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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Menezes, Paula
Guia definitivo [livro eletrônico] : para escrever
os resultados / Paula Menezes. -- 1. ed. -- Aracaju,
SE : Ed. da Autora, 2020.
PDF

ISBN 978-65-00-14725-4

1. Educação 2. Escrita 3. Textos - Estudo e ensino


4. Textos - Interpretação I. Título.

20-53119 CDD-378
Índices para catálogo sistemático:

1. Ensino superior : Educação 378

Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129

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SOBRE A AUTORA
Quantas vezes você já se sentiu travado(a) ao sentar
para escrever os resultados e discussão do seu trabalho
acadêmico?

Quantas vezes se perguntou:

“Será que meu(minha) orienta-


dor(a) vai mandar escrever tudo
de novo?”

“Será que serei aprovado(a) pela


banca?”

“Será que a revista irá aceitar o


trabalho para publicação?”

Quantas vezes todas essas dúvi-


das te deixaram super ansioso(a)?

Eu também já passei por muitos desses momentos


de incertezas e acredite, sofri muito com cada um deles. Pág. 3
Depois de trilhar uma carreira desde a iniciação científica
até o doutorado e hoje me encontrar na posição de profes-
sora universitária, desenvolvi os meus próprios métodos de
escrita. Claro que após muito estudo, observação e leitura
de trabalhos bem conceituados.

Por isso, decidi te ajudar a escrever melhor os seus


textos acadêmicos de forma leve, simples e direta. Na língua

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que a gente fala e não usando termos quase incompreen-
síveis, como vemos nos clássicos livros de metodologia
científica. E por que eu resolvi escrever este e-book?

Porque eu achei o caminho da escrita que os avaliado-


res gostam e querem ver, e por que não compartilhá-lo com
você?

Vou contar brevemente a minha trajetória acadêmica,


para você entender por onde passei na descoberta desse
caminho.

Comecei minha carreira acadêmica em meados de 2009,


ainda na iniciação científica como aluna de Farmácia na
Universidade Federal de Sergipe (UFS). Lá, tive o meu primeiro
contato com as técnicas de laboratório e a temida escrita
científica.

Nessa fase, eu também não sabia escrever textos acadê-


micos. Mas fui escrevendo, errando e aprendendo com os
resumos para congresso, projetos para solicitação das
minhas bolsas de iniciação científica, e os primeiros artigos
científicos.

Não foi fácil. Era uma escrita muito baseada em exemplos,


tímida e insegura. Claro que esses textos eram corrigidos e
eu fui aprendendo com cada erro. Conclui a graduação com Pág. 4
6 artigos publicados em revistas internacionais. Essa traje-
tória me despertou algo interessante, que foi fundamental
durante a pós-graduação: o amor pela escrita.

Em 2014 fui aprovada no mestrado em Ciências da Saúde


e em 2015 (isso mesmo, 1 ano depois) me tornei mestra neste
programa com 9 artigos publicados também em revistas
internacionais. Para minha felicidade, o artigo oriundo da
dissertação foi publicado no dia da qualificação. O que redu-
ziu e muito as críticas daquela etapa.

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Entre 2015 e 2019 fiz o doutorado pelo mesmo programa.
A esta altura do campeonato eu já tinha muito experiência
de bancada e já escrevia sozinha os meus textos acadêmi-
cos. Mas eu sentia que eles ainda poderiam ser melhores.

Durante o doutorado além de buscar ler trabalhos


de revistas de maior impacto, também me envolvi com
grupos de pesquisa maiores, na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (onde fiz parte dos experimentos da minha
tese em um período de 4 meses) e na Oregon Health and
Science University (Portland, Oregon, EUA), onde fiz 1 ano de
doutorado-sanduíche.

Essas experiências não foram benéficas só para o meu


crescimento pessoal, profissional e acadêmico. Elas foram
valiosas para eu descobrir qual o melhor caminho para
escrever textos de maior qualidade. Pois eu ia pegando todos
os macetes que os meus supervisores usavam e fui criando
o meu próprio jeito de escrever.

Ao escrever a minha tese e os artigos oriundos dela, final-


mente percebi o quanto eu havia amadurecido na escrita
dos meus textos e isso teve um impacto direto na qualidade
das minhas publicações. Antes eu publicava em revistas de
fator de impacto em torno de 2,0 – 2,5. Após esse período,
vieram os artigos de fator entre 3,7 e 7,2. Pág. 5

Defendi o Doutorado com um currículo recheado de artigos


científicos publicados em revistas internacionais de impacto
relevante na minha área de atuação, bem como patentes
depositadas no Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI). Ao escrever esta primeira edição do e-book, em 2020,
tenho 54 artigos publicados em revistas internacionais.

Essas produções me conferiram diversos prêmios de reco-


nhecimento. O maior deles foi o Prêmio Capes de Tese, onde

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a minha tese foi eleita a melhor do Brasil em 2020 na área
de Medicina I.

Hoje sou professora, orientadora e avaliadora de TCCs,


dissertações e teses em instituições pública e privada de
ensino superior. Apesar de gostar de escrever, trilhar esse
caminho não foi fácil. E por que estou te contando tudo isso?

Por que agora que estou do lado da docência e leio muitos


trabalhos, sinto a dificuldade dos alunos ao escrever. Percebo
o quanto a escrita dos resultados e discussão é fraca, ou
muitas vezes inexistente. Ao me deparar com estas situa-
ções, lembro perfeitamente de todos os desafios que passei
para chegar até aqui.

Por isso, criei a @SejaPhD, como um veículo onde eu


pudesse atingir e ajudar mais pessoas a escrever melhor.
Tem dado tão certo nos quatro cantos do Brasil, que percebi
que eu podia fazer mais: escrever este guia direcionado a
você que tem dificuldade na escrita da seção mais impor-
tante de um trabalho acadêmico: Resultados e Discussão.

Este guia é baseado na minha experiência na área acadê-


mica e em muita leitura de conteúdos de qualidade. Mas
gostaria de te lembrar que embora existam regras de
escrita, e aqui te dou todos os macetes para atendê-las,
Pág. 6
cada pesquisador(a) e cada área do conhecimento tem seu
jeito peculiar de escrever. Por isso, para melhor aproveita-
mento deste e-book, adeque as informações deste guia de
acordo com a sua situação e necessidades.

Espero que este guia te ajude, pois eu tenho certeza que


se tivesse algo parecido há 10 anos atrás, certamente eu não
teria sofrido tanto. E não quero que você passe pelo mesmo
caminho dos espinhos pelo qual passei. Aqui te dou o cami-
nho das pedras.

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Finalizo a minha apresentação com essa frase
tão cheia de significado: “Há dois tipos de conhe-
cimento. Ou nós conhecemos o assunto ou
sabemos onde encontrar a informação sobre ele”.
Samuel Johnson

Espero que aqui, você encontre tudo que precisa.

Boa leitura

Pág. 7

Prof. Dra. Paula Menezes


Farmacêutica – UFS/2014

Mestra em Ciências da Saúde – UFS/2015

Doutora em Ciências da Saúde – UFS/2019

Estágio na Oregon Health and Science University –


Portland, Oregon, EUA/2017-2018

Currículo lattes

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1: Introdução......................................................................................................................... 12
CAPÍTULO 2: Primeiros passos...................................................................................................... 14
CAPÍTULO 3: Estrutura de um texto acadêmico...................................................... 17
CAPÍTULO 4: Resultados e discussão................................................................................. 33
CAPÍTULO 5: Considerações finais.......................................................................................84
Anotações......................................................................................................... 86
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 87

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DIREITOS AUTORAIS
Este guia está protegido por leis de direitos
autorais. Todos os direitos sobre este e-book estão
reservados. Você não possui permissão para vender,
copiar ou reproduzir o conteúdo deste guia em sites,
blogs, jornais, redes sociais, ou quaisquer outros veícu-
los de distribuição e mídia. Qualquer tipo de violação
dos direitos autorais estará sujeito a ações legais.

Pág. 9

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SUGESTÃO PARA VOCÊ
LER ESTE E-BOOK
Querido(a) leitor(a) escrevi este e-book com muito
carinho para te ajudar na jornada da escrita acadê-
mica. Sei que não é um caminho fácil, porém, longe de
ser impossível de percorrer.

Na intenção de que você tenha o melhor proveito


durante a leitura, optei por dividir este e-book em (1)
Introdução, (2) Primeiros passos, (3) Estrutura de um
texto acadêmico, (4) Resultados e discussão e (5)
Considerações finais.

Como aqui o meu principal objetivo é te guiar na


escrita dos resultados e discussão, dividi o capítulo 4
de forma a contemplar tudo que você precisa saber
para se sentir seguro(a) e acertar na escrita da seção
mais interessante e desafiadora do seu estudo.

Por isso, este tópico contempla: (4.1) O que fazer


antes de escrever os resultados e discussão? (4.2)
Pág. 10
Como decidir se deve escrever a seção conjunta
ou separada de resultados e discussão? (4.3) Como
escrever os resultados? (4.4) Qual a diferença entre as
seções de resultados e discussão? (4.5) Como escre-
ver a discussão? (4.6) Como escrever a seção conjunta
de resultados e discussão?

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Você pode optar por ler um capítulo por vez deste
e-book e colocar as dicas em prática no seu trabalho.
Inclusive, recomendo fortemente que a sua leitura seja
guiada desta forma.

No capítulo 4, sobre resultados e discussão, sugiro


que você faça uma leitura na íntegra, para decidir
se vai escrever uma seção conjunta ou separada de
resultados e discussão e tenha uma noção geral do
que esta parte tão importante do seu trabalho requer.

Feito isto, você pode voltar e ler cada subseção


deste capítulo (4) de forma separada, para consul-
tas rápidas, pois já terá conhecimento geral sobre a
escrita da seção mais importante do seu texto acadê-
mico: os resultados e discussão. Desta forma, tenho
certeza que você terá um melhor aproveitamento
deste Guia.

Boa leitura!

Pág. 11

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO
A realização de uma pesquisa científica envolve vários passos, desde
cumprir disciplinas (no caso dos pós-graduandos), passando pela execu-
ção do trabalho, seja ele qualitativo ou quantitativo (que vamos definir
adiante) até chegar na escrita. Que é a parte onde alguns alunos tem
maior dificuldade. O ideal é otimizar o tempo e escrever à medida que
obtém os resultados, para não se sobrecarregar no final.

Já imaginou escrever os seus textos acadêmicos seguindo nove


passos básicos? (veja o capítulo 3). Por mais que muitos alunos fiquem
aterrorizados só de pensar em escrever os seus artigos, trabalhos de
conclusão de curso (TCCs), dissertações e teses, escrever é um exer-
cício. Só se aprende escrever, escrevendo. E como para tudo na vida, é
preciso dar o primeiro passo.

É claro que o meu primeiro texto acadêmico foi horrível! Lembro-me


como se fosse hoje, meu orientador de iniciação científica me pediu
para escrever um resumo expandido para enviar para um congresso
top da área.
Pág. 12
Tudo começou quando eu não sabia o que era um resumo expandido
(que na verdade é um resumo, no formato de artigo científico - falarei
desta estrutura no capítulo 3 - só que mais conciso e tem um tamanho
que pode variar, em geral, de três a cinco páginas). Eu não sabia fazer
nada. Escrevi os rascunhos da introdução à mão e certo dia levei para ele
dar uma olhada. Ele disse que só leria quando o resumo estivesse todo
pronto. Aquilo me derrubou, mas eu não desisti. Pesquisei, li bastante e
escrevi o resumo.

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Mas quando chegou na seção de resultados e discussão, “o bicho
pegou”. Os meus dados precisavam ser plotados em um programa de
computador que eu não tinha, não sabia usar e sequer tinha computa-
dor. Então, ele gentilmente me cedeu o computador dele, me mostrou
como usar o programa e analisar os dados. Ele fazendo parecia muito
simples, mas eu não aprendi de primeira.

Depois de muito sofrimento, aprendi e finalizei o resumo. Porque estou


te contando essa história? Para você entender que não está sozinho(a).
Ninguém nasce sabendo e todos precisamos dar o primeiro passo.

Pág. 13

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CAPÍTULO 2

PRIMEIROS PASSOS
O primeiro passo para escrever bem os seus textos acadêmicos,
consiste em entender como funciona o raciocínio (ou método) cientí-
fico (Figura 1), pois o seu texto precisa ser um reflexo dele.

Então vamos lá: toda pesquisa surge a partir da observação de que


algo precisa ser estudado (problema). A partir daí, vem a pergunta de
pesquisa: “será que ...?”, e de forma quase que natural já criamos uma
hipótese. Algumas pessoas têm dificuldade em escrevê-la, mas a hipó-
tese nada mais é do que o que se espera do estudo.

Por exemplo:

Problema: Pacientes com varizes.

Pergunta de pesquisa: Será que meias compressivas


impregnadas com algum medicamento melhoram as
varizes?

Hipótese: Meias compressivas impregnadas com medi-


camento X melhoram o aspecto de varizes.
Pág. 14

Após esta parte reflexiva, é hora de colocar a mão na massa e usar


meios que busquem uma resposta para a pergunta de pesquisa. De
posse dos resultados, parte-se para analisar se essa resposta é válida
ou não. Depois de todo esse processo reflexivo e analítico, chega-se à
resposta final, ou seja, a conclusão.

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Figura 1: Etapas do raciocínio científico.

Fonte: A autora

Percebe que todo o processo está interconectado? Assim precisa ser


o seu texto! Uma história científica bem contada, com início, meio e fim
(Figura 2), que também podem ser entendidos como introdução, desen-
volvimento e conclusão (IDC).

Há aqueles TCCs, dissertações e teses que seguem esta ordem usando


tópicos intitulados de acordo com a abrangência da pesquisa (comum
na área de ciências humanas). Assim também acontece com artigos
Pág. 15
de revisão narrativa, por exemplo. Caso o(a) leitor(a) tenha interesse
em conhecer os tipos de artigos de revisão, sugiro assistir este vídeo.

Em áreas mais experimentais, como ciências da vida e exatas, é


comum vermos essa lógica IDC do texto científico subdividida em I: intro-
dução, justificativa (quando se trata de projetos), objetivos; D: revisão
da literatura (também conhecida como referencial teórico, fundamen-
tação teórica ou estado da arte), metodologia, resultados e discussão
e C: conclusão. Desta forma, o reflexo do raciocínio científico usado na
pesquisa fica mais evidente no texto.

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Figura 2: Lógica do texto científico e onde cada seção se localiza

Fonte: A autora

Por isso, neste e-book eu te mostro quais são os nove passos para
escrever um texto acadêmico que segue a estrutura IMRDC (introdu-
ção, metodologia, resultados e discussão e conclusão). Além disso, dou
uma ênfase especial naquela seção que os alunos têm maior dificul-
dade: Resultados e discussão.

Falo isso com muita tranquilidade, pois já presenciei em diversas


bancas, trabalhos sem discussão. Já recebi mensagens de professores
pedindo que eu direcionasse conteúdos na @SejaPhD que ajudassem Pág. 16
seus alunos a escrever os resultados e discussão. Foi por isso que decidi
escrever este e-book e espero que este guia te ajude a ter segurança e
assumir o controle da escrita dos seus textos acadêmicos.

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CAPÍTULO 3

ESTRUTURA DE UM
TEXTO ACADÊMICO
Imagine a sua trajetória acadêmica como um caminho, onde você
sai da linha de partida e precisa chegar no final da trajetória. Lá, está o
seu tão sonhado diploma. Não há outro caminho que te leve ao diploma,
que não seja a escrita do TCC, dissertação, artigo ou tese (Figura 3).

Figura 3: Seções que compõem um texto acadêmico.

Pág. 17

Fonte: A autora

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A estrutura básica e obrigatória de um texto acadêmico, seja TCC,
dissertação, tese e artigo científico1 é:

1• TÍTULO

2• RESUMO

3• INTRODUÇÃO

4• REVISÃO DA LITERATURA, ESTADO DA ARTE OU REFERENCIAL TEÓRICO

5• OBJETIVOS

6• METODOLOGIA

7• RESULTADOS E DISCUSSÃO

8• CONCLUSÃO

9• REFERÊNCIAS

ATENÇÃO!
Para escrever bem, é necessário entender o que significa cada uma
dessas seções. E de nada adianta você escrever uma excelente seção
de resultados e discussão, se as demais partes do seu texto deixarem a
desejar. Por isso, antes de nos aprofundarmos em tudo que você precisa Pág. 18
saber para acertar na escrita dos resultados e discussão, te mostrarei
os nove passos necessários para escrever bem.

Acompanhe os subtópicos a seguir:

1 artigo científico não tem revisão de literatura, nem objetivos específicos

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3.1. Título
O título (Figura 4) precisa ser algo que mostre ao leitor de que o seu
trabalho se trata. Por isso, ele deve despertar interesse e combinar com
o objetivo e a conclusão do estudo.

Um bom título deve ser curto e não conter aspectos metodológicos. A


forma como a pesquisa foi ou será conduzida só cabe na metodologia.
A única exceção aqui é para artigo do tipo revisão sistemática. Onde,
de acordo com as normas do PRISMA 20091, o termo “revisão sistemá-
tica” deve conter no título.

FIGURA 4: Fluxograma para construção do título2.

Pág. 19

Fonte: A autora

2 Para artigos científicos: caso o tamanho ultrapassar o número de caracteres ou pala-


vras estipulado nas normas, mas você acredita que está adequado, informativo e não
conseguir encurtá-lo, submeta assim mesmo. Pode ser que os revisores deem sugestões
de melhorias ou o editor aceite dessa forma. Caso isso não aconteça, eles devolverão para
revisão.

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3.2. Resumo
O resumo, como o nome já diz, é uma síntese fiel do seu trabalho e
deve abordar a introdução, objetivo geral, métodos usados, principais
resultados e conclusão (ou seja, uma resposta ao objetivo geral).

A minha dica é que você escreva o resumo por último, quando finalizar
e revisar todo o trabalho. Pois, ao ler o texto completo, saberá os pontos
fortes (você pode grifá-los com um marcador de texto, por exemplo)
que precisam ser abordados no resumo, que é o cartão de visita do seu
trabalho.

Finalize o resumo com a resposta ao objetivo (conclusão) e propo-


nha uma direção para novos estudos que venham a ser realizados para
contribuir com a sua pesquisa.

Pág. 20

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Figura 5: Etapas para escrita do resumo3.

Pág. 21

Fonte: A autora

3 O valor de p é usado em análise estatística para sinalizar se existe ou não diferença entre
os grupos analisados na pesquisa. Se este valor for inferior a 0,05, significa que houve dife-
rença entre os grupos. Valor de p>0,05 significa que não existe diferença entre os grupos
analisados.

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Logo após o resumo, temos as palavras-chave. Prefira usar pala-
vras-chave que são descritores. Caso exista uma palavra-chave que
caracteriza bem o seu trabalho, mas não seja descritor, mantenha-a
mesmo assim.

Por exemplo, nanocápsula não é descritor, mas é palavra-chave de


um dos meus artigos mais importantes, por isso, a mantive nas pala-
vras-chave do trabalho.

Para entender mais sobre descritores e como buscá-los, assista a


este vídeo.

3.3. Introdução
A introdução é o espaço do texto para “vender o seu peixe”, ou seja,
envolver o leitor e mostrá-lo o problema que a sua pesquisa resolve e
porque ela é importante (Figura 6). A introdução deve ser construída com
base em um conhecimento que já existe, por isso deve ser totalmente
referenciada e não deve ultrapassar duas páginas.

Na Figura 6, apresento uma sequência para te guiar na escrita da


introdução dos seus textos acadêmicos.

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Figura 6: Sequência de parágrafos para escrever a introdução. Cada
número assinalado na figura, refere-se a um parágrafo da introdução.

Pág. 23

Fonte: A autora

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Perceba que de acordo com o exemplo citado na Figura 6, saí de um
tema amplo (aquecimento global), depois entrei um pouco mais a fundo
nesse tema trazendo o tamanho do problema (quantas megatoneladas
de dióxido de carbono são emitidas por ano), em seguida, aprofundei
ainda mais, mostrando a literatura existente sobre isso (plantio de árvo-
res) e onde ela se limita (pouco praticado). Para então, chegar na ideia
proposta no trabalho, seguida pelo objetivo (o que você pretende realizar
na pesquisa) e hipótese (aquele resultado que você espera do estudo).

Esta é a estratégia funil. Uma forma infalível para guiar o seu pensa-
mento no que precisa ser abordado no texto seguindo um raciocínio
lógico. Necessário para contar a história do seu trabalho, sem deixar de
lado nenhuma informação importante. E o melhor, ela pode e deve ser
usada para definir a sequência do que escrever em todas as seções do
seu texto.

Além disso, preze pela escrita de frases curtas ao longo do texto.


Sentenças longas são cansativas e confusas de ler. Outra dica importante
é: escreva parágrafos com número parecido de linhas. Esteticamente é
muito feio um texto que possui um parágrafo com 3 linhas e outro com 10.

3.4. Revisão da literatura


A revisão da literatura, também conhecida como referencial teórico,
Pág. 24
fundamentação teórica ou estado da arte, não se aplica a artigos e sim
a textos com estrutura tradicional como dissertações, teses e TCCs.

Na revisão da literatura, não há limite de páginas. Embora algumas


instituições recomendem que o seu tamanho não ultrapasse 30% do total
de páginas da sua dissertação ou tese ou do capítulo (se você optar por
escrever em capítulos).

Nesta seção, é preciso deixar claros os principais conceitos aborda-


dos no texto (pode optar por iniciar com uma retrospectiva histórica, se

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pertinente para o seu tema) e mostrar o que outros estudos tem feito a
respeito desse tema.

Para isso, as ideias devem ser organizadas do tema mais abrangente


ao mais específico que a sua pesquisa trata. O mais específico, é o objeto
de estudo do seu trabalho.

E existe estratégia para isso, sabia? A estratégia funil, que comentei


no tópico 3.3. Para maiores detalhes sobre revisão da literatura e estra-
tégia funil (Figura 7), sugiro esta leitura.

Figura 7: Estratégia funil aplicada à revisão da literatura.

Pág. 25

Fonte: A autora

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Não deixe de explicar na revisão da literatura os métodos usados na
pesquisa. Dessa forma, você mostra ao leitor o porquê de dentre tantos
métodos, ter optado por aqueles. Isso evidencia a qualidade dos méto-
dos selecionados.

Por exemplo, digamos que seu estudo seja uma revisão sistemática.
Por que você escolheu este tipo de delineamento?

Provavelmente porque busca informações baseadas em evidências.


Isso quer dizer que na sua revisão de literatura, deve ter um tópico sobre
informações baseadas em evidências e depois um subtópico explicando
porque revisão sistemática é o melhor modelo pra isso.

3.5. Objetivos
Para artigos científicos, em geral, escreve-se o objetivo geral no final
da introdução (observe nas normas da revista ou do seu programa se
eles exigem os objetivos específicos, pois estas situações são exceções.
Caso exijam, coloque-os também no último parágrafo da introdução).

Em textos que seguem o formato de monografia, como TCC, disserta-


ção e tese, existe uma seção dedicada para os objetivos e subdivide-se
em: objetivo geral e objetivos específicos (Figura 8).

Para escrever os objetivos, é preciso se perguntar: “O que eu pretendo Pág. 26


com essa pesquisa?” A sua pretensão é o objetivo geral.

Os objetivos específicos, são pequenas metas para alcançar o obje-


tivo geral. Para cada objetivo específico, você terá uma metodologia ou
um conjunto de métodos a usar.

Em trabalhos extensos, como teses, por exemplo, cada objetivo espe-


cífico pode ser abordado em um capítulo diferente. Tenha cuidado para
não escrever no objetivo COMO irá fazer para alcançá-lo, pois isso é
papel da metodologia.

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Figura 8: Perguntas que você deve se fazer para escrever os objetivos.

Pág. 27

Fonte: A autora

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Vale destacar, que todos os objetivos devem começar com verbos no
infinitivo, ou seja, aqueles que terminam com -ar, -er, -ir, -or, -ur.

A escolha desses verbos pode ser feita baseada na taxonomia de


Bloom, que vai detalhar quais os verbos mais adequados a serem usados
em determinadas situações (Tabela 1).

Tabela 1: Domínio cognitivo da Taxonomia de Bloom.

Fonte: Reproduzido de Clarity Solutions2

Pág. 28
3.6. Metodologia
A metodologia (Figura 9) é o passo a passo que foi realizado para
atingir os objetivos e alcançar os resultados da pesquisa. Por isso, é
importante que ela seja o mais detalhada possível, de uma forma, que
qualquer pessoa que queira reproduzir a sua metodologia, chegue ao
mesmo resultado que você (pense nesta seção como se fosse uma
receita de bolo). Toda essa minuciosidade para escrever a metodolo-
gia mostra quão válidos são os métodos que você usou.

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Figura 9: Elementos obrigatórios na metodologia.

Pág. 29

Fonte: A autora

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Uma excelente forma de saber se a escrita da sua metodologia está
adequada é ler revisões sistemáticas sobre o seu tema de pesquisa.
Nelas, normalmente existem informações sobre a qualidade dos estu-
dos e o que eles deveriam ter para apresentarem resultados confiáveis.
Essas informações são valiosas para você refletir sobre o que escrever
na metodologia.

ATENÇÃO!
Como o seu trabalho já foi realizado, todos os verbos da metodologia
precisam estar no passado.

3.7. Resultados e Discussão


Os resultados e discussão são o objeto central deste e-book, por isso,
irei definí-los aqui, mas tratarei em detalhes no capítulo subsequente.

A seção de resultados e discussão é onde você irá escrever as respos-


tas que foram obtidas com a sua pesquisa (resultados) e compará-las
(discussão) com outros estudos que tiveram delineamento experimen-
tal, ou seja, metodologias semelhantes.

Pág. 30
3.8. Conclusão
A conclusão é uma resposta ao objetivo geral. Por isso, antes de escre-
vê-la, releia ou copie e cole (depois apague, rs) o seu objetivo geral e
escreva a conclusão de modo a respondê-lo.

A conclusão (Figura 10) não deve ser muito grande, nem um resumo
dos resultados, afinal o leitor acabou de ler esta seção. Mas, é possível
finalizar a conclusão mostrando se a sua hipótese foi ou não aceita e
como a sua pesquisa contribui para a área.

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Figura 10: Checklist do que deve ser escrito na conclusão.

Fonte: A autora

3.9. Referências
Embora as referências não sejam elementos textuais, elas estarão
distribuídas ao longo do texto dando o suporte teórico à pesquisa e por
isso são importantíssimas. No final do arquivo, é preciso organizar uma
lista com todas as referências.

Se você optar por no texto colocá-las no formato (AUTOR, DATA), de Pág. 31


acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), na lista essas referências devem aparecer em ordem alfabé-
tica. Caso opte por organizá-las por números [1], de acordo com o estilo
Vancouver, na lista, as referências devem aparecer na ordem em que
foram citadas no texto.

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Existem gerenciadores de referências como Zotero ®, Mendeley®,
Endnote®, etc que ajudam e muito na organização das referências
fazendo isso de forma automática. O que é excelente, pois evita que
referências que estão no texto não sejam citadas e vice-versa. Um erro
comum, quando se organiza as referências de forma manual.

Para maiores detalhes sobre os gerenciadores de referências, sugiro


esta leitura3.

Os gerenciadores são excelentes ferramentas para otimizar o seu


tempo, mas podem acontecer algumas falhas de formatação. Para
garantir que as referências estão no formato adequado, ao final da
escrita, verifique manualmente se todas as referências do texto estão
na lista (e vice-versa).

Pág. 32

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CAPÍTULO 4

RESULTADOS E
DISCUSSÃO
As seções mais interessantes para o leitor e desafiadoras para o autor,
sem dúvida, são as dos resultados e discussão. Nestas seções, você
mostrará os dados obtidos com a sua pesquisa e explicará ao leitor o
que eles significam.

Por isso, merece um cuidado especial na escrita. Neste capítulo, te


darei todas as dicas necessárias para você escrever uma excelente
seção de resultados e discussão do seu TCC, dissertação, artigo ou tese.

Os resultados e discussão podem ser combinados na mesma seção


ou separados. Isso depende das normas da revista, onde você pretende
submeter o artigo ou do programa de pós-graduação e até mesmo do
estilo de escrita que o seu grupo de pesquisa possui.

Uma seção de resultados bem apresentada, juntamente com uma


discussão convincente, é a chave para conquistar os avaliadores da
banca, bem como editores e revisores de revistas acerca da novidade
Pág. 33
e impacto do seu estudo.

Este e-book irá orientá-lo(a) sobre a maneira mais eficaz de apre-


sentar seus resultados e escrever uma excelente discussão. Antes de
adentrarmos nesses detalhes, leia os trechos abaixo e anote as diferen-
ças que você consegue identificar.

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VERSÃO 1

“A região metropolitana de Aracaju-SE conta com 297


farmácias. Destas, 37 responsáveis técnicos ou proprietá-
rios foram pesquisados através de questionário elaborado
para a referida pesquisa.

Do quantitativo de profissionais entrevistados, 62% disse-


ram conhecer a RDC 197/17 da ANVISA e 38% não conhecem.

Sendo que do total de entrevistados, 19 foram farmacêu-


ticos e 18 proprietários de farmácia.

Das unidades pesquisadas, 65% relataram ter interesse


em implantar o serviço de vacinação humana e 35% não
demonstraram interesse.

Sendo que das 37 unidades pesquisadas, 65% possuem


estrututa física adequada para adesão aos requisitos
mínimos previstos na RDC 197/17 da ANVISA, e 35% não
possuem.

Das unidades que se mostraram interessadas em aderir


a RDC 197/17 da ANVISA, os dois principais motivos foram
na mesma proporção, agregar serviço e acesso facilitado
da população á vacinação, seguido da preocupação dos
farmacêuticos e proprietários de beneficiarem os seus
Pág. 34
pacientes/clientes e ainda proporcionar um diferencial
mercadológico para essa população e por fim a visão
empresarial da lucratividade com essa implantação.

Dos motivos pelos quais as unidades pesquisadas relata-


ram não implantarem a RDC 197/17 da ANVISA, prevaleceu
a falta de estrutura física seguida da burocracia para tal
implantação. O custo elevado, receio de ocorrências de
efeitos colaterais foram também um dos fatores para os
pesquisados não demonstrarem interesse da adesão ao

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serviço no seu estabelecimento.”

Fonte: ALEIXO et al. Perfil de aceitação dos proprietários de farmácias e farma-


cêuticos frente à RDC 197/2017 da ANVISA. Trabalho de Conclusão de curso
(Bacharelado em Farmácia) – Faculdade de Aracaju, Aracaju, 20184.

VERSÃO 2

“Os dados apresentados na Figura 1 representam o quan-


titativo de unidades existentes em Aracaju e o percentual
destas que foram pesquisadas. De acordo com dados
do Conselho Federal de Farmácia (2018), o Estado de
Sergipe possui 933 farmácias/drogarias privadas, sendo
297 alocadas na região metropolitana de Aracaju [10].
Destas, 37 responsáveis técnicos ou proprietários foram
pesquisados através de questionário elaborado para a
referida pesquisa (Figura 1). O instrumento foi aplicado
na região metropolitana de Aracaju, especificamente
nos municípios de: Aracaju, Barra dos Coqueiros e Nossa
Senhora do Socorro. Foram escolhidos estabelecimentos
localizados nos bairros dessas regiões, por apresentarem
farmácias de pequeno porte, visando a adequação à RDC Pág. 35
197/17 da ANVISA, que trata dos requisitos mínimos para o
funcionamento dos serviços de vacinação humana em
estabelecimentos farmacêuticos [4]. A adequação das
Farmácias/Drogarias à essa resolução agrega um serviço
diferencial, capaz de gerar mais rotatividade dos clientes
nos estabelecimentos e consequentemente aumentar a
lucratividade.

No tocante ao conhecimento dos entrevistados acerca da


existência da RDC, identificou-se que 62% do quantitativo

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de profissionais disseram conhecer a RDC 197/17 e, conse-
quentemente, 38% não conheciam a Resolução por ser
nova na área (Figura 2). Embora esse seja o primeiro
estudo sobre essa temática na área de Farmácia, outras
pesquisas na área de Enfermagem já apontaram a defa-
sagem no conhecimento técnico dos profissionais acerca
do processo de vacinação, o que ocasiona falhas no
cumprimento das ações estabelecidas pelos manuais de
vacinação [11 - 13]. Frente ao exposto, é possível perceber
que a falta de informação ainda permanece e, por isso,
neste estudo procuramos mostrar os benefícios da reso-
lução a esses profissionais. Uma vez que a implantação
dos serviços dispostos na legislação, pode futuramente
atrair mais clientes ao estabelecimento e, assim, forne-
cer mais uma alternativa de acesso vacinal a população
e lucratividade à empresa.

Referente a caracterização da amostra, foi verificado que


os respondentes dos 37 estabelecimentos pesquisados,
corresponderam a 19 farmacêuticos e 18 proprietários
de farmácia. Desse modo, é possível observar que, não
foram escolhidos somente farmacêuticos, porque muitas
vezes é o proprietário da farmácia que detém de todo o
gerenciamento da empresa. Diante disso, 49% dos ques- Pág. 36
tionários foram aplicados a donos dos estabelecimentos
e, consequentemente, 51% aos farmacêuticos (Figura 3).
Das unidades pesquisadas, 65% dos entrevistados rela-
taram ter interesse em implantar o serviço de vacinação
humana (Figura 4), sob justificativa de que faz-se neces-
sária uma melhora na cobertura vacinal. Por essa razão,
os entrevistados acreditam que implantar esse serviço em
seus estabelecimentos trará um diferencial na oferta dos
seus serviços, uma vez que, irá tornar ainda mais acessível

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a busca da população por vacinas.

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) é referência


mundial, já que oferece, gratuitamente, todas as vaci-
nas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde
(OMS). Mesmo com essa oferta, a cobertura vacinal tem
caído de forma significativa em todo o território nacio-
nal, conforme dados do DataSUS [14]. Com a adesão
das Farmácias e Drogarias à resolução 197/17 da ANVISA,
há uma expectativa de elevar os índices de vacinação
podendo atingir ou aproximar-se da meta estabelecida
pelo Ministério da Saúde de 100% de cobertura vacinal.
Em países como os Estados Unidos que já implantaram o
serviço de vacinação em Farmácia, as coberturas contra
a gripe, por exemplo, aumentaram de 32,2% para 40,3% em
dez anos [15].

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião


e Estatística (Ibope) mostrou que 52% da população brasi-
leira é a favor da vacinação em farmácias e drogarias. O
levantamento também identificou que 81% dos entrevista-
dos demonstraram plena segurança em tomar vacina em
farmácias. Quando perguntados sobre quais os locais para
tomar vacina, 93% mencionaram o posto de saúde; 29%,
Pág. 37
o hospital; 29%, as clínicas de imunização; 11%, as farmá-
cias; e 1%, outros lugares. Grande parte dos entrevistados
(82%) disse que usaria a farmácia para sua imunização e
88% acreditam que amigos ou familiares fariam o mesmo.
Entre os principais pontos positivos vistos pela popula-
ção, está o preço. Os entrevistados entendem que a oferta
de imunização em farmácias terá custo menor do que o
praticado em clínicas particulares de imunização, pois as
farmácias adquirem as vacinas em grande quantidade e

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isso acarreta em uma economia de 40% para o paciente.
Além disso, o presidente do Conselho Federal de Farmácia
fez uma observação interessante: “as mães precisam ir
aos postos de saúde pelo menos dez vezes para garan-
tir proteção aos seus filhos, no primeiro ano de vida deles.
Esses postos de saúde estão acessíveis apenas durante
os dias úteis, em que elas estão trabalhando, porque, em
sua grande maioria, elas são provedoras dos lares” (GUIA
DA FARMÁCIA, 2017) [15].

Mesmo diante desse cenário, 35% dos farmacêuticos e


donos de Farmácia entrevistados no presente estudo, não
demonstraram interesse em implantar o serviço de vaci-
nação nos seus estabelecimentos, o qual, fica a critério do
proprietário, pois a RDC 197/17 não é uma norma obrigató-
ria. Dentre as motivações para a não adesão ao serviço,
destacam-se o elevado custo de implantação, a burocra-
cia e receio de processos jurídicos oriundos de eventos
adversos que porventura o farmacêutico não consiga
contornar, que segundo os entrevistados, não justificam
a implantação do serviço. Esse pensamento foi compar-
tilhado pelos proprietários das farmácias do município de
Brusque em Santa Catarina, que concordam que o inves-
timento e a burocracia para implantação não valem a Pág. 38
pena, pois a procura pelas vacinas nos estabelecimen-
tos aumenta no inverno e a rentabilidade da vacinação
não é tão alta [16].

Outro dado interessante é que das 37 unidades pesqui-


sadas, 65% possuem estrutura física adequada para
adesão ao serviço de vacinação (Figura 5). A resolução
197/17 da ANVISA traz exigências específicas, que devem
ser observadas e seguidas à risca, onde a principal é a

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estrutura física. As farmácias devem apresentar uma área
de recepção dimensionada de acordo com a demanda
e separada da sala de vacinação. Outros aspectos de
infraestrutura regulamentados na RDC nº 197/17 são as
exigências de ter pia de lavagem, bancada, mesa, local
específico para guardar os materiais de administração de
vacinas, onde vale ressaltar que, os equipamentos e a sala
de vacinação devem estar sinalizados de maneira visível
[4]. Do total de farmácias pesquisadas, 35% não possuem
estrutura física adequada para implementação do serviço
de vacinação no estabelecimento, o que desestimula os
proprietários na adesão ao serviço.”
Fonte: ALEIXO et al. Perfil de aceitação dos proprietários de farmácias e farma-
cêuticos frente à RDC 197/2017 da ANVISA. Trabalho de Conclusão de curso
(Bacharelado em Farmácia) – Faculdade de Aracaju, Aracaju, 2018.

Se você percebeu que a versão 1 possui apenas resultados sem discus-


são, parabéns! Você acertou! E isso é mais comum do que se imagina. Eu
já li vários trabalhos de TCC e dissertação de mestrado sem discussão.
Esse é um erro gravíssimo que pode complicar a vida do(a) aluno(a). A
depender da banca, ele(a) pode até ser reprovado(a).

Foram essas situações que me motivaram a escrever este e-book


a fim de te ajudar a acertar na escrita da seção mais importante do
Pág. 39
seu trabalho. Por isso, este capítulo está dividido em seis subseções,
onde abordo detalhadamente o que e como escrever os resultados e
discussão.

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4.1. O que fazer antes de escrever os
resultados e discussão?
Organização é a palavra de ordem para o sucesso na escrita de
textos acadêmicos. Ao parar de escrever para organizar ilustrações,
você perde toda a concentração e fluxo na escrita. Isso costuma deixar
o autor perdido e ser o principal motivo para textos desconexos e mal
discutidos.

Por isso que eu sempre falo: antes de escrever os resultados e


discussão é preciso parar, tratar os dados, organizá-los e decidir qual a
melhor sequência para apresentá-los no texto.

Afinal, todos os resultados que respondem à pergunta de pesquisa,


devem ser apresentados no texto. Além disso, dados secundários que
ajudam a chegar à essa resposta, também podem ser escritos5 e 6.

Pense comigo: se é preciso fornecer os resultados e muitos deles


ainda estão no seu formato bruto, significa que é necessário analisá-los
e organizá-los para facilitar a compreensão do leitor, concorda?

Para analisar, vai depender do tipo de estudo. Se for pesquisa quanti-


tativa e você tiver um número de replicatas suficiente para fazer análise
estatística, faça! Caso seja pesquisa com delineamento qualitativo, faça
a análise dos fenômenos observados.
Pág. 40
Mas e como organizar os resultados?

Uma vez analisados, organize os resultados em ilustrações. Ilustrações


podem ser: tabelas, figuras, esquemas, quadros, etc. Além disso, elas
podem conter dados numéricos, barras de erros e significância
estatística.

As ilustrações são fundamentais em um texto acadêmico, pois consti-


tuem maneira eficiente de resumir informações, valorizar o texto e atrair
a atenção do leitor.

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DIFERENÇAS ENTRE TABELA, QUADRO E FIGURA
Muitos alunos confundem principalmente o que são tabelas e quadros
e acabam nomeando-as erroneamente.

A diferença básica entre elas é que tabelas não possuem bordas late-
rais e devem conter, preferencialmente, dados numéricos e quando
possível, significância estatística (aquele valor de p que falei na página
20).

Já os quadros, possuem bordas laterais e podem abrigar dados descri-


tivos em texto, por exemplo. Para artigos em inglês, não é comum usar
quadros e sim, tabelas.

Já as figuras, podem compreender gráficos, fotografias, diagramas,


fluxogramas, charges, desenhos, mapas, ou seja, qualquer produto
gráfico.

Veja os exemplos abaixo:

Tabela 3: Número de alcoolistas em inquérito populacional.

Hábito de beber Frequência


Sim 1500
Não 500
Total 2000
Pág. 41
Fonte: A autora

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Quadro 1: Principais diferenças entre quadros e tabelas.

Elementos Quadros Tabelas


Bordas laterais Fechadas Não possui
Dados Descritivos Numéricos

Fonte: A autora

Figura 11: Elementos que podem ser considerados figura. 1: gráfico; 2: foto-
grafia; 3: desenho; 4: infográfico; 5: mapa; 6: charge.

Fonte: A autora

Pág. 42
ATENÇÃO!
As ilustrações devem conter informações complementares e não uma
mera repetição do que está escrito no texto. Por isso, faça o uso cons-
ciente das ilustrações e ao escrever sobre elas, destaque as informações
que são importantes para responder a sua pergunta de pesquisa.
Lembre-se que todo o seu trabalho gira em torno da busca pela resposta
à essa pergunta.

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PREPARAÇÃO DE TABELAS
As tabelas devem ser usadas para:

Î Apresentar dados numéricos que seriam complexos de


compreender se apresentados em figuras;

Î Resumir informações que se descritas no texto, tornariam


a leitura muito cansativa e confusa.

Dessa forma, uma boa tabela (Tabela 2) deve ser simples, clara,
autoexplicativa, objetiva, conter dados relevantes, exatos e distribuir as
informações em uma sequência lógica.

Tabela 2: 8 elementos cruciais a serem observados na preparação de uma


boa tabela.

Pág. 43

Fonte: Adaptado de Pereira (2012)

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PREPARAÇÃO DE FIGURAS
As figuras devem ser usadas para:

Î Resumir informações;

Î Melhorar a compreensão do texto;

Î Relacionar os dados.

É fundamental caprichar na apresentação das figuras, pois elas são


muito atraentes aos olhos do leitor e principalmente do revisor, na hora
de dar um parecer favorável ao seu trabalho.

Observe a Figura 12:

Figura 12: Preparação e caracterização de biotintas esofágicas. (a) Processo


de descelularização da mucosa e músculo esofágico. (b) Componente da
mucosa esofágica sem a matriz extracelular (dECM). (c) Componente
muscular esofágico sem matriz extracelular (dECM) (***p < 0.0005).

Pág. 44

Fonte: Reproduzido de Nam et al., 20207

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Perceba como a imagem acima é autoexplicativa e possui as infor-
mações de forma resumida. Mesmo sem ler o artigo na íntegra, a partir
da figura, é possível compreender o processo envolvido na obtenção
da amostra.

Ou seja, o esôfago de porco foi obtido (de um matadouro), em seguida


foi picado, os pedaços foram colocados em contato com uma solução
para remoção das células (etapa de descelularização).

A solução obtida sem células foi então seca pela técnica de liofilização
e posteriormente submetida a um processo de digestão com enzimas
(para garantia de que células residuais fossem removidas e sobrasse
apenas o esqueleto da matriz extracelular (dECM), objeto de interesse
do estudo).

Concluído esse processo (a), foram analisados os conteúdos de colá-


geno (COL) e glicosaminoglicanos (GAGs) (substâncias presentes na
matriz extracelular), bem como DNA (para garantia de que todas as célu-
las foram removidas no processo) no esqueleto obtido da região da
mucosa (b) e muscular (c), em relação ao tecido nativo, ou seja, que
não passou por todo esse processo. Como uma forma de analisar se o
protocolo utilizado foi eficiente.

Outros aspectos também podem ser observados na Figura 12, tais


como, qualidade das imagens, fonte legível, apresentação de significado
Pág. 45
estatístico dos resultados (apresentados através de *). Características
fundamentais para auxiliar na compreensão do leitor.

Percebe quanta informação podemos extrair de uma figura atraente


e bem elaborada? Este tipo de figura, que é na verdade um painel envol-
vendo diversas ilustrações, são muito bem vindos no texto, pois além de
fornecer informações completas sobre determinado assunto, economi-
zam no número final de ilustrações do texto.

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Isso é particularmente importante quando falamos de artigos científi-
cos, onde a maioria das revistas limita o número de ilustrações. A revista
Food Chemistry, por exemplo, só aceita seis ilustrações incluindo tabe-
las e figuras.

Se a Figura 12 não fosse um painel, ela teria oito ilustrações, o que


excederia o limite da revista usada como exemplo. Além disso, se as
ilustrações fossem separadas, talvez a compreensão do leitor não fosse
tão completa quanto ao observar o conjunto de informações dispostas
lado a lado no painel.

Por isso, eu recomendo que caso você tenha resultados comple-


mentares, organize-os em um painel de forma a facilitar não só a sua
compreensão ao descrever esses dados, como a do leitor.

Pois, leitores experientes costumam olhar as ilustrações antes de ler


o trabalho na íntegra para terem uma ideia geral do trabalho e decidir
se vale a pena ler o estudo completo.

As figuras, conforme já mencionado acima, incluem fluxogramas


(muito utilizados em revisões sistemáticas, ver modelo PRISMA 2009),
mapas (úteis para informar distribuição espacial e geográfica dos
dados), gráficos (bastante comuns: mostram a relação entre dados, o
que desperta a imaginação e convence o leitor), dentre outros.

São vários os tipos de gráficos que podem ser usados para apresen- Pág. 46
tar os resultados de um estudo. Os mais usados em textos acadêmicos
são gráficos de linhas, barras, pizza (também conhecido como gráfico
de setores) e dispersão. A escolha do tipo de gráfico depende da variá-
vel analisada.

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Gráfico de linhas
Este tipo de gráfico é utilizado para variáveis contínuas. Ou seja,
aquelas variáveis que podem assumir qualquer valor em determinado
intervalo numérico. Ex: peso (balança), altura (régua), tempo (relógio),
pressão arterial, idade, etc.

Figura 13: Distribuição dos registros do nome “Júlia” por década.

Fonte: IBGE, censo demográfico 2010.

Observe como o gráfico de linhas permite uma leitura simples e


Pág. 47
direta do resultado: a partir dos anos 90 teve um boom nos registros do
nome Júlia. A interpretação aqui também é simples: o que levou a este
fenômeno? Alguma novela famosa? A música Anna Júlia da banda Los
Hermanos? Outro fator qualquer? Aqui é preciso explicar o que (resul-
tado) gerou este crescimento e explicar o porquê (discussão).

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Gráfico de dispersão
Neste tipo de gráfico, os pontos representam os valores de duas variá-
veis medidas ao mesmo tempo (dependente e independente). De forma
semelhante ao gráfico de linhas.

Figura 14: Dados quantitativos da expressão de proteína verde fluores-


cente (GFP) após 48 horas.

Fonte: A autora.

A partir da Figura 14, é possível observar que no eixo das ordenadas Pág. 48
(y: Expressão de GFP) temos a variável dependente, ou seja, seus valores
dependem exclusivamente da variável disposta no eixo das abcissas (x:
número de posição do hidrogel). Em termos práticos: qualquer variação
nos valores de x, alteram os valores de y.

Nesse tipo de gráfico, é possível correlacionar os dados a partir do


coeficiente de correlação (r), que varia de +1 a -1.

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O que isso significa?

Î r>0  todos os pontos estão na mesma diagonal ascen-


dente e, portanto, correlacionam-se positivamente. Dessa
forma, à medida que os valores de x crescem, os valores
de y também aumentam. Quanto mais próximo de 1, mais
os dados estão correlacionados entre si.

Î r<0  todos os pontos estão na mesma diagonal descen-


dente e, portanto, correlacionam-se negativamente.
Quanto mais próximo de -1, mais associados estão os
dados. Ou seja, os valores de y diminuem à medida que
os valores de x são reduzidos.

Î r=0  não existe correlação entre os dados.

Quadro 2: Guia para interpretação do coeficiente de correlação.

Valor de r (+ ou -) Interpretação
0,00 a 0,19 Correlação bem fraca
0,20 a 0,39 Correlação fraca
0,40 a 0,69 Correlação moderada
0,70 a 0,89 Correlação forte
0,90 a 1,00 Correlação muito forte

Fonte: Reproduzido de Silvia e Shimakura (2006)8


Pág. 49
No exemplo da Figura 14, temos uma correlação positiva entre os dados
com valor de r=0,63, indicando uma correlação moderada, conforme
disposto no Quadro 2.

Gráfico de barras
Utilizado para variáveis categóricas. Ou seja, aquelas que não são
definidas por valores quantitativos, mas sim por categorias. Ex: sexo, cor,
doente/sadio, mês (janeiro-dezembro), grau de escolaridade, etc.

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Figura 15: Penetração/permeação de nanocápsulas em pele de orelha
suína. *Representam significância estatística (p <0,05) (n=6). HT livre:
hesperetina livre; NC-NT: hesperetina nanoencapsulada.

Fonte: Reproduzido de Menezes et al., (2017)9.

Observe que na Figura 15b, no eixo das ordenadas (y), temos a frequên-
cia medida em ug·cm-2 (ou seja, quanto de hesperetina tinha em cada
camada da pele) e no eixo das abcissas (x) as variáveis categóricas
(camadas da pele). Dessa forma, facilmente observamos que para
ambos os grupos (HT livre e NC-HT), temos mais hesperetina na derme.

Gráfico de pizza ou gráfico de setores


Este tipo de gráfico faz a distribuição de frequências da variável propor-
cionalmente. São raros em artigos de alto impacto, mas são bastante
didáticos em apresentações.
Pág. 50
Ao usar um gráfico de pizza, não se deve comparar mais que cinco
itens e a diferenciação entre cada variável deve se dá por tons.

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Figura 16: População urbana, rural e urbana na sede municipal, segundo
as Unidades da Federação – 2010.

Fonte: IBGE, censo demográfico 2010.

A partir deste gráfico, facilmente observamos que neste estado a


esmagadora maioria da população reside na área urbana da sede
municipal.

CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA FIGURA


Pág. 51
A escolha do melhor tipo de figura ou gráfico para representar os
dados da sua pesquisa, deve levar em consideração os seguintes
aspectos:

Î Ser autoexplicativa, ou seja, apresentar a tendência ou


não de um evento acontecer;

Î Mostrar curvas que facilitem a estimativa dos valores;

Î Ser de fácil compreensão do resultado;

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Î Ser clara, simples, exata;

Î Apresentar os dados em sequência lógica;

Î Conter só o essencial;

Î Ampliar a informação do texto e não ser uma repetição


do que está escrito.

Figura 17: Passo a passo para plotar um gráfico.

Pág. 52

Fonte: A autora

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Ao formatar a figura (Figura 17), observe:

Î Se o título é claro, e quando possível, conciso;

Î Se é necessário inserir escala (fundamental para imagens


microscópicas);

Î Se as unidades de medidas de cada eixo (x e y) estão


apresentadas;

Î Caso opte por usar abreviaturas, insira uma legenda ou


coloque o significado por extenso no título da figura;

Î Use o mesmo tipo de fonte usado no texto e com tama-


nho legível;

Î Quando for o caso, use asterisco (*) para indicar signifi-


cância estatística (valor de p);

Î Se a figura usada foi extraída de um trabalho já publicado,


pedir permissão para reuso e citar a fonte original (confira
o passo a passo para pedir permissão para reuso de ilus-
trações na área de membros)10;

Î Caso o dado seja original do seu trabalho, não precisa


citar a fonte!

Preze pela qualidade das ilustrações do seu estudo. Se tiver figuras


Pág. 53
coloridas, opte por imprimir ao menos aquela página a laser ou papel
fotográfico, para facilitar a compreensão da banca. Caso contrário, ela
entenderá que você não tem zelo pela qualidade do seu trabalho.

Caso o seu estudo seja um artigo científico, siga rigorosamente as


instruções para os autores da revista onde pretende publicar. De forma a
atender todos os requisitos para o preparo das ilustrações. Aqui é impor-
tante observar também ilustrações de artigos recentes da revista, para
ter noção do padrão usado.

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O QUE FAZER AO OBTER UM NOVO RESULTADO?
Sempre que você tiver um dado novo da sua pesquisa:

Î analise-o, inclusive estatisticamente (se for o caso).

Î organize-o (seja em gráfico, tabela, quadro ou imagem)


em um rascunho (Power point, por exemplo). Caso vá
publicar esses dados em inglês e colocá-los no TCC,
dissertação ou tese em português, monte as ilustrações
nos dois idiomas, com qualidade máxima.

Î escreva em um rascunho (nas anotações do Power point,


por exemplo) a pergunta de pesquisa, o título da ilustra-
ção, o que significa aquele resultado e o que você poderia
discutir dele.

Î apresente seus dados para o grupo de pesquisa. Nesta


oportunidade, provavelmente surgirão novas ideias e
sugestões para discutir aquele resultado. Estas informa-
ções são preciosas e também devem constar no seu
rascunho.

Î guarde essas informações a sete chaves.

Pág. 54

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Figura 18: Guia do que deve ser feito antes de escrever os resultados e
discussão.

Fonte: A autora

Se você seguir esse passo a passo (Figura 18) ficará muito mais fácil
escrever a seção de resultados e discussão, pois já existirá um guia. E
agora o que vai faltar é:

Î Colocar essas informações em uma sequência lógica que


conte uma história coerente do seu trabalho, de forma
convincente para o leitor. Aqui é importante lembrar que
a pergunta de pesquisa é a norteadora dessa sequência.
Pág. 55
Î Buscar referências que deem suporte aos seus resultados
(voltarei a falar disso na seção 4.4).

Lembre-se: os primeiros leitores do seu texto serão seu/sua orien-


tador(a) e a banca. Pessoas muito difíceis de convencer. Mas se você
seguir à risca as dicas deste e-book, tenho certeza que dará muito certo.

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4.2. Como decidir se deve escrever a seção
conjunta ou separada de Resultados e
Discussão?
Outro detalhe importantíssimo antes de começar escrever a seção de
resultados e discussão é decidir se você irá fazer isso de forma conjunta
ou separada. Quem vai te ajudar nessa decisão será:

Î a instrução para os autores da revista, se você for escre-


ver um artigo;

Î a instrução normativa do programa de pós-graduação,


se você for escrever uma dissertação ou tese;

Î seu orientador/grupo de pesquisa.

Este último tópico é especialmente importante, pois os pesquisado-


res tem estilos próprios de escrita. Consulte o(a) seu/sua orientador(a)
e outros trabalhos do seu grupo de pesquisa, para ver como eles prefe-
rem fazer.

Aqui, para fins didáticos, irei explicar primeiro como escrever as seções
separadas (4.3 e 4.5) e depois a seção conjunta (4.6).

4.3. Como escrever os Resultados? Pág. 56

A seção de resultados é o coração do trabalho e deve mostrar o


que foi encontrado no estudo, com o intuito de fornecer resposta à
pergunta da pesquisa. Nunca esqueça, esta pergunta é a razão de ser
do seu trabalho e tudo gira em torno dela.

Por isso, nos resultados escreva um texto simples, objetivo, claro, orde-
nado e rigoroso. Quando me refiro a um texto ordenado, é seguindo
aquela sequência lógica que leva a resposta à sua pergunta de pesquisa

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que tanto tenho falado aqui. E rigoroso, no sentido de apresentar dados
confiáveis e atrativos, conforme discutido na seção 4.1.

Uma estratégia excelente para escrever uma boa seção de resulta-


dos é ler revisões sistemáticas sobre o assunto. Pois elas apontam as
fragilidades dos resultados dos estudos analisados e dessa forma você
já trabalha para não cometer os mesmos erros.

Outro segredo para que o texto da sua seção de resultados contem-


ple todas as características descritas acima é analisar e organizar os
dados antes, de modo que você já saiba o que precisa ser escrito (4.1).
Feito isto, deixe o seu pensamento guiar a escrita, sem se cobrar tanto.

Depois volte, leia e releia o que foi escrito pelo menos cinco vezes,
observando se o texto faz sentido, se existem erros gramaticais e de
digitação. Observe também se os verbos estão escritos no passado,
afinal você já obteve os resultados. Esta etapa de revisão é crucial e vai
te ajudar a polir o texto.

Como apresentar os dados?


Se você estiver escrevendo um artigo científico, procure nas instruções
para os autores se as ilustrações podem estar no texto ou se precisam
ser organizadas em um arquivo separado.
Pág. 57
Para textos monográficos como TCCs, dissertações e teses, as ilus-
trações devem estar no texto. Insira as ilustrações que apresentam
seus dados e escreva de forma detalhada quais as respostas que você
encontrou na sua pesquisa.

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Mas atenção!
Descreva primeiro o resultado e em seguida apresente a ilustra-
ção, seja no formato de gráfico, tabela, imagem ou quadro. Lembre-se
também de apresentar os resultados na mesma sequência que eles são
comentados no texto. Ou seja, falou da Figura 1, logo em seguida, apre-
senta a Figura 1.

Outro detalhe: nunca deixe uma figura sem ser anunciada no texto
(Por exemplo: os dados apresentados na Figura 1 sugerem xyz)!

Aqui, vale destacar um erro bastante comum! Os alunos costumam


escrever coisas do tipo “a figura x apresenta y”, “a tabela x mostra y”.

Lembre-se: as ilustrações são seres inanimados, elas não apresentam


e não mostram nada. Use expressões como: os dados apresentados/
dispostos na figura/tabela x significam y”

Se a sua pesquisa for qualitativa (aquela que busca compreender os


fenômenos sociais sem gerar dados numéricos, apenas inferindo desco-
bertas a partir da observação direta de um meio), destaque e comente
os temas que surgem da análise.

Esses comentários geralmente são ilustrados com trechos dos dados


brutos, como por exemplo, fragmentos de entrevistas. Atente-se para
fazer uso de citação direta nessas situações, ou seja, escrever exata-
Pág. 58
mente o que o(a) entrevistado(a) falou.

De acordo com as normas da ABNT, uma citação direta curta (de até
três linhas) pode ser feita dentro do texto, entre aspas e deve-se ao final,
referenciar com nome do autor em letra maiúscula, ano e página.

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Para citações maiores que três linhas, a fala deve estar
com um recuo de 4 cm, fonte tamanho 10 e espaçamento
de 1,5 em relação ao texto. Referenciar da mesma forma
para a citação curta [AUTOR, ANO, página]. Observação:
use [...] para iniciar a citação, se houver algum texto ou fala
antes do trecho em uso na citação direta.

Você sabia que existem programas que fazem transcrição de áudios


de uma entrevista em texto? Pois é, essa prática é bastante comum
em pesquisa qualitativa e muito trabalhosa para o(a) pesquisador(a).
Mas programas como o Speech®, NVivo®, OTranscribe®, Speechnotes®,
Transana®, Express Scribe® fazem isso de forma automática para você.

Para pesquisas quantitativas (aquelas que apresentam as suas


descobertas a partir de dados numéricos), apresente os resultados
através de tabelas, quadros e figuras, e escreva os dados significativos
mostrados nessas ilustrações.

Nos resultados você só precisa escrever o que ele significa e chamar


atenção para aqueles dados das ilustrações que estão diretamente
relacionados à sua pergunta de pesquisa.

Deixe os comentários mais elaborados, como comparação com


outros estudos para a seção de discussão (4.5). A menos que a revista
ou seu orientador permitam escrever a seção conjunta de Resultados e
Discussão, sobre a qual abordarei mais à frente (4.6).
Pág. 59
Ah, e não esqueça de enumerar e colocar títulos e legendas autoex-
plicativos de todas as ilustrações!

Sequência de apresentação dos resultados


Opte por apresentar os resultados em diferentes subseções. Dessa
forma, você facilita a compreensão do leitor e torna o seu texto mais
claro11.

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Essas subseções devem estar em uma sequência lógica de apresen-
tação que leve a resposta à sua pergunta de pesquisa. Aqui quero dizer
que os seus resultados não necessariamente precisam ser apresenta-
dos na mesma ordem em que foram obtidos. Mas numa sequência que
conte uma história convincente da sua pesquisa.

Não me canso de falar: seu trabalho gira em torno da pergunta de


pesquisa! Use e abuse da estratégia funil para organizar essa sequên-
cia (falei dela na seção 3.3).

Se estiver em dúvida sobre incluir um resultado, volte para a pergunta


da pesquisa. Só mantenha os dados que são importantes para respon-
der à pergunta norteadora do seu estudo. Caso decida remover, garanta
que o método associado também será retirado da metodologia.

É comum encontrarmos resultados negativos em uma pesquisa. Qual


a minha sugestão para estas situações? Se for possível repetir a análise
que deu errada, o faça várias vezes. Caso o resultado seja sempre o
mesmo, significa que provavelmente é ele o dado da sua pesquisa. Neste
caso, converse com seu(sua) orientador e grupo de pesquisa para deci-
direm junto(a)s se mantém ou não.

Por que estou falando isso?

Porque resultado negativo também é resultado!

Embora nem toda revista (ou todo(a) orientador(a)) os veja com


Pág. 60
bons olhos, uma boa discussão, pode resolver esse problema. Inclusive,
é importantíssimo reconhecer as limitações do trabalho e vou me apro-
fundar nisso na seção 4.5.

E como sabemos que o combinado não sai caro, tenha isso acor-
dado com o(a) orientador(a). Afinal, cada pesquisador(a) tem seu jeito
de escrever.

Caso seja consensual no grupo que vocês devem publicar os resulta-


dos negativos, existem algumas revistas voltadas para publicação destes

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tipos de estudo a exemplo do: Journal of Negative Results in BioMedicine,
Positively Negative, Journal of Negative Results - Ecology and Evolutionary
Biology, Journal of Articles in Support of the Null Hypothesis.

Qual o problema dessas revistas?

Baixo fator de impacto, pois infelizmente ainda existe a cultura de se


publicar apenas os resultados de sucesso. Mas na ciência, sabemos que
nem tudo são flores e estes espinhos também merecem ser mostrados.

ATENÇÃO!
A partir de agora, irei explicar o que deve ser escrito em cada pará-
grafo da seção de resultados do seu trabalho:

Parágrafo ou Subseção 1
Comece a escrita dos resultados explicando como a sua amostra
foi obtida. A menos que sejam células ou animais que já foram devida-
mente descritos na metodologia.

Para apresentar como a amostra foi obtida, fluxogramas, podem ser


bastante úteis, pois detalham a inclusão e motivos para exclusão da
amostra.

Eles são particularmente muito usados em revisões sistemáticas, Pág. 61


onde a amostra é um número x de artigos. Ver guia PRISMA 2009 para
maiores detalhes sobre fluxogramas nesse tipo de estudo.

Para estudos envolvendo a comparação entre dois grupos de seres


humanos, usa-se o fluxograma CONSORT12, comum em ensaios clínicos
randomizados.

Se o seu estudo não é revisão sistemática ou ensaio clínico randomi-


zado, ainda assim vale a pena verificar se existem fluxogramas gratuitos
como estes que acabei de mencionar, para você usar como base, ou

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pode adaptá-los para a realidade da sua pesquisa.

Por que é importante começar a seção resultados detalhando


como a amostra foi obtida?

Porque o leitor irá compreender se os dados obtidos do seu estudo


são confiáveis ou eles vêm de uma amostra fraca.

Por exemplo: Como extrapolar os resultados de um estudo de caso,


onde só uma pessoa foi estudada, para toda uma sociedade?

Não dá, concorda?

Cada ser humano é único e um estudo desse tipo pode ter muitos
vieses. Ou seja, uma tendenciosidade na apresentação dos resultados.

Depois de apresentar como a amostra foi obtida, mostre quais são as


características dela. Tais como informações demográficas, socioeconô-
micas, clínicas ou de outra natureza que descreva o grupo ou os grupos
estudados (essas informações podem estar dispostas em uma tabela).

Finalize o primeiro parágrafo ou a primeira subseção, comentando


brevemente sobre a qualidade dos resultados obtidos. Como uma forma
de transmitir ao leitor a seriedade do seu trabalho.

A partir do Parágrafo ou Subseção 2


Pág. 62
Uma vez caracterizada a amostra, apresente os resultados que
respondem à pergunta de pesquisa em sequência lógica no texto e nas
ilustrações. Ou seja, do resultado mais simples até o mais complexo.
Dessa forma, você vai levando o leitor ao clímax da história, que é a
resposta à pergunta de pesquisa.

Pense comigo:

Imagine que você esteja assistindo a um filme de duas horas de dura-


ção e nos primeiros cinco minutos você já saca qual é a mensagem do

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filme. Não faz sentindo perder mais uma hora e cinquenta e cinco minu-
tos, concorda? Use essa analogia na escrita dos seus resultados.

Para estudos quantitativos, onde foi realizada análise estatística,


enfatize os dados estatisticamente significativos. E não fale que teve
diferença entre os grupos, se não foi realizada análise estatística ou o
resultado não tem um valor de p significativo.

Aqui vale mais uma dica: seja crítico(a) e pense bem se as compa-
rações ou correlações que você pretende fazer para explicar o dado
fazem sentido.

Por exemplo:

Dá pra comparar maçãs com bananas?

Não né! Embora sejam frutas, elas possuem sabores, texturas, aparên-
cias e propriedades nutritivas diferentes. Uma pessoa que gosta de
banana, não necessariamente gosta de maçã e vice-versa. Logo, elas
são incomparáveis.

Além disso, escreva apenas informações importantes, não repita no


texto o que já é autoexplicativo nas ilustrações e deixe a discussão e
comparação com outros estudos para a seção de discussão.

Tenha sempre em mente: O que você quer que o leitor entenda


daquele resultado? Deixe isso claro no texto. Você que deve fazer a inter-
Pág. 63
pretação dos dados e não ele chegar a esta conclusão sozinho.

Ah e tem mais =)

Se o trabalho que você está escrevendo for um artigo, use na seção de


resultados apenas aqueles que respondem diretamente a sua pergunta
de pesquisa e dê preferência a manter imagens, fotografias, etc. Pois
elas são muito atrativas aos olhos do leitor. Gráficos e dados secundá-
rios devem ser movidos para a seção de material suplementar.

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Mas, o que é material suplementar?

Um arquivo (apêndice) onde você organiza os resultados sejam eles


em tabelas ou gráficos, juntamente com títulos e legendas. No mate-
rial suplementar também podem ir detalhes metodológicos que não
couberam no artigo principal. Já que muitas revistas limitam o número
de palavras e até ilustrações do artigo.

Ou seja, só vai neste arquivo informações secundárias a pesquisa.


Aquelas que dão suporte, mas não são essenciais para a compreensão
do estudo. Aqui é importante destacar que esse arquivo não passa por
edição da revista. Por isso, deve estar minimamente organizado, pois o
leitor fará o download do documento exatamente como foi submetido
à revista.

Frases para apresentar os resultados


As frases que iniciam os parágrafos fazem toda diferença para uma
boa escrita, pois elas mostram conexão e ligam um parágrafo a outro.
E muitas pessoas tem bastante dificuldade em escolher esses conec-
tivos ou frases.

Sempre que leio um texto e vejo uma frase ou conectivo interessante,


anoto num post-it para usar quando for escrever. #ficaadica
Pág. 64
Mas, você sabia que existem sites que tem sugestões de frases para
começar a escrever cada situação do seu texto?

Pois é, a própria base de dados Springer®13 possui um arquivo em pdf


com frases para você usar em cada situação que o seu texto requer.
Websites como ref-n-write.com14 e en.fel.zcu.cz15, também possuem listas
de frases úteis. Outra ferramenta excelente é o Academic Phrase Bank®16
elaborado pela Universidade de Manchester, no Reino Unido.

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Embora sejam em inglês, estas frases também podem ser úteis para
a escrita dos seus textos em português, só precisa traduzir. Nada que o
google tradutor não resolva, concorda?

Além disso, estas fontes possuem frases não só para a escrita de resul-
tados, como para todas as seções de um texto acadêmico. Confira os
links disponíveis nas referências deste e-book para ter acesso a diver-
sas frases.

No Quadro 3, estão apresentadas algumas dessas frases e situações


para te ajudar na escrita dos resultados. E claro, que você pode adequar
de acordo com o seu texto.

Pág. 65

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Quadro 3: Situações e respectivas frases para iniciar os parágrafos da
seção de resultados.

Situação Frase
A tabela abaixo ilustra algumas das principais característi-
cas do...
Referir o resultado apre-
Como apresentado na Figura X o grupo Y apresentou resul-
sentado na tabela, quadro
tado significativamente maior que os outros z grupos...
ou figura
Os resultados obtidos das análises preliminares de X são
apresentados na/no Tabela/Figura/Quadro Y...

A tabela abaixo ilustra algumas das principais característi-


cas do...
Referir o resultado apre-
Como apresentado na Figura X o grupo Y apresentou resul-
sentado na tabela, quadro
tado significativamente maior que os outros z grupos...
ou figura
Os resultados obtidos das análises preliminares de X são
apresentados na/no Tabela/Figura/Quadro Y...

Na Figura X existe uma clara tendência de diminuição...


Destacar um dado signifi- As diferenças entre X e Y estão destacadas na Tabela Z...
cativo na ilustração Os dados da Tabela X podem ser comparados com os
dados da Tabela Y que sugerem/indicam...
Uma positiva correlação foi encontrada entre X e Y...
Apresentar um resultado Os entrevistados que relataram baixos níveis de X também
positivo apontaram significativa diminuição dos níveis de Y...
Forte evidência de X foi encontrada quando...
Não foi detectado aumento em X...
Apresentar um resultado
Não foram encontradas diferenças significativas entre...
negativo
X parece não ser afetado por Y...
Quando X células foram estimuladas com Y, nenhuma dife-
rença significativa no número de Z foi detectada...
Apresentar resulta-
Após a adição de X, um aumento significativo (p<0,05) em Y
dos positivos e reações
foi observado...
negativas
Com sucessivos aumentos na intensidade de X, Y moveu
para ...
A correlação entre X e Y é interessante porque ... Pág. 66
Destacar resultados
É interessante notar que ...
interessantes
Este achado reforça o uso de X como...
O número total de respostas para esta questão foi de...
Questionários e
A maioria dos entrevistados respondeu que...
entrevistas
Quando os sujeitos foram questionados sobre...
Ao comparar os dois resultados pode ser visto que...
Transição para o próximo A próxima seção da pesquisa foi sobre...
resultado Na parte final do questionário os entrevistados foram ques-
tionados sobre...
Esses testes mostraram que...
Apresentar um dado Este resultado é significativo apenas no nível X...
Análises/Replicatas posteriores mostraram que...

Fonte: Reproduzido de Academic Phrasebank16.

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5 erros que devem ser evitados na seção de
resultados
Aqui irei listar cinco erros comuns e que podem ser facilmente evita-
dos na escrita dos resultados.

1• Repetição abusiva de informações no texto. O segredo para


evitar repetir muitas vezes uma informação é reler várias vezes
o material na tentativa de tornar o texto o mais simples e claro
possível. Tenha sempre em mente que nem todo leitor terá
domínio sobre o tema do seu trabalho. Caso a informação
seja importante e não tenha como escrever sem repetir muito,
considere usar uma ilustração para expor tais informações.
Será que uma tabela apresentaria melhor aquelas informa-
ções do que o texto? Se a resposta for sim, organize aqueles
dados em uma tabela e reescreva o texto de forma a deixá-
-lo complementar a tabela, simples e mais claro.

2• Ilustrações desnecessárias. Mantenha apenas aquelas ilus-


trações que são complementares ao texto e imprescindíveis
para a compreensão do resultado. Aquelas menos impor-
tantes, deixe no material suplementar. E as que não tiverem
importância nenhuma para o trabalho, desapegue e elimine
do estudo.
Pág. 67
3• Texto não explicativo sobre o conteúdo das ilustrações. As
ilustrações não podem ser jogadas no texto sem ao menos
serem citadas e explicadas. Elas devem ser autoexplicativas,
mas o que elas representam para responder à pergunta de
pesquisa do seu estudo deve estar escrito. Lembre-se: VOCÊ
deve explicar ao leitor o que quer que ele entenda.

4• Se preocupar com o tamanho da seção de resultados. Os


alunos se preocupam demais com o tamanho que os textos ou
seções dos mesmos devem ter. Mas não existe regra para isso,

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sabia? A seção de resultados deve ter um tamanho suficiente
para apresentar somente as informações que respondem
à questão de pesquisa, de forma clara e objetiva. Nada de
encher linguiça! Mas, se o seu texto for um artigo, veja nas
normas da revista se existe número limite de ilustrações. Isso
sim, acontece com frequência, mas tamanho de texto, não.

5• Usar referências para resultados originais. Não se usa refe-


rências para dados que foram originados da sua pesquisa. A
menos que seja uma revisão bibliográfica, onde os resultados
são dados já publicados. Neste caso, sim, referencia.

Mas para dados originais não. Aqui a regra é simples: vamos


recapitular a estrutura de um texto acadêmico abordada no capí-
tulo 3 deste e-book:

Î Você deve referenciar as informações contidas na:

• Introdução
• Revisão da literatura
• Justificativa
• Metodologia
• Discussão
Î Não se referencia informações contidas nos(na):

• Resumo Pág. 68
• Objetivos
• Resultados
• Conclusão

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4.4. Qual a diferença entre as seções de
Resultados e Discussão?
Conforme mencionado no subtópico 4.3, a seção de resultados
refere-se ao que foi encontrado na pesquisa. Enquanto a discussão
concentra-se em explicar o porquê daquele resultado, correla-
cionando os dados da pesquisa com outros trabalhos semelhantes.
Possíveis desdobramentos, implicações e limitações do estudo também
devem ser abordados na discussão.

Confira no Quadro 4, as principais diferenças entre estas duas seções


importantíssimas do seu trabalho.

Quadro 4: Principais diferenças entre as seções de Resultados e Discussão.

RESULTADOS DISCUSSÃO
Contém os principais resultados para Não introduz nenhum resultado novo. Apenas
responder à pergunta de pesquisa. explica os resultados apresentados na seção
anterior.
Verbos no passado, pois os resultados Verbos no passado: ao se referir aos resultados.
já foram coletados. Verbos no presente: ao discutir a importância dos
resultados.
Verbos no futuro: ao recomendar novas possibili-
dades de estudos.
Deve conter ilustrações (gráficos, tabe- Usar apenas textos que se refiram às ilustrações
las, quadros, etc). apresentadas na seção anterior.

Pág. 69
Fonte: Adaptado de Editage17

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4.5. Como escrever a Discussão?
A seção de discussão é aquela que normalmente os alunos tem
mais dificuldade e acabam pecando por apenas se referirem ao resul-
tado e no máximo dizer que os dados estão de acordo com a literatura,
sem sequer escrever e/ou citar do que esta literatura trata.

Uma discussão bem feita é aquela que explica o que significam as


respostas/resultados encontrada(o)s na pesquisa (jamais coloque novos
resultados na seção de discussão) e sua relação com o que já se sabe
sobre o assunto (aquilo que chamamos de literatura científica ou estu-
dos anteriores), a fim de responder a pergunta norteadora da pesquisa.
O pulo do gato aqui é considerar os dois lados da moeda.

Como assim?

Você explica o significado do resultado, em seguida descreve pelo


menos um trabalho que encontrou dados semelhantes, explicando como
ele fez o estudo. Sempre descreva resumidamente qual foi o método
usado, qual tipo e tamanho da amostra e em que condições a pesquisa
foi realizada, depois apresente qual resultado esse estudo obteve.

Caso haja algum trabalho que contradiz o seu resultado, traga ele
para o jogo da discussão. Mostre que mesmo usando método seme-
lhante ao usado na sua pesquisa, esse trabalho obteve um resultado
diferente. Ou seja, use uma literatura que confirma o seu achado e outra Pág. 70
que o contradiz. E não esqueça de citar esses trabalhos!

Imagino que você tenha ficado nervoso(a) só de imaginar em citar


um trabalho que nega os resultados da sua pesquisa. Mas calma! É aí
que mora a riqueza da sua discussão.

Você joga as cartas na mesa e agora é a sua hora de brilhar no jogo!


Ou seja, de escrever a sua opinião sobre os fatos. Afinal, só agora você
teve espaço para colocar a sua cara no trabalho. Antes, toda a pesquisa
estava baseada em outros estudos e em seguir métodos pré-definidos.

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Aqui, no seu momento de brilhar, mostre a sua interpretação sobre
os fatos. O seu resultado está adequado ou houve falha na metodolo-
gia ou coleta dos dados? Por que ele está adequado? Se houve falha na
coleta de dados, como isso poderia ser corrigido em trabalhos futuros?
Lembre-se de ser imparcial!

Trazer essa contradição dos trabalhos te dá a oportunidade de


expor a sua opinião, de reconhecer as limitações do estudo. Olhe que
exemplo lindo de maturidade o seu texto irá assumir. Os revisores adoram
ver isso na discussão. Você será criticado(a) pelos avaliadores se não
discutir as deficiências da sua pesquisa. Isso normalmente gera uma
ótima seção de discussão, portanto, não tenha medo de destacá-las.
#ficaadica

Ah e cuidado! Na discussão você não precisa fazer uma extensa


revisão da literatura. Se o seu trabalho for no formato tradicional, já terá
escrito uma fundamentação teórica previamente. Caso seja um artigo,
também terá abordado isso brevemente na introdução. Aqui na discus-
são, traga no máximo duas ou três referências para dialogar com cada
resultado do seu estudo. Inclusive, pode aproveitar (mas não é obrigató-
rio) as mesmas referências usadas na revisão da literatura ou introdução.

Além disso, na discussão é importante ter cautela com os termos


usados. Evite expressões como por exemplo, “esse resultado significa”.
Opte por usar palavras mais suaves, como: “sugere”, “indica”, “aponta”. Pág. 71
Pois, o seu trabalho não é uma verdade universal. O conhecimento cien-
tífico é construído aos poucos, assim como um quebra-cabeça.

Assumir com toda certeza determinados fenômenos da pesquisa,


pode te complicar lá na frente, pois o seu trabalho pode ser contestado
por outro estudo. Ou talvez nem chegue a esse ponto, porque a banca
ou revisor da revista, vai sugerir que você remova tais colocações. Para
evitar esse constrangimento, siga os conselhos da @SejaPhD

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Sequência de apresentação da discussão

Inicie a discussão fazendo um breve resumo, ou seja, um apanhado


geral dos resultados mais importantes da pesquisa. Assim, o leitor ficará
situado nos pontos onde você pretende chamar mais atenção.

Exemplo:

“A formulação apresentou tamanho de partícula adequado para apli-


cação na pele, com liberação controlada do fármaco e capacidade de
penetrar e permear até a derme, onde exerceu efeito local”.

A depender do volume de resultados que o trabalho tenha, você pode


optar por dividir a discussão em subtópicos (de forma correspondente
a organização que você fez na seção de resultados). E eu sugiro forte-
mente, que se possível, você faça dessa forma.

Exemplo:

Î Caracterização da formulação

Î Estudo de liberação

Î Estudo de permeação

Fazer um mapa mental seguindo a estratégia funil pode te ajudar


muito a organizar as ideias e a sequência de apresentação da discussão.
Afinal, aqui você precisa dar a resposta final a sua pergunta de pesquisa.
Pág. 72
No Quadro 5, apresento uma proposta de sequência para você orga-
nizar cada subtópico da sua discussão.

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Quadro 5: Sequência de apresentação dos parágrafos para cada subtó-
pico da discussão.

Inicie a subseção comentando o método empregado para mostrar a


Parágrafo 1
qualidade do resultado obtido e dar credibilidade a pesquisa.

Parágrafo 2 Explique o significado do resultado.


Faça uma análise crítica de estudos semelhantes aos da sua pesquisa
e que já foram publicados em revistas conceituadas. Use pelo menos
dois artigos que tiveram delineamentos parecidos com os do seu traba-
Parágrafo 3
lho (método usado, cenário da pesquisa, critérios de inclusão e exclusão,
tamanho da amostra, intervenções) e que obtiveram resultados similares
(referências positivas) para justificar o seu dado.
Caso existam estudos de delineamentos semelhantes aos da sua pesquisa
e que ainda assim, contradizem os seus resultados (referências negati-
vas), apresente um ou dois e mostre criticamente onde eles diferem da sua
Parágrafo 4 pesquisa e porquê eles discordam dos seus achados. Será que a limitação
desse trabalho do colega levou a essa diferença em relação ao resultado
da sua pesquisa? É essa criticidade que você precisa ter ao abordar esses
estudos.
Dê a sua opinião acerca dos fatos apresentados. Quais as explicações
plausíveis para os seus resultados? Por que você acredita que o seu resul-
tado está de acordo com a referência positiva? Quais mecanismos
explicam seu resultado para você chegar a essa conclusão? Em caso de
resultados diferentes da literatura, quais motivos devem ter levado a isso?
Parágrafo 5
Se os seus dados não se contradizem com nenhum estudo. Parabéns, você
está no cenário ideal, e provavelmente sua hipótese foi comprovada. Nesse
caso, provavelmente a sua pesquisa casa perfeitamente com tudo que já
foi estudado na área e contribui adequadamente para preencher a lacuna
e fornecer uma resposta que contribui para o campo.
Caso você identifique alguma limitação do método usado para alcançar o
resultado apresentado nesta subseção da discussão, apresente que limi-
tação é essa e como ela poderia ser resolvida em estudos futuros. Ou se
outros estudos também se limitam nesse ponto. Ex: equipamento/aparelho
Parágrafo 6 usado, etc.
*Caso o trabalho tenha uma limitação geral, ou seja, que implica em todos
os resultados obtidos, deixe para falar dela no final da discussão e não nas
subseções que explicam cada resultado.
Ex: tamanho de amostra, critérios de inclusão, etc.
- Caso o trabalho tenha uma limitação geral, fale sobre ela aqui. Você não Pág. 73
precisa se desculpar por ter uma limitação no trabalho. Toda pesquisa
se limita de alguma forma. É por isso que existem novos estudos que vem
no sentido de complementá-la. É assim que o conhecimento científico é
produzido. Você escolheu conduzir a sua pesquisa dessa forma, usando
este modelo em específico e essa escolha pode ser explicada na meto-
dologia. No entanto, você precisa avaliar seus próprios resultados em
FINAL DA comparação com as descobertas de outros (conforme sugerido para
DISCUSSÃO os parágrafos 3 e 4), especialmente se eles forem diferentes. Um enten-
dimento completo das limitações da sua pesquisa reflete em uma boa
seção de discussão.
- Deixe clara a resposta à pergunta norteadora da sua pesquisa.
- Explique como ou se os achados da pesquisa apontam para um uso
prático.
- Mostre como a sua pesquisa contribui com a área de estudo.

Fonte: A autora

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Como selecionar as referências que deem suporte à
discussão dos resultados?
As referências dão suporte e credibilidade aos dados da sua pesquisa.
Por isso, é fundamental ter bastante critério na escolha delas. Pois, o
leitor espera que as referências citadas complementem os achados
da pesquisa e preencham perfeitamente o quebra-cabeça do conhe-
cimento cientifico.

Diante disto, você deve levar em consideração três critérios básicos


para escolher adequadamente as referências a serem usadas não só
na discussão, como em todas as seções do trabalho:

1• Relevância

Î Prefira artigos internacionais publicados em revistas de


maior fator de impacto. Elas são reconhecidamente mais
respeitadas pela credibilidade que possuem e no rigor que
os revisores usam ao aceitar o trabalho para publicação.

Î Opte por referências de artigos que tenham maior evidên-


cia científica. A maioria das revisões sistemáticas avaliam
a qualidade metodológica dos artigos originais e podem
ser excelentes fontes não apenas para citar, como
também para sugerir referências de artigos originais de
maior qualidade. Pág. 74

2• Acessibilidade

Î Use referências que o leitor tenha acesso através da busca


em bases confiáveis (Google acadêmico, Scielo, Web of
Science, Science Direct, Pubmed, etc) e possa facilmente
consultá-las em caso de dúvidas ou necessidade de se
aprofundar no tema.

Î Por isso evite livros e dados não publicados, a exemplo de


resumos de congresso, dissertações, teses, TCCs.

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3• Atualidade

Î Prefira artigos publicados nos últimos cinco anos.

Î Para conceitos clássicos ou apresentar cronologicamente


os avanços na área, pode usar referências antigas. Só
tenha cuidado para ao final, não ter mais referências anti-
gas que recentes.

Î Na dúvida entre citar vários artigos originais: escolher o


mais atual e de maior qualidade (relevância).

Talvez você esteja se perguntando: “Como encontrar referências


que me ajudem nessa discussão?” Veja o passo a passo da Figura 19, e
entenda como buscar tais referências.

Pág. 75

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Figura 19: 7 dicas para encontrar a informação desejada.

Pág. 76

Fonte: A autora

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Atenção!
Evite o uso excessivo de apud. Se puder, nem use o apud.

Apud só deve ser usado se você leu uma informação em um texto


e não conseguiu encontrar o original. O uso excessivo de apud,
indica que você leu ou procurou pouco. E isso não é bem visto entre
os revisores do trabalho.

Caso não esteja encontrando artigos que te ajudem a discutir os resul-


tados, refaça a busca usando sinônimos.

Ao encontrar os artigos, salve, faça uma leitura profunda, anote quais


são os pontos que você irá usar para justificar os seus dados.

Fazer fichamentos dos artigos mais importantes, é uma excelente


forma de se preparar para escrever a discussão. Pois, uma vez que
você estuda o tema, compreende melhor o assunto e dessa forma cria
o embasamento teórico e conexão necessários para explicar os acha-
dos da sua pesquisa.

Para trabalhos totalmente inéditos onde não existam referências para


dar o suporte que a sua pesquisa merece, deixe isso claro na discussão.

Pág. 77
Frases para escrever a discussão
Assim como os bancos de frases citados na seção 4.3 possuem
sentenças para os resultados, também possui para a discussão e as
demais seções do texto. Use essas frases como inspiração para escre-
ver os parágrafos do seu texto. Não use se não fizer sentido com o que
está escrito.

Aqui vou listar algumas situações e frases para você iniciar a discus-
são. Para conhecimento de outras frases, consulte esses bancos. O

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Academic Phrase Bank® possui inclusive um e-book comercializado pela
Amazon® com um número de frases maior que aquelas disponíveis no
site. Confira algumas delas:

Quadro 6: Situações e frases correspondentes para você usar na discus-


são dos resultados.

Situação Frase
Esses resultados corroboram com os dados observados por (XX et al,
2020) que estudaram Y e observaram Z...
Mostrar que os seus
resultados estão de Outros testes realizados por X concordam com os resultados da
acordo com evidên- presente pesquisa onde eles observaram Y...
cia anterior
Estudos prévios da literatura fizeram X e encontraram Y, dados esses
que suportam o resultado deste estudo...
No presente estudo foi encontrado que X=2, mas por outro lado
(FULANO et al 2020) em pesquisa realizada com ... encontraram X=3...
Mostrar que o seu
resultado não está Nesta pesquisa foram encontrados valores muito maiores do que
de acordo com lite- aqueles reportados no estudo de xxx... por [explicar razões]
ratura prévia
Este estudo não confirmou pesquisa prévia realizada por XXX.
Entretanto, esses dados indicam...
Como esperado esses resultados demonstram que...

Esses achados foram suportados pela pesquisa de X que fez Y e


Justificar a aceita- encontrou Z...
bilidade dos seus
resultados Existem similaridades entre os dados encontrados nessa pesquisa e
no estudo de X que observou Y...

Infelizmente não foi possível investigar significativa relação entre X e


Y porquê ...

Admitir limitações
Novos estudos são necessários para determinar exatamente porque Pág. 78
X afeta Y...

Uma limitação no desenho experimental foi X que não permitiu


observar Y...
Esta aparente lacuna na correlação de X e Y pode ser atribuída a ...
Explicar resultados
A razão para este resultado contraditório ainda não é clara, mas...
inesperados
Estas diferenças podem ser explicadas em parte pelo(a)...

Fonte: Reproduzido de Academic Phrase bank16.

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Outra preocupação frequente dos alunos é em relação ao tamanho
da discussão. Tenha sempre em mente que o tamanho do seu traba-
lho, não está relacionado com a qualidade dele.

É esperado que a discussão seja uma seção um pouco mais extensa


do estudo, pois você irá trazer outras pesquisas para dialogar com os
seus resultados e então dar o seu parecer, ou seja a resposta à sua
pergunta de pesquisa.

Por apresentar esse caráter mais dialogado e assumir um tama-


nho maior, para evitar que o texto fique confuso, sugere-se dividí-la em
subseções. Estas devem ser correspondentes àquelas apresentadas na
seção de resultados. Como uma forma de tornar o texto mais didático
e compreensível para o leitor.

Portanto, não existe um tamanho limite para a discussão. Mas de


forma geral, ela costuma ocupar 1/3 do trabalho. Para não ser tão longa
e acabar em um texto confuso e difícil de entender.

6 erros que devem ser evitados na discussão


1• Repetir resultados sem necessidade

Não esqueça! Na seção de discussão você dará a interpretação dos


dados. A apresentação deles deve ficar somente na seção de resulta-
Pág. 79
dos. E jamais use ilustrações na discussão.

2• Usar resultados novos não apresentados nos resultados

Revise atentamente o seu trabalho para verificar se para cada


resultado existe um método associado e se todos os resultados estão
apresentados na seção correta. Pois na discussão, você não deve apre-
sentar nenhum achado novo.

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3• Comentar numerosos trabalhos

Lembre-se: a fundamentação teórica está em uma seção só dedi-


cada a isso ou na introdução. Na discussão, você deve citar dois ou três
trabalhos bem selecionados para comparar e justificar os dados da sua
pesquisa. Não é revisão da literatura para trazer muitos artigos. Evite
também dizer “vários estudos falaram x” e citar apenas um. Se foram
vários estudos, cite no mínimo três.

4• Repetir, misturar ideias ou fugir do tema

O seu texto precisa ser coerente, e contar uma história convincente


do trabalho para responder adequadamente à pergunta da pesquisa.
Eu sei que a literatura científica é como um oceano e quando vamos
buscar as referências, encontramos muitas informações interessantes.

Mas é preciso ter foco e trazer para o jogo, apenas o que está rela-
cionado com a sua pergunta de pesquisa. Por isso, sugiro usar mapas
mentais e a estratégia funil, para guiar essa organização das ideias (ou
seja, do que precisa e do que não precisa ser escrito).

5• Não usar sequência lógica para discutir

Se o texto não seguir essa sequência lógica, fica confuso e o leitor


não entende ao final se você respondeu ou não a pergunta de pesquisa.
Causa comum de erros nos textos acadêmicos.
Pág. 80
6• Citações inadequadas

É comum o autor citar trabalhos só pelo resumo, isso demonstra


fragilidade nos argumentos da discussão e escolha inadequada das
referências. O revisor percebe quando você cita uma referência sem ler
o trabalho e vai solicitar o uso adequado das mesmas.

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Outro erro comum é usar fontes não confiáveis, como websites de
origem duvidosa, sem evidência científica, ou usar muita referência
antiga no texto. O que demonstra que o autor não se preocupou em ler
literatura recente e atualizar as informações usadas no trabalho.

4.6. Como escrever a seção conjunta de


resultados e discussão?
Agora que você já sabe tudo sobre como escrever bem as seções
separadas de resultados (4.3) e discussão (4.5) e como optar por escre-
ver a seção conjunta (4.2), é hora de decidir:

É melhor escrever resultados separados de discus-


são ou em conjunto?
Como para a maioria das perguntas da vida, depende, é a resposta.

Depois desse guia que organizei para você, confesso que não faz muita
diferença escrever a seção conjunta ou separada. Você está munido(a)
das informações e dicas que precisa.

Caso seja permitido escrever a seção de resultados e discussão de


forma conjunta, e você opte por esse formato, pode ser que ache que
a escrita será mais fácil. Pois, à medida que apresenta o resultado, já Pág. 81
explica o que ele significa, compara com um resultado positivo da lite-
ratura, outro que contradiz (quando houver) o seu dado e por fim dá a
sua opinião sobre o fato.

As frases sugeridas nos Quadros 3 e 6 também são válidas nessa


seção. Você só precisa saber identificar em que situação está, para sele-
cionar a frase mais adequada, de modo que seu texto fique com sentido.

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E isso só é garantido, se você ler e reler pelo menos cinco vezes, para
identificar possíveis falhas no texto. Experimente pedir para seus colegas
lerem o trabalho, como uma forma de verificar se ele está compreen-
sível. Ficamos cansados(as) e viciados(as) no nosso modo de escrever.
Uma visão externa faz toda a diferença para alcançar textos de melhor
qualidade. Eu por exemplo, fiz isso após escrever este e-book.

E não esqueça: o seu(sua) orientador(a) tem um estilo e vício próprios


de escrita. Mesmo seguindo à risca todas as dicas deste e-book, pode ser
que ele(a) sugira alguma alteração pontual. Não significa que o que você
fez está errado. Nós pesquisadores gostamos de dar o nosso toque nos
textos. Faz parte do processo e é totalmente compreensível. Estamos a
todo tempo lendo e corrigindo textos acadêmicos. Estranho seria apro-
var um trabalho sem nenhuma correção.

Sequência para cada resultado na seção conjunta


de resultados e discussão
Aqui também é válida a sugestão de dividir os resultados em subtó-
picos para ter um texto mais claro aos olhos do leitor.

Analise antes de escrever qual a sequência de apresentação dos


resultados que melhor responde a sua pergunta de pesquisa. Prefira
deixar o resultado mais importante por último, para não perder o clímax
Pág. 82
da história.

Para cada resultado:

Î Escreva o dado encontrado  Comece pela amostra

Î Apresente a ilustração correspondente

Î Compare com literatura positiva (duas ou três)4

4 Ao comparar os estudos, procure selecionar artigos com delineamentos semelhan-


tes aos da sua pesquisa (lembre-se: não dá pra comparar maçãs com bananas). Só se
compara o que é parecido. Seja imparcial nessa comparação e não esqueça de referen-
ciar os trabalhos usados.

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Î Compare com literatura negativa (se houver: duas ou três)

Î Quais mecanismos explicam o dado?

Î Emita sua opinião, através de sugestões, não de afirma-


ções assumidas como verdades universais. Lembre-se:
outro estudo pode contestar o seu trabalho.

Feito isto, finalize a seção:

Î Mostrando em que a pesquisa é diferente de tudo que já


foi estudado;

Î Falando da limitação geral do trabalho  mostre quais


providências foram tomadas para diminuir ou estimar a
influência dessas limitações nos resultados da pesquisa;

Î Deixe clara a resposta à pergunta norteadora da sua


pesquisa;

Î Explique como ou se os achados da pesquisa apontam


para um uso prático;

Î Mostre como a sua pesquisa contribui com a área de


estudo.

Î Percebeu que é só juntar as informações das seções 4.3


e 4.5? Assim como as dicas são as mesmas (exceto que
Pág. 83
o texto deve ser escrito em conjunto e não separado),
os erros a serem evitados também são os mesmos. Aqui
sugiro que o leitor confira os erros nas seções 4.3 e 4.5.

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CAPÍTULO 5

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados e discussão, incluindo conclusões e recomendações,
são sem dúvida as seções mais importantes do seu trabalho. Aquelas
de maior interesse do leitor. Depois de concluídas essas seções, você
pode relaxar um pouco, pois já estará nos últimos estágios da escrita!

Não esqueça que após “terminar” de escrever o texto, é fundamental


voltar e reler tudo desde o início, eliminando possíveis erros de digita-
ção e observando se o texto conta uma história coerente.

Ler trabalhos de revistas de alto impacto ajudam muito na identificação


de macetes que você pode usar no seu texto. Como linguagem persua-
siva na discussão e maturidade no reconhecimento das limitações.

Outra dica que compartilho com vocês é fruto das minhas observa-
ções ao ler, corrigir inúmeros textos acadêmicos e participar de diversas
bancas de avaliação de TCC, mestrado e doutorado.

Após finalizar a escrita, o aluno costuma enviar para a banca e então


trabalhar na elaboração dos slides. Nesta etapa, com um peso a menos
pelo fato de o texto já estar escrito e entregue, o aluno costuma assimi- Pág. 84
lar melhor o conteúdo do trabalho. E por isso, na esmagadora maioria
das vezes, o estudo fica muito mais compreensível na apresentação oral
do que na parte escrita.

E é aqui onde mora a minha dica matadora: organize o seu tempo,


para conseguir: escrever, montar a apresentação, voltar para revisar o
texto e só então enviar para o orientador, banca e revista científica, se
for o caso.

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Tenho certeza caro(a) leitor(a), que se você seguir à risca as dicas
deste e-book, conseguirá escrever uma ótima seção de resultados e
discussão e um texto acadêmico de qualidade.

Use e abuse dos rascunhos e lembre-se: só se aprende a escre-


ver bem, escrevendo. Não tenha medo ou receio de errar, faz parte do
processo de aprendizagem. Se eu tivesse desistido no meu primeiro
resumo para congresso, ele não teria se tornado o meu primeiro de mais
de cinquenta artigos científicos publicados durante a minha jornada
acadêmica de dez anos. Escreva, escreva muito, escreva com quali-
dade, sempre estarei aqui com várias dicas para você.

Sucesso nesta jornada =)

Prof. Dra. Paula Menezes

Fundadora da SejaPhD

Onde me encontrar?

Espero que este guia tenha lhe ajudado na sua jornada da escrita. Se
você quiser acompanhar mais conteúdos sobre escrita acadêmica e
pós-graduação, irá me encontrar facilmente nos canais abaixo:
Pág. 85

Instagram: @sejaphd
Youtube: youtube/sejaphd
Blog: blog.sejaphd.com
Site: sejaphd.com
TikTok: @sejaphd

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ANOTAÇÕES

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