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CITAÇÕES PARA O PAA:

A leitura das obras literárias nos obriga a um exercício de fidelidade e de respeito na liberdade
de interpretação. Há uma perigosa heresia crítica, típica de nossos dias, para a qual de uma
obra literária pode-se fazer o que se queira, nelas lendo aquilo que nossos mais incontroláveis
impulsos nos sugerirem. Não é verdade. As obras literárias nos convidam à liberdade da
interpretação, pois propõem um discurso com muitos planos de leitura e nos colocam diante
das ambigüidades e da linguagem da vida. Mas para poder seguir neste jogo, no qual cada
geração lê as obras literárias de modo diverso, é preciso ser movido por um profundo respeito
para com aquela que eu, alhures, chamei de intenção do texto. (ECO, 2003, p. 12).

Umberto Eco identifica dois tipos básicos de leitores. “O primeiro é a vítima, designada pelas
próprias estratégias enunciativas, o segundo é o leitor crítico, que ri do modo pelo qual foi
levado a ser vítima designada”(ECO, 1989, p. 101).

ECO, U. O texto, o prazer, o consumo. In: _____. Sobre os espelhos e outros ensaios. [Trad.] Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.

______. Sobre algumas funções da literatura. In: _____. Sobre a literatura2. ed. Rio de Janeiro:
Record, 2003.

CANDIDO, Antonio. Estudo analítico do poema.

Formar para o gosto literário, conhecer a tradição literária local e oferecer instrumentos para
uma penetração mais aguda nas obras − tradicionalmente objetivos da escola em relação à
literatura (OCNEM, 2006: 69).

Os escritores pressupõem que seus leitores conhecem os gêneros e jogam com esse
conhecimento. Os mundos de ficção que nos propõem são moldados em formas que
(re)conhecemos facilmente: personagens, situações, cenários, intrigas, modos de dizer,
recursos, truques. Todo esse arsenal proporcionado pelos gêneros é utilizado para criar ou
frustrar expectativas, para satisfazer e pacificar o leitor ou para surpreendê-lo e despertá-lo de
velhos encantamentos, propondo-lhe outros. Por isso mesmo, a familiaridade com os gêneros
permite ao leitor apreciar a habilidade de um escritor, seu gênio composicional, as
características e o rendimento particular de seu estilo. Sem isso, dificilmente se produz um
verdadeiro encontro entre autor e leitor; dificilmente se estabelece um convívio amoroso.
(RANGEL, 2003, p. 141-142).

Literatura e História:

Objetivos: Estudo das relações entre literatura e história com base no exame dos discursos
lírico e romanesco vistos em seu processo de construção mimética, pelo qual os eventos se dão
a conhecer, formalizando-se em construção artística.
Docentes da linha: Profa. Dra. Ana Cláudia Aymoré Martins, Prof. Dr. Fernando Otávio Fiúza
Moreira, Profa. Dra. Gilda de Albuquerque Vilela Brandão, Profa. Dra. Susana Souto Silva.

http://ppgllletras.wixsite.com/ppgll-fale-ufal/blank-sssr1

O cotidiano dos historiadores é marcado pela necessidade de “reinstituir” o

passado. Com efeito, como não vivenciou o processo histórico estudado, sua

tarefa é procurar os fragmentos e, por meio destes, construir afirmações possíveis

Boa noite, Luiza!

Vasculhei um bocado meus arquivos aqui, mas não encontrei meu PAA da época do concurso
(Já fazem 14 anos kk). Mas lembro q não é nenhum bicho de sete cabeças não. Talvez na
internet vc encontre alguns modelos. Lembro q fiz uma apresentação inicial, depois fiz uma
proposta de atuação docente, q contemplava, a cada item, as principais áreas acadêmicas:
ensino (com as disciplinas obrigatórias da área de conhecimento e possíveis eletivas q eu me
sentia apta a ministrar), pesquisa (propondo a formação de grupo de pesquisa), extensão,
gestão e outras atividades (orientação, pibic, participação em bancas etc). Finalizei com uma
bibliografia fundamental p a área de conhecimento pretendida.

O plano de aula tb não é difícil, e vc deve ter aprendido a fazer nas disciplinas da licenciatura:
ementa, objetivos, desenvolvimento (pontos q serão tratados), metodologia, forma de
avaliação, referências.

Qq coisa, pode perguntar! E estou numa torcida gigante!

Bj

Ana
Esquema do nosso PLANO DE ATIVIDADES ACADÊMICAS

1. Apresentação geral: minha formação, ligação com o Edital e os documentos da


Ufal e da FALE; dados do Brasil e de Alagoas; relevância dos temas.
 Observei, nas minhas experiências em sala de aula, que o nível
interpretativo de textos em geral está seriamente comprometido, de
forma que os estudantes decodificam, mas têm muita dificuldade de, ao
menos minimamente, explicarem ou se posicionarem acerca do material
com o qual entraram em contato.
Por essa razão, como o literário apresenta uma linguagem
artisticamente trabalhada, em que os recursos linguísticos são
selecionados e combinados a fim de sugerir uma gama de sentidos
possíveis, cogitou-se pensar na apresentação e debate sobre suas
características, a fim de, não utilizá-lo como pretexto para estudar
questões gramaticais, mas encará-lo como uma porta de entrada para
pensar o texto como um organismo vivo, escrito num tempo, algo que
comunica e não que está pronto e acabado. Em outras palavras,
“desconfiar” das produções orais e escritas, pois sua composição não foi
feita a esmo, mas quer comunicar algo a leitores que têm uma história e
saberes prévios.
Assim, acredita-se que o desenvolvimento desse olhar
investigativo sobre o literário poderá levar os estudantes a perceberem
melhor os mecanismos discursivos de outras produções textuais,
descobrindo-as, fazendo conexões entre textos, lapidando sua
compreensão e repertório de conhecimentos e, assim, aperfeiçoando suas
práticas de leitura, em relação à escola, a si mesmo e ao mundo que o
circunda. Ao perceber-se leitor investigador e construtor, é possível que
se torne um cidadão com um potencial de criticidade mais aguçado, na
medida em que, quanto mais ler, escrever e debater, perceberá que as
estruturas sociais das quais faz parte não são simples e “naturais”, mas
resultantes de ideologias que nem sempre beneficiam a sociedade.

2. Atividades de Ensino:

a. O que é ensino? (Respaldo teórico e nos documentos);


b. Papel do professor e do aluno no ensino (Respaldo teórico e nos
documentos);
c. Plano de Curso:
 Aulas:
1. Disciplina: Prática I: Leitura e Interpretação do Texto Literário em Sala
de aula.
2. Conteúdos Programáticos:
2.1. Leitura e Literatura: (re)visitando saberes
 Discussão sobre o que se entende e o que é leitura no âmbito da
escola: Leitura, Leitor e Letramento Literário, o texto primeiro.
a. Ênfase no contato do aluno com o texto;
b. proposta de formação de antologias com referências do grupo e
do professor;
c. texto enquanto trabalho produtivo de linguagem que precisa do
leitor para completar o processo.
2.2. Literatura e o exercício de “quebrar o brinquedo” e ver “além do
espelho”
 Revisão acerca do que caracteriza um texto literário, em sua forma e
relação com a problematização de questões humanas universais. Tudo
isso para gerar a reflexão segundo a qual entender, ler o texto, não
significa apenas decodifica-lo, decorar suas partes, mas perceber
quais recursos de linguagem autorizam determinada chave
interpretativa.
a. Aristóteles e Platão
b. Formalismo Russo e New Criticism, vistos, não como modelo
único e fechado de leitura, mas enquanto exemplo de correntes as
correntes que olharam a materialidade do texto. Hoje, propõe-se
que se olhem os elementos textuais, como as questões externas
são transformadas em componentes artísticos da produção e se
considerem o contexto e os conhecimentos prévios dos leitores:
Citar Costa Lima.
2.3 Características do gênero Lírico, do Romance e do Conto (e sua
quebra), escolhida por serem as três fontes de texto trabalhadas nas tanto
nas universidades quanto escolas;
2.4 Leitura de textos literários para perceber que o que se diz está
relacionado a como se diz:
 Gregório de Matos
 Cecília Meireles
 Vinícius de Moraes
 Carlos Drummond de Andrade
 Adélia Prado
 Lygia Fagundes Telles
 José de Alencar
 Graciliano Ramos
 Machado de Assis
 Bernardo Carvalho
 Discussão sobre estratégias de como levar a leitura do dizer do texto
para a sala de aula.
Obs: São selecionados textos e autores considerados como “canônicos” não
por desatenção à Literatura Contemporânea, mas porque a tessitura das
produções escolhidas tende a chamar a atenção para o todo em sua
construção, repleto de sentidos por descobrir. Esta lista, porém, não é
fechada ou definitiva, podendo ser ampliada por obras que fazem parte do
repertório dos alunos, nos momentos de discussão e avaliação.

2.5. Metodologia:
Exposição dos conteúdos, discussão e debates, sempre partindo da leitura de
textos literários.

2.6. Avaliação:
a. Participação nas discussões;
b. Apresentação de seminários, interligando: os conteúdos teóricos discutidos, a análise
de um texto literário – dentre os apresentados em sala ou de livre escolha do aluno – e
possíveis propostas de trabalho com a produção escolhida dentro da sala de aula.
c. Síntese escrita de a e b, considerando-se a possibilidade de o texto vir a se tornar, no
futuro, mediante orientações mais pontuais, um ensaio ou artigo publicável.

 Orientações
 Monitorias

3. Atividades de Pesquisa:
a.
b.
c.
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006.
MORAES, Vinicius. Antologia Poética. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo:
Contexto, 2013.
“[p]elo fato de que ao experimentar, em um texto, tanto sua verdade mais íntima como
a humanidade compartilhada, a relação com o próximo se transforma. Ler não isola do
mundo. Ler introduz no mundo de forma diferente. O mais íntimo pode alcançar neste
ato o mais universal”(PETIT, 2008, p. 43).
PETIT, Michele. Os jovens e a leitura. Uma nova perspectiva. Trad. Celina Olga de
Souza. São Paulo: ed. 34, 2008.
Hoje sabemos que a integridade da obra não permite adotar nenhuma dessas visões
dissociadas; é que só a podemos entender fundindo texto e contexto numa interpretação
dialeticamente íntegra, em que tanto o velho ponto de vista que explicava pelos fatores
externos, quanto o outro, norteado pela convicção de que a estrutura é virtualmente
independente, se combinavam como momentos necessários do processo interpretativo.
Sabemos, ainda, que o externo (no caso, o social) importa, não como causa, nem como
significado, mas como elemento que desempenha um certo papel na constituição da
estrutura, tornando-se portanto, interno (Candido, 2000: 4).

BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (org). Teoria Literária: Abordagens


Históricas e Tendências Contemporâneas. 2 ed. Maringá: Eduem, 2005.
MOISÉS, Massaud. A Criação Literária: Poesia. 20 ed. São Paulo: Cultrix, 2000.
________. A Criação Literária: Prosa I. 20 ed. São Paulo: Cultrix, 2006

A formação de um leitor literário significa a formação de um leitor


que saiba escolher suas leituras, que aprecie construções e
significações verbais de cunho artístico, que faça disso parte de seus
fazeres e prazeres. Esse leitor tem de saber usar estratégias de leitura
adequadas aos textos literários, aceitando o pacto ficcional proposto,
com reconhecimento de marcas linguísticas de subjetividade,
intertextualidade, interdiscursividade, recuperando a criação de
linguagem realizada, em aspectos fonológicos, sintáticos, semânticos e
situando adequadamente o texto em seu momento histórico de
produção. (PAULINO, 1998, p. 56)
PROJETO DE PESQUISA

Grupo de pesquisa: a ser feito considerando as leituras de textos literários, sua


interpretação e articulação com a Escola.

1. Objetivo: Compreender como a literatura aparece na escola, como é vista,


sondagem acerca de sua importância em escolas de Ensino Médio. Antes de
fazer a constatação, compreender o histórico do problema.
2. Entender o histórico da literatura no Brasil
3. Documentos oficiais do Brasil;
4. Projeto político-pedagógico da Escola, onde e como o literário está.
5. Observação da sala de aula:
a. De que forma o literário é trabalhado?
b. Quais textos são mais aceitos ou não. (Por quê?)
c. Proposta de trabalhos alternativos com os textos literários, considerando seu
aspecto mimético e sua relação com questões universais (Ex: Chamando
especialistas em determinado autor, que partilhem sua experiência pessoal
com ele e suas possibilidades de “renovação”).

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:
O que é leitura
Leitor
Educação
Texto Literário
Cânone
Escola.

PROJETO DE EXTENSÃO

Projeto de Extensão - terceira margem do olhar: (re)tecendo vínculos com o


literário. A ser desenvolvido por alunos concluintes do curso de Letras, em
grupos de 3:
1 bolsista – 3 alunos
Total: 12 pessoas e a coordenadora do projeto

É apenas uma tentativa experimental e inicial. A própria escola poderá


incorporar o projeto às suas atividades.
Alunos e educadores do Ensino médio:
1o. Momento leitura: Construção de um acervo de livros, fáceis e difíceis,
lidos anteriormente, segundo os critérios de identificação dos leitores.
3o. Momento: confronto impressões acerca das dificuldades da 1a. Leitura.
Produção de texto
4o. Momento: discussão sobre as dificuldades e elucidação acerca dos
aspectos predominantes. Ex: foco narrativo, opacidade lírica, ironia,
metáforas, construção de personagens.
5o. Momento: (re)leitura dos textos
6o. Momento: Sondagem- como foi a segundo momento de leitura? As
discussões sobre os aspectos culturais e formais do texto fez a leitura fluir?
O que foi modificado?
7o. Produção de textos-síntese acerca do processo com possível publicação
conjunta.

Art. 31. A pesquisa tem como objetivos produzir, criticar e difundir conhecimentos
culturais, artísticos, científicos e tecnológicos, de forma articulada com o ensino e a
extensão, comprometendo-se com os interesses coletivos da sociedade, e, em particular,
com os interesses da Região Nordeste e do Estado de Alagoas. (p. 15). REG. Ufal.

Ensino: oferece instrumentais teórico-críticos aos estudantes, para compreendendo as


questões mais profundamente, articulá-las com a escola.
Pesquisa: promove o olhar investigativo e articulador dos saberes;
Extensão: funde o conhecimento explorado na graduação e transformado em
investigação científica, transpondo-o, com as adaptações necessárias, em um projeto
que se volta a aprimorar os conhecimentos e experiências de determinadas comunidades
da sociedade.
BRASIL. Ministério da Educação. Linguagens, códigos e suas tecnologias / Secretaria
de Educação Básica. – Brasília : Ministério da Educação, 2006.

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