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UMA RESISTÊNCIA NADA FAMILIAR...

PRINCIPAIS IDEIAS

O artigo aborda a questão da resistência no contexto da análise psicanalítica, especialmente


quando há interferência familiar entre a dupla analítica. Algumas das principais ideias do artigo são:
 Importância da superação da resistência: Extrema importância de superar a resistência pois ela
pode se transformar em transferência negativa, colocando em risco o sucesso do tratamento.
 Manifestações da resistência: Como a resistência pode se manifestar como negação de
problemas, evitação de temas desconfortáveis, defesas psicológicas e falta de adesão ao tratamento.
 Interferência familiar: A presença de familiares pode dificultar o processo terapêutico, com
tentativas de invasão do espaço analítico e resistência à intervenção do analista, especialmente em
casos de pacientes considerados graves ou dependentes emocional e financeiramente desses.
 Efeitos da interferência familiar: Discute-se como a interferência familiar pode impactar a
organização psíquica da dupla analítica ao longo do tratamento, podendo estimular tanto a
transferência negativa quanto a positiva, sendo fundamental para o analista estar atento.

FORMAS DE RESISTÊNCIA

 Negando ou minimizando problemas: O paciente pode resistir em admitir a existência de certos


problemas ou conflitos internos, evitando abordá-los durante as sessões terapêuticas.
 Evitando certos temas: O paciente pode evitar discutir ou explorar certos temas desconfortáveis
ou dolorosos, desviando a atenção do que realmente precisa ser trabalhado.
 Defesas psicológicas: Mecanismos de defesa como racionalização, projeção ou negação podem
ser utilizados para evitar lidar com emoções ou pensamentos perturbadores.
 Falta de adesão ao tratamento: O paciente demonstra falta de comprometimento com o processo
terapêutico, faltando às sessões, chegando atrasado ou não seguindo as orientações do psicólogo.
 Transferências negativas: O paciente pode desenvolver transferências negativas em relação ao
terapeuta, resistindo a aceitar suas interpretações ou orientações.
 Repetição de padrões destrutivos: O paciente pode repetir padrões de comportamento
prejudiciais, mesmo após insights ou interpretações do psicólogo, mantendo assim a resistência.
INTERFERÊNCIA FAMILIAR NA ANÁLISE DO PACIENTE

 Barreira à intimidade terapêutica: A interferência familiar pode criar uma barreira à intimidade
e confidencialidade necessárias para o trabalho terapêutico, prejudicando a capacidade do paciente
de se abrir e explorar questões profundas, uma vez que a família possa pedir segredo, etc.
 Conflitos de lealdade: O paciente pode se ver em conflitos de lealdade entre os desejos e
expectativas familiares e o processo terapêutico, o que pode gerar ansiedade e resistência na análise.
 Invasão do espaço analítico: Tentativas de invasão do espaço analítico, com familiares tentando
influenciar o andamento da terapia, o que pode desviar o foco do trabalho terapêutico planejado.
 Estímulo à transferência positiva ou negativa: A interferência familiar pode tanto estimular a
transferência positiva, fortalecendo a aliança terapêutica, quanto a transferência negativa, gerando
conflitos e resistências adicionais, prejudicando o processo entre uma dupla que se torna trio.

AJUDANDO O PACIENTE A SUPERAR A RESISTÊNCIA

 Exploração do inconsciente: A resistência muitas vezes atua como uma barreira que impede o
acesso a conteúdo inconsciente significativo. Superar essa resistência permite que esses conteúdos
sejam explorados e trabalhados terapeuticamente, fortalecendo o vínculo terapêutico.
 Aprofundamento do processo: Ao superar a resistência, o paciente pode se abrir para explorar
questões mais profundas e dolorosas, o que pode levar a insights e transformações significativas.
 Construção da aliança terapêutica: A superação da resistência fortalece a relação entre paciente
e terapeuta, construindo uma aliança mais sólida e confiável para o progresso no tratamento.
 Prevenção da transferência negativa: Quando a resistência não é superada, ela pode se
transformar em transferência negativa, prejudicando a relação terapêutica e o andamento do
tratamento. Superar a resistência ajuda a evitar esse desdobramento.
 Promoção da mudança: Ao enfrentar e superar a resistência, o paciente tem a oportunidade de
promover mudanças significativas em sua vida, rompendo padrões de comportamentos
disfuncionais e alcançando maior bem-estar emocional.

“A relação analítica e seus efeitos são de difícil compreensão para aqueles que não se
aventuram a deitar em um divã. É natural que um parente ou um amigo íntimo, quando toma
conhecimento do conteúdo do nosso diálogo, julgue que a “conversa” que o paciente e o analista
travam é, no mínimo, esquisita e provavelmente ineficaz.” (CRISÉLIA CHAVES, p. 7, 2016).

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