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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 2ª

VARA CÍVEL DA COMARCA DE INDAIATUBA/SP

Processo principal nº 1006426-58.2014.8.26.0248

URGENTE

FELIPE CUNHA PEREIRA, brasileiro, casado, vendedor,


portador do RG nº 47114420, inscrito no CPF sob nº 390.406.358-89, residente e
domiciliado na Rua Julio Stein, 359, apto. 31, bloco A, Jardim Paraiso, Indaiatuba/SP,
CEP 13343--160, por meio de seu advogado e bastante procurador adiante assinado,
vem à presença de V. Excelência com fundamento no art. 1.260 e 1.261 do Código
Civil c/c art. 282 do CPC, propor a presente

AÇÃO CAUTELAR INCIDENTAL INOMINADA C/C PEDIDO


LIMINAR “INALDITA ALTERA PARS”

contra SANTANDER LEASING S.A. ARRENDAMENTO


MERCANTIL, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº
47.193.149/0001-06, localizada na Alameda Araguaia, 731, piso superior parte A,
Barueri/SP, CEP 06.455-000, pelos motivos de fato e de direito que seguem:
DA JUSTIÇA GRATUÍTA

O autor não tem condições financeiras de arcar com as custas


judiciais sem prejuízo do próprio sustento (declaração em anexo) razão pela qual nos
termos da lei 1.060/50 requer a concessão dos benefícios da assistência judiciária.

DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO LIMINAR

O autor contende com o réu nos autos do processo nº 1006426-


58.2014.8.26.0248, em que busca-se a aquisição por meio de usucapião ordinária
do veículo Renavam nº 784414807 e Chassi 9BFBRZFDA2B425370, o qual
encontra-se em nome do banco réu como arrendador e Paulo Roberto Cunha
Pimentel arrendatário.

Em resumo, o autor pleiteia a transferência do bem, pois por


durante 5 anos esteve na posse do veículo com ânimo de dono, e o titular do
arrendamento, seu tioo qual fez o arrendamento para aquele, faleceu.

Todavia para tal, ingressou com a ação principal de usucapião


de bem móvel para que o banco réu realize a transferência junto ao Detran/SP.

Os autos contam com fato conjunto probatório de que o bem se


encontra na sua posse por mais de 5 anos a justo, preenchendo assim os requisitos
para aquisição do bem por via da usucapião.

Insta mencionar que este juízo proferiu o seguinte despacho


para o andamento do feito: “Vistos. Concedo ao requerente os benefícios da assistência
judiciária gratuita. Anote-se. Citem-se aqueles em cujo nome estiver transcrito o imóvel e os
seus confinantes, observando-se as formalidades legais. Citem-se por Edital - os requeridos
Espólio de Paulo Roberto Cunha Pimental, na pessoa de seu representante legal e herdeiros
Juliana de Paula Pimentel, Mariana dos Santos Pimental e Paulo Francisco Pimentel dos
Santos, bem assim, os réus ausentes, incertos e desconhecidos, com prazo de 30 dias.
Cientifiquem-se, por carta "A.R.", os representantes da Fazenda Pública da União, do Estado
e do Município. Com relação à participação do Ministério Público, em que pese o parecer da
DD. Representante do citado órgão, faço consignar que deverá haver sua participação nos
autos, nos termos do art. 944, do CPC, sob pena de nulidade. Int.”

Ocorre Excelência que neste mês o autor procurou um


despachante para realizar o licenciamento do veículo referente ao ano de 2014 já que
a placa tem como final 7 e este ser o mês de licenciamento para essas placas, e foi
surpreendido com um bloqueio administrativo (extrato em anexo) requerido pelo
banco réu, forçando-o a transferir o bem sob pena de não licenciá-lo e ficar
impossibilitado de utilizá-lo.

Tal medida traz diversos prejuízos para o autor que não tem a
possibilidade de realizar a transferência junto ao Detran, porquanto litiga com o
espólio de Paulo Roberto Cunha Pimentel, seus herdeiros e o própria banco réu.

Cumpre esclarecer que o carro é meio de locomoção do autor


que o utiliza para trabalho e transporte de seus familiares, haja vista ser casado e ter
uma filha de 8 meses.

Ressalta-se que o que se busca nesta ação é somente a


retirada do bloqueio administrativo para que possa ser feito o licenciamento do
veículo e poder continuar utilizando-o exercendo a posse como ocorreu durante os
últimos 5 anos.

Não se busca a satisfação do pleito principal, somente


assegurar que o bem não seja retido ante a ausência de documento hábil para sua
veiculação, que é o licenciamento anual.

Observa-se do bloqueio requerido pelo réu (em anexo), tem


como base a portaria 519/2013 do Detran/SP que segue transcrita:

“PORTARIA DETRAN Nº 519, DE 15 DE MARÇO DE 2013

Institui anotação em prontuário de veículo automotor registrado neste Detran-SP


nas hipóteses de infração ao art. 233, CTB e dá providências correlatas.

...Artigo 1º - Fica criada a anotação, em prontuário de veículo automotor, de


informação sobre a não expedição, em 30 dias, de novo Certificado de Registro de Veículo nos casos
de transferência de propriedade, consoante art. 123, I e §1º do CTB.

§1º - A anotação de que trata o caput presta-se exclusivamente à fiscalização de


trânsito, posto que o veículo tornar-se-á passível de retenção pelo agente da autoridade de trânsito, por
infração ao art. 233 do CTB.

§2º - O veículo que possuir a anotação de que trata este artigo será retido pelo
agente da autoridade de trânsito até sua regularização, o que importará na expedição de novo
Certificado de Registro de Veículo, nos termos do art. 233 do CTB...”
O que motivou o bloqueio requerido pelo réu foi a não expedição
de novo documento após 30 dias da transferência do veículo (art. 233 do CTB),
porém o autor não poderia realizar a transferência por conta do óbito do arrendatário
e necessidade de pleitear judicialmente a aquisição do bem.

Pois bem, ao juiz é facultado o poder de conceder liminarmente


o pleiteado sem a oitiva do réu na ação cautelar se demonstrado o periculum in mora
e o fumus bonis iuris (art. 804, CPC).

Verifica-se dos fatos que os requisitos supra são cristalinos,


porquanto o perigo na demora acarretará prejuízos ao autor que utiliza do veículo
para o trabalho e que o licenciamento do mesmo deve ser feito impreterivelmente
este mês de setembro (CRV em anexo) por conta da placa ser final 7 e a ausência do
licenciamento impossibilita-o de veicular, bem como de que a fumaça do bom direito
ressoa no fato de que o direito pretendido na ação principal encontra-se ameaçado
por arbitrariedade do banco réu.

Ademais, a concessão da medida liminar cautelar, não


acarretará prejuízos ao banco réu, vez que o licenciamento é obrigatório anualmente.

Mais uma vez Excelência, o que se requer é somente a retirada


do bloqueio administrativo para que o autor possa realizar o licenciamento do veículo
que deve ser feito ainda este mês sob pena de retenção pelo órgão competente, bem
como de que o carro é meio de sustento do autor.

Diante do exposto, requer de V. Excelência a concessão liminar


para retirada do bloqueio administrativo procedido pelo banco réu, para que assim, o
autor possa realizar o licenciamento obrigatório do veículo.

Para melhor eficácia da concessão liminar, requer expedição de


oficio junto ao Detran/SP desta comarca para que efetua a retirada do bloqueio
administrativo.

DA PERTINÊNCIA DA AÇÃO CAUTELAR

O autor é sobrinho do titular do arrendamento junto ao banco


réu, e que sempre pagou o arrendamento além dos tributos e despesas que o veículo
veio a ter nos anos em que esteve em sua posse.
Paulo Roberto Cunha Pimentel, veio a falecer no ano de 2013
impossibilitando a transferência do bem para o autor.

Por não saber onde encontram-se os herdeiros do de cujus


ingressou com ação de usucapião para adquirir o bem e assim proceder a
transferência em seu nome.

A ação principal processa-se neste juízo sob nº 1006426-


58.2014.8.26.0248.

Este mês de setembro, o veículo deve ser licenciado, vez que a


placa é final 7, porém ao tentar fazer o licenciamento, foi surpreendido com um
bloqueio administrativo perpetrado pela ré o obrigando a fazer a transferência do bem
em seu nome.

Como contende no processo principal para adquirir o bem e por


fim realizar a transferência, o bloqueio lhe impede de licenciar o veículo, sendo que o
autor não poderá esperar o deslinde da ação principal para poder licenciar o carro,
daí porque a pertinência da ação cautelar assegurando o autor de permanecer na
posse do bem antes que esse seja retido pelo Detran/SP.

Como já descrito, o presente caso demonstra a necessidade da


ação cautelar, pois preenchidos os requisitos da fumaça do bom direito e do perigo na
demora da prestação jurisdicional na ação principal.

Portanto, diante do exposto, requer em definitivo o acolhimento


do pleito para que o banco réu retire o bloqueio administrativo do veículo objeto de
litígio da ação principal.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto requer:

1 – A concessão da liminar sem oitiva do réu ou audiência


prévia, para retirada do bloqueio administrativo constante no prontuário do
veículo objeto da ação principal visto que tal bloqueio impede de ser feito o
licenciamento lhe causando diversos prejuízos;
2 – A procedência da ação cautelar para que em definitivo seja a
ré compelida a retirar o bloqueio administrativo sob pena de multa diária a ser
estipulada por este juízo.

3 – A concessão da justiça gratuita;

4 – A citação do réu para que apresente defesa no momento


oportuno sob pena de incorrer em revelia e seus efeitos jurídicos;

5 – A produção de todas as provas admitidas em direito;

6 – A autuação do presente em apenso a ação principal


retrocitada;

Dá-se a causa o valor de R$ 100,00 (cem reais)

Termos em que

Pede deferimento

Indaiatuba, 11 de setembro de 2014

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