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APOSTILA DE
QUÍMICA INORGÂNICA II
SÃO MATEUS, ES
COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO
SAIS DUPLOS E COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO
Uma solução aquosa de carnalita apresenta as propriedades dos íons K+, Mg+2 e Cl-.
Analogamente, o alúmen de potássio em solução aquosa mostra as propriedades do K+, Al+3 e
SO4-2 Estes compostos são chamados de sais duplos, ou adutos, e só existem no estado
sólido.
Os outros dois exemplos de compostos de adição comportam-se de maneira bem
diversa dos adutos. Quando dissolvidos, não formam os íons Cu+2, ou Fe+2 e CN-, mas formam
íons muito mais complicados estruturalmente, o íons tetraamincobre(II), [Cu(NH3)4(H2O)2]+2, e
o íons hexacianoferrato(II), [Fe(CN)6]-4. Estes íons são íons complexos e existem como
espécie única e própria. Os íons complexos são representados, comumente, entre colchetes
(ver apostila de nomenclatura dos compostos de coordenação). Os compostos de adição deste
tipo são chamados de Compostos de Coordenação, Complexos Metálicos ou simplesmente
de Complexos. A espécie central pode ser um íon ou um átomo, geralmente de um metal e os
ligantes podem ser íons ou moléculas neutras.
Espécie central: cátion, ânion ou átomo neutro (na maioria das vezes um metal de
transição) que são capazes de aceitar elétrons dos ligantes (ácidos de Lewis)
Ligantes: íons ou moléculas que tem a capacidade de doar elétrons para o átomo central
(bases de Lewis)
Os compostos de coordenação podem ser:
Neutros: [Ni(CO)4]
Iônicos: [Fe(CN)6]K4, [Cu(H2O)4]SO4
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1) TEORIA DE WERNER
A teoria de Werner, proposta em 1893, foi a 1ª tentativa de explicar a ligação existente
em compostos de coordenação. Deve-se frisar que esta teoria foi proposta antes da descoberta
do elétron por J. J. Thompson em 1896 e antes da formulação da Teoria eletrônica de valência.
Essa teoria e os 20 anos de trabalho associados a ela conduziram Alfred Werner, o primeiro
químico inorgânico, a receber o Prêmio Nobel de Química em 1913.
Os complexos devem ter sido um verdadeiro mistério sem os conhecimentos prévios
sobre ligações químicas ou a estrutura dos mesmos. Por exemplo: porque um sal estável como
o CoCl3 reagiria com um número variável de moléculas de NH3, para formar diversos novos
compostos como CoCl3.6NH3, CoCl3.5NH3 e CoCl3.4NH3? Quais seriam suas estruturas? Na
época de Werner a difração de raio-x, o mais poderoso método para determinar a estrutura de
cristais, ainda não havia sido descoberto. Werner não tinha à sua disposição nenhuma das
modernas técnicas instrumentais, de modo que todos os seus estudos foram realizados
mediante a interpretação de reações químicas.
Composto Cor Fórmula atual
CoCl3.6NH3 Amarelo [Co( NH3)6]Cl3
CoCl3.5NH3 Púrpura [Co( NH3)5Cl]Cl2
CoCl3.4NH3 Violeta (trans) [Co( NH3)4Cl2]Cl
CoCl3.4NH3 Verde (cis) [Co( NH3)4Cl2]Cl
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As medidas de condutância eletrolítica envolvem, geralmente, a determinação da
resistência de um segmento de solução compreendido entre dois eletrodos paralelos, por
aplicação da lei de Ohm. Estes eletrodos são de platina metálica, revestida de um depósito de
negro de platina, para aumentar a área e reduzir a resistência de polarização. As primeiras
medidas de condutância molar, em solução aquosa, foram feitas por Werner e Miolati, com o
objetivo de desvendar a estrutura de vários complexos contendo aminas.
2) TIPOS DE LIGANTES
Bidentado: quando um ligante se encontra ligado ao átomo central através de dois átomos
doadores. Ex.: Etilenodiamina (en) H2NCH2CH2NH2
Quando um ligante bi ou polidentado se liga a um único átomo central, diz-se que ele
forma um complexo “Quelato”.
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Os complexos nos quais um metal se encontra ligado a um único tipo de grupo doador
(ligante) são conhecidos como complexos homolépticos. Ex.: [Co(NH3)6]+3
Os complexos nos quais um metal se encontra ligado a mais de um tipo de ligante são
conhecidos como complexos heterolépticos. Ex.: [Co(NH3)4Cl2]+
3) NÚMEROS DE COORDENAÇÃO (NC) E GEOMETRIAS
Nos compostos de coordenação, os elementos de transição podem exibir NC que variam
de 2 a 12. No entanto, os mais comuns são 4, 5 e 6.
NC 2: os complexos com NC=2 são lineares e praticamente se restringem aos cátions: Cu+,
Ag+, Au+ e Hg+2, todos com configuração d10. Ex.: [CuCl2]-; [Ag(NH3)2]+; [AuCl2]- e HgCl2.
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4) COMPLEXOS POLIMETÁLICOS
Ligantes em ponte: faz a conexão entre Ligantes ambidentados: são ligantes com
dois átomos metálicos. Em geral, são átomos doadores diferentes. Por exemplo, o
ligantes monodentados que possuem esta íon tiocianato NCS- pode se ligar a um
função como os cloretos e hidretos. átomo metálico pelo N, para dar complexos
isotiocianatos, ou pelo S, para dar
Cl Cl Cl complexos tiocianatos.
Au Au
Cl Cl Cl
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6) CLASSIFICAÇÃO DOS LIGANTES
Os ligantes são classificados de acordo com o número de elétrons que eles doam
formalmente ao centro metálico.
1) Ligantes de um elétron (X): formam uma única ligação sigma e são designados de
ligantes tipo X. São exemplos desta classe de ligantes:
-Cl, -Br , -I, -OH, -CN, -CH3, -CH2R, -NR2, -OR, -CR=CRR’,
2) Ligantes de dois elétrons (L): são todos os ligantes que formam uma ligação pi com o
centro metálico. Em princípio, todos os fragmentos orgânicos com um par de elétrons livres
podem se coordenar ao centro metálico. No caso dos alcinos, uma única ligação pi deve
participar da ligação com o metal, assim como as piridinas (somente o par de elétrons do
nitrogênio deve estar envolvido na ligação). São exemplos desta classe de ligantes:
4) Ligantes de quatro elétrons (LL): esta classe inclui todos os ligantes pi bidentados, as
ciclobutadienilas, os dienos conjugados, etc.
RC CR (CH2)n
Olefinas não
η -ciclobutadienila →
4 R2C C C CR2
conjugadas →
RC CR M dienos
5) Ligantes de cinco elétrons (XLL): os principais ligantes desta classe são as η5-
ciclopentadienila e η5-pentadienilas.
η5-ciclopentadienila → η5-pentadienila →
6) Ligantes de seis elétrons (LLL): são em princípio todos os η6-arenos e similares, assim
como os cicloeptatrienos e ligantes pi tridentados.
Benzeno (Bz)
7) Ligantes de sete elétrons (XLLL): o mais comum tipo de ligante desta classe é o η7-
cicloeptatrienila.
η7-cicloeptatrienila.
7
8) Ligantes de oito elétrons (LLLL): o ligante típico desta classe é o η8-ciclooctatetraenila
η8-ciclooctatetraenila
8
Exceções a regra dos dezoito elétrons: são normalmente complexos ricos em elétrons
derivados de metais com configuração d8. Estes preferem formar complexos quadráticos com
16 elétrons. São em geral complexos contendo os seguintes metais: Rh(I), Ir(I), Ni(II), Pd(II) e
Pt(II).
Ex.: RhCl(PPh3)3
a) Coloca-se primeiro o símbolo do átomo central, seguido das fórmulas ou abreviações dos
ligantes iônicos e depois dos ligantes neutros. A fórmula do complexo é depois encerrada entre
colchetes, colocando-se como expoente sua carga, quando se tratar de espécie iônica.
b) Dentro de cada classe de ligante, as espécies são colocadas em ordem alfabética (sem
levar em conta os prefixos) em relação ao símbolo do átomo ligante. Exemplos: [CoN3(NH3)5]2+;
[PtCl3(C2H4)]+; [CoCl2(NH3)4]+; [CoH(N2){(C6H5)3P}3]; [OsCl5N]2-
c) Os sinais, parênteses, chave e colchetes, devem ser empregados nesta ordem, ou seja, [ { (
) } ], para englobar um conjunto de grupos idênticos e para evitar confusões nas fórmulas. Os
ligantes com mais de um átomo são colocados sempre entre parênteses (ou chaves) nas
fórmulas dos compostos de coordenação.
1) Nos nomes dos compostos de coordenação o nome do ânion deve preceder o do cátion e o
átomo central é citado após o(s) do(s) ligante(s):
2) O nome do complexo - aniônico, catiônico ou neutro - tem duas partes que se escrevem uma
se seguida à outra, com a preposição de mediana. Os ligantes comparecem primeiro e o átomo
metálico depois.
Fe(CN)64- Hexacianoferrato(II) de ...
3+
Co(NH3)6 ... de hexamincobalto(III)
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3) Os ligantes são identificados por um nome precedido por prefixo grego que dá o número de
unidades do ligante ligadas ao átomo. A ordem da nomeação dos ligantes é a alfabética (sem
levar em conta os prefixos).
a) Os ligantes aniônicos têm os nomes terminados em o. (Ver tabela de nomenclatura de
ligantes)
Para os ligantes H-, H2N-, HN2- e N3- a denominação usual, hidreto, amideto, imideto e
azoteto, respectivamente, são preferível em relação à hidro, amido, imido ou azido, por razões
de ambiguidade. Observa-se que, em português, os nomes dos haletos coordenados, com
exceção do F correspondem aos nomes dos elementos: cloro, bromo e iodo.
Ligantes aniônicos contendo prefixos numéricos (como trifosfato), assim como os tio-,
seleno- e teluro- derivados dos oxi-ânions (como tiossulfato), devem ser colocados entre
parênteses. Exemplos:
K[AuS(S2)] dissulfetotioaurato(III) de potássio
[Ru(HSO3)2(NH3)4] tetraaminbis(hidrogenossulfito)rutênio(II)
Na3[Ag(S2O3)2] bis(tiossulfato)argentato(I) de sódio
K2[OsCl5N] pentacloronitretoosmato(VI) de potássio
[CoH(N2){(C6H5)3P}3] dinitrogênio(hidreto)tris(trifenilfosfina)cobalto(I)
b) Os ligantes neutros têm em geral o nome da molécula. Há exceções importantes:
Molécula Fórmula Nome do Ligante
Água H2O Aqua
Amônia NH3 Amin
Monóxido de Carbono CO Carbonil
Monóxido de nitrogênio NO Nitrosil
c) Os prefixos que indicam o número de ligantes são:
mono (1 ligante - geralmente omitido)
di (2 ligantes)
tri (3 ligantes)
tetra (4 ligantes), etc.
d) Quando o nome do ligante também tem prefixo numérico, o número dos ligantes é
identificado por: bis (2), tris (3), tetraquis (4), pentaquis (5), hexaquis (6), etc.
[Co(en)3]Cl3 cloreto de tris(etilenodiamino)cobalto(III)
e) Uso de parênteses, chaves e colchetes nos nomes dos complexos: A justaposição de nomes
pode prejudicar a clareza ou conduzir a formas incorretas do ponto de vista ortográfico. Por
exemplo:
[CoCl3(NH3)2(H2NCH3)] diamintriclorometilaminacobalto(III)
Neste caso a colocação de parênteses em metilamina torna-se imprescindível para evitar a
ambigüidade com triclorometilamina (Cl3NCH3), portanto, o nome correto deste complexo é:
diamintricloro(metilamina)cobalto(III)
[Ru(HPO4)2(OH)2(NH3)2]3- íon diamindihidrogenofosfatodihidroxirutenato(III)
Neste exemplo existem duas letras h no interior do nome e uma letra r precedida de vogal, o
que está em desacordo com as regras de ortografia da língua portuguesa. A forma correta
implicaria na supressão dos h e na duplicação do r, ou seja:
diamindiidrogenofosfatodiidroxirrutenato(III)
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É preferível, entretanto, por uma questão de clareza, preservar a identidade dos constituintes
através de parênteses: diaminbis(hidrogenofosfato)di(hidroxi) rutenato(III).
4) A identificação do metal se faz pelo nome do átomo de metal quando o complexo é neutro
ou catiônico, ou pelo nome do átomo de metal com a terminação ato quando o complexo for
aniônico, algumas exceções são:
Para grupos de conexão ligados a dois centros através de átomos coordenantes diferentes, os
símbolos desses átomos são especificados após o nome do ligante.
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NOMENCLATURA DE LIGANTES COMUNS
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9) ISOMERIA EM COMPOSTOS DE COORDENAÇÃO
Nos compostos de coordenação existe uma série muito grande de possíveis ligantes.
Existem ligantes mono e poliatômicos, monodentados, polidentados e ambidentados. Os
complexos ue podem ser formados também podem apresentar esferas de coordenação onde
tais ligantes estão arranjados de várias formas, por exemplo, com geometrias diferentes e/ou
com ligações diferentes. Existem ainda complexos com esfera interna e esfera externa. Em
função disto, é possível que um mesmo composto apresente diferentes formas de organização
e disposição dos ligantes, resultando em isômeros.
Em química, isômeros de uma dada molécula podem ser definidos como: espécies
contendo a mesma composição estequiométrica e a mesma massa molar (mesma fórmula
química), mas que apresentam alguma característica que permite distinguir umas das outras
por algum método físico ou químico.
Todos os isômeros moleculares podem ser agrupados em duas classes:
1) Isômeros Estruturais ou de constituição: distinguidos por diferentes
ligações entre seus átomos.
2) Estereoisômeros ou Isômeros de Configuração: distinguidos pelos diferentes arranjos
dos átomos no espaço.
Dentro de cada uma destas classes, vários tipos de isomeria podem estar presentes. Na
Figura abaixo estão resumidos alguns destes tipos de isomerias que são comuns em
compostos de coordenação.
Isomeria de Ionização: Pode ocorrer para complexos com carga (complexos de esfera
externa). Neste tipo de isomeria há o intercâmbio entre um dos ligantes da esfera interna com o
contra-íon da esfera externa. Veja um exemplo na Figura abaixo.
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Os dois isômeros, [CoBr(NH3)5]SO4 e [Co(SO4)(NH3)5]Br podem ser distinguidos pelas
suas cores: o primeiro é violeta e o segundo é vermelho. Eles podem ser identificados por
métodos químicos ou físicos. Por exemplo, os complexos podem ser identificados através de
testes químicos através da precipitação de sulfatos e brometos iônicos. Um método físico de
identificação destes isômeros é a espectroscopia no infravermelho. Sulfato livre (atuando como
contra íon neste caso) dá apenas uma banda devido ao estiramento S-O na região
característica, enquanto sulfato atuando como ligante (tendo um dos oxigênios atuando como
átomo doador) dá origem a três bandas características.
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[Co(ONO)(NH3)5]Cl2, (coordenado pelo O) o ligante (NO2)- dá duas bandas características em
1065 e 1470 cm-1, enquanto para o complexo [Co(NO2)(NH3)5]Cl2 (coordenado pelo N) têm-se
duas bandas em 1310 e 1430 cm-1.
a) cis – trans: pode ocorrer quando se tem complexos quadrado planos de fórmula [MA2B2] ou
para complexos octaédricos de fórmula [MA2B4], onde M representa um metal, A um tipo de
ligante e B um ligante diferente de A. Assim, compostos com estas fórmulas podem apresentar
somente duas formas distinguíveis de organização dos ligantes na esfera de coordenação: a
organização na forma cis e a organização na forma trans, ou seja, são possíveis apenas dois
isômeros geométricos. Um isômero será classificado como cis se os dois ligantes iguais
estiverem em posições adjacentes na estrutura. Se estes dois ligantes estiverem dispostos em
posições diametralmente opostas, o isômero será denominado trans. A Figura abaixo mostra
dois exemplos, um complexo quadrado plano e outro para complexo octaédrico.
b) fac – mer: pode ocorrer quando se têm complexos octaédricos de fórmula [MA3B3].
Compostos com fórmula química com esta estequiometria e com esta geometria podem
apresentar somente duas possibilidades de organização dos ligantes na esfera de
coordenação: uma forma fac (que vem de facial) e uma forma mer (que vem de meridiano). O
isômero fac tem seus grupos de três ligantes iguais distribuídos nos vértices de uma das faces
(triangulares) do octaedro e, por conseqüência o outro grupo forma a face oposta. O isômero
trans tem um de seu grupo de três ligantes distribuídos ao longo de uma “linha” (meridiano).
Estes são os únicos dois isômeros possíveis para este tipo de isomeria. A Figura a seguir
mostra um exemplo de dois isômeros para um complexo de rutênio.
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Isômeros geométricos: mer-[RuCl3(py)3] e fac- [RuCl3(py)3], respectivamente. Neste caso, “py”
representa o ligante piridina. As linhas pontilhadas apenas enfatizam a disposição dos grupos de
ligantes. No isômero fac, os H do ligante piridina estão omitidos.
Isomeria Ótica: Aqui abordaremos apenas de forma simplificada a idéia de isomeria ótica.
Para compostos de coordenação, os casos importantes de complexos que podem apresentar
isomeria ótica ocorre para os tris(quelato)complexos, como o [Cr(acac)3] e o [Co(en)3]+3. Para
que complexos como estes apresentem isomeria ótica ele deve apresentar dois isômeros que
seriam equivalentes à imagem especular um do outro, e a disposição destes isômeros é tal que
se tentássemos sobrepô-los isso não ocorreria de forma idêntica.
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Por exemplo, se pudermos isolar cada um dos isômeros, veremos que um desvia a luz
polarizada em um sentido e o outro no sentido oposto. Qual o grau de desvio e qual o sentido é
uma questão um pouco mais complexa, e depende de alguns fatores, inclusive do comprimento
de onda da luz utilizada. Assim, desde que estes complexos possam existir,
estereoquimicamente falando, por tempo suficiente, eles apresentarão atividade ótica
(capacidade de desviar o plano da luz polarizada).
Em resumo:
Molécula quiral → isômeros óticos → atividade ótica → desvio Luz Polarizada
Em relação à isomeria, deve ser percebido que um mesmo complexo pode apresentar
concomitantemente vários dos tipos descritos possibilitando, em alguns casos, a existência de
muitos isômeros. Vamos analisar o complexo [Co(NO2)2(NH3)4]Cl. Ele é um complexo de esfera
externa, de fórmula [MA2B4], com um ligante ambidentado. A partir disso são possíveis os
seguintes tipos de isomeria:
• Isomeria de ionização devido à possibilidade de intercambio entre o ligante (NO2)- e íon Cl-.
Os princípios envolvidos na ligação química nos complexos dos metais de transição, não
diferem daqueles que prevalecem em outros compostos. Entretanto, como os metais de
transição possuem orbitais d parcialmente preenchidos, surgem peculiaridades que tornam
conveniente um tratamento à parte da ligação química nos compostos desses metais.
Três são os modelos teóricos de importância no estudo dos compostos de coordenação.
Esses modelos possuem complexidade crescente, cada um deles respondendo a mais
questões do que o anterior. O primeiro deles foi a aplicação aos complexos da TLV por Pauling
em 1931. Essa teoria foi muito popular até o início da década de 50, quando passou a
predominar a Teoria do Campo Cristalino (TCC), desenvolvida por Bethe e van Vleck. Embora
a TCC tenha sido proposta na mesma época que a TLV, seu enfoque era mais voltado para a
física. Ela só veio a ser aplicada a compostos de coordenação 20 anos mais tarde. Hoje em dia
prevalece a TOM, que engloba a TLV e a TCC.
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TEORIA DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (TLV)
Segundo Pauling, a formação de um complexo pode ser vista como uma reação entre
um ácido de Lewis (espécie central) e uma base de Lewis (ligante), formando uma ligação
covalente coordenada entre essas espécies. Portanto, os ligantes são doadores de pares de
elétrons e a espécie central um receptor de elétrons.
Para explicar a geometria dos compostos, Pauling propôs que os orbitais atômicos da
espécie central sofram hibridização, de tal forma que os novos orbitais atômicos híbridos (OAH)
tenham a simetria do complexo. Os elétrons doados pelos ligantes ocupam esses OAH
formados. Então, pares de elétrons doados pelos ligantes, entram em OAH do íon central. Mas
em quais orbitais? Isto depende do número de coordenação e da geometria do complexo. Para
justificar a geometria conhecida dos compostos de coordenação, Pauling propôs as
hibridizações:
NC Geometria Hibridização Exemplo
2 Linear sp [Cu(NH3)2]+
4 Tetraédrica sp3 [Zn(NH3)4]+2
4 Quadrática dsp2 [Ni(CN)4]-2
6 Octaédrica d2sp3 ou sp3d2 [Cr(NH3)6]+3
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Limitações da TLV: a TLV foi muito popular durante 20 anos, pois ela racionalizou as
geometrias e propriedades magnéticas observadas nos complexos. Entretanto, não foi capaz
de prevê-las nem de justificá-las.
• Não pode explicar porque alguns complexos de Ni(II) são octaédricos e outros
tetraédricos
• Porque alguns ligantes formam complexos mais estáveis que outros?
• Não explica a cor e as características espectrais dos complexos
• Existe um problema adicional: devido à doação de elétrons dos ligantes para o átomo
central, esse fica excessivamente negativo, o que não é normal para um metal.
A TLV que durante 30 anos foi a teoria utilizada para elucidar a ligação em compostos de
coordenação e foi o primeiro modelo teórico que explicou várias propriedades destes pode ser
criticada em dois pontos fundamentais:
1º) A doação de elétrons dos ligantes para os orbitais atômicos do metal acarretaria em um
excesso de carga negativa no metal. Pauling contra argumentou da seguinte forma:
- Os átomos doadores no ligante podem ser altamente eletronegativos e os elétrons não seriam
igualmente compartilhados entre o metal e o ligante. Logo, os elétrons ficam mais próximos do
ligante do que do metal, o que contribui para não produzir carga muito negativa sobre o átomo
metálico central.
- No caso de compostos formados por moléculas como CO, NO, etc., que possuem menor
eletronegatividade que o flúor, pode haver estabilidade mesmo com o metal em baixo estado
de oxidação. A estabilidade decorre do fato de o metal poder diminuir sua carga negativa
mediante retrodoação de elétrons dos orbitais d do metal para os orbitais pi antiligantes vazios
do ligante. (Ni-CO≡O ↔ Ni+=C=O-) estruturas de ressonância.
2º) A TLV não explica a cor dos metais de transição, pois considera os orbitais d do metal
degenerados.
Essa teoria postula que a única interação existente entre o íon central e os ligantes é de
natureza eletrostática, onde os ligantes são considerados cargas pontuais. Esse modelo não
espelha fielmente a realidade, pois os ligantes têm tamanhos pelo menos comparáveis ao da
espécie central e evidências experimentais mostram que as ligações possuem certo caráter
covalente. Entretanto, a TCC é tão simples e fornece resultados tão razoáveis que sua
discussão torna-se útil.
No modelo da TCC, a interação eletrostática metal-ligante remove parcialmente a
degeneração dos cinco orbitais d que existe no íon metálico isolado.
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COMPOSTOS OCTAÉDRICOS
Um íon metálico está situado na
origem de um sistema de eixos
cartesianos e seis ligantes
aproximam-se segundo os eixos,
criando um campo elétrico
octaédrico.
No entanto, em um campo
octaédrico, a interação metal-ligante
não será igual para os cinco orbitais
d.
A interação será maior para os orbitais que têm seus lóbulos dirigidos segundo os eixos
cartesianos (orbitais eg). Essa interação diferenciada implica na remoção parcial da
degenerescência dos orbitais
A diferença de energia entre os orbitais eg e t2g, qualquer que seja o seu valor em
termos de kJ/mol, é definida como 10Dq ou ∆0 e denomina-se Desdobramento do campo
cristalino.
Considerando que, em relação ao íon num campo elétrico esférico, a energia média dos
orbitais atômicos d deve manter-se constante, cada orbital eg sofre uma desestabilização de 6
Dq (ou 0,6 ∆0) e cada orbital t2g sofre uma estabilização de 4 Dq (ou 0,4 ∆0) para cada elétron.
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O valor numérico de 10 Dq é uma medida da força
do campo eletrostático. Esse valor pode ser
determinado a partir de dados espectrais e é
característico para cada complexo.
Vamos considerar o caso mais simples, de um complexo de configuração d1: [Ti(H2O)6]+3. Com
relação ao íon num campo esférico, a energia do elétron d será 4 Dq mais baixa.
E
-4 Dq
Campo Campo
Esférico Octédrico
E E
t2g4eg0 t2g3eg1
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Na primeira alternativa, a EECC = 4 x (-4 Dq) = -16 Dq aumentada de P, onde P é a
energia gasta para forçar o emparelhamento do elétron no mesmo orbital. Portanto:
EECC = -16 Dq + P.
Na segunda alternativa, a EECC = 3 x (-4 Dq) + 1 x 6 Dq = -6 Dq.
A situação energética favorável será preferida e isto vai depender do valor de P e 10 Dq.
10 Dq é uma medida da força do campo. O campo é dito forte se 10 Dq > P. Neste caso,
o 4º elétron ocupará um dos orbitais t2g, situação que corresponde a Spin Baixo. O campo é
dito fraco se 10 Dq < P, e será favorável que o 4º elétron ocupe um dos orbitais eg, situação
que corresponde a Spin Alto.
Campo fraco: pequena diferença de energia entre os orbitais t2g e eg; valor de 10 Dq
pequeno; gera complexos de spin alto.
Campo forte: grande diferença de energia entre os orbitais t2g e eg; valor de 10 Dq
grande; gera complexos de spin baixo.
A tabela que segue relaciona alguns valores de energias correspondentes a 10 Dq e P
envolvendo complexos octaédricos, bem como os spins previstos e observados
experimentalmente.
10 Dq Transição d-d
eg t2g
Campo Campo
Esférico Octédrico
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Seu valor pode ser obtido através do espectro de absorção do composto, que mostra a
quantidade de radiação eletromagnética que é absorvida por uma amostra em função do
comprimento de onda. A diferença de energia entre os orbitais d (10 Dq) é da mesma ordem de
grandeza da energia de um fóton de luz visível. É, portanto, possível para um complexo de
metal de transição absorver luz visível, que excita um elétron dos orbitais d de mais baixa
energia para os orbitais d de mais alta energia.
Para complexos com mais de um elétron d é mais complicado obter o valor de 10 Dq,
porque a energia de transição depende não somente das energias dos orbitais, mas também
das energias de repulsão entre os vários elétrons presentes. Este aspecto é mais bem tratado
pela Espectroscopia Eletrônica para os complexos.
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número de oxidação do íon metálico, maior o valor de 10 Dq. Um nº de oxidação +3 já é
bastante elevado, de modo que os complexos desses íons são de spin baixo, na maioria
dos casos.
b) Período do metal → quanto maior o período, maior o valor de 10 Dq. Aumenta ao se
descer no grupo, pois como n é maior os elétrons d podem ser acomodados mais
facilmente.
c) Simetria do campo ligante → O valor de 10 Dq depende do número de ligantes de seu
arranjo em torno da espécie metálica. Em princípio, quanto maior o número de ligante,
mais forte o campo. Por isso 10 Dq para complexos octaédricos é maior que para os
tetraédricos.
d) Natureza do ligante → O parâmetro de desdobramento do campo ligante varia
sistematicamente de acordo com a identidade do ligante. A evidência empírica para esta
tendência foi a observação, pelo químico japonês R. Tsuchida, de que há certas
regularidades no espectro de absorção à medida que os ligantes de um complexo são
variados. Por exemplo, nas séries dos complexos [CoX(NH3)5]+n com X= I-, Br-, Cl-, H2O
e NH3 as cores mudam de púrpura intenso (para X= I-) para o rosa (para X= Cl-) e para o
amarelo (para X= NH3). Esta observação indica que há um aumento na energia de
transição eletrônica de mais baixa à medida que os ligantes variam ao lonog da série.
Esta variação é bastante geral, já que a mesma ordem dos ligantes é seguida
independente da identidade do íon metálico. Baseado nestas informações, Tsuchida
propôs que os ligantes poderiam ser arranjados em uma série espectroquímica.
I-<Br-<S-2<Cl-<NO3-<F-<OH-<EtOH<Ox<H2O<EDTA<Py=NH3<em<Dipy<NO2-<PPh3<CN-<CO
Campo Fraco Campo Forte
COMPOSTOS TETRAÉDRICOS
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O diagrama de níveis de energia correspondente é
o inverso da coordenação octaédrica.
O desdobramento do campo cristalino é menor.
Por isto, até hoje só foram encontrados complexos
com spin alto (campo fraco).
O tetraedro não contém um centro de simetria, de
modo que os índices “g” e “u” não se aplicam.
COMPOSTOS QUADRÁTICOS
Os complexos quadráticos, onde 4 ligantes estão arranjados ao redor do íon metálico
em um plano podem ser visualizados como formados pela remoção de dois ligantes ao longo
do eixo z do complexo octaédrico.
O orbital dz2 é agora mais baixo em energia do que o dx2-y2, porque os ligantes ao longo
do eixo z foram removidos. Os complexos quadráticos são característicos de íons metálicos
com configuração d8. São quase sempre de spin baixo e diamagnéticos.
26
Enunciado: “Se a configuração eletrônica fundamental de um complexo não linear apresenta
degenerescência orbital, o complexo distorcerá para remover a degenerescência e alcançar
menor energia.”
dx2-y2 +1/2δ1
δ1
eg −1/2δ1
dz2
dxy
+2/3δ2
δ2
t2g −1/3δ2
dxz dyz
27
E
dz2 +1/2δ1
δ1
eg −1/2δ1
dx2-y2
t2g δ2
−2/3δ2
dxy
Campo octaédrico Distorção tetragonal
perfeito alongamento segundo os eixos xe y
28
Evidência do efeito Jahn-Teller no complexo [Ti(H2O)6]+3.
29
LIMITAÇÕES DA TCC
A TCC é bem sucedida em explicar as formas dos complexos, de seus espectros, de
suas propriedades magnéticas e de sua estabilidade. A desvantagem é o fato de ela ignorar as
evidências de que interações covalentes ocorrem em muitos complexos:
• Compostos com o metal no estado de oxidação zero e com ligantes não aniônicos como
[Ni(CO)4], não apresentam nenhuma atração eletrostática entre o metal e os ligantes.
Portanto, a ligação deve ser covalente.
• A ordem dos ligantes na série espectroquímica não pode ser explicada apenas
considerando-se as forças eletrostáticas. Por exemplo: porque H2O é um ligante de
campo mais forte que OH-? Porque CO é um ligante de campo mais forte de todos se é
uma molécula neutra e com momento dipolar igual a zero?
A TCC fornece um modelo conceitual simples e pode ser usada para interpretar
espectros e dados termoquímicos apelando para os valores empíricos de 10 Dq. Entretanto, a
teoria é deficiente, porque trata os ligantes como cargas pontuais ou dipolos e não leva em
consideração a sobreposição dos orbitais dos ligantes e do metal.
A TCL é uma aplicação do TOM que se concentra nos orbitais d do metal e fornece uma
ferramenta mais substancial para o entendimento de 10 Dq. A estratégia para descrever o
orbital molecular de um complexo metálico segue procedimentos similares aos descritos para
moléculas poliatômicas do grupo representativo: os orbitais de valência do metal e do ligante
são usados para gerar combinações lineares formadas por simetria (CLFS) e usando as
energias empíricas e as considerações de sobreposição estimar as energias relativas dos OM.
A abordagem inicial da TOM para complexos octaédricos pode ser resumida nos
seguintes passos:
1º) Identificar os orbitais atômicos de valência
2º) Combinar os orbitais atômicos de modo a obter OML e OMAL
30
Os OM são ocupados pelos elétrons
segundo a ordem crescente de suas
energias, respeitando o Princípio de
Pauling e a Regra de Hund.
Quanto maior a superposição dos orbitais atômicos mais estáveis serão os OML e mais
instáveis serão os OMAL. Com isto, maior será a diferença d energia correspondente a 10 Dq.
Assmi, segundo a TCL, os complexos serão de spin alto ou baixo dependendo do quão
eficientes são as ligações covalentes entre o metal e os ligantes.
1º) As energias dos orbitais da camada de valência dos metais serão maiores que as dos
orbitais cheios do tipo sigma dos átomos doadores os quais são mais eletronegativos que os
metais;
2º) Os orbitais moleculares pode ser dispostos na seguinte ordem de energia: OM ligantes
abaixo dos OMNL e estes abaixo dos OMAL;
3º) Os orbitais ns e np da camada de valência do metal terão maior alcance que os orbitais (n-
1)d e, portanto, apresentarão maior recobrimento e maior interação.
31
No diagrama de OM há dois OMAL eg* que, junto com os orbitais t2g, abrangem os OM
equivalentes aos níveis eg e t2g no modelo da TCC. Desta maneira, o modelo do OM contém o
32
modelo TCC, mas existe uma diferença fundamental entre os dois. No modelo de OM, a
ocupação dos orbitais eg* opõe-se à ligação oriunda da ocupação do nível ligante eg de menor
energia. Desta maneira, em um complexo octaédrico de um íon d10 como Zn+2, no qual os
orbitais eg* se encontram totalmente ocupados com quatro elétrons, a ordem de ligação sigma
efetiva seria 4 e não 6. Na prática, os complexos dos íons d10 são normalmente tetraédricos em
vez de octaédricos.
Uma vez que o diagrama de níveis de energia dos OM tenha sido estabelecido, o
princípio do preenchimento pode ser usado para chegar à configuração eletrônica do estado
fundamental do complexo. Lembrando que os elétrons d estão confinados ao metal (orbitais t2g
e eg*) enquanto os elétrons dos ligantes estão nos OM ligantes.
Utilizando-se das definições de simetria que serão mais bem abordadas na teoria de
grupo, os orbitais dos ligantes que possuem simetria adequada para interagir com qualquer um
dos orbitais d do metal de simetria t2g são os orbitais p do tipo π e também de simetria t2g. Esta
interação produz os OM t2g e t2g*.
É um ligante que antes que qualquer ligação com o metal seja considerada, possui
orbitais preenchidos de simetria pi ao longo do eixo M-L. As energias deste orbitais são
normalmente próximas, mas um pouco mais baixas em relação àquelas dos orbitais d do metal.
É comum os ligantes deste tipo não possuírem orbitais π vazios de baixa energia. O efeito dos
orbitais t2g do ligante na formação da ligação pi com os orbitais t2g do metal, é levar a um
decréscimo de 10 Dq, por deixar o orbital t2g* mais próximo do orbital eg*.
M
π
33
Ligantes π-receptores (M→L)
É um ligante que possui orbital π completo em energia mais baixa (normalmente) do que
os orbitais t2g do metal; ele também possui orbital π* vazios que possui energia mais alta que
os orbitais d do metal.
Este tipo de ligante como o CO, N2, PPh3, NO, etc., aceitam densidade eletrônica do
centro metálico. O resultado final é que 10 Dq aumenta pela interação π-receptora. Esta
interação onde o ligante aceita densidade eletrônica do metal é chamada de retrodoação. Isto
normalmente ocorre com centros metálicos que possuem uma grande densidade eletrônica e
os ligantes possuem orbitais atômicos vazios com simetria adequada para interagir com o
orbital t2g do metal formando a ligação pi.
34
π)
AVALIAÇÃO DO PAPEL DA LIGAÇÃO PI (π
A ordem dos ligantes na série espectroquímica deve-se parcialmente às forças com os
quais eles podem participar na ligação sigma M-L. Por exemplo, ambos CH3- e H- estão
localizados próximos do final da série espectroquímica porque eles são doadores sigma muito
35
fortes. Entretanto, quando a ligação pi é significativa, ela tem uma influência forte no valor de
10 Dq: ligantes pi doadores levam a um decréscimo de 10 Dq e ligantes pi receptores levam a
um aumento de 10 Dq. Este efeito é responsável pelo CO estar localizado no final da série
espectroquímica e o OH- no início. A ordem global da série espectroquímica, grosso modo,
pode ser interpretada como que dominada pelos efeitos pi e, em geral, a série pode ser
interpretada por:
Aumento de 10 Dq → π-doador< π-doador fraco < nenhum efeito π < π-receptor
A LIGAÇÃO SINÉRGICA E O PRINCÍPIO DA ELETRONEUTRALIDADE
No modelo de orbital molecular consideramos ligação M-L nos complexos octaédricos,
de modo a avaliar os efeitos da ligação pi no parâmetro de desdobramento do campo cristalino.
Entretanto, às vezes torna-se mais simples examinar uma única unidade metal-ligante ao se
considerarem as interações M-L. Esse exame é útil na discussão do princípio da
eletroneutralidade, segundo o qual a carga em um centro metálico em um complexo deveria
ser mais ou menos igual a zero, após se levar em consideração a doação eletrônica dos
ligantes.
Em uma ligação sigma puramente covalente entre o íon metálico e o átomo doador do
ligante, os dois elétrons poderiam ser igualmente distribuídos, um para o metal e outro para o
ligante. Isso implicaria que um íon como o Co+3 com seis ligantes receberia um elétron de cada
ligante e sua carga líquida seria -3, violando o princípio da eletroneutralidade. Normalmente, as
ligações dativas são muito polares e os átomos doadores, sendo os mais eletronegativos,
reteriam mais densidade eletrônica. Portanto, a transferência líquida de ½ elétron por ligante,
dando um centro de cobalto neutro pareceria razoável. Infelizmente, esse raciocínio não
funciona para os complexos de metais de transição em estado de oxidação baixo como o
[Cr(CO)6]. Nesse composto, o seu estado de oxidação é zero e assim, a doação de elétrons
pelos ligantes parece inaceitável. Entretanto, se os ligantes forem capazes de aceitar carga dos
orbitais d ocupados do metal em seus orbitais π*, a doação sigma dos ligantes para o metal
poderá ser compensada, pelo menos parcialmente, pela retrodoação pi do metal para os
ligantes.
36
São várias as evidências experimentais da ligação sinérgica, mas a evidência mais
direta é a proveniente dos estudos espectroscópicos no infravermelho (IV) de ligantes
coordenados como o CO. A freqüência de estiramento da ligação C-O do CO livre, γmax. (CO), é
2147 cm-1, resultante da ordem de ligação igual a 3. O valor de γmax. (CO) é uma medida da
força da ligação C-O; à medida que a ordem de ligação vai reduzindo pela retrodoação, o valor
de γmax. (CO) também deve diminuir. Este é exatamente o comportamento observado para as
carbonilas metálicas binárias, sendo que quanto mais baixo for o estado de oxidação formal do
metal mais baixo será o valor de γmax. (CO).
De fato, quanto mais baixo é o estado de oxidação do metal, maior é sua capacidade de
doar carga aos orbitais π* do ligante CO e menor é a OL do CO. Outros ligantes deste tipo
como N2, NO, CN- e RC≡C- comportam-se de maneira semelhante.
Outro tipo de ligantes que também podem receber certa densidade eletrônica através da
retrodoação são as organofosfinas R3P. Os primeiros modelos a descreverem a ligação destes
ligantes sugeriram que os orbitais d vazios do fósforo eram os orbitais receptores π, mas
estudos mais recentes mostraram que algumas combinações de orbital σ* (com relação às
ligações P-C) interagem melhor com os orbitais cheios do tipo π do metal.
Outro conjunto de dados interessantes refere-se às carbonilas metálicas do tipo
[M(CO)3L3] nas quais os ligantes L ficam em posições trans em relação às carbonilas e
competem com elas pelos elétrons do elemento central, provocando mudanças nas
freqüências de vibrações C-O. Dependendo de L ser mais forte ou mais fraco do que o CO
como π-aceptor, as ligações entre o metal e os dois ligantes ficarão entre os limites: L=M−C=O
e L−M=C=O.
Ordem decrescente de π-aceptores
NO>CO≅RCN≅PF3>PCl3>PCl2OR>PBr2R>PCl(OR)2>PClR2>P(OR)3>PR3≅SR2>RCN>o-
fenantrolina>alquilamina>éteres>alcoóis.
Teorias de Ligação
1) Escreva as configurações eletrônicas dn para os seguintes íons: Mn3+, Co3+, Fe3+, Ni2+, Au+, Cd2+,
Cr2+.
2)O íon Pt4+ forma um composto de coordenação com a fórmula Pt(NH3)4Cl4. O tratamento de um mol
deste composto com AgNO3 dá dois mols de AgCl. Deduza a estrutura do composto e dê a carga do íon
complexo.
3) Determine o número de elétrons, a valência do metal e o número de coordenação para os complexos
abaixo:
a) [Cu(NH3)4]+ b) [NiCl4]2- c) [Co(NH3)6]3+ d) Fe(CO)5 e) [Fe(CN)6]3- f) Cr(CO)6
g) [IrCl(CO)(PPh3)2] h) FeCl2(H2O)2(en) i) Ni(CO)4 j) [Cu(CN)4] k) [Cr(NH3)6]3+
3-
37
6) O complexo [Ni(CN)4]2- é diamagnético e o complexo [NiCl4]2- é paramagnético com dois elétrons
desemparelhados. Já o [Fe(CN)6]3- tem um elétron desemparelhado enquanto o [Fe(H2O)6]3+ têm cinco.
a) Explique esses fatos usando a TLV.
b) Explique esses fatos usando a TCC.
7) Platina e Níquel pertencem à mesma família, no entanto o [NiCl4]2- e o [PtCl4]2- diferem na cor e
propriedades magnéticas. Explique por que isto ocorre.
8) Quais dos complexos abaixo são paramagnéticos?
a) [Rh(NH3)6]3+ b) Cr(CO)6 c) [Ti(H2O)6]3+ d) [Cr(NH3)6]3+ e) [Fe(H2O)6]3+ f) [Fe(CN)6]3-
9) As medidas magnéticas indicam que o [CoF6]3- tem quatro elétrons desemparelhados, enquanto que
o [Co(NH3)6]3+ não têm. Classifique o íon fluoreto e a molécula de amônia como ligante de campo forte
ou fraco.
10) Dê o número de elétrons desemparelhados de cada um dos seguintes complexos:
a) [TiF6]3- b) [FeCl6]3- c) [Fe(CN)6]3+ d) [Zn(NH3)4]2+ e) [Cu(NH3)4]2+ f) [CoF6]3-
11) Por que complexos de alto spin e baixo spin não são observados em complexos octaédricos d3?
12) Por que os complexos de Zn2+ são incolores?
13) Por que para complexos tetraédricos existe apenas campo fraco?
14) Qualifique os seguintes ligantes (campo forte ou campo fraco) de acordo com a série
espectroquímica: NH3, F-, CO, NO3-, S2-, OH- e H2O.
15) Quais os fatores que influenciam 10Dq?
16) Baseado na TCC, faça um diagrama de níveis de energia de orbitais mostrando a configuração dos
elétrons “d” para os seguintes complexos:
a) [Cr(H2O)6]3+ b) [Fe(H2O)6]3+ c) [Ru(NH3)6]3+ d) [Ni(dipy)3]3+ e) [Co(NH3)6]3+ f) [Fe(CN)6]3-
17) Calcule a EECC para os complexos acima.
18) O complexo [Fe(CN)6]4- absorve luz de comprimento de onda 305 nm. Qual o valor (em kJ/mol) do
desdobramento do Campo ligante?
19) Estime o desdobramento do campo ligante para os seguintes complexos, conhecendo o
comprimento de onda de máxima absorção:
a) [CoCl6]3- (λmáx = 740 nm) b) [Cr(NH3)6]3+ (λmáx = 460 nm) c) [Cr(H2O)6]3+ (λmáx = 575 nm)
20)Utilizando o diagrama visto em aula, faça o preenchimento eletrônico dos OAs e dos OM para o íon
[Ti(H2O)6]3+. O complexo é colorido? Qual o comportamento magnético do complexo?
21) Quais os orbitais “d” são usados para formar ligações σ entre os íons metálicos octaédricos e os
ligantes?
22) Quais os orbitais “d” são usados para formar ligações π entre os íons metálicos octaédricos e os
ligantes?
23) Quais as principais diferenças entre a TLV, TCC e TOM?
Isomeria
1) Por que os isômeros cis e trans não são encontrados em complexos tetraédricos?
2) Por que a isomeria ótica não é observada em complexos planares?
3) Que característica estrutural deve possuir um complexo tetraédrico para ser quiral?
4) Desenhe os isômeros geométricos de [Cr(oxo)2(H2O)2]-.
5) Esboce todos os isômeros de complexos quadrados planares MA2BC e MABCD.
38
6) Esboce todos os estereoisômeros de cada um dos seguintes complexos octaédricos:
a) [CoCl2(NH3)4]+ b) [CoCl3(NH3)3]
39
[Fe(H2O)6]3- - Fe3+: [Ar] 3d5 – complexo alto spin; ocorre hibridização sp3d2 e os 5 elétrons ficam todos
desemparelhados nos 5 OA 3d
b) TCC:
[Ni(CN)4]2- - Ni2+: [Ar] 3d8 – complexo quadrado planar; geometria QP é favorecida em complexos com
NC = 4 e ligantes de campo forte como o CN- (ligante pequeno). A configuração fica:
3dxz2 3dyz2 3dz22 3dxy2 – todos os elétrons ficam emparelhados e o complexo é diamagnético
[NiCl4]2- - Ni2+: [Ar] 3d8 – complexo tetraédrico; NC = 4 com ligante de campo fraco e volumoso. Sua
configuração fica: eg4 t2g4 (2 elétrons desemparelhados) – complexo paramagnético
[Fe(CN)6]3- - Fe3+: [Ar] 3d5 – NC = 6 (complexo octaédrico) e ligante de campo forte: complexo baixo
spin. Sua configuração fica: t2g5 (1 elétron desemparelhado)
[Fe(H2O)6]3- - Fe3+: [Ar] 3d5 – NC = 6 (complexo octaédrico) e ligante de campo fraco: complexo alto
spin. Sua configuração fica: t2g3 eg2 (5 elétrons desemparelhados)
7) [NiCl4]2- Ni2+: [Ar] 3d8 1º período de transição
2-
[PtCl4] Pt2+: [Ar] 5d8 3º período de transição
Ni e Pt são da mesma família, mas o complexo [NiCl4]2- é tetraédrico e apresenta paramagnetismo
devido a 2 elétrons desemparelhados nos 5 OA 3d (exercício 6) enquanto o complexo [PtCl4]2- é
quadrado planar e é diamagnético porque tem todos os elétrons emparelhados nos 4 OA 5d que não
participam da hibridização dsp2. À medida que aumenta o período de transição do metal, aumenta a
tendência de serem formados complexos quadrados planares para NC = 4.
8) a) átomo central: Rh3+ [Ar] 4d6 – carga +3, 2º período de transição, ligante de campo forte: complexo
baixo spin – configuração t2g6 (nenhum e- desemparelhado; diamagnético)
b) átomo central: Cr0 [Ar] 4d6 – ligante de campo muito forte (CO): complexo baixo spin – configuração
t2g6 (nenhum e- desemparelhado; diamagnético)
c) átomo central: Ti3+ [Ar] 4d1 – não importa qual seja o ligante, sempre haverá 1 e- desemparelhado;
paramagnético
d) átomo central: Cr3+ [Ar] 4d3 – não importa qual seja o ligante, sempre haverá 3 e- desemparelhados;
paramagnético
e) átomo central: Fe3+ [Ar] 4d5 – carga +3, 1º período de transição, ligante de campo fraco: complexo
alto spin – configuração t2g3 eg2 (5 e- desemparelhados; paramagnético)
f) átomo central: Fe3+ [Ar] 4d5 – carga +3, 1º período de transição, ligante de campo muito forte:
complexo baixo spin – configuração t2g5 (1 e- desemparelhado; paramagnético)
9) Co3+: [Ar] 3d6
F-: ligante de campo fraco; configuração t2g4 eg2 (4 elétrons desemparelhados)
NH3: ligante de campo forte; configuração t2g6 (nenhum elétron desemparelhado)
10) a) Ti3+: [Ar] 3d1 1 elétron desemparelhado
b) Fe3+: [Ar] 3d5 ligante de campo fraco; alto spin - 5 elétrons desemparelhados
c) Fe3+: [Ar] 3d5 ligante de campo forte; baixo spin - 1 elétron desemparelhado
d) Zn2+: [Ar] 3d10 nenhum elétron desemparelhado
e) Cu2+: [Ar] 3d9 1 elétron desemparelhado
f) Co3+: [Ar] 3d6 ligante de campo fraco; alto spin - 4 elétrons desemparelhados
11) Seja o ligante de campo forte ou de campo fraco, os complexos octaédricos d3 terão sempre a
configuração eletrônica t2g3, com 3 elétrons desemparelhados.
12) Zn2+: [Ar] 3d10 – os OA 3d estão completamente preenchidos e, portanto, não ocorre transição
eletrônica envolvendo 10Dq com absorção de luz na faixa do visível.
13) 10Dq em complexos tetraédricos é sempre menor do que 10Dq em complexos octaédricos, e os
complexos tetraédricos serão sempre alto spin devido ao campo fraco. Isto ocorre não só porque são
apenas 4 ligantes, ao invés dos 6 ligantes dos complexos octaédricos, mas também pelo fato destes 4
ligantes não estarem apontando diretamente na direção dos orbitais “d”. Com isto, o desdobramento
dos orbitais será menor.
14) Campo Forte: NH3 e CO Campo Fraco: F-, NO3-, S2-, OH- e H2O
15) a) Simetria do Campo Ligante: Quanto maior o nº de ligantes, mais forte o campo. Quando os
ligantes apontarem diretamente na direção dos OA “d”, também o campo será mais forte e 10Dq maior.
40
b) Nº de Oxidação do Metal: Quanto maior o NOX do metal,maior a atração pelos ligantes e maior o
desdobramento dos OA “d” e maior 10Dq.
c) Período do Metal na Classificação Periódica: Quanto maior o período do metal na classificação
periódica, maior 10Dq.
d) Natureza do Ligante: depende da posição do ligante na série espectroquímica.
22) Os OA “d” usados para formar ligações π entre os íons metálicos e os ligante, são os OA dxy, dxz e
dyz (OA t2g).
23) TLV: Segundo a TLV a formação de um complexo pode ser vista com uma reação entre um ácido
de Lewis (espécie central) e uma base de Lewis (ligante), formando-se uma ligação covalente
coordenada entre essas espécies. Portanto os ligantes são doadores de elétrons e a espécie central,
um receptor de pares de elétrons. A geometria dos compostos de coordenação é explicada supondo
que os OA da espécie central sofram hibridização de tal forma que os novos OA híbridos tenham a
simetria do complexo.
TCC: A TCC considera a espécie central como um íon positivo e os ligantes como cargas negativas
pontuais. Esses ligantes são ânions ou moléculas polares que apontam o seu pólo negativo para o
cátion metálico. O cátion acomoda ao seu redor o maior número possível de ligantes e as espécies
estão unidas por atração eletrostática como na ligação iônica. A diferença é que nos compostos iônicos
esta força é e longo alcance formando retículos e nos complexos esta força é de curto alcance
formando unidades. A TCC prevê uma estabilização adicional do sistema devido a EECC, devido ao
desdobramento dos OA “d” do átomo central por efeito dos ligantes.
TOM: A TOM considera que as ligações nos complexos é covalente com formação de OM entre os OA
de valência do átomo central e os OA das espécies ligantes. Existe a formação de OMNL envolvendo os
OA da espécie central que não tem simetria adequada para sobrepor com os OA dos ligantes. Os
demais OA da espécie central são combinados com os OA dos ligantes de modo a obter um número
41
máximo de OML e os correspondentes OMAL. A restrição é: Nº de OA = Nº de OM e o Nº de OML = Nº
OMAL.
Isomeria
1) Porque em complexos tetraédricos todas as posições são posições adjacentes.
2) Porque sempre será possível sobrepor um complexo quadrado planar com a sua imagem especular.
3) Um complexo tetraédrico, para ser quiral, deve ter os 4 ligantes diferentes.
4) Oxo: ligante bidentado, então este complexo é octaédrico.
A B A B
M M
A C C A
5) MA2BC
MABCD
A C A B A B
M M M
D B D C C D
6) a)
+ +
Cl Cl
Cl NH3 H3N NH3
Co Co
H3N NH3 H3N NH3
NH3 Cl
Cis Trans
b)
NH3 NH3
Cl NH3 Cl NH3
Co Co
Cl NH3 Cl Cl
Cl NH3
7) [NiCl2(PPh3)2] – Ni2+:[Ar] 3d8 – Complexo paramagnético: Para este complexo ser paramagnético, é
preciso que sua geometria seja tetraédrica (hibridização sp3 – TLV) para que resultem elétrons
desemparelhados nos OA “d”. Neste complexo todas as posições são equivalentes e os complexos não
apresentam isômeros.
[PdCl2(PPh3)2] – Pd2+:[Ar] 3d8 – Complexo diamagnético: Para este complexo ser diamagnético, é
preciso que sua geometria seja quadrada planar (hibridização dsp2 – TLV) para que resultem os 8
elétrons emparelhados nos OA “d” que não participam da hibridização.
8) Efeito Quelato: o agente quelante compete pelo íon metálico de modo mais eficiente do que o ligante
monodentado. Este efeito é resultado de 2 contribuições: Entalpica e Entrópica.
Efeito Entálpico: a repulsão eletrostática devido à colocação de 2 ligantes carregados negativamente
em proximidade já não existe, uma vez que os átomos ligantes já estão próximos na mesma molécula.
Efeito Entrópico: quando uma extremidade do ligante se liga ao metal, não existe nenhum sacrifício
adicional da entropia translacional que acompanhe a ligação da outra extremidade, pois o número de
partículas no sistema não muda.
42