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Língua Portuguesa
Filipe Carvalho
NPC – 2º semestre
Questão 1
A partir da análise da linguagem utilizada no poema, infere-se que o eu lírico revela-se como falante
de uma variedade Iinguística específica. Esse falante, em seu grupo social, é identificado como um
falante
Questão 2
Vera, Sílvia e Emília saíram para passear pela chácara com Irene.
– A senhora tem um jardim deslumbrante, dona Irene! – comenta Sílvia, maravilhada diante dos
canteiros de rosas e hortênsias.
– Para começar, deixe o "senhora" de lado e esqueça o "dona" também – diz Irene, sorrindo. – Já é
um custo aguentar a Vera me chamando de "tia" o tempo todo. Meu nome é Irene.
Todas sorriem. Irene prossegue:
– Agradeço os elogios para o jardim, só que você vai ter de fazê-Ios para a Eulália, que é quem
cuida das flores. Eu sou um fracasso na jardinagem.
BAGNO, M. A língua de Eulálla: Novela Sociolinguísllca. São Paulo: Contexto, 2003 (adaptado).
Na língua portuguesa, a escolha por "você" ou "senhor (a)" denota o grau de liberdade ou de
respeito que deve haver entre os interlocutores. No diálogo apresentado acima, observa-se o
emprego dessas formas. A personagem Sílvia emprega a forma "senhora" ao se referir à Irene. Na
situação apresentada no texto, o emprego de "senhora" ao se referir à interlocutora ocorre porque
Sílvia
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(A) pensa que Irene é a jardineira da casa.
(B) acredita que Irene gosta de todos que a visitam.
(C) observa que Irene e Eulália são pessoas que vivem em área rural.
(D) deseja expressar por meio de sua fala o fato de sua família conhecer Irene.
(E) considera que Irene é uma pessoa mais velha, com a qual não tem intimidade.
Questão 3
Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento
conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a. C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o
oriente. Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros
fortificados um imenso cavalo de madeira. Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para
dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas
da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão "presente de grego".
DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Questão 4
O que é necessário para transformar o não em sim? Curiosidade. Mente aberta. Vontade de arriscar.
E quando o problema parece insolúvel, quando o desafio é muito duro, dizer: vamos lá.
Questão 5
Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: abr. 2009 (adaptado).
A norma padrão da língua portuguesa está respeitada, na interpretação do gráfico, em:
(A) Durante o ano de 2008, foi em geral decrescente a taxa de desocupação no Brasil.
(B) Nos primeiros meses de 2009, houveram acréscimos na taxa de desocupação.
(C) Em 12/2008, por ocasião das festas, a taxa de desempregados foram reduzidos.
(D) A taxa de pessoas desempregadas em 04/08 e 02/09, é estatisticamente igual: 8,5.
(E) Em março de 2009 as taxas tenderam à piorar: 9 entre 100 pessoas desempregadas.
Questão 6
Questão 7
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A linguagem da tirinha revela
A o uso de expressões linguísticas e vocabulário próprios de épocas antigas.
B o uso de expressões linguísticas inseridas no registro mais formal da língua.
C o caráter coloquial expresso pelo uso do tempo verbal no segundo quadrinho.
D o uso de um vocabulário específico para situações comunicativas de emergência.
E a intenção comunicativa dos personagens: a de estabelecer a hierarquia entre eles.
Questão 8
Cuitelinho
Cheguei na bera do porto
Onde as onda se espaia.
As garça dá meia volta,
Senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
Que o botão da rosa caia.
Questão 9
Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no Brasil de hoje não
pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa aquele primeiro contato. Da mesma
forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes
sobrenomes. Vieram para cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A
importante pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu cabelo?
São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça? Enfim, vocês devem ter um
pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, o importante é que vocês olhem para a gente como
seres humanos, como pessoas que nem precisam de paternalismos, nem precisam ser tratadas com
privilégios. Nós não queremos tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com
vocês.
TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000
(adaptado).
Na situação de comunicação da qual o texto foi retirado, a norma padrão da língua portuguesa é
empregada com a finalidade de
A demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna.
B situar os dois lados da interlocução em posições simétricas.
C comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos cotidianos.
D mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa.
E ressaltar a importância do código linguístico que adotamos como língua nacional.
Questão 10
Na parte superior do anúncio, há um comentário escrito à mão que aborda a questão das atividades
linguísticas e sua relação com as modalidades oral e escrita da língua. Esse comentário deixa
evidente uma posição crítica quanto a usos que se fazem da linguagem, enfatizando ser necessário
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A implementar a fala, tendo em vista maior desenvoltura, naturalidade e segurança no uso da língua.
B conhecer gêneros mais formais da modalidade oral para a obtenção de clareza na comunicação
oral e escrita.
C dominar as diferentes variedades do registro oral da língua portuguesa para escrever com
adequação, eficiência e correção.
D empregar vocabulário adequado e usar regras da norma padrão da língua em se tratando da
modalidade escrita.
E utilizar recursos mais expressivos e menos desgastados da variedade padrão da língua para se
expressar com alguma segurança e sucesso.
Questão 11
Calvin apresenta a Haroldo (seu tigre de estimação) sua escultura na neve, fazendo uso de uma
linguagem especializada. Os quadrinhos rompem com a expectativa do leitor, porque
A) Calvin, na sua última fala, emprega um registro formal e adequado para a expressão de uma
criança.
E) Haroldo não compreende o que Calvin lhe explica, em razão do registro formal utilizado por este
último.
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Questão 12
HAGAR, o horrível. O Globo. Rio de Janeiro, 12 out. 2008.
Pela evolução do texto, no que se refere à linguagem empregada, percebe-se que a garota
A) deseja afirmar-se como nora por meio de uma fala poética.
B) utiliza expressões linguísticas próprias do discurso infantil.
C) usa apenas expressões linguísticas presentes no discurso formal.
D) se expressa utilizando marcas do discurso formal e do informal.
E) usa palavras com sentido pejorativo para assustar o interlocutor.
Questão 13
Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do
nível de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em falantes que
dominam a variedade padrão, pois, na verdade, revelam tendências existentes na língua em seu
processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um “ideal linguístico” que estaria
representado pelas regras da gramática normativa. Usos como ter por haver em construções
existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para mim
fazer o trabalho), a não concordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da
existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma vez,
norma como conjunto de hábitos linguísticos, sem implicar juízo de valor.
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S. R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de
gramática: descrição e uso. São
Paulo: Contexto, 2007 (fragmento).
Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da multiplicidade do discurso, verifica-se que
a) estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada empregam,
indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito.
b) falantes que dominam a variedade padrão do português do Brasil demonstram usos que
confirmam a diferença entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por falantes
mais escolarizados.
c) moradores de diversas regiões do país que enfrentam dificuldades ao se expressarem na escrita
revelam a constante modificação das regras de emprego de pronomes e os casos especiais de
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concordância.
d) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramática ensinada na escola gostam de
apresentar usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma padrão.
e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam formas do
verbo ter quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contrariando as regras
gramaticais.
Questão 14
CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In: VIEIRA, S.R.; BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de
gramática: descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007 (adaptado).
O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao
qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as
normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a
a) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta.
b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.
c) existência de usos da língua que caracterizam uma norma nacional do Brasil, distinta da de
Portugal.
d) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país.
e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.
Questão 15
VERÍSSIMO, L. F. As cobras em: Se Deus existe que eu seja atingido por um raio. Porto Alegre:
L&PM, 1997.
O humor da tira decorre da reação de uma das cobras com relação ao uso de pronome pessoal reto,
em vez de pronome oblíquo. De acordo com a norma padrão da língua, esse uso é inadequado, pois
a) contraria o uso previsto para o registro oral da língua.
b) contraria a marcação das funções sintáticas de sujeito e objeto.
c) gera inadequação na concordância com o verbo.
d) gera ambiguidade na leitura do texto.
e) apresenta dupla marcação de sujeito.
Questão 16
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— Não, mãe. Perde a graça. Este ano, a senhora vai ver. Compro um barato.
— Barato? Admito que você compre uma lembrancinha barata, mas não diga isso a sua mãe. É
fazer pouco-caso de mim.
— Ih, mãe, a senhora está por fora mil anos. Não sabe que barato é o melhor que tem, é um barato!
— Deixe eu escolher, deixe...
— Mãe é ruim de escolha. Olha aquele blazer furado que a senhora me deu no Natal!
— Seu porcaria, tem coragem de dizer que sua mãe lhe deu um blazer furado?
— Viu? Não sabe nem o que é furado? Aquela cor já era, mãe, já era!
ANDRADE, C. D. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1998.
O modo como o filho qualifica os presentes é incompreendido pela mãe, e essas escolhas
lexicais revelam diferenças entre os interlocutores, que estão relacionadas
a) à linguagem infantilizada.
b) ao grau de escolaridade.
c) à dicotomia de gêneros.
d) às especificidades de cada faixa etária.
e) à quebra de regras da hierarquia familiar.
Questão 17
Ó pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
– “Paz no futuro e glória no passado.”
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!
Hino Nacional do Brasil. Letra: Joaquim Osório Duque Estrada. Música: Francisco Manuel da Silva
(fragmento).
O uso da norma-padrão na letra do Hino Nacional do Brasil é justificado por tratar-se de um(a)
Questão 18
– Famigerado? [...]
– Famigerado é “inóxio”, é célebre”, “notório”, “notável”...
– Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não entender. Mais me diga: É desaforado? É
caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?
– Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de outros usos...
– Pois... e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em dia de semana?
– Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece louvor, respeito...
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ROSA, G. Famigerado. In: Primeiras estórias. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Questão 19
É possível afirmar que muitas expressões idiomáticas transmitidas pela cultura regional possuem
autores anônimos, no entanto, algumas delas surgiram em consequência de contextos históricos
bem curiosos. “Aquele é um cabra da peste” é um bom exemplo dessas construções.
Para compreender essa expressão tão repetida no Nordeste brasileiro, faz-se necessário voltar o
olhar para o século 16. “Cabra” remete à forma com que os navegadores portugueses chamavam os
índios. Já “peste” estaria ligada à questão da superação e resistência, ou mesmo uma associação
com o diabo. Assim, com o passar dos anos, passou-se a utilizar tal expressão para denominar
qualquer indivíduo que se mostre corajoso, ou mesmo insolente, já que a expressão pode ter caráter
positivo ou negativo. Aliás, quem já não ficou de “nhenhenhém” por aí? O termo, que normamente
tem significado de conversa interminável, monótona ou resmungo, tem origem no tupi-guarani e
“nhém” significa “falar”.
Disponível em: http:///leiturasdahistoria.uol.com.br. Acesso em: 13 dez. 2017.
A leitura do texto permite ao leitor entrar em contato com
a) registros do inventário do português brasileiro.
b) justificativas da variedade linguística do país.
c) influências da fala do nordestino no uso da língua.
d) explorações do falar de um grupo social específico.
e) representações da mudança linguística do português.
Questão 20
Isso é um desaforo
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Como se deve xaxar
Vestida de chita
maio 2013.
Brasil. O verso que singulariza uma forma característica do falar popular regional é:
a) "Isso é um desaforo".
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