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CEEP PIO XII

Disciplina: Língua Portuguesa Profª. Ednalva Araújo


Aluno ( a ):____________________________________________________________________
Turma: 1º DES. SISTEMA. ( ) 1º INFO./INTERNET. . ( ) 1º MARKETING DIGITAL ( ) Data: 20/ 02/ 202
OBJETIVO: Exercitar os tipos de variedades linguísticas: histórica, geográfica, sociocultural, situacional.
VARIEDADES LIGUÍÍSTICAS
ATIVIDADE EM GRUPO

01. Leia o trecho do romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos


No romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para
receber o salário. Eis parte da cena: Não se conformou: devia haver engano. (…) Com certeza havia um erro
no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no
toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca
arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar
serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.
(Graciliano Ramos. Vidas Secas. 91.ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2003.)
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de
coloquialismo no vocabulário. Pertence a variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho:
a) “Não se conformou: devia haver engano” (ℓ.1).…,
b) “e Fabiano perdeu os estribos” (ℓ.3).
c) “Passar a vida inteira assim no toco” (ℓ.4).
d) “entregando o que era dele de mão beijada!” (ℓ.4-5).

02. Reescreva as proposições da questão anterior que tem marcas de regionalismo e coloquialismo,
empregando a linguagem padrão.

03. O jornal Folha de São Paulo introduziu com o seguinte comentário uma entrevista com o professor Paulo
Freire:
“Agente cheguemos’ não será uma construção errada na gestão do Partido trabalhadores em São Paulo”

Os trechos da entrevista nos quais a Folha de São Paulo se baseou para fazer tal comentário foram os
seguintes:
“A criança terá uma escola na qual a sua linguagem seja respeitada (...). Uma escola em que a criança
aprenda a sintaxe dominante, mas sem desprezo pela sua (...). Esses oito milhões de meninos que vêm da
periferia do Brasil (...). Precisamos respeitar a sua sintaxe mostrando que sua linguagem é bonita e gostosa.
E mostrando tudo isso, dizer a ele: mas para tua própria vida, tu precisas dizer ‘a gente chegou’ em vez de
dizer ‘a gente cheguemos’. Isso é diferente, ‘a abordagem’ é diferente. É assim que queremos trabalhar, com
abertura, mas dizendo a verdade.”

Responda de forma sucinta:


a) Qual é a posição defendida pelo professor Paulo Freire com relação à correção dos erros gramaticais na
escola?
b) O comentário do jornal faz justiça ao pensamento do educador? Justifique.

04.A seguir são apresentados alguns fragmentos textuais. Sua tarefa consistirá em analisá-los, atribuindo a
variação linguística condizente aos mesmos:
a) Antigamente

“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas.


Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões,
faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio."
Carlos Drummond de Andrade
b) Vício na fala Para telha dizem teia
Para dizerem milho dizem mio Para telhado dizem teiado
Para melhor dizem mió E vão fazendo telhados.
Para pior pió ( Oswald de Andrade )

c ) “ Aqui no Norte do Paraná, as pessoas chamam a correnteza do rio de corredeira. Quando a


corredeira está forte é perigoso passar pela pinguela, que é uma ponte muito estreita feita, portanto,
impossibilita a passagem. Mas se ocorre uma manga de chuva, uma chuvinha passageira, esse
problema deixa de existir.”
d) – E aí mano? Ta a fim de dá uns rolé hoje?
Qual é! Vai topá a parada? Vê se desencana! Morô velho?
05. Tendo em vista que “as gírias” compõem o quadro de variantes linguísticas ligadas ao aspecto
sociocultural, analise os excertos a seguir, indicando o significado de cada termo destacado de
acordo com o contexto:
a – Possivelmente não iremos à festa. Lá, todos os convidados são patricinhas e mauricinhos!
b - Nossa! Como meu pai é careta! Não permitiu que eu assistisse àquele filme.
c – Os namoros resultantes da modernidade baseiam-se somente no ficar.
d – E aí mano? Estás a fim de encontrar com uma mina hoje? A parada vai bombar!
e – Aquela aula de matemática foi péssima, não saquei nada daquilo que o professor falou.
06. Leia o texto abaixo.
Três de Julho – 1957

Agradeço a Deus a alegria de estar à frente do governo de Montes Claros na passagem do primeiro
centenário da criação desta cidade. Nestes dias de festas, o meu pensamento se volta para aqueles que
plantaram nos chapadões sertanejos a semente da cidade querida — que é, hoje, motivo de orgulho para
todos nós. Saudemos com emoção os pioneiros do progresso de Montes Claros. A sombra tutelar daqueles
que vieram antes de nós — que lutaram e sofreram sob os nossos céus lavados e límpidos — Montes Claros
cresce. É através da lição dos batalhadores de ontem, que recolhemos o exemplo e o estimulo que nos dão
coragem e fé para o prosseguimento da jornada. Na comemoração do centenário da cidade, queremos
abraçar todos os filhos desta terra. O nosso abraço é também para aqueles que vieram de longe e vivem entre
nós, amando e servindo a cidade generosa e hospitaleira, que os acolheu com carinho. Aos visitantes ora
entre nós e que prestigiam, com a sua presença, a celebração de centenário de Montes Claros o nosso
agradecimento e a nossa saudação afetuosa. Cem anos. Rejuvenescida, palpitante de seiva e de vigor, cheia
de vida, atinge a cidade de Montes Claros o seu primeiro centenário.
Nesta oportunidade, renovemos o compromisso de bem servi-la.
Geraldo Athayde – Prefeito Municipal de Montes Claros.
Observando a linguagem do texto, podemos dizer que:
a) é a mais adequada para ser usada por todos os brasileiros.
b) a língua sofre variações ns grupos sociais, no tempo e no espaço.
c) é muito usada no cotidiano dos professores das escolas brasileiras.
d) normalmente é empregada por jornalistas em jornais impressos.
Compare os textos e responda às questões propostas:

Texto I

Vozes da seca
Seu doutô os nordestino têm muita gratidão Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
( Luiz Gonzaga )

Texto II.

07. O que há em comum entre a letra da música e o cartum?


08. Observe o trecho da música “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são Ou lhe mata de
vergonha ou vicia o cidadão”. De acordo com seus conhecimentos, discorra com essa frase?
09. Qual o tema abordado na música de Luiz Gonzaga Vozes da seca?
10. Leia os versos abaixo:
“Seu dotô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulistas nessa seca do sertão
Mas doto uma esmola a um home qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”
(Gonzaga, Luiz e DANTAS, Zé. Vozes da seca: Luiz Gonzaga e Gonzaguinha (CD). EMI, 2004.

Considerando o trecho da canção acima e a realidade da sociedade do sertão nordestino historicamente


constituído em diálogo com seca, assinale a alternativa correta.

a) Somente a partir do século XIX foi que o sertão nordestino se diferenciou do restante do país por conta
das mudanças climáticas que passaram a redefinir sua formação territorial e cultural, em contraposição ao
nordeste colonial da abundância e da ausência de secas.
b) A seca do Nordeste ocorre na Região da Zona da Mata, onde as temperaturas médias são bastante
elevadas o ano todo e as chuvas são escassas e irregulares, com baixa umidade e ausência de rios perenes.
c) No sertão nordestino a seca pode durar oito meses ou se prolongar por anos, como ocorre na atualidade,
quando os nordestinos se deparam com uma das maiores secas de sua história.
d) Semelhante ao início do século XX, atualmente, milhões de nordestinos migram todos os dias para o
Sudeste e Sul, uma vez que o governo federal nos últimos anos retirou todos os programas sociais de ajuda
aos flagelados da seca.

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