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28/10/2021 12:08 Atos Normativos e individuais - TJPR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

INSTRUÇÃO NORMATIVA CONJUNTA Nº 25/2020

Dispõe sobre o compartilhamento das Centrais de Mandados para a distribuição dos


mandados expedidos no Primeiro Grau de Jurisdição.

Os Excelentíssimos Desembargadores ADALBERTO JORGE XISTO PEREIRA,


Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e JOSÉ AUGUSTO GOMES
ANICETO, Corregedor-Geral da Justiça, no exercício de suas atribuições legais e,
CONSIDERANDO a necessidade de assegurar a razoável duração do processo,
oferecendo serviços de qualidade, com a melhoria contínua dos processos de trabalho
e da produtividade das Unidade Judiciais;
CONSIDERANDO as diretrizes contidas na Lei nº 11.419/06, que dispõe sobre a
informatização do processo judicial, especialmente o disposto no art. 18, que autoriza
a regulamentação pelos órgãos do Poder Judiciário das atividades decorrentes do uso
do meio eletrônico como forma de racionalizar as atividades judicias;
CONSIDERANDO que o disposto no art. 196 do Código de Processo Civil autoriza
os Tribunais a regulamentar, supletivamente, a prática e a comunicação oficial de atos
processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas,
disciplinando a incorporação progressiva de novos avanços tecnológicos e editando,
para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as normas fundamentais
desse Código;
CONSIDERANDO que a funcionalidade Central de Mandados utilizada em todas
as Comarcas do Estado é importante ferramenta de gerenciamento de mandados
judiciais, conforme resolução 139/2015 e Instrução Normativa 9/2016;
CONSIDERANDO que os benefícios advindos da tramitação de atos judicias por
meio eletrônico prestigiam o princípio da instrumentalidade das formas, insculpido
nos arts. 188 e 277 do Código de Processo Civil, como ferramenta de celeridade e
melhoria da qualidade da prestação jurisdicional;
CONSIDERANDO que o Conselho Nacional de Justiça recomenda aos Tribunais a
instituição de mecanismos que promovam maior fluidez e agilidade à comunicação
entre os órgãos judiciários, a teor da Recomendação nº 38/2011, de 3.11.2011;
CONSIDERANDO que o princípio da publicidade dos atos processuais é
contemplado pela Magna Carta de 1988 em seu art. 5, LX e no art. 145, I, "e" da Lei
Estadual 14.277, de 31/12/2003 (CODJ).

R E S O LV E :

Art. 1º Instituir o serviço de compartilhamento das Centrais de Mandados para a


distribuição e o cumprimento de diligências no âmbito do Primeiro Grau do Poder
Judiciário do Estado do Paraná.
Art. 2º Para efeitos desta Instrução Normativa consideram-se:
I - MANDADO REGIONALIZADO: ordem escrita, emanada de autoridade Judicial,
diretamente ou por delegação, determinando a prática de ato ou diligência a ser
cumprido em qualquer Foro Judicial do Estado do Paraná;
II - UNIDADE EXPEDIDORA: Unidade Judicial (Vara) expedidora do mandado
regionalizado;
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III - UNIDADE DE CUMPRIMENTO: Central de Mandados responsável pelo


recebimento, distribuição e cumprimento do mandado regionalizado;
IV - OFICIAL DE JUSTIÇA: Servidor ocupante do cargo de Oficial de Justiça ou de
Técnico Judiciário com atribuição de Oficial de Justiça, nos termos do art. 8º, §2º da
Lei Estadual nº 16.023 de 19 de dezembro de 2008.
V - JUÍZO ORDENANTE: Magistrado (a) que determina a expedição de mandado
regionalizado.
Art. 3º Os mandados expedidos pelas Unidades Judiciárias do Tribunal de Justiça do
Estado do Paraná deverão ser encaminhados diretamente à Central de Mandados do
local de cumprimento, por meio do Projudi.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput, exclusivamente, à diligência a ser
cumprida no território do Estado do Paraná, nas Unidades integrantes do Poder
Judiciário estadual.
Art. 4º Compete à Unidade Expedidora:
I - proceder à prévia seleção dos documentos para o regular cumprimento da ordem e
a respectiva contra-fé eletrônica, anexando-a ao mandado, para o envio direito à
Unidade de Cumprimento;
II - verificar o prévio preparo das diligências necessárias ao cumprimento do
mandado e, sendo o caso, intimar a parte interessada para o recolhimento antes da sua
remessa à Unidade de Cumprimento.
Art. 5º Compete à Unidade de Cumprimento receber, distribuir e fiscalizar o
cumprimento do ato pelo Oficial de Justiça, sem prejuízo de acompanhamento pela
Unidade Expedidora.
Parágrafo único. Para fins de distribuição, consideram-se os mesmos critérios de
compensação utilizados para os mandados expedidos na Unidade de Cumprimento.
Art. 6º Cumpre ao Oficial de Justiça devolver o mandado à Unidade Expedidora, por
meio do Projudi.
Art. 7º Em havendo a necessidade de redistribuição do mandado para cumprimento
em Comarca diversa, este será encaminhado diretamente à Central de Mandados
destinatária do ato.
Parágrafo único. Enquanto inexistente funcionalidade no Sistema Projudi que
permita o encaminhamento direto de atos entre Centrais de Mandados, havendo a
necessidade de redistribuição para cumprimento em Comarca diversa, o mandado
regionalizado deverá ser devolvido à Unidade Expedidora, a qual emitirá um novo
(mandado regionalizado) à Central de Mandados destinatária.
Art. 8º O cumprimento de mandado regionalizado para a oitiva de vítima,
testemunha e depoimento pessoal de residentes fora do Juízo Ordenante será feito por
videoconferência, na sala de audiências da Central de Mandados da Unidade de
Cumprimento, admitindo-se a realização do ato por outro meio somente quando não
houver condições técnicas, preferindo-se o adiantamento do ato e a renovação da
videoconferência nos casos de problema eventual.
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, aplicam-se, no que for possível, as
disposições da Resolução nº 228, de 24.6.2019, do Órgão Especial.
Art. 9º Os mandados expedidos para cumprimento no regimento de plantão deverão
ser encaminhados diretamente ao Oficial de Justiça de plantão na Unidade de
Cumprimento.
Art. 10. São devidas as seguintes custas processuais referentes ao mandado
regionalizado: a) custas de expedição do mandado (Anexo I, Tabela IX, inciso III, da
Tabela de Custas do Tribunal de Justiça do Paraná); e b) custas de registro no
Distribuidor da UNIDADE CUMPRIDORA (Anexo I, Tabela XVI, dos
Distribuidores, Item I) ;
§ 1º. A UNIDADE EXPEDIDORA será responsável pelo recolhimento prévio das
custas previstas no "caput" deste artigo, ressalvadas as hipóteses de justiça gratuita.
§ 2º. Restam inalteradas as custas processuais devidas às cartas precatórias, quando
não for hipótese de expedição de mandado regionalizado (segunda parte do artigo
11).
Art. 11. O serviço de compartilhamento das Centrais de Mandados será utilizado
para o cumprimento de mandados que dependam, exclusivamente, da atuação do
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Oficial de Justiça. Para os demais casos, dever-se-á expedir Carta Precatória


Eletrônica.
§ 1º. A necessidade de uso da força policial para o cumprimento do ato não exclui o
compartilhamento do mandado, podendo o Oficial de Justiça solicitar nos autos
originários determinação judicial nesse sentido.
§ 2º. Tanto para os mandados regionalizados quanto para as cartas precatórias, a
Unidade de Cumprimento, após as providências contidas no artigo 5º. desta
Resolução, informará ao Ofício Distribuidor competente o número da guia FUNJUS
recolhida em favor da referida unidade, bem como os dados necessários para o
registro/distribuição, a fim de se garantir a publicidade necessária, nos termos da
legislação vigente.
§ 3º. Os mandados regionalizados para intimação de testemunhas ou partes para
comparecimento em audiência estão dispensados de registro no Distribuidor.
Art. 12. O serviço de compartilhamento da Central de Mandados será implementado,
inicialmente, na Comarca da Região Metropolitana de Curitiba (Foro Central e todos
os Foros Regionais), a partir de 1º de novembro de 2020. A implementação nas
demais Comarcas e Foros do Estado do Paraná ocorrerá, automaticamente, em 6 de
janeiro de 2021, independentemente de novo ato normativo, salvo determinação
superveniente.
Art. 13. Nas Comarcas em que ainda não há Central de Mandados instalada,
mantém-se a sistemática de expedição de Carta Precatória Eletrônica para o
cumprimento de mandados de qualquer natureza.
Art. 14. Permanece em vigor o disposto no artigo 25 da Resolução nº 93 de 12 de
agosto de 2013 do Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná,
inclusive para fins de expedição do mandado regionalizado.
Art. 15. Para as questões previstas nesta Instrução Normativa, aplicam-se
supletivamente as disposições previstas no Código de Normas, na Resolução nº
139/2015 e na Instrução Normativa nº 9/2016.
Parágrafo único. Os casos omissos serão decididos pela Corregedoria-Geral da
Justiça.
Art. 16. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Curitiba, 29 de setembro de 2020.

DES. ADALBERTO JORGE XISTO PEREIRA


Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

DES. JOSÉ AUGUSTO GOMES ANICETO


Corregedor-Geral da Justiça

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