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12/01/2023 12:09 SEI/TJPR - 8465447 - Instrução Normativa

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ


Rua Álvaro Ramos, 157 - Bairro Centro Cívico - CEP 80530-190 - Curitiba - PR - www.tjpr.jus.br

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 8465447 - DGRH-DDAA


SEI!TJPR Nº 0007754-48.2022.8.16.6000
SEI!DOC Nº 8465447

INSTRUÇÃO NORMATIVA CONJUNTA N.º 133 / 2022- P-GP/


CGJ/MPPR/Sesp/Detran

Regulamenta a destinação de veículos apreendidos.

O PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, o CORREGEDOR-


GERAL DA JUSTIÇA, o PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA, o SECRETÁRIO DE
ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA DO PARANÁ e o DIRETOR-GERAL DO
DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DO PARANÁ, no exercício de suas atribuições legais;

CONSIDERANDO o acúmulo e a deterioração dos veículos apreendidos em


processos criminais, bem como os custos mensais com o aluguel de pátios pela Secretaria de
Segurança Pública do Estado do Paraná;

CONSIDERANDO o disposto no art. 144-A da Lei n.º 3.689, de 3 de outubro de


1941, Código de Processo Penal - CPP, que determina a alienação antecipada dos bens
apreendidos que estiverem sujeitos a qualquer grau de depreciação ou deterioração, ou quando
houver dificuldade para sua manutenção;

CONSIDERANDO o contido no § 1º do art. 61 da Lei n.º 11.343, de 23 de


agosto de 2006 e Resolução n.º 356, de 27 de novembro de 2020, do Conselho Nacional de Justiça
- CNJ, que prevê o prazo de 30 (trinta) dias, a contar da comunicação da apreensão, para que o(a)
Magistrado(a) determine a alienação antecipada dos ativos apreendidos em processos criminais;

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CONSIDERANDO a necessidade de dar destinação aos veículos acerca dos


quais, em virtude do tempo decorrido, não é mais possível fazer vinculação aos processos aos
quais estão apreendidos;

CONSIDERANDO a previsão do art. 328, § 14, da Lei n.º 9.503, de 23 de


setembro de 1997, Código de Trânsito Brasileiro - CTB, que permite o leilão de veículo
apreendido ou removido e não reclamado por seu proprietário dentro do prazo de 60 (sessenta)
dias, contados da data do recolhimento;

CONSIDERANDO o disposto no art. 328, § 16, da Lei n.º 9.503, de 23 de


setembro de 1997, Código de Trânsito Brasileiro - CTB, que estabelece que os veículos que se
encontrarem nos depósitos há mais de 1 (um) ano poderão ser destinados à reciclagem,
independentemente da existência de restrições;

CONSIDERANDO a conveniência de padronização de procedimentos e de


integração de ações entre os órgãos públicos para célere destinação de veículos apreendidos;

CONSIDERANDO o disposto nos expedientes SEI-TJPR n.º 0007754-


48.2022.8.16.6000 e n.º 0075000-32.2020.8.16.6000,

RESOLVEM

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º A destinação de veículo automotor apreendido em feito criminal fica


sujeita às regras desta Instrução Normativa, sem prejuízo do disposto em leis e resoluções do
Conselho Nacional de Justiça - CNJ específicas sobre o tema.

Art. 2º É dever da autoridade policial o cadastramento completo no sistema


eletrônico de todas as apreensões de veículos que realizar, exceto as que forem de pronto
restituídas.
§ 1º Não precisa ser cadastrada a apreensão quando houver restituição do bem
pela autoridade policial antes da comunicação ao juízo.

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§ 2º No cadastro deverá constar a indicação de marca/modelo, cor, ano, placa,


chassi, valor estimado do veículo, local do depósito, se aparentemente há condições de uso e se há
indícios de adulteração de chassi, salvo impossibilidade justificada de averiguação de tais
informações.
§ 3º A autoridade policial deverá juntar ao procedimento investigatório o auto de
apreensão e, se existente, a documentação do veículo.
§ 4º Poderão ser anexadas fotografias para facilitar a identificação da apreensão.

Art. 3º Ao receber o procedimento investigatório no Sistema Projudi, cabe à


secretaria da unidade judicial conferir todas as informações acostadas, corrigindo eventuais
discrepâncias, podendo, se necessário, consultar os sistemas de cadastros disponíveis.
Parágrafo único. Enquanto não houver integração entre os sistemas, compete à
unidade judicial efetuar o cadastro da apreensão no Sistema de Gestão de Bens, gerido pelo
Conselho Nacional de Justiça.

CAPÍTULO II
DA DESTINAÇÃO DE VEÍCULOS APREENDIDOS VINCULADOS A UM
ÚNICO PROCESSO

Seção I
Do Procedimento de Destinação de Veículo Apreendido

Art. 4º A secretaria da unidade judicial deverá instaurar, em apartado, o


Procedimento de Destinação de Bens Apreendidos (classe processual 14123), juntando Certidão
de Regularidade do Cadastro e Relatório do Veículo Apreendido.

Art. 5º O(a) Magistrado(a), no prazo máximo de 30 (trinta) dias, após ouvido o


Ministério Público e a defesa, se houver, decidirá sobre a restituição, a utilização por órgão de
segurança pública ou a alienação antecipada do veículo apreendido.
Parágrafo único. Não sendo caso de restituição, utilização por órgão de segurança
pública ou alienação antecipada, o(a) Magistrado(a) deverá expor, detalhadamente, as razões pelas
quais o veículo apreendido deverá permanecer vinculado ao processo.

Seção II

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Da Restituição do Veículo Apreendido

Art. 6º Quando inexistir vedação legal e a manutenção da apreensão do veículo


não interessar mais ao processo o(a) Magistrado(a), determinará a imediata restituição ao
proprietário, devendo a secretaria converter o Procedimento de Destinação de Bens Apreendidos
para Restituição de Bens Apreendidos (classe processual 326).

Art. 7º Tratando-se de veículo com gravame de alienação fiduciária em garantia,


deverá ser oficiada à instituição financeira interessada, a fim de facultar-lhe a recuperação.

Art. 8º Caberá à autoridade policial que preside o procedimento investigatório


efetivar a restituição do veículo, ainda que não esteja recolhido em seu pátio, juntando ao
procedimento investigatório o respectivo termo.
Parágrafo único. Não sendo possível a restituição ou não identificado(a) o(a)
proprietário(a), a autoridade policial deverá fazer relatório pormenorizado sobre as diligências
realizadas.

Art. 9º Na hipótese do parágrafo único do artigo anterior ou caso o(a)


proprietário(a), devidamente notificado(a), não retire o veículo no prazo máximo de 60 (sessenta)
dias, o(a) Magistrado(a) autorizará a alienação cautelar.

Art. 10. Tratando-se de veículo com adulteração do chassi que inviabilize a


localização do verdadeiro proprietário, sendo impossível a regularização/remarcação pelo órgão
de trânsito competente, deverá ser alienado como sucata inservível.

Seção III
Da Utilização por Órgão de Segurança Pública

Art. 11. O(a) Magistrado (a) poderá disponibilizar o veículo apreendido para uso
dos órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária, desde que comprovado o interesse público na
sua utilização.
§ 1º Os órgãos de segurança pública que participaram das ações de investigação
ou repressão ao crime que deu causa à medida terão preferência no uso.

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§ 2º A autoridade que receber o veículo deverá conservá-lo, encaminhando ao


juízo, sempre que solicitado, informações sobre o estado de conservação.
§ 3º Tratando-se de uso para órgãos que componham a administração pública
estadual, o(a) Magistrado(a) deverá observar, no que couber, os atos administrativos do
Departamento de Gestão do Transporte Oficial – DETO/SEAP.

Art. 12. Tratando-se de veículo apreendido em razão da Lei n.º 11.343, de 23 de


agosto de 2006, o(a) Magistrado(a) deverá comunicar ao gestor do Fundo Nacional Antidrogas -
Funad para que, desejando, indique o órgão que deverá receber o bem, no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 13. O(a) Magistrado(a) ordenará ao Departamento de Trânsito do Paraná -


Detran a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão ao
qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e
tributos anteriores à decisão de utilização do bem.

Art. 14. Na sentença, o(a) Magistrado(a) deverá dispor sobre a destinação final do
veículo.

Seção IV
Da Alienação Antecipada

Art. 15. Sendo decidido pela alienação antecipada, a secretaria deverá converter o
Procedimento de Destinação de Bens Apreendidos para Alienação de Bens do Acusado (classe
processual 1717), o qual permanecerá apensado aos autos principais.

Subseção I
Da nomeação do Leiloeiro e da avaliação

Art. 16. O(a) Magistrado(a) nomeará leiloeiro público, através do Sistema de


Cadastro de Auxiliares da Justiça - Caju, o qual, aceitando o encargo, ficará incumbido de realizar
a avaliação judicial e a remoção do veículo, no prazo máximo de 10 (dez) dias.
§ 1º A intimação do leiloeiro dar-se-á diretamente pelo Sistema Projudi.
§ 2º A autoridade policial que detiver a guarda do veículo, será comunicada pela
secretaria para disponibilização do bem apreendido ao leiloeiro.
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§ 3º Caberá ao leiloeiro, após a remoção, armazenar e zelar pelos bens, assumindo


os deveres de depositário judicial.

Art. 17. Apresentada a avaliação, o Ministério Público, o(a) querelante, se for o


caso, e a defesa serão intimados, sucessivamente, para manifestação, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 1º Tratando-se de veículos apreendidos em decorrência da Lei n.º 11.343/2006,
o gestor do Funad também deverá ser intimado para manifestação, no prazo de 5 (cinco) dias.
§ 2º Não havendo defesa constituída, o(a) indiciado(a)/réu(ré) será intimado(a)
pelos meios eletrônicos admitidos, por carta com aviso de recebimento ou por mandado.
§ 3º Caso o(a) indiciado(a)/réu(ré) não seja localizado(a), a intimação dar-se-á por
edital, com prazo de 15 (quinze) dias.
§ 4º Decorrido o prazo para manifestação ou sendo apresentada impugnação, o
procedimento seguirá para conclusão, a fim de que o(a) Magistrado(a) analise eventuais
divergências e decida sobre a homologação da avaliação.

Subseção II
Do Leilão

Art. 18. O leilão deverá ser realizado, preferencialmente, por meio eletrônico.

Art. 19. O edital de leilão será expedido pelo leiloeiro, devendo constar a
informação de que os bens serão vendidos no estado de conservação em que se encontram, sem
garantia, constituindo ônus do interessado verificar suas condições antes das datas designadas para
a alienação judicial eletrônica.
§ 1º Os órgãos públicos responsáveis pela vinculação dos débitos serão
comunicados da realização do leilão pelo leiloeiro, que por sua fé pública, deverá requerer que
formalizem a desvinculação dos ônus incidentes sobre o veículo, no prazo máximo de 10 (dez)
dias.
§ 2º As restrições de circulação, alertas de furto ou roubo, restrições
administrativas e judiciais deverão ser removidas do prontuário do veículo.

Art. 20. Publicado o edital do leilão, a preparação deverá ser iniciada em até 30
(trinta) dias, contados da data de recolhimento do veículo, o qual será classificado em duas

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categorias:
I – conservado ou para circulação, quando apresentar condições de segurança para
trafegar ou cuja manutenção empregada trará tal possibilidade; e
II – sucata, quando não estiver apto a trafegar e, nesse caso, com a seguinte
subclassificação:
a) sucata aproveitável, com motor servível;
b) sucata aproveitável, com motor inservível; ou
c) sucata inservível (não aproveitável).
§ 1º Cuidando-se de veículo classificado como sucata inservível, a entrega do
material arrematado ficará condicionada aos procedimentos necessários à descaracterização total
do bem e à destinação exclusiva, ambientalmente adequada, à reciclagem siderúrgica, vedado
qualquer aproveitamento de peças e partes.
§ 2º Incluem-se no parágrafo anterior os veículos sinistrados irrecuperáveis,
queimados, adulterados ou clonados, bem como aqueles sem possibilidade de regularização
perante o órgão de trânsito, conforme vier a ser atestado pelo leiloeiro na vistoria.

Art. 21. Os bens deverão ser vendidos pelo valor fixado na avaliação judicial ou
por valor maior.
§ 1º Não alcançado o valor estipulado pela administração judicial, será realizado
novo leilão, em até 10 (dez) dias contados da realização do primeiro, podendo os bens serem
alienados por valor não inferior a 80% (oitenta por cento) do estipulado na avaliação judicial, nos
casos de crimes comuns.
§ 2º O percentual não poderá ser inferior a 50% (cinquenta por cento), nos crimes
relacionados à Lei n.º 11.343/2006, nem inferior a 75% (setenta e cinco por cento), nos crimes da
Lei n.º 9.613/1998.
§ 3º Após o segundo leilão, os veículos que não forem arrematados, ainda que
classificados como conservados, serão leiloados como sucata inservível.

Subseção III
Da Arrematação

Art. 22. Finalizado o leilão, o leiloeiro emitirá o auto de arrematação, o qual será
assinado pelo arrematante, e o juntará no Sistema Projudi.

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Art. 23. A secretaria da unidade judicial, ao receber o auto de arrematação,


encaminhará o procedimento com urgência ao(à) Magistrado(a) para homologação.
Parágrafo único. Homologada a arrematação, as partes serão cientificadas e será
expedida carta de arrematação.

Art. 24. O(a) Magistrado(a) determinará aos órgãos de registro de veículos a


expedição de Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo - CRLV em favor do
arrematante, o qual ficará livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, sendo de
sua responsabilidade somente o licenciamento do ano da arrematação, sem prejuízo de execução
fiscal em relação ao proprietário anterior.

Subseção IV
Do Depósito do Valor Arrecadado

Art. 25. O leiloeiro deverá depositar judicialmente o valor arrecadado,


descontadas as despesas com o ato, inclusive a comissão, juntando ao procedimento o
comprovante.
Parágrafo único. O depósito deve ser individualizado para cada veículo, salvo se
houver decisão judicial em sentido contrário.

Art. 26. O valor será cadastrado pela secretaria no processo principal e a


apreensão será baixada, anotando-se na apreensão o status “leiloado”.
Parágrafo único. Cumpridas as determinações do caput, o procedimento deverá
ser arquivado.

CAPÍTULO III
DA DESTINAÇÃO POR ALIENAÇÃO EM LOTE DE VEÍCULOS QUE NÃO
ESTEJAM APREENDIDOS NO MESMO PROCESSO

Art. 27. Nos processos criminais que já estejam em andamento, ouvidas as partes,
o(a) Magistrado(a) decidirá no próprio inquérito ou ação penal sobre a destinação de veículo(s)
apreendido(s), caso opte por não instaurar, em apartado, Procedimento de Destinação de Bens
Apreendidos.

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§ 1º Verificando a existência de apreensão de veículo em processo ativo sem


decisão judicial sobre a destinação, a secretaria deverá fazer a imediata conclusão dos autos para
tal finalidade.
§ 2º Para fins do parágrafo anterior, a secretaria da unidade judicial
poderá solicitar à autoridade policial relação pormenorizada e atualizada dos veículos apreendidos,
com indicação de marca/modelo, cor, placa e chassi, se aparentemente há condições de uso, se há
indícios de adulteração de chassi, o número do inquérito policial e/ou processo criminal vinculado,
data da apreensão e demais informações que forem pertinentes.
§ 3º Havendo, em mais de um inquérito ou ação penal, decisão judicial pela venda
de veículo apreendido, como forma de facilitar a alienação em lote, poderá ser instaurado Pedido
de Providências para Leilão de Bens (classe processual 1199), ao qual serão vinculadas todas as
apreensões cujas vendas tenham sido autorizadas.
§ 4º O Pedido de Providências para Leilão de Bens não será apensado a nenhum
inquérito ou ação penal.
§ 5º Caso a decisão judicial que autoriza a venda de veículo não mencione o
número do Pedido de Providências para Leilão de Bens, a secretaria deverá certificar a numeração
nos autos principais, de modo a garantir às partes o pleno acesso ao feito onde ocorrerá a
alienação do bem.

Art. 28. O(a) Magistrado(a), ao decidir pela instauração do Pedido de


Providências para Leilão de Bens, determinará a vinculação do cadastro dos veículos que serão
alienados.
§ 1º Para a vinculação, a secretaria deverá anotar nos autos principais o status da
apreensão como “despachados para leilão”, sendo vedada a baixa/transferência de outra forma.
§ 2º Com a vinculação da apreensão do veículo ao Pedido de Providências, a
secretaria certificará o ocorrido e poderá encerrar a apreensão nos autos principais.

Art. 29. Após a finalização da vinculação das apreensões, que não poderá
ultrapassar o prazo de 180 dias, o sistema gerará lista final, não sendo permitida a inserção de
novos veículos no Pedido de Providências para Leilão de Bens.
Parágrafo único. Surgindo outros veículos para alienação em lote após a
finalização da vinculação das apreensões, deverá ser instaurado novo Pedido de Providências para
Leilão de Bens.

Art. 30. Após as providências do artigo anterior, o Pedido de Providências será


concluso, a fim de que o(a) Magistrado(a) nomeie leiloeiro.
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Art. 31. Após a nomeação do leiloeiro, serão seguidas as disposições das


Subseções I, II, III e IV, do Capítulo II, com as seguintes alterações:
I – As intimações sobre a avaliação poderão ser feitas por edital, exceto do
Ministério Público e do gestor do Funad;
II - As intimações sobre a arrematação poderão ser feitas por edital, exceto do
Ministério Público.

Art. 32. Após a finalização do certame e o depósito judicial dos valores


arrecadados, a secretaria encaminhará os autos ao(à) Magistrado(a) que determinará o
encerramento do pedido de providências.
Parágrafo único. Ao finalizar o pedido de providências, o Sistema
Projudi automaticamente fará a baixa dos veículos apreendidos no processo principal.

CAPÍTULO IV
DA DESTINAÇÃO DOS VALORES ARRECADADOS

Art. 33. Salvo disposição legal em contrário, os valores arrecadados com a


alienação dos veículos serão destinados após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória
e recolhidos:
I - ao Fundo Penitenciário Estadual – Fupen, quando se tratar de produto de venda
de veículo apreendido em decorrência da prática de crimes comuns, conforme inciso VI e XIV do
art. 3º da Lei Estadual n.º 17.140, de 2 de maio de 2012;
II - ao Fundo Nacional Antidrogas – Funad, quando se tratar de produto de venda
de veículo apreendido em decorrência da prática de crimes relacionados à Lei n.º 11.343/2006; ou
III - ao Fundo Nacional de Segurança Pública – FNSP, nos termos do art. 3º,
inciso II, alínea “c”, da Lei n.º 13.756/2018.
§ 1º Caso haja pedido de restituição do veículo após a alienação ou na hipótese de
absolvição do acusado em decisão transitada em julgado, o valor apurado com a venda, com as
devidas atualizações monetárias, será destinado ao requerente/absolvido.
§ 2º Não sendo possível a restituição ao(à) absolvido(a), por não ter sido
localizado ou por qualquer outro motivo, os valores deverão ser recolhidos ao Fundo da Justiça -
Funjus.

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CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 34. Os veículos apreendidos em razão da prática de crime que, até a data da
publicação desta Instrução Normativa, estejam depositados nos pátios da polícia civil, sobre o
quais, após a realização de buscas, não tenha sido possível localizar os processos a que estejam
vinculados, poderão ser alienados em leilão.
Parágrafo único. As apreensões de veículos que não se enquadrem no prazo
mencionado no caput só poderão ser alienadas por determinação judicial contida nos processos,
ou apensos, onde houve a apreensão, conforme procedimento estabelecido nos capítulos II e III
desta instrução normativa.

Art. 35. A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Paraná - Sesp


encaminhará ao Tribunal de Justiça do Estado do Paraná - TJPR e ao Ministério Público do Estado
do Paraná – MPPR, a lista de veículos que se encontrem na situação descrita no artigo anterior.
Parágrafo único. Os veículos listados serão individualmente discriminados com
registro fotográfico e indicação de marca/modelo, cor, ano, placa, chassi, se aparentemente há
condições de uso e se há indícios de adulteração de chassi, salvo impossibilidade justificada de
averiguação de tais informações.

Art. 36. O TJPR encaminhará a lista de veículos mencionada no artigo anterior a


todos(as) os(as) Magistrados(as) com competência criminal e infracional, por mensageiro, para
manifestação, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, sobre eventual localização de processos aos
quais as apreensões estejam vinculadas, com indicação da respectiva numeração única.
§ 1º O MPPR encaminhará a lista de veículos mencionada no artigo anterior a
todas as unidades com atribuição criminal e infracional, por meio e-mail institucional da unidade,
para manifestação, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, sobre eventual localização de processos
aos quais as apreensões estejam vinculadas, com indicação da respectiva numeração única.
§ 2º Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias, as listas serão restituídas à Sesp com
exclusão dos veículos cuja vinculação a processos tenha sido informada.

Art. 37. A Sesp, após o recebimento das informações prestadas pelo TJPR e pelo
MPPR, deverá adotar as medidas necessárias para a alienação dos veículos que não puderam ser
vinculados a processos judiciais, através de leilão a ser realizado pelo Detran ou por Leiloeiro
oficial devidamente habilitado junto a SESP.

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§ 1º Os veículos serão leiloados como sucata inservível, independentemente da


condição em que se encontrem.
§ 2º Os valores arrecadados deverão ser destinados ao Fundo Estadual de
Segurança Pública - Funesp, após deduzidas as despesas administrativas com a execução do leilão.

CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 38. O(a) Magistrado(a) poderá optar pela utilização do procedimento previsto
no Capítulo III para a alienação cautelar dos veículos apreendidos, desde que assegure que todas
as partes envolvidas sejam devidamente cientificadas e que garanta a celeridade procedimental.

Art. 39. Havendo modificação de competência por decisão judicial, os veículos


apreendidos não deverão ser removidos ao juízo declinado.
Parágrafo único. No prazo máximo de 30 (trinta) dias, o juízo declinado deverá
tomar todas as providências necessárias à destinação do veículo.

Art. 40. O credenciamento e atuação de leiloeiro público nas avaliações e


alienações está disciplinado em ato normativo próprio do Tribunal de Justiça.

Art. 41. As autoridades subscritoras desta Instrução Normativa responsabilizam-se


por regulamentar internamente, dar ciência e orientar seus membros e servidores acerca das
normas estabelecidas.

Art. 42. A presente Instrução Normativa entra em vigor na data de sua


publicação.

Art. 43. Revogam-se as disposições em contrário, em especial, os itens 1.1 a 1.5


da Instrução Normativa Conjunta n.º 01/2016 - TJ/PR, CGJ/PR, MP/PR, CGMP/PR, SESP/PR,
DETRAN/PR.

Curitiba, data da última assinatura eletrônica.

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Desembargador JOSÉ LAURINDO DE SOUZA NETTO


Presidente - TJPR

Desembargador LUIZ CEZAR NICOLAU


Corregedor-Geral da Justiça - TJPR

Doutor GILBERTO GIACOIA


Procurador-Geral de Justiça - MPPR

Delegado de Polícia Federal WAGNER MESQUITA


Secretário de Estado da Segurança Pública - Sesp

ADRIANO FURTADO
Diretor-Geral do Departamento de Trânsito do Paraná - Detran

Documento assinado eletronicamente por Wagner Mesquita de Oliveira, Secretário, em


12/12/2022, às 17:28, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

Documento assinado eletronicamente por Gilberto Giacoia, Usuário Externo, em 15/12/2022, às


11:23, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

Documento assinado eletronicamente por ADRIANO MARCOS FURTADO, Usuário Externo, em


17/12/2022, às 21:30, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

Documento assinado eletronicamente por Luiz Cezar Nicolau, Corregedor-Geral da Justiça, em


20/12/2022, às 16:10, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

Documento assinado eletronicamente por José Laurindo de Souza Netto, Presidente do Tribunal
de Justiça, em 09/01/2023, às 14:36, conforme art. 1º, III, "b", da Lei 11.419/2006.

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