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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

MARANHÃO – CAMPUS ZÉ DOCA


CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

CAMILA DA CONCEIÇÃO

RESENHA DO LIVRO “CARTA DE UMA ORIENTADORA”, DE DEBORA DINIZ

ZÉ DOCA
2023
CAMILA DA CONCEIÇÃO

RESENHA DO LIVRO “CARTA DE UMA ORIENTADORA”, DE DEBORA DINIZ

Resenha critica entregue para obtenção de nota no curso de


licenciatura em química do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão – Campus Zé Doca
Docente: Marcio Arthur Moura Machado Pinheiro

ZÉ DOCA
2023
DINIZ, Debora. Carta de uma orientadora: o primeiro projeto de pesquisa. Brasília:
Letras Livres, 2012.
Debora Diniz é uma professora universitária, pesquisadora e documentarista brasileira.
Ela contribui com diversos projetos de pesquisas voltados a bioética, feminismo, direitos
humanos e outros. Atualmente professora da Universidade de Brasília e Pesquisadora da Anis
– Instituto de bioética, também tem diversas participações em eventos em todo país.
Como apresentado no primeiro tópico do texto “uma carta”, a obra de Debora busca
levar aos leitores, principalmente aos acadêmicos o processo de motivações para a pesquisa,
além das relações orientador e orientanda nessa colaboração pela produção textual. Diniz
(2012) demonstra assim problemáticas trazidas pela orientada e suas respectivas respostas
sanando essa dificuldade e diminuindo os medos da graduanda na construção de sua escrita.
No tópico “antes do primeiro encontro”, a escritora traz a liberdade da orientada sobre
o que quer escrever, sendo apenas uma auxiliadora, ela sugere que ao escolher o tema, o reduza
deixando-o bem especifico e claro. Ela descreve alguns passos iniciais como a escolha do tema
e depois alcançar o problema da pesquisa, este último recebe muito valor, a autora chama de
“labuta intelectual” e direciona que deve ser escrito as melhores ideias para depois escolher as
três mais interessantes. A orientadora cita a sua pesquisa sobre homofobia para mostrar que
devem descobrir as fronteiras de suas pesquisas.
No “o interlúdio do encontro” orienta-se que olhe de forma ampla e aprofundada se sua
pesquisa realmente se encaixa nos temas trabalhos pela orientadora, incentiva a olhar seu
currículo lattes e dá liberdade para mudar se assim perceber ser necessário, pois uma
orientadora realmente da área escolhida acelera a pesquisa bibliográfica e a produção, como
última dica fala em observar o que os colegas escreveram em suas monografias.
Em “o primeiro encontro”, Diniz (2012) traz sobre ter temas de interesse listados, sendo
esses interesses motivados pelo pessoal, político e de ordem privada. Posteriormente fala em
elaborar títulos funcionais e problemas de pesquisas que mais a frente chama de “enunciados
provisórios”, além de novamente reforçar a necessidade de serem específicos. Sugere palavras-
chave sobre os temas, como por exemplo: discriminação, cor, educação. Consequentemente, já
poderão serem unidos formando um título funcional, como: discriminação racial e educação. É
explicado também ao final que problema de pesquisa nesse caso se remete a algo que desperta
curiosidade acadêmica e pode ser explorado e solucionado.
Adiante em “o encontro com a pesquisa” Diniz (2012) retoma as três unidades: Titulo
funcional, problema de pesquisa e palavras-chave. Começando pelo primeiro ela diz ser o início
do texto e todo restante é em torno dele, apesar de ser bastante modificado no processo, por isso
como aborda Diniz (2012) deve descrever, antecipar e controlar os “ímpetos criativos”,
podendo a escritora começar elaborando com até 15 páginas e depois o reduzindo. Partindo
para as palavras-chave, fala que devem ser ainda mais precisas, limitando-as de 3 a 5 palavras
que descrevem o assunto, dessa forma não deve ser usado metáforas, pois serão a identidade do
texto. Quanto ao problema de pesquisa deve estar, de acordo com a autora, em conexão e
harmonia com o título, seguindo características como ordem direta, sem adjetivos, uso de
verbos claros e de investigação, além de delimitação da unidade e recorte temporal.
No próximo ponto “o encontro com o tempo” Diniz (2012) aborda sobre o tempo
disposto para a elaboração das suas ideias para o texto e os elementos da pesquisa. Ela cita
então a importância do “planejamento” para organizar etapas, tarefas e os produtos da pesquisa,
determinando prazos.
Propõe-se então a orientanda um pacto sobre esse tempo de foco na pesquisa e em “uso
do tempo” elenca como uma produção acadêmica necessita desse esforço de tempo, para fazer
por exemplo, a “revisão literária”, ou seja, conhecer outras autoras que também trataram o tema
escolhido. Ainda é lançado que deve ser pensado as horas dispostas para o projeto por dia e por
semana, focando em quatro domínios nessas horas, a pesquisa bibliográfica ou de campo,
leitura, escrita e revisão, não podendo deixar de anotar e perceber os tempos de produção e
desenvolvimento.
Agora com “encontro do texto” ressalta-se a leitura como atividade básica da pesquisa,
não deixando ser abandonada, nem mesmo no final do processo, pois estimula e inspira a
escrita. Cita-se também tipos de leitoras, como a burocrata, atriz, desnorteada e criado, mas fala
em sua carta que a orientanda seja uma leitora criadora que para ela cultiva sabedoria, paciência,
duvida de teses prontas, teorias, seletiva no uso de autores e calma para continuar.
A autora e escritora da carta continua deixando explicito a necessidade de se ler
intensamente para dar uma verdadeira voz de autora ao texto produzido e sendo uma leitora
criativa poderá ser feito de melhor forma estes deslocamentos no texto. Em “Hábitos de leitura”
Diniz (2012) externa que a leitura deve ser um exercício prazeroso e que não abandone as
leituras no meio do caminho, criei bons hábitos de leitura, onde irá ler, quanto tempo, com
silencio ou sem se anota ou não, quais tipos de anotações e etc. Em “mapa de autoras” manifesta
a pesquisa por autoras que realmente tratam do tema escolhido, o que deve ser direcionado com
apoio das palavras-chave.
Por fim, chegando em “o encontro com a escrita”, Diniz (2012) destaca que a escrita
não precisa se sofrida e sim uma experiência fascinante, de descoberta e constituição como
autora. Orienta ter outros filtros para ler o trabalho escrito além da orientadora, e não se
preocupar em terminar e rapidamente publicar, deve-se ter calma. Expõe como é normal de
sentir nervosa, mas o ritmo deve ser colocado pela própria orientanda e que as críticas e
comentários recebidos devem ser vistos positivamente para a construção do texto de qualidade.
Lembra e levanta que o plágio, a cópia literal de outro texto deve ser levada a sério,
sendo uma regra que não pode ser violada, então mesmo que por inocência, a atenção é
essencial. Cita exemplos de plágios e as consequências deles, como a vergonha. Então clareia
que explore a escrita de forma cuidadosa, checando tudo, como as citações. E em caso ocorra,
a orientadora nada poderá fazer, portanto, só deve enunciar o que pode ser sustentado, como
coloca Diniz (2012, pág 72) “a escrita é uma ordem existencial, ela é intima e política”. Também
aponta regras gerais como ser claro, objetivo, não usar jargões, ironias, evitar repetições, não
citar dicionário, só faça percursos históricos realmente necessários, use virgulas e pontos
adequadamente e não prolongar os parágrafos para mais de 15 linhas, referenciar as fontes,
entre outros pontos como os elementos pré e pós-textuais.
A carta de Debora Diniz transformada em texto deve ser lida por todos, principalmente
aqueles que estão se sentindo angustiados na escrita acadêmica, como a monografia, que é vista
como algo tenebroso dentro da graduação. Com a leitura, percebe-se a importância de uma boa
orientação antes e durante a escrita, como faz a autora, mostrando inicialmente quais obstáculos
sua futura orientanda enfrentará, a colocando a frente dessas dificuldades e a preparando.
Diversos pontos podem ser ressaltados, como a liberdade da graduanda em escolher o
tema que deseja pesquisar, além de ser dado a liberdade de mudanças durante todo o processo,
inclusive de orientação. A autora retoma acontecimentos da sua vida acadêmica e
posteriormente agora como uma escritora cada vez mais ativa e evidenciando seus trabalhos
voltados a diversos temas importantes da sociedade, o que aproxima a orientanda também do
mesmo víeis, sendo essa escritora criativa, que observa as fronteiras de sua pesquisa.
A indicação de leitura também se recai por descrever elementos como o plágio, o que
deve ser feito para evita-lo, tornar o claro o texto acadêmico e especifico. Ainda exibe suas
visões sobre as sensações de medo e ansiedade que são colocados como normais, mas podem
ser superados, indicando a produção escrita como não sendo necessariamente um sofrimento e
que parte sempre de um bom planejamento para que ocorra tudo bem.
Ficou evidente então, que é essencial se conhecer as etapas desse período do
universitário previamente, saber as regras, como se portar em relação a pesquisa, como chegar
a elaboração do tema, problemas e o resultado final, então se identificando com o objeto e os
métodos a serem utilizados.

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