Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROCESSO : 5001722-27.2023.4.04.7017
FATOS
O Requerente, possuidor de boa fé, teve seu veículo apreendido no dia 12 de agosto de 2023, por
volta das 04h50min (madrugada), no Posto de Combustível PALOMA, na rodovia BR 163, na
saída do município de Guaíra-PR, os denunciados PATRICK LEONARDO LACERDA DE
SOUZA e JOÃO FELIX PEREIRA NETO, após terem recebido em Capitán Bado (Paraguai),
importaram do Paraguai, ao transportar trazendo consigo no veículo VW Parati 2007/2008,
placas MEJ4A46 , droga, sem autorização e/ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, consistente em 89 Kg (oitenta e nove quilogramas) da substância Cannabis sativa
Lineu (conhecida como maconha), distribuída e embalada em tabletes. no processo em apenso.
O veículo hora mencionado é de propriedade do Requerente, conforme consta no CRLV anexo.
Ocorre que o requerente era amigo do senhor João Neto, e no dia 11/08/2023 emprestou o carro
para que Neto pudesse trabalhar, sendo que após isso o réu João parou de atender as ligações do
requerente. Que sem conseguir contato com o réu através de aplicativo de mensageria resolveu
procurá-lo em sua residência e também não teve êxito em encontrá-lo. Preocupado com o
paradeiro de seu carro, o requerente resolveu prestar um boletim de ocorrência na Delegacia de
Policia Civil de Içara/Sanata Catarina no dia 14/08/2023 de número 07261109/2023-BO-
00107.2023.0001651 que gerou o inquérito policial de número 38.2023264.
O Requerente ainda não tinha se manifestado nos autos, vez que acreditou que o veículo seria
liberado a qualquer momento, por não ter nada a ver com os incidentes ocorridos, todavia, isto
não ocorreu. Sendo assim, alternativa não tem a Requerente senão a de buscar a tutela
jurisdicional para obter o bem de volta a sua posse.
O Requerente teve notícias de que o veículo teria sido apreendido para averiguações no processo
referido em epígrafe. Desta forma, não tendo nenhuma relação com os fatos narrados no
processo a Requerente, por medida de justiça, requer a restituição do seu bem, tendo em vista
que comprova sua idoneidade, o objeto é lícito e adquirido de forma lícita.
Ainda, a Requerente não tem nenhuma relação com os fatos narrados, possuindo ocupação lícita
(doc. anexo), sem antecedentes criminais e endereço fixo.
O REFERIDO VEÍCULO É:
PLACA: mej4a46;
ANO: 2007-2008;
CATEGORIA: B;
COR: vermelha;
CHASSI: 9bwdb05w58t070263;
RENAVAM: 00932453732.
Acreditando na celeridade e seriedade do poder judiciário a Requerente acredita que terá seu
veículo liberado imediatamente tendo em vista os argumentos que serão devidamente expostos a
seguir.
2. DO DIREITO
O bem só ficará aprendido enquanto indispensável ao processo, no presente caso não havendo
mais interesse processual que justifique a manutenção do automóvel no pátio, razão pela qual se
faz presente o nobre requerimento com o escopo de restituir ao proprietário o seu veículo, uma
vez que terceiro não pode sofrer por atos praticados supostamente pelo acusado.
O referido veículo apreendido já foi devidamente analisado e nada se constatou em relação a ele
que pudesse ter qualquer ligação com o presente feito.
Assim sendo, requer que a restituição do bem aprendido seja imediatamente designado por Vossa
Excelência como medida de justiça.
Tendo em vista que o bem foi apreendido em virtude de autos de prisão em flagrante, deve ser
concedida ao Proprietário a liberação do pagamento das diárias de permanência e pátio, bem
como taxas de guinchos e demais valores inerentes a apreensão,
Este entendimento é o mesmo que vem sendo positivado em outros julgados que passo a
transcrever:
A infração que gerou a apreensão do referido veículo nada tem haver com infrações tipificadas
no Código de Trânsito Brasileiro, sendo que não há também nenhuma relação do proprietário
com os delitos praticados.
Também, faz jus a Requerente ao pedido de isenção do pagamento de taxas de estadia, posto que
o estabelecido no artigo 262, caput e parágrafo 2º, do Código de Trânsito Brasileiro, trata de
veículos aprendidos por infração a normas de trânsito, não podendo, pois, tal penalidade ser
aplicada ao veículo que estava à disposição da justiça, conforme transcrevemos:
O artigo citado nada fala sobre as infrações penais onde o Requerente não tenha dado causa para
a ocorrência da mesma. Tais taxas, portanto, somente são devidas no caso de apreensão do
veículo por infrações de trânsito. Não podem ser estendidas às hipóteses de apreensão em
processo criminal, eis que, nestes casos, encontram-se à disposição da Justiça, visando atender a
interesse público, e não particular da Requerente. Como este interesse claramente já não existe
mais, temos que o veículo deve ser imediatamente restituído ao seu proprietário.
Assim sendo, requer a liberação das custas inerentes a apreensão vez que não deu causa a
mesma, pois tal fato se deu em virtude de ato praticado por terceiro.
4. DO PEDIDO
c-) a isenção das custas de diária de permanência em pátio e demais valores e taxas inerentes a
apreensão do veículo.