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Química Inorgânica II

Curso Técnico em Química


Prof. Leonardo Viana
Introdução à química dos elementos
do bloco d e à química de
coordenação
Bloco d versus elementos de transição externa
Contração lantanídica

Os raios atômicos dos elementos da segunda série do bloco d ( ítrio - Y ao cádmio – Cd;
4d) são bem parecidos com os raios atômicos dos elementos da terceira série do bloco d
( lantânio - La ao mercúrio – Hg; 5d). Observe a tabela abaixo que mostra alguns
elementos dessas séries 4d e 5d. Essa semelhança é atribuída à contração lantanídica.
Tendências quanto aos pontos de fusão e
reatividade
• Os pontos de fusão costumam ser bem elevados para esses metais, fato
relacionado às fortes ligações metálicas que costumam fazer, bem como ao menor
tamanho de seus átomos. Por exemplo, o tungstênio (W) é o metal de maior P.F.
(3410 °C);

• Os elementos do grupo 12 (Zn, Cd e Hg) têm P.F. mais baixos. Isso está relacionado
à não participação de seus elétrons d nas ligações metálicas, ou seja, elas são mais
fracas. Para Hg, o fato dele apresentar alta energia de ionização contribui bastante
para o enfraquecimento de sua ligação metálica, a ponto de seus átomos formarem
uma substância líquida nas condições ambientes;

• Há metais considerados inertes (nobres), devido à baixa tendência em reagir. Esses


metais são os classificados como “metais do grupo da platina” (pelo fato de serem
encontrados na natureza com a platina, não por serem do mesmo grupo
periódico que ela), que é composto por: Ru (rutênio), Rh( ródio), Pd (paládio), Pt
(platina) e Ir (irídio). Além deles, há o Au (ouro) e Ag (prata) que apresentam
razoável nobreza. Em geral, esses metais têm elevados P.F. e alta energia de
ionização, contribuindo para a nobreza deles.
Os elementos do bloco d formam
muitos compostos de coordenação. O
que são tais compostos?!?!
- Compostos de adição e complexos
Quando se reúnem quantidades estequiométricas de duas ou mais
substâncias, podem-se obter novos compostos, ditos compostos de adição. Existem
duas classes diferentes de compostos de adição: os sal duplo (exemplificado no
“Composto 1” e o composto de coordenação, exemplificado no “Composto 2”):
Composto 1) KCl + MgCl2 + 6 H2O → KCl.MgCl2.6 H2O (s) (mineral carnalita)

Composto 2) CuSO4 + 4 NH3 + H2O(l) → CuSO4.4 NH3. H2O (s)


Observa-se que alguns compostos de adição perdem sua identidade quando em
solução; já outros a mantém.
A carnalita, por exemplo, só mantém essa identidade no estado sólido. Em
solução, existem K+(aq), Cl-(aq), Mg2+(aq) e, claro, água! É como se fosse uma solução
aquosa dos sais de KCl e MgCl2. No entanto, o composto 2 forma um íon de
estrutura “complicada”. Ou seja, a solução do composto 2 não consiste de Cu2+(aq) e
NH3(aq) livres. Verifica-se que ele forma um íon conhecido por
tetraamindiaquacobre(II), [Cu(NH3)4(H2O)2]2+(aq), além de existir SO42-(aq). Esse íon
de estrutura complexa e outros similares são estudados pelo ramo da Química
Inorgânica conhecido por QUÍMICA DE COORDENAÇÃO.
Os trabalhos de Alfred Werner
Composto Proporção estequiométrica
de AgCl precipitada
CoCl3.6NH3 (amarelo) 3 AgCl
CoCl3.5NH3 (vermelho) 2 AgCl
CoCl3.4NH3 (dois compostos: 1 AgCl
um verde e outro violeta).
Werner propôs que a teoria da
cadeia não poderia ser usada.

- Os compostos complexos acima foram estudados pelo químico alemão Alfred Werner.
Além de ele realizar os estudos com ensaios envolvendo solução de AgNO3, ele utilizou a
técnica de condutividade de soluções.
-Werner realizou um estudo detalhado sobre esses compostos “complexos”. No ano de
1892, antes da descoberta do elétron ( que foi descoberto em 1896) e antes da criação de
uma teoria de ligação química clássica (Teoria da Ligação de Valência), Werner conseguiu
prever estruturas de vários complexos, usando sua intuição química (muito bem
fundamentada!) e análise qualitativa e quantitativa clássicas.

-Seus estudos o garantiram, em 1916, o prêmio Nobel de Química.


Conceito atuais sobre química de coordenação
Atualmente, um complexo pode ser definido como um átomo metálico (ou íon)
rodeado por ligantes. A formação de um complexo pode ser entendida como uma
reação ácido-base de Lewis em que o ácido (o centro métalico) é um receptor de
pares de elétrons. Já as bases de Lewis (compartilhadoras de pares de elétrons) são
conhecidas por ligantes. O átomo do ligante que compartilha o par eletrônico é
denominado átomo doador ou sítio (local) de ligação.
A quantidade total de átomos doadores diretamente ligados ao centro metálico
é conhecida por número de coordenação (NC). A região ao redor do centro
metálico, onde as ligações coordenadas são estabelecidas, é chamada de esfera de
coordenação primária (valência secundária para Werner) . Já aquela onde os
contra-íons interagem, é a esfera de coordenação secundária (valência primária
para Werner).

Na figura ao lado, NH3 é o ligante (base de Lewis); o Co3+ é


o centro metálico (ácido de Lewis); o N é o átomo doador; as seis
moléculas de amônia compõem a esfera de coordenação primária;
como tem-se seis N compartilhando elétrons, o NC é igual a seis; a
carga sobre o complexo corresponde a sua valência primária. A carga
do complexo NEM SEMPRE é a mesma que a do íon metálico; já os
Cl- (contra-íons) constituem a esfera de coordenação secundária.
Outro agente quelante clássico é o EDTA. Ele é
bastante utilizado na Química Analítica.
O efeito quelato

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