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Kauã de Souza Jabbur KSJ - Atividade Avaliativa 1 - 1º Ano
Kauã de Souza Jabbur KSJ - Atividade Avaliativa 1 - 1º Ano
Literatura brasileira
Professor Júlio Vieira
Atividade avaliativa
TEXTO 1
“(…) Durante a primeira metade dos anos 30, a indústria brasileira se expandiu
vigorosamente, em virtude da “reserva de mercado” que a crise econômica mundial lhe
proporcionava. Neste período, se completava a substituição de importações de produtos do
Departamento II, promovida tanto por indústrias como por manufaturas capitalistas. O
governo brasileiro agia pragmaticamente, dando apoio direto às atividades atingidas pela
crise e assim praticava inconscientemente política keynesiana de sustentação da demanda
efetiva. (…)”
(SINGER, Paul. ).
TEXTO 2
“(…) O bater do martelo do mestre José Amaro cobria os rumores do dia que cantava nos
passarinhos, que bulia nas árvores, açoitadas pelo vento. Uma vaca mugia por longe. O
martelo do mestre era forte, mais alto que tudo. O pintor Laurentino foi saindo. E o mestre,
de cabeça baixa, ficara no ofício. Ouvia o gemer da filha. Batia com mais força na sola.
Aquele Laurentino sairia falando da casa dele. Tinha aquela filha triste, aquela Sinhá de
língua solta. Ele queria mandar em tudo como mandava no couro que trabalhava, queria
bater em tudo como batia naquela sola. A filha continuava chorando como se fosse uma
menina. O que era que tinha aquela moça de trinta anos? (…)”
(REGO, José Lins do. Fogo Morto).
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Questão 02 – Observando essas diferenças, qual dos dois se caracteriza como texto
literário? Justifique sua resposta: (1,0 ponto)
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Texto 2
POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
João Gostoso era carregador de feira-livre e morava no morro da Babilônia num barracão
sem número
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na Lagoa Rodrigo de Freitas e morreu afogado.
(Manuel Bandeira)
a) embora o assunto do poema tenha sido inspirado numa notícia retirada do jornal, ou seja,
na realidade, podemos classificá-lo no gênero lírico.
b) de acordo com Afrânio Coutinho, o poema de Manuel Bandeira não pode ser considerado
literatura, pois o motivo e o assunto do poema não são uma “transfiguração do real”.
c) a reorganização das palavras retiradas do jornal pode ser vista como uma estratégia
formal do autor, conferindo ao poema uma existência autônoma.
d) as palavras de Afrânio Coutinho e o exercício de construção poética de Manuel Bandeira
são coincidentes, porque ambos valorizam a criação do artista.
e) Nenhuma das alternativas acima.
I- O Dr. Mamede, o mais ilustre e o mais eminente dos alienistas, havia pedido a
três de seus colegas e a quatro sábios que se ocupavam de ciências naturais, que
viessem passar uma hora na casa de saúde por ele dirigida para que lhes pudesse
mostrar um de seus pacientes. (Guy de Maupassant)
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Um quarto de dormir, no castelo. Desdêmona dorme, no leito. Uma candeia acesa. Entra
Otelo.
OTELO - Esta é a causa, minha alma. Oh! Esta é a causa! Não vo-la nomearei, castas
estrelas! Esta é a causa! Não quero verter sangue, nem ferir-lhe a epiderme ainda mais
branca do que neve e mais lisa que o alabastro. Mas é fatal que morra; do contrário, virá
ainda a enganar mais outros homens. Apaga a luz! Depois... Apaga a luz! Se te apagar,
ministro flamejante, poderei restituir-te a luz primeira, se vier a arrepender-me. Mas extinta
que seja tua luz, ó tu, modelo primoroso da excelsa natureza! de onde o fogo trazer de
Prometeu, para dar nova luz à tua chama? Se tua rosa colher, é-me impossível o vital
crescimento restituir-lhe: fatal é que feneça. Vou aspirá-la no próprio galho. (Beija-a.) O
hálito aromoso, que quase a convencer chegaste a própria Justiça a espedaçar a sua
espada! Mais um! Mais um! Se assim ficares, morta, quero tirar-te a vida, e, após, amar-te.
Mais outro; será o último; um tão doce jamais foi tão fatal. Chorar preciso lágrimas
impiedosas; é celeste meu sofrimento, pois castiga ao que ama. Vai acordar!
OTELO - Se vos lembrardes de alguma falta não perdoada ainda pelo céu e sua graça,
cuidai logo de tê-la redimida.
OTELO - Bem; fazei o que vos disse e sede breve. Passarei nesse em meio; não desejo
trucidar-vos o espírito manchado. Não pelo céu! Não vos matarei a alma.
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