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Reflexão crítica do filme “Selma, uma luta pela igualdade”.

DUVERNAY, Ava. [Filme -Vídeo]. Direção de Ava Duvernay. Estados Unidos.


Paramount Pictures. 2014.

O filme é baseado em fatos reais e retrata a história do ativista


político Martin Luther King Jr e seus seguidores em busca do direito
ao voto, sem restrições, da população negra nos Estados Unidos da
América.

O início do filme mostra Martin ganhando o prêmio Nobel da Paz


em 1964, devido ao seu ativismo pacífico no combate à
desigualdade racial e com a visibilidade e influência que a
premiação trouxe, foi inevitável a sua participação nas demais lutas
antirracistas.

Na época, apesar das leis vigentes permitirem que negros


pudessem votar, a prática se fazia diferente da teoria. Um exemplo
é o de Annie Lee Cooper que tenta tirar seu titulo eleitoral e tem seu
pedido negado além de ser humilhada pela sua cor de pele,
demonstrando ainda mais a segregação racial existente nos
Estados Unidos. A partir deste momento, Martin tenta convencer o
presidente Johnson a criar uma lei que dê mais liberdade e
igualdade aos negros, porém o presidente disse que não podia fazer
nada e que teriam pedidos mais importantes a serem solucionados
no momento do que os mencionados pelo ativista.

Diante dessa situação, King decide ir à Selma, local na qual existiam


muita violência e preconceito, tendo em vista que mais de 50% da
cidade era composta de negros e que, nem um deles, tinha o direito
ao voto. Sendo assim, várias pessoas se reúnem em frente ao
tribunal, exigindo seus direitos previstos por lei. Todavia, o Xerife
alega aos manifestantes que só poderão entrar pela porta dos
fundos e, diante da recusa de Martin, pela ilegalidade da atitude
segregatória, tem início uma briga entre policiais e manifestantes,
sendo muitos deles presos, inclusive Martin, que é solto um tempo
depois e a notícia da violência contra negros começa a se espalhar
pelo país.

Novamente o ativista tenta conversar com o presidente do país, que


se recusa a dar apoio, e então decide convocar uma marcha de
Selma até Montgomery, capital do Alabama. Apesar da ausência de
Martin na manifestação, muitos negros estiveram o representando
nessa luta pacifista. Ao ver a chegada dos protestantes, os policiais
utilizaram cassetetes e bombas de gás para dispersar essas
pessoas. Tais atos violentos forram presenciados por jornalistas,
que noticiaram os fatos, causando uma enorme comoção e
sensibilidade entre diversas pessoas.

Após esta conjuntura, Martin decide então convidar não somente


pessoas negras, mas também pessoas brancas que apoiavam o
movimento e esse tumulto claramente chamou a atenção do
governo. Desta vez, os guardas abriram as barreiras ao ver essas
pessoas brancas participarem do movimento, mas Martin recuou
com medo de ser uma armadilha. Essa estratégia além de ter dado
maior visibilidade à manifestação na segunda marcha também
deixou evidente o preconceito existente na cidade norte americana.

Um período após a marcha, um padre branco que esteve presente,


foi assassinado brutalmente por outra pessoa branca e
preconceituosa que não aceitava os direitos da população negra.
Após esse acontecimento, o presidente Johnson repensou a sua
decisão e decidiu decretar a lei que permitiu o voto direto de todos
os cidadãos norte americanos independente de sua cor/raça.

O filme deixa claro que somente a partir da morte de uma pessoa


branca foi tomada alguma providência a respeito da votação para
os negros, um direito legal visto a última constituição. É revoltante e
triste de se ver, pois a maioria das pessoas negras desse período
sofreram grandes violências e suas vidas foram marcadas por lutas
e manifestações de resistência durante toda sua trajetória.
Selma: Uma Luta Pela Igualdade consegue mostrar que apesar das
lutas terem sido ocorridas há mais de 50 anos, os problemas
relacionados à ideologia racista, ao preconceito e exclusão social
ainda são uma realidade de uma sociedade não muito distante, e
que apesar dos direitos já conquistados o filme deixa evidente a
grande diferença entre ter um direito e usufruir dele. Infelizmente, é
uma luta constante que não ficou apenas no passado e ainda se faz
muito presente na sociedade em que vivemos.

DISCENTE: Giovana Maia Alves


DOCENTE: Basilon Carvalho
CURSO: Odontologia
DISCIPLINA: Direitos Humanos
FACULDADE: Dom Pedro II
DATA: 04/03/2022

Salvador-BA

2022

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