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LIÇÃO 03 – O CÉU - O DESTINO DO CRISTÃO – 2º TRIMESTRE DE 2024

(Fp 3.13,14,20,21; Ap 21.1-4)

I – DEFININDO O TERMO CÉU

Nas traduções da Bíblia para a língua portuguesa cerca de 700


ocorrências da palavra céu (s). Sendo que, a maioria dos textos bíblicos usa a
palavra hebraica: “shamayim”, que é traduzida literalmente como: “as alturas”,
ou a palavra grega: “ouranos”, que é traduzida como: “o que está elevado”.
Estes termos são usados em toda a Bíblia, referentes a três céus. Notemos:

1.1 O primeiro céu (inferior): É o céu atmosférico, onde sobrevoam as aves e


os aviões; onde passam as nuvens, desce a chuva e se processam os trovões
e relâmpagos: “Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a
terra e que faz produzir erva sobre os montes” (Sl 147.8; ver Dt 11.11,17;
28.12,24). 1.2 O segundo céu (intermediário): É o céu estelar ou planetário,
chamado também de céu astronômico: “E disse Deus: Haja luminares na
expansão dos céus [...]” (Gn 1.14; ver Gn 15.5; Sl 33.6; Jr 10.2; Hb 1.10).

1.3 O terceiro céu (superior): Este céu é o ponto central do nosso estudo.
Podemos chamá-lo de “céu dos céus” por estar acima de todos (Ne 9.6; Jo
3.13). É este céu que o apóstolo Paulo denomina de “o Paraíso” (2Co 12.2-4),
e que o Senhor Jesus mencionou, muitas vezes, em suas pregações e ensinos
(Mt 5.12,16; 6.1,9,10; 7.21; 8.11; 10.32,33).

II – A DESCRIÇÃO DO CÉU À LUZ DAS ESCRITURAS

2.1 Paraíso: Este título nos lembra a felicidade, contentamento e comunhão


que os nossos primeiros pais desfrutavam com Deus, no Éden, antes da queda
(Gn 3.8). Escrevendo aos coríntios, o apóstolo Paulo afirma que foi arrebatado
até o terceiro céu, que é o paraíso (2Co 12.2-4).

2.2 Casa de meu Pai: Em um dos seus últimos discursos, o Senhor Jesus
descreveu o céu como a: “casa de meu Pai” (Jo 14.1-3), trazendo-nos a ideia
do conforto, descanso e comunhão do lar.

2.3 Cidade celestial: Assim como Israel peregrinou no deserto, com destino a
Canaã, a igreja está peregrinando, com destino a Canaã celeste. O escritor aos
Hebreus disse: “Porque nós não temos aqui cidade permanente, mas
buscamos a futura” (Hb 13.14); e o apóstolo Paulo, escrevendo aos filipenses,
afirma: “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o
Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).

III – A NATUREZA DO CÉU À LUZ DAS ESCRITURAS O céu não é um lugar


místico (almas desencarnados que todo mundo vai ser transparente, que
ninguém vai conhecer ninguém) e nem existencialista ( o ceu uma espécie de
fulga que tudo se acaba na sepultura). O céu é um lugar real, onde Deus
habita; de onde Jesus veio, para tomar forma humana, e para lá voltou, após a
sua ressurreição, e de onde Ele voltará, para buscar a Sua igreja. Vejamos
como a Bíblia informa a natureza do céu:

3.1 O Céu é um lugar real. O céu não é um lugar imaginário, e sim, um lugar
real, onde a igreja estará para sempre com o Senhor (1Ts 4.17). Jesus
descreveu o céu como um lugar onde existe muitas moradas (Jo 14.1-3);

3.2 O Céu é um lugar indescritível. Apesar das muitas referências bíblicas


sobre o céu, cremos que não é possível descrevê-lo por completo, pois não se
pode descrever a sua beleza e sua realidade com palavras humanas. O
apóstolo Paulo diz que “[...] as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,
E não subiram ao coração do homem, São as que Deus preparou para os que
o amam” (1Co 2.9).

3.3 O Céu é um lugar espaçoso. As testemunhas de Jeová afirmam que


apenas 144 mil irão para o céu. Porém, o apóstolo João, na ilha de Patmos,
teve uma visão dos mártires na glória, e escreveu: “Depois destas coisas olhei,
e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e
tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro,
trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Ap 7.9). Se João
descreve os mártires da grande tribulação como: “uma multidão, a qual
ninguém podia contar”, imagine o que será a igreja, em sua totalidade.

IV A CONDUTA DE QUEM TEM COMO DESTINO O CÉU

4.1 Andar em santidade. A santidade é a marca característica de um


verdadeiro servo de Deus, tanto no AT, pois, o caráter santo de Deus deveria
ser refletido na vida de Israel (Lv 11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é
dito que a nossa santificação é a vontade direta e perfeita de Deus para nós
(1Ts 4.3). A afirmativa bíblica é que os salvos são filhos de Deus (Rm 8.16),
sendo assim, temos aqui um argumento lógico e simples, os filhos herdam a
natureza dos pais, logo, sendo Deus Santo, como seus filhos, devemos ter uma
vida santa. Somos participantes da natureza divina e devemos revelar essa
natureza em uma vida piedosa (2Pd 1.4).

4.2 Andar em obediência e reverência (1Pd 1.14,17). Antes da conversão a


Cristo o homem por natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo
Pedro ressalta que agora, após a experiência da salvação, não podemos mais
viver nas práticas do passado que determinavam o nosso modelo de vida (1Pd
1.14,15); “não vos amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo.
Originalmente, a palavra significava assumir a forma de alguma coisa, a partir
de um molde de encaixe, os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a
assumir o padrão de Deus (Rm 12.2), vivendo respectivamente de maneira
reverente, ou seja, tendo a atitude de quem fala cada palavra, cumpre cada
ação e vive cada momento consciente de Deus tendo consciência de que
nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz (Dt 10.17; Rm 2.11; 1Pd 4.17).

4.3 Andar sem conformar-se com o mundo (Rm 12.2). A expressão “não
vos conformeis” tem o sentido de “não tomar a forma” ou “não ser igual”. Em
outras palavras, o apóstolo Paulo estava dizendo: “não queira ser igual ao
mundo”. O cristão deve reconhecer que o presente sistema mundano é mau (At
2.40; Gl 1.4) e que está sob o controle de Satanás (Jo 12.31; I Jo 5.19). Aquele
que é nascido de Deus deve aborrecer aquilo que é mau, e amar aquilo que é
justo, pois, Jesus disse que nós somos o sal da terra e a luz do mundo; e,
como luz do mundo devemos resplandecer diante dos homens (Mt 5.13-16)

V – AS BÊNÇÃOS RESERVADAS PARA A IGREJA NO CÉU Seria impossível


descrever, neste breve estudo, as bênçãos que estão reservadas para a igreja
no céu. Vejamos algumas:

5.1 Santidade perfeita. No céu não existe tentação e nem pecado. Lá os


santos desfrutarão, para sempre de santidade e pureza, pois receberão corpos
gloriosos e incorruptíveis, e não poderão mais pecar (Ap 21.27; 22.14,15).
5.2 Plenitude de conhecimento. No céu não haverá escola nem ciência.
Mas, o conhecimento será perfeito. Os mistérios serão desvendados, temas
teológicos de difíceis compreensão, serão, enfim, compreendidos; e muitas
coisas encobertas, serão reveladas (Dt 29.29; 1Co 13.12). 5.3 Descanso
eterno. Em contraste com a vida presente, no céu não haverá necessidade de
corrermos de um lado para outro, na luta pela sobrevivência. Estaremos, para
sempre, livres de fadiga, cansaço e dores (Ap 14.13; 21.4).

5.4 Serviço. O céu não é um lugar de fadiga e cansaço, mas também não é
um lugar de inatividade. Está equivocado aquele que pensa que a única coisa
que faremos no céu é louvar a Deus. A Bíblia diz: “Por isso estão diante do
trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está
assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra... E ali nunca mais
haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e
os seus servos o servirão” (Ap 7.15; 22.3).

5.5 Gozo incomparável. Nem mesmo o maior prazer experimentado neste


mundo poderia ser comparado com o gozo que desfrutaremos no céu. O céu é
um lugar de gozo e de alegria permanente (Ap 19.7; 21.4).

5.6 Comunhão com Cristo. No céu seremos semelhantes a Cristo e O


veremos face a face. Por enquanto, a nossa comunhão com Ele é baseada na
fé. Nós oramos, adoramos e O servimos movidos por fé (1Pd 1.8). No entanto,
ao adentrarmos nas regiões celestes, poderemos vê-lo face a face (Jo 14.3;
2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 22.4).

CONCLUSÃO

O céu é um lugar real, onde a igreja estará, para sempre, com o seu noivo, o
Senhor Jesus Cristo. Todo aquele que recebeu a Cristo como Senhor e
Salvador de sua vida, deve desejar habitar neste lugar, preparado para o povo
de Deus (Jo 14.1-3).

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.


GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD. MCGRATH, Alister E.
Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD. MOODY, D. L. Comentário
Bíblico de João. PDF.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD

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