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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CAMPUS PANTANAL
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Docente: Admª. Profª. Drª. Roosiley dos Santos Souza


Discente: Jéssica Padilha do Nascimento
Disciplina: Gestão de Inovação
Turma: 01/2024

Resumo - Inovação em Organizações de Economias Emergentes

Nos últimos anos, os mercados emergentes se tornaram uma força motriz na


economia global, impulsionando o crescimento, atração de investimentos e inclusão
social. Estimativas sugerem que cerca de 70% do crescimento econômico mundial
virá desses mercados. O crescimento é impulsionado principalmente pela ascensão
da classe média, especialmente na Ásia, Brasil e Índia. No entanto, ainda há bilhões
de consumidores excluídos, especialmente no segmento "bottom of the pyramid"
(BoP), cujas necessidades e comportamentos de consumo precisam ser melhor
compreendidos para orientar estratégias empresariais e políticas públicas. Além
disso, houve um aumento significativo nos investimentos diretos estrangeiros nas
últimas décadas, impulsionando o desenvolvimento tecnológico e a competitividade
global das economias emergentes através da aprendizagem, captura de valor e
desenvolvimento de capacidades tecnológicas.
O crescimento dos mercados emergentes impulsionou uma mudança da
inovação, levando as empresas multinacionais a descentralizar seus investimentos
em P&D e a adaptar suas estratégias de inovação para esses mercados. Países
como China e Índia emergiram como protagonistas globais nesse cenário. A reforma
dos sistemas nacionais e a criação de ecossistemas de inovação têm sido temas de
pesquisa, visando promover uma competição voltada ao mercado e o avanço
tecnológico através de startups e estratégias de internacionalização. Mostra que as
estratégias de inovação em economias emergentes não se limitam apenas a
tecnologias intensivas em ciência, mas também incluem inovações de processo e
incrementais, muitas vezes originadas do mercado internacional.
A nova riqueza das nações emergentes reside nas estratégias de inovação
local que combinam soluções frugais, sustentáveis e inclusivas, replicáveis em
mercados globais. Essas soluções, muitas vezes de baixa ou média complexidade
tecnológica, são moldadas pela escassez de recursos e vazios institucionais,
aproveitando heranças culturais e aprendizados locais. A "inovação de mercado
emergente" abrange essas soluções desenvolvidas e adaptadas para consumidores
locais e potencialmente transferíveis para outros mercados, emergentes ou
desenvolvidos.
O primeiro debate sobre a inovação em economias emergentes destacando a
importância das estratégias de proposição de valor compartilhado e da sinergia entre
diferentes tipos de inovação para o desempenho financeiro das organizações. A
interação entre instituições de economias emergentes e avançadas promove a
transferência de tecnologia e a cooperação global, especialmente em setores como
indústria 4.0, cidades inteligentes e internet das coisas. No entanto, políticas de
incentivo à inovação nessas economias devem considerar não apenas aspectos
tecnológicos e econômicos, mas também dimensões sociais e ambientais, exigindo
uma abordagem mais ampla e integrada. Essa reflexão também se estende aos
setores sensíveis, como mineração e agricultura, onde políticas de inovação
precisam equilibrar preocupações tecnológicas, econômicas, sociais e ambientais
para promover um desenvolvimento sustentável.
O segundo debate vai tratar do ecossistema de inovação e
empreendedorismo das organizações, onde, é crucial estruturar a gestão do
ecossistema de inovação para criar valor compartilhado entre todos os envolvidos.
Isso é um desafio maior nessas economias devido à fragilidade do ambiente de
inovação e das políticas de financiamento. Além disso, a inovação frugal, típica das
economias emergentes, destaca a necessidade de um ecossistema de inovação
conectado ao desenvolvimento local e à sustentabilidade, especialmente através de
parcerias com PMEs. O empreendedorismo social também depende de
ecossistemas de inovação para acontecer, já que os empreendedores são capazes
de identificar oportunidades únicas e construir ecossistemas não articulados pelas
instituições existentes.
Por fim, o terceiro destaca a inovação de serviços nas organizações de
economias emergentes, o crescente papel do setor de serviços na economia
mundial, impulsionado pela transformação digital e tecnologias como internet das
coisas e cidades inteligentes, destaca a importância da inovação nesse segmento.
As barreiras para a inovação de serviços em economias emergentes são
significativas, especialmente para serviços baseados em conhecimento e tecnologia.
Portanto, a gestão profissional da inovação de serviços é essencial. Este número
apresenta quatro modelos de gestão específicos para enfrentar esse desafio:
aplicação rápida por compressão, aplicação rápida experiencial, baseado na prática
e inovação deliberada a posteriori.
Nota-se como objetivo do texto destacar e mapear os interesses de pesquisa
relacionados à inovação em mercados emergentes. Revelou-se fragilidades nos
padrões de investimento em venture capital no Brasil e destaca a importância da
cooperação entre instituições públicas, organizações privadas e universidades para
impulsionar inovações típicas de economias emergentes, com foco na criação de
valor compartilhado e critérios de sustentabilidade e inclusão social.

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