómenos contemporâneos. Da mesma forma, a fotografia “Recuperar os Mortos” (Mauk Kham Wah,
2022), na qual presenciamos o regressar a casa dos resistentes das Forças de Defesa do Povo (FDP)3 ,
despertou em mim a necessidade de conhecer a realidade por trás da narrativa exposta. Devido à escassez

3
Forças de Defesa do Povo (FDP) é “um governo paralelo que foi formado principalmente por legisladores democráticos depostos na
sequência de um golpe militar em Mianmar em 2021.” (Retrieving the Dead | World Press Photo, 2022)

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da cobertura do conflito em Myanmar, por parte da comunicação social, como explicita Carlos Eduardo
Lins da Silva em relação à “unanimidade da mídia ocidental em relação ao conflito e o esquecimento de
outras tensões distantes dos holofotes mundiais” (Redação, 2022).
Mesmo assim, Mauk Kham Wah, fotógrafo e ativista birmanês, captou um combinado de
elementos capazes de fazer transparecer a derrota e o quanto esta pesa nos protagonistas da imagem, que
deixam o observador sensibilizado e intrigado. Um dos soldados carrega o corpo de um camarada aos
ombros, e como o Júri denota, “Pode-se ouvir o silêncio dos homens e suas botas rangendo na grama.”
(Recuperar os Mortos | World Press Photo, 2022). Surge então, a consciencialização, da existência de
conflitos e dos riscos que estes acarretam, para os que defendem as identidades étnicas, culturais,
religiosas e políticas, que os representam: — "Eles são corajosos. Não se importam [de sacrificar] suas
próprias vidas trabalhando para alcançar a democracia, para o bem do país, para obter a paz e libertar
este país [do regime militar]” (BBC News Brasil, 2022) A abordagem única do fotógrafo, que “passou
um ano com o povo Karenni que se juntou a esse movimento de resistência combinado”. (Recuperar os
Morto | World Press Photo, 2022), expressa a consideração à preservação daquele momento,
contrastando com a “visão brutal do soldado mutilado.” (Recuperar os Mortos | World Press Photo,
2022).

Observar a imagem faz-nos querer conhecer a história e perceber as complexidades relacionadas


com o fenómeno. É o caso das distinções étnicas e religiosas, um dos pilares deste confronto — “A intenção
dos militares foi mais além da limpeza ética até à atual destruição do rohingya” (Salvador, 2022). É deste
modo que compreendemos as diferenciações culturais existentes fora do nosso contexto, e quebramos os
preconceitos estruturais, com o objetivo de criar espaços mais inclusivos e equitativos, capazes; de suscitar
a conscientização comunitária. Isto é, onde a indiferença perante a injustiça seja substituída por uma
participação ativa e crítica na sociedade — “as pessoas poupadas pela guerra se mostram insensivelmente
alheias aos sofrimentos padecidos fora do seu raio de visão” (Sontag, 2002, p.71).

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Em síntese, o Fotojornalismo presente no World Press Photo é uma ferramenta essencial à
compreensão das repercussões, dos eventos que marcam a atualidade, e que nos impactam direta e
indiretamente. Sendo o exemplo das hostilidades mencionadas acima, crises climáticas cada vez mais
frequentes e as disparidades socioeconómicas capazes de afetar a economia mundial. Por consequência, o
fotojornalismo permite a exploração de novas diversidades culturais, a desconstrução de estereótipos e o
estímulo à empatia, o que é fulcral para impactar a nossa compreensão do mundo e criar uma consciência
humanitária.
A visualização do “Recuperar os Mortos” (Mauk Kham Wah, 2022) e “Yana and Victor” (Alkis
Konstantinidis, 2022) expressa a pertinência da mensagem comunicada pela instantaneidade da foto, que
a fotografia em movimento não têm a capacidade de captar. Quer isto dizer, a existência de elementos
específicos, como ilustra a linguagem corporal do soldado, no plano central, de “Recuperar os Mortos”
(Mauk Kham Wah, 2022), que transparece resiliência mesclada de exaustão, relacionada com
imortalização da perda de uma vida e o respeito à mesma, exibida no momento único, capturado por meio
da lente. Assim como, a expressão sofrida de Yana, que nos afeta de uma maneira significativa, e
carregada de considerações. Efetivamente, o “esteticismo é um processo de conotação que consiste na
exploração estética da fotografia ao ponto de ela se assemelhar à pintura.” (Sousa, P.J. (2002)
Fotojornalismo: p.100). Por sua vez, este tipo de imagens tende a captar a atenção do espectador, devido à
particularidade da memorabilidade, o impacto estético resulta na formação de uma impressão duradoura,
tornando-a um objeto memorável. Que apela à existência de símbolos que despertem a nossa consciência,
por meio de um processo de conhecimento de um mundo “hipersaturado de imagens, aquelas que
deveriam ser importantes para nós têm seu efeito reduzido: tornamo-nos insensíveis” (Sontag, 2002,
p.122).
Sendo assim, o objetivo com esta reflexão é apelar às “as pessoas poupadas pela guerra” (Sontag,
2002, p.71) que façam de exposições como o World Press Photo ferramenta de conscientização.

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Referências bibliográficas

• Martin, Douglas. (1957). World Press Photo. Recuperado de


https://www.worldpressphoto.org/collection/photo-contest/1957/douglas-martin/1
• Wah, Mauk Kham. (2022, 21 de fevereiro). Retrieving the Dead. World Press Photo. Recuperado de
https://www.worldpressphoto.org/collection/photo-contest/2023/Mauk-Kham-Wah/1
• Konstantinidis, Alkis. (2022, 18 de abril). Yana and Victor. World Press Photo. Recuperado de
https://www.worldpressphoto.org/collection/photo-contest/2023/Alkis-Konstantinidis/1

• Sontag, Susan. (2004). Diante a dor dos outros. Macmillan.


• Sousa Pedro, J. (2002). Fotojornalismo. Introdução à História, as Técnicas e a Linguagem de Fotografia
na Imprensa. Letras Contemporâneas.
• McCombs, Maxwell. (2004). Setting the agenda: the mass media and public opinion. Polity.

• Faria, F. (2007). Papel dos Media na Luta Contra o Terrorismo: que Cobertura Mediática dos Actos
Terroristas? Instituto da Defesa Nacional. Recuperado de https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/1206
• Da Silva, R. M. E. P. C. T. (2019, 12 de setembro). A cobertura mediática dos ataques terroristas: os
ataques de Paris, a 13 de novembro de 2015. Recuperado de https://repositorio.iscte-
iul.pt/handle/10071/18825
• Polido, F. B. P. (2022, 2 de dezembro). A banalidade do mal entre o direito e a internet: o discurso de ódio
a partir de uma releitura arendtiana nas redes de relacionamento social.

• Expresso. (2022, 10 de março). Guerra mediática: propaganda russa aposta no medo, Ucrânia conquista a
opinião pública ocidental com a ajuda das redes sociais. Jornal Expresso. Recuperado de
https://expresso.pt/internacional/guerra-na-ucrania/2022-03-03-guerra-mediatica-propaganda-russa-aposta-
no-medo-ucrania-conquista-a-op
• BBC News Brasil. (2022, 1 de fevereiro). Mianmar: 1 ano após golpe, país enfrenta guerra civil. BBC
News Brasil. Recuperado de https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60198240
• Salvador, S. (2022, 22 de março). EUA consideram “genocídio” a violência contra a minoria rohingya em
Myanmar. DN. Recuperado de https://www.dn.pt/internacional/eua-consideram-genocidio-a-violencia-
contra-a-minoria-rohingya-em-myanmar-14701507.html
• Fernandes, C. M. (2021, 22 de maio). À sombra da morte. Observador. Recuperado de
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• Redação. (2022, 21 de março). Blog. Jornal Da USP. Recuperado de https://jornal.usp.br/radio-usp/falta-
profundidade-na-cobertura-jornalistica-da-guerra-entre-russia-e-ucrania/

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